1 FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE ITUVERAVA ADMINISTRAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS – 8º SEMESTRE/2007 DATA: 07/08/2007 PROF. GLAUBER Pesquisa Operacional Apresentação A Pesquisa Operacional como a conhecemos surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, resultado de estudos realizados por equipes interdisciplinares de cientistas contratados para resolver problemas militares de ordem estratégica e tática. Sem dúvida nenhuma, o mundo mergulhou profundamente na Era do Conhecimento, graças a inteligência, às idéias e a criatividade do ser humano. Na área negocial, buscam-se modelos de atividades e comportamentos necessários ao fortalecimento da empresa, voltados a oferecer integral satisfação a seus proprietários, trabalhadores, fornecedores e consumidores. A disputa pela conquista de maiores fatias do mercado consumidor, o enfrentamento da concorrência, o volume de investimentos e sua adequada remuneração, qualidade do serviço ou do produto, a melhoria do ambiente social tornaram-se desafios constantes em todos os ramos da atividade humana. Maximizar resultados e minimizar dispêndios, eis a tarefa dedicada a todos que lidam com a Pesquisa Operacional. 1- Conceito Pesquisa Operacional é uma ciência aplicada voltada para a resolução de problemas reais. Tendo como foco a tomada de decisões, aplica conceitos e métodos de outras áreas científicas para concepção, planejamento ou operação de sistemas para atingir seu objetivo. 2- Fases de um estudo em Pesquisa Operacional Um estudo em Pesquisa Operacional costuma envolver seis fases: formulação do problema; construção do modelo do sistema; cálculo da solução através do modelo; teste do modelo e da solução; estabelecimento de controles da solução; implantação e acompanhamento; que podem ser descritas como segue: Formulação do problema – Nesta fase, o administrador do sistema e o responsável pelo estudo em P.O. deverão discutir, para colocar o problema de maneira clara e coerente, definindo os objetivos a alcançar e quais os possíveis caminhos alternativos para que isso ocorra. 2 Além disso, serão levantadas as limitações técnicas do sistema e as relações desse sistema com outros da empresa ou do ambiente externo, com a finalidade de criticar a validade de possíveis soluções em face destes obstáculos. Deverá ainda ser acordada uma medida de eficiência para o sistema que permita ao administrador ordenar as soluções encontradas, concluindo o processo decisório. Construção do modelo do sistema – Os modelos que interessam em Pesquisa Operacional são os modelos matemáticos, isto é, modelos formados por um conjunto de equações e inequações. Uma das equações do conjunto serve para medir a eficiência do sistema para cada solução proposta. É a função objetivo ou função de eficiência. As outras equações geralmente descrevem as limitações ou restrições técnicas do sistema. As variáveis que compõem as equações são de dois tipos: - Variáveis controladas ou de decisão – são variáveis cujo valor está sob controle do administrador. Decidir, neste caso, é atribuir um particular valor a cada uma dessas variáveis. Numa programação de produção, por exemplo, a variável de decisão é a quantidade a ser produzida num período, o que compete ao administrador controlar. - Variáveis não controladas – são as variáveis cujos valores são arbitrados por sistemas fora do controle do administrador. Custos de produção, demanda de produtos, preço de mercado são variáveis não controladas. Um bom modelo é aquele que tem desempenho suficientemente próximo do desempenho da realidade e é de fácil experimentação. Essa proximidade desejada é variável, dependendo do objetivo proposto. Um bom modelo para um objetivo pode ser péssimo para outro. A fidelidade de um modelo é aumentada à medida que ele incorpora características da realidade, com a adição de novas variáveis. Isso aumenta sua complexidade, dificultando a experimentação, o que nos leva a considerar o fator custobenefício quando pensamos em melhorar o desempenho de um modelo. - Cálculo da solução através do modelo – É feito através de técnicas matemáticas específicas. A construção do modelo deve levar em consideração a disponibilidade de uma técnica para o cálculo da solução. - Teste do modelo e da solução - Esse teste é realizado com dados empíricos do sistema. Se houver dados históricos, eles serão aplicados no modelo, gerando um desempenho que pode ser comparado ao desempenho observado no sistema. Se o desvio verificado não for aceitável, a reformulação ou mesmo o abandono do modelo será inevitável. Caso não haja dados históricos, os dados empíricos serão anotados com o sistema funcionando sem interferência, até que o teste possa ser realizado. - Estabelecimento de controles da solução - A construção e experimentação com o modelo identificam parâmetros fundamentais para solução do problema. Qualquer mudança nesses parâmetros deverá ser controlada para garantir a validade da solução adotada. Caso alguns desses parâmetros sofra desvio além do permitido, o cálculo de nova solução ou mesmo a reformulação do modelo poderá ser necessária. - Implementação e acompanhamento – Nesta fase, a solução será apresentada ao administrador, evitando-se o uso da linguagem técnica do modelo. O uso da linguagem do sistema em estudo facilita a compreensão e gera boa vontade para a implantação que 3 está sendo sugerida. Essa implantação deve ser acompanhada para se observar o comportamento do sistema com a solução adotada. Algum ajuste pode ser requerido. COMPLEMENTO DE ÁLGEBRA LINEAR Uma das mais usadas estruturas algébricas é sem dúvida a matriz. Sua utilização nas mais variadas formulações matemáticas permite a simplificação não só da parte teórica, mas também das próprias aplicações. A resolução de Sistemas Lineares está nesse caso. Na definição e resolução desses sistemas, a forma matricial está sempre presente, seja na esquematização dos métodos diretos, seja no estudo da convergência dos métodos iterativos. Sistemas Lineares Um sistema linear é a reunião de equações algébricas lineares, que devem ser resolvidas simultaneamente, isto é, deve haver uma solução única que satisfaça a todas as equações ao mesmo tempo. x y z 3 Exemplo: y z 5 x y 3 Esse é um sistema de três equações e três incógnitas, cuja solução é x = -2, y = 5 e z = 0, isto é, esses valores satisfazem as três equações simultaneamente. A solução de um sistema é, portanto, a solução comum a todas as equações. Resolva você: 1- Dê o conjunto solução do sistema linear: x y z 6 x 2 y 2 z 11 3x 2 y z 10 S = {(1,2,3)} 4 2- Uma companhia de navegação tem três tipos de recipientes A, B e C, que carrega cargas em containers de três tipos I, II e III. As capacidades dos recipientes são dadas pela matriz: Matriz Tipo I Tipo II Tipo III Recipiente A 4 3 2 Recipiente B 5 2 3 Recipiente C 2 2 3 Quais são os números de recipientes x1, x2 e x3 de cada categoria A, B e C, se a companhia deve transportar 42 containers do tipo I, 27 containers do tipo II e 33 containers do tipo III. A montagem do sistema linear fica na forma: 4x1 + 5x2 + 2x3 = 42 3x1 + 2x2 + 2x3 = 27 2x1 + 3x2 + 3x3 = 33 A resolução do sistema linear indicará o número de containers de cada tipo. R: A companhia necessitará de 3 containers para o tipo 1; 4 containers para o tipo 2, e 5 containers para o tipo 3. 5 CONCEITOS BÁSICOS DE MODELAGEM 1- Programação Linear Objetivos do aprendizado compreender os fundamentos de Programação Linear (PL); entender o processo de resolução dos problemas de PL com emprego dos métodos gráfico, matricial, simplex e computacional; reconhecer situações nas áreas de Controladoria e Finanças passíveis de aplicação de PL; resolver problemas de PL e efetuar a análise dos resultados encontrados. INTRODUÇÃO Diversas decisões tomadas no dia-a-dia das empresas dizem respeito a qual combinação de recursos produz o resultado ótimo, como: Qual deve ser o mix de produtos a serem fabricados de forma a atingir a maior margem de contribuição total? Qual a combinação de investimentos que maximiza o retorno de uma carteira? Qual composição de insumos em uma mistura corresponde ao custo mínimo? As empresas utilizam recursos para produzir bens e serviços. Os recursos são escassos. Daí por que, ao buscarem otimizar a alocação dos recursos, visando produzir o melhor resultado, as empresas devem levar em conta as limitações ou restrições existentes. A Programação Linear é um dos mais importantes instrumentos do campo da Pesquisa Operacional – área do conhecimento que fornece um conjunto de procedimentos voltados para tratar problemas que envolvem a escassez de recursos. São passíveis de solução com o emprego de P.L. os problemas nos quais se busca a melhor alocação de recursos, de forma a atingir determinado objetivo de otimização, atendendo a determinadas restrições. Essas limitações podem referir-se ao montante ou à forma de distribuição dos recursos. Diversos tipos de problemas em Contabilidade e Finanças podem ser modelados para resolução com aplicação de Programação Linear, tais como: decisões de investimento, fluxos de caixa, orçamentos de capital, mix de produção, organização de transportes, políticas de estoques, etc. Como o próprio nome indica, as relações matemáticas dos problemas de P.L. devem se lineares. Embora muitos dos problemas do mundo de negócios tenham um comportamento de não-linearidade, é certo afirmar que muitos deles podem ser tratados com emprego da Programação Linear, com razoável nível de aproximação. Enfim, a Programação Linear é uma técnica de planejamento considerada como um das mais poderosas e capazes de produzir resultados expressivos em quase todo ramo da atividade humana, pois o rápido avanço dos computadores fez com que a Programação Linear passasse a ser utilizada como ferramenta de gestão empresarial. Seus benefícios são exatamente aqueles procurados por qualquer empresa: diminuição dos custos e aumento dos lucros. Seja qual for o algoritmo, a formulação do problema a ser resolvido por programação linear segue alguns passos básicos, tais como: 6 a) deve ser definido o objetivo básico do problema – que a princípio deve ser único – com respeito à otimização a ser perseguida. Por exemplo: maximização de lucro, ou de eficiência, ou de bem-estar social; minimização de custos, ou de tempos, ou de perdas, e assim por diante. Tal objetivo será assim representado por uma função objetivo, a ser maximizada ou minimizada; b) para que essa função objetivo possa ser matematicamente especificada, as alternativas possíveis para a ocorrência de tal otimização – as chamadas variáveis de decisão envolvidas – deverão ser definidas. Por exemplo, os tipos de cultura e/ou área a serem explorados; os alimentos candidatos a fazer parte da formulação de ração, as classes de investimento à disposição de um tomador de decisão, etc. Normalmente, assume-se que todas essas variáveis possam assumir somente valores positivos; c) tais variáveis podem estar sujeitas a uma série de limitações – também conhecidas como restrições do problema -, normalmente representadas por inequações. Por exemplo, limitações referentes à área total disponível, às exigências nutricionais para determinado rebanho, à disponibilidade de capital e de mão-de-obra, etc. 2- Estruturação de modelos lineares Tome-se como referência a seguinte situação: “ Um determinado produtor rural possui duas fazendas, Morro Branco e Riacho Seco, onde deseja plantar soja e trigo. Devido às condições de solo específicas, o lucro anual esperado para a soja é de R$ 4,00/ha (hectare) na Morro Branco e de R$ 6,00/ha (hectare) na Riacho Seco; e o lucro anual previsto para o trigo é de R$ 8,00/ha (hectare) na Morro Branco e de R$ 4,00/ha (hectare)na Riacho Seco. Sabe-se ainda que: a área de soja a ser plantada na Morro Branco deve ter a mesma dimensão da área plantada de soja do Riacho Seco; a área de trigo plantado na Riacho Seco deve ter a mesma dimensão da área plantada de trigo da Morro Branco; o lucro anual total da Morro Branco e da Riacho Seco deve ser R$ 160,00 e R$ 120,00, respectivamente; as fazendas têm área suficiente para atender aos anseios do produtor.” 7 Para determinar as áreas de soja e trigo a serem cultivadas em cada uma das fazendas, tal situação pode ser facilmente apresentada por um sistema de equações lineares, com a seguintes incógnitas: x1 = número de hectares de soja a serem plantados em cada fazenda; x 2 = número de hectares de trigo a serem plantados em cada fazenda. O sistema propriamente dito pode ser então representado por: 4.x1 8.x2 160 6.x1 4.x2 120 x1 10 x2 15 Métodos algébricos e gráficos a) Método da Adição b) Sistema Linear / Regra de Crammer c) Gráfico Como as duas equações são lineares, com duas incógnitas, elas podem ser representadas geometricamente por duas retas. A intersecção entre elas dará a solução ao problema. 4.x1 8.x2 160 (1) 6.x1 4.x2 120 (2) Para plotar cada uma delas, bastam dois pontos. Os mais fáceis são aqueles sobre os eixos das abscissas e ordenadas. 8 x 0, x2 20 Assim, para a equação (1): 1 x2 0, x1 40 x 0, x2 30 para a equação (2): 1 x2 0, x1 20 Graficamente, temos: Solução por método gráfico de sistema de duas equações lineares A maioria dos modelos diz respeito a sistemas de equações, ou inequações lineares, a partir dos quais deve ser obtida a solução ótima (máximo ou mínimo) para o problema. Portanto, é de fundamental importância que tais sistemas de equações, ou inequações, possam ser resolvidos pelo modelador. Método Simplex Até então, os métodos apresentados são extremamente eficientes para a resolução de sistemas de equações lineares. Entretanto, como poderemos observar, normalmente as restrições a um problema são representadas por inequações. Ainda há a questão da função objetivo: como ela deve ser tratada, para que se chegue à solução ótima do problema? Para responder a esse questionamento, o algoritmo Simplex, e posteriormente os algoritmos de pontos interiores, foram desenvolvidos, tendo como base as premissas de Gauss-Jordan. Assim, recomenda-se a utilização de software especializado para programação linear. 2- Formulação de modelos: Antes de entrar no mérito da resolução de problemas por programação linear, atenção especial deve ser dispensada ao esforço de modelagem em si. Dado um determinado problema, o modelador, em função de seu nível de abstração e de experiência vivida, terá uma maior ou menor facilidade para a representação de objetivos, alternativas e restrições, por meio de equações e inequações. Exemplos: 1- Uma certa agroindústria do ramo alimentício tirou de produção uma certa linha de produto não lucrativo. Isso criou um considerável excedente na capacidade de produção. A gerência está considerando dedicar essa capacidade excedente a um ou mais produtos, identificados como produtos 1, 2 e 3. A capacidade disponível das máquinas que poderia limitar a produção está resumida na tabela a seguir: 9 Tipo de máquina A B C Tempo disponível (horas de máquina) 500 350 150 O número de horas de máquina requerido por unidade dos respectivos produtos é conhecido como coeficiente de produtividade (em horas de máquina por unidade), conforme representado a seguir: Tipo de máquina A B C Produto 1 9 5 3 Produto 2 3 4 0 Produto 3 5 0 2 O lucro unitário estimado é de R$ 30,00, R$ 12,00 e R$ 15,00, respectivamente, para os produtos 1, 2 e 3. Determine a quantidade de cada produto que a firma deve produzir para maximizar seu lucro (adaptado de HILLIER e LIEBERMAN, 1988). Solução: Objetivo: Maximização do lucro Alternativas: quantidade a ser produzida do produto 1 (x1) quantidade a ser produzida do produto 2 (x2) quantidade a ser produzida do produto 3 (x3) tempo disponível de cada máquina (A, B e C) Restrições: A estrutura matemática correspondente pode ser expressa como: Max Z 30.x1 12.x2 15.x3 9 x1 3x2 5 x3 500 sujeito a 5 x1 4 x2 350 3x 2 x3 150 1 A solução ótima é x1 0, x2 87,5, x3 47,5 e Z R$ 1.762,50 . 2- Uma fábrica de implementos agrícolas produz os modelos A, B e C, que proporcionam lucros unitários da ordem de R$ 16,00, R$ 30,00 e R$ 50,00, respectivamente. As exigências de produção mínimas mensais são de 20 para o modelo A, 120 para o modelo B e 60 para o modelo C. Cada tipo de implemento requer uma certa quantidade de tempo para a fabricação das partes componentes, para a montagem e para testes de qualidade. Especificamente, uma dúzia de unidades do modelo A requer três horas para fabricar, quatro horas para montar e uma para testar. Os números correspondentes para uma dúzia de unidades do modelo B são 3,5, 5 e 1,5; e para uma dúzia de unidades do modelo C, são 5, 8 e 3. Durante o próximo mês, a fábrica tem disponíveis 120 horas de tempo de fabricação, 160 horas de montagem e 48 horas de testes de qualidade. 10 Formule o problema de programação de produção como um modelo de programação linear (adaptado de WAGNER, 1986). Solução: Objetivo: Maximização do lucro Alternativas: produção do modelo A (x1) produção do modelo B (x2) produção do modelo C (x3) Restrições: exigências mínimas de produção de A, B e C tempos para fabricar, montar e testar os modelos A, B e C A estrutura matemática correspondente pode ser expressa como: Max Z 16.x1 30.x2 50.x3 x1 20 x 2 120 x3 60 sujeito a 3x1 3,5 x 2 5 x3 1440 4 x1 5 x 2 8 x3 1920 1x1 1,5 x 2 3x3 576 A solução ótima é x1 20, x2 250,67, x3 60 e Z R$ 10.840,00 . 3- Um sapateiro faz 6 sapatos por hora, se fizer somente sapatos, e 5 cintos por hora, se fizer somente cintos. Ele gasta 2 unidades de couro para fabricar 1 unidade de sapato e 1 unidade de couro para fabricar 1 unidade de cinto. Sabendo-se que o total disponível de couro é de 6 unidades e que o lucro unitário por sapato é de R$ 5,00 e o do cinto é de R$ 2,00, pede-se: o modelo do sistema de produção do sapateiro, se o objetivo é maximizar seu lucro por hora. Solução: Objetivo: Maximização do lucro Alternativas: número de sapatos por hora (x1) número de cintos por hora (x2) Restrições: exigências mínimas para fabricação dos produtos 11 A representação matemática do modelo pode ser dada por: Max Z 5.x1 2.x2 10.x1 12.x2 60 sujeito a 2.x1 x2 6 x , x 0 1 2 A solução ótima é x1 30, x2 70 e Z R$ 1.140,00 . 4- Uma empresa, após um processo de racionalização de produção, ficou com disponibilidade de 3 recursos produtivos, R1, R2 e R3. Um estudo sobre o uso desses recursos indicou a possibilidade de se fabricar 2 produtos P1 e P2. Levantando os custos e consultando o departamento de vendas sobre o preço de colocação no mercado, verificou-se que P1 daria um lucro de R$ 120,00 por unidade e P2, R$150,00 por unidade. O departamento de produção forneceu a seguinte tabela de uso de recursos. Produto Recurso R1 por unidade Recurso R2 por unidade Recurso R3 por unidade P1 2 3 5 P2 4 2 3 Disponibilidade de recursos por mês 100 90 120 Que produção mensal de P1 e P2 traz o maior lucro para a empresa? Solução: Objetivo: Maximização do lucro Alternativas: quantidade a produzir de M1 (x1) quantidade a produzir de M2 (x2) Restrições: racionalização de produtos possibilidade de fabricação dos produtos P1 e P2 Estrutura matemática: Max Z 4.x1 3.x2 12 sujeito a 2.x1 x 2 1000 x1 x 2 800 x1 400 x 2 700 x1 , x 2 0 A solução ótima é x1 3000, x2 0, x3 620 e Z R$ 8.480,00 . 3- Problema de Planejamento Agrícola Uma das aplicações mais clássicas de programação linear diz respeito ao planejamento agrícola, ou mais genericamente, planejamento agroindustrial.. Basicamente, o tomador de decisão tem à sua disposição determinada área, certa disponibilidade de mão-de-obra e capital, além de observar uma série de características tecnológicas e de capacidade organizacional. Seu objetivo principal diz respeito à maximização de lucro, a partir das opções de negócios (culturas agrícolas, plantéis de animais, papéis de investimento, etc) disponíveis. Exemplos: 1- Um produtor comprou uma propriedade com 500 ha (hectare) de pasto. Ele tem um capital de 10.400 dólares para gastar na compra de gado ovino ou bovino. Os preços de mercado, os lucros anuais estimados por animal e o número de hectares requeridos por animal são dados na tabela apresenta a seguir. Determine a melhor combinação de investimentos a ser perseguida (adaptado de DAELLEN-BACH, GEORGE e MCNICKLE, 1983). Espécie de ovino Carneiro Merino Gado Hereford Carneiro Romey Preço de mercado $ 7,00 $ 100,00 $ 10,00 Hectares por animal 1,0 3,0 0,5 Solução: Objetivo: Maximização do lucro Alternativas: ovino Merino (x1) gado Hereford (x2) ovino Romey (x3) capital Restrições: área Estrutura matemática: Max Z 12.x1 40.x2 7.x3 7 x1 100 x2 10 x3 10.400 sujeito a x1 3x2 0,5 x3 500 A solução ótima é x1 0, x2 0, x3 1000 e Z $ 7.000,00 . Lucro anual estimado $ 12,00 $ 40,00 $ 7,00 13 2- O Governo Federal colocou 20 ha (hectare) de terras desmatadas à disposição de produtores locais. Estimula-se que tal área seja utilizada para o plantio de soja e algodão. Calcula-se que há 1200 homens-horas disponíveis durante o período de semeadura; e que são necessários 20 homens-horas por hectare de soja e 120 homenshoras por hectare de algodão. Oferece-se ainda uma linha máxima de crédito de $ 6.000 (seis mil dólares), dividida da seguinte forma: $ 600,00 (seiscentos dólares) por hectare de soja e $ 200,00 (duzentos dólares) por hectare de algodão. Como organizar essa área de plantio se é sabido que as margens de lucro esperadas são $ 50,00 (cinqüenta dólares) por hectare de soja e $ 25,00 (vinte e cinco dólares) por hectare de algodão? Solução: Objetivo: Maximização do lucro Alternativas: produção de soja (x1) produção de algodão (x2) área disponibilidade de mão-de-obra Restrições: crédito Estrutura matemática: Max Z 50.x1 25.x2 x2 20 x1 sujeito a 20 x1 120 x 2 1.200 600 x 200 x 6.000 1 2 A solução ótima é x1 7,06, x2 8,82 e Z $ 573,53 . 3- Uma família de fazendeiros possui 40 hectares de terra e tem R$ 30.000,00 em fundos disponíveis para investimento. Seus membros podem produzir um total de 3500 homens-horas de trabalho durante os meses de inverno (meados de setembro a meados de maio) e 4000 homens-horas durante o verão. Se não forem necessários todos esses homens-horas, os membros mais jovens da família irão trabalhar numa fazenda vizinha, onde receberão R$ 4,00/hora durante os meses de inverno e R$ 4,50/hora durante o verão. A receita da fazenda pode ser obtida de três plantações e dois tipos de criação: vacas leiteiras e galinhas poedeiras. Para as plantações não são necessários quaisquer níveis de investimento. Entretanto, para cada vaca será necessário um investimento de R$ 900,00, e para cada galinha serão necessários R$ 7,00. Para cada vaca será necessário 0,6 hectares de terra, 100 homens-horas de trabalho durante os meses de inverno e 50 homens-horas durante o verão. Cada vaca produzirá uma receita líquida anual de R$ 800,00 para a família. Os dados correspondentes por galinha são: nenhum hectare, 0,6 homem-hora durante o inverno, 0,3 homem-hora durante o verão e uma receita líquida anual de R$ 5,00. O galinheiro pode acomodar um máximo de 3000 galinhas e o tamanho da fazenda limita o rebanho a um máximo de 32 vacas. Os homens-horas e receita estimados por hectare plantado em cada uma das três plantações são: 14 Cultura/Valores Homens-horas no inverno Homens-horas no verão Receita líquida anual (R$) Soja 50 125 937,5 Milho 87,5 187,5 1375 Aveia 25 100 625 A família deseja determinar quantos hectares deveriam ser cultivados para cada uma das plantações e quantas vacas e galinhas deveriam ser mantidas para maximizar sua receita líquida (HILLIER e LIEBERMAN, 1988). Solução: Objetivo: Maximização do lucro Alternativas: plantação de soja (x1) plantação de milho (x2) plantação de aveia (x3) criação de vacas (x4) criação de galinhas (x5) homens-hora alocados nos meses de inverno na fazenda vizinha (x6) homens-hora alocados nos meses de verão na fazenda vizinha (x7) mão-de-obra no inverno Restrições: mão-de-obra no verão área total de terra investimentos iniciais para a criação de vacas e galinhas número máximo de vacas e galinhas Estrutura matemática: Max Z 937,5.x1 1375.x2 625.x3 800.x4 5.x5 4.x6 4,5.x7 x2 x3 0,6 x 4 40 x1 900 x 4 7 x5 30.000 50 x1 87,5 x 2 25 x3 100 x 4 0,6 x5 x6 3.500 sujeito a 125 x1 187,5 x 2 100 x3 50 x 4 0,3x5 x7 4.000 x4 32 x5 3.000 A solução ótima é: x1 22,5, x2 0, x3 0, x4 5,75, x5 3000, x6 0, x7 0 e Z R$ 40.693,75 . BIBLIOGRAFIA CONSULTADA: SILVA, E.M., GONÇALVES, V., SILVA, E.M. et al. Pesquisa Operacional para Economia, Administração e Ciências Contábeis. São Paulo: Atlas S/A, 1998. FILHO, J.V.C., Pesquisa Operacional: Técnicas de otimização aplicada a Sistemas Agroindustriais. São Paulo: Atlas S/A, 2004. FIPECAFI/FEA/USP., Pesquisa Operacional para decisão em Contabilidade e Administração. São Paulo: Atlas S/A, 2004.