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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Mestrado em Gestão de Empresas
Politica Económica
Evolução do desemprego em Portugal
Ano 2000-2011
Trabalho realizado por:
21103077, Gisela Mazivila
21107543, Welinton Neves
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Índice
Introdução______________________________________________________ 2
1. Desemprego e o Sobreendividamento________________________________ 3
1.1 Desemprego natural _____________________________________________3
1.2 Desemprego estrutural_____________________________________________3
1.3 Desemprego conjuntural__________________________________________ 5
1.4 Desemprego friccional___________________________________________ 6
2. Principais causas do desemprego___________________________________ 6
2.1 Baixa qualificação do trabalhador___________________________________ 6
2.2 Substituição de mão-de-obra por máquinas___________________________ 6
2.3 Crise económica_________________________________________________ 7
2.4 Custo elevado (impostos e outros encargos) ___________________________ 7
2.5 Factores Climáticos_______________________________________________ 7
3. Situação de desemprego em Portugal________________________________ 8
3.1 Mercado de trabalho_____________________________________________ 8
4. O desemprego num contexto de crise financeira________________________ 8
5. Causas do desemprego em Portugal________________________________ 11
5.1 Factores económicos__________________________________________ 12
5.2 Factores demográficos_________________________________________ 12
5.3 Reconversão tecnológica_______________________________________ 12
5.4 Obsolescência das qualificações_________________________________ 12
5.5 Desindustrialização___________________________________________ 13
5.6 Desregulação do mercado laboral________________________________ 13
6. Consequências do desemprego em Portugal_________________________ 13
6.1 Perda de liberdade e exclusão social______________________________ 13
6.2 Perda de qualificações e danos de longo prazo_______________________ 14
6.3 Desigualdade racial e de género__________________________________ 14
6.4 Perda de valores sociais e responsabilidade_________________________ 14
6.5 Inflexibilidade organizacional e conservantismo técnico_______________ 15
Conclusão_____________________________________________________ 16
Bibliografia e sites de pesquisa_____________________________________ 18
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Neste trabalho iremos abordar a questão da evolução do desemprego em
Portugal no período de 2000 a 2011, isto é após a sua adesão ao Euro, abordaremos
também os seus factores e consequências
Para falarmos deste tema começaremos por dizer o que é o desemprego,
quais os tipos de desemprego que existem e quais as suas causas e também
abordaremos um pouco sobre o processo do mercado de trabalho.
Uma vez que este trabalho ira abranger o período após a adesão de Portugal
ao Euro iremos falar sobre a sua influência na evolução do desemprego.
Desemprego
“O desemprego ocorre quando um trabalhador é demitido ou entra no
mercado de trabalho (está a procura de emprego) e não consegue uma vaga de
trabalho. É uma situação difícil para o trabalhador, pois gera problemas financeiros
e, em muitos casos, problemas psicológicos (depressão, ansiedade, etc.) no
trabalhador e em sua família.
(http://www.suapesquisa.com/economia/causas_desemprego.htm)
Desemprego corresponde ao termo usado para indicar a parcela da força de
trabalho disponível que se encontra sem emprego.
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Desemprego e o Sobreendividamento
Com a abertura do mercado de crédito aos consumidores em Portugal,
multiplicaram-se as formas de concepção de crédito, por parte das Instituições
financeiras, cada vez mais competitivas e evolutivas num mercado cada vez mais
transaccionável, inovador e diferenciado, o que permitiu o progresso de instabilidade
financeira, por parte das famílias, que se tornaram em alvos fáceis de
endividamento. Ao mesmo tempo que o crédito permite às famílias, dispor de um
capital que não próprio imediatamente, também significa que se está a criar uma
penhora futura, sem que, muitas vezes as próprias famílias, se apercebam disso.
Também significa para as famílias, a possibilidade de poder usufruir de bens e
serviços que numa determinada situação da vida façam sentido, sem que para isso se
considere um possível endividamento futuro, dado o esforço acrescido de gestão
financeira.
Desemprego natural
Segundo os preceitos da economia Neoclássica, o desemprego natural é a
taxa para a qual uma economia caminha no longo prazo, sendo compatível com o
estado de equilíbrio de pleno emprego e com a ausência de inflação. Nessa situação,
há um número de trabalhadores sem emprego, mas a oferta e a demanda por
emprego estão em equilíbrio. Para Milton Friedman, nessa taxa só se incluiriam os
desempregos friccional e voluntário, sendo, nesse caso, inexistente, ou não
relevante, os desempregos conhecidos como estrutural e conjuntural.
Desemprego estrutural
O desemprego estrutural é uma forma de desemprego natural. Neste caso
existe um desequilíbrio permanente entre a oferta e a procura (de trabalhadores),
que não é eliminado pela variação dos salários.
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Resulta das mudanças da estrutura da economia. Estas provocam
desajustamentos no emprego da mão-de-obra, assim como alterações na
composição da economia associada ao desenvolvimento. A teoria económica
apresenta duas causas para este tipo de desemprego: insuficiência da procura de
bens e de serviços e insuficiência de investimento em torno da combinação de
factores produtivos desfavoráveis.
Esse tipo de desemprego é mais comum em países desenvolvidos devido à
grande mecanização das indústrias, reduzindo os postos de trabalho.
O desemprego causado pelas novas tecnologias - como a robótica e a
informática - recebe o nome de desemprego tecnológico. Ele não é resultado de uma
crise económica, e sim das novas formas de organização do trabalho e da produção.
Tanto os países ricos quanto os pobres são afectados pelo desemprego estrutural,
que é um dos mais graves problemas de nossos dias.
O crescimento económico, ou melhor, a ausência dele, tem sido apontado
como o principal factor para os altos níveis de desemprego no Brasil. Naturalmente,
se conseguíssemos manter altas taxas de crescimento económico, o país sanearia o
problema do desemprego conjuntural. Contudo, o desemprego estrutural, aquele
em que a vaga do trabalhador foi substituída por máquinas ou processos produtivos
mais modernos, não se resolve apenas pelo crescimento económico. Aquele trabalho
executado por dezenas de trabalhadores até o início dos anos 80 agora só necessita
de um operador, ou, em outras palavras, dezenas de empregos transformaram-se
em apenas um.
É claro que se a economia estiver aquecida será mais fácil para estes
trabalhadores encontrarem outros postos de trabalho. É comum associar o
desemprego estrutural ao sector industrial. Este sector deixa mais evidente a perda
de postos de trabalho para máquinas ou novos processos de produção, porém isto
ocorre também na agricultura e no sector de prestação de serviços. Em muitos
lugares, culpa-se a tecnologia, de roubar empregos e condenar os trabalhadores à
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indigência. Não há dúvida de que a tecnologia participa do processo, mas é um
equívoco condená-la como a vilã do desemprego estrutural.
A invenção do tear mecânico, da máquina a vapor ou do arado de ferro foram
marcos que resultaram em um aumento significativo da produtividade e
consequente redução de custos, permitindo a entrada de um enorme contingente de
excluídos no mercado consumidor. Da mesma forma que sentimos hoje, o emprego
sofreu impacto destes inventos há 150 anos atrás.
Desemprego conjuntural
O desemprego cíclico é transitório, ocorre durante alguns períodos. Pode ser
calculado da seguinte forma:
Desemprego cíclico = Taxa de desemprego observada - taxa de desemprego
natural
O desemprego cíclico está associado as flutuações da atividade económica,
ou seja, do PIB. Esse relacionamento é inversamente proporcional, como
demonstrado na Lei de Okun, que demonstra a relação inversa entre a taxa de
desemprego e os ciclos económicos (output gap). A taxa de desemprego diminui em
períodos de expansão e aumenta em períodos de recessão.
A lei de Okun pode ser formulada da seguinte forma:
Taxa de desemprego observada - taxa de desemprego natural = - g(PIB
efectivo/PIB potencial) Onde g é uma função positiva qualquer
Desta forma, podemos prever a taxa de inflação futura pela observação do
ciclo económico presente.
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Dada esta relação podemos considerar que as causas e os problemas do
desemprego cíclico são as causas e os problemas dos ciclos económicos.
Desemprego friccional
O desemprego friccional resulta da mobilidade da mão-de-obra e pode ser
componente do desemprego natural. Ocorre durante o período de tempo em que
um ou mais indivíduos se desempregam de um trabalho para procurar outro.
Também poderá ocorrer quando se atravessa um período de transição, de um
trabalho para outro, dentro da mesma área, como acontece na construção civil. A
partir da modernidade, a tecnologia passou a ser um dos principais componentes
causadores do desemprego friccional, pois máquinas passaram a realizar trabalhos
antes feitos pelo homem, o que forçou uma mudança na atividade produtiva do
trabalhador.” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Desemprego).
Principais causas do desemprego
- Baixa qualificação do trabalhador:
Muitas vezes verifica-se a existencia de emprego para a vaga em que o
trabalhador procura, porém o mesmo não possui formação adequada para exercer
aquela função;
- Substituição de mão de obra por máquinas:
Nas últimas décadas, muitas vagas de empregos foram fechadas, pois muitas
indústrias passaram a usar máquinas na linha de produção. No sector bancário, por
exemplo, o uso de caixas electrónicos e desenvolvimento do sistema bankline
também gerou o encerramento de milhares de vagas;
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- Crise económica:
Quando um país passa por uma crise económica, o consumo de bens e
serviços tende a diminuir. Muitas empresas demitem funcionários como forma de
diminuir custos para enfrentar a crise.
- Custo elevado (impostos e outros encargos) para as empresas
contratarem com carteira assinada:
Este caso verifica-se quando os custos de contratação de empregados são
muito elevados. Muitas empresas acabam por optar por um aumento das horas
extras dos seus funcionários em vez de contratar mais mão de obra ;
- Fatores Climáticos:
Em regiões onde a o sector de actividade predominante é o primário as
chuvas em excesso, secas prolongadas, geadas e outros factores climáticos podem
gerar grandes perdas financeiras no campo. Muitos empresários do sector agrícola
costumam demitir trabalhadores rurais para enfrentarem situações deste tipo.
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Situação de desemprego em Portugal
Mercado de trabalho
“Acusa-se muitas vezes o mercado trabalho português de ser rígido,
dessa rigidez resultaria importantes consequências económicas, como a dificuldade
em concretizar reestruturações empresariais, nucleares para a economia conseguir
adaptar novas tecnologias e métodos de produção, no entanto, alguns dos seus
comportamentos costumam ser associados a mercados laborais flexíveis; e o caso do
desemprego, que tem sido baixo em comparação com resto da europa, é também o
caso das taxas de criação e destruição de empregos, que são relativamente altos,
indicando uma elevada frequência de despedimentos e contratações.
O mercado de trabalho português comporta-se, na verdade, de
maneira complexa, combinando rigidez e flexibilidade, mais do que rigidez e
segmentado, na sequência da revolução, as alterações foram profundas; introdução
do salario mínimo, descanso ao sábado, aumento do período de férias, redução da
jornada de trabalho, décimo terceiro e decimo quarto mês, legalização da greve e
liberdade sindical, novo regime de cessação de contracto de trabalho.”
(Amaral, Luciano, 2010, Economia Portuguesa).
O desemprego em Portugal num contexto de crise financeira: números e desafios
“O debate público em Portugal nos últimos dois anos tem sido marcado, de
forma bastante veemente, por números, nomenclaturas e instituições associado(a)s
ao campo financeiro. A crise de 2008 trouxe consigo para a ribalta mediática
indicadores estatísticos, conceitos e agentes desse campo até aí na penumbra do
debate público. Quantos de nós conheciam a escala alfabética por meio da qual o
risco da nossa dívida era classificado? Quantos estavam a par dos juros da dívida
soberana portuguesa, no mercado primário e secundário? Quem conhecia a
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centralidade das agências de notação (rating) nos processos de financiamento das
economias nacionais? Certamente muitos menos do que após a derrocada do
sistema financeiro norte-americano e mundial.
A crise iniciada em 2008 concentrou o âmbito do debate público e político.
Uma boa parte das perspectivas que em Portugal têm discorrido sobre as causas da
crise financeira no país e sobre as medidas a adoptar para dela se sair caracterizamse por autonomizarem o problema financeiro. A crise financeira é por elas
equacionada enquanto realidade em si cuja possibilidade de superação depende
essencialmente da diminuição dos défices anuais do Estado e do endividamento
externo do país. Combate-se um problema financeiro recorrendo a medidas de cariz
financeiro. Noutros casos, a abordagem ao problema financeiro entrecruza-se com a
análise do campo económico. As medidas de austeridade afectam a actividade
económica, mas a superação dos défices orçamentais e do endividamento externo
estão dependentes do crescimento da economia portuguesa. A este nível emergem
normalmente dois conceitos quase mágicos: “exportações” e “produtividade”. Como
fazer a economia portuguesa crescer? “Aumentando as exportações e a
produtividade”. Porquê? “Porque o país importa mais do que exporta e além disso
tem uma baixa produtividade” (e, já agora, “leis laborais muito rígidas”). Importa, no
entanto, sublinhar que a pertinência dessa lógica de pensamento é aplicável tanto a
Portugal como à maior parte (totalidade?) dos países do mundo.
A este tipo de narrativa quase circular, que prescreve e repete estratégias de
desenvolvimento económico academicamente correctas, mas desfocadas dos mais
sérios problemas estruturais da economia portuguesa, interessa opor uma análise do
mercado de trabalho focada no principal factor de produção e competitividade das
economias num mundo que se estrutura essencialmente em torno do conhecimento:
o capital humano. O exercício que aqui se ensaiará é o de olhar para a economia
portuguesa a partir daqueles que, embora queiram participar no processo de
produção de riqueza, estão excluídos do mesmo: os desempregados. É nesse grupo
que se revelam, em grande parte, os problemas e desafios que se colocam à
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economia e à sociedade portuguesa e, portanto, à capacidade do país para fazer face
aos seus problemas financeiros no médio e longo prazos.
Desde há mais de dez anos que a taxa de desemprego em Portugal tem vindo
a aumentar. Até 2008, de forma relativamente gradual. Mas, nos últimos dois anos,
essa tendência agudizou-se. Entre o 3º trimestre de 2008 – período que marca o
início das falências dos bancos e seguradoras norte-americanas – e o período
homólogo de 2010 o número de desempregados em Portugal estimados pelo INE a
partir de uma amostra representativa da população portuguesa aumentou 40,5%.
Isto é, um crescimento de cerca de 175 mil desempregados, que fixou a taxa de
desemprego nos 10,9%. Esta é a consequência mais relevante e o dado mais
revelador dos efeitos na economia portuguesa da crise financeira iniciada em 2008. É
a
consequência
mais relevante porque é
um
factor
determinante
no
condicionamento da capacidade de geração de riqueza do país, porque tem
implicações directas na diminuição das receitas do Estado e da Segurança Social,
bem como no aumento das despesas com a protecção social, mas sobretudo porque
multiplica o risco de pobreza dos indivíduos e famílias por ele afectadas.
O aumento acentuado do desemprego durante a crise financeira e económica
pode também ser usado, tal como foi referido, como fonte de revelação de alguns
dos principais problemas que se colocam à economia portuguesa. Embora a taxa de
desemprego em Portugal seja mais baixa nos grupos etários mais velhos, foi
sobretudo entre os activos com mais de 35 anos que se verificou um aumento mais
pronunciado do número de desempregos entre o 3º trimestre de 2008 e o período
homólogo de 2010.
Quer na faixa etária dos 35-44 anos, quer na dos 45-64 anos, este indicador
aumentou mais de 50% no intervalo em causa. Estes são os grupos etários que
apresentam uma menor qualificação escolar relativa e que, neste sentido, se
assumem como a grande maioria dos 419 mil desempregados estimados pelo INE
que, no 3º trimestre de 2010, não tinham ido além do 9º ano de escolaridade. No
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intervalo temporal em análise, o número de desempregados com este perfil escolar
aumentou 40%, um valor portanto muito próximo da variação homóloga para o total
de desempregados.”
(http://observatorio-das desigualdades.cies.iscte.pt
Causas do desemprego em Portugal
“Desde a década de 80 até à actualidade, a evolução do desemprego em Portugal
tem sido negativa, um cenário partilhado por toda a Europa. O desemprego perdeu assim o
carácter friccional para adquirir cada vez mais um carácter conjuntural e estrutural. A
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reforçar esta leitura estão 18 milhões de europeus sem emprego, metade dos quais
encontram-se nesta situação há um ano ou mais, a que se acrescentam 9 milhões de
trabalhadores desmotivados, que procurariam trabalho se pensassem haver probabilidades
de encontrá-lo. Como denominadores comuns ao desemprego, temos:
Factores económicos
Relacionados com a crise económica desencadeada com o primeiro choque
petrolífero em 1973 e que se tem mantido durante toda a década de 80 até à actualidade.
Factores demográficos
O aumento da desocupação forçada na Europa está largamente associado ao facto de
a progressão do emprego (0,3 por cento em média por ano) não ter acompanhado o
crescimento da população activa (0,6 por cento respectivamente).
Reconversão tecnológica
Um estudo realizado em 1996 pelo Departamento de Estatística do Ministério para a
Qualificação e o Emprego conclui que a introdução de novas tecnologias no processo
produtivo constitui a principal causa da diminuição do emprego em Portugal.
Obsolescência das qualificações
Os novos ritmos de mudança, assim como os novos modos de produção,
nomeadamente ao nível das novas tecnologias da informação e da comunicação (TIC),
exigem competências mais vastas, de forma a corresponder às exigências do mercado em
constante mutação.
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Desindustrialização
O declínio da grande indústria tem sido parcialmente compensado pela subida da
ocupação na pequena indústria e nos serviços, apesar da pouca estabilidade verificada. No
início da década de 80, 20 por cento da mão-de-obra industrial portuguesa é afectada pela
precariedade dos postos de trabalho.
Desregulação do mercado laboral
A tendência em direcção a uma maior flexibilidade do mercado laboral provoca a
precarização e insegurança nos empregos, visível no aumento dos contratos temporais, que,
no atinente a Portugal, de 1995 para 1996, tiveram uma variação de mais 17,6 por cento. A
agravar a situação está a flexibilidade no terreno dos despedimentos introduzida através do
acordo de concertação social de 1991.
Consequências do desemprego em Portugal
Perda de liberdade e exclusão social.
Tomando uma visão alargada da pobreza, a natureza da privação dos desempregados
inclui a perda de liberdade. Uma pessoa presa ao desemprego, mesmo quando
financeiramente apoiada pela segurança social, não pode ter muita liberdade de decisão. O
recente interesse pela noção de «exclusão social» ajudou a evidenciar a falta de liberdade de
pessoas privadas em aproveitar oportunidades que outros podem prontamente utilizar. O
desemprego pode ser a maior causa na predisposição das pessoas à exclusão social.
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Perda de qualificações e danos de longo prazo.
Assim como as pessoas aprendem fazendo (learning by doing), também
desaprendem (unlearn) não fazendo (not doing) — por estarem sem praticar. Além do mais,
a depreciação das competências pela falta de prática pode gerar uma perda de capacidades
cognitivas, fruto da perda de confiança e do sentido de controlo do desempregado.
Desigualdade racial e de género.
Quando os empregos são escassos, os grupos mais afectados são muitas vezes
minorias, nomeadamente parte das comunidades imigrantes. Isto agrava a perspectiva de
uma integração fácil de imigrantes legais numa vida regular na sociedade. Como os
imigrantes são, muitas vezes, vistos como pessoas competindo por um emprego (ou tirando
empregos a outros), o desemprego alimenta políticas de intolerância e racismo. As divisões
de género são endurecidas especialmente porque a entrada das mulheres na força de
trabalho é particularmente impedida em tempos de desemprego generalizado.
Perda de valores sociais e responsabilidade.
As pessoas desempregadas durante um longo período podem desenvolver cinismo
acerca da justiça dos esquemas sociais e uma percepção da dependência de outrem. Estes
efeitos não conduzem à autoconfiança e responsabilidade. A associação que se observa
entre crimes e desemprego jovem é bastante influenciada pela privação material dos sememprego, mas parte dessa relação é desempenhada por influências psicológicas, incluindo
um sentido de exclusão e um sentimento de injustiça contra um mundo que não fornece
oportunidades para levar uma vida honesta. A coesão social enfrenta dificuldades numa
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sociedade que está firmemente dividida entre uma maioria com empregos confortáveis e
uma minoria de desempregados e seres humanos rejeitados.
Inflexibilidade organizacional e conservantismo técnico.
O impacto da tecnologia no desemprego é importante de investigar, mas há também
uma relação que vai noutro sentido — a influência do desemprego a restringir o uso de
melhor tecnologia. Numa situação de desemprego generalizado, quando a mudança de
emprego conduz a um longo período sem emprego, a resistência a qualquer reorganização
económica, envolvendo perda de empregos, pode ser forte. Em contraste, quando o nível de
desemprego é baixo e os trabalhadores em transição esperam encontrar rapidamente outro
emprego, a reorganização pode enfrentar menos resistência. “
(www.cef.pt/cr/16/pdf10/fp123_desemprego_ec10.pdfSemelhante)
Uma previsão da evolução do desemprego em Portugal
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Principais indicadores económicos (%)
Produto interno
bruto b
Consumo
privado b
Consumo
público b
Formação bruta
de capital fixo b
Exportações de
bens e serviços
b
Importações de
bens e serviços
b
Balança
corrente (% do
PIB)
Saldo do sector
público (% do
PIB)
Dívida pública
(% do PIB)
Taxa
de
desemprego
Taxa
de
inflação c
2007
2,4
2008
0,0
2009
-2,5
2010
1,4
2011a
-1,5
2012a
-0,5
2,5
1,8
-1,0
2,0
-1,9
-1,0
2,0
-0,5
-14,0
3,2
-6,6
-1,0
2,6
-1,8
-11,6
-4,8
-5,6
-1,3
9,9
2,8
-15,3
12,7
4,9
2,0
6,7
7,8
-18,1
9,2
5,2
3,0
-10,1
-12,6
-10,9
-9,9
-8,7
-8,5
-2,8
-2,9
-9,3
-7,3
-7,4
-6,5
68,3
71,6
82,9
92,4
97,3
93,4
7,2
7,6
9,5
11,0
11,9
12,4
2,4
2,7
-0,9
1,4
2,4
1,4
Fontes: Anos 2007-2010 - INE - Instituto Nacional de Estatística , Banco de Portugal; Anos 2011 e 2012
– Banco de Portugal; FMI- Fundo Monetário Internacional e EIU – Economist Intelligence Unit Notas:
(a) Previsões (b) Variação real (c) Índice harmonizado de preços no consumido.
Conclusão
“Mesmo admitindo a reconhecida falibilidade das previsões económicas, e
neste caso a previsão pode ser até mais difícil dada a incerteza em relação às
políticas que entretanto vierem a ser tomadas, aos seus efeitos desfasados no
tempo, e à impossibilidade de indicações seguras sobre a atitude em dos
consumidores e das empresas nos próximos meses, podemo-nos preparar para um
aumento acentuado do desemprego. Este aumento é particularmente grave por
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várias razões, que justificam uma redobrada atenção por parte do governo e da
política económica, e também dos empregadores e dos empregados.
O aumento do desemprego para níveis que provavelmente nunca se terão
verificado na economia portuguesa é muito preocupante porque a sua
reversibilidade pode ser, desta vez, mais lenta do que no passado. Noutras
circunstâncias históricas aumentos conjunturais do desemprego, embora bastante
custosos, foram revertidos na fase de retoma. Agora, a amplitude e a duração da
recessão podem ser maiores, e implicar uma recomposição mais acentuada do
tecido empresarial. E acresce que, no passado, existiam factores de flexibilidade dos
salários reais, nomeadamente as desvalorizações do escudo e taxas de inflação mais
elevadas, que agora estão de todo ausentes.
Finalmente, note-se que o desemprego tem um efeito nefasto sobre as
qualificações dos que por ele são atingidos. À medida que o indivíduo permanece
desempregado, o seu capital humano deprecia-se, e as próprias hipóteses de
obtenção de novo emprego podem diminuir.
Estas razões e a preservação da coesão social fazem com que a manutenção dos
níveis de emprego deva ser prioritária. Por exemplo, torna-se preferível, e dada a
quebra de procura, a diminuição do horário de trabalho com ajustamento no salário.
Igualmente, seria desejável que se aproveitasse esta diminuição para aumentar a
formação profissional e a requalificação da força de trabalho. Para que estas
soluções sejam exequíveis é necessário o empenhamento de empresários e
trabalhadores em soluções concertadas que não são fáceis mas que serão de mútuo
proveito. “
(http://aeiou.expresso.pt/desemprego-e-solucoes
concertadas=f510769#ixzz1iIZMMgFz)
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Bibliografia e sites de pesquisa
Amaral, Luciano, 2010, Economia Portuguesa
http://aeiou.expresso.pt/desemprego-e-solucoes
concertadas=f510769#ixzz1iIZMMgFz
INE - Instituto Nacional de Estatística , Banco de Portugal; Anos 2011 e 2012 – Banco de Portugal; FMI- Fundo
Monetário Internacional e EIU – Economist Intelligence Unit Notas: (a) Previsões (b) Variação real (c) Índice
harmonizado de preços no consumido.
Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. – Av. 5
de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre:
808 214 214 [email protected] www.portugalglobal.pt
www.cef.pt/cr/16/pdf10/fp123_desemprego_ec10.pdfSemelhante
http://observatorio-das desigualdades.cies.iscte.pt
http://pt.wikipedia.org/wiki/Desemprego
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