FATORES INFLUENTES NA AUTOMEDICAÇÃO DE PSICOFÁRMACOS POR ENFERMEIROS HOSPITALARES: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO DO PERÍODO DE 2005 a 2011. 1 Cecilia Nascimento Pires 2 Edna Slob RESUMO Artigo envolvido no eixo temático atenção à saúde do trabalhador, tendo como tema a automedicalização dos profissionais de enfermagem. Estudo bibliográfico de abordagem quantitativa com objetivo exploratório, os dados foram coletados via metodologia SciELO e LILACS, sendo encontrados 6 artigos, 49% na Revista de Enfermagem da UERJ. Foram identificados cinco fatores influenciadores: estresse laboral e facilidades no acesso (28%) cada, seguido da autoconfiança e inexistência de serviço de atenção ao trabalhador (18%) respectivamente e por último o descuido pessoal com a saúde (8%). Ao analisar esses fatores percebeu-se que há ligação entre eles, como o estresse laboral e o fácil acesso aos psicofármacos no local de trabalho, pois o primeiro gera sintomas físicos e psíquicos desagradáveis e o profissional deslumbra os psicofármacos como alívio, principalmente quando são encontrados facilmente durante período laboral; assim como autoconfiança em demasia, o descuido consigo e a inexistência de serviço médico próprio corroborando mais para a automedição de psicofármacos. Conclui-se, portanto, que os fatores influenciadores são gerados em maior porção no ambiente de trabalho, e para tal premissa, uma política de mudança trabalhista na enfermagem seria interessante para reduzir o estresse originado do trabalho, evitando assim descargas físicas e sentimentais nas drogas psicofármacas. Palavras-chave: automedicação; psicofármacos; área hospitalar. ____________________________________________________ 1 Enfermeira, formada pela Faculdade de Tecnologia e Ciências, pós graduanda do curso Enfermagem do Trabalho do Centro Universitário Uninter. 2 Enfermeira Obstetra e Licenciada em Enfermagem pela UFPR , Especialista em Metodologia da Ciência e Magistério Superior Auditora de qualidade e Orientadora de TCC da Faculdade Internacional de Curitiba –FATEC/FACINTER 1 INTRODUÇÃO Os psicofármacos são um grupo terapêutico destinado ao tratamento de doenças psíquicas, são inclusos os antidepressivos, antimaníacos, antipsicóticos, ansiolíticos, antidemenciais, hipnóticos e outros separadamente que atuam no controle dos impulsos por bebida alcoólica, tabagismo e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. E sua utilização pode provocar dependência (FRANCISCO et al, 2009; MAROT, 2010). O uso indiscriminado de psicofármacos atualmente é considerado um grave problema de saúde pública, principalmente àqueles que utilizam laborando, onde aumentam em cinco vezes as chances de acidente de trabalho, além de absenteísmo e licenças médicas. Mediante esse agravo, a Portaria Interministerial do Ministério do Trabalho e Emprego nº 10, de 10.07.2003 afirma que quando há condições de trabalho que favorecem o uso de drogas nos ambientes de trabalho devem ser conhecidas, modificadas ou constituídas de mecanismos de promoção da saúde (CARRILHO E FIDALGO, 2003). Porém, antigamente, o uso de drogas era permitido no ambiente de trabalho, durante a revolução industrial na Inglaterra, por exemplo, onde se tolerava o consumo de bebidas alcoólicas por parte dos trabalhadores das manufaturas, com o objetivo de que resistissem mais tempo no desempenho de suas atividades, pois nessa época o que prevalecia era a grande produção (ROSETE 1996 apud CARRILHO e FIDALGO, 2003). Obviamente, nos tempos atuais, não é consentido o uso de tais substâncias durante o período laboral, principalmente na área da saúde; todavia quando certas drogas lícitas como psicofármacos, se encontram em fácil acesso, torna-se um fator de risco para o consumo inapropriado, ou seja, a automedicação (FRANCISCO et al, 1999). A automedicação, como o próprio nome refere, é a administração de fármaco feita pelo próprio indivíduo sem indicação e/ou receita médica. Isto traz consequências como intoxicações, reações alérgicas, efeitos indesejáveis ou até irreversíveis e risco de interação medicamentosa que pode inativar, reduzir ou potencializar o efeito de alguns medicamentos (BAGGIOL e FORMAGGIOLL, 2009). Especificadamente, a automedicação de psicofármacos leva a alterações de comportamento atingindo as relações interpessoais, resultando em consequências 2 maléficas sobre seu serviço, como aumento da taxa de absenteísmo, desmoralização do local de trabalho quando na ocorrência de situações vexatórias envolvendo um funcionário e alguma atitude sua relacionada ao consumo exacerbado, como também situações constrangedoras a exemplo o mantimento em armários trancados todos os psicofármacos disponíveis nos setores em hospitais e clínicas. Mediante Carraro (2006), Baggiol e Formaggioll (2009) há estudos que indicam profissionais de saúde como mais vulneráveis a dependência deste grupo farmacológico. O labor em saúde predispõe o individuo a automedicação para aliviar seus problemas, pois este labor pode acarretar desgaste, sofrimento e comprometimento, tanto físico quanto mental para o trabalhador que executa as atividades, Dentre os profissionais de saúde, os enfermeiros são mais suscetíveis à dependência de determinados fármacos devido à maior possibilidade da própria autoadministração. No exercício da profissão, esse trabalhador possui acesso a psicofármacos com facilidade, se automedica e controla a quantidade da droga conforme seus próprios critérios, pois têm livre acesso em seu cotidiano de trabalho, e ainda são responsáveis pelo seu armazenamento e controle (BAGGIOL e FORMAGGIOLL, 2009). Todavia, as atividades com psicofármacos, unicamente, não geraria a necessidade em realizar a automedicação, mas aspectos ligados às atividades laborais somatizam para essa ocorrência. Em dois estudos realizados por Baggiol e Formaggioll (2009) e Carraro (2006) identificou-se como principais queixas na enfermagem que motivaram a automedicação: as dificuldades nas relações interpessoais, excessivo número de pacientes, salários insuficientes, falta de lazer, sentimentos de sofrimento e morte, cansaço, irritabilidade, ansiedade e dores em geral. A questão da automedicação já deveria ser debatida durante a formação destes profissionais, focando causas e agravos da automedicação. Poderia haver também o controle da automedicação entre trabalhadores de saúde com a criação de programas de valorização profissional e melhores condições de trabalho (OPPELT, 2007). 3 Em suma, mediante todo o texto explicitado, se escolheu realizar esse estudo abordando o tema: automedicalização dos profissionais de enfermagem. Discutindo o eixo temático: a atenção à saúde do trabalhador. Embora seja importante a discussão deste tema, o mesmo não é amplamente pesquisado, talvez por receio dos profissionais de saúde de produzirem situações constrangedoras com seus colegas ou por expor suas fraquezas, justificando assim a realização desse estudo. Dessa forma, essa pesquisa contribui para o meio acadêmico como incentivo a futuros estudos sobre o tema envolvendo área hospitalar. Além de colaborar ao meio acadêmico, esse estudo traz à sociedade um novo olhar sobre as consequências da automedicação de psicofármacos. Portanto, a pesquisa realizada buscou responder ao seguinte questionamento: quais são os fatores influenciadores para a automedicalização de psicofármacos por enfermeiros da área hospitalar segundo produção científica no período de 2005 a 2011? Esse estudo teve como objetivo geral analisar os fatores influenciadores na automedicalização de psicofármacos realizada por profissionais de enfermagem atuantes na área hospitalar a partir de produções científicas publicadas entre os anos de 2005 a 2011. Como objetivo específico identificar os fatores que influenciam a automedicação de psicofármacos por enfermeiros hospitalares. 1 DESENVOLVIMENTO 1.1 Psicofármacos: Conceito e Consumo A utilização do termo drogas vem reunir uma infinidade de sensações, além de englobar varias substâncias capazes de alterar o estado de consciência e de provocar dependência naqueles que as utilizam (FRANCISCO et al, 2009). Seu consumo, pelas sociedades humanas, confunde-se com a história do desenvolvimento da humanidade, sendo certo que este uso, nas sociedades ditas primitivas, estava ligado ao mágico-religioso. A droga servia de ligação entre o espiritual e o concreto. Posteriormente as drogas deixaram de ser mágicas e transformaram-se em mercadoria, e ao gerar lucro alcançou grandes contingentes humanos (CARRARO et al, 2006). 4 Atualmente as drogas são classificadas como lícitas e ilícitas. O uso abusivo de drogas é apresentado à população como vinculado às drogas ilícitas, ficando as drogas lícitas francas ao consumo. Aqui no Brasil as lícitas mais utilizadas são o álcool, o tabaco e psicofármacos como os ansiolíticos (CARRARO et al, 2006; FRANCISCO et al, 2009; GALDURÓZ e NOTO 1999). Os psicofármacos são um grupo terapêutico destinado ao tratamento de doenças psíquicas, são inclusos os antidepressivos, antimaníacos, antipsicóticos, ansiolíticos, antidemenciais, hipnóticos e outros separadamente que atuam no controle dos impulsos por bebida alcoólica, tabagismo e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (MAROT, 2010). Ao verificar a história pode-se dizer que o homem tem buscado, através dos tempos, alternativas para combater problemas físicos e psicológicos, meios de diminuir seu sofrimento, principalmente com o uso de psicofármacos. Essas substâncias podem levar ao uso nocivo ou à dependência farmacológica (BAGGIOL e FORMAGGIOLL, 2009; FRANCISCO et al, 1999; MARQUES e RIBEIRO, 2006). E por conta disso é gerada certa confusão em conceituar um uso de baixo risco, abusivo ou dependência. Sendo que o primeiro é caracterizado pelo uso em baixas doses conscientemente, o segundo pela presença de danos físicos e mentais decorrentes do uso, mas não traz problemas crônicos como a síndrome da abstinência causada pelo terceiro (FRANCISCO et al, 1999). O motivo para o consumo de certas substâncias é multifatorial, dentre eles biológicos, sociais e psicológicos. O primeiro como a predisposição genética, capacidade do corpo em metabolizar a substância; natureza farmacológica da substância, tais como potencial de toxicidade e dependência, ambas influenciadas pela via de administração escolhida. O fator social inclui violência doméstica, exclusão social, opções de lazer precárias e ambiente permissivo ou estimulador do consumo de substâncias. E o psicológico vem acompanhado de déficits e transtornos (CATARDO, 2009; MARQUES e RIBEIRO, 2006). Legalmente, há a Lei 10.409, de 11/01/2002, dispondo sobre a prevenção, tratamento, fiscalização, controle e repressão à produção, ao uso e ao tráfico ilícitos de produtos, substâncias ou drogas ilícitas que causem dependência física ou psíquica. Existe também a Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a qual aprova o Regulamento Técnico 5 sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial (CARRARO et al, 2006). Porém, apesar de toda legislação, o consumo de tais substâncias por vezes foge ao controle, principalmente pela presença dos fatores de risco para o uso e da busca por efeitos desestressantes. 1.2 Relação Drogas-trabalho O uso abusivo de drogas constitui um problema de saúde pública que acomete não só indivíduos jovens, mas também adultos que trabalham, onde aumenta a possibilidade dos acidentes de trabalho (CARRILHO E FIDALGO, 2003). O uso de drogas aumenta em cinco vezes as chances de acidente de trabalho, o que pode ser relacionado aos 15 a 30% das ocorrências, as quais são também responsáveis por 50% de absenteísmo e licenças médicas, conforme a Política Nacional Antidrogas (CARRILHO E FIDALGO, 2003, p.26). Desde o surgimento do trabalho assalariado, encontram-se diversos exemplos onde à relação drogas-trabalho tem sido observada, como ocorreu durante a chamada Revolução Industrial, na Inglaterra, onde se tolerava o consumo de bebidas alcoólicas por parte dos trabalhadores das manufaturas, com o objetivo de que resistissem mais tempo no desempenho de suas atividades na linha de produção, pois nessa época o que prevalecia era a grande produção (ROSETE 1996 apud CARRILHO e FIDALGO, 2003). Atualmente, não é permitido o uso de drogas durante o período laboral, porém quando certas drogas lícitas como psicofármacos, se encontram em fácil acesso no local de trabalho juntamente com fatores estressantes, torna-se um fator de risco para o consumo inapropriado (FRANCISCO et al, 1999). Esses fatores estressantes podem ser divididos em qualitativos e quantitativos. A exemplo, o primeiro com a escassa interação social e o segundo envolvendo alta demanda de atenção e quantidade de trabalho (CARRILHO e FIDALGO, 2003). Assim parece ter se tornado comum o uso de drogas para aliviar tais fatores, as substâncias psicofármacas surgem como uma estratégia de fuga para as dificuldades vivenciadas. 6 Conceber o uso de drogas, como solução para alívio dos problemas existentes no âmbito familiar e do trabalho, parece constituir-se uma banalização do uso de substâncias psicoativas, pois se sabe que seus efeitos são prejudiciais à saúde, à família, ao trabalho e a sociedade como um todo (FRANCISCO et al, 1999, p.371). É percebida nesse contexto que o descontrole do profissional sobre seu consumo de psicofármacos pode levar a dependência, tendo consequências maléficas sobre seu trabalho, pois este uso leva a alterações de comportamento atingindo as relações interpessoais. Além de aumentar a taxa de absenteísmo, desmoralização do local de trabalho quando na ocorrência de situações vexatórias envolvendo um funcionário e alguma atitude sua relacionada ao consumo exacerbado, como também situações constrangedoras como manter trancado em armários todos os psicofármacos disponíveis nos setores em hospitais e clínicas. A saída para redução de psicofármacos seria agir sobre as causas do uso, talvez a estimulação de atividades de lazer favorecesse a promoção da saúde, beneficiando todos os trabalhadores (CARRILHO e FIDALGO, 2003). A Portaria Interministerial do Ministério do Trabalho e Emprego nº 10, de 10.07.2003 junto a Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, sendo este o órgão responsável pela articulação e integração das políticas públicas com a Política Nacional Antidrogas traz recomendações às empresas sobre o uso de drogas no ambiente do trabalho. Recomenda esta, às empresas que, através de suas CIPAs Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desenvolvam atividades educativas sobre o uso e abuso de substâncias psicoativas no trabalho enfatizando evitar o desemprego, a exclusão social e a discriminação no trabalho, assegurando direitos sociais e de atenção à saúde com ênfase na prevenção; assim como, fortalecer a adoção de medidas sobre essa problemática pelos Programas de Controle Médico em Saúde Ocupacional - PCMSO, Programas de Prevenção de Riscos Ocupacionais - PPRO, dentre outros (Portaria Interministerial do Ministério do Trabalho e Emprego nº 10, de 10.07.2003). 1.3 Enfermeiros Hospitalares e a Automedicação de Psicofármacos A automedicação, como o próprio nome refere, é a administração de fármaco feita pelo próprio individuo sem indicação e/ou receita médica. Isto traz 7 consequências como intoxicações, reações alérgicas, efeitos indesejáveis ou até irreversíveis, a redução de sinais e sintomas, o que não trata o problema e ainda compromete o diagnóstico e tratamento precoce de uma doença mais grave e o risco de interação medicamentosa que pode inativar, reduzir ou potencializar o efeito de alguns medicamentos (BAGGIOL e FORMAGGIOLL, 2009). A opção pela automedicação, especialmente de psicofármacos, visa à minimização do transtorno físico ou psíquico apresentado, sem, entretanto, garantir a cura (BAGGIOL e FORMAGGIOLL, 2009). O trabalho em saúde predispõe o individuo a essa automedicação, pois este labor pode acarretar desgaste, sofrimento e comprometimento, tanto físico quanto mental. E nesse contexto, os enfermeiros são mais suscetíveis à dependência de psicofármacos, principalmente quando o trabalho é desenvolvido em área hospitalar, onde há trabalho noturno e em turnos, esforço físico intenso, levantamento manual de peso, posturas e posições inadequadas, repetição de movimentos, jornadas de trabalho extensas, situações de insensibilidade e indiferença, entre outros (CARARO, 2006; RIBEIRO, 2012). Os profissionais de enfermagem estão sujeitos ao estresse organizacional similar a outros trabalhadores, entretanto, enfrentam uma exigência emocional adicional devido à natureza da profissão, pois suas atividades são marcadas por riscos de ordem biológica, física, química, ergonômica, mecânica, psicológica e social (ARAÚJO e PINHO, 2007, p.330). Muitas vezes, o enfermeiro é obrigado a trabalhar em mais de uma instituição hospitalar para complementar a renda, gerando com isso períodos de trabalho sem descanso. Segundo Araújo e Pinho (2007) a repetição desse ato contribui para a permanência de níveis elevados dos hormônios de adaptação, como por exemplo, os glicocorticosteróides, o que resulta em alteração das fases do sono, modificação no ritmo cardíaco e aumento da contratura muscular. O organismo então necessita de uma resposta adaptativa, constituída de suas forças internas de equilíbrio psíquico, das interações das pessoas e do ambiente laboral. Assim quando não ocorre essa adaptação, o profissional pode apresentar a síndrome de esgotamento profissional, denominada Burnout – Burn: queima e Out – 8 exterior, dando o sentido de se queimar, onde a pessoa se consome física e emocionalmente por completo. Essa síndrome apresenta três fases: exaustão emocional caracterizada por fadiga intensa; a despersonalização mostrada por comportamentos negativos e insensíveis e a última depressão e tristeza expressa por sentimentos depreciativos. Também são comuns sintomas como insônia, ansiedade, dificuldade de concentração, alterações de apetite, irritabilidade e desânimo. Isso pôde ser visto através de algumas ações pertinentes de trabalhadores de uma empresa, como faltas ao trabalho. Um estudo feito por Macedo (2005 apud Ribeiro, 2012) ao analisar a associação do desgaste com a taxa de absenteísmo de trabalhadores de uma empresa pública do setor de serviços situada na região metropolitana de Belo Horizonte identificou que as manifestações de sofrimento se revelaram por licença médica, internação hospitalar e aposentadoria por invalidez. Alguns profissionais de saúde realizam a automedicação tentando minimizar ou reverter à síndrome do esgotamento profissional. Nesse sentido, a busca por certo alívio se materializa, mais uma vez, na forma de psicofármacos. O autodiagnóstico e a automedicação estão baseados nos conhecimentos obtidos na formação da enfermagem. No exercício da profissão, esse trabalhador possui acesso a psicofármacos com facilidade, se automedica e controla a quantidade da droga conforme seus próprios critérios, pois têm livre acesso em seu cotidiano de trabalho, e ainda são responsáveis pelo seu armazenamento e controle (BAGGIOL e FORMAGGIOLL, 2009; BUCASIO et al, 2006; RIBEIRO, 2012). A automedicação de psicofármacos consequentemente põe em risco a vida dos clientes sob os cuidados dos enfermeiros, visto que o efeito da droga altera o comportamento e raciocínio lógico e leva o profissional a infringir os seus preceitos éticos e os da profissão, como pode verificar na citação seguinte: Os profissionais de saúde que fazem uso abusivo de drogas têm consciência, pela sua formação, de que estão infringindo o código de ética da profissão, entretanto não conseguem controlar suas ações. E muitas vezes seus colegas percebem isso, mas preferem omitir-se, evitando assim constrangimentos para a pessoa, equipe, profissão e até para a instituição empregadora (CARRARO, 2006, p.603). Em dois estudos realizados por Baggiol e Formaggioll (2009) e Carraro (2006) identificou como principais queixas na enfermagem que motivaram a 9 automedicação, as dificuldades nas relações interpessoais, excessivo número de pacientes, salários insuficientes, falta de lazer, sentimentos de sofrimento e morte, cansaço, irritabilidade, ansiedade e dores em geral. Em outra pesquisa ao questionar profissionais de saúde, os mesmos relataram que os problemas psíquicos eram o principal fator para o uso das drogas psicofármacas. O profissional de saúde precisa estar em equilíbrio para poder desenvolver suas atividades, já que nesta área é preciso atenção, raciocínio lógico entre outras habilidades mentais. Para que isso ocorra, faz-se necessário que o mesmo saiba reconhecer suas limitações, buscando manter uma qualidade de vida através do cuidar de si (CARRARO, 2006). Porém ao invés de manter essa qualidade de vida, o profissional recorre ao consumo inadequado de psicofármacos, e com o passar do tempo, tende a aumentar o consumo, chegando ao uso excessivo e passam a perceber o mesmo como uma possibilidade de facilitar a condução de sua rotina cotidiana (CARRARO, 2006). Mediante Oppelt (2007) a questão da automedicação já deveria ser debatida durante a formação dos enfermeiros, focando causas e agravos da automedicação e poderia haver o controle da automedicação entre trabalhadores de saúde com a criação de programas de valorização profissional e melhores condições de trabalho, evitando o trabalho sem descanso quando o profissional recorre a mais de um emprego. Há de se concordar com a proposta acima, pois muitos profissionais terminam a graduação e partem das instituições de ensino superior com a idealização de altos salários, ambiente de trabalho equilibrado, parceria com chefes e colegas, porém ao se depararem com a realidade, muitos sentem frustração e a expectativa que antes tinham, se transforma em desilusão, afetando seu segmento psicológico e confortando-se no que lhe for mais conveniente, como os psicofármacos para alguns. Adicionalmente, a resposta do organismo a todo esse processo também sofre alterações como já citadas anteriormente e isto só tende a somar aos fatores que levam à automedicação. 2 METODOLOGIA 10 Estudo bibliográfico, abordagem quantitativa com objetivo exploratório. A pesquisa bibliográfica busca informações e dados disponíveis em publicações científicas. A abordagem quantitativa traduz em números as informações colhidas e analisadas e o objetivo exploratório proporciona amplitude de conhecimento sobre o problema através do levantamento bibliográfico (Rodrigues, 2007). Foram consultadas todas as publicações científicas que seguiam os critérios de inclusão, sendo: psicofármacos, automedicação realizada por enfermeiros, abordagem dos fatores influenciadores à automedicação e ter sido publicado no período de 2005 a 2011. Assim ao pesquisar nos portais eletrônicos científicos SciELO e LILACS, foram selecionados seis artigos encontrados na Revista de Enfermagem da UERJ, Revista Arquivos de Ciências da Saúde, Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Jornal Brasileiro de Enfermagem e Revista Latino-americana de Enfermagem. Devido à escassez de trabalhos relacionados ao tema envolvendo área hospitalar, obteve-se o cuidado na seleção das produções científicas, atentando para o local de realização na metodologia das mesmas. Os dados foram coletados a partir de instrumento próprio criado para esta pesquisa (apêndice A); posteriormente analisados, tabulados e apresentados conforme análise estatística sob a forma de porcentagem. Por não se tratar de pesquisa envolvendo seres humanos, não se fez necessária a apresentação ao comitê de ética. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Quando foi iniciada a pesquisa de artigos científicos relacionados à automedicação por profissionais de enfermagem, percebeu-se a dificuldade em encontrá-los, principalmente os que envolvessem área hospitalar, porém isso só impulsionou a realização deste trabalho, porque desta forma foi elevada a importância de estudar tal tema. Ainda assim, mediante tal problemática foram encontradas seis publicações nas seguintes revistas: revista de enfermagem da UERJ, revista Arquivos de Ciências da Saúde, Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Jornal Brasileiro de Enfermagem e revista Latino-americana de Enfermagem. 11 Ao analisar os artigos encontrados, além de identificar os fatores influenciadores da automedicação de psicofármacos, foi somado à leitura: o período, o tipo de estudo e as revistas de maior publicação. Quanto ao período de publicação constatou-se maior percentual no ano de 2009, conforme tabela seguinte: Tabela 1 – DISTRIBUIÇÃO DO ANO DE PUBLICAÇÃO DOS ARTIGOS CIENTÍFICOS RELATIVOS À AUTOMEDICAÇÃO DE PSICOFÁRMACOS POR PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM HOSPITALARES PUBLICADOS NO PERÍODO DE 2005 A 2011. Ano N % 2005 1 17% 2006 1 17% 2007 0 0% 2008 0 0% 2009 2 32% 2010 1 17% 2011 1 16% Total 6 100% Fonte: Revista de Enfermagem da UERJ, revista Arquivos de Ciências da Saúde, Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Jornal Brasileiro de Enfermagem e revista Latino-americana de Enfermagem. O que se pode compreender a partir dos dados acima, é o número reduzido de publicações referentes à automedicação, talvez por esse assunto ser sutil, os profissionais tem receio de dialogar sobre tal, porque o consumo de psicofármacos por conta própria exacerbadamente traz o estigma de usuário de drogas e com isso muitos temem reações da sociedade, do grupo laboral e da família, preferindo omitir. Como afirma o seguinte autor: Acreditamos que a escassez de material a respeito do uso de drogas por profissionais da saúde deve-se ao fato de as pessoas ainda terem medo de falar sobre um assunto carregado de estigmas, ou ainda, por receio de se comprometerem ou envolverem outras pessoas ou colegas de trabalho (CARRARO, 2006, p.603). Em relação ao tipo de estudo, os artigos foram separados em qualitativos e quantitativos, concebendo a igualdade de dados. 12 Tabela 2 - DISTRIBUIÇÃO DOS TIPOS DE ESTUDOS ENCONTRADOS NOS ARTIGOS CIENTÍFICOS RELATIVOS À AUTOMEDICAÇÃO DE PSICOFÁRMACOS POR PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM HOSPITALARES PUBLICADOS NO PERÍODO DE 2005 A 2011. Tipo de estudo N % Qualitativo 3 50 Quantitativo 3 50 Total 6 100 Fonte: Revista de Enfermagem da UERJ, revista Arquivos de Ciências da Saúde, Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Jornal Brasileiro de Enfermagem e revista Latino-americana de Enfermagem. Pode se notar que o tema traz discussão tanto do ponto quantitativo como qualitativo. No primeiro é relevante informar em números essa automedicação dos profissionais de enfermagem, dados estes cada vez mais expressivos. E ao ter a noção de números cada vez maiores é também importante refletir sobre essa conduta, permitindo uma sensibilização dos profissionais, com estudos qualitativos. Dentre as revistas científicas, a revista de enfermagem da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) foi a de maior publicação, seguindo a ordem abaixo: Tabela 3 - DISTRIBUIÇÃO DE REVISTAS CIENTÍFICAS COM PUBLICAÇÕES RELATIVAS À AUTOMEDICAÇÃO DE PSICOFÁRMACOS POR PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM HOSPITALARES PUBLICADOS NO PERÍODO DE 2005 A 2011 Revistas científicas N % Revista de enfermagem da UERJ 3 49% Revista Latino-americana de Enfermagem 1 17% Revista Arquivos de Ciências da Saúde 1 17% Jornal Brasileiro de Enfermagem 1 17% Total 6 100% Fonte: Revista de Enfermagem da UERJ, revista Arquivos de Ciências da Saúde, Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Jornal Brasileiro de Enfermagem e revista Latino-americana de Enfermagem. O maior número de publicações referentes ao tema na revista da UERJ, talvez possa se dar pelo fato de sua origem, em uma universidade, onde estudantes de enfermagem estão a todo tempo realizando estudos e publicando-os na revista de sua própria instituição de ensino. E adicionalmente pode haver incentivo por parte dos docentes para a pesquisa do referido tema. Adentrando nos fatores influenciadores na automedicação de psicofármacos por profissionais de enfermagem hospitalares, a facilidade de acesso e o estresse laboral se repetem na maioria dos artigos selecionados. No artigo realizado por Barros, Rotenberg e Griep (2009) o fator de maior influência foi à facilidade de acesso aos psicofármacos e a dificuldade de ser 13 atendido em outros serviços de saúde, como usuários, o que dá a entender que se houvesse um serviço de atenção a esse trabalhador, ele conseguiria resolver seus problemas de saúde e não recorreria a administrações próprias de fármacos, sem consulta médica prévia. Já, em outro estudo, Baggiol e Formaggioll (2009) comentam o estresse laboral como causa, pois o mesmo traz sintomas físicos e psíquicos desagradáveis, quando o organismo não consegue se adaptar, como dores em membros inferiores e lombares, mudança de humor, transtornos do sono, entre outros. E adicionam também que o meio ocupacional possibilita acesso às drogas. Carraro (2006) trouxe os mesmos fatores influenciadores dos autores acima. Somando aos sintomas psíquicos a síndrome de desgaste profissional. Para Araújo (2011) o estresse laboral surgiu como único influenciador, e o desmembrou em cobranças, insatisfação no ambiente de trabalho, longa carga horária ocupacional, tudo isso aumentando o desgaste, o que faz os profissionais procurarem conforto, muitas vezes, nos psicofármacos. A autoconfiança foi observada em dois artigos. O primeiro realizado por Munhoz, Gatto e Fernandes (2010) e o segundo por Lima, Maia e Miranda (2005). Ao primeiro encontrou-se ainda o descuido pessoal com a saúde e no segundo, mais uma vez, o acesso difícil aos serviços de saúde para ser atendido como cliente. A autoconfiança surge do momento que o profissional da saúde, declara conhecedor de todas as substâncias, e acha que a automedicação não pode prejudicar a saúde. Já que ele conhece as ações, reações e características peculiares da droga. Para melhor entendimento, é mostrada a seguinte tabela: Tabela 5 - DISTRIBUIÇÃO DOS FATORES INFLUENCIADORES NA AUTOMEDICAÇÃO DE PSICOFÁRMACOS POR ENFERMEIROS HOSPITALARES PRESENTE NOS ARTIGOS PUBLICADOS NO PERÍODO DE 2005 A 2011. Fatores influenciadores N % Autoconfiança 2 18% Estresse laboral 3 28% Descuido pessoal 1 8% Facilidades no acesso 3 28% Inexistência de serviço de atenção ao trabalhador 2 18% 11 100% Total Fonte: Revista de Enfermagem da UERJ, revista Arquivos de Ciências da Saúde, Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Jornal Brasileiro de Enfermagem e revista Latino-americana de Enfermagem. 14 E como já comentado, o estresse laboral e a facilidade no acesso aos psicofármacos foram os maiores influenciadores, acompanhado da autoconfiança, difícil atendimento médico externo e por último o descuido pessoal. O que se pode notar com estes dados, é uma corrente retroalimentativa, onde o estresse laboral está anexado a sintomas desagradáveis, recorrendo o profissional a automedicação, com o livre acesso às substâncias e o profissional confia em seus conhecimentos. A automedicação deve se repetir dessa forma até que haja solução. E para tal premissa, talvez uma política na profissão de melhorias de salários, carga horária e outros fatores seriam interessantes para reduzir o estresse originado do trabalho, evitando assim descargas físicas e sentimentais nas drogas psicofármacas. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao analisar os fatores que influenciam a automedicalização de psicofármacos por profissionais de enfermagem hospitalares a partir de produções científicas publicadas entre os anos de 2005 a 2011, foram identificadas duas vertentes: primeiro que as publicações referentes ao tema são escassas e segundo que os fatores influenciadores se equivalem à desvalorização da profissão enfermagem. A escassez comentada se deve ao fato do assunto deste artigo ser sutil, automedicação por profissionais, pois muitos preferem omitir ao confessar hábitos viciantes por medo da repressão da sociedade envolvendo colegas de trabalho e pessoas íntimas como a família. Quando se afirma a relação entre automedicação e desvalorização da enfermagem, se relaciona aos fatores influenciadores identificados neste artigo, sendo estresse laboral e facilidades no acesso resultando 28% cada, seguido da autoconfiança, inexistência de serviço de atenção ao trabalhador (18%) respectivamente e por último o descuido pessoal com a saúde (8%). O estresse laboral surge a partir de várias causas como insatisfação no ambiente de trabalho, longa carga horária ocupacional e desgaste mental, surtindo sintomas físicos e psíquicos desagradáveis, e o profissional deslumbra as drogas psicofármacas como solução destes problemas. Nisto a facilidade em conseguir no local de trabalho só aumentam as chances de utilizar psicofármacos como solucionador. 15 A automedicação mediante esse desfecho deve se repetir retroalimentativamente até que haja solução. E para tal premissa, talvez uma política na profissão de melhorias de salários, carga horária, inserção do assunto nas CIPAs e programas das empresas hospitalares atentando para a saúde dos empregados, visualização do enfermeiro como trabalhador sujeito a desgaste mental, não somente físico e outros fatores seriam interessantes para reduzir o estresse originado do trabalho, evitando assim descargas físicas e sentimentais nas drogas psicofármacas. 16 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Tânia Maria de. PINHO, Paloma de Sousa. Trabalho de enfermagem em uma unidade de emergência hospitalar e transtornos mentais. Revista de Enfermagem da UERJ, Rio de Janeiro, v. 15, n.3, p.329-336, jul/set; 2007. BAGGIO, Maria Aparecida; FORMAGGIO, Filomena Maria. Automedicação: desvelando o descuidado de si dos profissionais de enfermagem. Revista de Enfermagem da UERJ, Rio de Janeiro, v.17, n.2, p.224-228, abr/jun, 2009. BUCASIO, Erika. Burnout na clínica psiquiátrica: relato de um caso. 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