II Avaliação Dinamica Macroeconomica O principio da demanda efetiva O principio da demanda efetiva evidencia o papel dos gastos na determinação do nível absoluto do emprego e da renda. A equação da renda se define pela soma dos gastos em bens de consumo (Consumo) aos gastos com ampliação da capacidade produtiva (Investimento), aos gastos de governo e ao saldo da balança de transações correntes (exportações e importações). Compreendendo esses fatores, o nível de renda não é determinado uniformemente pelas variáveis, mas se deve as variações nos gastos autônomos, insto é, que independem da renda. O consumo é dividido em consumo capitalista (Cc) e consumo dos trabalhadores (Cw), sendo o consumo dos trabalhadores relativamente estável, pois se pautam na rigidez dos contratos que determinam os salários, fazendo seu consumo apenas uma razão da renda disponível que não varia abruptamente. Essa forma de consumo de deverá muito mais ao aumento do emprego, que elevará o montante de salários dos indivíduos. O consumo capitalista constitui um gasto autônomo por variar significativamente independentemente da renda dos indivíduos, pois seus níveis de renda geralmente apresentam baixa propensão a consumir, deixando uma elevada renda excedente a ser gasta. O consumo resulta de determinantes estruturais, que se firmam pelos modos de produção empregados, a formação socioeconômica, o nível de renda e a proporção da renda em termos de lucro dos empresários e salários e ordenada, que está diretamente relacionada a distribuição da renda na economia. Além desses, há determinantes conjunturais que se operam pela tributação, pelos salários reais, assim como pelas valorizações financeiras, as expectativas de renda futura e a renda líquida, isto é, aquela deduzida da depreciação. A tributação pode variar significativamente o equilíbrio de mercado das mercadorias, podendo, inclusive, aumentar a demanda, diminuir os preços e aumentar a produção das firmas, chegando com isso a refletir certo aumento no nível de emprego. Os salários reais operam de modo semelhante ao exemplo anterior, pois a elevação relativa da renda frente aos preços da economia estimula o consumo agregado. Os investimentos são, fundamentalmente, sensíveis a rentabilidade do capital. Constituem motivos para os investimentos apenas as rentabilidades esperadas desses, isto é, do lucro esperado pelos empresários. A renda corrente é apenas um componente do crédito necessário, que se embasa na capacidade da renda do empresário em garantir ao financiador a amortização dos empréstimos. Os gastos públicos também são fatores autônomos da renda que resultam da politica econômica do governo. Do ponto de vista da renda, a manipulação as receitas do governo é uma reordenação dos gastos, que passam a ser públicos e direcionados, evitando mesmo que essa renda seja gasta em atividades especulativas. Assim, corresponde ao aumento das receitas do governo a diminuição das rendas dos consumidores e empresários, como também o contrário no caso de déficit. O saldo da balança de transações correntes compreende outro componente autônomo da renda, que resulta do valor das exportações deduzidos do valor das importações. A renda que é recebida do exterior se soma aquela internamente, enquanto a importação gera o efeito inverso, de modo que a variação desses em relação a renda seja independente. Aparecem como condições para a validade do principio da demanda efetiva a existência de recursos produtivos desempregados e a capacidade de analise de curto prazo, sem os quais não seria fluido o aumento da renda e portanto da demanda efetiva. Ainda, surge a incerteza como elemento constituinte do sistema capitalista, em que a livre-iniciativa e o mercado tomam as decisões interdependentes privadas e assim essa independência leva a decisões dos agentes econômicos que culminam naturalmente no desconhecimento do futuro. Contudo, a incerteza constitui um elemento fundamental das atividades especulativas, que são normatizadas e não contribuem para o aumento do emprego ou da capacidade produtiva. São exemplos destas as bolsas, o mercado imobiliário e o mercado de cambio. A relação poupança-investimento A igualdade poupança-investimento se realiza quando a renda gerada com ou sem pleno emprego se iguala a renda ao valor do consumo agregado adicionado do valor dos investimentos. Por definição, a renda é a soma do consumo ao investimento e a poupança é a parte da renda não gasta em consumo. Assim, quando há pleno emprego, a variação no consumo ou investimento tem o efeito inverso na outra variável da equação, por exemplo, com o aumento do investimento há contração do consumo. Nesse exemplo, a redução do consumo diminui a poupança, como também o faria com o investimento. Na economia com desemprego, o aumento do consumo ou nos investimentos aumentaria a renda, que estaria diretamente relacionada ao aumento da poupança, preservando a igualdade I=S. Se tivermos que Y (Renda) é uma função de N (nível de emprego), que S (Poupança) é função de Y e Y é função de I (Investimento), então teremos que é a poupança que é determinada pelo investimento, e não o contrario, como pensavam os clássicos. Portanto, chega-se a conclusão que a reda ou valor da produção é o consumo acrescido do investimento macroeconômico, e a poupança é a renda decrescida do consumo, fazendo assim com que o valor da poupança seja aquele do investimento. A renda A demanda agregada é simplesmente a renda que os empresários esperam receber, incluídas as rendas que se fazem passar as mãos de outros fatores de produção. Corresponde ao emprego dos fatores de produção e a procura por produtos produzidos e vendidos num período determinado. A renda é, pois, um fluxo que se deduz da relação A-U, tomando a forma de renda liquida, ou seja, de toda aquela que não é gasta em custo de uso (U), considerando o montante de bens e serviçoes produzidos na econômica (A). O custo de uso é definido como a capacidade produtiva gasta no período para realizar a produção de toda economia (A). Considerando A1 como a capacidade produtiva adquirida no período, B como o máximo da capacidade produtiva que se teria caso não houvesse produção e G como o montante da capacidade produtiva caso haja produção, a equação U=A1+B-G representa o somatório da depreciação e do consumo produtivos na economia, totalizando o consumo dos meios de produção. O custo de uso é elementar para a obtenção da renda liquida da economia, que é a renda deduzida deste. Contudo, o custo primário de produção é resultado da soma do custo de uso (U) ao custo dos salários e ordenadas (F). A dedução do custo primário ao valor da produção revela o lucro bruto da produção, que é a renda dos empresários. Por outro lado, a renda dos trabalhadores seria a soma dos salários e ordenadas (F). Custo de uso = capacidade adquirida + capacidade de produção sem produção – capacidade de produção com produção. Custo primário de produção = custo de uso + salários e ordenadas Lucro bruto da produção = Renda dos empresários = Valor da produção – Custo primário Renda dos trabalhadores = Salários e ordenadas A renda agregada é, pois, a soma do lucro dos empresários ao montante dos salários e ordenadas pagos. É dessa composição que pode-se sinalizar indicadores da distribuição da renda na economia, de acordo com os modos de produção vigentes. O valor do consumo é resultado da equação A-A1, que é o montante gasto em bens de consumo. A poupança e o investimento se dão por A1-U, ou seja, o montante de bens e serviços produzidos e vendidos deduzidos do custo de uso, que é o consumo da capacidade produtiva ou a depreciação dessa capacidade instalada. A poupança, coincidentemente, resulta do renda deduzida do consumo, respectivamente, A-U e AA1, chegando assim a A1-U.