Associação Cultural Montfort - A quintessência do fanatismo papista

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Associação Cultural Montfort - A quintessência do
fanatismo papista
O fanatismo sempre permeou várias das religiões do mundo. Hoje, em nossa era do
“politicamente correto(PC)”, o termo “fanatismo religioso” tem sido deixado de lado.
Normalmente se fala em “fundamentalismo”. Porém, ainda que o termo seja diferente, o
conteúdo é o mesmo. Trata-se de tomar a sua crença como a única correta, rotulando todas
as demais como seitas, e os adeptos destas como inimigos.
Ao contrário do que se pode pensar, tal atitude não ocorre sempre em relações interreligiosas, mas igualmente entre adeptos da mesma religião. O exemplo mais visível dessa
incoerência na atualidade é o atrito interminável entre muçulmanos sunitas e xiitas, que, por
discordarem em um único ponto(os sunitas aceitam as sunas, tradições orais dos
contemporâneos de Maomé, que os xiitas rejeitam), muitas vezes acabam por matar-se em
sangrentos combates.
Mas não é preciso ir ao Oriente médio para notar exemplos desse desvario. Dentro do
catolicismo brasileiro percebe-se a presença de vários grupos que se atacam mutuamente,
cada um arrogando a si próprio o título de “Verdadeira Igreja de Jesus Cristo”,
considerando os demais como falsos e sectários.
No Brasil, no quesito “intolerância”, destaca-se a Associação Cultural
Montfort(Doravante referida pela sigla ACM), criada e presidida por Orlando Fedeli,
professor de história da USP. Esse grupo é uma dissidência de outra corrente do
catolicismo, a TFP – Tradição, Família e Propriedade, um dos segmentos mais retrógrados
dentro da Igreja Católica do Brasil. Os adeptos da ACM têm inclusive um
site(www.montfort.org.br), no qual se pode ver a que ponto chega sua intolerância para
com os demais católicos, e também para com os evangélicos, principalmente para com os
luteranos. Provavelmente, pelo fato de Lutero ter sido o mentor da primeira Igreja
evangélica do mundo, o que alavancou várias outras dissidências da Igreja católica.
No site, pode-se ver as respostas dadas por Fedeli e seus colaboradores a cartas de
leitores do mesmo, por vezes críticos em relação ao radicalismo dos artigos, outras vezes
apenas com dúvidas. Estas respostas sempre vêm em tom de deboche, ridicularização,
menosprezo e até ameaças “celestiais” contra os autores das perguntas. Se um leitor se
identifica como evangélico, então, coitado dele. Mesmo que não falte com o respeito ao Sr.
Fedeli ou a qualquer de seus colaboradores, ele invariavelmente é tratado com escárnio e
grosseria. Em um homem septuagenário como Fedeli, a falta de educação certamente é
muito mais grave e chamativa do que seria em uma criança, mas ele parece não se importar.
Entre os leitores do site há pessoas que se identificam como pastores, e Fedeli, nas
respostas, costuma referir-se a eles como “aquele fulano que se diz pastor”, e à Igreja destes
como “seita protestante”. Um determinado leitor comparou os adeptos da ACM à
inquisição, e Fedeli disse que para ele, ser considerado um inquisidor era uma honra.
Realmente é impressionante que uma pessoa possa considerar um elogio ser tomado como
mantenedor da filosofia de uma instituição que matou milhares de pessoas, muitas delas por
meio de horríveis torturas, unicamente porque não se conformavam ao pensamento da
Igreja Católica. E o pior é que Fedeli e seus seguidores não param por aí.
Questionado por outro leitor sobre as Igrejas evangélicas(as quais no site sempre são
chamadas de “protestantes”), um colaborador de Fedeli, Marcos Libório, afirmou que tais
Igrejas(e em conseqüência, seus adeptos), não eram cristãos, por não se sujeitarem ao papa
e não aceitarem os ensinos que alega ter origem em Cristo, como a devoção aos
Santos(especialmente a Maria) a doutrina do purgatório, e o fundamento da Igreja de Cristo
constituído sobre o Sumo Pontífice.
Outro ponto importante a ser destacado é o escancarado fanatismo dos adeptos da
ACM pelo papado e suas leis. Pregam os adeptos que a ACM não vai descansar até que
todos na terra sejam convertidos ao catolicismo. Para eles, Cristo se referia ao papa quando
falou do “único pastor” em Jo 10.16. Da mesma forma, pregam a volta das missas em latim,
do uso obrigatório da batina para os padres, mesmo que não estejam na Igreja, e nem
aceitam discutir a questão do celibato do clero.
Em poucas palavras, a única coisa que se pode concluir da ACM é que realmente se
trata de uma horda de fanáticos intolerantes, que querem impor seu pensamento a todos, e
destratam verbalmente a todos os que não se sujeitam às suas idéias. Mais do que qualquer
outra associação filiada a alguma religião, a ACM representa a “nata” do espírito do
fanatismo, arrogando-se o título de “guardião da verdade e da salvação”.
Em um mundo como o que se tem hoje, não é tão difícil criar uma associação de
fanáticos manipuláveis como fez Fedeli. Tantas são as religiões, as tentativas de responder
às dúvidas sobre o sentido da vida, o que vem após a morte, que muitos não sabem para
onde seguir, ou em que crer. Muitos vão atrás de qualquer coisa que lhes forneça uma
resposta, ainda que equivocada, para essas questões. E a ACM tem todos os “ingredientes”
necessários para criar uma associação de pessoas com corações recheados de fanatismo e
intolerância: a) um grupo de pessoas, principalmente jovens, facilmente sugestionáveis por
idéias religiosas distorcidas, por lhes faltar uma base bíblica sólida(arrebanhar um grupo
assim não é nada difícil para Fedeli, que é professor universitário); b) um líder radical e
intolerante, mas que se apresenta como portador das respostas que procuram. Tal líder
também deve ter grande magnetismo pessoal, a fim de concentrar a atenção de sua
audiência(realmente, quem conhece Orlando Fedeli pessoalmente, afirma que ele fala com
tanta rapidez, convicção e emocionalismo, que deixa seus ouvintes simplesmente estáticos,
incapazes de questioná-lo. Isso não é nada mais do que uma técnica de lavagem cerebral);
c) apresentação de um suposto respaldo às suas idéias, dado por grandes nomes da história
do mundo. Na verdade, tudo não passa de manipulação e distorção das palavras dos
mesmos. Porém, os líderes de tais grupos geralmente têm a seu favor o desinteresse e/ou a
impossibilidade de seus ouvintes investigarem o que ele afirma. Assim, tais pessoas
facilmente aceitam tudo o que seu “guru” diz como sendo verdade, mesmo que seja a mais
escabrosa das mentiras.
Juntando-se tudo isso, surge uma nova linha de pensamento radical, que não mede
esforços, e muito menos palavras, para conseguir mais adeptos para si. O que certamente
entristece os cristãos sinceros é que o radicalismo da ACM surgiu dentro da Igreja Cristã, a
qual tem a recomendação bíblica de brandura para com todos(2 Tm 2.24).
Fedeli e seus adeptos insistem em reafirmar a posição oficial do Vaticano, de que fora
da Igreja Católica não existe salvação. Ignoram assim que o próprio Cristo disse que aquele
que nele crê não está sob o juízo da Lei de Deus(Jo 3.18), e que em parte alguma do texto
bíblico é afirmado que a submissão ao papa é requisito para que alguém seja salvo.
Também não se encontra apoio na Bíblia para a adoração aos santos ou a Maria(muito pelo
contrário, o próprio Cristo afirmou que só a Deus se deve adorar – Mt 4.10), tampouco para
a doutrina do purgatório(esta é retirada de 2 Macabeus 12.39-45, um livro apócrifo, ou
ilegítimo, que não existe no cânone bíblico original). Igualmente, a idéia de que o papa
seria o único pastor ao qual todas as ovelhas de Deus devem estar sujeitas só pode advir de
quem não leu a passagem toda, pois nela Cristo afirma que Ele mesmo(o próprio Cristo) é
o pastor: “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.
Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas
ovelhas. Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar
estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.”(Jo 10.14-16).
É realmente pena que uma pessoa tão instruída como Fedeli, com doutorado em
história, se preste a um papel tão baixo, de inventar mentiras e contar com a dificuldade ou
desinteresse do interlocutor em investigá-las. Para alguém que se diz cristão, Fedeli age
como um vil sectário, um típico falso profeta, pregando só o que lhe apraz. E ignorando o
que o Deus que ele diz adorar realmente disse. E aqueles que crêem em suas mentiras não
passam de pobres iludidos. Mentiras sobram, doutrina bíblica falta na ACM – que não é
menos do que a quintessência do fanatismo papista, como está citado no título deste artigo.
Porém, sem ódio ou revide, cabe ao cristão orar para que o Espírito Santo derrame o amor
de Deus nos corações dessas pessoas, para que reconheçam e abandonem seus erros,
conforme recomenda Cristo: “amai os vossos inimigos”, Mt 5.44.
Diante de tudo isso, só resta mesmo ao cristão sincero de coração dizer como Moisés,
em sua oração a Deus no Sl 90.12: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que
alcancemos coração sábio”.
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