Lê, a professora recomendou publicar o mapa onde está inserido o País e os gráficos que demonstram a melhora dos pacientes. Canova é aplicado em portadores de HIV no continente africano “ E então o embrulho se mexeu e vi os olhos do embrulho. Melhor, vi a ainda plácida, descarnada e inocente alma daquele embrulho, tão magra que não tinha como esconder a nudez do espírito. Sabe, assim, quando a carne é tão pouca que não cobre nem as partes íntimas da alma? O tuberculoso embrulhinho de 15 meses tem AIDS. Faz uma semana que está tomando o remédio. Ontem, os grandes olhos de trôpegos passos, ontem pegaram a mão do Dr. Plínio e o levaram passear. Lá fora. Rabugindo como sempre, ele se deixou levar por ela. Continuei sentado na sombra. Esta rodada a morte perdeu! A secura do ar roubou as lágrimas.” *Mensagem enviada por e-mail à professora Dorly de Freitas Buchi, retratando a preocupação com a recuperação dos pacientes submetidos ao tratamento com o medicamento Canova, em Botswana, Centro-Sul da África. SUGESTÃO: FOTO “ÁFRICA/IMPRENSA” DA MEMINA LONE, CONTIDA NO CD Lone. Assim é chamado o bebê de 15 meses, um dos pacientes beneficiados pelo projeto “Ação do medicamento homeopático Canova em pacientes portadores de HIV/AIDS em Botswana”, coordenado pela professora Dorly de Freitas Buchi, do Setor de Ciências Biológicas da UFPR. Botswana é um País localizado na Região Centro-Sul da África. Compreende uma população local estimada em 1.750.000 habitantes com uma expectativa de vida calculada em 40,4 anos após o nascimento. A prevalência da infecção por HIV em adultos totaliza 36,3% e o número de órfãos devido a doença soma o total de 120.000 crianças. O medicamento Canova é o resultado de uma pesquisa desenvolvida pela professora Dorly de Freitas Buchi, do Departamento de Biologia Celular. É basicamente um produto homeopático que atua no sistema imune, produzido a partir de plantas, animais e mineral diluído em água destilada. Em 2001, uma equipe multidisciplinar constituída por profissionais do Laboratório de Pesquisa de Células Inflamatórias e Neoplásicas da UFPR foi convidada a apresentar o medicamento às autoridades do Ministério da Saúde de Botswana. Era o início da implantação do projeto, consolidado em 2003 com um estudo restrospectivo dos portadores de UIV/AIDS através do Home Care Based Centre de Gabane, uma village próxima a Gabarone, capital do País, lembra a professora Dorly. O primeiro passo da equipe em Botswana foi passar aos pacientes informações sobre o medicamento Canova, transmitidas em Inglês (língua oficial) e Sussuano (língua nativa), informa a coordenadora do projeto. Posteriormente os pacientes foram avaliados clinicamente, semanal ou diariamente, conforme a gravidade dos sintomas, explica. A maioria dos doentes recebeu a medicação na forma de gotas sublinguais e outros poucos a receberam via oral e inalante, completa. Na primeira avaliação, os pacientes foram divididos em dois grupos: aqueles que estavam num estágio muito grave de evolução da AIDS ou severamente doente (SD) e os não severamente doentes (NSD). A professora Dorly considera que no início do atendimento a quantidade de dor sentida era muito alta e portanto a qualidade de vida era muito baixa. “Em apenas 30 dias, com a aplicação do Canova, os níveis de dor foram altamente reduzidos, tanto nos SD como nos NSD”, observa. Assim também a qualidade de vida foi elevada considerando os pequenos esforços dispendidos diariamente como caminhar, subir escadas ou pequenas colinas, ficar em pé, providenciar alimentação, realizar a higiene, “importantes valores para a dignidade do ser humano”, reflete a professora. Ainda outros fatores contribuíram para o êxito do projeto, como a ausência de efeitos colaterais negativos; a facilidade e simplicidade do uso da terapêutica, que facilitaram o tratamento; o aumento do apetite, portanto da energia e disposição dos pacientes atestaram que após os 30 dias iniciais as melhoras apresentadas são comparáveis ao nível encontrado na população “saudável”, completa. Ainda neste primeiro semestre há previsão de que a equipe volte a Botswana para dar continuidade às atividades do projeto, conta a professora. Os pacientes iniciaram o uso do medicamento em novembro de 2003 e agora, início de 2005, a maioria significativa ainda passa bem. Atuação O Canova atua sobre as células do sistema imunológico chamadas macrófagos, ampliando suas funções. Estas células reconhecem que algo estranho entra no organismo e assim trocam informações com outras células do sistema imunológico, que passam a lutar contra o vírus HIV que causa a AIDS, como também contra as células tumorais malígnas. Portanto, ao agir como modulador do sistema imunológico, o Canova oferece condições para que o organismo produza e libere elementos naturais que entram no seu sistema de defesa. Concluindo, o medicamento cria condições favoráveis para um melhor controle da doença. Especificamente nos casos de AIDS, além de aumentar o número de macrófagos – células ativas, responsáveis pela defesa do organismo, o Canova também aumenta o número de linfócitos T e B, e das citoquinas – estruturas envolvidas com o mecanismo de defesa. Dessa forma, os pacientes com AIDS respondem ao tratamento de imediato, com a diminuição das doenças oportunistas, como a pneumonia e outras infecções, que constituem a maior causa de morte na AIDS. Portanto, quando submetidos ao tratamento com a medicação, a carga viral do paciente desce a níveis muito baixos, chegando mesmo a ser, em alguns casos, indetectável. Pesquisas O Canova tem passado nos últimos anos por uma série de pesquisas científicas e testes clínicos, semelhantes ou até superior àqueles realizados com outros medicamentos produzidos pelos grandes laboratórios internacionais. Grande parte desses estudos foi realizada em universidades públicas brasileiras, concentrando dissertações de mestrado cujos resumos já foram aceitos e apresentados em congressos de âmbito nacional e internacional, além de trabalhos científicos completos para publicação. Aplicado em casos de AIDS e câncer, o medicamento também está sendo objeto de investigação para ser utilizado em outras patologias, como a artrite reumatóide e a hepatite.