Educação e teoria dos afetos: um encontro possível Henrique Iafelice Mestrando pela PUCSP. Professor da Rede Estadual de Ensino [email protected] Resumo A tradição filosófica estabeleceu, de forma geral, uma ruptura entre corpo e alma. O corpo como sede das paixões, dos vícios, dos erros e dos enganos. Por outro lado, a alma foi estabelecida como a matriz realizadora da verdade, da virtude e da felicidade. Este dualismo será rompido a partir da filosofia de Spinoza. A teoria dos afetos de Spinoza possibilita outra compreensão da relação corpo e alma. Para este filósofo, conhecer as potências do corpo é conhecer paralelamente as potências do espirito, pois todas as ideias que temos são ideias das afecções de nosso corpo. As afeções, por sua vez, são sempre os efeitos provocados por um corpo afetante sobre o nosso. As variações contínuas dessas afecções são os afetos. O afeto nada mais é do que uma variação da potência de agir sendo que uma potência pode ser aumentada (alegria) ou diminuída (tristeza) de acordo com os diferentes tipos de afetos. Pensar as nossas relações, os nossos encontros a partir da nossa capacidade de afetar e ser afetado proporciona outros olhares para os velhos e desgastados modelos educacionais, mas também, possibilita outros modos de vida, mais livres e criativos, tornando possível assim novas formas de agir e de pensar que ultrapassam os determinismos epistemológicos das ciências humanas. Palavras-chave: filosofia, teoria dos afetos, Spinoza