Neste labor refutarei um vídeo que circula na internet com o título: “Desmascarando a doutrina do purgatório” da usuária do youtube de nick: “idolatriacatolica”. O conhecimento superficial dela e a chance do vídeo confundir os incautos me movem a isto. Os vídeos se encontram nos seguintes links: Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=VBgZ4ssYlr0 Parte 2: http://www.youtube.com/watch?v=yvNC6dd05X0&feature=related Parte 3: http://www.youtube.com/watch?v=a-NC9Z7UgkA&feature=related REFUTAÇÃO DA PARTE 1 DO VÍDEO 1. “Porque faz parte da tradição católica e não da Bíblia.” Afirmação totalmente ignóbil. Há diversas passagens na Bíblia que demonstram a existência do purgatório. Vejamos, começando pelo Antigo Testamento: “ Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas." (II Mac 12,45-46) Algum protestante sem qualquer razão logo diria, para escapar dessa passagem, que II Macabeus é um livro apócrifo, o que eu não concordaria. Mas veja que mesmo se II Macabeus for considerado como apócrifo, ainda teriam que solucionar o caso de que é um indício que os judeus acreditavam nisso. Não só isso, que também os sacerdotes hebreus aceitavam e ofereciam sacrifícios pelos mortos. Mas quem deu autoridade ao protestantismo de dizer quais livros são ou não inspirados? Ora, pelo menos, em relação ao Novo Testamento eles aceitam todos os livros que o catolicismo disse inspirados, e rejeitam todos os livros que o catolicismo rejeitou. Vários outros livros foram escritos naqueles tempos, podemos citar: Evangelho de Tomé, cartas de Barnabé, cartas de Clemente de Roma, O Pastor Hermas, Apocalipse de Pedro, Didaqué etc. Todos esses escritos ou no século primeiro ou no segundo não necessariamente com erros doutrinários e muito menos de modo necessário escritos por má fé. Alguns até os consideravam como canônicos. Santo Irineu ( 130 — 202), por exemplo, faz menção o Pastor Hermas no quinto livro Contra Heresias, segundo Eusébio (265 — 339) (Eusébio 2000, p. 244-245). São Clemente de Alexandria (150 – 215) emprega provas das escrituras de Barnabé e de Clemente, segundo o historiador Eusébio (265 — 339) Diz o historiador Eusébio de Cesaréia (265 — 339) O Pastor Hermas: “é bom saber que também este é contestado por alguns e não o colocam sobre as obras recebidas, enquanto outros julgam muito útil.” Isso para não citar as contestações sobre Hebreus, Apocalipse, Tiago, etc. Obviamente, que o NT não caiu do céu. A Igreja Católica por sua autoridade é que disse quais livros eram ou não inspirados. Não é uma grande incoerência isso? Aceitar o NT determinado por nós, e rejeitar o AT? Mas voltando a II Macabeus eu consigo provar pela própria Bíblia que ele é inspirado. É só fazer a leitura de Hebreus 11 e se atentar na segunda frase do versículo 35. Nesse capítulo o autor fala de testemunhos de fé do Antigo Testamento e quando chegamos no verso 35 lemos a segunda frase que diz: "...Alguns foram torturados, por recusarem ser libertados, movidos pela esperança de uma ressurreição mais gloriosa. " logo notamos que essa referência não se encontra no AT da Bíblia Protestante de Gênesis a Malaquias. Isso se encontra em 2 Mac, livro deuterocanônico (considerado por eles apócrifo). Veja: “Aconteceu também que, tendo sido presos sete irmãos com sua mãe, o rei os queria obrigar a comer carne de porco contra a lei...os outros irmãos exortavam-se mutuamente com sua mãe, a morrerem corajosamente, dizendo: O Senhor Deus vê e consola-se em nós?...Morto deste modo o primeiro, levaram o segundo ao suplício...respondendo na língua dos seus pais, disse: Não! Pelo que este também padeceu os mesmos tormentos que o primeiro. Estando já para dar o último suspiro, disse desta maneira: tu ó malvado, faze-nos perder a vida presente, mas Deus, o Rei do universo, nos ressuscitará para a vida eterna, a nós que morremos, por fidelidade às suas leis (2 Mac 7,1.5-9). (...) Entretanto a mãe deles, sobremaneira admirável e digna de memória, vendo morrer os seus sete filhos em um só dia, suportou heroicamente a sua morte, pela esperança que tinha no Senhor. Cheia de nobres sentimentos, exortava, na língua dos seus pais, a cada um deles em particular, dando firmeza... Dizia-lhes: não sei como fostes formados em meu ventre; não fui eu quem vos deu o espírito e a vida, ou que formei os membros do vosso corpo. O criador do mundo, que formou o homem no seu nascimento e deu a origem a todas as coisas, vos tornará a dar o espírito e a vida, por sua misericórdia, em recompensa do quanto agora vos desprezais a vós mesmos, por amor das suas leis, Diz o último irmão, Não temas este algoz, mas sê digno de teus irmãos, aceita a morte, para que eu te encontre com eles no dia da misericórdia (2 Mac 7,20-23.29). Aí está a prova que 2 Macabeus é inspirado! A primeira vez que Lutero recusou Macabeus, que temos registro, foi numa disputa com João Eck. João Eck citou 2 Macabeus para provar que é válida a oração pelos mortos, vendo-se encurralado acabou por negar sua inspiração. “Quando tu oravas com lágrimas e enterravas os mortos, quando deixavas a tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa durante o dia, para sepultá-los quando viesse a noite, eu apresentava as tuas orações ao Senhor.” (Tob 12,12) De que valeriam as orações se os mortos não podem se beneficiar com elas? Mais um livro em que os protestantes simplesmente dizem: “ah é apócrifo!”. Desconsideram o valor histórico dele. Volto a perguntar: Que autoridade tem os protestantes para dizerem quais livros são ou não inspirados? Esse é outro livro que se prova inspiração pela própria Bíblia. Vejamos: Está escrito em Apocalipse: “Eu vi os sete Anjos que assistem diante de Deus. Foram-lhes dadas sete trombetas.” (Apocalipse 8,2) Em todos os protocanônicos não vemos nenhuma referência a sete anjos intercessores. Também não é algo novo, pois isso é dito muito antes: “Eu sou o anjo Rafael, um dos sete que assistimos na presença do Senhor.” (Tobias 12,15) Aí está a prova de sua inspiração. Que existem sete anjos que assistem na presença de Deus foi divinamente revelado em Tobias. “Dá de boa vontade a todos os vivos, não recuses esse benefício a um morto.” (Eclesiástico 7, 37) Até aqui já estão apresentadas três boas evidências de que os judeus acreditavam no purgatório. Infelizmente, esse é mais um livro que os protestantes rejeitam para imitar os fariseus de Jamnia e o herege Lutero. Agora passemos para referências no Novo Testamento, livros comuns entre católicos e protestantes: “E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo nem no mundo vindouro” (Mt 12, 32) Desta passagem podemos concluir que o purgatório existe. Leiamos a explicação desta passagem de um Doutor que foi Papa que viveu em 540/604: “...segundo o que afirma Aquele que é a Verdade, dizendo que se alguém tiver cometido uma blasfêmia contra o Espirito Santo, não lhe será perdoada nem no presente século nem no século futuro (Mt 12,31). “Dessa afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro.” (dial. 4,39) Essa passagem é tão óbvia que não seria preciso dar mais explicações. Dou-as, para não haver desculpa. Quando Jesus diz que há pecado que não é perdoado nem neste mundo e nem no mundo vindouro nisso ele deixa subentendido que há outros que podem ser perdoados nesse mundo e no mundo vindouro. Mundo vindouro é mundo pós-morte. Vou dar um exemplo, se eu disser: “Há animais que não são somente herbívoros e nem somente carnívoros” eu estarei deixando subentendido há outros que assim são. "Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.” (Matheus 5, 25-26) Como sabemos nada impuro entrará no céu (Apocalipse 21,27) e o inferno é eterno (Matheus 25,41), deste modo, é fácil entender que essa prisão onde se paga até o último centavo e sais é o purgatório. "Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo." (1 Cor 3,11-15) Esta passagem dispensa explicações por se tão óbvia. "O Senhor lhe conceda - (a Onesíforo que já era morto) - que naquele dia ache misericórdia diante do Senhor. E, quanto me ajudou em Éfeso, melhor o sabes tu." (2 Timóteo 1, 18) Sabe-se que Onesíforo já não fazia parte do número dos vivos na comparação do verso 15 a 18 do capítulo com o verso 19 do capítutulo 4, onde Onesíforo não é citado nominalmente, mas apenas uma referência a "à família" de Onesíforo. Disso concluímos que não estava mais presente. "É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos no cárcere, àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes, quando Deus aguardava com paciência, enquanto se edificava a arca, na qual poucas pessoas, isto é, apenas oito se salvaram através da água”(1 Pedro 3, 19 -20). Desta passagem é fácil inferir que esses “rebeldes” tiveram que se purificar. É bom lembrar que só os pecados veniais podem ser perdoados no purgatório, os pecados mortais só são pagos nele, o arrependimento deste último é na terra. Que razão haveria de Jesus ir pregar se esses não pudessem ser salvos. E esses mesmos que no tempo de Noé tinham sido rebeldes obviamente tiveram que se purificar, pois nada impuro pode entrar no paraíso. “Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore.” (1 João 5, 16) Se há pecados que não são para a morte (condenação eterna) então é obrigatório que o purgatório exista para a remissão desses pecados, que chamamos de veniais. Depois das extensas passagens bíblicas voltarei a analisar a primeira frase da criadora do vídeo. Ela diz que o purgatório existe só na tradição (o que não é verdade), mas mesmo que existisse só na tradição (o que não é verdade [2]) só por essa tradição já teríamos que crer no purgatório, pois a própria Bíblia nos manda seguir a Tradição. Vejamos: "Assim, pois, irmãos, ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras, seja por carta nossa." (2 Ts 2,15) “Intimamo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que eviteis a convivência de todo irmão que leve vida ociosa e contrária à tradição que de nós tendes recebido” (II Ts 3,6) "Ó Timóteo, guarda o bem que te foi confiado! Evita as conversas frívolas e mundanas, assim como as contradições de pretensa ciência. " (1 Tm 6, 20) "Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações." (Atos 2,42) 2. “Ninguém nunca provou que o purgatório é real. Alguém pode ter certeza que o purgatório é real?” Frívola repetição. As provas estão aí acima elas servem para quem parte da premissa de que toda Escritura é inspirada. Se tu estás falando de provas científicas, és uma tremenda ignorante, pois não existe provas científicas para existência do céu e do inferno, nem mesmo para a existência de Deus. 3. “Enquanto o catolicismo diz que é teoricamente possível ser purificado através do sofrimento nesta vida e na morte (sic!) ninguém nem mesmo o próprio Papa pode saber se isso já aconteceu.” Isso é argumento? Que afirmação bem esdrúxula. Se alguém e o próprio Papa têm a Bíblia como inspirada pode então saber que isso já aconteceu. Se estiveres se referindo, de novo, a provas científicas, lamento, mas ninguém nem mesmo VOCÊ as pode dar para a existência do céu ou do inferno. 4. “Onde a Bíblia diz que castigos purgam pecados? Em parte alguma” (a penitência pode se dar também através da caridade para com o próximo) Em várias passagens. Antes de dá-las botarei a explicação lógica de São Tomás de Aquino para a pena: Diz S. Tomás de Aquino: “Sendo o pecado um ato desordenado, é evidente que todo o que peca, age contra alguma ordem. E é, portanto decorrência da própria ordem que seja humilhado. E essa humilhação é a pena” (S. Th. 1-2,q87, a.1) "a justiça de Deus exige uma pena proporcional que restabeleça a ordem perturbada" (S. Th, Supl. q. 71, a. 1) Vamos para as passagens bíblicas: a. "Também o Senhor transferiu o teu pecado: não morrerás. Todavia, como tu pelo que fizeste deste lugar a que os inimigos do Senhor blasfemem, morrerá certamenteo filho que te nasceu" (II Samuel, XII, 13-14). Vemos que Davi mesmo depois de perdoado teve a morte de seu filho para compensar seu pecado. b. “Então subiu Moisés das campinas de Moabe ao monte Nebo, ao cume de Pisga, que está em frente a Jericó e o SENHOR mostrou-lhe toda a terra desde Gileade até Dã; E todo Naftali, e a terra de Efraim, e Manassés e toda a terra de Judá, até ao mar ocidental; E o sul, e a campina do vale de Jericó, a cidade das palmeiras, até Zoar. E disse-lhe o SENHOR: Esta é a terra que jurei a Abraão, Isaque, e Jacó, dizendo: Å tua descendência a darei; eu te faço vê-la com os teus olhos, porém lá não passarás. Assim morreu ali Moisés, servo do SENHOR, na terra de Moabe, conforme a palavra do SENHOR.” (Deut 34, 1-5) Deus perdoou os judeus pela intercessão de Moisés, mas mesmo assim tiveram a punição, nenhum deles iria entrar na Terra Santa. c. “Pelo que verás a terra diante de ti, porém não entrarás nela, na terra que darei aos filhos de Israel.” (Deuteronômio 32, 52) Deus perdoou Moisés, mas o penalizou por ter transgredido contra Ele, não o deixou entrar na Terra Santa. d. “Feridas e chagas purgam o mal, e os açoites purificam o íntimo do corpo” ( Provérbios 20, 30) e. “Se até o justo recebe sua recompensa aqui na terra, quanto mais o injusto e o pecador!” (Provérbios 11,31) f. “É boa a oração acompanhada do jejum e dar esmola vale mais do que juntar tesouros de ouro, porque a esmola livra da morte, e é a que apaga os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna” (Tb 12, 8-9). (Livro arrancado pelos protestantes) g. “Quando acabava a série dos dias de banquetes, Jó mandava chamar seus filhos para purificá-los e, na manhã do dia seguinte, oferecia um holocausto por intenção de cada um deles: porque, dizia ele, talvez meus filhos tenham pecado e amaldiçoado Deus nos seus corações. Assim fazia Jó cada vez.” (Jó 1, 5) Essas são algumas das passagens do Antigo Testamento que demonstram que castigos são necessários para purgar o mal. Portanto, mesmo o pecado que nos é perdoado continua a exigir uma compensação. Não adianta vir com contra-argumento dizendo que “isso só foi necessário na Antiga Aliança, não na Nova, onde Jesus paga por todos os pecados”, pois primeiro a redenção de Cristo foi igualitária tanto para os da Antiga Aliança quanto os do nosso tempo. Jesus não poderia dar vantagens a nós, enquanto tinha obrigado todos aqueles a sofrer por seus atos. Isso não seria justo para com eles. O fato é que todo pecado merece sua punição, exige ela. Deus é justo e é por isso que tudo tem que ser pago. E ninguém está se desfazendo da redenção seja na Antiga ou Nova Aliança com essa fé, pois a penitência encontra sua força da paixão de Cristo e só por Ele ter morrido por nós é que a penitência vale alguma coisa. Mas que não seja por essa desculpa... Existem várias passagens também no Novo Testamento que falam da pena temporal. Vejamos: a. "Dai, porém, de esmola o que está dentro do copo e do prato, e eis que todas as coisas vos serão limpas" (Lc 11,41) Lembrar de Tb 12, 8-9 citado anteriormente. b. "Se não fizerdes penitência, todos perecereis do mesmo modo" (Lc 13,5). c. "Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados. Sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmurações" (1 Pedro 4, 8-9) Lembrar de Tb 12, 8-9. d. "Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte. Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus? E, se o justo apenas se salva, onde aparecerá o ímpio e o pecador? Portanto também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe as suas almas, como ao fiel Criador, fazendo o bem." (1 Pedro 4, 16-19) e. "Todos aqueles que participam das lutas (do estádio), abstêm-se de tudo. Eles, para obter uma coroa corruptível; nós, pelo contrário, uma incorruptível. De minha parte, portanto, também corro, mas não na incerteza; pratico o pugilato, mas não como quem fere o ar. Trato rudemente o meu corpo e o conduzo como escravo" (1Cor 9,25-27) f. "Ao contrário, castigo o meu corpo e o mantenho em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu ter pregado aos outros." (I Coríntios 9,27) g. pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por seu filho (Pr 3,11s).Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige? (Hebreus 12,6-7) h. "Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Reanima, pois, o teu zelo e arrependete." (Apocalipse 3,19) i. "Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo" (I Cor 3, 15) j. “Eles partiram e pregaram a penitência.” (São Marcos 6,12) k. “Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e Sidônia tivessem sido feitos os prodígios que foram realizados em vosso meio, há muito tempo teriam feito penitência, cobrindo-se de saco e cinza.” (São Lucas 10,13) l. “Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração” (Tg 4.8). Como lemos a fé na penalização pelos pecados além de ser racional, encontra forte embasamento bíblico seja no Antigo Testamento ou no Novo. Como disse São Tomás negar a pena temporal é negar a Justiça Divina. 5. “A doutrina do purgatório violenta tanto a lógica quanto a Escritura. Romanos 6:23 diz: “o salário do pecado é a morte”, ou seja, a separação eterna de Deus” Acho que só pode violentar aquilo que você aprendeu do pastor e engoliu. Em Romanos 6 Paulo se refere ao pecado mortal aquele que leva a morte eterna e não aos veniais. Volto a citar o que passei acima, de João: “Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore.” (1 João 5, 16) Logo, nem todos os pecados têm como salário a morte, pois como disse João há “pecado que não é para a morte”. "O Justo peca sete vezes ao dia" (Prov 24, 16) Ora, se há pecados que não fazem o homem perder sua justiça, são os veniais. Se o justo então não tem oportunidade de pagar todos seus pecados em vida, pagará no purgatório. 6. “O pecado é algo de tal composição ou qualidade que algum tipo de sofrimento seja capaz de purgá-lo do coração e da alma” Esse argumentinho espúrio é derrubado pela resposta número 4 onde fundamentei em diversas passagens bíblicas. Seu argumento é tão infeliz que ele chega a ir contra a redenção de Cristo, pois Ele pagou pelo pecado original. O sofrimento de Cristo foi capaz de purgar os nossos pecados. Os nossos sofrimentos em união com o Dele têm capacidade de purgar os nossos pecados. Bem como disse Pedro: "Na medida em que participais dos sofrimentos de Cristo, alegrai-vos, para que, na manifestação de sua glória, vos alegreis também e exulteis" (1Pd 4,13). O sacrifício expiatório de Cristo teve força não só para os pecados passados, mas para também os do presente e futuro. Vejamos de que modo, com a palavra São Tomás de Aquino: “Ora, isso se dá pelo batismo, pela penitência e pelos demais sacramentos, que buscam seu poder na paixão de Cristo. Ora, a fé com o qual nos purificamos do pecado não é uma fé informe, que pode existir até com o pecado; mas é uma fé formada pelo amor; assim, a paixão de Cristo nos será aplicada, não apenas em nossa mente, mas também em nossos afetos. E também por esse modo, perdoam-se os pecados, pela força da paixão de Cristo.” 7. “É desnecessário que o pecador perdoado sofra por seus pecados, pois Cristo já pagou a penalidade completa exigida pela Justiça de Deus” Resposta número 4 e 6 já refutam isso. Vou só por o dizer de Paulo de novo e de Pedro para encerrar: "Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo" (I Cor 3, 15) "Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte. Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus? E, se o justo apenas se salva, onde aparecerá o ímpio e o pecador? Portanto também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe as suas almas, como ao fiel Criador, fazendo o bem." (1 Pedro 4, 16-19) “E ninguém está se desfazendo da redenção seja na Antiga ou Nova Aliança com essa fé, pois a penitência encontra sua força da paixão de Cristo e só por Ele ter morrido por nós é que a penitência vale alguma coisa.” 8. “O sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado” (1 Jo 1,7) Sim, é pela união com seu sacrifício que nós somos purificados. Isso não quer dizer que quem cometeu uma transgressão não tenha que pagar por ela, mesmo sendo perdoado. Passagens do Antigo Testamento que vão contra sua interpretação de 1 Jo 1, 7: II Samuel, XII, 13-14; Deut 34, 1-5; Deut 32, 52; Provérbios 20, 30; Provérbios 11,31; Tb 12, 8-9; Jó 1, 5, etc. Argumento que isso foi só na Antiga Aliança, pois Cristo não tinha sofrido por nós ainda não é verdadeiro, pois Cristo também purgou os pecados dos antigos. Além disso, não trataria eles desigualmente ao que nos trataria no futuro, ou seja nos dando vantagens. Passagens do Novo Testamento que vão contra sua interpretação de 1 Jo 1, 7: Lc 11,41; Lc 13,5; 1 Pedro 4, 8-9; 1 Pedro 4, 16-19; 1Cor 9,25-27; Hebreus 12,6-7; I Cor 3, 15; São Marcos 6,12; São Lucas 10,13; Tg 4.8, etc. 9. “Sem derramamento de sangue não há remissão de pecados” (Hebreus 9,22) Sim! Relacionando com a morte de Cristo podemos dizer se não fosse o derramamento de sangue de Cristo não poderíamos ser purificados através das nossas penitências. Na Antiga Aliança, por exemplo, sacrificavam animais para remissão de pecados, logo além do perdão precisava de alguma forma fazer pagar pelo pecado. Comenta um teólogo Católico: “A mortificação do pecado se dá, peculiarmente, com base na morte de Cristo. A mortificação do pecado é um dos objetivos específicos, sim, eminentes, da morte de Cristo, um objetivo que será realizado por ela.” (John Owen 1616-1683) 10. “A descrição do purgatório não é de um lugar de derramamento de sangue, mas de um fogo purificador.” Primeiro, lembre-se que em Hebreus 9,22 Paulo está falando sobre a prática da lei antiga de sacrificar animais e não do sacrifício de Cristo. O verso completo diz: “Aliás, conforme a lei, o sangue é utilizado, para quase todas as purificações, e sem efusão de sangue não há perdão”. QUASE TODAS e não todas. Logo, quando Paulo diz que sem a remissão de sangue não há perdão ele está falando de modo geral, pois o sangue foi necessário na Antiga Aliança também. Mas há outras formas que foram utilizadas na Antiga Aliança para purificar do pecado. Veja mais passagens bíblicas sobre pena temporal: “Ouvindo o que lhe dizia a mulher, o rei rasgou as vestes; e como ia passando pela muralha, o povo viu que ele trazia um cilício sobre o corpo.” (II Reis 6,30) Trazia um cilício sobre os rins e jejuava todos os dias, exceto nos sábados, nas luas novas e nas festas do povo israelita. (Judite 8,6) (Protestantes arrancaram esse livro) Volvi-me para o Senhor Deus a fim de dirigir-lhe uma oração de súplica, jejuando e me impondo o cilício e a cinza. (Daniel 9,3) O rei Acabe, depois que cometeu pecado contra Nabote, “rasgou as suas vestes, cobriu de pano de saco o seu corpo, e jejuou; dormia em sacos, e andava cabisbaixo” (1 Rs 21.27) “E buscou Davi a Deus pela criança; e jejuou Davi, e entrou, e passou a noite prostrado sobre a terra.” (2 Samuel 12,16) Davi quis transferir a pena que seria a morte da criança por seus jejum, mas Deus não aceitou. “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todos os pecados.” (Prov. 10,12) E há uma citação sobre o Grande Dia: “Em toda a terra - oráculo do Senhor - dois terços dos habitantes serão exterminados e um terço subsistirá. Mas farei passar este terço pelo fogo; purificá-lo-ei como se purifica a prata, prová-lo-ei como se prova o ouro. Então ele invocará o meu nome, eu o ouvirei, e direi: Este é o meu povo; e ele responderá: O Senhor é o meu Deus.” (Zac 13, 8-9) Onde há menção de sangue aqui? E como não há purificação sem haver sangue se Jesus diz: "Dai, porém, de esmola o que está dentro do copo e do prato, e eis que todas as coisas vos serão limpas" (Lc 11,41) Para mais é só ler a resposta número 4. 11. “O sacrifício pelo pecado deve ser sem pecado! Como que um homem vai fazer sacrifício por ele mesmo se ele tem pecado?” Besteira! O que se sacrifica deve ser sem o pecado que o faz realizar o sacrifício. A culpa já está perdoada, o que se faz é cumprir a pena. No Antigo Testamento pessoas ofereciam sacrifícios (não de animais) a Deus por seus próprios pecados: “Seu marido pode ratificar ou anular todo voto ou todo juramento que ela tiver feito para se mortificar.” (Números 30,14) “Quando chorei e castiguei com jejum a minha alma, isto se me tornou em afrontas.” (Salmo 68,11 e Salmo 69, 11 na Bíblia Protestante) Lemos mais no Novo Testamento: “... mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.” (Romanos 8:13) Paulo é claro para vivermos (se refere à vida eterna) temos que mortificar nossos corpos, pois Já mostrei abundantes passagens bíblicas sobre a pena temporal, essas só são mais algumas. 12. “No Antigo Testamento é dito sessenta e duas vezes que os animais oferecidos deviam ser sem máculas, que significa sem... sem o pecado.” Os animais oferecidos no Antigo Testamento deviam ser sem doenças e é isto que a Bíblia chama de mácula nesse caso e não pecados, pois animais não têm pecados. A mácula figurava pecado nesse caso. Eles deviam ser puros porque representavam Cristo. Todos eles figuravam o Santo que viria pagar por nossos pecados, por isso que João Batista diz: “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1,29). Isso não significa que todos aqueles que queiram se penalizar por seus pecados terão que ser santo, pois a relação dos animais de outrora é com um santo que viria no tempo futuro. Interpretar que só santo pode ser penalizado ou se penalizar pelo pecado é ir contra várias passagens bíblicas que já citei. Passagens do AT que já passei: II Samuel, XII, 13-14; Deut 34, 1-5; Deut 32, 52; Provérbios 20, 30; Provérbios 11,31; Tb 12, 8-9; Jó 1, 5; II Reis 6,30; Judite 8,6; Daniel 9,3; 1 Rs 21.27; 2 Samuel 12,16; Prov. 10,12; Zac 13, 8-9; Números 30,14; Salmo 68,11, Etc. Passagens do NT que já passei: Lc 11,41; Lc 13,5; 1 Pedro 4, 8-9; 1 Pedro 4, 16-19; 1Cor 9,25-27; Hebreus 12,6-7; I Cor 3, 15; São Marcos 6,12; São Lucas 10,13; Tg 4.8; Romanos 8:13, etc. 13. “Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus”. (I Pedro 3,18), ou seja a céu e não ao purgatório” Ridículo! O purgatório serve para nos conduzir ao céu e é por isso que existe. Se Jesus nos conduz a possibilidade do purgatório já nos conduz aí a Deus. REFUTAÇÃO DA PARTE 2 DO VÍDEO 1. “A idéia do purgatório, um lugar fictício (sic!) de purificação foi inventada pelo Papa Gregório, o Grande, em 593” Para dar fim a essa teoria, que é, por sinal, um atentado histórico, basta analisarmos além das passagens bíblicas passadas na resposta número um, as citações dos cristãos primitivos e mesmo de pouco depois. "Ao fazerdes as vossas comemorações, reuni-vos, lede as Sagradas Escrituras... tanto em vossas assembléias quanto nos cemitérios. O pão duro que o pão tiver purificado e que a invocação tiver santificado, oferecei-o orando pelos mortos" (Didaqué (ou doutrina dos 12 apóstolos) séc I) Atos de Paulo e Tecla (160): "E após a exibição, Trifena novamente a recebeu. Sua filha Falconila havia morrido e disse para ela em sonhos: 'Mãe: deverias ter esta estrangeira, Tecla, como a mim, para que ela ore por mim e eu possa ser levada para o lugar dos justos" (Atos de Paulo e Tecla) Clemente de Alexandria (150 – 215): "Através de grande disciplina o crente se despoja das suas paixões e passa a mansão melhor que a anterior; passa pelo maior dos tormentos, tomando sobre si o arrependimento das faltas que possa ter cometido após o seu batismo. Então, é torturado mais ao ver que não conseguiu o que os outros já conseguiram. Os maiores tormentos são atribuídos ao crente porque a justiça de Deus é boa e sua bondade é justa; e estes castigos completam o curso da expiação e purificação de cada um" (Stromata 4,14).[6] "Porém, nós dizemos que o fogo santifica não a carne, mas as almas pecadoras; referindo-se não ao fogo comum, mas o da sabedoria, que penetra na alma que passa pelo fogo" (Stromata 8,6). Santa Perpétua (+ 203): "Imediatamente, nessa mesma noite, isto me foi mostrado em uma visão: eu vi Dinocrate saindo de um lugar sombrio, onde se encontravam também outras pessoas; e ele estava magro e com muita sede, com uma aparência suja e pálida, com o ferimento de seu rosto quando havia morrido. Dinocrate foi meu irmão de carne, tendo falecido há 7 anos de uma terrível enfermidade... Porém, eu confiei que a minha oração haveria de ajudá-lo em seu sofrimento e orei por ele todo dia, até irmos para o campo de prisioneiros... Fiz minha oração por meu irmão dia e noite, gemendo e lamentando para que [tal graça] me fosse concedida. Então, certo dia, estando ainda prisioneira, isto me foi mostrado: vi que o lugar sombrio que eu tinha observado antes estava agora iluminado e Dinocrate, com um corpo limpo e bem vestido, procurava algo para se refrescar; e onde havia a ferida, vi agora uma cicatriz; e essa piscina que havia visto antes, vi que seus níveis haviam descido até o umbigo do rapaz. E alguém incessantemente extraía água da tina e próximo da orla havia uma taça cheia de água; e Dinocrate se aproximou e começou a beber dela e a taça não reduziu [o seu nível]; e quando ele ficou saciado, saiu pulando da água, feliz, como fazem as crianças; e então acordei. Assim, entendi que ele havia sido levado do lugar do castigo" (Paixão de Perpétua e Felicidade 2,3-4) "A esposa roga pela alma de seu esposo e pede para ele refrigério, e que volte a reunirse com ele na ressurreição; oferece sufrágio todos os dias aniversários de sua morte". (Tertuliano (220)) "Durante a morte e o sepultamento de um fiel, este fora beneficiado com a oração do sacerdote da Igreja". (Tertuliano (220)) Orígenes (231 – 253): "Pois se sobre o fundamento de Cristo contruístes não apenas ouro e prata mas pedras preciosas e ainda madeira, cana e palha, o que esperas que ocorra quando a alma seja separada do corpo? Entrarias no céu com tua madeira, cana e palha e, deste modo, mancharias o reino de Deus? Ou em razão destes obstáculos poderias ficar sem receber o prêmio por teu ouro, prata e pedras preciosas? Nenhum destes casos seria justo. Com efeito, serás submetido ao fogo que queimará os materiais levianos. Para nosso Deus, àqueles que podem compreender as coisas do céu, encontrase o chamado 'fogo purificador'. Porém, este fogo não consome a criatura, mas aquilo que ela construiu: madeira, cana ou palha. É manifesto que o fogo destrói a madeira de nossas transgressões e logo nos devolve o prêmio de nossas grandes obras" (P.G. 13, col. 445,448). São Cipriano ( 249): “…uma coisa é penar muito tempo e purificar-se nas chamas do Purgatório e outra coisa é ter removido todos os pecados, pelo martírio”.[1] (Na luz Perpétua, 5ª. ed., J. B. Lehmann, Ed. Lar Católico, MG,1959). "Levemos-lhe socorro e celebremos a sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelos sacrifícios de seu pai (Jó 1,5), porque duvidar ue as nossas oferendas em favor dos mortos lhes leva alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer as nossas orações por eles." (Hom. 1Cor 41,15) (São João Crisóstomo (349/407)) Albércio (segunda metade do séc. II e início do séc III): "Cidadão de pátria ilustre, / Construí este túmulo durante a vida, / Para que meu corpo - num dia - pudesse repousar. / Chamo-me Abércio: / Sou discípulo de um Santo Pastor, / Que apascenta seu rebanho de ovelhas, / Por entre montes e planícies. / Ele tem enormes olhos que tudo enxergam, / Ensinou-me as Escrituras da Verdade e da Vida / [...] / Eu, Abércio, ditei este texto / E o fiz gravar na minha presença / Aos setenta e dois anos. / O irmão que o ler por acaso / Ore por Abércio." (Epitáfio de Abércio). Só estes já bastam. Eu poderia mencionar muitas outras referências, como: Lactâncio (250 – 317), Efrém da Síria (306 – 373), Basílio Magno (330 – 379), Cirilo de Jerusalém (313 – 386), Epifânio de Salamina (315 – 367), Gregório de Nissa ( 331 (?) – 394), Santo Agostinho (354 – 430). Qualquer livro sério que faz um estudo sobre as citações patrísticas sobre o purgatório, botará a do Papa Gregório em último ou pelo últimos entre os Pais da Igreja. 2. “Houve uma certa relutância em acertar a idéia já que contradizia as Escrituras e por isso o purgatório, ele não tornou-se um dogma católico oficial, senão cerca de 850 anos mais tarde no Concílio de Florença em 1439.” A protestante erra quando diz que o purgatório tornou-se dogma só em 1439 no Concílio de Florença, pois não foi nesse concílio e sim no Segundo Concílio de Lyon que foi em 1274. Onde diz: “Porque se eles morrem na caridade verdadeiramente arrependidos antes que eles tenham feito satisfação através de dignos frutos de penitência pelos pecados cometidos e omitidos, suas almas são purificadas depois da morte por punições purgatoriais ou depurantes…” (Denzinger 464) O tempo decorrido para tornar-se dogma não prova e nem evidencia que houve qualquer oposição. Na história da Igreja os dogmas sempre foram promulgados de acordo com a necessidade precisa. Aliás, para a autora afirmar que houve certas “relutâncias”, ela teria que trazer fontes para isso. Eu trouxe não menos de 16 citações dos Pais da Igreja para mostrar que os cristãos sempre creram no purgatório, ela faz essa afirmação e não dá nenhuma referência para comprovar a veracidade. Então, mostre-me registros de cristãos se opondo a qualquer tentativa de um Papa de tornar o purgatório dogma. Tertuliano e a Didaqué são bem claros era prática desde o início e até feito pelo sacerdote. É tão falso dizer que haveria qualquer relutância, pois a própria Missa do Sétimo Dia remonta o século V. O tempo que leva para ser reconhecido como dogma, não implica que antes disso não era fé da Igreja. A infalibilidade Papal sempre foi crido pela Igreja, os Pais da Igreja sempre pregaram e está até no Credo implicitamente “Creio na Igreja Católica...”, mesmo assim só se tornou dogma no Concílio Vaticano I (1869 – 1870) Sobre a Imaculada Conceição, por exemplo, foi algo sempre crido na Igreja, já no século VII se celebrava a festa litúrgica da Conceição de Maria e mesmo assim só foi virar dogma em 1854. Na liturgia de Tiago menor, o apóstolo, já se chamava Maria de Imaculada, na liturgia de Marcos, o apóstolo, também. Então, é claro que a Igreja sempre acreditou nisso, apesar de o dogma ter sido promulgado só em 1854. Em relação à Assunção de Maria, foi algo sempre crido na Igreja, no Sínodo de Mainz, 813, Carlos Magno introduziu a festa da Assunção de Maria ao Céu e foi autorizado pela Igreja, mesmo assim a Assunção de Maria só foi virar dogma não mais cedo que 1950. Por todos os exemplos dados e pela carência de embasamento para sua afirmação fica derrubada sua teoria. 3. “Até hoje ameaças do purgatório pairam sobre os católicos que acabam dando ofertas repetidas à Igreja em troca de sua ajuda para retirá-los daquele lugar de tormento” Mais pérolas! Essa teoria da conspiração chega ser engraçada. Desde o tempo de Lutero as indulgências poderiam ser por dinheiro ou não, se penitenciava com atos caridosos e orações também. Hoje em dia os padres, como penitência, normalmente, mandam rezar alguns pais nossos. Sem falar que as indulgências em esmolas de outrora serviram para a construção da Basílica de São Pedro e não para enriquecimento da Igreja. E ninguém tem medo do purgatório, temos medo do inferno. Como disse o Papa Bento XVI: “Isso é o purgatório, um fogo interior" 4. “Mesmo assim a Igreja jamais pôde definir quanto tempo é abreviado pelos meios que ela oferece” Vejo que a autora não entende nada das indulgências que deve ser o que se referes. A indulgência é a remissão parcial ou TOTAL dos castigos temporais. Quem recebeu indulgência parcial e morre terá que purgar o que ainda tiver para ser limpo. A Igreja nunca fez nenhuma definição de quanto tempo abreviaria as indulgências cumpridas por seus fiéis, pois isso depende de cada alma, quantas penas ainda necessitam. O que a Igreja diz é que por essa indulgência (caso não pecar mais) você não irá ao purgatório (no caso a total) ou por essa indulgência você já pagou por esse pecado e pagará, caso morra, no purgatório os que restaram. 5. “É muita tolice acreditar que é possível ser liberto do purgatório por uma Igreja que nem sabe quanto tempo deve-se ficar lá.” Acho que você quis dizer que é tolice acreditar que é possível ser liberto da pena que pagaria no purgatório. Eu não vejo tolice nisso, eu vejo que é justo. Está mais do que claro que devemos pagar por nossos pecados, já passei inúmeras passagens. Lembrando, então, que devemos pagar todos nossos pecados, se alguém morre arrependido, mas sem pagar pelo seu pecado é óbvio que deve pagar o que falta. E como disse o tempo que alguém ficará lá depende de qual a dimensão que tem que purgar. Quando Davi disse que fez jejum como castigo, era óbvio que o fez na proporção de seu pecado (Cf. Salmo 68,11) 6. “Nem a palavra purgatório, tampouco a palavra do purgatório podem ser encontrado em parte alguma da Bíblia.” Apenas repetição. Na resposta número um eu dou várias passagens que deixam clara a idéia do purgatório. A palavra “Trindade” não existe na Bíblia e apesar disso os protestantes crêem em sua realidade. Ora, não devemos nos apegar a termos e sim nas realidades que constam na Bíblia. A realidade do purgatório e da trindade há na Bíblia, as duas palavras para designá-los assim, não. 7. “O apologista “?” admite que a doutrina não é estabelecida explicitamente na Bíblia” Certamente, o apologista quis dizer que está, então implicitamente na Bíblia, mas nisso que ele tem como implícito são as idéias fundamentais de sua existência. Não está explicitamente estabelecida à doutrina da Trindade, está implicitamente. Explicitamente estaria se estivesse escrito: “Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas distintas, mas com mesma essência, natureza”, como não está isso, mas passagens que nos levam a esse raciocínio estão então implicitamente.. Mas de qualquer forma existem várias coisas que não estão explicitamente na Bíblia, exemplos: a mudança do sábado para o domingo como sagrado; duas naturezas de Cristo. A própria Bíblia diz que nem tudo está nela: Jo 20,30-31 ; 21,25; At 1,3; 2Jo 1,12; 3Jo 1,13-14; 2Tm 2,2; 2Ts 2,15 e que devemos seguir as tradições: 2Ts 2,15; 2Tm 2,2; 1Tm 6,20; At 2,42; At 16,4 8. “O único livro citado como suporte ao purgatório é um livro... apócrifo de II Macabeus.” Mentira! É só ler os concílios que falam do purgatório para ver que não só esse livro é citado, mas também outros. Na resposta eu citei vários versículos. A autora do vídeo não tem nenhuma autoridade para julgar um livro como apócrifo ou não. Quais seriam os critérios dela? Na resposta número um eu já provei que II Macabeus é divinamente inspirado usando um livro aceito em comum (Hebreus). 9. “Existem três problemas óbvios com relação a esse versículo [de II Macabeus]. Em primeiro lugar não há sequer um exemplo em toda Bíblia de alguém orando pelos mortos.” Segundo a autora do vídeo se uma prática está em só um livro e não em outros da Bíblia (o que não é o caso da oração pelos mortos) isso quer dizer que essa prática é errada? Citar-Lhe-ei várias práticas e crenças que estão em só um livro na Bíblia e não em outros. a. “Que oferta expiatória, perguntaram eles, devemos fazer? Responderam: Cinco tumores de ouro e cinco ratos de ouro, conforme o número dos príncipes dos filisteus, porque foi essa a praga que vos feriu a vós e aos vossos príncipes.” (I Samuel 6,4) Os filisteus, como oferta expiatória, fizeram cinco objetos de ouro que representavam a parte de seu corpo ferida pela praga enviada, e também cinco ratos de ouro, todos colocados junto com a Arca da Aliança, em cima de um carro de boi, a entregando aos judeus. E Deus aceitou a oferta, curando-os. Onde está em toda Bíblia uma oferta como tal? Não estando à prática dos filisteus foram erradas mesmo Deus aceitando? Não estando quer dizer I Samuel é um livro apócrifo? b. “Disse-lhe então a mulher: A quem evocarei? Evoca-me Samuel. E a mulher, tendo visto Samuel, soltou um grande grito: Por que me enganaste?, disse ela ao rei. Tu és Saul! E o rei: Não temas! Que vês? A mulher: Vejo um deus que sobe da terra. Qual é o seu aspecto? É um ancião, envolto num manto. Saul compreendeu que era Samuel, e prostrou-se com o rosto por terra. Samuel disse ao rei: Por que me incomodaste, fazendo-me subir aqui? Estou em grande angústia, disse o rei. Os filisteus atacam-me e Deus se retirou de mim, não me respondendo mais, nem por profetas, nem por sonhos. Chamei-te para que me indiques o que devo fazer.” (I Samuel 28, 11-15) Qual outro livro da Bíblia fala de morto voltando a terra por evocação de uma necromante? Mais um motivo para I Samuel não ser inspirado? c. “E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.” (II Reis 2,11) Onde está em qualquer outro livro bíblico que redemoinho pode levar alguém ao céu? 2 Reis não é inspirado por isso? O que é relatado foi falso por isso? A não ser que consideres Eclesiástico inspirado, pois está nele: “Elias foi então arrebatado em um turbilhão, mas seu espírito permaneceu em Eliseu. Nunca em sua vida teve Eliseu medo de um príncipe; ninguém o dominou pelo poder.” (Eclesiástico 48,13) d. “Vendo-o, pois, os filhos dos profetas que estavam defronte em Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vieram-lhe ao encontro, e se prostraram diante dele em terra.” (2 Reis 2,15) Onde está em qualquer outro livro bíblico que o espírito de alguém pode pousar em outro através de um pedido? 2 Reis não é inspirado por isso? O que é relatado foi falso por isso? e. “Ora, aconteceu que um grupo de pessoas, estando a enterrar um homem, viu uma turma desses guerrilheiros e jogou o cadáver no túmulo de Eliseu. O morto, ao tocar os ossos de Eliseu, voltou à vida, e pôs-se de pé.” (II Reis 13,21) Onde está escrito em qualquer outro livro bíblico que um morto no contato com ossos de um santo pode ressuscitar? 2 Reis não é inspirado por isso? O que é relatado foi falso por isso? Só esses cinco exemplos já bastam. Poderia citar dezenas de outros. Não é por que uma crença ou prática está contida em um só livro da Bíblia que ela será falsa ou que tenhamos que considerar o livro então como apócrifo. Apesar de todas as citações e argumentos dados, eu não precisaria fazer isso, pois há outros livros que falam da oração pelos mortos. “Quando tu oravas com lágrimas e enterravas os mortos, quando deixavas a tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa durante o dia, para sepultá-los quando viesse a noite, eu apresentava as tuas orações ao Senhor.” (Tob 12,12) “O Senhor lhe conceda - (a Onesíforo que já era morto) - que naquele dia ache misericórdia diante do Senhor. E, quanto me ajudou em Éfeso, melhor o sabes tu." (2 Timóteo 1, 18) 10. A Bíblia é bem claramente em Hebreus 9, 27: “E assim como aos homens está ordenado a morrerem uma só vez vinda depois disso o juízo” Ir para o purgatório faz parte do juízo. 11. “Em segundo lugar, as pessoas quem o versículo de Macabeus se refere eram culpadas de idolatria” Lemos que foram encontrados ídolos nas túnicas dos soldados mortos, isso não significa que eles na batalha praticavam o pecado, muito pelo contrário, eles morreram servindo a Javé. Judas e os judeus reconheceram que eles foram mortos por conta do pecado, isso se chama a pena temporal que tanto falo. Por estarem lutando em nome e pela vontade de Javé é óbvio que tinham se arrependido da idolatria. Tanto é que no verso 45 está dito que morreram piedosamente. Se morreram praticando o pecado ou sem arrependimento como poderia ter morrido “piedosamente”? Ainda está escrito: “em oração, para implorar-lhe o perdão completo do pecado cometido” (v. 42) Logo, eles acreditavam que um perdão parcial já tinha sido dado, isso não seria possível se não tivessem se arrependido. 12. “Finalmente o próprio livro de Macabeus disse que não tinha profetas naqueles tempos e portanto havia cessado a inspiração divina” E quem disse que só profetas podem ser inspirados a escrever livros sagrados? Isso não se encontra na Bíblia. Admira-me uma protestante, defensora da Sola Scriptura, defender isso se isso não se encontra na própria Bíblia. O fato de não haver profetas não impede que tenha havido homens usados por Deus. O próprio livro de Macabeus diz que Deus estava com eles. E onde está escrito que Lucas, Mateus, Marcos, Pedro, Paulo, etc. eram profetas? 13. “Por isso os dois livros de Macabeus podem ser considerados, na melhor das hipóteses, como livros históricos...” Logo, terás que aceitar que o sacrifício pelos mortos era uma prática entre os judeus daquele tempo. 14. "Agora eu me regozijo nos meus sofrimentos por vós, e completo, na minha carne, o que falta das tribulações de Cristo" (Colossenses 1, 24). Essa passagem não pode ser usada como prova cabal que devemos ser penalizados por nossos pecados. Não é só para pagar pecados que podemos sofrer, um exemplo disso é quando sofremos para com isso ficarmos mais fortes ou Deus impondo sofrimento para testar-nos. Mas isso não quer dizer que Paulo seja contra os devidos castigos pelos pecados, pois ele mesmo diz em Romanos 8, 13: “... mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.” Ao resto da parte 2 do vídeo a autora passou versículos que nem eu tenho como referências ao purgatório, então não tenho o que refutar. Só um exemplo das citadas: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” (Romanos 8, 18) Nunca vi, por sinal, alguém dizer que isso se refere ao purgatório. Ela disse que certamente nisso não há menção ao purgatório, eu concordo. REFUTAÇÃO DA PARTE 3 (FINAL) DO VÍDEO 1. Tiago diz que o menor pecado torna o pecador culpados de todos. Tiago 2, versículo 10” Mentira! Tiago não disse isso. Na verdade ele disse: “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.” Isso quer dizer que quem não segue uma lei bíblica, está dispensando todas as leis da mesma, não há, portanto nenhum valor a guarda do resto. É claro que isso não se aplica ao pecado. Se a autora quer vir com teoria que todos os pecados são iguais vou logo refutando (ela não deixa claro isso): Cristo para Pilatos: “aquele que me entregou a ti cometeu pecador maior” (Jo 19.11) “E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo nem no mundo vindouro” (Mt 12, 32) Então existem pecados que levam a morte e outros não. E ainda João diz: “Se alguém vir que o seu irmão comete um pecado que não leva à morte, peça, e darlhe-á vida. Não me refiro aos que cometem um pecado que não leva à morte; é que existe um pecado que conduz à morte; por esse pecado não digo que se reze. Toda a iniquidade é pecado, mas há pecados que não conduzem à morte.” (1 Jo 5, 16-17) 2. “Porque qualquer pecado é rebelião contra Deus que separa de Deus por toda eternidade” Errado. Lemos: "O Justo peca sete vezes ao dia" (Prov 24, 16) Se mesmo pecando é justo, logo não irá ao inferno por esses pecados. Se o pecado não faz perder sua justiça, não irá ao inferno. Essa passagem eu já tinha passado. Têm outras que passei como a da resposta anterior, pecados que não levam a morte eterna de João. O próprio Cristo deixou implícito que há pecados que podem ser perdoados no mundo vindouro (Cf. Mt 12, 32) 3. “No ensino sobre o purgatório vemos mais uma vez que o católico não aceita a salvação pela graça de Deus” Infelizmente a autora está só repetindo seus argumentos. Repetirei o que disse anteriormente já que é assim: “E ninguém está se desfazendo da redenção seja na Antiga ou Nova Aliança com essa fé, pois a penitência encontra sua força da paixão de Cristo e só por Ele ter morrido por nós é que a penitência vale alguma coisa.” “Os nossos sofrimentos em união com o Dele têm capacidade de purgar os nossos pecados. Bem como disse Pedro: "Na medida em que participais dos sofrimentos de Cristo, alegrai-vos, para que, na manifestação de sua glória, vos alegreis também e exulteis" (1Pd 4,13). O sacrifício expiatório de Cristo teve força não só para os pecados passados, mas para também os do presente e futuro. Vejamos de que modo, com a palavra São Tomás de Aquino: “Ora, isso se dá pelo batismo, pela penitência e pelos demais sacramentos, que buscam seu poder na paixão de Cristo. Ora, a fé com o qual nos purificamos do pecado não é uma fé informe, que pode existir até com o pecado; mas é uma fé formada pelo amor; assim, a paixão de Cristo nos será aplicada, não apenas em nossa mente, mas também em nossos afetos. E também por esse modo, perdoam-se os pecados, pela força da paixão de Cristo.” “Passagens do Antigo Testamento que vão contra sua interpretação de 1 Jo 1, 7: II Samuel, XII, 13-14; Deut 34, 1-5; Deut 32, 52; Provérbios 20, 30; Provérbios 11,31; Tb 12, 8-9; Jó 1, 5, etc. Argumento que isso foi só na Antiga Aliança, pois Cristo não tinha sofrido por nós ainda não é verdadeiro, pois Cristo também purgou os pecados dos antigos. Além disso, não trataria eles desigualmente ao que nos trataria no futuro, ou seja nos dando vantagens. Passagens do Novo Testamento que vão contra sua interpretação de 1 Jo 1, 7: Lc 11,41; Lc 13,5; 1 Pedro 4, 8-9; 1 Pedro 4, 16-19; 1Cor 9,25-27; Hebreus 12,6-7; I Cor 3, 15; São Marcos 6,12; São Lucas 10,13; Tg 4.8, etc.” Só para acrescentar: Na cruz Jesus pagou o preço por nossos pecados, nas penitências, este mesmo benefício da cruz nos é aplicado, pois sem sua morte não teria valor. Em outras palavras: Jesus gratuitamente morreu na cruz para que não precisássemos ir ao inferno e sofrer eternamente como seria caso se Ele, por livre vontade, não tivesse vindo nos salvar, por essa mesma morte Ele agora nos deu chance, e fez valer a dos antigos, de que as nossas penitências sirvam para a nossa salvação e isto é por força de sua paixão. 4. “Embora o catolicismo afirme que a salvação ocorre somente por causa da graça através da fé, ele declara que as boas obras, ao invés da Graça de Deus operadas em cada indivíduo são essenciais para a salvação. Que frase bem contraditória! Segundo o ver da autora o catolicismo afirma ou não que somos salvos somente pela graça? Ela diz primeiro: “o catolicismo afirme que a salvação ocorre somente por causa da graça” e depois continua: “ele declara que as boas obras, ao invés da Graça de Deus operadas em cada indivíduo são essenciais para a salvação.” Que coisa bem antagônica! Vou explicar: O catolicismo afirma que a salvação se dá somente pela graça através da fé e das obras. Tiago também acreditava nisso, pois diz: Tiago 2,24, "Vedes então que é pelas obras que o homem é justificado, e não somente pela fé." Lemos no Concílio de Trento: “811. Cân. 1. Se alguém disser que o homem pode ser justificado perante Deus pelas suas obras, feitas ou segundo as forças da natureza, ou segundo a doutrina da Lei, sem a graça divina [merecida] por Jesus Cristo — seja excomungado. [cfr. n° 793 s]” Ou seja, não somos salvos pela fé ou pelas obras, ou ainda pelo conjunto de ambas, mas pela GRAÇA. Salvos pela graça, através, ou seja, por meio da fé e obras, mas não por elas por si só. Estou ficando cada vez mais repetitivo. Os leitores entenderão que eu não precisarei continuar a respostar para as visões da autora do vídeo, pois ela só está repetindo o que disse na primeira parte, portanto já está refutando acima. O fato dela na terceira parte do vídeo usar o tempo repetindo seus argumentos demonstra que já não tinha nada para falar, a não ser as mesmas asneiras, como, por exemplo, voltar com a teoria de que purgatório foi criado e ainda existe para encher o “bolso” da Igreja.