Visualização do documento Segunda Guerra Mundial(A Defesa de Moscou).doc (358 KB) Baixar A Defesa de Moscou Nesta narrativa precisa e fria da defesa de Moscou, um historiador inglês combinou seus diversos talentos com os do marechal Zhukov para produzir algo que não é encontrado em nenhum outro livro. Esta obra talvez seja a melhor fonte de informação sobre uma das maiores e mais terríveis campanhas deste ou de qualquer outro século A primeira derrota de Hitler Em sua diretiva n° 21, de 18 de dezembro de 1940, Hitler determinou o objetivo da Campanha Barbarossa: “A União Soviética deve ser esmagada numa campanha rápida antes do fim da guerra com a Inglaterra, e os primeiros ataques prepararão o caminho para a ocupação do centro vital de comunicações e armamento – Moscou”. Nas discussões subseqüentes sobre as operações militares, entretanto, tornou-se cada vez mais evidente que havia uma discrepância entre o pensamento de Hitler e o de seus consultores no Alto-Comando das Forças Armadas (OKW) por um lado, e o Alto-Comando do Exército alemão (OKH) por outro. Hitler tentava por todos os meios por em prática as teorias do Mein Kampf, pois suas preocupações relacionavamse com os assuntos políticos e ideológicos como também com a economia no setor militar. Essa dualidade de opinião entre Hitler e seus assessores influiu para prejudicar a campanha em seus primeiros estágios de ataque à união Soviética (22 de junho de 1940) e nos meses que se seguiram, até chegar as portas de Moscou. Assim, tanto no planejamento como na execução, Hitler e o OKH seguiram rumos paralelos, continuando, porém, separados. Além disso, quando o ataque inicial sofreu um adiamento de quatro ou cinco semanas, como resultado da campanha dos Balcãs, este fato deveria ter concentrado as operações numa área mais restrita, tendo em mira um único objetivo. O Grupo de Exércitos Centro, que desfechara golpes violentos contra as forças inimigas numa série de grandes operações de cerco, deveria ter atacado Moscou através de Minsk-Smolensk-Viazma, mas foi incapaz de romper a resistência inimiga. Os velozes avanços empreendidos pelas colunas Panzer, que, diante de seu sucesso nas campanhas anteriores, eram o presságio de uma vitória rápida, não tiveram o mesmo efeito no Leste. Nos vastos espaços abertos, as unidades blindadas movimentaram-se isoladas e não podiam aproximar-se, tendo de esperar pelas unidades de infantaria, dando assim ao inimigo, em grandes grupo, a oportunidade de poder romper os cercos e escapar à perseguição das forças alemães, tão logo chegavam às extensas áreas de florestas e pântanos. Hitler estava plenamente cônscio desse problema quando emitiu sua Diretiva n° 33 a 19 de julho de 1941, ali constando que desistia de Moscou como o principal objetivo do Grupo de Exércitos Centro e ordenava que as forças alemães fossem divididas: poderosas unidades do Grupo de Exércitos Centro foram desviadas para o sul, a fim de se juntarem ao Grupo de Exércitos Sul, que avançava sobre Kiev com o intuito de impedir ao inimigo uma retirada para leste. Kiev caiu em mãos alemães a 19 de setembro de 1941, embora a batalha prosseguisse até o dia 26 do mesmo mês. Essa “batalha involuntária” não teve nenhum efeito decisivo. Ao contrário, ela imobilizou as unidades panzer e foi motivo de considerável perda de tempo; a intenção de derrotar a União Soviética numa campanha rápida foi frustrada. Uma vez reiniciado o ataque a Moscou a 2 de outubro, e assim que Briansk e Viazma foram tomadas a 6 e 7 de outubro, o Grupo de Exércitos Centro conseguiu penetrar as posições de defesa de Moscou. Por volta de meados de outubro, as primeiras neves do inverno haviam-se transformado em lama congelada, surpreendendo as forças alemães, que não contavam com isso e estavam mal equipadas, ocasionando um revés inesperado. No final de outubro, as posições alemães eram as seguintes: a 3a Divisão Panzer estava em Klin, na estrada Kalinin-Moscou, e as unidades avançadas da 7a Divisão Panzer defendiam uma cabeça-de-ponte a leste do canal Volga-Moscou, em Yakhroma, aproximadamente a 35 km de Moscou; para o sul, a 2a Divisão Panzer lutava pela posse de Tula ao sul da cidade; a 4a Divisão empenhava-se num ataque frontal a 40 km da cidade; assediadas pela frente e pelo flanco, as forças alemães não podiam continuar avançando. Desde 22 de junho de 1941 elas vinham combatendo ativa e constantemente e agora seu moral e sua resistência física declinavam. Atrás da frente alemã não havia reservas para preencher as imensas brechas que deixavam expostos alguns milhares de quilômetros da linha de batalha. O Exército Vermelho não usara uma só vez sua força total para deter o ataque alemão e agora os soviéticos viam que chegara sua hora de revidar. Daí em diante, nem Hitler nem o OKW tinham voz ativa no campo de batalha - isto era exclusividade do inimigo real: Zhukov. Nas semanas e meses que se seguiram, o exército alemão teria a prova do quanto o Exército Vermelho aprendera, enquanto se limitava a deter seu ataque, tanto ao nível tático quanto na parte operacional. Visto no contexto mais amplo da Segunda Guerra Mundial, o fracasso em derrotar a União Soviética em quatro ou cinco meses assinalou o fim da Blitzkrieg. Dos pontos de vista político, econômico e militar, Hitler subestimara a União Soviética. Em 1939 ele considerara “realização digna de um estadista” o fato de a Alemanha só ter de lutar numa frente, mas agora a guerra em duas frentes se tornara uma realidade, tal como a Alemanha experimentara antes, em 19141918. Era evidente que os aliados de Hitler estavam desiludidos e que nas áreas ocupadas a resistência às forças de ocupação aumentava. A Turquia, que Hitler gostaria de ter visto participando na “sua guerra”, continuou de lado, na expectativa. Enquanto a resistência aliada a Hitler recebia considerável impulso, a Inglaterra, em particular, soube aproveitar a trégua tão necessária para promover seus preparativos militares e desenvolver suas alianças. A União Soviética podia contar com as Potências Ocidentais e lançar todo o seu peso contra a Alemanha. Além disso, desde 7 de dezembro de 1941, quando o Japão atacou Pearl Harbor, os portos do grande arsenal da democracia estavam abertos aos líderes da União Soviética. A batalha às portas de Moscou, no inverno de 1941-1942, é considerada, acertadamente, como uma das mais decisivas da Segunda Guerra Mundial. Ela foi o último ato retardado no desígnio alemão de derrotar a Rússia. O que quer que Hitler empreendesse a partir desse momento, só poderia representar o adiamento de sua derrocada final. O autor do exame que se segue, Geoffrey Jukes, tornou-se conhecido pelos seus livros, Stalingrado, o Princípio do Fim e Kursk: the Clash of Armour. Possuidor de um vasto conhecimento sobre a Wehrmacht e o Exército Vermelho, ele pintou um quadro bem autêntico da batalha às portas de Moscou, mantendo elevado grau de objetividade, combinado com vigor e colorido. Este livro é digno sucessor dos seus trabalhos anteriores. Na minha opinião de comandante de tropas e testemunha do começo da campanha alemã até o bem sucedido avanço sobre o canal Volga-Moscou e a retirada final, posso conformar a veracidade do que foi narrado. - General Hasso von Manteuffel A ascenção do Marechal Zhukov Se a Batalha da Inglaterra foi a primeira vez, na Segunda Guerra Mundial, que se estabeleceram claramente as limitações militares da Alemanha, à Batalha de Moscou cabe a segunda. Mas, sob outros aspectos, há muito pouco em termos de comparação entre as duas batalhas. No primeiro caso, as pontas-de-lança adversárias, o Comando de Caças da Real Força Aérea e as Luftflotten 2, 3 e 5, consistiam de tripulações lançadas em combate em número raramente superior a 1.000 pelos alemães, salvo nos momentos de pressão máxima, e nunca atingido esse número pelos ingleses. Foi uma batalha entre forças empenhadas em tecnologia moderna e cujo resultado deveu muito a fatores científicos, tais como a posse do radar pelos ingleses; além disso a mais notável arma alemã - suas forças blindadas - não pôde participar. Por outro lado, a Batalha de Moscou foi uma luta de titãs, com mais de um milhão de soldados empenhados em combate nos dois campos adversários. Foi a primeira de vários embates na Frente Oriental, e na qual as forças Panzer, o orgulho do exército alemão, enfrentaram abertamente um Exército Vermelho aparentemente exaurido pelos meses de defesa exaustiva e infrutífera; agarraram confiantes aquela presa suprema, a capital do único estado comunista do mundo, viram-se escapar das suas mãos e foram obrigadas a uma fuga, que quase se transformou numa debandada. A recuperação do Exército Vermelho, depois que quase todas as forças regulares com as quais começara a guerra foram eliminadas (por volta de dezembro de 1941, havia quase 3.500.000 soldados soviéticos em campos de prisioneiros de guerra alemães) foi um feito extraordinário e para o qual toda a União Soviética contribuiu de uma forma ou de outra. Mas a defesa, que teve de ser conduzida por uma mistura de unidades ad hoc, remanescentes de exércitos derrotados, divisões de reserva mobilizadas às pressas, e da Milícia Popular, que era totalmente destreinada, foi, em sua estrutura, obra de um homem. O mesmo aconteceu com a escolha do momento adequado para lançar as reservas, que incluíam praticamente as últimas forças do quadro de paz – as divisões siberianas do Exército do Extremo Oriente – contra forças alemãs, cujo ímpeto de ataque declinara, mas que ainda não se haviam entrincheirado para uma luta na defesa. Esse homem era o Comandante da Frente Ocidental Soviética (Grupo de Exércitos), o General-de-Exército, e mais tarde Marechal da União Soviética, Georgy Konstantinovich Zhukov. Ele nasceu em 1896 na aldeia de Strelkovka, da então Governança de Kaluga, a sudoeste de Moscou. A família Zhukov, como a de muitos outros bem sucedidos generais do Exército Vermelho, era extremamente pobre e seu pai, um sapateiro, passava muito tempo fora de casa à procura de trabalho. Todavia, ao contrário de muitos dos seus contemporâneos, o jovem Zhukov pôde freqüentar a escola, onde se saiu muito bem, até os 10 anos de idade, quando foi tirado dali para começar a ganhar a vida. Em 1907 ele tornou-se aprendiz de peleiro e curtidor de um dos irmãos de sua mãe em Moscou, onde pôde continuar sua educação freqüentando a escola noturna. Em agosto de 1915, devido às imensas perdas humanas do exército russo nas batalhas da Primeira Guerra Mundial, ele foi convocado antes do tempo para servir no 189 o Batalhão de Infantaria da Reserva. Ao completar seu treinamento ele foi transferido para a cavalaria, para o 10 o Regimento de Dragões Novgorod, onde se tornou “vice-suboficial” (mais ou menos equivalente a sargento) e foi ferido em ação, recebendo por duas vezes a elevada condecoração tzarista por bravura, a Cruz de São Jorge. Pouco depois de sair do hospital, deu-se a revolução de fevereiro de 1917. Como em geral acontecia no exército, seu esquadrão nomeou um comitê de soldados, do qual ele foi eleito presidente e delegado junto ao Soviete (Conselho) Regimental, que, em março votou pelo apoio ao Partido Bolchevista de Lenine. Este ato dividiu o regimento em três facções hostis, com alguns apoiando os bolchevistas; outros, o Governo Provisório, de Kerenski, que desejava continuar a guerra, e outros, ainda, os Nacionalistas Ucranianos, que favoreciam a independência da Ucrânia. A facção pró-bolchevista era a minoria e Zhukov foi obrigado a ocultar-se por várias semanas, antes de retornar secretamente a Moscou, onde chegou em fins de novembro de 1917. Já então os bolchevistas haviam tomado o poder em Petrogrado (então a capital e hoje chamada Leningrado), sobrevindo a guerra civil que se prolongaria até 1922. Zhukov, que já então ligara seu destino ao Partido Comunista, decidiu apresentar-se como voluntário para a Guarda Vermelha, o núcleo do exército que o governo revolucionário estava formando, mas antes que pudesse fazê-lo, foi atacado de tifo e somente seis meses depois é que pôde realizar sua intenção, ingressando como soldado raso na 1a Divisão de Cavalaria de Moscou. O Exército Vermelho tinha grande necessidade de oficiais treinados, pois a maior parte do corpo de oficiais ingressara nos Exércitos Brancos, e um subalterno dedicado e experiente vindo de um regimento de elite do Exército Imperial poderia progredir com rapidez. Ao término da guerra civil, Zhukov estava no comando de um esquadrão no 1 o Exército de Cavalaria (cujo comandante, outro ex-subalterno da cavalaria do Exército Imperial, Semyon Mikhailovich Budenny, ele viria a substituir à frente da defesa de Moscou em 1941) e decidira fazer do exército a sua carreira. O 1o Exército de Cavalaria era o orgulho das forças armadas do novo estado e muitos dos mais notáveis generais soviéticos sairiam do seu quadro de suboficiais. Mas talvez o que mais influiu em sua carreira foi o interesse demonstrado mais tarde pelo Comandante-de-Brigada Semyon Konstantinovich Timoshenko, que, dezoito anos depois, já então marechal e Comissário Popular da Defesa, elevou Zhokov, seu colega mais jovem, ao posto de seu primeiro-ajudante, como Chefe do Estado-MaiorGeral. No período entre as duas guerras, Zhukov, já famoso como um dos mais promissores jovens militares do Exército Vermelho, se transferira da cavalaria para os blindados e esposara as modernas teorias da guerra blindada expostas pelo Capitão Liddell Hart, que os alemães estavam adotando e que o Chefe do EstadoMaior-Geral soviético, o brilhante Marechal Tukhachevsky, estava propagando ativamente. Contudo, ele não se destacou suficientemente a ponto de atrair a atenção da polícia secreta quando Stalin, em 1938, empreendeu o seu desastroso e sangrento expurgo do corpo de oficiais, e isto lhe daria sua primeira oportunidade de brilhar como comandante de uma grande força em combate. Juntamente com muitos outros oficiais considerados “dignos de confiança” e, portanto, livres do expurgo, ele se viu rapidamente promovido a postos deixados vagos por oficiais superiores que “desapareceram” nos anos terríveis de 193839. Em julho de 1939 ele foi indicado para o comando das forças soviéticas e mongóis que estavam combatendo um exército japonês de 75.000 homens que invadira a República Popular da Mongólia pela China. A 20 de agosto de 1939 ele contra-atacou os japoneses e por volta do dia 31 os expulsara (ou o que restara deles, pois 41.000 foram mortos, feridos ou capturados) numa completa debandada de volta à China. Esse acontecimento influiu consideravelmente na decisão japonesa de não atacar a União Soviética em 1941, o que possibilitou a Stalin transferir a maior parte das suas divisões siberianas para o Oeste; isso, no entanto, não teve grande repercussão numa Europa já tão preocupada com o início da Segunda Guerra Mundial. As notícias sobre a Mongólia foram eliminadas dos jornais a 1o e 2 de setembro de 1939 e substituídas pelas da invasão da Polônia empreendida pelos alemães e dos ultimatos britânicos e francês, de modo que a Europa teria sua opinião formada sobre o Exército Vermelho e seus líderes de acordo com o seu desastroso desempenho na guerra contra a Finlândia três meses depois. Somente os japoneses, por experiência própria, classificariam como formidável o poderio militar soviético. Não obstante, o sucesso de Zhukov resultou em seu primeiro encontro com Stalin e no começo de um relacionamento que cresceu rapidamente e deu a Zhukov maior autonomia na tomada de decisões militares do que a alcançada por qualquer outro soldado. Logo de início ele foi nomeado assistente do seu velho chefe, Timoshenko, no Q-G do Distrito Militar Ucraniano, que, sendo enviado para o norte em janeiro, de 1940, para assumir o comando da guerra contra a Finlândia, fez-se acompanhar por Zhukov, integrado nas funções de Chefe de Estado-maior. Os dois concluíram com sucesso aquela campanha, anteriormente tão mal encetada, e Stalin então nomeou Timoshenko Comissário Popular da Defesa, com a incumbência de restaurar o poderio militar do Exército Vermelho, e este colocou Zhukov no posto que ele próprio ocupara antes, agora rebatizado como “Distrito Militar especial de Kiev” e considerado um dos mais importantes comandos da campanha, devido à sua extensa fronteira com a Polônia então ocupada pelos alemães. Foi ali que ele fez seu primeiro discurso em público, a 11 de dezembro de 1940, deixando bem clara a necessidade de fortalecer as qualidades militares (contrastando bastante com o espírito de lealdade à liderança do partido), atacando alguns membros mais antigos do Alto-Comando, muitos dos quais eram exemplos clássicos e desastrosos de promoção conseguida apenas por lealdade a Stalin e não por talento militar, e insinuando a necessidade de iniciar preparativos para a guerra contra a Alemanha. Esta talvez fosse a mais perigosa de todas as declarações, porquanto implicava que a Aliança Germano-Soviética de 1939 não eliminava tal possibilidade e, portanto, sugeria que Stalin podia ser tapeado. Nem Zhukov nem qualquer historiador soviético explicou a razão por que ele fez esse discurso, nem por que, tendo-o feito, não foi punido: muitos dos seus colegas tinham sido castigados por menos. Não obstante, a filosofia que ele então expressou, destacando a necessidade de as operações bélicas estarem nas mãos de militares fidedignos, e não sujeitas à divisão de controle inerente ao velho sistema de chefes políticos, continuaria sendo sua característica e encontraria expressão concreta quando se tornou Ministro da Defesa após a morte de Stalin. Ao expor as razões de sua manifestação pública tentando alertar sobre as incoerências de certos aspectos da política do governo, ele aparentemente não teve problemas por causa disso, sendo, ao contrário, apenas dois meses depois, em janeiro de 1941, novamente promovido. A ocasião foi uma conferência de cúpula em Moscou, na qual se apresentou uma série de debates sobre os problemas da guerra moderna e até mesmo um plano, admitindo-se um eventual ataque alemão. A participação de Zhukov, na conferência e no plano de guerra foi relevante. No fim dos trabalhos, Stalin convocou os oficiais superiores para uma reunião dentro de duas horas e ordenou ao Chefe do Estado-Maior-Geral, General Meretskov, que fizesse um relatório sobre o exercício. Meretskov, avisado à última hora, e devido à escassez de tempo, apresentou um relatório deficiente, como qualquer um teria feito nas mesmas circunstâncias. Stalin esperou até que ele terminasse e depois voltou-se para Zhukov: “O camarada Timoshenko pediu que se nomeasse o Camarada Zhukov para Chefe do Estado-Maior-Geral. Estão todos de acordo?” Ninguém se atreveu a objetar, de modo que a partir de 14 de janeiro de 1941, Zhukov passou a ocupar o segundo mais alto posto do Exército Vermelho, aos 44 anos de idade e passando por cima de muitos companheiros que poderiam muito bem considerar-se com mais direito a essa promoção. Integrado ao novo posto, o principal dever de Zhukov era ajudar seu velho patrono, Timoshenko, a eliminar as falhas apresentadas na guerra finlandesa e preparar o Exército Vermelho para a guerra com a Alemanha, que parecia tornar-se cada vez mais inevitável. Mas a importância da tarefa e Stalin confiando que poderia adiar o confronto pelo menos até 1942, significavam que não se poderia esperar resultados favoráveis do programa de modernização, pelo menos durante um ano. E Hitler atacaria dentro de seis meses e oito dias a partir da data da integração de Zhukov nas novas funções. Quando se deu o ataque, Timoshenko e Zhukov presenciaram suas forças desaparecendo em direção aos campos de prisioneiros alemães, as forças aéreas dizimadas em terra e Stalin ora apenas como espectador, o que paralisava a máquina de guerra soviética, porque os expurgos haviam ensinado a todos que tomar qualquer iniciativa era algo extremamente perigoso, dando ordens para que as tropas resistissem, quando a prudência militar mandava que se trocasse espaço por tempo, sendo preferível a retirada, para evitar o cerco. Em Kiev, todo um grupo de exércitos foi aniquilado, porque Stalin não permitia que a cidade se entregasse; os alemães fizeram 665.000 prisioneiros. Os soviéticos negam isso raivosamente, mas admitem perdas de 527.000 homens em dois meses, enquanto preferem ignorar o destino de pelo menos 10 divisões de reserva despachadas para a Ucrânia após o início das hostilidades, e que provavelmente também desapareceram, aumentando o total de perdas em cerca de 100.000 homens. Em todo o período a partir de 22 de junho até o começo do ataque alemão a Moscou a 30 de setembro, a única batalha que pôde ser considerada uma vitória foi a operação de Zhukov em Yelnya, em agosto e setembro, onde os alemães foram expulsos da cidade, embora escapassem por um triz à sua tentativa de cerco. Tudo o mais ou foi um fracasso total ou uma dispendiosa ação de retardamento, resgatando tempo com sangue, e avaliando-se os resultados somente no futuro, quando as outras batalhas, para as quais o tempo foi um fator de grande significação, já haviam sido travadas. Pelo começo do outono, Timoshenko e Zhukov há muito haviam deixado de exercer funções sedentárias no Ministério da Defesa. Stalin assumira o posto de Comandante-Chefe, e o Marechal Shaposhnikov, exCoronel do Exército Imperial, um dos poucos oficiais superiores tzaristas a aceitar o comunismo, se tornara Chefe do Estado-Maior-Geral. Instalara-se um Q-G Geral (STAVKA), e o antigo Comissário do Povo e seu ajudante, como membros do mesmo, eram despachados para lá e para cá para estabilizar uma frente que desaparecia progressivamente. Foi nessa função de “quebra-galhos” que Zhukov conseguiu deter temporariamente os Panzer em Yelnya, onde lançou em combate os seis exércitos da sua Frente de Reserva a fim de travar a batalha de 26 dias do Bolsão de Yelnya e deter o avanço do Grupo de Exércitos Centro para Moscou. Leningrado estava sendo sitiada pelo Grupo de Exércitos Norte e sua queda parecia iminente. Zhukov recebeu ordens de encarregar-se da cidade, onde chegou a 12 de setembro. Em três dias de energia inaudita conseguiu restaurar a ordem na linha defensiva já bastante abalada, demitiu grande número de oficiais, enviou alguns para o pelotão de fuzilamento, por retiradas não-autorizadas, e deteve o Grupo de Exércitos Norte. Embora não o soubesse na época, sua feroz energia fez com que Hitler classificasse o esforço do Grupo de Exércitos Norte como “um fracasso”, e em pouco tempo seus blindados, o Grupo Panzer 4 do Coronel-General Hoeppner, começavam a dirigir-se para o sul a fim de participar da ofensiva contra Moscou. Mas eles só teriam desempenhado papel insignificante na tomada de Leningrado, porque as cidades oferecem péssimo terreno de operações para forças móveis. A ocupação da cidade seria uma tarefa entregue às divisões de infantaria, e se tivesse havido indícios manifestos de abalo na defesa, elas teriam avançado para o alvo que Hitler insistia em classificar como superior a Moscou pela sua posição estratégica e pela sua importância simbólica já que era o berço da revolução comunista. Posteriormente, a cidade resistiria a 900 dias de sítio nos quais, embora muitos milhares dos seus cidadãos morressem de fome e inanição, jamais estaria tão perto da captura quanto nas vésperas da chegada de Zhukov. De Leningrado, chamado por Stalin, Zhukov foi a Moscou, a 8 de outubro, ali encontrando uma situação das mais graves. Na verdade, as defesas de três grupos de exércitos (as Frentes Ocidental, de Reserva e de Briansk) haviam-se desintegrado ante a arremetida dos alemães; as colunas Panzer tinham penetrado e praticamente o caminho estava desimpedido até a capital. Mais adiante neste livro, Zhukov descreve com suas próprias palavras a maneira como enfrentou a situação. Basta dizer aqui que ele inverteu as posições e infligiu aos alemães sua primeira grande derrota terrestre de toda a guerra, destruindo de tal modo a confiança que Hitler depositava em seus generais, a ponto de demitir o Comandante-Chefe do Exército, os três Comandantes de Grupo de Exércitos e 31 outros generais. As perdas alemãs em homens, material e moral foram igualmente significativas, porquanto nunca mais, durante toda a guerra, a Alemanha estaria em situação de poder montar uma ofensiva que não fosse num eixo estratégico de cada vez. Hitler volta-se contra a Rússia Em setembro de 1939, o novo exército-modelo alemão invadiu a Polônia por trás de pontas-de-lança de tanques e infantaria motorizada, protegido por uma cortina de bombardeiros de mergulho (Stukas). Os poloneses, mal equipados e surpreendidos pela tática de uma guerra moderna, foram a cobaia inocente dos primeiros testes empreendidos em grande escala das teoria da guerra blindada, originariamente apresentadas nos anos 20 por estudiosos britânicos como Liddell Hart, todavia esposadas com entusiasmo por um grupo de oficiais remanescentes da derrotada Reichswehr de 100.000 homens da Alemanha. A personalidade de maior renome entre eles, Heinz Guderian, conseguira vencer a oposição dos superiores mais renitentes, preparara e submetera à prova uma formação-modelo centralizada no tanque e no soldado de infantaria transportado em caminhões e, finalmente, conseguira conquistar o entusiasmo e o apoio de Hitler para o novo conceito de tática. Também outros exercícios fizeram experiências baseadas nas idéias dos teóricos britânicos, mas por várias razões a filosofia da mobilidade não conseguira impor-se. Como resultado, o tanque persistiu sobretudo como elemento de apoio da infantaria, sendo a unidade de mobilidade tática o soldado de infantaria, marchando a 4 ou 5 km por hora e avançando em combate, com o devido respeito pela segurança dos seus flancos, numa velocidade muito menor. Somente na nova Wehrmacht dos fins dos anos 30 é que havia forças consideráveis que podiam mover-se com a rapidez de um tanque, cerca de 32 km por hora, nas quais a infantaria era transportada em caminhões, para elevar a sua velocidade à dos tanques, e não ao contrário, e nas quais uma questão de princípio era avançar rapidamente só dando à proteção dos flancos a atenção mínima ditada pela prudência. O sêxtuplo aumento em mobilidade tática assim obtido seria utilizado para penetrar as formações de linha de um exército convencional, expondo-o, assim, ao cerco das forças móveis à sua retaguarda e das massas de infantaria convencional à sua frente. Se preferisse a retirada ao cerco, poderia sofrer a investida das forças móveis, e assim se tornaria impossível estabilizar suas posições, e aquela atitude não passaria de uma debandada, protegida pela incansável atividade dos bombardeiros de mergulho. O conceito revolucionário de guerra foi de grande eficácia no golpe contra a Polônia, pois em menos de três semanas a campanha estava praticamente encerrada. Oito meses depois, em maior de 1940, as doutrinas de Guderian foram mais uma vez postas à prova num teste ainda maior, quando as novas forças se desencadearam contra a França, Holanda e Bélgica, cujos exércitos, mais a Força Expedicionária Britânica, contavam com efetivos que superavam numericamente os da Alemanha. Seis semanas de campanha renhida impuseram à França uma rendição que o exército do Kaiser tentara conseguir em vão durante os quatro anos e três meses da Primeira Guerra Mundial; expulsaram os britânicos de volta ao Canal da Mancha, bastante desfalcados de homens e da maior parte das suas armas pesadas, e expuseram as Ilhas Britânicas a uma ameaça de invasão mais direta do que haviam experimentado desde 1805. Os britânicos dispuseramse a enfrentar uma provação à qual não estavam acostumados; desde 1066 a Grã-Bretanha estivera a salvo de invasões inimigas, mas nenhuma potência havia dominado o continente europeu como a Alemanha parecia estar conseguindo em 1940. Por várias razões, políticas e psicológicas, bem como militares, felizmente a ameaça não se concretizou. A opinião de Hitler sobre os britânicos era bastante complicada e ambivalente. Ele estava inclinado a aceitar a continuidade da existência do Império Britânico, contanto que a Grã-Bretanha reconhecesse que a Europa estava sob seu domínio; embora a Gestapo preparasse planos macabros em relação às principais personalidades e pretendesse deportar os homens capazes para o continente assim que a Inglaterra tivesse sido subjugada, Hitler naquele estágio esperava que os britânicos “vissem a razão”, compreendessem a inutilidade de combater sem a ajuda de aliados e concordassem com uma paz negociada que tornaria indiscutíveis as suas conquistas. O fato de que ele julgou mal o temperamento dos britânicos na adversidade já é notório; o mesmo acontece com sua ambivalência em relação à idéia de eliminá-los do nível de igualdade do poder mundial. Não obstante, uma vez que os britânicos recusaram inequivocamente a idéia de uma paz negociada, os preparativos para a invasão, apropriadamente chamada “Operação Leão-Marinho”, prosseguiram e, aqui, sem dúvida, houve a influência de fatores estratégicos. A chave do sucesso concentrava-se na possibilidade de desembarcar e abastecer um exército na outra margem do Canal da Mancha e, por conseguinte, a atitude da marinha alemã era decisiva. O entusiasmo dos seus líderes pelo empreendimento foi temperado pelo conhecimento que tinham de que forças de superfície da Marinha Real eram consideravelmente superiores às suas em número e que se poderia esperar que elas lutassem eficazmente em defesa do seu território metropolitano, partindo das bases principais disponíveis e com séculos de tradição de sua invencibilidade. Somente o novo fator do poderio aéreo poderia mudar o equilíbrio de forças em favor da Kriegsmarine e isto significava que se precisava recorrer à Luftwaffe, porque a marinha alemã não dispunha de forças aéreas para combate. A princípio a Luftwaffe, personificada pelo seu líder, o gordo Reichsmarschall Hermann Goering, acreditava poder demonstrar superioridade aérea sobre a RAF numa questão de dias. Estes, no entanto, se transformaram em semanas, que por sua vez viraram meses, e assim se constatou que os britânicos, embora às vezes em grandes dificuldades, resistiam até o fim e que as perdas que estavam causando à Luftwaffe superavam as suas em aviões e em grau muito maior no fator realmente decisivo da Batalha da Inglaterra - tripulações aéreas, especialmente pilotos. Quando julho deu lugar a agosto, e este ao mês de setembro, tornou-se evidente que a superioridade aérea, o pré-requisito para a “Operação Leão-Marinho”, não seria conquistada Tão cedo, já que o início das tempestades de inverno tornaria duvidosa a possibilidade de abastecer as tropas do outro lado do Canal da Mancha. Pela primeira vez, desde o início da guerra, a Batalha da Inglaterra viera provar que a cadeia de sucessos militares da Alemanha podia ser rompida. Com o fracasso das investidas da Luftwaffe, a mais poderosa arma da Alemanha, seu exército até então invencível, não pôde ser utilizado contra um antagonista cujas enfraquecidas forças terrestres provavelmente não teriam resistido durante muito tempo. Todavia, esses acontecimentos não tiveram o poder de lançar qualquer dúvida sobre a eficácia do exército alemão. O fracasso coube somente à força aérea e à marinha, que se mostraram inoperantes. Havia ainda no continente europeu outra potência que não estava sujeita ao domínio de Hitler e cuja existência continuada significava que seu poderio no continente era incompleto, cujo território era acessível por terra e para a qual a atitude de Hitler era totalmente destituída de qualquer ambigüidade. Essa potência era a União Soviética, governada pelo ditador georgiano, Joseph Stalin. Naquela época, os dois países eram nominalmente aliados; na verdade, foi a aliança, o Pacto MolotovRibbentrop, assinado a 25 de agosto de 1939, que possibilitou a invasão da Polônia pelos alemães e provocou a eclosão da guerra. Mas independente do que as considerações táticas pudessem ditar, não podia haver dúvidas do antagonismo existente a longo prazo entre as duas ditaduras. Desde os primeiros tempos da formação do partido nazista, Hitler encarava seu vizinho comunista no Leste como a mais mortífera manifestação da “conspiração judia internacional” à qual atribuía a culpa dos insucessos da Alemanha. Haveria discussões sobre esferas de influência a serem divididas assim que o Império Britânico estivesse em condições de ser desmembrado, mas nenhum dos dois governos acreditava realmente na possibilidade de coexistência a longo prazo. E expressivo das atitudes de Hitler para com a Grã-Bretanha por um lado, e para com a União Soviética por outro, o fato de que ele pronunciou a sentença fatal: “temos de cuidar da Rússia”, na realização de uma conferência secreta com oficiais superiores do OKH (o Alto-Comando do Exército), a 21 de julho de 1940. Haviam passado apenas quatro semanas desde a rendição da França e a Batalha da Inglaterra já começara, embora a data oficial de início alemã para ela, o Dia da Águia (13 de agosto), estivesse marcada para dali a três semanas. Nem o OKH, responsável pelo planejamento da operação, nem o OKW, o Alto-Comando das forças armadas, responsável pela distribuição e movimento das forças necessárias, permitiram, na época, que seus sucessos retumbantes de 1939 e 1940 os cegassem a ponto de não verem as dificuldades inerentes a esse empreendimento muito maior. Não era segredo o fato de que perseguir os esquivos exércitos russos pelos vastos espaços das estepes havia acarretado enormes derrotas a grandes líderes militares do passado, inclusive Napoleão, e que uma campanha prolongada, que daria à Rússia tempo de mobilizar seus grandes recursos de potencial humano, provavelmente não seria bem sucedida. Desde o começo do processo de planejamento, quase todos os militares sugeriam que o Exército Vermelho deveria ser atraído para combate o mais possível para oeste, de preferência para oeste da linha dos rios Dvina e Dnieper, mas por certo a oeste de Moscou. A campanha deveria começar em maio de 1941, isto é, após o degelo de primavera, que transforma a maioria das estradas (poucas são pavimentadas) em faixas de lama, e deveria terminar em 17 semanas, no máximo, isto é, antes do reaparecimento da lama com as chuvas de outono. O Serviço de Inteligência em relação ao Exército Vermelho era deficiente em certos aspectos, mas admitia-se que ele poderia desenvolver 119 divisões (96 de infantaria e 23 de cavalaria) e mais 28 brigadas mecanizadas, contra as quais a Alemanha, com 146 divisões (24 Panzer, 12 motorizadas e 110 de infantaria) estaria em superioridade numérica. Enquanto os generais Marcks e Feyerabend preparavam o esboço dos planos de operação para o OKH, o OKW trabalhava baseando-se em suas próprias apreciações. O plano Marcks visava a duas penetrações principais: uma pela Rússia Branca, até Moscou, e a outra pela Ucrânia, até Kiev. Elas operariam independentes uma da outra, dando pouquíssima atenção aos seus flancos, de acordo com as diretrizes clássicas da guerra Panzer, até que o grupo norte tivesse capturado Moscou, quando então se desviaria para o sul, para a retaguarda das forças soviéticas que estariam enfrentando o grupo sul. Por outro lado, o estudo do OKW estabelecia o deslocamento de três grupos (Norte, Centro e Sul) visando a Leningrado, Moscou e Kiev, respectivamente, e era mais convencional, porquanto admitia que eles protegeriam os flancos uns dos outros avançando aproximadamente à mesma velocidade. Já dissemos que o Serviço de Inteligência alemão sobre o Exército Vermelho era precário em certos aspectos. Foi tomada importante providência para remediar essa falha quando, em outubro de 1940, decidiuse autorizar missões de reconhecimento aéreo sobre território soviético, visando a identificar áreas militares, quartéis, aeródromos e alvos militares similares. Com o passar dos meses, essas missões aprofundaram-se cada vez mais na União Soviética e as fotografias tiradas por esses precursores dos U-2 americanos não bastavam para uma reavaliação maior dos efetivos do Exército Vermelho na área central (de Brest até Moscou). Essa pesquisa, com os resultados dos planos de guerra realizados pelo OKH em fins de novembro e começos de dezembro, reforçara, as primeiras conclusões do General Marcks de que a força de ataque dirigida contra Moscou teria de ser particularmente poderosa. As questões agora haviam chegado a um ponto em que se poderia apresentar opiniões a Hitler e a 5 de dezembro, o Chefe do Estado-Maior-Geral do OKH, Coronel-General Halder, fez um resumo das conclusões tiradas até então. Seu relato mostrou que houvera certa fusão de pensamento entre o OKH e o OKW, porquanto foi adotada a idéia de se organizar um ataque de três pontas, encontrada no estudo do OKW. Halder observou que os três centros principais de produção de armamentos e, portanto, as três áreas que o Exército Vermelho teria de defender se pudesse enfrentar uma guerra prolongada, seriam os de Leningrado, Moscou e Kiev. Portanto, essas áreas constituíam os alvos estratégicos a ser atingidos e se deveria destacar um grupo de exércitos para cada uma. Os russos não poderiam defender essas áreas a menos que defendessem e lutassem a oeste da linha DvinaDnieper, como os alemães queriam que o fizessem. Dois dos grupos de exércitos lutariam ao norte dos pântanos do Pripet e um ao sul, concentrando assim toda a força do ataque ao longo dos eixos Leningrado e Moscou. Diante dos comentários de Hitler sobre essa apresentação surgiram os primeiros sinais de divergência do ponto de vista militar geralmente aceito sobre a importância básica que Moscou representava como alvo estratégico - divergência que viria a confundir o andamento das operações no verão seguinte. Hitler concordou com Halder de que o Grupo de Exércitos Centro, operando ao longo do eixo Varsóvia-Moscou, deveria ser mais forte que os outros, mas o justificou com base na possível necessidade de um desvio de parte das suas forças para o norte, para ajudar o grupo dali e eliminar formações soviéticas sitiadas nos estados bálticos, e não pela importância que representava o próprio objetivo. Até então, a operação não tinha um codinome geral. Apenas o OKH chamava-a de “Otto”. Pouco depois dos debates de Halder com Hitler, o OKW recebeu ordens de reunir os vários documentos relativos aos planos e incluí-los numa Diretiva do OKW Führer que seria assinada por Hitler. O rascunho da Diretiva 21, de codinome “Fritz”, foi submetido à apreciação de Hitler a 17 de dezembro, reaparecendo no dia seguinte com o pomposo codinome de “Barbarossa”, evocação à lembrança do imperador medieval Frederico, o da barba Ruiva (participante da 3a Cruzada, companheiro de Ricardo Coração de Leão e de Felipe Augusto de França), na tentativa de disfarçar uma campanha de pilhagem e conquista protegidas pelo manto de uma Cruzada. A mudança de nome como indicador do estado de espírito de Hitler não é tão importante quanto as modificações de conteúdo entre o rascunho da Diretiva “Fritz” e o da “Barbarossa” representam para o historiador militar. O Führer detalhou seus co... Arquivo da conta: Israel.Israel Outros arquivos desta pasta: Segunda Guerra Mundial(A Chave do Egito).doc (326 KB) Segunda Guerra Mundial(A Defesa de Moscou).doc (358 KB) Segunda Guerra Mundial(A Fortaleza de Hitler Ameacada).doc (86 KB) Segunda Guerra Mundial(A Guerra Esquisita).doc (83 KB) Segunda Guerra Mundial(A Guerra Sai da Russia).doc (147 KB) Outros arquivos desta conta: Biografias Box Love (2012) CD 01 Brega DOCUMENTARIOS 02 Documentos Relatar se os regulamentos foram violados Página inicial Contacta-nos Ajuda Opções Termos e condições Política de privacidade Reportar abuso Copyright © 2012 Minhateca.com.br