Apostila

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ESTUDO DA CONFISSÃO DE FÉ DE
WESTMINSTER
Curso de MINTS
(Miami International Seminary)
Richard B.Ramsay
CONTEÚDO
Guia de estudo
Lição 1
Capítulos 1-2
1. Das Santas Escrituras
2. De Deus e a Santíssima Trindade
Leitura: As Escrituras, nossa Autoridade
Lição 2
Capítulos 3-5
3. Dos Eternos Decretos de Deus
4. Da Criação
5. Da Providência
Leitura: A Soberania de Deus
Lição 3
Capítulos 6-10
6. Da queda do homem, o pecado e seu castigo
7. Do Pacto de Deus com o Homem
8. De Cristo, o Mediador
9. Do Livre Arbítrio
10. Da Vocação Eficaz
Leitura: Os Cinco Pontos de Calvinismo
Lição 4
Capítulos 11-16
11. Da justificação
12. Da Adoção
13. Da Santificação
14. Da Fé Salvadora
15. Do Arrependimento para Vida
16. Das Boas Obras
Leitura: A Justificação e a Santificação pela Fé
Lição 5
Capítulos 17- 19
17. Da perseverança dos Santos
18. Da Certeza da Graça e da Salvação
19. Da Lei de Deus
Leitura: O Uso da Lei do Antigo Testamento Hoje
Lição 7
Capítulos 20-23
20 Da Liberdade Cristã e a Liberdade da Consciência
21. Do Culto Religioso e o do Domingo
22. Dos Juramentos Legais e dos Votos
23. Do Magistrado Civil
Leitura: A Liberdade Cristã
Lição 8
Capítulos 24-27
24. Do Matrimônio e o Divórcio
25. Da Igreja
26. Da Comunhão dos Santos
27. Dos Sacramentos
Leitura: A Plenitude do Espírito Santo
Lição 9
Capítulos 28-33
28. Do Batismo
29. Da Ceia do Senhor
30. Das Censuras Eclesiásticas
31. Dos Sínodos e os Concílios
32. Do Estado do Homem Depois da Morte e da Ressurreição dos Mortos
33 Do Juízo Final
Leitura: O Governo da Igreja
GUIA DE ESTUDO
DESCRIÇÃO DO CURSO
Este curso analisa a essência das doutrinas e da confissão de fé de westminster
METAS E OBJETIVOS
METAS
1. O aluno terá uma compreensão clara dos ensinamentos da confissão de fé de
Westminster
2. O aluno conhecerá as passagens bíblicas indicadas para apoiar as doutrinas da
confissão de fé de Westminster
3. O aluno fará uma auto-avaliação para ver se realmente crê nas doutrinas da
confissão de fé de Westminster
4. O aluno fará sua própria investigação bíblica e sua própria reflexão a cerca das
doutrinas da confissão de fé de Westminster
OBJETIVOS
1. O aluno explicará com suas próprias palavras os ensinamentos chaves de cada
capítulo da confissão de fé de Westminster
2. O aluno lerá as passagens bíblicas indicados para apoiar as doutrinas de confissão
de Westminster
3. O aluno fará leitura adicional sobre alguns temas importantes da confissão de
Westminster e escreverá suas próprias reflexões sobre essas leituras
4. O aluno escreverá seus próprios pensamentos, baseados na investigação bíblica,
acerca de uma das doutrinas da confissão de fé de Westminster
TAREFA PARA O CURSO SOBRE A CONFISSÃO DE FÉ DE
WESTMINSTER
1. O aluno lerá a confissão de fé de Westminster e completará as lições deste guia de
estudo. Responderá todas as perguntas das lições, incluindo as perguntas de revisão das
leituras adicionais. Lerá os versículos bíblicos essenciais para cada capitulo da confissão.
2. O aluno assistirá a 15 horas aulas, recomendamos que os alunos façam 2 lições por
semana, e que se reúnam com o professor duas horas cada semana para repassar as lições, isto
se pode fazer de forma mais intensiva ou mais lenta, sempre que tenham duas horas para
repassar cada lição.
3. Leitura adicional. Para crédito no programa de Bacharel, o aluno deve ler pelo
menos 300 páginas adicionais, e para o programa de Mestrado deve ler 600 páginas. Deve
selecionar da lista recomendada abaixo. Deve escrever um informe para cada livro ou artigo,
usando o formulário modelo do MINTS. Além disso deve, deve fazer um informe oral em sala
(5 minutos para Bacharelado, e 20 minutos para Mestrado). As leituras adicionais para este
curso não podem ser os mesmos que o aluno usou para outro curso.
4. Projeto escrito. O aluno deve escrever uma tese (7-10 páginas para Bacharelado e
12-15 páginas para Mestrado). O aluno deve seguir as instruções “Pautas para escrever uma
tese” que se encontram abaixo. O tema deve estar relacionado com os temas citados na
Confissão de fé de Westminster (por exemplo: As Escrituras, A Trindade, O pacto, O decreto
eterno, A justificação, A Santificação, O livre arbítrio, A perseverança dos Santos).
5. O exame final, o aluno dever fazer um exame final sobre o conteúdo do curso.
6. As pautas para notas:
Assistência
TAREFAS
Ficha de Leitura
Tese
Prova
Nota final
15%
25%
25%
20%
15%
100%
LEITURA ADICIONAL RECOMENDADA
Leitura gratuita da internet (em espanhol):
Boice, James, Fundamentos da fé.
http://www.igrejareformada.com/Boice_ Fundamento_ Fe.html
ou
http://logoi.org/espanhol/content.php? content_ id= 41
Buswell, J ames Oliver, Teologia sistemática.
http://logoi.org/espanol/content.php? content_ id= 41
Calvino, Juan, Instituição da religião cristã.
http://www.iglesiareformada.com/Calvino_ Instituição.html
ou
http://www.jjlorenzatti.firebirds.com.ar/wp-content/uploads/2006/12/calvinoinstituicon-de-la-religion-cristana.pdf
Livros:
Louis Berkhof. Teologia Sistemática. 3. ed. Campinas: Luz para o Caminho, 1994.
Grudem, Wayne, Doutrina bíblica. Miami: Vida, 2005.
GRUDEM, Wayne. Teologia Sitemática. São Paulo: Vida Nova, 1999.
Smalling , Roger. Sí, Jesús; una introducción a las doctrinas de la gracia. Barcelona:
CLIE, 1995.
PAUTAS PARA ESCREVER UM BOM TRABALHO ACADÊMICO
Richard B. Ramsay
1 . Expresse uma idéia própria
Uma tese deve ser a expressão da idéia de seu autor, e não simplesmente uma cópia de
idéia dos outros. O autor deve ter algo em mente do que ele ou ela quer comunicar, e o ideal é
que seja um só conceito principal. Por exemplo, a tese poderia ter o propósito de convencer o
leitor que Cristo é suficiente para nossa salvação, ou que Agustinho era o teólogo mais
importante de sua época, ou que Gênesis 3 explica todos os problemas da humanidade. Por
certo, o autor toma conta das idéias de outro, mas utiliza estas fontes para fundamentar sua
teoria, ou para mostrar o contraste com idéias contrárias. As diferentes partes da tese
representam evidências ou argumentos para apoiar a idéia central, para mostrar idéias
contrárias, ou para ilustrar o ponto. O leitor deve chegar à conclusão sabendo qual foi a idéia
principal da tese. O aluno deve mostrar, não só o conhecimento do tema, como também a
capacidade criativa de discernir a importância deste tema em relação a sua própria situação
atual, fazendo uma aplicação prática.
2 . Não use muitas citações Bíblicas
Uma boa tese não deve citar passagens bíblicas longas, simplesmente para preencher
as páginas exigidas. Uma citação bíblica com mais de 10 versículos é muito longo. E no caso
de referir-se a um texto extenso, é melhor por a referência bíblica somente. Não mais do que
25% da tese deve ser citações bíblicas. É claro que o argumento deve estar embasado na
bíblia, mas se houver muitas citações, o autor deve colocar simplesmente algumas referências,
para reduzi-las em 25% do conteúdo da tese.
3 . Indique suas fontes
Quando o autor utiliza idéias de outras fontes, é absolutamente necessário indicar
quais são essas fontes. Se o autor não o faz, dá a impressão de que as idéias citadas sejam
dele, o que é desonesto e é chamado “plágio”. Se o autor menciona uma idéia contida de outro
livro, artigo que tenha lido, ainda que não seja uma citação textual, deve indicar a informação
do texto empregado, usando um dos seguintes formatos. Deve decidir qual dos formatos
deseja utilizar e ser conseqüente através da tese completa.
A . Estilo MLA (Modern Language A ssociation)
NO TA : Este é o estilo preferido de MINTS.
Este estilo coloca a informação mínima entre parênteses, e aproveita o fato de que a
informação completa está na bibliografia ao final.
Por exemplo, se a bibliografia contém a seguinte informação acerca do livro...
Septién, José Antonio. O grego bíblico ao alcance de todos. Barcelona: CLIE ,2007.
…então, dentro do texto do trabalho, somente o nome do autor e a página que cita são
necessários. Por exemplo, se for citado algo da página 197, depois da citação na tese, inclui-se
o seguinte:
(Septién 197)
Se há mais de um livro do mesmo autor, uma versão abreviada do título inclui-se,
como segue:
(Septién, Griego 197)
Se o nome do autor está incluído no texto da tese, somente o número da página é
necessário:
(197)
B. O estilo do Manual de Chicago
Este estilo contém mais informações nas notas. Inclui-se um número pequeno depois
da citação e acima, como este número oito8. Depois, ao rodapé da página, inclui-se toda a
informação. (As notas podem também estar ao final de cada capítulo, ou ao final do livro,
porém preferimos que estejam mais acessível ao rodapé da página).
Se não tem a informação completa ao final na bibliografia, deve usar a seguinte pauta:
8 Autor [ nome primeiro, sobrenome depois], Nome do livro [em letra cursiva] (lugar
de publicação: editora, ano) [entre parênteses, com dois pontos e uma vírgula, tal como
aparece aqui],a página, ou páginas citadas.
Oferecemos o seguinte exemplo:
2 Federico García Lorca, Bodas de Sangre(Barcelona: Ayma,S.A.,1971),p . 95.
Por outro lado, se toda a informação está na bibliografia, pode por somente o autor, o
título, e o número da página da nota. O leitor pode encontrar o resto da informação na
bibliografia.
Exemplo:
Septién, José Antonio, El griego bíblico ao alcance de todos. Barcelona: CLIE ,20 0 7.
4 . Organize bem suas idéias com um bom esboço
A boa tese sempre está bem organizada, e as idéias que contém seguem alguma ordem
lógica. Portanto, faça um bom esboço para assegurar uma boa organização. A tese deve ter
divisões principais, e estas por sua vez, subdivisões que contenham idéias subordinadas ao
tema da divisão maior. As divisões principais devem estar em paralelo, já que são distintas em
conteúdos, mas iguais em importância. O sistema tradicional de enumeração é usar números
romanos para as divisões principais, letras maiúsculas para as primeiras subdivisões, e
números árabes para as segundas subdivisões. Por exemplo, um possível esboço da Carta aos
Romanos seria assim:
A Carta aos Romanos
I. Doutrina
A . O pecado
1. A ira de Deus contra o pecado
2. Todos os homens são pecadores
B. A justificação pela fé
C. A santificação pela fé
D . A segurança eterna
II. Exortações práticas
A . O amor
C. A submissão às autoridades
etc.
A introdução e a conclusão da tese não levam numeração.
Introdução
I.
A.
1.
2.
B.
II.
III.
Conclusão
Também aceita-se o sistema de números:
Introdução
1.
1.1.
1.2
2.
2.1.
2.2.
3.
3.1.
3.1.1.
3.1.2
3.2
Conclusão
5. Use bons parágrafos
O parágrafo é a unidade chave de uma tese. Revise cada parágrafo para assegurar que:
a. Tenha várias orações. Se há uma oração só, deve ser incluída com outro parágrafo.
b . Todas as orações do parágrafo tratam do mesmo tema.
c. A idéia central do parágrafo está na primeira ou na última oração.
d. As demais orações contribuem ao tema central do parágrafo, ou apoiando ou
mostrando contraste ou dando ilustrações.
Não tenha cuidado em eliminar orações que não estejam relacionadas com o tema do
parágrafo. Possivelmente ficarão melhor em outro parágrafo, ou quem sabe deva começar um
novo parágrafo.
6. Inclua uma bibliografia
Ao final da tese, deve incluir uma bibliografia, uma lista de todas as fontes (livros e
artigos) utilizadas em sua pesquisa.
7 . Use boa forma
Utilize um tipo de letra de tamanho 10 -12 pontos. Não empregue letra grande para
preencher o espaço! A tese deve incluir uma introdução, uma conclusão, e uma bibliografia.
Insistimos em boa ortografia, pontuação e sintaxes. Se o aluno tem problemas ou
dúvidas a respeito, revise a gramática e ortografia. Erros comuns são:
Ortografia e pontuação, especialmente a falta de acento ou o uso incorreto de acentos,
e o uso incorreto de vírgulas. (Aproveite o corretor ortográfico automático do Word!).
Frases extensas que devem ser divididas em duas ou mais orações.
(Se começa uma idéia nova, deve fazer uma nova oração.)
Parágrafos com uma só frase.
(Se houver uma só frase, deve colocá-la em outro parágrafo, ou simplesmente eliminála, se não há argumento suficiente com respeito ao tema.)
8 . Diretrizes para avaliar um bom trabalho
Inclua os seguintes aspectos para avaliar um bom trabalho acadêmico:
1. CONTEÚDO
Identificação do tema
Desenvolvimento do tema
Conclusão do tema
Conteúdo educacional
Conteúdo teológico
2. ESTILO
Página do título
Índice
Títulos das seções
Referências
Apresentação em geral
3. GRAMÁTICA
Gramática em geral
Vocabulário
Estrutura dos parágrafos
Estrutura das orações
Pontuação
4. VERIFICAÇÃO
Argumentação
Uso de recursos
Citações
Notas de referência
Bibliográficas
5. APLICAÇÃO
Fidelidade a revelação bíblica
Ajuda para cumprir a Grande Comissão
Identificação das necessidades espirituais
Apresentação de soluções bíblicas para as necessidades espirituais apresentadas
Motivação para futuros estudos
9 . Estilo da página do título e do índice
PÁGINA DO TÍTULO
TÍTULO DO TRABALHO
NOME DO AUTOR
NOME E CÓDIGO DO CURSO
Nome do professor
Nome da instituição Educacional
Data
ÍNDICE (Estilo clássico)
TÍTULO DO TRABALHO
INTRODUÇÃO
I.
A.
1.
2.
B.
1.
2.
II.
A.
B.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
ÍNDICE (Estilo Numérico)
TÍTULO DO TRABALHO
INTRODUÇÃO
1.
1.1
1.2
2.
2.1
2.1.1
2.1.2.
2.2
3.
3.1.
3.2.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
Conclusão
Há muitas maneiras de escrever uma bom trabalho, e animamos os alunos a serem
criativos. Todavia, há certas pautas que ajudam a comunicar melhor. Provavelmente o maior
desafio é que a tese seja clara e fácil de entender. Também deve ser agradável de ler, e não um
tédio. Lea sua tese várias vezes até que fique satisfeito. Peça a um amigo que o leia para darlhe sugestões. Ler em voz alta para ver se a leitura flui. Seu trabalho deve ser tão bom que
outros queiram publicá-lo.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA CONFISSÃO
Dizemos "reformada" para identificar às igrejas que aceitam a doutrina sistematizada
por João Calvino. "A Igreja Reformada" da Holanda, "A Igreja Cristã e Reformada” dos
Estados unidos, e as Igrejas Presbiterianas por exemplo, aceitam a doutrina calvinista. A
Igreja Presbiteriana foi fundada na Escócia por Juan Knox em 1560, adotando a teologia
calvinista e o sistema de governo presbiteriano.
Os Reformados, e os demais protestantes, compartilham muitas doutrinas com os
católicos, como a inspiração da Bíblia, a trindade, e a morte e ressurreição de Jesus para nossa
salvação. Confessamos o Credo dos Apóstolos:
Creio em Deus, Pai Todo Poderoso, Criador do céu e da terra. Creio em
Jesus Cristo, seu único filho, Nosso Senhor, que foi concebido por obra e graça do
Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu debaixo do poder de Poncio Pilato,
foi crucificado, morto e sepultado, venceu a morte, ao terceiro dia ressuscitou dentre
os mortos, subiu aos céus e está sentado a direita de Deus, Pai todo poderoso. De onde
virá julgar os vivos e mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na
comunhão dos santos, no perdão dos pecados,na ressurreição da carne e na vida eterna.
Amém.
Os Reformados também compartilham muitas doutrinas com os outros protestantes,
onde difere dos católicos, especialmente os três "solas": só as Escritura é nossa autoridade, só
Jesus é nosso mediador entre o homem e Deus, e a salvação só é recebida pela fé. A reforma
nasceu em um contexto católico na Europa, se opondo ao ensinamento católico nestas três
áreas.
A Reforma também nasceu no contexto do humanismo do renascimento, e assim
tratou de corrigir uma ênfase exagerada no homem, dando ênfase a soberania e a glória de
Deus. Isto é o que destaca João Calvino em sua Institutas da Religião Cristã, e é o que chega
a ser o distintivo das igrejas “reformadas."
Uma das divisões principais entre os Protestantes é a divisão entre os Reformados e os
Arminianos. Arminio foi um professor holandês que manifestou seu desacordo com a doutrina
de Calvino. Depois de sua morte em 1610 , seus discípulos redigiram os cinco pontos em
desfavor de Calvino. Os calvinistas reagiram, convocando o que foi chamado o "Sínodo de
Dort". Eles revisaram estes pontos, os rejeitaram, e redigiram cinco pontos para contestar aos
arminianos, terminando seus trabalhos em 1619. Estes foram chamados "Os Cinco Pontos do
Calvinismo."
Uma dos credos mais importantes das igrejas Presbiterianas e Reformadas é A
Confissão de Fé de Westminster. Na Inglaterra, o rei Carlos I convocou o Parlamento no ano
1643 para pedir lhes que formulassem uma declaração de fé. O Parlamento convidou 121
teólogos e 30 leigos para confeccionar o documento, a maioria da Inglaterra, porém também
de outros países como Escócia e Holanda. Eram na maioria calvinistas. Como se reuniam na
Abadia de Westminster em Londres, a confissão leva o nome Westminster. Terminaram a
confissão no ano de 1646, a qual foi aprovada no ano de 1648, junto com o Catecismo Maior
e o Catecismo Menor.
LIÇÃO 1 : CAPÍTULOS 1 -2
Capítulo 1: Das Santas Escrituras
Revisão
Leia o capítulo 1 da Confissão de fé de Westminster, e responda as seguintes
perguntas.
Parágrafo A. Por que a Bíblia é necessária?
Parágrafo B. Quantos livros há no Antigo Testamento?
E no Novo testamento?
C. Existem alguns livros incluídos nas Bíblias católicas, porém não nas Bíblias
protestantes.? Como se chamam?
D. Por que devemos crer nas Escrituras?
E. De onde provem nossa completa persuasão e segurança de que a Bíblia é
autoritativa e infalível?
F. Se existe algo que necessitamos saber, porém a Bíblia não diz nada específico com
respeito ao tema, como podemos discerni-lo?
G. Quais são as coisas da Bíblia que são claras para todos, mesmo para os não
eruditos?
H. A que versão da Bíblia se deve apelar finalmente para resolver uma controvérsia?
I. Qual é a regra infalível para interpretar a Bíblia?
J. Quem é o juiz Supremo pelo qual devem decidir todas as controvérsias religiosas?
Textos bíblicos essenciais

2 Timóteo 3:16-17
Resumo: Você crer que...?
A Bíblia é inspirada por Deus, infalível e autoridade em tudo, sem erros.
CAPÍTULO 2: DE DEUS E DA SANTÍSSIMA TRINDADE
Repasse
Leia o capítulo 2 da Confissão de fé de Westminster, e responda as seguintes
perguntas.
A. Mencione alguns atributos de Deus.
B. Em que sentido Deus é “suficiente”?
C. Como se pode descrever a trindade?
Textos bíblicos essenciais


João 1:1
2 Corintios 3:17
Resumo: Você crer no seguinte?
Deus é um só, porém três pessoas em uma.
LEITURA COMPLEMENTAR
AS ESCRITURAS, NOSSA AUTORIDADE
Richard B . Ramsay
A doutrina da autoridade das Escrituras é fundamental para a fé cristã. A Bíblia é
nossa fonte de verdade, nossa autoridade máxima. Há vários temas de debate relacionados
com as Escrituras que devemos examinar. No tempo da Reforma, enfrentavam o conceito
católico da Tradição e a aceitação dos livros Apócrifos. Depois da composição da Confissão
de Fé de Westminster, alguns teólogos começaram a questionar a autoridade e a inerrância das
Escrituras, um tema que não devemos descuidar.
A Inerrância
A teologia liberal tem atacado a inerrância da Bíblia durante os últimos séculos. Já não
crêem nos milagres ou na inspiração sobrenatural das Escrituras. Tendem a buscar erros,
especialmente contradições entre os quatro Evangelhos, e erros de datas, cronologias, e outros
dados do Antigo Testamento.
Por exemplo, a “Alta Crítica” estuda a formação da Bíblia, tratando de identificar os
autores e os documentos que usaram para escrever os livros da Bíblia. Na Europa e os Estados
Unidos, muitos deles (ainda não todos) já não aceitam a Bíblia como inspirada por Deus, e,
portanto chegam a conclusão de que usaram documentos contraditórios (como por exemplo
nos relatos da criação e do Grande Dilúvio), e que os livros bíblicos têm datas de composição
muito posteriores ao que sugere no texto mesmo.
O Pentateuco tem sido vítima de muitos ataques por parte dos teólogos da Alta Crítica.
A maioria deles afirma que Moisés não pode ser o autor, mas que foi escrito muitos anos
depois dele, que vários autores e redatores desconhecidos escreveram o Pentateuco durante
um período de vários séculos, usando diversos documentos contraditórios. Os teólogos não
entram em acordo quanto a suas hipóteses acerca da formação do Pentateuco, mas uma das
versões mais conhecidas é chamada «teoria documental clássica» proposta por um alemão,
Julius Wellhausen, no ano 1876.
Mais recentemente, a novela de Dan Brown, O código Da Vinci, e outros livros tais
como Misquoting Jesus [Citando equivocadamente a Jesus] e Os mistérios de Jesus tem
causado confusão. A controvérsia está relacionada com a literatura gnóstica encontrada em
uma cova no Egito em 1945, chamada a biblioteca Nag Hammadi, assim o tema não é
exatamente novo. Porém a novela tem popularizado uma nova onda de dúvida a respeito da
Bíblia e sua integridade histórica.
Um dos debates está centrado no Evangelho de Judas. Este documento gnóstico data
do fim do segundo século, localizado um século depois dos evangelhos da Bíblia. O
documento está muito fragmentado, faltando muitas palavras e muitas linhas.
Nas citações, Jesus ri freqüentemente, quase dando a impressão de que está enganando
as pessoas. Há referências estranhas acerca das estrelas e a nomes como Saklas e Barbelo. O
fato que enseja tanta notícia é que segundo este documento, Jesus supostamente pede a Judas
que o traia. Ainda que aceitemos que este documento é historicamente fiel, não é claro para
mim que realmente indica que Jesus pede a Judas que o traia.
Com todos estes ataques, é importante estabelecer que a Bíblia diz de si mesma que é
inspirada.
2 Timoteo 3.16-17
Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para redigir, para
corrigir, para instruir em justiça , a fim de que o homem e de Deus seja eterna mente
preparado para toda boa obra .
Jesus considerou o Antigo Testamento como a Palavra de Deus (Mateus 5.18), e
indiretamente prometeu a compilação do Novo Testamento (João 14.25-26). Não podemos
esperar que Jesus confirme os documentos do Novo Testamento, porque foram escritos depois
da sua morte. Contudo, há comentários dentro do Novo Testamento mesmo que indicam que
consideravam alguns documentos do mesmo como a Palavra de Deus. Pedro menciona as
cartas de Paulo como Escrituras.
2 Pedro 3.15-16
e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso
amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca
destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas
coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam
as demais Escrituras, para a própria destruição deles.
Paulo cita duas passagem como nas Escrituras. em 1 Timóteo 5.18.
Pois a Escritura diz: Não atarás a boca do boi quando debulha; E: Digno é o
trabalhador do seu salário.
A segunda frase, digno é o trabalhador do seu salário. é uma citação de um versículo
do Novo Testamento, Lucas 10.7. A primeira frase vem de Deuteronômio 35.4.
Muitas das supostas contradições existentes nos evangelhos desaparecem
simplesmente em recordar que não se tratam dos mesmos detalhes. Respeito de qualquer
evento, as testemunhas oculares podem ter perspectivas distintas. O fato de contar com
distintas visões não significa que haja contradições. Além disso, no que se refere a
genealogias e números, os autores daquela época não pretendiam apresentar listas completas
de suas genealogias, e freqüentemente arredondavam seus números e suas datas. O que hoje
pode parecer-nos impreciso não são “erros”.
Ainda que não tenhamos respostas imediatas para todas as dúvidas, podemos estar
tranqüilos que com suficiente tempo e suficiente estudo, encontraremos respostas. Por
exemplo: se supõe que tem um erro em Hebreus 9.4. Falando do tabernáculo, o autor disse
que o lugar Santo “tinha” um incensário de ouro. Isto levou a pensar que o altar do incenso
estava dentro do Lugar Santíssimo. Porém ao ler o Antigo Testamento, vemos que o
incensário estava no Lugar Santo e não o Lugar Santíssimo (Exôdo 30.1-10 ). Como
explicamos esta aparente contradição? Não é tão difícil. Hebreus não disse exatamente que o
incensário estiveram no Lugar Santíssimo, mas que o Lugar Santíssimo tinha o incensário. A
razão para isso é que este elemento estava na porta do Lugar Santíssimo, diante do véu, e
formava parte da entrada do Lugar Santíssimo. Mais ainda, a passagem Êxodo o relaciona
claramente com a arca do testemunho e o propiciatório. Isto é um exemplo simples da
maneira em que temos que buscar soluções para os supostos erros.
O Conceito Católico da Tradição
Os católicos aceitam como sua autoridade não somente as Escrituras, mas também a
Tradição. Crêem que há outros ensinamentos de Jesus e os apóstolos, além dos que se
encontram na Bíblia, que foram transmitidas oralmente de geração em geração, sendo
preservadas divinamente entre as autoridades da Igreja.
O novo Catecismo da igreja católica1, diz o seguinte a respeito:
78 Esta transmissão viva, realizada no Espírito Santo é chamado de Tradição e é
distinta da Sagrada Escritura, embora intimamente ligada a ela. Por ela a Igreja, na sua
doutrina, vida e culto, conserva e transmite a todas as gerações tudo o que é e o que ele crer.
(DV 8). As palavras dos Santos Padres testemunham a presença viva desta Tradição, cujas
riquezas vão passando a prática e vida da Igreja que crê e ora. (DV 8).
80 A Tradição e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas.
Porque surgindo ambas da mesma fonte se fundem em certo modo e tem um mesmo fim. (DV
9). Uma e outra são presentes na Igreja e no mistério de Cristo que prometeu estar com os
seus, "para sempre, até o fim do mundo”. (Mt 28,30 ).
82 Daí resulta que a Igreja, à qual é confiada a transmissão e interpretação de
Revelação “não tira exclusivamente da Escritura a certeza de tudo o que foi revelado. E assim
se deve receber e respeitar com o mesmo espírito de devoção. (DV 9).
Os protestantes acreditam que só a Palavra Escrita carrega a promessa de inspiração
infalível.
O Catecismo Menor de Westminster, um documento que representa o pensamento
protestante sobre o assunto, diz:
A Palavra de Deus contida nas Escrituras do Antigo e Novo Testamento é a única
regra de Deus para nos dirigir como nos glorificar e desfrutar dele. (Pergunta nº 2).
Existem doutrinas que a Igreja Católica aceita, porque são parte da Tradição, mas que
os protestantes não aceitam, porque elas não estão na Bíblia. Por exemplo, a Igreja Católica
ensina que Virgem Maria nasceu sem o pecado original, não cometeu pecado em sua vida, e
que subiu ao céu sem morrer. (Catecismo, p.103, parágrafo 411). Esses ensinamentos não
estão na Bíblia.
A Bíblia inteira é inspirada por Deus. Isso significa literalmente que foi exalado da
boca de Deus. Por isso, é infalível e autoritativa. Note que não há nenhuma promessa
semelhante sobre a tradição oral transmitida de geração em geração.
2 Pedro 1:19-21:
Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la,
como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da
alva nasça em vosso coração, sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da
Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi
dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus,
movidos pelo Espírito Santo.
Quando Pedro diz que a Escritura não é de particular elucidação não está proibindo
que os seres humanos estudem e interpretem a Bíblia. Note-se o que diz depois: “a profecia
nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram
sendo inspirados pelo Espírito Santo. Não está proibindo o estudo das Escrituras, senão que
está falando de origem da Escritura. A idéia é que não se trata da mente do homem, mas da
mente de Deus.
A Bíblia não contém nenhuma proibição de interpretação e estudo privado. Ao
contrário. Ela recomenda-o
1
Editorial LUMEN, Montevideo, Uruguay,1992.
Atos 17:11
Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a
palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as
coisas eram, de fato, assim.
Foi algo nobre da parte dos crentes em Beréia estudar as Escrituras para comprovar se
o ensinamento de Paulo e Silas era correto. Eles não eram autoridades da Igreja, mas novos
crentes.
Há outras passagens que advertem contra adicionar ou remover algo da Palavra de
Deus. Mesmo que os católicos não pretendem agregar nada escrito na Bíblia com sua
tradição, o resultado é praticamente o mesmo. Note as advertências:
Deuteronômio 4:2
Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que
guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando.
Deuteronômio 12:32
Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás, nem diminuirás.
Apocalipse 22:18-19
Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém
lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro e,
se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua
parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste
livro.
Os livros Apócrifos
Os católicos usam basicamente a mesma Bíblia que os protestantes, exceto pelo feito
de que a Bíblia católica inclui o que se chamam os livros Apócrifos no Antigo Testamento.
Jerônimo, tradutor da Vulgata (400 d.C.), foi o primeiro em chamá-los Apócrifos, querendo
dizer que eram de autenticidade duvidosa. Os católicos freqüentemente usam o nome
“deuterocanônicos” para estes livros, que significa “segundo canon”, ou “segunda lista”.
Originalmente, eram quinze documentos. Sete deles, todavia estão na Bíblia católica
como livros completos:
Tobias,
Judite,
Sabedoria,
Eclesiástico,
Baruque,
Primeiro de Macabeus, e
Segundo de Macabeus.
Isto significa que para os católicos, o Antigo Testamento tem 46 livros,enquanto para
os protestantes, tem somente 39.
Há cinco documentos mais que estão incluídos na Bíblia católica, porém como
partes de outros livros do Antigo Testamento:
Adições ao livro de Ester
A Oração de Azarias e a Canção dos Três Jovens
Susana
Bel e o Dragão
A Carta de Jeremias
O primeiro documento está incluído ao final de Ester, e os três seguintes estão
incluídos ao final do livro de Daniel. A Carta de Jeremias está agregada a Baruque.
Em resumo, a Bíblia católica atual tem 12 escritos que não está na Bíblia protestante,
todos no Antigo Testamento. O cânon católico do Novo Testamento é igual ao cânon
protestante.
Restam três documentos que, ainda que tenham sido incluídos na Vulgata, foram
excluídos posteriormente pelo Conselho de Trento, 1545.
1 Esdras
2 Esdras
A Oração de Manassés2.
Nós protestantes não incluimos estes documentos na Bíblia. A Confissão de Fé de
Westminster disse:
I C. Os livros geralmente chamados Apócrifos, não sendo de inspiração divina, não
fazem parte do Cânon das Escrituras; não são, portanto, de autoridade na Igreja de
Deus, nem de modo algum podem ser aprovados ou empregados senão como escritos
humanos.
Por que os protestantes no incluem os documentos Apócrifos? Em primeiro lugar, não
estavam nas versões hebraicas do Antigo Testamento. O cânon (lista oficial) judeu do Antigo
Testamento foi fixado por Esdras mais de quatro séculos antes de Jesus. Os judeus foram
sempre escrupulosos em cuidar e fazer cópias do texto sagrado. Os protestantes usam a lista
hebraica para o Antigo Testamento. Em segundo lugar, o próprio conteúdo dos livros
apócrifos é questionável.
Por que os incluem os católicos? O argumento principal é que estavam em algumas
versões antigas da Septuaginta. A Septuaginta foi uma tradução do Antigo Testamento do
hebraico ao grego, provavelmente feita em Alexandria do Egito por volta de 285-246 antes de
Cristo, supervisionado pelo rei Ptolomeu II Filadelfo. Supõe-se que trabalharam setenta
tradutores, e dai o nome Septuaginta. Não é considerada uma tradução inspirada, nem muito
precisa.
Os livros apócrifos foram escritos entre o ano 150 antes de Cristo e 100 anos depois de
Cristo. Aparece primeiro como agregados a copias da Septuaginta. Na realidade, eram quinze
no total nesse tempo, agregados anos depois da tradução grega.3
Para ser exato, as versões mais antigas da Septuaginta não tem os mesmos livros
apócrifos. Portanto, o argumento católico é muito fraco. O Código Vaticanus, por exemplo,
não tem Primeiro e Segundo Macabeus (aceitos pela Igreja Católica), mas inclui 1 Esdras
(não reconhecido por Roma). O Código Sinaítico não tem Baruque (aceitos pelos católicos),
mas inclui IV Macabeus (não aceito por Roma). O Código Alexandrinus inclui três livros
rejeitados por Roma, 1 Esdras, III e IV Macabeus. (Gleason Archer, Resenha Crítica do
Antigo Testamento, capítulo 5).
2
2 a. Catecismo da Igreja Católica (Montevideo, Uruguay: Editorial LUME N,1992); b . Neil R. Lightfoot, How We
Gotth e Bible (Grand Rapids, Michigan: Baker, 1963), p . 89; c. T h e Apocrypha of the Old Testament, Revised
Standard Version (New York : Thomas Nelson and Sons, 1957), p p . iii-v .
3
Domingo Fernández , Los Libros Apócrifos, Miami: Editorial Resurrección.
É interessante também que o famoso judeu de Alexandria Filo, que viveu no primeiro
século depois de Cristo, nunca citou os livros apócrifos em seus escritos, ainda que tenha
citado muitas vezes dos outros livros do Antigo Testamento.
Ainda que alguns escritores tenham citado estes livros, a Igreja Católica Sempre
considerava estes quinze livros em outra categoria, chamando-os “deuterocanônicos”. o que
significa que estão na “segunda lista”, em contraste com os outros livros chamados
“protocanônicos” (os da primeira lista).
A Igreja não incluiu estes livros na Bíblia até por volta do ano 400 depois de Cristo.
Incluso, o Concílio de Laodicéia no ano 363, pouco antes, havia proibido a leitura dos livros
apócrifos. No ano 400, foram incluídos na tradução ao latim, a Vulgata Latina.
Também é muito significativo que São Jerômino mesmo, tradutor da Vulgata Latina,
se opôs a inclui-los em sua tradução. As autoridades eclesiásticas lhe obrigaram a incluí-los
contra sua vontade.
O Concílio de Trento, no ano 1545, modificou o cânon, tirando oito destes livros, e
deixando os sete que aceitam hoje em dia. Este mesmo feito espalha dúvidas sobre a decisão
de incluí-los na Bíblia. Vamos pensar: O argumento mais forte que podia justificar sua
inclusão na Bíblia é que estavam em algumas cópias da Septuaginta. Porém, agora foram
tirados oito dos quinze que estavam incluídos nessas versões da Septuaginta. Ou seja, já não
confiam no cânon da Septuaginta! Por que rejeitar os oito e não os quinze?
Além disso, uma leitura cuidadosa destes livros faz questionar sua veracidade. Judite
1:1 diz, por exemplo, que Nabucodonosor “reinou sobre os assírios na grande cidade Nínive.
Isto é um anacronismo. Nabucodonosor realmente foi rei do império Babilônico, povo que
depois foi conquistado pelos assírios. Porém, reinou da cidade de Babilônia, não de Nínive,
capital assíria.
Tobias está mais longe todavia de concordar com as datas históricas. Um autor
católico, C. F. De Vine, disse acerca de Tobias: “Os autores católicos, e sua maioria, negam
totalmente a historicidade de Tobias, considerando-o como uma ficção poética, como uma
fábula ou conto”. (Verbum Dei, tomo II, página 50, citado nos Livros Apócrifos).
O autor de Segundo Macabeus termina dizendo: “Darei fim a minha narração. Se está
boa e como convém à narração histórica, isso é o que eu desejei; entretanto se está imperfeita
e medíocre, me perdoem (15:38-39). Isto não soa como uma pessoa inspirada pelo Espírito
Santo!
Concluindo, tanto o processo histórico que levou a incluir os livros Apócrifos como o
próprio conteúdo deles são muito duvidosos. Além disso, mesmo a Igreja Católica sempre os
considerou de outra categoria.
PERGUNTAS DE REVISÃO
1. Quais são alguns dos ataques em contra da inerrância das Escrituras?
2. Como podemos defender a inerrância e a autoridade das Escrituras? Explique
vários argumentos, e utilize passagens bíblicas.
3. Que autoridade os católicos dão a Tradição? Por que?
4. Mencione as razões que os protestantes dão para não aceitar a Tradição como
oficial.
5. Por que os católicos incluem os livros apócrifos em sua Bíblia?
6. Por que os protestantes não os incluem?
LIÇÃO 2 : CAPÍTULOS 3 -5
Capítulo 3: Dos Eternos Decretos de Deus
Revisão
A. Quantas coisas Deus preordenou?
Então, Deus é autor do pecado?
B. Deus decretou as coisas porque as previa?
C. O decreto eterno de Deus inclui a vida eterna e a morte eterna dos homens?
D. O número dos que são predestinados à vida eterna pode ser mudado?
E. Esta predestinação depende de algo no homem?
F. Além de designar aos que serão salvos, o que mais Deus preordenou para a salvação
dos escolhidos?
G. O que Deus tem permitido com os que não são escolhidos para a vida eterna?
H. Como devemos tratar esta doutrina da predestinação?
Que benefício há em crer nesta doutrina?
Textos bíblicos essenciais
Romanos 9:18
Resumo: Você crer que...?
Deus tem decretado de antemão todo o que sucede, incluindo a salvação e a perdição
das pessoas.
CAPÍTULO 4: DA CRIAÇÃO
Revisão
A. Como o universo veio a existir?
Com que fim Deus criou tudo?
B. Mencione alguns atributos do homem
.
Textos bíblicos essenciais
Gêneses 1:1
Resumo: Você crer que...?
Deus criou tudo do nada para sua própria glória.
CAPÍTULO 5: DA PROVIDÊNCIA
Revisão
A. O que significa a "providência" ? Explique a diferença entre o "decreto de Deus" e
a "providência".
B. Deus ordenou que tudo sucederá de acordo com quê ?
C. Deus sempre usa meios (causas secundárias)?
D. A providência de Deus inclui a queda e o pecado?
Então, Deus é o autor do pecado?
E. Por que Deus permite as tentações as vezes?
F. O que Deus tem feito com os homens malvados e impuros que são cegos e
endurecidos por causa de seus pecados anteriores?
G. De quem Deus cuida de um modo especial?
Textos bíblicos essenciais
Efésios 1:11
Romanos 8:28
Resumo: Você crê que...?
Deus está governando e controlando tudo que existe a cada momento?
LEITURA COMPLEMENTAR
A SOBERANIA DE DEUS
Richard B .Ramsay
Introdução
A ênfase doutrinal mais notável das igrejas reformadas é a soberania de Deus.
Queremos destacar a grandeza e a graça de Deus, especialmente na providência, e na
salvação. Isto nos dá a confiança de que Deus está cuidando de nós, e nos dá a segurança de
nossa vida eterna. Os parágrafos seguintes dão uma defesa bíblica da posição reformada.
A PROVIDÊNCIA
Deus governa todas as coisas que acontece. Não há nada que escape de Seu controle.
Este governo contínuo se chama a providência , ou a predestinação. Ele planeja tudo e faz
com que tudo suceda de acordo com Seu plano.
Salmo 115:3
No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada.
Salmo 135:6
Tudo quanto aprouve ao SENHOR, ele o fez, nos céus e na terra, no mar e em todos
os abismos.
Provérbios 16:33
A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda decisão.
Isaias 46:9-11
Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu
sou Deus, e não há outro semelhante a mim;que desde o princípio anuncio o que há
de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o
meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade; que chamo a ave de
rapina desde o Oriente e de uma terra longínqua, o homem do meu conselho. Eu o
disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei.
Daniel 4:35
Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua
vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe
possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?
Efésios 1:11
nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito
daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade,
A Confissão de Fé de Westminster o expressa assim:
Pela mui sábia e santa providência, segundo a sua infalível presciência e o livre e
imutável conselho de sua própria vontade, Deus, o grande Criador de todas as coisas,
para o louvor da glória de sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia,
sustenta, dirige, dispõe e governa todas as criaturas, todas as ações delas e todas as
coisas, desde a maior até a menor. (Capítulo V, parágrafo A).
À primeira vista, isto poderia parecer fatalismo, como se o homem fosse um fantoche,
respondendo às ordens caprichosas de Deus. Contudo, não é assim. Esta doutrina apresenta
um só lado do ensinamento bíblico.
O outro lado é que o homem é um ser responsável, com sua própria vontade para
tomar decisões. Isto é tão óbvio que há milhares de exemplos. Toda a Bíblia supõe que o
homem é responsável pelos seus atos. Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden por seus
pecados (Gêneses 3). Deus disse a Noé que construísse uma arca, e Noé o fez. Deus não
manipulou seus braços contra sua vontade para construí-la! (Gêneses 7-9)
Isto é um mistério que escapa a lógica da mente humana. Há duas perspectivas para
ver os sucessos da história humana. É como ver tudo primeiro através de um telescópio e
depois ver tudo através de um microscópio.
De uma perspectiva, Deus planejou tudo e fez que tudo suceda de acordo com Seu
plano. Isto é como ver tudo através de um telescópio. É o quadro grande. Deus vive além do
tempo e do espaço, assim que para Ele, a história da humanidade é como um momento na
eternidade.
2 Pedro 3:8
Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia
é como mil anos, e mil anos, como um dia.
De outra perspectiva, o homem toma decisões e cada decisão muda o rumo da história
humana. O homem vive incluso no tempo e no espaço. Isto é como ver tudo através de um
microscópio, desde uma perspectiva pequena, examinando os detalhes pequenos.
Se Deus não nos explicasse na Bíblia acerca da perspectiva grande, a única perspectiva
que observaria o homem seria a pequena. Contudo, Deus nos tem revelado também o quadro
grande, para que demos a glória e a honra que lhe corresponde.
O homem, com a mente limitada, não pode compreender exatamente como estas duas
perspectivas pode-se harmonizar. Contudo, isto não significa que não seja a verdade!
Aceitamos muitas coisas que não compreendemos. Por exemplo, aceitamos o feito de que o
universo não tem fim. Sabemos que não poderia ser de outra maneira, mas tampouco
imaginamos como é infinito. Também cremos na trindade, sem compreender como Deus
pode ser um e três pessoas ao mesmo tempo. Cremos que Jesus era homem e Deus, mas não
podemos compreender isso. Todos os milagres realmente escapam a nossa compreensão. Se
pudéssemos entender estas coisas, seríamos Deus!
Da mesma maneira, sabemos que Deus tem que estar controlando tudo o que acontece.
Se Ele não o faz, Quem faz? Se há algum feito que escapa ao seu controle, já não é Deus! Se
há coisas que acontecem por casualidade, então, Deus não é Deus. E se há coisas que o
homem determina, acima da vontade de Deus, então, o homem é mais poderoso que Deus.
Não podemos compreender a predestinação, porém tampouco podemos imaginar que não seja
a verdade.
.
Isaias 55:8
Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos
caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR.
Deuteronômio 29:29
As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos
pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as
palavras desta lei.
Romanos 11:33-36
Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois,
conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu
a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são
todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!
Pensamos em um exemplo: Se eu tenho um lápis em minha mão, eu posso decidir se o
deixo cair ao solo ou não. Não fico pensando, “Haverá Deus predestinado que eu deixe cair o
lápis?” Simplesmente decido, e o faço. Contudo, depois de fazê-lo (se não passa algo
extraordinário que me impede fazê-lo), posso refletir que Deus havia planejado que eu ia
deixar cair o lápis. É assim com tudo; Deus o planejou, mas igualmente temos que viver cada
experiência na sucessão de tempo, tomando decisões, relacionando-nos com Deus momento
após momento.
Alguém disse que a soberania de Deus e a responsabilidade do homem são como dois
trilhos de trem; parece que nunca vão se juntar, mas quando estas duas linhas chegam ao céu,
onde Deus compreende tudo, se unem.
Se aceitamos tanto o feito de que Deus planeja tudo o que acontece, como também o
feito de que o homem toma decisões e é responsável, vamos poder aceitar as outras doutrinas
reformadas. As outras doutrinas estão relacionadas com esta. O problema é que algumas não
aceitam a providência total de Deus, porque não podem harmonizá-la com a livre vontade do
homem. Os reformados insistem em aceitar todo o ensinamento bíblico, ainda não a
compreendamos totalmente.
Outras igrejas enfatizam o aspecto humano, a responsabilidade do homem, diminuindo
a soberania de Deus. As igrejas reformadas enfatizam o aspecto divino, sua soberana
providencia, dando menos importância a parte humana. Contudo, não negam o aspecto
humano.
Por que enfatizamos a soberania de Deus? Em primeiro lugar, cremos na
predestinação porque cremos que a Bíblia a ensina, e que honra a Deus. Mas também há
conseqüências práticas desta doutrina que são de grande consolo.
O fato de saber que Deus governa tudo nos ajuda a aceitar as experiências negativas na
vida. Sabemos que o Senhor encaminha tudo para nosso bem.
Romanos 8:28
E sabemos que todas coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Se Deus não é soberano, não posso crer nisto! Mas já que Deus predestina e controla
tudo, posso ter a plena confiança de que vai encaminhar tudo para meu bem. À vezes não
sabemos por quê Deus nos permite as tragédias, porém pelo menos sabemos que Ele sabe por
que.
Inclusive, a oração mesma depende da confiança na soberania de Deus. Se Ele não
controla todas as coisas, como posso confiar em que me pode responder a oração?
É importante mencionar aqui que em tudo o que nos sucede, há dois atores, Deus e
Satanás. O Senhor está atuando em tudo para nosso bem, e Satanás está atuando para nos
fazer o mal.
Todos os problemas na vida nascem originalmente do pecado e a queda. Deus está
governando a história do mundo para eliminar estes problemas e trazer a salvação. Porém
Satanás está lutando a cada momento para destruir tudo.
Assim devemos manter esta perspectiva dupla quando acontece algo negativo. Por um
lado, temos de reconhecer o mal na experiência. Mas por outro lado, temos de reconhecer o
bem.
Um bom exemplo é a vida de José. Foi vendido como escravo pelos seus irmãos aos
Egípcios, chegou a ser ajudante do Faraó, e pode salvar muita gente, incluindo sua própria
família que o havia traído. Como José reagiu? Disse assim:
Gêneses 50 :20
Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem...
Não negou o pecado de seus irmãos, porém reconheceu a mão de Deus também. Se eu
fraturo uma perna, não tenho que fingir que não me dói, ou fingir que estou contente com a
fratura. Contudo, posso lembrar que por alguma razão o Senhor o permitiu, e confiar Nele que
o vai converter em uma benção.
Isto é o que o torna tão maravilhosa doutrina da soberania de Deus! Nós não podemos
perder! Aconteça o que acontecer, somos vitoriosos!
Romanos 8:31
Que diremos, pois, a vista dessas coisas? Se Deus é por nós? Quem será contra nós?
Romanos 8:37
Mas, em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por meio daquele que nos
amou.
A Eleição
O Controle de Deus sobre tudo, incluindo a eleição daqueles que serão salvos. Deus
escolheu aqueles que seriam salvos, desde antes da criação do mundo.
Mateus 22:14
Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.
João 15:16
Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e
vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça;
Romanos 8:28-30
Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão
conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim
de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses
também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a
esses também glorificou.
Efésios 1:3-4
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda
sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu
nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele;
2 Tessalonicenses 2:13-14
Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor,
porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do
Espírito e fé na verdade, para o que também vos chamou mediante o nosso evangelho,
para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
Essa eleição não está baseada em nada que Deus tenha previsto em nós, nem em
mérito algum, mas em Sua livre decisão, soberana e misteriosa. Não sabemos que critério ele
usa para selecionar.
Paulo dedica grande parte do capítulo 9 de Romanos a este tema. Ele explica o
princípio da eleição Através do Antigo Testamento. Deus sempre selecionou alguns e outros
não. Ele dá os exemplos de Isaque e de Jacó. Eles não receberam as bênçãos da promessa por
bom comportamento, mas apenas pela misericórdia de Deus. Deus tem misericórdia de quem
ele quer.
Isto pode parecer injusto, diz Paulo, mas temos que aceitar que Deus sempre faz o que
é certo, mesmo que nós não entendemos. Nós não devemos julgar Deus.
Romanos 9:8-21
Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser
considerados como descendência os filhos da promessa. Porque a palavra da
promessa é esta: Por esse tempo, virei, e Sara terá um filho. E não ela somente, mas
também Rebeca, ao conceber de um só, Isaque, nosso pai. E ainda não eram os
gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de
Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), já
fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei Jacó,
porém me aborreci de Esaú. Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De
modo nenhum! Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter
misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois,
não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.
Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o
meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra. Logo, tem ele
misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz. Tu, porém, me
dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? Quem és
tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem
o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do
mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?
Uma questão que surge ao tocar nesta questão é: Por que Deus não salva a todos?
Como pode eleger alguns? Possivelmente não encontraremos uma resposta totalmente
satisfatória. No entanto, há princípios bíblicos que ajudam muito:
1. Ninguém merece a salvação. Quem faz a pergunta pode estar assumindo que Deus
deve a salvação para o homem. Mas não é assim. Deus não deve nada a ninguém. Somos
todos pecadores e merecemos condenação. A questão está ao contrário. Devemos perguntar
por que Deus salva alguns? Se Deus não salva todos, não pode ser acusado de injusto, porque
ele não tinha obrigação de salvar ninguém.
É como a história do pregador Spurgeon Charles. Quando ele pregava a partir de
Romanos 9:13. “...Amei Jacó, mas rejeitei Esaú”, uma senhora disse depois que lhe era difícil
entender o verso. Spurgeon disse que também teve problemas, e perguntou quanto era mais
difícil. Ela disse que foi difícil aceitar que Deus odiou Esaú. Spurgeon disse: “Oh, não, isso é
fácil para mim, mas o fato de que Deus amou um mentiroso como Jacó, sim eu mal posso
entender!”
2. A Bíblia culpa o homem pela queda e pelo pecado. Deus não é autor do pecado.
Deus fez o homem livre para amá-lo e obedecê-lo, por sua própria vontade, não forçado como
um robô. E já não era uma máquina, tinha a capacidade de desobedecer também, e daí veio a
maldade.
3. O fato de que nem todos são salvos enfatiza a misericórdia de Deus para com os
eleitos. Deus não tinha que salvar ninguém, mas ele fez.
Romanos 9:22-23
Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder,
suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição,
Rom 9:23 a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos
de misericórdia, que para glória preparou de antemão.
4. Sabemos que Deus faz tudo para sua própria glória. Então, de alguma forma, seu
plano de salvação, tal como é realizado, incluindo a eleição lhe dá glória. Em certo sentido,
isto é a última palavra. Não há necessidade de entender como, mas sabemos que isso o
glorifica, e se assim for, aceitemo-lo!
Na verdade, a doutrina da eleição também é um grande conforto. Dá-nos a certeza de
nossa salvação. Os Reformados acreditam que a salvação não se perde. É óbvio: se é Deus
quem toma a iniciativa e escolhe aqueles que serão salvos, como se pode perder uma pessoa
que tenha sido escolhida? Por outro lado, se não aceitarmos a eleição, é difícil ter certeza de
que não podemos perder a nossa salvação.
Aqui estão algumas passagens bíblicas:
João 5:24
Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me
enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.
João 10:27-29
As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou
a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que
meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar.
Romanos 8:28-30
Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão
conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim
de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses
também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a
esses também glorificou.
Romanos 8:35-39
Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição,
ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos
entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro.
Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos
amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem
os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a
altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor
de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Filipenses 1:6
Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completála até ao Dia de Cristo Jesus.
Esta é uma das maiores promessas de toda a Bíblia! Isso nos dá grande certeza!
Alguns se opõem à doutrina da eleição, porque há passagens que parecem dizer que
um crente pode perder sua salvação:
Hebreus 6:4-6
É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom
celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de
Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renoválos para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o
Filho de Deus e expondo-o à ignomínia.
Gálatas 5:4b
De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes.
O que podemos dizer sobre estes textos?
Em primeiro lugar, os que “perderam sua fé” nunca foram convertidos. Somente
fizeram uma profissão de fé, sem experimentar uma verdadeira regeneração em seu coração.
Possivelmente eles foram “iluminados” intelectualmente e receberam alguns benefícios do
Espírito Santo, especialmente a comunhão com os crentes e os meios de graça encontrados na
igreja: a oração, a Palavra e os sacramentos. Possivelmente diziam que eles eram crentes e
parecia verdadeiramente convertidas. No entanto, nunca nasceu de novo. Observe, por
exemplo, que os Gálatas estavam tentando ser justificados pela lei. Esta é uma indicação de
que nunca creram de verdade. Esta resposta explica Hebreus 6 e Gálatas 5:4.
Em segundo lugar, o fato de que a salvação não se perde não significa que o crente
pode ser simplesmente passivo e descansar na certeza da sua salvação. Ele deve perseverar.
Ele deve confiando na graça de Deus. Isso explica as passagens que advertem os cristãos para
não cair, como o seguinte:
Atos 13:43
... os persuadiam a perseverar na graça de Deus.
1 Coríntios 10 :12
Portanto, quem pensa estar de pé veja que não caia.
Filipenses 2:12b -13
Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença,
porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com
temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar,
segundo a sua boa vontade.
O fato de alguém não se importar com a vontade de Deus e seguir seus caminhos é um
sinal de que nunca foi convertido.
Outros se opõe à doutrina da eleição, porque eles acham que o que acredita nisso não
vai evangelizar ninguém. Acho que eles vão ser passivos, como se Deus fosse para salvar os
eleitos de alguma forma, diretamente, sem a ajuda do homem.
Obviamente, a Bíblia não estabelece isso. Em primeiro lugar, não sabemos quem foi
eleito, e não é nossa responsabilidade adivinhar tampouco. A Bíblia claramente nos dá a
tarefa de evangelizar todos, com toda a energia possível.
Romanos 10 :14
Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem
não ouviram falar? E como ouvirão, se não há quem pregue?
Mateus 28:19
Portanto, ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo.
Outra questão que se coloca é, “O que acontece com aqueles que querem ser salvos,
mas não foram eleitos? Não parece justo que não pode ser salvos”. A resposta é que essa
pessoa hipotética não existe! Isto é, a pessoa que não foi eleita não vai querer ser salva!
Por outro lado, quem quer ser salvo, pode ser salvo! Nós livremente oferecemos a
salvação a todo aquele que deseja a vida eterna. Aquele que deseja a salvação só tem que crer
em Jesus e será salvo.
Há dois versículos do capítulo sexto do Evangelho de João, que ligam estas duas
ideias: a escolha soberana de decisão Deus e do homem:
João 6:37
Todo o que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim de maneira nenhuma o
lançarei fora.
João 6:44
... Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer;
Isto é muito interessante! Vamos analisar! Somente os eleitos venham a Jesus, todos
os eleitos vem a Jesus, e todos que vêm a Jesus serão salvos!
No processo de conversão é uma misteriosa relação entre a soberania de Deus e a
vontade do homem. Tudo depende de Deus, mas o homem, a partir de sua perspectiva, está
envolvido em todas as decisões.
Deus escolhe quem será salvo, antes da criação do mundo. Mas o homem que quer ser
salvo não tem que decidir se ele foi eleito ou não. Basta crer em Jesus, e depois de fazer isso,
ele percebe que tudo foi predestinado por Deus.
É como qualquer decisão que tomamos. Embora saibamos que Deus controla tudo, não
somos passivos. É como a ilustração do lápis que vimos anteriormente. Antes de cair, não
congelou, perguntando se Deus o predestinou a cair. Apenas tomar a decisão! Após fazer isso,
posso refletir que Deus tinha planejado. Este é o mistério!
Temos que viver de acordo com o que Deus nos tem revelado, não de acordo com seu
plano secreto. Deus nos tem revelado esta verdade acerca da predestinação e a eleição para
que toda a glória seja para Ele.
Deuteronômio 29:29
As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos
pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as
palavras desta lei.
Perguntas para revisão
1. O que é que a providência de Deus? Que apoio bíblico há para esta doutrina?
2. O que significa a eleição? Qual é a base bíblica para essa doutrina?
3. Quais são as objeções à doutrina da eleição, e como podemos respondê-las?
LIÇÃO 3 : CAPÍTULOS 6 -1 0
CAPÍTULO 6: DA QUEDA DO HOMEM, DO PECADO E SEU CASTIGO
Revisão
A. Como Adão e Eva foram seduzidos a pecar?
Deus permitiu este pecado? Por quê?
B. Quais foram os resultados deste pecado?
C. Como afetou a culpa da raça humana?
D. Como afetou a inclinação moral da humanidade?
E. A Corrupção moral continua a afetar uma pessoa que foi regenerada?
F. Como o pecado afeta o nosso relacionamento com Deus?
Textos bíblicos essenciais

Romanos 5:18,19
Resumo: Você crer que...?
Com Adão, toda a humanidade caiu em pecado, (ele é culpado do primeiro pecado), e
nasceu com uma natureza pecaminosa que se inclina só para fazer o mal.
Capítulo 7: Do Pacto de Deus com o Homem
Revisão
A . Por que foi necessário que se condescendesse voluntariamente para abençoar ao
homem?
Por meio de que Deus expressou essa bênção?
B. Qual foi o primeiro pacto que Deus fez com o homem?
O que Deus prometeu a Adão?
O que Deus exigiu de Adão?
C. Como se chama o segundo pacto?
O que oferece Deus ao homem?
O que Deus exige do homem?
O que promete dar ao homem para ajudar a cumprir sua parte?
D. Que outro nome tem o Pacto da Graça nas Escrituras?
E. Como se ministrava o Pacto da Graça no Antigo Testamento?
Como alguém se salvava no Antigo Testamento?
F. Quais são as ordenanças no Novo Testamento para ministrar o Pacto da Graça?
Quais são algumas das mudanças na eficácia do Pacto, no Novo Testamento?
O Antigo Testamento e o Novo Testamento são dois pactos diferentes?
Textos bíblicos essenciais
Hebreus 9:15
Resumo: Você crer que...?
Deus fez um Pacto de graça com o homem, prometendo a salvação pela fé em Jesus
Cristo?
CAPÍTULO 8: DE CRISTO, O MEDIADOR
Revisão
A. Por que Deus escolheu Seu Filho Jesus?
B. Jesus se fez o que para tornar-se o mediador entre o homem e Deus?
Quantas naturezas Ele tinha?
Quantas pessoas era Jesus?
C. Por que estava apto para ser mediador?
D. Liste as coisas que Jesus fez para desempenhar o ofício de mediador?
E. O que Jesus comprou com sua obediência e sacrifício?
F. Como foram comunicados os benefícios da redenção aos eleitos na época do Antigo
Testamento?
G. Como se manifestam as duas naturezas de Cristo? (Ele atua apenas conforme uma
das duas naturezas de cada vez? Uma domina a outra?)
H . Que coisas Cristo fez para aplicar a redenção àqueles que comprou?
Textos bíblicos essenciais
Hebreus 10 :12
2 Corintios 5:21
Colosenses 1:20
Resumo: Você crer que...?
Jesus é a segunda pessoa da Trindade, o Filho do Pai, que foi concebido pelo Espírito
Santo no seio da Virgem Maria, e sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Jesus cumpriu
a lei perfeitamente, sem pecado, sofreu, foi crucificado, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, e
pagou a conta pelos pecados dos eleitos e ganhou a vida eterna para eles.
CAPÍTULO 9: DO LIVRE ARBÍTRIO
Revisão
A. O homem foi criado com livre arbítrio?
B. O homem era livre para escolher o bem antes da queda?
C. Como a queda afetou a vontade do homem?
D. Como isso muda quando a pessoa se converte?
D. Quando o homem será completamente livre para fazer o bem?
Textos bíblicos Essenciais
Filipenses 2:13
Resumo: Você crer que...?
O homem foi criado com livre arbítrio, mas perdeu a capacidade de querer fazer o bem
após a queda, está morto em pecado e totalmente dependente da graça de Deus para a sua
salvação.
CAPÍTULO 10: DA VOCAÇÃO EFICAZ
Revisão
A . O que é vocação eficaz?
B. De que depende a vocação eficaz?
C. O que acontece com as crianças escolhidas que morrem na infância e com aqueles
que são incapazes de ser chamado externamente?
D. O que acontece com os não eleitos que recebe o chamado através da Palavra?
Textos bíblicos essenciais
Efesios 2:1
Resumo: Você crer que...?
O Espírito Santo opera no coração dos eleitos para que compreendam o evangelho,
creiam em Jesus e sejam salvos. Isto se chama o “chamado eficaz”.
LEITURA
OS CINCO PONTOS DO CALVINISMO:
UMA BREVE DEFESA BÍBLICA,
COMPARANDO-OS COM OS CINCO PONTOS DO ARMINIANISMO
Richard B . Ramsay
Introdução
Na Holanda, um professor de teologia chamado Armínio discordou com a doutrina de
Calvino, e após sua morte, em 1610, seus discípulos redigiram cinco pontos contra Calvino. O
"Sínodo de Dort" analisou esses pontos, os rejeitou, e elaborou cinco pontos para contestar os
arminianos, terminando o seu trabalho em 1619. Estes foram chamados de "Os Cinco Pontos
do Calvinismo".
O debate não era novo. É basicamente a mesma discussão do quinto século entre
Pelágio e Agostinho. Pelágio acreditava que o homem não tinha sido totalmente afetado pelo
pecado na queda, e, portanto, tinha uma coisa boa em si, algo que o ajudava a buscar a Deus e
crer em Cristo. Por outro lado, Agostinho insistiu que o homem estava morto no pecado, e
que sem a obra regeneradora do Espírito Santo não era capaz de responder ao evangelho.
Logo depois, Casiano tentou modificar a Pelágio (o chamado "semipelagianismo"), mas o
Sínodo de Orange em 529 condenou o Pelagianismo e o semi-pelagianismo. O debate na
Holanda mais de mil anos depois, revive a mesma discussão, e novamente a maioria, com
delegados da Alemanha, Suíça e Inglaterra, rejeitou Pelagianismo.
OS CINCO PONTOS DO CALVINISMO COMPARADO COM OS
CINCO PONTOS DO ARMINIANISMO:
CALVINISMO
1. A INCAPACIDADE TOTAL
2. A ELEIÇÃO INCONDICONAL
3. A EXPIAÇÃO PARTICULAR
4. A GRAÇA IRRESISTIVEL
5. A PERSEVARANCIA SEGURA
ARMINIANISMO
1. A VONTADE LIVRE
2. A ELEIÇÃO CONDICIONAL
3. A EXPIAÇÃO ILIMITADA
4. A GRAÇA RESISTIVEL
5. A PERSEVERANCIA INSEGURA
Você pode memorizar lembrando a primeira letra da segunda palavra de cada ponto:
"TIPIS".
Analisaremos o significado dos pontos primeiro, de forma resumida, e depois
buscaremos passagens bíblicas para comprovar a doutrina. As passagens bíblicas mais
importantes sobre o assunto serão citadas textualmente da Versão Revista e Atualizada, mas
para outras passagens, por razões de espaço, incluiremos apenas as referências. O leitor terá
que encontrar essas passagens por si mesmo na Bíblia.
Os Arminianos começam com a idéia de que o homem tem "livre arbítrio", que pode
decidir por si mesmo usando uma parte boa de si mesmo que permaneceu em seu espírito
após a queda, a crer em Cristo. Crêem na “eleição” mas pensam que Deus sabe de antemão
quem vai crer, e por isso, elege-os para serem salvos. Eles acreditam que Jesus morreu por
todos os homens, ou seja, ele comprou uma salvação potencial. Somente aqueles que crêem
nele (de livre vontade), recebem o benefício da morte e ressurreição de Jesus. Portanto, a
graça de Deus é resistível. Ou seja, mesmo que Deus faça todo o possível para que todos
sejam salvos, alguns resistem ao seu chamado (por vontade própria) e se perde. Finalmente,
mesmo aqueles que nele crêem e são salvos podem perder sua salvação, deixando de crer.
(Nem todos os arminianos concordam com esse último ponto.)
Os Calvinistas acreditam que o homem foi totalmente afetado pela queda, não há nada
nele que o faça buscar a Deus ou responder ao evangelho sozinho. Sem a obra prévia do
Espírito Santo que muda a vontade do homem, ninguém iria acreditar em Jesus. Ou seja, o seu
coração precisa ser regenerado primeiro. Eles acreditam que Deus escolheu antes da fundação
do mundo, quem seria salvo. Esta eleição não foi por algo que Deus viu de antemão, ou por
qualquer mérito daqueles que são eleitos, mas somente pela graça e misericórdia de Deus.
Uma vez eleito, Deus enviou o Seu Filho, Jesus Cristo, para morrer por essas pessoas em
particular. Sua morte e ressurreição foram totalmente eficazes, não só potencialmente eficaz
para sua salvação. Aqueles a quem Deus quer salvar serão salvos. Os eleitos não vão rejeitar o
chamado do evangelho e a obra do Espírito Santo. Uma vez que crêem e são salvos, não
perdem sua salvação, mas perseveram até o fim.
APOIO BÍBLICO PARA OS CINCO PONTOS DO CALVINISMO
I. A INCAPACIDADE TOTAL
A) Primeiro, todos os homens (sem Cristo) estão sob o domínio do pecado.
Romanos 3:9-20
Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já
temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; como está
escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus;
todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um
sequer. (vs. 10 -12)
1 João 1:8,10
B) Até que ponto o pecado afeta o homem?
1) A Bíblia fala do efeito da queda como a morte espiritual.
Gênesis 2:16,17.
Romanos 5:12
Efésios 2:1-3
"Ele vos deu vida, quando estávamos mortos em nossos delitos e pecados".
Colosenses 2:13
2) Seus pensamentos e tudo o que vem do seu coração, estão totalmente
corrompidos.
Gênesis 6:5
"E Deus viu que a maldade dos homens era grande na terra, e que toda a imaginação
dos pensamentos de seu coração era só má continuamente."
Gênesis 8:21
Jeremias 17:9
Marcos 7:21-23
Romanos 8:8
3) Sem Cristo, o homem é um escravo de Satanás.
João: 8:34
Jesus respondeu-lhes. Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete
pecado é servo do pecado.
João 8:44
Romanos 6:20
1 João 5:19
Tito 3:3
4) Sem fé, o homem nada pode fazer para agradar a Deus. Suas motivações não são
saudáveis se não nasce da fé, se não um produto do trabalho do Espírito Santo.
Hebreus 11:6
Ora, sem fé é impossível agradar a Deus...
5) Sem Deus, o homem não pode nem mesmo desejar de fazer o bem.
Filipenses 2:13
Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa
vontade.
Romanos 7:7-25
Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que
prefiro, e sim o que detesto (v . 15).
6) O homem por si só é incapaz de procurar a salvação ou crer.
Jeremias 13:23
Mateus 7:16-18
João 6:44
"Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer...."
João 6:65
C. Por isso, Jesus diz que o homem deve nascer de novo para entrar no Reino de
Deus. (O homem morto não pode fazer nada até que você tenha uma nova vida, um novo
coração.)
Juan 3:5-7
RESUMO
Esta doutrina não significa que tudo o que o homem faz é totalmente mal, mas que
cada aspecto do homem, incluindo a sua vontade e motivação, tem sido afetado pela queda. O
que se quer enfatizar especialmente que é como o pecado afeta a possibilidade de salvação:
Sem a ação prévia de Deus, na qual Ele transforma o coração de pedra em um coração capaz
de crer, é impossível para alguém ser salvo. Sua vontade está escravizada de tal modo que não
pode buscar a Deus ou crer em Jesus. Só com um novo nascimento, pode crer e ser salvo. Pela
condição do homem, Deus tem que nos dar fé. Como diz C.S. Lewis, "eu fui arrastado,
chutando e gritando, para o Reino de Deus". O homem está no mar, mas não se afogando,
pedindo ajuda, mas já está totalmente afogado, afundado no fundo do mar.
O PONTO ARMINIANO
Armínio mudou sua doutrina baseada na sua interpretação de Romanos 7. Segundo
ele, a passagem indica que o homem, antes de ser convertido, quer fazer o bem.
Romanos 7:14: “Eu sou carnal, vendido ao pecado”.
(Segundo isso, disse Armínio, o homem de Romanos 7 ainda não é convertido.)
7:16 “Aprovo lei”.
7:18 "O desejo de fazer o bem está em mim."
7:22 " De acordo com meu ser interior, tenho prazer na lei de Deus"."
(No entanto, diz Armínio, mesmo sem ser convertido, o homem quer fazer o bem e sua
mente se deleita na lei de Deus. Isso indica que há algo de bom no homem após a queda.)
RESPOSTA
Paulo está falando sobre si mesmo, depois de sua conversão. Mesmo que não fosse
assim, o importante é que esse desejo de fazer o bem não vem da vontade do homem, mas de
um trabalho prévio do Espírito Santo. Parece que o homem de Romanos 7 está sendo
convertido. Melhor dizendo, está se arrependendo, ou pela primeira vez em sua conversão, ou
algum tempo depois de sua conversão. O processo é o mesmo no sentido de que Deus está
mostrando que o pecado tem domínio sobre ele, que há um poder dentro dele que ele não
pode vencer sozinho. Esta convicção do pecado é destinada a levá-lo à fé em Cristo. É
justamente esta ideia que queríamos comprovar: O homem sem Cristo está sob o poder do
pecado. Se em qualquer momento durante processo de sua conversão, sente o desejo de fazer
o bem, e sente a frustração de não poder, isso de forma alguma mostra o quão bom é o
homem, senão quão mal ele é! Assim a passagem é consistente com todas as outras passagens
que vimos acima.
II. A ELEIÇÃO INCONDICIONAL
A) Deus escolheu os salvos desde antes da fundação do mundo.
Mateus 11:27
Mateus 22:14
Mateus 24:22,24,31
Romanos 8:28-30
(Nota: Neste contexto, "conheceu" significa amar de forma seletiva. Veja também 1
Pedro 1:2)
Efésios 1:4
"Ele nos escolheu desde antes da fundação do mundo ..."
1 Tessalonicenses 1:4,5
2 Tessalonicenses 2:13,14
1 Pedro 2:8,9
Apocalipse 13:8
Apocalipse 17:8
b. Esta escolha não se baseia em nada que Deus prevê, ou em qualquer mérito
humano, mas em sua decisão livre e soberana. Deus escolhe alguns apenas por
misericórdia. Nós não sabemos exatamente quais os critérios usados para a escolha.
Romanos 9:11-14
E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para
que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que
chama), já fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei
Jacó, porém me aborreci de Esaú. Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De
modo nenhum!
Romanos 9:16
Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua
misericórdia.
1 Coríntios 1:27-29
2 Timóteo 1:9
João 15:16
Não foste vós que escolhestes a mim, mas eu que vos escolhi a vós...
c. A fé e as boas obras soão resultado da eleição, não a base dela.
Efesios 2:10
Filipenses 1:29
Filipenses 2:12,13
d. Deus controla todas as coisas que acontecem. A eleição é um só aspecto desta
soberania.
Jó 42:1,2
Salmo 115:3
Salmo 135:6
Proverbios 16:33
Isaías 14:24,27
Isaías 46:9-11
Daniel 4:35
Efésios 1:11
...nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito
daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade,
RESUMO
Deus elegeu antes da fundação do mundo, sem nenhum mérito deles, aos que serão
salvos. Esta seleção divina está baseada somente no amor livre de Deus, e não porque sabe de
antemão os que vão crer ou os que serão boas pessoas. O Homem que se afundou no mar está
morto, incapaz de crer, então Deus tem de realizar um milagre e ressuscitá-lo primeiro. O
homem morto não pode tomar qualquer decisão até que Deus o eleja e lhe dê um coração
novo.
O PONTO ARMINIANO
Os arminianos, para ser coerente com a doutrina de que é a decisão livre do indivíduo
que determina sua salvação, e para poder explicar as passagens que falam tão claramente da
eleição, aceitam o fato de que Deus tem escolhido aos que são salvos, mas postulam que esta
decisão foi baseada no conhecimento divino do futuro. Ou seja, Deus vê de antemão que tal e
tal pessoa vai crer em Cristo, e por isso a elege. Interpretam Romanos 8:29 assim (e às vezes
o traduzem assim, sem nenhuma base gramático-lingüística): “Porque aos que Deus sabia que
iam crer, a eles os predestinou...”.
RESPOSTA
As passagens que já vimos acima são suficientes para mostrar que esta interpretação é
errada. Ademais, a idéia mesma da escolha não tem sentido se está baseada no feito de saber
que estas pessoas vão crer. Seria como “decidir” que você vai convidar alguém para o seu
casamento porque você escutou ela dizendo que vai. Alguém já tomou a decisão por você;
você não o elegeu. A doutrina arminiana faz que Deus se submeta a vontade do homem.
III. EXPIAÇÃO PARTICULAR
A. Quando Cristo morreu na cruz e ressuscitou dentre os mortos, realizou a
salvação para os escolhidos. Não somente tornou possível a salvação para os que iam
crer.
Romanos 5:8-10
Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por
nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue,
seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com
Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos
pela sua vida.
Efésios 1:3,4
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda
sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu nele
antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele.
B. Jesus veio salvar o Seu povo, as pessoas escolhidas por Deus o Pai. Não veio
dar vida eterna as demais pessoas. Foi uma redenção particular, porque selecionou
algumas pessoas entre todas. Em Sua mente, pensou nos eleitos com um amor especial.
João 6:35-40
Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o
lançarei fora. (vs. 37).
João 10 :7-29
Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a
minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e
ninguém as arrebatará da minha mão. (vs. 26 -28).
João 17:1-26
Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti, assim
como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a
todos os que lhe deste (vs. 1b, 2).
Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos
confiaste, e eles têm guardado a tua palavra. (vs. 6)
É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque
são teus; (vs. 9).
Romanos 8:29,30
Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à
imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também
justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.
RESUMO
Jesus veio para salvar somente os eleitos, não a todas as pessoas. Sua obra foi eficaz
para os eleitos, conseguindo para eles a vida eterna, não apenas uma potencial salvação. Os
Arminianos oferecem uma ponte muito grande, mas a ponte não atingir o outro lado! Os
Calvinistas dizem que a ponte é estreita, mas que chega ao outro lado! Os eleitos que foram
afogados no mar, o Senhor os tirou e os ressuscitou.
O PONTO ARMINIANO
A. Os Arminianos encontram algumas passagens que parecem dizer que Cristo
morreu para dar vida eterna a todos os povos:
Alguns textos falam do “mundo”:
João 1:29: Eis o Cordeiro de Deus que “tira o pecado do mundo”.
João 3:16: “Porque amou ao mundo de tal maneira...”.
João 4:42 “Cristo é o salvador do mundo”.
2 Corintios 5:19
1 João 2:1,2
" E ele é a propiciação pelos nossos pecados., E não somente pelos nossos, mas
também para todo o mundo ".
João 4:14 .
Outros falam " todos".
Romanos 5:18
“...por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação
que dá vida”.
(No versículo 19 Paulo muda para "muitos").
2 Coríntios 5:14,15
Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo,
todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si
mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
1 Timóteo 2:4-6
...o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento
da verdade. Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo
Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve
prestar em tempos oportunos.
Hebreus 2:9
2 Pedro 3:9
RESPOSTAS
É necessário encontrar alguma harmonia entre as passagens parecem dizer que Cristo
morreu por todos e as que parecem dizer que Cristo morreu somente pelos eleitos. Nós temos
uma aparente contradição, mas sabemos que a Bíblia é a Palavra de Deus e Deus não se
contradiz. Para conseguir isso, é preciso estudar o significado das palavras e o contexto em
que foram usadas. Para fazer isso corretamente, devemos fazer uma análise de cada passagem.
No entanto, devido a limitações de tempo, faremos seis observações gerais:
1. A palavra "mundo" tem vários significados: às vezes significa "terra", por vezes "as
pessoas do mundo", e às vezes significa "este século pecaminoso". Neste último caso, referese à qualidade e não a quantidade. (Tem esta última conotação em João 3:16, por exemplo).
2. "Todos" não é sempre um termo exato para indicar 100% das pessoas. Às vezes,
isso significa que todos de qualquer grupo, ou uma grande quantidade. Veja por exemplo:
Mateus 2:3, 4:24, e Marcos 1:33,37. Em Romanos 5:18, obviamente, não que dizer todos de
forma exata, porque no versículo 19 diz que "muitos".
3. O contexto de muitas destas passagens é a inclusão dos gentios. Os escritores
querem enfatizar o fato de que Jesus morreu não apenas para os judeus, mas por "todos", isto
é, para todas as raças, de todos os tipos de pessoas. 1 Timóteo 2:4-6 e 1 João 2:1-2 expressam
essa idéia.
4. A morte de Cristo é suficiente para todos. Ou seja, seu sacrifício era infinitamente e
eternamente perfeito. Ele não teria que fazer mais nada para salvar cem milhões de milhões de
milhões de pessoas!
5. A Bíblia ensina que a salvação é oferecida a todos os homens. (O "chamado
universal"). Quem quiser ser salvo pode crer em Jesus e será salvo. Isto é, não há ninguém
que quer ser salvo e não possa. Tampouco há alguém entre os perdidos que não possa salvarse.
6. Finalmente, há um sentido em que a morte de Cristo traz “salvação" para todos. Se
Cristo não tivesse vindo, a raça humana ou mundo, não continuaria existindo após a queda. A
ira de Deus contra o pecado tinha destruído toda existência! Portanto, todos recebem alguns
benefícios de sua morte, no sentido de ser libertos das conseqüências do pecado. Isso é
chamado de "graça comum" ou "graça universal.".
Mateus 5:45
Deus "... faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz ...chover sobre os justos e os
injustos”.
1 Timóteo 4:10
...porquanto temos posto a nossa esperança no Deus vivo, Salvador de todos os
homens, especialmente dos fiéis.
No Antigo Testamento, Israel como povo era salvo como em distintos sentidos. Por
exemplo, foram resgatados do Egito, de seus inimigos. No entanto, isso não significa que todo
judeu tem a vida eterna. Havia sempre um "remanescente" dentro do povo "redimido". (Veja
Romanos 11). Agora também há Salvação para "todos" no sentido de todas as raças, todas as
nações, mas só o remanescente (os eleitos) tem a vida eterna.
B. Há também passagens que indicam que Deus quer que todos sejam salvos. (1
Timóteo 2:1-5, 2 Pedro 3:9). Como podemos entender isso?
Resposta: Algumas, como 1 Timóteo 2:1-5 estão falando sobre todos os tipos de
pessoas. No entanto, a Bíblia parece ensinar que Deus, em algum sentido "deseja" a salvação
de cada pessoa. Aqui temos que reconhecer que há um mistério além da nossa compreensão.
Os teólogos falam da vontade de Deus de duas maneiras:
Sua vontade secreta, e
Sua vontade revelada.
(Ver Deuteronômio 29:29).
Não que Deus tem duas vontades, como duas entidades em conflito, mas há diferentes
aspectos de sua vontade. Para os homens, a forma como esses aspectos se conectam é
misteriosa, mas para próprio Deus, não há mistério.
A vontade secreta são os seus decretos, Seu plano eterno. Os mandamentos são a Sua
vontade revelada, que é expressa em Sua Palavra. Tal como Deus manda que os homens
cumpram Seus mandamentos, mas permite que nem sempre se cumpra, Deus deseja a
salvação de todos e manda que todos creiam, mas planeja e permite que nem todos sejam
salvos. Este é o tema de Romanos 9, e a resposta é "Quem é você para discutires com Deus?"
É de grande ajudar aceitar este mistério e reconhecer o fato de que Deus está fora do tempo e
o homem vive no tempo. Deus programou toda a história, mas se relaciona com o homem nos
momentos consecutivos de história. Em nenhum momento, "Deus deseja" a salvação de
alguém que não vai ser salvo.
IV. A GRAÇA IRRESISTIVEL
Este ponto é subentendido no que foi exposto acima. Se Deus escolheu aqueles que
serão salvos, e se Cristo veio para morrer de forma eficaz para os eleitos, então os eleitos
serão salvos! É lógico! No entanto, para eliminar quaisquer dúvidas, e mostrar que não é
apenas lógica, mas também bíblico, repetiremos algumas passagens que indicam claramente
que o Senhor vai trazer a salvação para os eleitos:
João 6:37
Tudo o que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim de maneira nenhuma o
lançarei fora.
Atos13:48
...E creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna
Romanos 8:29,30 (ver acima.)
RESUMO
Aqueles que foram eleitos, sendo incapazes de responder ao chamado do Evangelho
por si mesmos, mortos em delitos e pecados, agora não podem resistir ao chamado do Espírito
Santo. Se Deus quer salvá-los, quem pode Contra Ele?! A sua salvação não depende de sua
vontade própria, mas pela misericórdia de Deus. Naturalmente, isto não significa que a
vontade do homem não é envolvida no processo de conversão. O homem escolhido chega a
compreender o evangelho e desejar a salvação, a crer por sua própria vontade. No entanto,
essa desejo, essa fé, essa mudança de vontade virá de Deus.
O PONTO ARMINIANO
Eles são consistentes com a teologia que enfatiza o livre arbítrio do homem. Se o
homem tem a "última palavra" em sua salvação, obviamente, ele pode resistir ao chamado do
Senhor. Poderiam eles apontar para passagens que indicam que nem todos os "chamados" são
salvos.
Mateus 22:14
Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.
RESPOSTA
Há um “chamado exterior” e um “chamado interior”. Nem todos os que são chamados
exteriormente, ou seja, que ouvem o evangelho, são salvos. Somente aqueles que são
chamados internamente, com a mudança de coração, são salvos.
V. A PERSEVERANÇA SEGURA
(Às vezes chamado de "perseverança dos santos", ou "a preservação dos santos.")
Isso também é uma dedução lógica dos quatro primeiros pontos. No entanto,
anotaremos algumas passagens que enfatizam o fato de que Deus vai continuar a obra que
começou nos eleitos. A salvação não pode ser perdida! Devemos notar que este ponto não
seria válido se os quatro primeiros não forem verdade. Ou seja, esse "grand finale" dos cinco
pontos depende da eleição e da graça irresistível de Deus. Nossa certeza de vida eterna é
baseada no fato de que é o Deus soberano que nos salva.
João 5:24
Em verdade, em verdade, eu vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que
me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.
João 6:37 (Ver acima.)
João 10 :27-30
"...jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me
deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. (28b, 29).
Romanos 5:8-10 (Ver acima, ponto III)
Romanos 8:29,30 (Ver acima)
Romanos 8:31-39
Quem nos separará do amor de Cristo? (35).
Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a
profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está
em Cristo Jesus, nosso Senhor. (vs. 38,39)
Filipenses 1:6
Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completála até ao Dia de Cristo Jesus.
RESUMO
A salvação não pode ser perdida. Uma vez que depende da vontade de Deus, Ele não
permitirá que seus eleitos percam a fé.
O PONTO ARMINIANO
Há passagens que parecem dizer que um crente pode perder sua salvação.
Hebreus 6:4-6
É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom
celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e
os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para
arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e
expondo-o à ignomínia.
1 Coríntios 10 :12
Portanto, quem pensa estar de pé veja que não caia.
Gálatas 5:1-4
Da graça decaístes. (4b).
RESPOSTA
Primeiro, aqueles que "perdem a fé" nunca foram realmente convertidos.
Possivelmente foram "iluminados" e receberam alguns benefícios do Espírito Santo,
especialmente na comunhão dos crentes e outros meios de graça encontrados na Igreja.
Possivelmente professaram crer e pareciam convertidos. Mas nunca nasceu de novo. Só Deus
conhece os corações. Isso explica Hebreus 6.
Segundo, o fato de que a salvação não se perde não significa que o crente pode ser
simplesmente passivo e descansar na certeza da sua salvação. Ele deve perseverar. Isso
explica as passagens que o avisam para não cair.
Filipenses 2:12b -13
...desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em
vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.
Isto significa que não devemos confiar em nós mesmos, ou em qualquer decisão que
tomamos, mas que devemos continuar a confiar na graça de Deus.
Atos 13:43
...os persuadiam a perseverar na graça de Deus.
O fato de que alguém que não se importa em cumprir a vontade de Deus e seguir o
caminho da santificação é um sinal de que nunca foi convertido.
CONCLUSÃO
Não temos a intenção de esclarecer todas as dúvidas, nem analisar com profundidade
todas as passagens sobre este tema. No entanto, acreditamos que os cinco pontos do
calvinismo dão a melhor respostas a questões teológicas, porque oferecem a explicação mais
consistente com as Escrituras. Eles tratam de levar em conta "todo o conselho de Deus", para
buscar um acordo entre as passagens. Onde deixa algumas dificuldades de interpretação, a
posição Arminiana cria mais problemas ainda.
Além disso, os cinco pontos são logicamente ligados, como um pacote doutrinário só.
Eles dão um resumo do evangelho, enfatizando o pecado do homem e o amor de soberano
Deus. Todos os homens são mortos em pecado. Deus decide salvar alguns deles, sem mérito
algum da sua parte. Para salvá-los, enviou Jesus Cristo, Seu Filho, para morrer por eles.
(Apesar de sua morte trazer benefícios a todos, dá a vida eterna aos eleitos somente.) A Estes,
chama e transforma o seu coração, para que eles possam crer. A cada um deles leva-os ao fim
da estrada, sem deixá-los cair.
Por falta de espaço, já citamos muitos versículos da Bíblia, sem explicar o seu
contexto. Entretanto cremos que os citamos fielmente. Para convencer mais, pode-se estudálos mais profundidade. A carta aos Romanos é o tratado mais abrangente dessas doutrinas,
especialmente capítulos 1-9. Os capítulos 1-3 mostram o pecado do homem (e 7, também), 35 a justificação; 6-8 santificação, 6-8, 8 enfatiza a segurança da salvação, e Capítulo 9 a
eleição.
**************************************************
Duas passagens-chave, que incluem os cinco pontos e que valem a pena memorizá-los são:
Romanos 3.10,11.
Como está escrito: Não há justo, nem um sequer: não há ninguém que entenda,
ninguém que busque a Deus. (Incapacidade TOTAL)
Romanos 8:28-30
Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão
conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que
ele seja o primogênito entre muitos irmãos. (ELEIÇÃO INCONDICIONAL) E aos que
predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou;
(EXPIAÇÃO LIMITADA) (Justificação implica que Cristo morreu por seus pecados.) (Graça
Irresistível) (Eles são chamados e justificados, indicando que Deus lhes dá a fé); e aos que
justificou, a esses também glorificou. (PERSEVERANÇA SEGURA)
* * * * * ** * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
NOTA 1
No processo de conversão há uma misteriosa relação entre a soberania de Deus e a
vontade do homem. Tudo depende de Deus, mas o homem, a partir de sua perspectiva, está
envolvido em todas as decisões.
1. Embora o homem esteja totalmente incapacitado, no momento em que Deus
trabalha em seu coração para dar fé, ele decide entregar a sua vida ao Senhor. (Se você pensar
sobre isso, ele não decide crer, mas percebe que já crer e decide receber o perdão e submeterse ao Senhor.
2. Deus escolhe quem será salvo, antes da fundação do mundo. No entanto, o homem
não sabe se ele foi eleito ou não. Simplesmente crê em Jesus, e então percebe que ele tinha
sido escolhido.
3. Jesus deu sua vida para salvar os eleitos, mas não sabemos quem são. Por isso,
oferecemos o evangelho a todos livremente, sabendo que todo o que deseja pode ser salvo.
4. A graça é irresistível, mas os não eleitos vão rejeitar o chamado externo do
evangelho. Uma vez que não sabemos quem são, continuaremos orando e tentando convencer
a todos que creiam em Jesus Cristo.
5. Os eleitos não perderão a salvação. No entanto, nós temos que perseverar, e
incentivar outros irmãos a perseverar na graça. Nossa santificação depende de Deus, mas a
nossa vontade também está envolvida.
É como qualquer decisão que tomamos. Embora saibamos Deus controla tudo, não
somos passivos. Por exemplo, eu posso decidir deixar um lápis cair. Antes de deixá-lo cair,
não posso ficar paralisado, analisando se Deus o predestinou a cair ou não. Apenas tomo a
decisão e o deixo cair. No momento da decisão não influencia a minha decisão o fato de que
Deus controla tudo e tem tudo planejado. Apenas após o fato, eu sei que Deus tinha planejado.
Aqui está o mistério!
Deuteronômio 29:29
As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, mas as reveladas pertencem a
nós e aos nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.
Temos que viver de acordo com o que Deus nos revelou, não de acordo com o seu
plano secreto.
NOTA 2
A questão que pode ficar sem resposta satisfatória é: Por que Deus não salva a todos?
Primeiro, temos de reconhecer que esta questão é difícil para todos. Nem os
arminianos têm uma resposta. Eles podem dizer que não é culpa de Deus, mas do homem,
porque este tem a palavra final na sua salvação. No entanto, isso não ajuda muito, porque
ainda resta a questão: Por que Deus não faz algo para que todos creiam?
Duas respostas podem ser dadas a essa pergunta:
1) Deus não salva a todos.
2) Deus é fraco.
Em segundo lugar, há algumas respostas que nos ajudam, pelo menos, a aceitar o fato
de que Deus não salva a todos.
1. Ninguém merece a salvação. O que faz a pergunta pode estar supondo que Deus
deve a salvação para o homem. Mas isso não é a verdade. Deus não deve nada a ninguém.
Todo somos pecadores e merecemos condenação. Se Deus salva alguns, não é injusto por não
salvar a todos.
2. A Bíblia culpa o homem pela queda e o pecado. Deus não é o "autor" do pecado.
Deus o libertou (tinha vontade livre até a queda) para amar e obedecer-lhe de sua própria
vontade, não forçado como um robô. Uma vez que não foi robô, tinha a capacidade de decidir
não obedecer, daí vem o mal.
3.O fato de que nem todos são salvos enfatiza a misericórdia de Deus para com os
eleitos. Não tinha que salvar ninguém, mas o fez.
Romanos 9:22-23
Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder,
suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que
também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para
glória preparou de antemão.
4. Sabemos que Deus faz tudo para sua própria glória. Por isso, de alguma forma, o eu
plano de salvação, tal como se realiza, lhe dá glória.
Terceiro, há coisas que temos de aceitar, sem entendê-las completamente, porque a
Bíblia ensina. Nós acreditamos na trindade sem compreendê-la logicamente. Acreditamos que
o universo é infinito, Deus não teve princípio. No final, temos que tomar os nossos lugares,
como criaturas.
Romanos 9:20, 21
Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto
perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa,
para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?
Isaías 55:8
Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem vossos caminhos
os meus caminhos, diz o Senhor”.
Romanos 11:33-36
Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu
a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe
venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele,
pois, a glória eternamente. Amém!
BIBLIOGRAFIA
Bangs, Carl. Arminius; A Study in the Dutch Reformation. Nashville: Abingdon Press,
1971. (O autor é arminiano; escreve para defender Arminio).
Berkhof, Louis. Sumario de Doctrina Cristiana. G rand Rap ids: T.E.L.L., 1966.
Berkhof, Louis. Teología Sistemática. Grand Rapids: T.E.L.L., 1976.
Calvino, Juan. Las Instituciones.
Calvino, Juan. Breve Instrucción Cristiana. Paises Bajos: Fundación Editorial de
Literatura Reformada, 1966.
Catecismo Menor de Westminster.
Confesión de Fe de Westminster.
Lango Umalla, Ezequiel. Catecismo Menor Explicado. México, D.F.: El Faro, 1984.
Packer, J . I. Hacia el Conocimiento de Dios.
Pink, A . W. La Soberanía de Dios. Edinburgh, Gran Bretaña: El Estandarte de la
Verdad,1978.
Steele, David, y Thomas, Curtis. The Five Points of Calvinism; Defined, Defended,
Documented. Philadelphia, Pennsylvania: Presbyterian and Reformed Publishing Company,
1975.
Warfield, Benjamin. El Plan de la Salvación. G rand Rap ids, Michig an: T.E.L.L .
PERGUNTAS PARA REVISÃO
1. Escreva os cinco pontos do calvinismo, e cite uma passagem bíblica que dê suporte
a cada um.
2. Explique a abordagem arminiana de cada um dos cinco pontos, e mencione a
resposta calvinista.
LIÇÃO 4: CAPÍTULOS 11-1 6
CAPÍTULO 11: DA JUSTIFICAÇÃO
Revisão
A. O que é a justificação?
Do que o homem precisa para ser justificado?
De onde vem a fé?
B. Por quais coisas vem acompanhada a verdadeira fé?
C. A justificação está baseada em algo o homem que faz?
D. Quando Deus decretou a justificação dos eleitos?
Quando são justificados?
E. Aqueles que são justificados podem perder a justificação?
O que pode acontecer com eles por causa de seus pecados?
F. Os crentes do Antigo Testamento foram justificados de maneira diferente dos
crentes do Novo Testamento?
Textos bíblicos essenciais
Romanos 3:24
Resumo: Você crer que...?
Através da fé em Jesus Cristo o homem é justificado, isto é, é declarado legalmente
inocente de todos os pecados e tem a justiça de Jesus Cristo contada a seu favor.
CAPÍTULO 12: DA ADOÇÃO
Revisão
A. O que Deus concede para aqueles que são justificados?
Mencione alguns benefícios de ser adotados como filhos de Deus.
Textos bíblicos essenciais
Efésios 1:5
Resumo: Você crer que...?
Sendo justificado, o crente é adotado imediatamente e considerado um filho de Deus,
com todos os benefícios envolvido.
CAPÍTULO 13: DA SANTIFICAÇÃO
Revisão
A. O que mais acontece com aqueles que foram regenerados?
Explique o que inclui a santificação.
B. Embora eles sejam santificados, o que ainda subsiste em cada crente?
C. Que parte obtém a vitória nesta batalha espiritual?
Textos bíblicos essenciais
Filipenses 1:6
Resumo: Você crer que...?
O Espírito Santo trabalha em todos os crentes para destruir o domínio do pecado e
fortalecê-los em graça e santidade.
CAPÍTULO 14: DA FÉ SALVADORA
Revisão
A. Como Deus nos dá a fé?
B. De que forma principalmente se manifesta a fé salvadora?
C. A fé é sempre forte?
Textos bíblicos essenciais
Romanos 3:28
Resumo: Você crer que...?
A fé salvadora significa que descansar só em Cristo para a justificação, santificação e
vida eterna.
CAPÍTULO 15: DO ARREPENDIMENTO PARA A VIDA
Revisão
A. Além da fé em Cristo, que doutrina deve ser pregar?
B. O que é arrependimento?
C. O arrependimento causa o perdão dos pecados?
Pode-se esperar perdão sem arrependimento?
D. Há algum pecado que é grande demais para ser perdoado onde há o verdadeiro
arrependimento?
E. Um arrependimento geral é suficiente?
F. O que deve fazer alguém que tenha ofendido um irmão ou a Igreja?
Como devem responder os ofendidos?
Textos bíblicos essenciais
Ezequiel 18:31
Resumo: Você crer que...?
Não devemos esperar perdão sem arrependimento. O arrependimento é afligir-se pelos
pecados e voltar para Deus.
CAPÍTULO 16: DAS BOAS OBRAS
Revisão
A. Quais são as verdadeiras obras boas?
B. Quais frutos e evidências são boas obras?
C. De onde vem a capacidade de fazer boas obras?
D. Como pode um crente chegar perto da perfeição?
E. Por que não podemos merecer o perdão?
F. Uma vez que são impuras e contaminadas, as nossas boas obras são rejeitados por
Deus?
G. Obras feitas por homens não regenerados agradam a Deus?
Por quê?
Textos bíblicos essenciais
Tiago 2:17,18
Resumo: Você crer que...?
As boas obras são evidência e fruto da fé salvadora, mas não merecem a salvação.
LEITURA COMPLEMENTAR
JUSTIFICADOS E SANTIFICADOS PELA FÉ
RICHARD B . RAMSAY
"Na verdade, somos mendigos."
Martín Lutero
(Nota encontrado em seu bolso quando ele morreu)
Uma das coisas mais tristes que eu já fiz na minha vida foi o de levar um aluno do
seminário para o Hospital Psiquiátrico. Esse jovem tinha perdido o contato com a realidade.
Seu irmão disse que ele não podia ficar em casa, e ele não tinha teve que passar a noite, por
isso eu o convidei para o meu apartamento. Ele acordou às três horas da manhã gritando e
desorientado, convencido de que tinha recebido uma comunicação direta do Senhor. Embora
eu não tivesse dito, ele captou que eu não tinha tanta certeza sobre essas "revelações", e se
irou comigo. Durante os próximos dias, discutia com todos dizendo como devemos lidar com
o seminário, e como viver nossas vidas. Ele acreditava era o único que estava perto de Deus,
seguindo a Sua vontade, e que os outros estavam espiritualmente pobres. Começou a andar
pelas ruas de Santiago, no Chile, sem olhar para o tráfego e subia nos ônibus para pregar aos
passageiros. Nós o colocamos sob os cuidados de um psiquiatra cristão, mas logo tornou-se
perigoso, não só para si mesmo, mas também para os outros. Um dia, recebi um telefonema
histérico de nossa secretária, dizendo que ele estava ameaçando-a com um pente como se
fosse uma faca. Liguei para a polícia, e disseram que não podia fazer nada até que ele
realmente houvesse problemas. Eu disse: Obrigado! Vou ligar novamente depois que ele
matar alguém! Eles me recomendaram o Hospital Psiquiátrico. O hospital disse que não podia
ir buscá-la, e que nós teríamos que levá-lo lá. Assim que fui para o seminário com um amigo,
nós o convidamos para um passeio com a gente em minha caminhoneta, e nós o levamos para
o hospital, entrando pelo portão principal. Quando ele percebeu o que estava acontecendo,
tentou fugir. Eu nunca vou esquecer a cena quando os guardas pularam em cima dele,
colocaram uma camisa de força, e levaram, chutando e gritando. Eu sabia que eu tinha que
fazer isso, mas eu me senti horrível e queria chorar.
Ele foi diagnosticado com esquizofrenia, e lhe deram medicamentos. Ele teve que ser
internado por bastante tempo. Um dia, o psiquiatra chefe me convidou para uma entrevista
sobre o aluno. O que me espantou foi o seguinte: O médico disse-me que a maioria de seus
pacientes eram evangélicos! Fiquei surpreso com os dados, e eu perguntei por quê. Ele disse
que era por causa do sentimento de culpa. Ele disse que não tinha nada contra o cristianismo,
mas que muitas igrejas falam demasiadamente da lei e de coisas muito negativas, sem falar do
amor de Deus, perdão e coisas positivas. Muitas pessoas acabam com uma tremenda carga de
culpa que perturba a sua capacidade de se relacionar de forma saudável com o mundo. Fiquei
muito triste, porque deveria ser precisamente o nosso relacionamento com Cristo que nos
liberta da culpa. Eu acho que muitos evangélicos não têm entendido as implicações do fato de
que a nossa salvação é completamente por graça mediante a fé. Facilmente caem em um
legalismo que impede a alegria que temos em Cristo.
O autor David Seamonds4 conta sua experiência como missionário na Índia. Um
jovem foi para pedir conselhos, queixando-se de um sentimento de culpa, ansiedade, raiva e
auto-desprezo. Quando ele fez as perguntas usuais sobre sua leitura da Bíblia, seu tempo de
oração, e sua freqüência à igreja, ele sabia que o jovem fazia uso dos meios de crescimento;
passava horas e horas lendo a Bíblia, orando, e participando das atividades da igreja. Mas algo
estava errado. Nesse momento, Seamonds percebeu que o rapaz simplesmente não estava
descansando na graça de Deus. Estava tentando conseguir sua própria santidade com o
esforço humano. Seamonds concluiu que era possível fazer as coisas certas, sem está
realmente confiando no Senhor, e isso mudou completamente seu ministério. Ele começou a
colocar toda a ênfase na graça de Deus.
Martinho Lutero também lutou com sentimentos de culpa, e tentou fazer sua própria
santidade através do sofrimento. Ele dormia no chão, jejuava, e se castigava com açoites.
Finalmente encontrou a resposta em Romanos 1.17.
...visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O
justo viverá por fé.
O brado da reforma foi a "justificação pela fé", e os evangélicos têm enfatizado essa
doutrina desde então. No entanto, existe um segundo aspecto deste versículo que deve
também nos entusiasmar. Creio que Lutero o entendeu, mas não se tem dado muita atenção a
esta doutrina até anos recentes. Este importante ensino é que a santificação é também pela fé.
O que significa que a justiça de Deus se revela "de fé em fé"? Na verdade, esta
tradução (Reina Valera 1960) é difícil de entender. O grego diz literalmente, ek pisteos eis
pistin, isto é, de fé em fé. A palavra ek é uma preposição freqüentemente usada para indicar o
movimento de dentro para fora, por exemplo, quando uma pessoa sai de uma casa. O segundo
termo, eis, é usado para indicar o movimento de fora para dentro, por exemplo, quando uma
pessoa entra na casa. Isto é, a justiça sai da fé e retorna para a fé, ou começa e termina na fé.
Creio que a tradução da Nova Versão Internacional comunica a idéia de “pela fé do princípio
até ao fim”. A vida cristã é como uma ponte; começamos pela fé de um lado, e terminamos
pela fé do outro lado. O terreno que sustenta tudo é a graça de Deus recebida pela fé.
Este verso é uma introdução para o resto da carta aos Romanos, que primeiro aborda o
tema da justificação (capítulos 1-5) e, em seguida, aborda a questão da santificação (capítulos
6-8). O que Paulo quer dizer é que a nossa justiça não vem de nós, mas de Deus, e que essa
justiça inclui tanto a nossa justificação e a nossa santificação.
Alguns pensam que têm de seguir a sua vida cristã por seus próprios esforços, mas é
vital compreender que a santificação também é pela fé.
A. A justificação pela fé
Justificação tem a ver com a nossa relação legal diante de Deus. Ela tem dois aspectos:
o perdão e justiça positiva. Pela morte de Cristo na cruz, somos perdoados e somos
considerados justos. Estamos livres da culpa e recebemos a justiça de Cristo em nossa conta,
em nosso favor. O resultado é que estamos livres do castigo que merecemos.
É como se tivéssemos um livro de vida, cheio de anotações negativas. O Senhor não
apenas apaga os pecados, mas também nos dá um livro novo, que contém a justiça e as boas
obras de Jesus Cristo. Justificação é um veredito divino em que Deus, nos declara justos.
Romanos 3.20 -28
4 David Seamonds, El Poder Liberador de la Gracia (Deerfield, Illinois: Editorial Vida, 1990), pp. 6-11.
...visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que
pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de
Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo,
para todos [e sobre todos] os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e
carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a
redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação,
mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado
impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça
no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.
Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário,
pela lei da fé. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das
obras da lei.
Recebemos a justificação pela fé, e não pelas obras. Se tentarmos nos justificar pelas
obras, já não será pela graça. Além disso, teríamos que ser absolutamente perfeitos, porque
Deus é totalmente santo e deve punir o pecado. Seria como tentar saltar para a lua. Não
podemos chegar à lua sem foguete, e Cristo é o nosso "foguete".
Antes de sua conversão, o famoso pregador Charles Spurgeon ia desesperadamente de
uma a outra. Esperava ouvir o segredo do que ele deve fazer para ganhar a paz com Deus. Um
dia, quando a neve pesada caia, não teve como chegar à igreja que queria ir, e teve que ir para
uma pequena capela próxima. Ele entrou em silêncio e sentou-se bem atrás. O pastor não
havia chegado devido ao mau tempo, e estava pregando um leigo humilde com pouca
preparação. O homem simples não sabia desenvolver um sermão; apenas descreveu Jesus na
cruz: os pregos, sua dor e seu sangue. Ele olhou fixamente para o visitante desconhecido, e
lhe apontou o dedo dizendo: "Jovem, olha Cristo!» A partir desse momento pensamentos de
Spurgeon estavam fixos em Cristo, imaginando-o morrendo na cruz por ele, e senti a paz que
desejava. Ele percebeu que não precisava fazer mais nada; Cristo tinha feito tudo por ele.
Como minha sogra diz que quando lemos Romanos 8: “Se Cristo morreu por mim, qual é o
meu problema?”. Isto é a justificação pela fé. Acontece em um só momento quando uma
pessoa aceita a Jesus como seu Senhor e Salvador, e nunca se perde.
B. A santificação pela fé
Santificação tem a ver com o processo gradual de nosso crescimento, e nosso
relacionamento pessoal com o Senhor. Como em um casamento, há um aspecto legal e um
aspecto pessoal, também em nosso relacionamento com Deus. No casamento, duas pessoas
fazem promessas públicas, e assinam um livro no cartório, fazendo um pacto legal. Isso é
feito em um momento, e eles são declarados casados. Este primeiro aspecto corresponde a
justificação. Mas também vivem juntos, experimentando um processo de crescimento em seu
relacionamento. Eles aprendem como pensa e como se sente a outra pessoa. Procuram agradar
e fazer o bem um ao outro. Este segundo aspecto é semelhante à santificação.
Alguns não percebem que a santificação é também um aspecto da salvação. Não é algo
que conseguimos por esforço próprio. Cristo nos salva da culpa do pecado na justificação, e
salva-nos do poder do pecado na santificação.
Romanos 6.14
Pois o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo
da graça.
Romanos 6.1-2
Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo
algum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?
2 Coríntios 5.17
Então, se alguém está em Cristo é nova criatura, as coisas velhas já passaram, eis que
tudo se fez novo.
É muito freqüente que alguém começa a sua vida cristã confiando plenamente em
Cristo para seu perdão, mas logo cai na armadilha de tentar santificar-se através de seus
próprios esforços. Já ouvi comentários do tipo: “Jesus salva-me, mas eu tenho que me
esforçar para viver uma vida santa”. Outros dizem: “Eu preciso ser santo para Deus ouvir
minhas orações e para que me utilize eficazmente no ministério”. Embora não devamos
abusar da graça de Deus, isso é um engano perigoso, porque coloca toda a ênfase no que a
pessoa pode alcançar, e remove a visão do Senhor.
Isto foi exatamente o que aconteceu aos Gálatas. Eles começaram bem, mas logo
vieram os legalistas, dizendo que eles deveriam ser circuncidados e seguir os costumes
judaicos. Paulo adverte que é legalismo. Creio que estamos fazendo algo semelhante quando
tentamos marcar pontos com Deus ou realizar a nossa própria santificação.
Gálatas 3.3
Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos
aperfeiçoando na carne?
Pense em um galho solto, tentando produzir frutos. Simplesmente não pode! Tem de
ser enxertado na videira primeiro. Assim, é impossível para uma pessoa se santificar por seus
próprios esforços.
João 15.4-5
Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir
fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não
permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu,
nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
Voltando ao exemplo da viagem à lua, esse erro seria como subir a uma nave espacial
(justificação; já está salvo) para alcançar a lua (a culminação da salvação e glorificação a vida
eterna), e saltar para o espaço no meio da viagem (O processo de santificação), pensando que
pode seguir sozinho!
Lembro-me de um jovem que não queria ir para o trabalho, porque o ônibus estava
indo muito rápido. Eu perguntei se isso era perigoso, e ele disse que não era o problema, mas
era um pecado viajar com excesso de velocidade. Eu perguntei se ele tinha falado com o
motorista, e ele disse que sim, mas que ele não se importava. Expliquei-lhe que se ele tivesse
falado com ele e não houvesse uma mudança, não era culpa dele. Mas eu não conseguia
convencê-lo a voltar para pegar o ônibus, e decidiu tomar um táxi. Dias depois, ligou
novamente, dizendo que não poderia ir trabalhar porque seus colegas escutavam música no
rádio que "não era edificante." Eu perguntei se ele tinha falado com as pessoas que colocavam
a música. Me disse que sim, mas que ainda seguiam escutando. Mais uma vez, eu tentei
convencê-lo de que não era culpa dele. Finalmente, ele largou o emprego e ficou encerrado
em casa. Sua mãe teve que cuidar dele completamente, mesmo ele tendo mais de 30 anos.
Quando eu fui falar com ele, me disse que já não saia, porque havia "muitas tentações lá
fora." Obviamente ele tem alguns problemas psicológicos, mas também vejo uma confusão
profunda sobre a santificação. Ele estava tentando evitar a tentação e controlar seu ambiente,
de forma que não cometesse um pecado. Qual é o resultado? Acaba pecando assim mesmo, e
pior ainda, sendo totalmente irresponsável e dependente. Possivelmente não ouve música não
edificante, mas tampouco está sendo sensato, porque faz a sua mãe trabalhar para ele. Não
cumprimento dos mandamentos positivos sobre o deve que fazer. Isto não é estilo de vida que
o Senhor deseja para nós!
PERGUNTAS PARA REVISÃO
1. O que significa que somos justificados pela fé? Mencione passagens bíblicas que
apoiam esta doutrina.
2. O que significa que somos santificados pela fé? Mencione passagens bíblicas que
apoiam esta doutrina.
3. Quais são algumas das conseqüências práticas de compreender que não só a
justificação é por fé, mas também a santificação?
LIÇÃO 5: CAPÍTULOS 17 -19
CAPÍTULO 17: DA PERSEVERANÇA DOS SANTOS
Revisão
A. Uma vez chamado e justificado, a salvação pode ser perdida?
B. De que depende essa perseverança?
C. Apesar de não perder a sua salvação, que pode acontecer aos crentes?
Textos bíblicos essenciais
Romanos 8:38,39
Resumo: Você crer que...?
Uma vez justificado, não se pode perder a salvação; os verdadeiros crentes perseveram
até o fim.
CAPÍTULO 18: DA SEGURANÇA DA GRAÇA E DA SALVAÇÃO
Revisão
A. O crente pode ter certeza da sua salvação?
B. Em que se baseia esta certeza?
C. Todos os crentes têm essa certeza imediatamente?
Como você pode conseguir a certeza da salvação?
D. Um verdadeiro crente pode vacilar na certeza da sua salvação?
Quais são as causas dessa hesitação?
Textos bíblicos essenciais
1 João 5:10 -12
Resumo: Você crer que...?
Embora às vezes um verdadeiro crente perca a certeza da salvação, cada crente pode e
deveria aproveitar essa segurança, usando os meios de graça.
CAPÍTULO 19: DA LEI DE DEUS
Revisão
A. O que Deus exigiu de Adão no pacto das obras?
B. Onde encontramos um resumo da lei de Deus?
C. O que prefiguram as leis cerimoniais?
O que aconteceu com as leis cerimoniais no Novo Testamento?
D. Que outros tipos de leis Deus deu a Israel?
O que aconteceu com as leis judiciais?
E. A lei moral foi revogada?
F. Quais são os usos da lei moral para os crentes?
G. Estes usos da lei contradizem a graça do evangelho?
Textos bíblicos essenciais
2 Timóteo 3:16,17
Resumo: Você crer que...?
As leis cerimoniais do Antigo Testamento prefiguravam Cristo e, portanto, agora não
têm de ser praticadas. As leis judiciais foram para a nação de Israel, e tampouco devem ser
observadas agora, elas são apenas diretrizes para a justiça em geral.
A lei moral, ou seja, o aspecto permanente da lei, ainda serve como uma regra de
conduta. Então, como uma regra de conduta é útil para descobrir o pecado nos incrédulos e
trazê-los para Cristo, e também para guiar os crentes em santidade.
LEITURA
O USO DA LEI DO ANTIGO TESTAMENTO HOJE
Richard B. Ramsay
Introdução
Outro tema de discussão entre as igrejas reformadas e outras protestantes é o uso do
Antigo Testamento hoje em dia. Há dois pontos de debate: 1. Algumas pessoas pensam que o
povo do Antigo Testamento foi salvo por suas boas obras, enquanto o povo do Novo
Testamento é salvo pela fé. Outros quase apagam todas as distinções entre as duas eras. Os
reformados têm uma posição entre esses dois extremos. 2. Alguns dão pouca importância à lei
do Antigo Testamento, e outros a usam quase da mesma maneira que na época antes de
Cristo. Os reformados têm uma posição entre esses dois extremos. Vamos discutir esses dois
pontos.
Os reformados crêem que todo o Antigo Testamento é útil para ensinar-nos e guiarnos hoje em dia.
2 Timóteo 3:14-17
Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de
quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te
sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil
para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que
o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.
I. O Plano da Salvação
Os reformados crêem que as pessoas que viveram no tempo do Antigo Testamento
foram salvos da mesma forma que as pessoas do Novo Testamento, isto é, pela fé em Jesus
Cristo. As do Antigo Testamento olhavam para frente, à espera do Messias, e as do Novo
Testamento olhavam para trás, sabendo que Jesus Cristo já veio. Em ambos os casos, é Jesus
que salva, e fé em Jesus que abre a porta para a vida eterna.
No mesmo jardim do Éden, Adão e Eva ouviram a promessa do Messias. Falando à
serpente, Deus diz:
Gênesis 3:15
E porei inimizade entre ti e tua mulher, entre a tua descendência e a sua descendência
esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
Isto tem sido chamado “a semente do Evangelho” É a promessa de vitória do
descendente de Eva sobre Satanás.
Abraão foi justificado pela fé, e não pelas obras.
Gênesis 15:6
Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para justiça.
Paulo enfatiza este fato em Romanos, capítulo quatro, usando Abraão como um
exemplo para nós hoje.
Há muitas maneiras em que o Velho Testamento aponta para Jesus, o Messias: O
sistema cerimonial com todos os ritos e sacrifícios representam Jesus, o “Cordeiro de Deus”.
Há muitos outros símbolos de Jesus, como a rocha (Veja Números 20 e 1 Coríntios 10:14), o
maná (Êxodo 16, e João 6:25-59), e a serpente de bronze levantada sobre um poste (Números
21 e João 3:14). Os profetas, sacerdotes e reis, embora débeis, eram figuras de Jesus, que
cumpriu perfeitamente as funções de profeta, sacerdote e rei.
O próprio Jesus indica que o Antigo Testamento fala dEle.
Lucas 24:27
E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a
seu respeito constava em todas as Escrituras.
Ninguém jamais foi salvo por boas obras, e o propósito da lei nunca foi para oferecer a
salvação por mérito. A lei do Antigo Testamento era um instrumento para mostrar a
necessidade de perdão e de um salvador.
Gálatas 3:24
De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que
fôssemos justificados por fé.
Romanos 3:20
Visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela
lei vem o pleno conhecimento do pecado.
Romanos 9:30 -33
Que diremos, pois? Que os gentios, que não buscavam a justificação, vieram a
alcançá-la, todavia, a que decorre da fé; e Israel, que buscava a lei de justiça, não chegou a
atingir essa lei. Por quê? Porque não decorreu da fé, e sim como que das obras. Tropeçaram
na pedra de tropeço, como está escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha
de escândalo, e aquele que nela crê não será confundido.
Os Reformados falam do “Pacto da Graça” que une os dois testamentos. O “Pacto da
Graça” é a promessa da salvação pela fé em Jesus Cristo. Depois de Éden esse é o único pacto
oferecido ao homem para a salvação.
Não obstante, se vê uma mudança muito importante em relação ao Antigo Testamento,
quando Jesus veio. É tão importante que o autor de Hebreus fala da “Nova Aliança”, ou a da
“superior aliança”.
Hebreus 7:22
...por isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior aliança.
Hebreus 8:6
Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também
Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas.
Hebreus 9:15
Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte
para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da
eterna herança aqueles que têm sido chamados.
Isso não quer dizer que havia outra maneira de ser salvo no Antigo Testamento, mas
que as mudanças são agora tão grandes que é considerado uma "Nova Aliança".
Quais são as mudanças? Há grandes vantagens de viver deste lado da cruz:
1. Nós temos a lei escrita no coração (Hebreus 10:16);
2. Temos mais poder do Espírito Santo (João 7:37-39);
3. Temos visto a vitória sobre o pecado, conseguida por Jesus. (Colosenses 2:15);
4. O pecado não pode nos dominar! (Romanos 6:14).
João Calvino menciona cinco diferenças: 1) sob o Antigo Pacto as bênçãos eram
desfrutadas em benefícios terrenos, enquanto que sob o novo são apreciados “diretamente”; 2)
O Antigo Pacto foi revelado em imagens e sombras, o novo em substância; 3) A Antiga
Aliança era "literal", da letra, em pedra, anunciando a morte e a maldição, enquanto a Nova
Aliança é "espiritual", escrita na terra, anunciando vida e misericórdia. 4) A Antiga Aliança
era de "cativeiro", a nova é de "liberdade". 5) A Antiga Aliança era para uma nação, a nova
inclui gentios.5
Em conclusão, não devemos minimizar o contraste entre o Antigo Testamento e o
Novo Testamento, porque os benefícios são maravilhosos. Também não devemos exagerar as
mudanças. Temos de ter cuidado para não supor que havia outro plano de salvação no Antigo
Testamento. Isto seria distorcer seriamente a mensagem de toda a Bíblia.
II. O Uso da Lei do Antigo Testamento
A) As duas posições extremadas
Há duas posições extremadas em relação ao uso da lei do Antigo Testamento estava
em nosso tempo Neo-testamentário. Uma sustenta que a lei do Antigo Testamento era apenas
para os judeus antes do tempo de Cristo, e já não se aplica a nós, na era do Novo Testamento.
Esta posição pode ser chamada de "abordagem dispensacionalista". No outro extremo,
encontramos a posição que sustenta que toda lei do Antigo Testamento inteiro se aplica a nós
hoje como o era para os judeus antes de Cristo. Esta posição pode ser chamado de
“abordagem teonomista”.
O teólogo Lewis Sperry Chafer representa a posição dispensacionalista. Ele argumenta
que a Lei de Moisés era um pacto de obras que realmente não deveria ter sido aceito por Israel
no Sinai. Eles deveriam ter apelado à graça de Deus. A lei mosaica caducou com a morte de
Cristo e não mais se aplica a nós. Ele dice:
Pode-se concluir, então, que a lei dada por Moisés era um pacto de
obras, que foi "adicionada" após séculos de história humana, que seu
domínio anulado pela morte de Cristo, que foi dada só a Israel, e que,
desde que nunca foi dada aos gentios, a única relação que os gentios
podem manter com ela é, sem qualquer autoridade divina, impô-la
sobre si mesmos6.
Um pouco mais à frente, ele chama de "legalistas" os que querem "impor" os dez
mandamentos para a igreja hoje. Ele diz:
João Calvino, Institución de la Religión Cristiana, ed.Luis de Uzos y Río, trad. Cipriano de Valera, 2 tomos.
(Rijwijk , Países Bajos: Fundación Editorial de Literatura Reformada, 1981), Libro II, capítulo x i, secciones 114, tomo I, páginas 329-341.
6
Lewis Sperry Chafer. Systematic Theology , 8 vols. Dallas: Dallas Seminary Press, 1948) 4:166
5
Nenhum legalista propõe traspassar para a graça, os juízos que
governavam a vida social de Israel, ou as ordenanças que regiam o seu
ritual religioso na terra. No entanto, os mandamentos morais do
Decálogo são quase universalmente impostos sobre a igreja pelos
legalistas7.
Ele admite que todos os mandamentos, com exceção do quarto, são repetidos no Novo
Testamento, mas insiste em que aparecem "com o caráter e cor de pura graça”. Por isso, diz
ele, os "grandes valores morais" do Decálogo deve ser "descartado"8. A Graça é como uma
peneira que nos permite conservar os elementos da lei do Antigo Testamento que se encaixam
no Novo Testamento, negligenciando o resto.
Assim, como alguns princípios da lei mosaica são reafirmados sob a graça, outros
aspectos alheios à graça são omitidos9. Mas, sem dúvida o Decálogo, expressa em seu próprio
contexto, o Antigo Testamento contém muito pouca graça.
Os Dez Mandamentos não precisam de uma vida de oração, do serviço
cristão, de evangelismo, de missionário, da pregação do evangelho, do
viver e andar no Espírito, da Paternidade de Deus, da união com
Cristo, da esperança de salvação, nem da esperança de um céu10.
Os Dez Mandamentos, ou melhor, os nove só têm aplicação para a igreja tal como os
encontramos no contexto do Novo Testamento. Incluídos no Novo Testamento o que
realmente encontramos não são os Dez Mandamentos, mas os "grandes valores morais"
contidos neles, os quais no presente tornaram-se parte da economia da graça. De modo que,
em termos práticos, para achar nossos princípios morais buscamos somente o Novo
Testamento.
Greg Bahnsen representa a posição teonomista. Sua pauta é um texto em Mateus.
Mateus 5:17-18
Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para
cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til
jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra.
Ele conclui, mostrando que a tese principal é: “Nem sequer os aspectos mais
insignificantes da lei do Antigo Testamento serão invalidados até que o céu e a terra
passem...”.11
O título do primeiro capítulo de seu livro, A teonomia na Etica Cristã, é "A
permanente validade da lei em detalhes exaustivos”." O dr. Bahnsen se interessa
especialmente em aplicar as leis civis do Antigo Testamento para os nossos governos hoje.
Ele argumenta que a igreja primitiva reformulou a lei civil, de acordo com as suas crenças,
depois a igreja medieval divorciou o direito canônico da lei escritural, tornando o estado
absoluto. Os reformadores colocaram as coisas de volta no lugar, insistindo que Deus era a
7
Ibid., p .208.
Ibid., p .209.
9
Ibid., p .210 .
10
Ibid., p .211.
11
Greg Bahnsen. Theonomy in Christian Ethics (Nutley, N.J .: Graig Press, 1979), p .73.
8
fonte de autoridade e moralidade civil. Desafiou os antinomistas e os totalitários. O Estado
deve estar sujeito às leis de Deus, não a vontade do homem.12
A pintura de Paul Robert no antigo edifício da Suprema Corte, em Lausanne, na
Suíça, ilustra a abordagem da reforma. É chamado de "A Justiça Instruindo os juízes". A
Senhora Justiça aponta sua espada a um livro chamado "Lei de Deus". Segundo Bahnsen, no
período do Iluminismo, essa perspectiva se perdeu e voltou à "autonomia do Estado
moderno”.13
Estas são as duas posições extremadas. Os reformados não estão de acordo com
nenhuma das duas extremidades.
Sabe-se, por um lado, não podemos simplesmente descartar todas as leis do Antigo
Testamento. Pense nestas duas passagens, por exemplo:
Mateus 5:17-18
Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para
cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til
jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra.
2 Timóteo 3:16-17.
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra.
Por outro lado, também sabemos que houve mudanças na lei do Antigo Testamento
quando veio Jesus. Leia estas passagens, por exemplo:
Mateus 5:31-32
Mateus 19:7-9
Atos 10 :9-15
Atos 15:5-11,22-29
Romanos 14:5,6
Colossenses 2:16,17
Hebreus 9
Como devemos aplicar a lei do Antigo Testamento, então?
B . Dois fatos Importantes
Há dois fatos importantes que nos ajudam a compreender este "quebra-cabeça":
1. O primeiro fato é que Cristo fez o sacrifício final na cruz e pôs fim ao sistema
sacrifical.
Leia Hebreus 9:23-28.
Ordenanças do templo e os do sistema de sacrifícios eram somente figuras e símbolos
que ensinavam aos judeus acerca do Messias que haveria de vir.
Leia Colossenses 2:17.
Uma vez que Cristo cumpriu tudo isso, já não precisamos dessas figuras. Temos visto
o Cordeiro Celestial!
Veja Hebreus 8-10.
12
13
Ibid., pp. 1-3.
Ibid., p. 4.
2. O segundo fato importante é que o povo de Deus não é mais a nação de Israel, mas
são pessoas de todas as nações.
Efésios 2:11-16
G á latas 3:28,29
Apocalipse 7:9
Depois destas coisas olhei, e eis grande multidão que ninguém podia contar, de toda
nação, tribo, povo e língua, em pé diante do trono ....
Isso acabou com a aplicação estrita das leis civis, especialmente os castigos infligidos
pelas autoridades civis. Isso afeta o uso da lei do Antigo Testamento, hoje, porque muitos
aspectos da lei tinham o propósito de liderar Israel como uma nação civil.
A. Os três aspectos da Lei
Agora falta explicar um pouco mais sobre a aplicação correta da lei do Antigo
Testamento, considerando esses dois fatos importantes.
Primeiro façamos uma distinção:
Há três aspectos da lei:
1) Aspecto cerimonial: Tinha a ver com a adoração, sacrifícios e pureza.
2) Aspecto Civil: Tinha a ver com Israel como nação.
3) Aspecto Moral: A base ética de princípios universalmente aplicáveis.
A lei é como um tecido com aspectos entretecidos. Nós não podemos cortar certas
passagens do Antigo Testamento e dizer que já não servem. Não que um verso seja uma lei
civil e o próximo uma lei cerimonial, por exemplo. Pelo contrário, a lei é uma unidade. No
entanto, ela ajuda a distinguir entre os diferentes aspectos desta lei.
Considere uma passagem para distinguir estes três aspectos, Levítico 25: o ano do
jubileu. Neste capítulo lemos que cada a 50 anos, a terra deveria ser devolvida aos
proprietários originais, os prisioneiros deveriam ser libertados, e todas as dívidas deveriam ser
perdoadas. Pense nos três aspectos nesta passagem:
1. O aspecto cerimonial:
Esta ordenança, tal como o dia de descanso semanal, simbolizava o repouso espiritual
e a libertação que Jesus traz. Ele é o nosso Redentor que nos libertou do domínio do pecado.
(Veja Hebreus 4).
2. O aspecto civil:
O Ano do Jubileu era uma lei para a nação de Israel na terra prometida. Como uma
entidade política, Israel tinha de administrar as propriedades que Deus lhes havia dado e
organizar o sistema econômico. Esta ordenança governava as compras e vendas entre os
judeus.
Pense sobre isso: Imagine um grupo de crentes em Roma, por exemplo, descobrindo
esta passagem um século depois de Jesus. Teria sido impossível praticar esta lei ao pé da
letra! Eles eram uma pequena minoria, e, portanto, o governo provavelmente não teria
aceitado este costume. Além disso, ninguém saberia que possuía a terra originalmente! Vemos
que os crentes do Novo Testamento não tentaram impor a ordenança do Ano do Jubileu como
uma lei civil.
3. O aspecto moral:
Encontramos, no entanto, certos princípios éticos que são atemporais e universais
neste capítulo. Por exemplo, vemos que toda a propriedade pertence a Deus (Levítico 25:23).
Por isso, os filhos de Deus deveriam partilhar os seus bens, e não ser egoístas. Eles não
deveriam continuar acumular riquezas para si ou para sua família, geração após geração. A lei
do Jubileu proibia isso. Aquele que tem mais deveria ajudar ao que tem menos. Esta idéia é
confirmada no Novo Testamento: Paulo ensinou em 1 Coríntios 8 que as igrejas que têm mais
deveriam compartilhar com aquelas que têm menos. Novos crentes vendiam suas
propriedades para compartilhar entre todos (Atos 4:32-37, Atos 2:45).
Em resumo, podemos: 1) aprender algo sobre Cristo e a salvação (o aspecto
cerimonial), e 2) aprender alguma coisa sobre como devem ser as nossas leis civis (o aspecto
civil), mas não temos que necessariamente por em prática ao pé da letra, estes dois aspectos
da lei. O aspecto moral continua a ser um guia para as nossas vidas hoje.
Podemos explicar isso com a ilustração a seguir:
a) O Aspecto moral da lei é como o algodão que se usa para fazer um fio. Este aspecto
fornece o material básico para toda a lei, porque contém princípios universais e eternos.
b) O aspecto cerimonial é como tinta vermelha utilizada para colorir um pedaço de
fio. Este aspecto foi temporário porque continha simbolismo que só serviu somente até à
vinda de Jesus.
c) O aspecto civil é como tinta azul que é usada para dar uma cor diferente a outro
fragmento do mesmo fio. Esse aspecto também foi temporário porque continha leis civis para
a nação de Israel, que terminaram quando o povo de Deus passou a incluir pessoas de todas as
nações.
Durante o período do Antigo Testamento, esses três fios - branco (natural), vermelho e
azul - foram tecidas em um único tecido para formar A LEI de Israel. Depois de Jesus, as
cores mudaram, mas não o fio propriamente. Poderíamos dizer que o pano foi lavado e ficou
branco, deixando visível o aspecto moral.
Em outras palavras:
1. A base ética da lei não mudou.
2. Porém a APLICAÇÃO do aspecto cerimonial e do aspecto civil mudou.
Conclusão
Para aplicar uma passagem da lei do Antigo Testamento para a nossa situação hoje,
temos de distinguir entre os aspectos cerimonial, civil e moral:
1) O aspecto cerimonial nos ensina sobre Jesus e salvação. Não temos que praticar
esse aspecto, mas buscar os símbolos e figuras de Jesus e da salvação.
2) O aspecto civil, nos dá um padrão para nossas leis civis em nosso tempo. Não temos
que usar exatamente as mesmas leis, mas sempre tentar ter leis que reflitam esses padrões de
justiça e amor.
3) O aspecto moral não mudou. Temos de encontrar esses princípios éticos universais
e aplicá-los à situação atual.
O Novo Testamento é a melhor ferramenta para interpretar a lei do Antigo Testamento
e distinguir estes três aspectos.
Já não usamos a lei como o povo de Deus no Antigo Testamento. O povo de Deus no
Novo Testamento é considerado como um adulto e, portanto, tem maior responsabilidade.
Uma passagem chave para entender isto é Gálatas 4:1-7:
Digo, pois, que, durante o tempo em que o herdeiro é menor, em nada difere de
escravo, posto que é ele senhor de tudo. Mas está sob tutores e curadores até ao tempo
predeterminado pelo pai. Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos
servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo; vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus
enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a
lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao
nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! De sorte que já não és escravo,
porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus.
Esta passagem fala da diferença entre o herdeiro e o escravo. Enquanto os dois são
crianças, não se nota a diferença. O pai deve dar muitas regras e ordens específicas a ambos.
Um pai tem que dizer a uma criança, por exemplo, "Não toque no fogão!" Mas, quando a
criança fica mais velha, o pai a deixa tomar mais responsabilidade, enquanto o escravo
continua a receber ordens detalhadas. Agora, ele diz à criança que não faça nada que cause
problemas para si nem para os outros. Ele explica o princípio geral, que é a base para a ordem
de não tocar no fogão. Agora a criança está mais madura e pode aplicar o princípio, não só
para o fogão, mas também para muitas outras situações. Assim é com o povo de Deus. No
Antigo Testamento, era como uma criança e como um escravo. Agora age mais como um
adulto e menos como um escravo.
PERGUNTAS PARA REVISÃO
1. Qual é o foco do autor sobre o uso da lei do Velho Testamento hoje? Como ele o
defende?
2.Explique as duas posições extremadas sobre esta questão.
LIÇÃO 6: CAPÍTULOS 20-23
CAPÍTULO 20: DA LIBERDADE CRISTÃ E DA LIBERDADE DE
CONSCIÊNCIA
Revisão
1. De que coisas Cristo nos libertou?
2. De que Deus nos deixou livre a consciência?
3. Essa liberdade não deve ser um pretexto para o que?
4. De que mais não deve ser uma desculpa?
Textos bíblicos essenciais
Colossenses 2:20 -22
Resumo: Você crer que...?
Cristo nos libertou da culpa, do poder e da punição do pecado. Também nos livrou dos
mandamentos e doutrinas dos homens que contradizem a sua Palavra. Além disso, em matéria
de fé e adoração, nos deixou livre de qualquer mandamento ou doutrina dos homens que não
é explicitamente ensinada em Sua Palavra.
CAPÍTULO 21: DO CULTO RELIGIOSO E O DO DOMINGO
Revisão
1. Como você sabe que é o modo aceitável de adorar a Deus?
2. A quem se deve adorar?
3. Como se deve orar?
4. Por quais coisas devem orar?
5. Mencione as partes do culto comum.
6. Onde Deus pode ser adorado?
7. Para que reservamos um dia da semana?
8. Como se deve guardar o dia de repouso?
Textos bíblicos essenciais:
Deuteronômio 12:32
Êxodo 20 :9-11
Romanos 14:5,6
Resumo: Você crer que...?
O modo aceitável de adorar a Deus é limitado pela própria vontade dele, expressa na
Bíblia. O dia de repouso deve ser dedicado ao descanso, à adoração, e ao serviço ao próximo.
CAPÍTULO 22: DOS JURAMENTOS LEGAIS E DOS VOTOS
Revisão
1. O que é um juramento legal?
2. Apenas no nome de quem se deve jurar?
Deve-se fazer um juramento legal?
3. O que se deve afirmar em um juramento?
4. O que não pode obrigar num juramento?
5. O que é um voto?
6. A quem se deve fazer um voto?
7. Para que tipo de coisa que não se deve fazer voto?
Textos bíblicos essenciais
Êxodo 20 :7
Resumo: Você crer que...?
Não se deve fazer qualquer voto ou juramento que não possa ser cumprido, que
obrigue a pecar, ou que não tem nenhuma promessa de ajuda de Deus.
CAPÍTULO 23: DO MAGISTRADO CIVIL
Revisão
1. Com que propósito Deus instituiu os magistrados civis?
2. É lícito para os cristãos a aceitar os ofícios civis?
Os cristãos podem fazer guerra?
3. Em que áreas o poder civil está limitado?
Qual é o dever do Estado em relação à Igreja?
4. Qual é o dever da igreja em relação às autoridades civis?
Textos bíblicos essenciais
Romanos 13:1-4
Resumo: Você crer que...?
O magistrado civil foi instituído por Deus para governar o povo para a glória de Deus
e para o bem público; tem poder para defender os bons e punir os malfeitores. Deve ainda
proteger a igreja, garantir a liberdade de religião, e não interferir na administração dos
sacramentos, nas questões de fé, ou no governo e disciplina da igreja.
LEITURA COMPLEMENTAR
A LIBERDADE CRISTÃ
Richard B . Ramsay
Algumas igrejas protestantes tendem a proibir coisas que a Bíblia não proíbe. Por
exemplo, que as mulheres usem calças ou maquiagem, ou tomem bebidas com cafeína. Há
tantas proibições que, às vezes, ao saber que uma pessoa é evangélica uma das primeiras
perguntas que se faz é “O que sua igreja proíbe?
A Igreja Reformada historicamente tem lutado pela liberdade de consciência. Na
Inglaterra, quando tentavam impor certos costumes ou doutrinas, os reformadores se
rebelaram. Portanto, quando eles escreveram a Confissão de Fé de Westminster, incluíram o
capítulo 20 acerca da “Liberdade Cristã e da Liberdade de Consciência”.
Só Deus é Senhor da consciência, e a deixou livre das doutrinas e
mandamentos humanos que, em qualquer coisa, sejam contrários à sua
Palavra, ou que, em matéria de fé ou de culto, estejam fora dela. Assim, crer
em tais doutrinas ou obedecer a tais mandamentos, por motivo de
consciência, é trair a verdadeira liberdade de consciência; e requerer para
eles fé implícita e obediência cega e absoluta, é destruir a liberdade de
consciência e a própria razão. (parágrafo 2).
Esta liberdade não deve ser abusada e confundida com libertinagem.
Aqueles que, sob o pretexto de liberdade cristã, cometem qualquer pecado
ou toleram qualquer concupiscência, destroem, por isso mesmo, o fim da
liberdade cristã... (parágrafo 3)
A idéia é que ninguém pode nos forçar a obedecer a regras que a Bíblia não ensina.
Devemos obedecer da melhor forma possível todos os mandamentos e princípios éticos na
Bíblia, mas onde a Bíblia não se pronuncia, há liberdade.
Por exemplo, a Bíblia não proíbe a maquiagem ou bebidas cafeinadas. Apenas ensina
que a beleza interior é mais importante do que a beleza exterior, e que nos preocupamos com
os nossos corpos e com nossa saúde. (1 Pedro 3:3-4, 1 Coríntios 6:19-20).
A Bíblia ensina claramente que não devemos adicionar mandamentos à Palavra de
Deus.
Deuteronômio 4:2
Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que
guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando.
Deuteronômio 12:32
Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás, nem diminuirás.
O que a Bíblia contém é o suficiente para nos guiar a toda a santidade.
2 Timóteo 3:14-17
Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de
quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te
sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil
para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que
o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.
Jesus falou muito duramente com os fariseus, por adicionar mandamentos à Palavra de
Deus:
Mateus 15:7-9
Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com
os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas
que são preceitos de homens.
Lucas 11:46
Mas ele respondeu: Ai de vós também, intérpretes da Lei! Porque sobrecarregais os
homens com fardos superiores às suas forças, mas vós mesmos nem com um dedo os tocais.
Paulo também adverte contra as regras humanas.
Colossenses 2:20 -23
Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no
mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toques
aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o
uso, se destroem. Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si
mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a
sensualidade.
Ou seja, as regras humanas não tornam ninguém mais santo.
Paulo chama de “débil na fé” à pessoa que faz proibições extrabíblicas, e diz que
devemos amar essas pessoas, e tentar não ofendê-las, mas não temos que nos submeter às suas
idéias.
Romanos 14:1-5
Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que de tudo
pode comer, mas o débil come legumes; quem come não despreze o que não come; e o que
não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu. Quem és tu que julgas o servo
alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é
poderoso para o suster. Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias.
Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente.
Este tema é muito delicado, porque se presta a ser mal interpretado. Alguns podem
desculpar seus maus hábitos com a doutrina da “liberdade cristã”. Outros podem interpretar
mal algumas passagens bíblicas e tentar impor suas idéias sobre o que é certo.
Não temos a pretensão de resolver todas as diferenças de opinião sobre normas éticas
bíblicas. Nós só queremos deixar claro que a Bíblia nos dá sempre o padrão. Queremos
estabelecer o princípio de deixar liberdade em questões onde a Bíblia silencia.
PERGUNTAS DE REVISÃO
1. Qual é o foco do autor sobre a liberdade cristã? Como ele o defende?
2. Quais são alguns dos erros relacionados à liberdade cristã?
LIÇÃO 7: CAPÍTULOS 24 -27
CAPÍTULO 24: CASAMENTO E DIVÓRCIO
Revisão
1. Quais são as limitações básicas do casamento?
2. Quais são alguns dos propósitos do casamento?
3. Com quem com um cristão pode casar?
4. Que outras limitações existem?
5. Que causa pode justificar um divórcio?
Em caso de divórcio, por essa razão, eles podem se casar novamente?
6. Que outra causa pode justificar um divórcio?
Textos bíblicos essenciais
Gênesis 2:24
Mateus 5:32
1 Coríntios 7:10 -15
Resumo: Você crer que...?
O casamento é para ajuda mútua, para multiplicar a raça humana, e para previnir a
impureza. O crente deve se casar com outro crente. O divórcio é permitido apenas por
adultério ou deserção intencional.
CAPÍTULO 25: A IGREJA
Revisão
1. De que pessoas se compõem a igreja invisível?
2. De que pessoas se compõem a igreja visível?
3. Qual é o objetivo do ministério da igreja?
4. Como se mede a pureza de uma igreja particular?
5. A que estão sujeitas todas as igrejas?
6. Quem é o único cabeça da igreja?
Textos bíblicos essenciais
Efésios 1:22,23
Resumo: Você crer que...?
A igreja "visível" consiste de todos os que professam a fé em Cristo; e a igreja
"invisível" consiste de todos os verdadeiros crentes, os eleitos. O objetivo do ministério da
igreja é reunir e equipar os santos.
CAPÍTULO 26: A COMUNHÃO DOS SANTOS
Revisão
1. Que identificação têm os crentes com Cristo?
Crentes que partilham uns com os outros?
2. Em que os crentes devem acompanhar outros crentes?
Que tipo de serviços espirituais devem realizar juntos?
Em que outras coisas os cristãos devem socorrer um ao outro?
3. Ao dizer que temos comunhão com Cristo, que mal-entendidos temos de evitar?
Ao dizer que temos comunhão com outros cristãos, que mal-entendidos devemos
evitar?
Textos bíblicos essenciais
Efésios 4:16
Resumo: Você crer que...?
Os crentes estão unidos em Cristo, e por isso estão obrigados a ajudarem-se
mutuamente.
CAPÍTULO 27: OS SACRAMENTOS
1. De que os sacramentos são sinais e selos?
O que eles representam?
Que distinção os sacramentos estabelecem?
2. A que realidade está relacionada cada sacramento?
3. De que depende a eficácia de um sacramento?
4. Quais são os sacramentos instituídos por Cristo?
5. Em que sentido os sacramentos do Antigo Testamento são os mesmos do Novo
Testamento?
Textos bíblicos essenciais
Romanos 4:11
Resumo: Você crer que...?
Os sacramentos (o batismo e a ceia do Senhor) são sinais e selos do pacto da graça.
Eles representam a pessoa e a obra de Cristo e os benefícios da salvação.
LEITURA COMPLEMENTAR
A PLENITUDE DO ESPÍRITO SANTO: UM ENFOQUE REFORMADO
Richard B . Ramsay
Durante este século, o movimento carismático surgiu, com muita ênfase no Espírito
Santo e nos dons extraordinários, principalmente o dom de falar em línguas e o dom da cura.
Normalmente fazem uma distinção entre cristãos que tiveram experiências extraordinárias
relacionadas com o Espírito Santo, e os outros cristãos. Eles dizem que todos os cristãos têm o
Espírito Santo, mas nem todos foram "batizados" pelo Espírito, e nem todos são "cheios" do
Espírito.
Os reformados reconhecem a importância da obra do Espírito, e reconhecem que o
fruto do movimento carismático tem sido positivo em muitos aspectos. Por exemplo, há uma
ousadia evangelística, e há muitos novos cristãos, como resultado. Eles têm contribuído muito
para o mundo cristão, com seu espírito alegre de culto e suas novas canções de louvor.
No entanto, os reformados têm um conceito diferente acerca da obra e da plenitude do
Espírito Santo. Ressaltamos que todos os cristãos têm o Espírito Santo e que todos nós temos
dons. Nós tendemos a enfatizar mais o fruto do Espírito Santo, e não tanto os dons
extraordinários.
Considere os seguintes pontos:
1. Todos os cristãos têm o Espírito Santo.
Romanos 8:9
Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus
habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
1 Coríntios 12:13
Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer
gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.
2. Todo cristão deveria cultivar o fruto do Espírito.
Gálatas 5:22-23
Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
3. Qualquer cristão pode ter experiências especiais de ser capacitado para uma
tarefa especial. Isso pode mesmo acontecer repetidamente.
Por exemplo, Bezalel foi cheio do Espírito Santo para fazer obras de arte para decorar
o templo:
Êxodo 31:2-3
Eis que chamei pelo nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o
enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento, em todo
artifício, para elaborar desenhos e trabalhar em ouro, em prata, em bronze, para lapidação
de pedras de engaste, para entalho de madeira, para toda sorte de lavores.
Muitos ficaram cheios do Espírito para pregar:
Miquéias 3:8
Eu, porém, estou cheio do poder do Espírito do SENHOR, cheio de juízo e de força,
para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel, o seu pecado.
Lucas 1:15-16 (João Batista)
...e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno. E converterá muitos dos filhos
de Israel ao Senhor, seu Deus.
Atos 2:4
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas,
segundo o Espírito lhes concedia que falassem.
Atos 4:8
Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e anciãos,
Atos 4:31
Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do
Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus.
Atos 13:9-10
Todavia, Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, fixando nele os
olhos, disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a
justiça, não cessarás de perverter os retos caminhos do Senhor?
Isabel ficou cheia do Espírito Santo para ter João Batista.
Lucas 1:41
Ouvindo esta a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre; então, Isabel
ficou possuída do Espírito Santo.
4. Os dons não são necessariamente um sinal de maturidade. Se não são
acompanhados com o fruto do Espírito, especialmente o amor, não são muito importantes.
1 Coríntios 12:31-13:2
Entretanto, procurai, com zelo, os melhores dons. E eu passo a mostrar-vos ainda um
caminho sobremodo excelente. Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não
tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o
dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha
fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.
A igreja de Corinto é um bom exemplo. Eles tiveram muitas manifestações de dons
extraordinários, mas eles não eram maduros.
1 Coríntios 3:1
Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como
a crianças em Cristo.
5. Todos os cristãos têm dons.
1 Coríntios 12:7
A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso.
6. Os dons que edificam aos demais são mais importantes.
1 Coríntios 14:1-3
Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que
profetizeis. Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que
ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. Mas o que profetiza fala aos homens,
edificando, exortando e consolando.
7. Nem todos têm os mesmos dons.
1 Coríntios 12:4
Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo.
8. Há uma distinção entre ser "cheio" com o Espírito e ser "enchido" com o
Espírito.
É interessante notar uma distinção entre dois conceitos no Novo Testamento. Por um
lado, ele fala de estar "cheio" com o Espírito Santo como uma característica da pessoa. Isso
descreve um estado de maturidade espiritual. Por outro lado, fala-se também da experiência
de ser "enchido" com o Espírito Santo como uma experiência. Isso descreve a manifestação
do Espírito, permitindo que a pessoa tenha uma tarefa especial.
Infelizmente, esta diferença não é perceptível nas traduções em português, porque eles
geralmente não dizer que uma pessoa estava "enchida". No entanto, a distinção é clara no
grego.
Ao falar das características, se usa um adjetivo. É como dizer que a pessoa é "alta", ou
"bonita". Nestes casos, a pessoa está "cheia do Espírito". Quando se elegeram diáconos em
Atos 6, se usa um adjetivo.
Atos 6:3
Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e
de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço.
Quando ele fala sobre a experiência, se usa um verbo na voz passiva. É como dizer
que um livro foi "comprado", ou casa foi "pintada". Neste caso, uma pessoa foi "enchida"
com o Espírito Santo. O problema é que nós não usamos o verbo em português, e portanto, a
tradução é "cheia". Se traduz o verbo tal como o adjetivo, e não se nota a diferença. As
mesmas passagens que vimos acima (ponto # 3) são exemplos onde o verbo é usado:
Êxodo 31:3
Miquéias 3:8
Lucas 1:15
Atos 2:4
Atos 4:8
Atos 4:31
Atos 13:9
Lucas 1:41
O ponto é que devemos nos preocupar em ser "cheios" com o Espírito, no sentido de
maturidade, mostrando o fruto do Espírito, e preocuparmo-nos em servir ao Senhor, buscando
o bem da igreja. Ao fazer isso, o próprio Senhor nos dará a plenitude especial, no sentido de
uma experiência, quando e como ele quiser, para o propósito que ele quiser.
9. Um estudo cuidadoso dos termos usados em relação às experiências
extraordinárias do Espírito Santo demonstra que eles são intercambiáveis, e que não são
termos técnicos. Alguns teólogos tentam distinguir, por exemplo, entre o "batismo" do
Espírito Santo e "receber" o Espírito. Mas a linguagem bíblica não permite distinções técnicas
assim. Há várias frases que são usadas como sinônimas: ser batizado pelo Espírito, receber o
Espírito, sendo cheio do Espírito, o Espírito Santo veio sobre alguém, o Espírito foi
derramado sobre alguém, ou desceu, ou caiu sobre alguém. Esses termos são usados para
descrever as mesmas experiências. Isto é visto nas passagens seguintes:
Atos 1:5-8
Atos 2:4,18
Atos 8:15-18
Atos 10 :44-47
Atos 11:15-17
Não nos deixemos confundir, por exemplo, com o fato de que alguém que já tem o
Espírito Santo e depois o "recebe". Esta maneira de falar é muito comum. Pedro, Paulo e
outros discípulos que tinham sido "cheios" com o Espírito, foram "cheios" repetidamente.
Pedro:
Atos 2:4
Atos 4:8
Atos 4:31
Paulo:
Atos 9:17
Atos 13:9
Também é dito que o Espírito Santo, em um sentido já estava presente, "até aquele
momento ainda não fora dado."
João7:39
Diz-se que uma pessoa que tinha recebido o Espírito foi “batizada” pelo Espírito
Santo, que o Espírito "veio sobre ele," ou que o "encheu".
João 20:22 (Jesus dá aos discípulos o Espírito.)
Atos 1:5,8 (já tem o Espírito, mas são batizados por ele.)
Atos 2:4
Mais uma vez, estes termos não são estritamente técnicos, mas tem usos mais
flexíveis.
10. O livro de Atos descreve a transição do Antigo Testamento para a época do
Novo Testamento. O Espírito Santo veio de uma nova e extraordinária maneira no dia de
Pentecostes, dando inicio à nova época.
No Antigo Testamento as pessoas não experimentavam este relacionamento tão
intimamente, com tanto poder, com o Espírito Santo. Então, para fazer a transição, muitas
pessoas que já eram crentes e que não tinha experimentado isso, o experimentaram pela
primeira vez. Ou seja, este derramamento do Espírito Santo foi um presente depois de Jesus
Cristo, e é para todo crente, e os se convertem agora o recebem imediatamente, mas aqueles
que já eram crentes antes do Pentecostes, obviamente, receberam o dom depois de
convertidos.
11. Há outro ponto importante: As manifestações especiais eram evidência de que os
gentios também podiam receber este dom do Espírito Santo. Isso explica o fato de que havia
tantas experiências extraordinárias no tempo de Atos. O caso de Cornélio é claro:
Atos 10:45
E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque
também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo.
Isso também explica as experiências em Samaria e Éfeso.
Atos 8:4-25
Atos 19:1-6
Aparentemente, eles haviam crido, e, portanto, tinha "recebido" o Espírito Santo, no
sentido básico da palavra, mas não tinham tido qualquer experiência especial, nem sabiam
nada sobre o Espírito. Portanto, pode-se dizer que o Espírito não tinha "descido sobre eles"
(Atos 8:16) e não o haviam "recebido" (Atos 19:2). (Lembre-se que estes não são termos
técnicos.) Depois de sua conversão, tiveram experiências especiais para mostrar aos judeus
que eles também tinham o Espírito Santo.
Perguntas para revisão
1. Quais são alguns erros relacionados com a doutrina da plenitude do Espírito Santo?
2. Como o autor entende a doutrina da plenitude do Espírito Santo?
LIÇÃO 8: CAPÍTULOS 28 -33
CAPÍTULO 28: O BATISMO
1. Onde se admite pessoa batizada?
Que outras coisas simbolizam o batismo?
2. Como deve ser o sacramento do batismo?
3. Quais são os três modos corretos de administrar o batismo?
4. Quem deve ser batizado?
5. Uma pessoa pode ser salva sem ser batizada?
Todas as pessoas batizados são salvos?
6. A graça do batismo sempre se outorga no momento de administrar o sacramento?
Em que momento se manifesta a graça do batismo?
7. Quantas vezes uma pessoa deve ser batizado?
Textos bíblicos essenciais
Gálatas 3:27
Resumo: Você crer que...?
O batismo representa a união com Cristo, a regeneração, o perdão dos pecados, e o
início de uma nova vida. Aqueles que professam a fé em Cristo devem ser batizados, e
também seus filhos.
Capítulo 29: A Ceia do Senhor
1. Com quais propósitos Jesus instituiu a Santa Ceia?
2. Que mal-entendidos devemos evitar acerca da Santa Ceia?
3. Como se deve administrar o sacramento?
4. Que coisas são contrárias à natureza deste sacramento?
5. O pão e o vinho se tornam em substância durante a administração do sacramento?
6. Quais os problemas que causam a doutrina da transubstanciação?
7. Em que sentido estão presentes o corpo e sangue de Cristo na Santa Ceia?
8. O que acontece com aqueles que não podem compreender ou ao que estão vivendo
em pecado, quando eles participam do sacramento?
Textos bíblicos essenciais
1 Coríntios 11:23-26
Resumo: Você crer que...?
A Ceia do Senhor lembra a morte de Jesus e os benefícios dela para o crente.
Capítulo 30: Disciplina Eclesiástica
1. O que Jesus instituiu para a igreja?
2. O que Ele entregou aos oficiais?
Que poder tem os oficiais?
3. Qual são os objetivos da disciplina na igreja?
D. Quais são os três graus de disciplina?
Textos bíblicos essenciais
Mateus 18:15
Resumo: Você crê que...?
A Disciplina Eclesiástica é para restaurar o pecador, para alertar outros irmãos, para
manter a pureza e bom nome da Igreja e de Cristo, e para evitar a ira de Deus sobre a igreja.
CAPÍTULO 31: OS SÍNODOS E OS CONCÍLIOS
1. Para que existem os sínodos e os concílios?
2. Quais são as responsabilidades dos sínodos e os concílios?
3. Por que não os sínodos e os concílios não devem ser a regra de fé e conduta?
4. Que relacionamento deveriam ter os sínodos e os concílios com os poderes civis?
Textos bíblicos essenciais
Atos 15:2
Resumo: Você crê que?
Os sínodos e os concílios existem para um melhor governo e maior edificação da
Igreja, e que devem tratar apenas de assuntos eclesiásticos.
CAPÍTULO 32: O ESTADO DO HOMEM DEPOIS DA MORTE E
DA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
1. O que acontecerá com as almas dos crentes após a morte?
O que acontecerá com as almas dos ímpios?
2. O que acontecerá com aqueles que estiverem vivos no último dia?
O que acontecerá com os corpos dos que morreram antes do último dia?
3. O que acontecerá com os corpos dos ímpios?
O que acontecerá com os corpos dos justos?
Textos bíblicos essenciais
Lucas 23:43
Resumo: Você crê que...?
Ao morrer, o corpo do homem retorna ao pó, mas a alma do crente vai imediatamente
para Deus e a alma do incrédulo vai imediatamente para o inferno. No último dia, os que
estiverem vivos serão transformados sem morrer, os corpos dos crentes serão ressuscitados
para a honra, e os corpos dos incrédulos serão ressuscitados para a desonra.
CAPÍTULO 33: O JUÍZO FINAL
1. Quem comparecerá perante o tribunal de Cristo, no dia do julgamento?
O que esses terão que vai fazer?
2. Qual é o propósito do julgamento?
O que acontecerá com os justos?
O que acontecerá com os ímpios?
3. Por que Cristo quer que sejamos convencidos de que haverá um dia de julgamento?
Por que Cristo mantém sem revelar exatamente quando será esse dia?
Textos bíblicos essenciais
2 Corintios 5:10
Resumo: Você crê que...?
Haverá um julgamento final em que todos comparecerão diante de Deus para prestar
contas de todos os seus pensamentos, palavras e ações. Este julgamento é para mostrar a
misericórdia de Deus ao salvar os eleitos e Sua justiça ao condenar os ímpios.
Leitura
O Governo da Igreja
Richard B. Ramsay
A maioria das igrejas reformadas tem um sistema de governo democráticorepresentativo. Muitas vezes conhecido como o sistema presbiteriano, porque os líderes são
chamados presbíteros (o termo presbítero vem do grego
í
, que por sua vez
vem do conceito de ancião no Antigo Testamento. Seu uso no Novo Testamento significa
supervisor ou líder de assuntos espirituais).
No sistema presbiteriano, os líderes da congregação são eleitos pelos membros. Os
membros também determinam quem será o pastor da igreja e tomam outras decisões
importantes, como a aprovação do orçamento.
Os líderes, uma vez eleitos, supervisionam todos os assuntos espirituais da igreja local.
O corpo de presbíteros é chamado de “Conselho”.
Acima dos Conselhos das igrejas locais está o concílio chamado Presbitério, que
supervisiona os assuntos de um grupo de igrejas locais, geralmente um grupo dentro de uma
área geográfica. Cada congregação local envia dois delegados para estas reuniões, o pastor e
um presbítero regente. Os pastores são membros do Presbitério por sua ordenação. O
presbítero regente é um delegado eleito pelo Conselho dentre os presbíteros regentes.
Se há muitas igrejas, formam um sínodo, ou assembléia geral, que tem autoridade
sobre os presbitérios e os supervisiona. Cada Presbitério envia delegados ao Sínodo14.
Assim, forma-se uma hierarquia administrativa cujos líderes foram todos eleitos por
seus concílios inferiores.
No caso da Igreja Presbiteriana do Brasil, a hierarquia é a seguinte: 1. Conselho; 2. Presbitério; 3. Sínodo e; 4.
Supremo Concílio (Ou Assembléia Geral). No texto não é mencionado o Sínodo como um concílio abaixo em
autoridade do Supremo Concílio, mas como sendo igual a esse. (N. T.)
14
Sistema de governo Presbiteriano
O sistema de governo Presbiteriano difere do sistema "Episcopal" e do sistema
"Congregacional." O sistema "episcopal", utilizado na Igreja Católica e na Igreja Anglicana
tem uma hierarquia de autoridade, uma escala de poder. Na Igreja Católica, por exemplo, o
papa é a mais alta autoridade. Neste sistema, a congregação não decide quem será o seu
pastor, mas as autoridades acima.
No sistema "congregacional" a autoridade e o poder descansam na própria
congregação. A congregação decide quem será o seu pastor. Não há nenhum corpo de
autoridade sobre a congregação. Cada congregação é independente.
Os presbiterianos acreditam que cada um desses dois sistemas tem algo bom e algo
ruim. O bom do sistema episcopal é que reflete o fato de que a autoridade da Igreja vem de
"cima", do Senhor Jesus Cristo. Outro fator positivo é manter a unidade da igreja.
O bom do sistema congregacional é que reflete o fato de que o Espírito Santo está
entre todos os crentes, ou seja, permite a participação de todos os membros nas decisões da
igreja.
O problema com cada um dos sistemas é justamente o que o outro tem de bom. Por um
lado, o problema do sistema episcopal é que não respeita a igualdade dos crentes, e por outro
lado o problema do sistema congregacional é que não reflete a unidade da Igreja, e tampouco
reflete que a autoridade da Igreja vem de "cima".
O sistema presbiteriano pretende reunir o melhor dessas duas posições e evitar os
problemas. Os presbiterianos têm um corpo de líderes (os presbíteros) que representam a
autoridade "de cima". Também manifestam a unidade de sua igreja por meio da Assembléia
Geral e dos presbitérios. No entanto, cada membro da igreja é considerado um igual, com voz
e voto nas reuniões, e cada congregação tem o direito de chamar seu próprio pastor.
No sistema presbiteriano se vê a autoridade “de cima” refletida nos presbíteros, e
também se vê a autoridade do Espírito Santo (“de baixo) refletida na votação e participação
dos membros.
O sistema presbiteriano se é autoritativo no sentido de que o Presbitério tem certa
autoridade sobre as igrejas: ele deve examinar e aprovar candidatos para o ministério, e tem
que aprovar a convite de um pastor para uma igreja local, por exemplo. No entanto, o sistema
é "democrático-representativo" no sentido de que cada membro vota para eleger o pastor e os
presbíteros, e também que o Conselho envia seus representantes ao Presbitério.
Os presbiterianos não consideram outros sistemas pecaminosos; simplesmente
consideram que o sistema presbiteriano representa melhor o conceito bíblico da igreja e está
mais perto do exemplo da igreja primitiva. Pretende por em prática as doutrinas de:
1. A unidade da igreja.
2. A autoridade divina de Jesus Cristo sobre a igreja.
3. A presença do Espírito Santo entre os membros da congregação.
Leia as seguintes passagens para ver se elas ajudam a estabelecer um bom sistema de
governo da Igreja.
Atos 6 :5-6
O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do
Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia.
Apresentaram-nos perante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.
É interessante que os membros elegeram os diáconos, mas os apóstolos impuseram as
mãos sobre eles para ordená-los.
Atos 14:23
E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com
jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido.
A palavra traduzida do grego como constituíram (na versão em espanhol), significa
literalmente que levantaram as mãos, indicando que os membros da congregação participaram
do processo.
Atos 15:02
Tendo havido, da parte de Paulo e Barnabé, contenda e não pequena discussão com
eles, resolveram que esses dois e alguns outros dentre eles subissem a Jerusalém, aos
apóstolos e presbíteros, com respeito a esta questão.
Este foi o primeiro concílio, reunido para discutir o problema em Antioquia. Note que
enviaram representantes de Antioquia, e note também que havia um corpo em Jerusalém, que
considerava com certa autoridade sobre as outras igrejas, constituídos pelos apóstolos e
anciãos.
Tito 1:5
Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes,
bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi.
1 Pedro 5:1-3
Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha
dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada:
pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas
espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem
como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho.
As conclusões que podemos tirar dessas passagens são:
Nas igrejas da época do Novo Testamento...
1. Os membros participam na seleção de seus líderes.
2. Os líderes supervisionavam a igreja local.
3. Os líderes da igreja local também participavam de concílios superiores.
4. Havia um sentimento de unidade entre as igrejas, mas não estabeleceu uma
hierarquia de autoridade.
Acreditamos que o melhor sistema de governo que aplique estes princípios é o sistema
presbiteriano.
Perguntas de Revisão
1. Qual é o sistema presbiteriano de governo da igreja? Como os presbiterianos o
definem?
2. Quais são outras abordagens do sistema de governo da igreja?
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