Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Mestrado em Gestão de Empresas Politica Económica Evolução do desemprego em Portugal Ano 2000-2011 Trabalho realizado por: 21103077, Gisela Mazivila 21107543, Welinton Neves 1 Índice Introdução______________________________________________________ 2 1. Desemprego e o Sobreendividamento________________________________ 3 1.1 Desemprego natural _____________________________________________3 1.2 Desemprego estrutural_____________________________________________3 1.3 Desemprego conjuntural__________________________________________ 5 1.4 Desemprego friccional___________________________________________ 6 2. Principais causas do desemprego___________________________________ 6 2.1 Baixa qualificação do trabalhador___________________________________ 6 2.2 Substituição de mão-de-obra por máquinas___________________________ 6 2.3 Crise económica_________________________________________________ 7 2.4 Custo elevado (impostos e outros encargos) ___________________________ 7 2.5 Factores Climáticos_______________________________________________ 7 3. Situação de desemprego em Portugal________________________________ 8 3.1 Mercado de trabalho_____________________________________________ 8 4. O desemprego num contexto de crise financeira________________________ 8 5. Causas do desemprego em Portugal________________________________ 11 5.1 Factores económicos__________________________________________ 12 5.2 Factores demográficos_________________________________________ 12 5.3 Reconversão tecnológica_______________________________________ 12 5.4 Obsolescência das qualificações_________________________________ 12 5.5 Desindustrialização___________________________________________ 13 5.6 Desregulação do mercado laboral________________________________ 13 6. Consequências do desemprego em Portugal_________________________ 13 6.1 Perda de liberdade e exclusão social______________________________ 13 6.2 Perda de qualificações e danos de longo prazo_______________________ 14 6.3 Desigualdade racial e de género__________________________________ 14 6.4 Perda de valores sociais e responsabilidade_________________________ 14 6.5 Inflexibilidade organizacional e conservantismo técnico_______________ 15 Conclusão_____________________________________________________ 16 Bibliografia e sites de pesquisa_____________________________________ 18 2 Neste trabalho iremos abordar a questão da evolução do desemprego em Portugal no período de 2000 a 2011, isto é após a sua adesão ao Euro, abordaremos também os seus factores e consequências Para falarmos deste tema começaremos por dizer o que é o desemprego, quais os tipos de desemprego que existem e quais as suas causas e também abordaremos um pouco sobre o processo do mercado de trabalho. Uma vez que este trabalho ira abranger o período após a adesão de Portugal ao Euro iremos falar sobre a sua influência na evolução do desemprego. Desemprego “O desemprego ocorre quando um trabalhador é demitido ou entra no mercado de trabalho (está a procura de emprego) e não consegue uma vaga de trabalho. É uma situação difícil para o trabalhador, pois gera problemas financeiros e, em muitos casos, problemas psicológicos (depressão, ansiedade, etc.) no trabalhador e em sua família. (http://www.suapesquisa.com/economia/causas_desemprego.htm) Desemprego corresponde ao termo usado para indicar a parcela da força de trabalho disponível que se encontra sem emprego. 3 Desemprego e o Sobreendividamento Com a abertura do mercado de crédito aos consumidores em Portugal, multiplicaram-se as formas de concepção de crédito, por parte das Instituições financeiras, cada vez mais competitivas e evolutivas num mercado cada vez mais transaccionável, inovador e diferenciado, o que permitiu o progresso de instabilidade financeira, por parte das famílias, que se tornaram em alvos fáceis de endividamento. Ao mesmo tempo que o crédito permite às famílias, dispor de um capital que não próprio imediatamente, também significa que se está a criar uma penhora futura, sem que, muitas vezes as próprias famílias, se apercebam disso. Também significa para as famílias, a possibilidade de poder usufruir de bens e serviços que numa determinada situação da vida façam sentido, sem que para isso se considere um possível endividamento futuro, dado o esforço acrescido de gestão financeira. Desemprego natural Segundo os preceitos da economia Neoclássica, o desemprego natural é a taxa para a qual uma economia caminha no longo prazo, sendo compatível com o estado de equilíbrio de pleno emprego e com a ausência de inflação. Nessa situação, há um número de trabalhadores sem emprego, mas a oferta e a demanda por emprego estão em equilíbrio. Para Milton Friedman, nessa taxa só se incluiriam os desempregos friccional e voluntário, sendo, nesse caso, inexistente, ou não relevante, os desempregos conhecidos como estrutural e conjuntural. Desemprego estrutural O desemprego estrutural é uma forma de desemprego natural. Neste caso existe um desequilíbrio permanente entre a oferta e a procura (de trabalhadores), que não é eliminado pela variação dos salários. 4 Resulta das mudanças da estrutura da economia. Estas provocam desajustamentos no emprego da mão-de-obra, assim como alterações na composição da economia associada ao desenvolvimento. A teoria económica apresenta duas causas para este tipo de desemprego: insuficiência da procura de bens e de serviços e insuficiência de investimento em torno da combinação de factores produtivos desfavoráveis. Esse tipo de desemprego é mais comum em países desenvolvidos devido à grande mecanização das indústrias, reduzindo os postos de trabalho. O desemprego causado pelas novas tecnologias - como a robótica e a informática - recebe o nome de desemprego tecnológico. Ele não é resultado de uma crise económica, e sim das novas formas de organização do trabalho e da produção. Tanto os países ricos quanto os pobres são afectados pelo desemprego estrutural, que é um dos mais graves problemas de nossos dias. O crescimento económico, ou melhor, a ausência dele, tem sido apontado como o principal factor para os altos níveis de desemprego no Brasil. Naturalmente, se conseguíssemos manter altas taxas de crescimento económico, o país sanearia o problema do desemprego conjuntural. Contudo, o desemprego estrutural, aquele em que a vaga do trabalhador foi substituída por máquinas ou processos produtivos mais modernos, não se resolve apenas pelo crescimento económico. Aquele trabalho executado por dezenas de trabalhadores até o início dos anos 80 agora só necessita de um operador, ou, em outras palavras, dezenas de empregos transformaram-se em apenas um. É claro que se a economia estiver aquecida será mais fácil para estes trabalhadores encontrarem outros postos de trabalho. É comum associar o desemprego estrutural ao sector industrial. Este sector deixa mais evidente a perda de postos de trabalho para máquinas ou novos processos de produção, porém isto ocorre também na agricultura e no sector de prestação de serviços. Em muitos lugares, culpa-se a tecnologia, de roubar empregos e condenar os trabalhadores à 5 indigência. Não há dúvida de que a tecnologia participa do processo, mas é um equívoco condená-la como a vilã do desemprego estrutural. A invenção do tear mecânico, da máquina a vapor ou do arado de ferro foram marcos que resultaram em um aumento significativo da produtividade e consequente redução de custos, permitindo a entrada de um enorme contingente de excluídos no mercado consumidor. Da mesma forma que sentimos hoje, o emprego sofreu impacto destes inventos há 150 anos atrás. Desemprego conjuntural O desemprego cíclico é transitório, ocorre durante alguns períodos. Pode ser calculado da seguinte forma: Desemprego cíclico = Taxa de desemprego observada - taxa de desemprego natural O desemprego cíclico está associado as flutuações da atividade económica, ou seja, do PIB. Esse relacionamento é inversamente proporcional, como demonstrado na Lei de Okun, que demonstra a relação inversa entre a taxa de desemprego e os ciclos económicos (output gap). A taxa de desemprego diminui em períodos de expansão e aumenta em períodos de recessão. A lei de Okun pode ser formulada da seguinte forma: Taxa de desemprego observada - taxa de desemprego natural = - g(PIB efectivo/PIB potencial) Onde g é uma função positiva qualquer Desta forma, podemos prever a taxa de inflação futura pela observação do ciclo económico presente. 6 Dada esta relação podemos considerar que as causas e os problemas do desemprego cíclico são as causas e os problemas dos ciclos económicos. Desemprego friccional O desemprego friccional resulta da mobilidade da mão-de-obra e pode ser componente do desemprego natural. Ocorre durante o período de tempo em que um ou mais indivíduos se desempregam de um trabalho para procurar outro. Também poderá ocorrer quando se atravessa um período de transição, de um trabalho para outro, dentro da mesma área, como acontece na construção civil. A partir da modernidade, a tecnologia passou a ser um dos principais componentes causadores do desemprego friccional, pois máquinas passaram a realizar trabalhos antes feitos pelo homem, o que forçou uma mudança na atividade produtiva do trabalhador.” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Desemprego). Principais causas do desemprego - Baixa qualificação do trabalhador: Muitas vezes verifica-se a existencia de emprego para a vaga em que o trabalhador procura, porém o mesmo não possui formação adequada para exercer aquela função; - Substituição de mão de obra por máquinas: Nas últimas décadas, muitas vagas de empregos foram fechadas, pois muitas indústrias passaram a usar máquinas na linha de produção. No sector bancário, por exemplo, o uso de caixas electrónicos e desenvolvimento do sistema bankline também gerou o encerramento de milhares de vagas; 7 - Crise económica: Quando um país passa por uma crise económica, o consumo de bens e serviços tende a diminuir. Muitas empresas demitem funcionários como forma de diminuir custos para enfrentar a crise. - Custo elevado (impostos e outros encargos) para as empresas contratarem com carteira assinada: Este caso verifica-se quando os custos de contratação de empregados são muito elevados. Muitas empresas acabam por optar por um aumento das horas extras dos seus funcionários em vez de contratar mais mão de obra ; - Fatores Climáticos: Em regiões onde a o sector de actividade predominante é o primário as chuvas em excesso, secas prolongadas, geadas e outros factores climáticos podem gerar grandes perdas financeiras no campo. Muitos empresários do sector agrícola costumam demitir trabalhadores rurais para enfrentarem situações deste tipo. 8 Situação de desemprego em Portugal Mercado de trabalho “Acusa-se muitas vezes o mercado trabalho português de ser rígido, dessa rigidez resultaria importantes consequências económicas, como a dificuldade em concretizar reestruturações empresariais, nucleares para a economia conseguir adaptar novas tecnologias e métodos de produção, no entanto, alguns dos seus comportamentos costumam ser associados a mercados laborais flexíveis; e o caso do desemprego, que tem sido baixo em comparação com resto da europa, é também o caso das taxas de criação e destruição de empregos, que são relativamente altos, indicando uma elevada frequência de despedimentos e contratações. O mercado de trabalho português comporta-se, na verdade, de maneira complexa, combinando rigidez e flexibilidade, mais do que rigidez e segmentado, na sequência da revolução, as alterações foram profundas; introdução do salario mínimo, descanso ao sábado, aumento do período de férias, redução da jornada de trabalho, décimo terceiro e decimo quarto mês, legalização da greve e liberdade sindical, novo regime de cessação de contracto de trabalho.” (Amaral, Luciano, 2010, Economia Portuguesa). O desemprego em Portugal num contexto de crise financeira: números e desafios “O debate público em Portugal nos últimos dois anos tem sido marcado, de forma bastante veemente, por números, nomenclaturas e instituições associado(a)s ao campo financeiro. A crise de 2008 trouxe consigo para a ribalta mediática indicadores estatísticos, conceitos e agentes desse campo até aí na penumbra do debate público. Quantos de nós conheciam a escala alfabética por meio da qual o risco da nossa dívida era classificado? Quantos estavam a par dos juros da dívida soberana portuguesa, no mercado primário e secundário? Quem conhecia a 9 centralidade das agências de notação (rating) nos processos de financiamento das economias nacionais? Certamente muitos menos do que após a derrocada do sistema financeiro norte-americano e mundial. A crise iniciada em 2008 concentrou o âmbito do debate público e político. Uma boa parte das perspectivas que em Portugal têm discorrido sobre as causas da crise financeira no país e sobre as medidas a adoptar para dela se sair caracterizamse por autonomizarem o problema financeiro. A crise financeira é por elas equacionada enquanto realidade em si cuja possibilidade de superação depende essencialmente da diminuição dos défices anuais do Estado e do endividamento externo do país. Combate-se um problema financeiro recorrendo a medidas de cariz financeiro. Noutros casos, a abordagem ao problema financeiro entrecruza-se com a análise do campo económico. As medidas de austeridade afectam a actividade económica, mas a superação dos défices orçamentais e do endividamento externo estão dependentes do crescimento da economia portuguesa. A este nível emergem normalmente dois conceitos quase mágicos: “exportações” e “produtividade”. Como fazer a economia portuguesa crescer? “Aumentando as exportações e a produtividade”. Porquê? “Porque o país importa mais do que exporta e além disso tem uma baixa produtividade” (e, já agora, “leis laborais muito rígidas”). Importa, no entanto, sublinhar que a pertinência dessa lógica de pensamento é aplicável tanto a Portugal como à maior parte (totalidade?) dos países do mundo. A este tipo de narrativa quase circular, que prescreve e repete estratégias de desenvolvimento económico academicamente correctas, mas desfocadas dos mais sérios problemas estruturais da economia portuguesa, interessa opor uma análise do mercado de trabalho focada no principal factor de produção e competitividade das economias num mundo que se estrutura essencialmente em torno do conhecimento: o capital humano. O exercício que aqui se ensaiará é o de olhar para a economia portuguesa a partir daqueles que, embora queiram participar no processo de produção de riqueza, estão excluídos do mesmo: os desempregados. É nesse grupo que se revelam, em grande parte, os problemas e desafios que se colocam à 10 economia e à sociedade portuguesa e, portanto, à capacidade do país para fazer face aos seus problemas financeiros no médio e longo prazos. Desde há mais de dez anos que a taxa de desemprego em Portugal tem vindo a aumentar. Até 2008, de forma relativamente gradual. Mas, nos últimos dois anos, essa tendência agudizou-se. Entre o 3º trimestre de 2008 – período que marca o início das falências dos bancos e seguradoras norte-americanas – e o período homólogo de 2010 o número de desempregados em Portugal estimados pelo INE a partir de uma amostra representativa da população portuguesa aumentou 40,5%. Isto é, um crescimento de cerca de 175 mil desempregados, que fixou a taxa de desemprego nos 10,9%. Esta é a consequência mais relevante e o dado mais revelador dos efeitos na economia portuguesa da crise financeira iniciada em 2008. É a consequência mais relevante porque é um factor determinante no condicionamento da capacidade de geração de riqueza do país, porque tem implicações directas na diminuição das receitas do Estado e da Segurança Social, bem como no aumento das despesas com a protecção social, mas sobretudo porque multiplica o risco de pobreza dos indivíduos e famílias por ele afectadas. O aumento acentuado do desemprego durante a crise financeira e económica pode também ser usado, tal como foi referido, como fonte de revelação de alguns dos principais problemas que se colocam à economia portuguesa. Embora a taxa de desemprego em Portugal seja mais baixa nos grupos etários mais velhos, foi sobretudo entre os activos com mais de 35 anos que se verificou um aumento mais pronunciado do número de desempregos entre o 3º trimestre de 2008 e o período homólogo de 2010. Quer na faixa etária dos 35-44 anos, quer na dos 45-64 anos, este indicador aumentou mais de 50% no intervalo em causa. Estes são os grupos etários que apresentam uma menor qualificação escolar relativa e que, neste sentido, se assumem como a grande maioria dos 419 mil desempregados estimados pelo INE que, no 3º trimestre de 2010, não tinham ido além do 9º ano de escolaridade. No 11 intervalo temporal em análise, o número de desempregados com este perfil escolar aumentou 40%, um valor portanto muito próximo da variação homóloga para o total de desempregados.” (http://observatorio-das desigualdades.cies.iscte.pt Causas do desemprego em Portugal “Desde a década de 80 até à actualidade, a evolução do desemprego em Portugal tem sido negativa, um cenário partilhado por toda a Europa. O desemprego perdeu assim o carácter friccional para adquirir cada vez mais um carácter conjuntural e estrutural. A 12 reforçar esta leitura estão 18 milhões de europeus sem emprego, metade dos quais encontram-se nesta situação há um ano ou mais, a que se acrescentam 9 milhões de trabalhadores desmotivados, que procurariam trabalho se pensassem haver probabilidades de encontrá-lo. Como denominadores comuns ao desemprego, temos: Factores económicos Relacionados com a crise económica desencadeada com o primeiro choque petrolífero em 1973 e que se tem mantido durante toda a década de 80 até à actualidade. Factores demográficos O aumento da desocupação forçada na Europa está largamente associado ao facto de a progressão do emprego (0,3 por cento em média por ano) não ter acompanhado o crescimento da população activa (0,6 por cento respectivamente). Reconversão tecnológica Um estudo realizado em 1996 pelo Departamento de Estatística do Ministério para a Qualificação e o Emprego conclui que a introdução de novas tecnologias no processo produtivo constitui a principal causa da diminuição do emprego em Portugal. Obsolescência das qualificações Os novos ritmos de mudança, assim como os novos modos de produção, nomeadamente ao nível das novas tecnologias da informação e da comunicação (TIC), exigem competências mais vastas, de forma a corresponder às exigências do mercado em constante mutação. 13 Desindustrialização O declínio da grande indústria tem sido parcialmente compensado pela subida da ocupação na pequena indústria e nos serviços, apesar da pouca estabilidade verificada. No início da década de 80, 20 por cento da mão-de-obra industrial portuguesa é afectada pela precariedade dos postos de trabalho. Desregulação do mercado laboral A tendência em direcção a uma maior flexibilidade do mercado laboral provoca a precarização e insegurança nos empregos, visível no aumento dos contratos temporais, que, no atinente a Portugal, de 1995 para 1996, tiveram uma variação de mais 17,6 por cento. A agravar a situação está a flexibilidade no terreno dos despedimentos introduzida através do acordo de concertação social de 1991. Consequências do desemprego em Portugal Perda de liberdade e exclusão social. Tomando uma visão alargada da pobreza, a natureza da privação dos desempregados inclui a perda de liberdade. Uma pessoa presa ao desemprego, mesmo quando financeiramente apoiada pela segurança social, não pode ter muita liberdade de decisão. O recente interesse pela noção de «exclusão social» ajudou a evidenciar a falta de liberdade de pessoas privadas em aproveitar oportunidades que outros podem prontamente utilizar. O desemprego pode ser a maior causa na predisposição das pessoas à exclusão social. 14 Perda de qualificações e danos de longo prazo. Assim como as pessoas aprendem fazendo (learning by doing), também desaprendem (unlearn) não fazendo (not doing) — por estarem sem praticar. Além do mais, a depreciação das competências pela falta de prática pode gerar uma perda de capacidades cognitivas, fruto da perda de confiança e do sentido de controlo do desempregado. Desigualdade racial e de género. Quando os empregos são escassos, os grupos mais afectados são muitas vezes minorias, nomeadamente parte das comunidades imigrantes. Isto agrava a perspectiva de uma integração fácil de imigrantes legais numa vida regular na sociedade. Como os imigrantes são, muitas vezes, vistos como pessoas competindo por um emprego (ou tirando empregos a outros), o desemprego alimenta políticas de intolerância e racismo. As divisões de género são endurecidas especialmente porque a entrada das mulheres na força de trabalho é particularmente impedida em tempos de desemprego generalizado. Perda de valores sociais e responsabilidade. As pessoas desempregadas durante um longo período podem desenvolver cinismo acerca da justiça dos esquemas sociais e uma percepção da dependência de outrem. Estes efeitos não conduzem à autoconfiança e responsabilidade. A associação que se observa entre crimes e desemprego jovem é bastante influenciada pela privação material dos sememprego, mas parte dessa relação é desempenhada por influências psicológicas, incluindo um sentido de exclusão e um sentimento de injustiça contra um mundo que não fornece oportunidades para levar uma vida honesta. A coesão social enfrenta dificuldades numa 15 sociedade que está firmemente dividida entre uma maioria com empregos confortáveis e uma minoria de desempregados e seres humanos rejeitados. Inflexibilidade organizacional e conservantismo técnico. O impacto da tecnologia no desemprego é importante de investigar, mas há também uma relação que vai noutro sentido — a influência do desemprego a restringir o uso de melhor tecnologia. Numa situação de desemprego generalizado, quando a mudança de emprego conduz a um longo período sem emprego, a resistência a qualquer reorganização económica, envolvendo perda de empregos, pode ser forte. Em contraste, quando o nível de desemprego é baixo e os trabalhadores em transição esperam encontrar rapidamente outro emprego, a reorganização pode enfrentar menos resistência. “ (www.cef.pt/cr/16/pdf10/fp123_desemprego_ec10.pdfSemelhante) Uma previsão da evolução do desemprego em Portugal 16 Principais indicadores económicos (%) Produto interno bruto b Consumo privado b Consumo público b Formação bruta de capital fixo b Exportações de bens e serviços b Importações de bens e serviços b Balança corrente (% do PIB) Saldo do sector público (% do PIB) Dívida pública (% do PIB) Taxa de desemprego Taxa de inflação c 2007 2,4 2008 0,0 2009 -2,5 2010 1,4 2011a -1,5 2012a -0,5 2,5 1,8 -1,0 2,0 -1,9 -1,0 2,0 -0,5 -14,0 3,2 -6,6 -1,0 2,6 -1,8 -11,6 -4,8 -5,6 -1,3 9,9 2,8 -15,3 12,7 4,9 2,0 6,7 7,8 -18,1 9,2 5,2 3,0 -10,1 -12,6 -10,9 -9,9 -8,7 -8,5 -2,8 -2,9 -9,3 -7,3 -7,4 -6,5 68,3 71,6 82,9 92,4 97,3 93,4 7,2 7,6 9,5 11,0 11,9 12,4 2,4 2,7 -0,9 1,4 2,4 1,4 Fontes: Anos 2007-2010 - INE - Instituto Nacional de Estatística , Banco de Portugal; Anos 2011 e 2012 – Banco de Portugal; FMI- Fundo Monetário Internacional e EIU – Economist Intelligence Unit Notas: (a) Previsões (b) Variação real (c) Índice harmonizado de preços no consumido. Conclusão “Mesmo admitindo a reconhecida falibilidade das previsões económicas, e neste caso a previsão pode ser até mais difícil dada a incerteza em relação às políticas que entretanto vierem a ser tomadas, aos seus efeitos desfasados no tempo, e à impossibilidade de indicações seguras sobre a atitude em dos consumidores e das empresas nos próximos meses, podemo-nos preparar para um aumento acentuado do desemprego. Este aumento é particularmente grave por 17 várias razões, que justificam uma redobrada atenção por parte do governo e da política económica, e também dos empregadores e dos empregados. O aumento do desemprego para níveis que provavelmente nunca se terão verificado na economia portuguesa é muito preocupante porque a sua reversibilidade pode ser, desta vez, mais lenta do que no passado. Noutras circunstâncias históricas aumentos conjunturais do desemprego, embora bastante custosos, foram revertidos na fase de retoma. Agora, a amplitude e a duração da recessão podem ser maiores, e implicar uma recomposição mais acentuada do tecido empresarial. E acresce que, no passado, existiam factores de flexibilidade dos salários reais, nomeadamente as desvalorizações do escudo e taxas de inflação mais elevadas, que agora estão de todo ausentes. Finalmente, note-se que o desemprego tem um efeito nefasto sobre as qualificações dos que por ele são atingidos. À medida que o indivíduo permanece desempregado, o seu capital humano deprecia-se, e as próprias hipóteses de obtenção de novo emprego podem diminuir. Estas razões e a preservação da coesão social fazem com que a manutenção dos níveis de emprego deva ser prioritária. Por exemplo, torna-se preferível, e dada a quebra de procura, a diminuição do horário de trabalho com ajustamento no salário. Igualmente, seria desejável que se aproveitasse esta diminuição para aumentar a formação profissional e a requalificação da força de trabalho. Para que estas soluções sejam exequíveis é necessário o empenhamento de empresários e trabalhadores em soluções concertadas que não são fáceis mas que serão de mútuo proveito. “ (http://aeiou.expresso.pt/desemprego-e-solucoes concertadas=f510769#ixzz1iIZMMgFz) 18 Bibliografia e sites de pesquisa Amaral, Luciano, 2010, Economia Portuguesa http://aeiou.expresso.pt/desemprego-e-solucoes concertadas=f510769#ixzz1iIZMMgFz INE - Instituto Nacional de Estatística , Banco de Portugal; Anos 2011 e 2012 – Banco de Portugal; FMI- Fundo Monetário Internacional e EIU – Economist Intelligence Unit Notas: (a) Previsões (b) Variação real (c) Índice harmonizado de preços no consumido. Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. – Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 [email protected] www.portugalglobal.pt www.cef.pt/cr/16/pdf10/fp123_desemprego_ec10.pdfSemelhante http://observatorio-das desigualdades.cies.iscte.pt http://pt.wikipedia.org/wiki/Desemprego