Everton Saulo Silveira Master Practitioner em Programação Neurolinguística Saber como funciona a mente do seu aluno vai ajudar você, professor, a planejar melhor suas aulas? O que é Programação Neurolingüística? A Programação Neurolingüística, também conhecida como PNL, foi criada nos E.U.A., na década de 70, por Richard Bandler, um matemático e perito em computadores, e por John Grinder, um lingüista especializado em Gramática Transformacional. O objetivo deles era descrever o funcionamento do cérebro de forma a poder explicar como fazem as pessoas consideradas modelos de excelência em determinada área ou habilidade. E eles conseguiram mostrar que para tudo o que fazemos possuímos um programa, numa analogia entre o cérebro humano e um computador, e que as pessoas consideradas excelentes possuem melhores programas, que podem ser descritos, ensinados e aprendidos por qualquer pessoa.(Essa técnica na PNL chama-se Modelagem) Desta forma, SE ALGO É POSSÍVEL A ALGUÉM, ENTÃO É POSSÍVEL A TODO O MUNDO, uma vez que todos nós possuímos o mesmo tipo de equipamento (hardware). Todavia, algumas pessoas não sabem explorar todo o potencial deste equipamento ou então possuem programas (softwares) defeituosos e ineficientes. Todos os recursos necessários para mudança você possui, basta tomar uma escolha ou aplicar técnicas que a PNL disponibiliza para qualquer pessoa. Bandler e Grinder observaram pessoas excelentes em diversas áreas e em seguida descreveram os programas utilizados por elas, denominados estratégias. Em seguida estas estratégias foram ensinadas a outras pessoas, as quais também foram capazes de apresentar resultados excelentes. Mas para chegar às estratégias, eles descreveram o funcionamento do cérebro quanto aos seus níveis subjetivos, transformando-os em objetivos. Observaram que toda informação que nos chega é recebida NEUROlogicamente, ou seja, através dos sentidos da visão, audição, paladar, olfato, tato e sensação. Além disso, nossa neurologia inclui também nossas reações fisiológicas diante de idéias e acontecimentos. Corpo e mente formam uma unidade inseparável. O que afeta a mente provoca mudanças no corpo e vice e versa. Em seguida, toda a informação recebida é codificada linguisticamente, sendo traduzida, categorizada, em sons, palavras, imagens, sensações/sentimentos, sabores, odores. A linguagem, portanto, é a forma que usamos para representar e organizar nossa experiência, nossa visão do mundo. A linguagem poderia ser comparada a um imenso arquivo onde cada palavra, cada som, sensação, sentimento, representa uma categoria, uma pasta do arquivo. Um programa fornece um caminho ao nosso sistema neurológico, indicando-lhe a direção a seguir, e este caminho é fortalecido pela prática e enfraquecido pela ausência desta. Vale ressaltar que nós possuímos programas para tudo, inclusive para nos sentirmos felizes ou tristes. Um exemplo extremo de um programa é a fobia (medos intensos, incontroláveis, geralmente desproporcionais aos elementos que os causam, como o medo de baratas, Everton Saulo Silveira Master Practitioner em Programação Neurolinguística ratos, medo de altura). Uma fobia também acontece através de um condicionamento, em que uma emoção intensa é associada a um objeto, animal ou situação, o qual, a partir de então, terá o poder de causar aquela emoção. Ao recebermos uma informação através de nossos olhos (visão) ou ouvido (audição) nosso cérebro, conforme nossa programação, ou seja, nossas experiências de mundo, crenças, valores, princípios que desde criança vem sendo construída em nossa mente, esta informação é arquivada em uma pasta escolhida pela nossa mente. Suponhamos que nossa mente escolheu a pasta ansiedade. Então toda vez que informações parecidas com a que presenciamos nesta situação ocorrer, sentiremos ansiedade. A PNL traz técnicas e recursos para você reprogramar este arquivo, mudando de ansiedade para a pasta tranqüilidade, onde toda vez que você ver ou ouvir a mesma informação ou experimentar uma semelhante sua mente estará programada para trazer tranqüilidade para você. O interessante que friso aqui é que em apenas uma sessão a PNL consegue este resultado. A Programação Neurolinguística aplicada à Educação Quando aplicada à educação, a PNL oferece ao professor, meios práticos para dinamizar a aula e despertar o interesse dos alunos. A aprendizagem torna-se mais fácil e natural; o ensino, mais espontâneo e motivador. Vamos entender como funciona a mente do aluno. Quando assiste aula, o estudante recebe informações de todo tipo, tanto visuais como auditivas. Elas se transformam em estímulos para o cérebro e circulam pelo córtex cerebral antes de serem arquivadas ou descartadas. Sempre que encontram um arquivo já formado (o tal conhecimento prévio) arrumam uma "âncora" para o seu armazenamento, fazendo com que no futuro ela seja resgatada mais facilmente. "É como se o recém-chegado fosse morar em uma nova casa, mas em rua conhecida". Quando essa informação é resgatada da memória, trilha os mais variados caminhos. Se eles já tiverem sido percorridos anteriormente, a recuperação de conhecimentos será simples e rápida. Agora, se essa informação já possui um bom tempo que não foi acessado a mente vai ter dificuldades em encontrar o caminho para chegar a esta informação. Por isso a necessidade de criar ganchos ou âncoras que ajudem o cérebro a lembrar o caminho. "Se o estudante não aprende um conteúdo é porque não encontrou nenhuma referência nos arquivos já formados para abrigar a nova informação e, com isso, a aprendizagem não ocorreu. Não adianta insistir no mesmo tipo de explicação". Cabe ao professor oferecer outras conexões, novas estratégias de comunicação. Como? Usando abordagens diferentes e estimulando outros sentidos. Daí a importância de investigar os conhecimentos prévios da turma, recordar conteúdos de aulas anteriores, para formar as “âncoras”, e dispor de diferentes estratégias de ensino. As pessoas possuem três tipos de canais sensoriais: visual, auditivo e cinestésico. Este último abrange o tato, paladar e olfato. Cada pessoa tende a desenvolver mais um canal sabendo que existem pessoas que desenvolvem dois ou, até mesmo, os três. O importante é estar ciente de que na sala de aula existem estudantes visuais, auditivos e Everton Saulo Silveira Master Practitioner em Programação Neurolinguística cinestésicos, ou seja, alguns preferem aprender pelo canal visual e outro pelo cinestésico ou auditivo. Sabendo disso, os professores devem preparar suas aulas de forma que atinja tanto um quanto os outros. Na PNL ensinamos técnicas para os profissionais da área de ensino detectarem o canal que o estudante está usando naquele determinado momento, ou qual seu canal preferencial que seu cérebro escolheu para desenvolver e captar com mais eficiência as informações de mundo. A informação captada transita pelos neurônios, células nervosas semelhantes a árvores sem folhas: os galhos seriam os dendritos; o tronco, o axônio; e as raízes, os terminais pré-sinápticos. Eles criam emaranhados de caminhos que se orientam em diversas direções. Quando os galhos de uma célula encontram-se com as raízes de outra forma-se uma sinapse, local de comunicação entre os neurônios e unidade elementar de armazenamento da memória. Lá acontece síntese de proteínas, trocas elétricas e ativação de genes que provocam o armazenamento da informação. Quanto mais conexões, mais memória. Cada neurônio pode se comunicar com até outros mil. Como o ser humano tem de 10 bilhões a 100 bilhões dessas células, é possível haver até 100 trilhões de conexões sinápticas. Pode ser algo que a pessoa ouviu, ou sentiu, mas vamos usar o canal visual. Uma imagem, por exemplo, é captada pelos olhos e segue pelo nervo óptico — formado por neurônios — até a parte posterior do cérebro, chamada occipital. Ela é desmembrada em formas, cores, movimentos e outros dados que a compõem formando o que chamamos de imagens internas utilizada pelas pessoas para facilitar a lembrança posterior desta informação. Ao receber esta imagem, o cérebro cria uma conversa internamente (com ele mesmo) e depois uma sensação transformada em emoção gerando assim um comportamento no indivíduo. Um exemplo: Uma pessoa viu algo que para ela é preocupante e logo fica ansiosa. Como isso acontece: Ao ver (canal visual), essa informação é arquivada nas pastas e sua mente usa a linguagem para gerar um significado para aquilo. Então a pessoa fala consigo mesma, criando assim, um estado emocional de ansiedade. Se a pessoa não se controlar ou não aplicar nenhuma técnica para desfazer essa programação, este estado emocional cria um comportamento (ação), seja movimentos no corpo de inquietação, ou dores abdominais, mal estar, dentre outros que afetam o equilíbrio do indivíduo. Tudo isso formado por algo que a pessoa viu, onde o canal de entrada da informação que causou a ansiedade foram os olhos (visual). Então entendemos que a raiz deste problema é aquilo que a pessoa viu, mas não objetos, animais, pessoas e sim a qualidade com que ela percebeu esta informação. Chamamos na PNL de quociente(claro ou escuro, focado ou aberto, limpo ou distorcido, alto ou baixo, quente ou frio?). E assim por diante. Uma notícia boa é que a PNL possui instrumentos para reprogramar esse acontecimento em seu cérebro mudando de ansiedade para tranqüilidade, ou calma. A técnica aplicada reprograma o cérebro para quando ele ver a mesma situação a mente arquive nas pastas de tranqüilidade e não de ansiedade. Ao invés de, a pessoa conversar consigo mesma gerando o estado emocional de ansiedade, ela conversa consigo mesma ressignificando (dar um novo significado) àquela informação de forma a ser agradável a ela, que traga confiança ao invés de ansiedade, calma ao invés de nervosismo. Dessa forma conseguimos alterar os estados emocionais das pessoas com apenas uma sessão. Fantástico não é? Everton Saulo Silveira Master Practitioner em Programação Neurolinguística Criando elaborações mentais O cérebro funciona em módulos cooperativos, que se ajudam na hora de recuperar informações. Quanto mais caminhos levarem a elas, mais fácil será o "resgate". Exemplo: se um conceito estiver conectado simultaneamente a uma imagem e a um som, pelo menos três áreas diferentes do cérebro trabalharão para recuperá-lo. Por isso, inventar uma imagem simbólica — associar conceitos a formas, palavras a sons, cores a significados e assim por diante — é um hábito extremamente saudável. "Sair do concreto faz com que determinada informação seja guardada sob várias chaves, como se fossem fichas de armazenamento, facilitando a consulta", destaca Jiitka Soskova, psicóloga checa especialista em inteligência artificial. As fórmulas mnemônicas (criação de letra para música conhecida, versinhos rimados, frases engraçadas) são outros exemplos de associações que levam à memorização. Ofereça esses mecanismos e estimule cada aluno a criar as próprias associações para os conteúdos que devem ser armazenados. O papel da emoção Os sentimentos regulam e estimulam a formação e a evocação de memórias. São eles que provocam a produção e a interação de hormônios, fazendo com que os estímulos nervosos circulem mais nos neurônios. Graças a esse fenômeno cerebral é mais fácil para uma criança lembrar-se do processo de fotossíntese se ligar esse conteúdo de Ciências a uma planta que tem em casa ou à árvore em que costuma subir quando está em férias na casa da vovó. Memória inconsciente Algumas lembranças ficam "escondidas" porque estamos expostos a mais informações do que conseguimos guardar. Aparentemente perdidas, elas ficam num lugar do cérebro chamado inconsciente. Ninguém sabe explicar exatamente por que, mas elas voltam à consciência sem que o indivíduo controle. Pesquisas mostram que isso sempre ocorre em alguma circunstância especial, quando algum fato ou informação evoca lembranças que se julgavam perdidas ou você se depare com algo, seja objeto, cheiro, pessoa que traga à sua memória um semelhante presenciado quando criança ou a muito tempo atrás. Bibliografias - BANDLER, Richard. Usando sua Mente: As coisas que você não sabe que não sabe. São Paulo: Summus, 1987. - BERNARDES, Sirlei. Acorda Professor – PNL na Arte de Educar. Campinas: Komedi, 2003. - DILTS, Robert B. A estratégia da genialidade, vol. I. São Paulo: Summus, 1998. - DILTS, Robert B; EPSTEIN, Todd A. Aprendizagem Dinâmica – Vol. I. São Paulo: Summus, 1999. Aprendizagem Dinâmica – Vol. II. São Paulo: Summus, 1999. Enfrentando a Audiência. São Paulo: Summus, 1997. - GRINDER, John; BANDLER, Richard. Atravessando: passagens em psicoterapia. São Paulo: Summus, 1984. - O’CONNOR, Joseph. Manual de Programação Neurolingüística. Rio de Janeiro: Qualitymark: 2004. - O’CONNOR, Joseph; SEYMOUR, John. Treinando com a PNL. São Paulo: Summus, 1996. - Introdução à Programação Neurolingüística. São Paulo: Summus, 1995.