Título: Políticas Públicas e Terceiro Setor: atuação das

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Título: Políticas Públicas e Terceiro Setor: atuação das Organizações da Sociedade Civil
na área da Criança e do Adolescente na cidade de Manaus/AM.
Autora: Roberta Justina da Costa
Resumen: El estudio tiene como objetivo analizar el papel de las organizaciones del
tercer sector en el área de niños y adolescentes en la ciudad de Manaus, en el estado de
Amazonas. Esta es un área en crecimiento en las últimas décadas en la asistencia social,
en especial a los grupos en situación de pobreza, para hacer frente a este problema
social Brasil tiene una serie de leyes en la materia a partir de la Constitución de 1988,
seguido de las leyes que rigen la Carta Magna incluido el Estatuto de la Niñez y la
Adolescencia (1990) y la Ley Orgánica del Trabajo Social (1993). En el escenario
contemporáneo está claro que el desempleo se convierte en el punto central de las
cuestiones sociales expresadas en el empleo precario, la pobreza y la exclusión social.
Así, si la intervención del Estado es necesaria como proveedor de la política social y el
fortalecimiento de las organizaciones de la sociedad civil en la búsqueda de la
ciudadanía a través de la lucha por la realización de los derechos sociales, sin embargo,
uno no puede negar la existencia de la esfera pública no estatal en este contexto. En el
caso de este último es la existencia de tensión constituyendo así una disputa de espacio,
de intereses en su relación con el Estado en cuanto a la búsqueda de recursos y
asociaciones para el mantenimiento de los programas y proyectos sociales en la
sociedad, la regulación jurídica, política -administrativa entre otras cosas. El desafío es
pensar en enfrentar los problemas sociales en los dictados del pensamiento neoliberal de
las organizaciones internacionales con un no-estado socio esfera pública del Estado y de
la principal empresa Gestión de programas y proyectos de lucha contra la pobreza y la
exclusión social cada vez más específicos y selectivos. Instar a estrategias de
pensamiento que permiten la politización de los miembros tanto del ámbito estatal, la
esfera pública no estatal reluciente políticas sociales universales garantes de los
derechos de ciudadanía. En este sentido, la investigación es necesaria cuando una
reflexión sobre la intervención de las organizaciones sin fines de lucro en el niño y
adolescente área que afecta directamente a la producción y reproducción de los sujetos
sociales, con lo que la pregunta: ¿cómo las organizaciones de la sociedad civil que
constituyen la esfera pública no estatal acto en la política pública de la Infancia y la
Adolescencia en Manaus? El procedimiento de investigación metodológica presenta el
enfoque cuantitativo y cualitativo naturaleza tanto en la fase de recopilación y en el
análisis y la interpretación de los datos con el uso de la documentación técnica, la
observación, la tabulación y análisis de contenido. Los resultados esperados de las
organizaciones sin fines de lucro que operan en Manaus, la identificación de las
organizaciones que trabajan en el área de niños y adolescentes, los tipos de servicios
sociales y los medios de acceso de la población a los servicios. Aunque la contribución
de la comunidad científica con la producción de conocimiento en el área sin fines de
lucro la profundización del tema a retratar el papel de las organizaciones sociales no
gubernamentales y sin fines de lucro en la prestación de servicios sociales a la población
de Manaus. No se puede negar la expansión de la esfera pública no estatal como un
espacio que ha sido absorbiendo las demandas y necesidades de gran parte de los
ciudadanos con la prestación de servicios sociales que abordan el deterioro de los
términos de la cuestión social.
Abstract: The study aims to analyze the role of third sector organizations in the area
child and adolescent in the city of Manaus in Amazonas state. This is a growing area in
recent decades in social care, especially to groups in poverty, to confront this social
issue Brazil has a number of laws in this field starting from the Constitution of 1988
followed by the laws governing the Magna Carta including the Statute of Children and
Adolescents (1990) and the Organic Law of Social Work (1993). In the contemporary
scenario is clear that unemployment becomes central point of social issues expressed in
precarious employment, poverty and social exclusion. Thus if state intervention is
necessary as social policy provider and the strengthening of civil society organizations
in pursuit of citizenship via struggle for the realization of social rights, yet one can not
deny the existence of non-state public sphere in this context. In the case of the latter is
the existence of tension thus constituting a dispute of space, of interests in its
relationship with the State as regards the search for resources and partnerships to the
maintenance of social programs and projects in society, the legal regulation, political administrative among other things. The challenge is to think of confronting social issues
in the dictates of neoliberal thinking of international organizations featuring a non-state
public sphere partner of the state and the main Managing Company of programs and
projects to combat poverty and social exclusion increasingly specific and selective.
Urge thinking strategies that allow the politicization of the members of both the State
level, the non-state public sphere gleaming universal social policies guarantors of
citizenship rights. In this sense, the research is necessary when a reflection on the
intervention of non-profit organizations in child and adolescent area that directly affects
the production and reproduction of social subjects, bringing the question: How Civil
Society Organizations that constitute the non-state public sphere act in the public policy
of the Child and Adolescent in Manaus? The methodological research procedure
presents quantitative and qualitative nature approach both in the collection phase and in
the analysis and interpretation of data with the use of technical documentation,
observation, tabulation and content analysis. The expected results of nonprofit
organizations operating in Manaus, the identification of organizations working in the
area of child and adolescent, the types of social services and the means of access of the
population to services. Although the contribution to the scientific community with the
production of knowledge in nonprofit area deepening the theme to portray the role of
non-state social organizations and non-profits in the provision of social services to
Manaus population. There is no denying the expansion of non-state public sphere as a
space that has been absorbing the demands and needs of large portions of citizens with
the provision of social services addressing the worsening of the terms of the social
question.
Introdução
Este artigo procura trazer algumas reflexões sobre o enfrentamento das
expressões da questão social enfatizando a ampliação da esfera pública não estatal
enfatizando a atuação na área da criança e do adolescente no contexto brasileiro.
O contexto mundial a partir da década de 1970 apresenta significativas
mudanças, com a crise do modo de produção capitalista de base fordista, adota-se a o
modelo da acumulação flexível com uma lógica na esfera da produção visando maiores
lucros ao sistema. Desse modo, a reestruturação produtiva reorganiza a esfera da
produção com presença marcante de alto nível tecnológico com o uso da automação e
da robótica, acirra-se a diminuição do trabalho humano, alterando assim a lógica da
gestão do trabalho, acompanhado dos padrões de consumo na sociedade. A economia
movimenta a circulação da riqueza via capital financeiro.
Vale destacar, o aumento do desemprego e a precarização das formas de trabalho
com a ausência dos direitos sociais e do vínculo empregatício, avolumando a pobreza e
a exclusão social na atualidade.
O ideário neoliberal ganha força trazendo a redução das funções do Estado,
principalmente na provisão dos serviços sociais estatais ofertadas a população,
reforçando a lógica da mercantilização de um lado e a filantropia do outro.
É inegável a ampliação da esfera pública não estatal como um espaço que vem
absorvendo as demandas e necessidades de grandes parcelas de cidadãos com a provisão
dos serviços sociais frente a agudização das expressões da questão social.
Para a elaboração deste artigo foi utilizada a pesquisa bibliográfica com autores
que vem debatendo o tema não desvinculado da conjuntura política, econômica e social,
apoiados em procedimentos metodológicos de pesquisa que ainda estão sendo
gradualmente realizados com a proposta de doutoramento em Serviço Social da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Este artigo divide-se em cinco partes a primeira ressalta a pobreza e a exclusão
social como expressão da questão social situando as mudanças estruturais
contemporâneas; e a segunda parte refere-se ao enfrentamento da questão social
enfatizando a esfera pública não estatal; na terceira parte a metodologia da pesquisa; a
quarta parte aborda os resultados preliminares e os esperados com a realização da
pesquisa (em andamento) sobre a atuação das Organizações da Sociedade Civil na área
da criança e do adolescente na cidade de Manaus capital do Estado do Amazonas
localizado na região norte do Brasil, e as considerações finais na última parte.
Pobreza e exclusão social: reflexões sobre a questão social na sociedade capitalista
A pobreza e a exclusão social são fenômenos presentes na sociedade capitalista,
apesar de serem distintas apresentam uma vinculação intrínseca com conceitos
construídos no desenrolar do processo histórico.
[...] A pobreza diz respeito a um estado de privação e carência a partir
da categorização socioeconômica, enquanto a noção de exclusão
social expressa os processos – social, econômico, político e cultural pelos quais indivíduos ou grupos são progressivamente desprovidos
das condições de participação e reconhecimento social numa dada
sociedade, ficando à parte de várias esferas da vida coletiva. [...].
(IVO, 2008, 110).
Para Martins a exclusão social nasce com a sociedade capitalista e sua
concepção apresenta limitações e nega o próprio sentido da palavra uma vez que é
construída dentro da lógica do capital, no circuito da compra e venda da mercadoria, no
movimento em que tudo se transforma em riqueza que circula, marcado pelo processo
de desenraizamento. [...] A sociedade capitalista desenraiza, exclui, para incluir, incluir
de outro modo, segundo suas próprias regras, segundo sua própria lógica. O problema
está justamente nessa inclusão. (1997, p.32).
Na sociedade contemporânea a problemática da exclusão e reinclusão dentro da
lógica do capital cria uma sociedade com “duas humanidades” na mesma sociedade, de
um lado uma humanidade de incluídos formada por ricos e pobres participes na esfera
econômica, de forma lícita ou ilícita, exerce o seu poder de compra e venda no mercado.
E do outro lado uma sub-humanidade que incluída economicamente de forma na sua
maioria de forma precária e majoritariamente por atividades ilícitas são excluídas do
ponto de vista social, moral e até político. (MARTINS, 1997).
De fato, a pobreza e a exclusão social são expressões da questão social na
sociedade capitalista não podem ser refletidas isoladamente, fazem parte de um mesmo
processo marcado pelo desemprego e pela falta de acesso aos bens e serviços que
garantam uma vida digna a população que é privada das mínimas condições de
subsistência.
A questão social é inseparável da relação Capital versus Trabalho na sociedade
desde a sua origem até a atualidade referindo-se aos impactos causados pela acumulação
de riquezas de um lado, e o aprofundamento da pobreza de outro. Independente do
estágio do capitalismo, este modo de produção produz as expressões da questão social.
[...] questão social é indissociável das configurações assumidas pelo
trabalho e encontra-se necessariamente situada em uma arena de
disputas entre projetos societários, formados por distintos interesses
de classe, acerca de concepções e propostas para a condução das
políticas econômicas e sociais. (IAMAMOTO, 2001, p. 10).
A inserção da classe trabalhadora no cenário político por meio das lutas sociais
em busca de melhores condições de vida e de trabalho, exigindo o seu reconhecimento
enquanto classe dominante – burguesia -, e pelo Estado. Este último passa a elaborar
legislação trabalhista e a promover direitos sociais via políticas públicas.
O século XX com a expansão do capitalista monopolista com base no modelo de
produção criado pelo norte-americano Henry Ford da indústria automobilística, baseado
na produção em massa e no trabalho especializado, com o objetivo de aumentar a
produção, baixar os preços dos produtos e elevar as vendas no mercado de um lado, e o
processo organizativo e de luta da classe trabalhadora de outro, desenvolve-se novas
estratégias de inspiradas nas ideias do economista inglês John keynes de controle da
oferta e da demanda, do financiamento do crescimento econômico e da promoção do
bem-estar social por meio de um Estado interventor.
[...] o Estado assume tarefas e funções essenciais para a nova fase de
acumulação capitalista e inibição-institucionalização dos conflitos
sociais da classe trabalhadora (represando os anseios de superação da
ordem e transformando em pontuais demandas dentro da mesma).
(MONTAÑO, 2012, p. 274-275).
A questão social deixa de ser caso de polícia centrada no indivíduo para ser caso
de política, sendo decorrente do insuficiente desenvolvimento social e econômico na
visão keynesiana voltado para a distribuição dos bens e serviços da sociedade via
Estado mediante as políticas sociais.
O século XXI traz o aprofundamento da precarização do trabalho no contexto
das múltiplas determinações sócio-histórica, marcado pelo processo de reestruturação
produtiva, financeirização da riqueza, a perspectiva neoliberal e uma lógica cultural da
irracionalidade pós-moderna que alteram as formas de produção econômica, das
relações sociais e do pensamento social na contemporaneidade.
A crise capitalista do padrão fordista desencadeada na década de 1970 com o
processo de reestruturação produtiva que traz uma [...] reorganização do papel das
forças produtivas na recomposição do ciclo de produção do capital, tanto na esfera da
produção como na das relações sociais. (MOTA, 1995, p.65).
A nova fase do modo
de produção capitalista baseada na acumulação flexível se instaura mundialmente.
O modelo da acumulação flexível conhecido também como Toyotismo, Ohnismo
ou Modelo Japonês, foi desenvolvido nos anos de 1950 na fábrica automotiva japonesa
Toyota sob o comando do engenheiro Ohno visando criar um processo produtivo que
fosse flexível adequado à concorrência mundial e que atendesse as demandas flutuantes
do mercado nos momentos de crise.
Do Japão dos anos de 1950 e 1960, ganha reconhecimento nas décadas de 1970
e 1980 em Hong Kong, Cingapura, Coreia de Sul e Taiwan, alcançando êxito e o
crescimento da produção frente ao contexto da crise dos países dos capitalistas
ocidentais. O que ocasionou uma adaptação no âmbito da acumulação mediante a
concorrência mundial na forma da reestruturação produtiva.
A produção no modelo japonês volta-se para o atendimento da demanda do
mercado com a existência do estoque mínimo, em escala menor e com uma
diversificação de bens de consumo gera uma sociedade cada vez mais individualista e
envolvida pela mística do consumo (BEHRING, 2008).
Vale ressaltar que este padrão de produção é marcado pelo avanço tecnológico
da automação com o uso da robótica, que dispensam trabalhadores e apresentam novas
formas de relações trabalhistas como subcontratação, trabalhos temporários,
terceirização, recria o trabalho em domicílio com ausência de direitos sociais e vínculos
empregatícios. O emprego do just in time e o kaban visando assegurar o controle de
qualidade e o estoque altera a lógica da gestão do trabalho, criando um grupo de
trabalhadores multifuncionais e polivalentes altamente qualificados para o trato das
novas tecnologias.
Desse modo, as tecnologias informacionais do capital que poupam a mão-deobra humana, consequentemente trazem um efeito devastador na classe trabalhadora,
elevam-se os padrões de desigualdades sociais com o aumento dos índices de
desemprego, da precarização do trabalho e da pobreza.
Nesse contexto de fragmentação da classe trabalhadora ocorre o declínio da
sindicalização e a frágil organização política entre os trabalhadores que se dividem em
dois grupos, os que são empregáveis com a estabilidade frente sua qualificação e
intelecualização, e os subcontratados que flutuam no mercado de trabalho com contratos
por tempo determinado e sem direitos trabalhistas assegurados.
[...] a pobreza é a face do descarte da mão de obra barata, que faz parte
da expansão capitalista. [...] Expansão que cria o necessitado, o
desamparado e a tensão permanente da instabilidade e da insegurança
no trabalho. Implica a disseminação do desemprego de longa duração,
do trabalho precário, instável e intermitente, dos biscates e de outras
modalidades de relacionamento da força de trabalho com o capital,
que em sua essência representam uma mesma ordenação da vida
social. (YAZBEK, 2012, 293-294).
A informatização da sociedade em rede se constitui como novo paradigma da
globalização da economia, atividades econômicas e políticas do mundo estão cada vez
mais funcionando em tempo real. [...] Esse sistema global tem estrutura de rede, a qual,
valendo-se da flexibilidade proporcionada pelas tecnologias de informação, conecta
tudo o que vale e desconecta tudo o que não vale ou se desvaloriza: pessoas, empresas,
territórios e organizações [...] (CASTELLS, 1999, p. 149-150).
O processo de financeirização da economia é resultante na queda das taxas de
lucro dos investimentos na produção e no comércio, gerando uma disponibilização de
capital sob o formato do capital-dinheiro para a circulação sendo este remunerado por
meio dos juros via bancos, companhias de seguros, fundos de pensões, contando com
ações das empresas, fundos de investimentos e títulos de dívidas públicas.
A mundialização da economia decorrente das fusões e da aquisição de empresas
num momento de desregulamentação e liberalização da economia [...] As empresas
industriais associam-se às instituições financeiras (bancos, companhias de seguros,
fundos de pensão, sociedades financeiras de investimentos coletivos e fundos mútuos)
[...]. (IAMAMOTO, 2008, p.108).
A financeirização que indica um modo de estruturação da economia que
funciona com o apoio dos Estados nacionais orientados pelos organismos internacionais
que são os porta-vozes das classes dominantes no cenário mundial, sendo eles o Fundo
Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial (BM) e a Organização Mundial do
Comércio (OMC).
Outro ponto a destacar é a crise do Estado de bem-estar social, com a
propagação do neoliberalismo - doutrina político-econômica que propõe uma
intervenção mínima do Estado na vida econômica do país, auto regulação a cargo do
mercado - para assegurar a estabilidade financeira e monetária.
O ideário neoliberal foi difundido na década de 1980 pelos Estados Unidos e
pela Inglaterra tecendo críticas ao Estado Social apontando-o como despótico,
ineficiente e ineficaz na administração de recursos, paternalista, gastador e corrupto,
propondo a redefinição da intervenção estatal por meio de reformas.
Nesse sentido, as medidas de ajuste de cunho neoliberal passam a ser orientadas
pelos organismos internacionais, alterando a estrutura estatal, destaque para as
privatizações das empresas estatais, o enxugamento dos gastos sociais, a
desregulamentação dos direitos previdenciários e trabalhistas entre outras medidas que
visam minimizaram as funções estatais.
Dupas (1999) aponta a pobreza como incapacidade de satisfação das
necessidades básicas (desde as questões físicas de alimentação, vestuário e saúde até as
sociais mais complexas como a participação na vida comunitária no exercício das
funções sociais como cuidar dos filhos e participar de movimentos sociais), sendo um
elemento da exclusão social de países que não apresentam o Estado de bem-estar social
na garantia dos mínimos necessários para a sobrevivência dos cidadãos.
Outro posicionamento que demarca o pensamento contemporâneo é a política da
Terceira Via que vislumbra que [...] o governo pode agir em parceria com instituições
da sociedade civil para fomentar a renovação e o desenvolvimento da comunidade. [...]
(GIDDENS, 2000, p.79). Aposta em uma economia mista com ênfase no investimento
nos recursos humanos (Capital Social) de comunidades locais no enfrentamento da
pobreza.
No contexto de crise das últimas décadas a questão social se agrava tanto do
ponto de vista das privações das necessidades básicas com a pobreza generalizada
mundialmente e acompanhada da exclusão social com a degradação humana marcada
pela violência urbana.
[...] É nesse cenário que se intensificam, generalizam, mesclam e
agravam diversos aspectos da questão, como pauperização, aumento
do mercado informal, precarização das condições de trabalho e vida,
carência de habitação, educação e saúde, (alimentação, água potável,
etc), formação de guetos (underclasses), intensificação das
xenofobias, etnicismos, fundamentalismos e discriminações múltiplas,
que compõem um quadro de sofrimento humano em grandes
proporções[...]. (MAURIEL, 2008, p. 163).
Para Montaño (2012) o ‘enfrentamento’ da pobreza no contexto do
neoliberalismo é guiado por uma tripla ação, a primeira corresponde a ação estatal via
políticas sociais aos mais pobres; a segunda refere-se a ação mercantil dirigidas aos
consumidores na compra dos serviços sociais; e por fim a ação da sociedade civil
organizada ou não, que atende a população que não é contemplada pelas ações
anteriores.
A esfera pública não estatal e o enfrentamento da questão social
Na fase pré-capitalista, durante a Idade Média sob a égide do regime feudal e
com a expansão do cristianismo a assistência era destinada aos pobres, enfermos, órfãos
e viúvas, com o enfoque na caridade como forma de ajuda aos pobres, a Igreja Católica
lidera o setor religioso e social, entre os séculos XIII e XIV que surgem as instituições
especializadas na caridade, quais sejam, os hospitais, orfanatos e escolas sob a
administração dos mosteiros, das ordens e das congregações religiosas. Nesse contexto,
a administração das instituições e a preocupação com o social ocorria no âmbito
privado.
Na modernidade [...] o mundo passou a ser visto como aberto à compreensão
graças ao uso da ciência e da racionalidade, e seus recursos e poderes passaram a ser
postos a serviço da humanidade. [...]. (SCHWARTZMAN, 2004, p.12).
As mudanças ocorridas do século XV ao século XIX com a queda do antigo
regime alteram-se o pensamento social e estrutura societária com o ressurgimento do
espaço urbano e comercial na Europa, o novo modo de produção reflete na realidade
social: êxodo rural, a formação de um exército-industrial-de-reserva e de grupos de
indivíduos que passam até a atenção das instituições sociais, a maioria delas são
voltadas a escolas de artes e ofícios, instituídas inicialmente no âmbito privado por meio
da filantropia, como uma convocação da sociedade para ajudar os pobres enquanto um
dever de solidariedade.
[...] é muito antes do século XVI que a assistência se organiza a partir
de uma base territorial e que sua gestão deixa de ser um monopólio
clerical [...]. Ao lado da Igreja, regular ou secular, o conjunto das
autoridades tanto leigas quanto religiosas, assume sua parte nessa
administração do social: senhores notáveis e burgueses ricos,
confrarias, isto é, associações de auxílio mútuo das corporações,
multiplicam os auxílios. [...] (CASTEL, 2008, p. 72).
No contexto de um pensamento liberal conservador que perdura até o século
XIX, enfatiza uma ideia de política social que não é de responsabilidade governamental
e sim da sociedade formada por cidadãos instruídos que assumem livremente o
exercício da proteção das classes populares, rejeita qualquer intervenção do governo
tanto no econômico e quanto no social que possa influenciar as leis de mercado.
(CASTEL, 2008).
Com o agravamento da questão social, frente à luta de classes que marcam a
sociedade capitalista na fase monopolista, o Estado passa a intervir no social mediante
as concessões feitas ao movimento dos trabalhadores com uma série de medidas como
as legislações trabalhistas e a criação de instituições sociais visando o atendimento das
necessidades sociais dos trabalhadores.
A expansão do Estado de bem-estar social no século XX, principalmente no
segundo pós Segunda Guerra Mundial até a década de 1970, mesmo com as
particularidades em cada país, a regulação estatal na garantia dos direitos sociais a
classe trabalhadora via políticas sociais.
O avanço do discurso neoliberal frente à crise do Estado de bem-estar social que
acaba por desregulamentar a ação estatal na área social com a redução gradativa do
Estado no enfrentamento às expressões da questão social com a abertura a esfera
pública não estatal no trato as demandas societárias.
.
A esfera pública trata‐se, por conseguinte, de um lócus construído
social e historicamente na interconexão da relação entre Estado e
sociedade e, como tal, um campo de conflitos e negociações em que se
entrecruzam demandas diferenciadas e são tecidas deliberações
baseadas em ‘parâmetros públicos que reinventam a política no
reconhecimento de direitos’. (PEREIRA, 2009, p.04).
Decerto, cria-se a setorialização dos serviços sociais entre as ações do Estado, do
mercado e da sociedade civil e uma relação entre eles.
[...] O “novo Estado democrático”, além da modernização
administrativa pautada nos pressupostos da administração gerencial,
apostou na ampla participação do mercado e da sociedade civil, esta
última demarcada como esfera pública não estatal, auto-organizada e
colaboradora na harmonização das classes sociais, fermento vital de
uma nova racionalidade histórica. (SIMIONATTO; LUZA, 2011,
p.216)
Na área social, com a redução dos gastos no social ocorre o incentivo da
sociedade civil organizada na responsabilização do trato das expressões da questão
social, dentro da lógica do capital como “parceira” do Estado.
Nessa lógica a denominação do terceiro setor que é constituído como um
conjunto de instituições que vai das tradicionais as contemporâneas como as
organizações não governamentais (ONGs), movimentos sociais, organizações e
associações comunitárias, instituições de benemerência e religiosas, fundações
filantrópicas e as ações solidárias, voluntárias e atividades pontuais e informais.
O dado instigante está no novo papel exercido por este setor, por meio
do processo de parcerias entre governos e conselhos, governos e
ONGs, para atuar nas questões sociais, reconhecendo explicitamente a
configuração de um ‘espaço público não estatal’. (WANDERLEY,
2011, p.150).
Na década de 1990 a sociedade civil organizada se expande e se vincula a
sociedade política, atuando como colaboradora no contraditório e fragmentado Estado,
no espaço público não estatal na gestão da coisa pública no que se refere ao atendimento
das demandas sociais, essas demandas são participes da questão social. (GOHN, 2008).
[...] Como o modelo econômico vigente, subordinado aos ditames do
mercado globalizado, não prioriza uma agenda de crescimento da
economia via expansão do emprego formal [...], o setor que cresce é o
da economia informal, passível de arranjos onde os custos e os direitos
trabalhistas são descartados e as organizações da sociedade civil –
novas e antigas – são incorporadas como agentes de intermediação no
atendimento das demandas sociais [...]. (GOHN, 2008, p. 77)
As reformas de Estado acontecidas nas ultimas décadas seguindo as orientações
do FMI e do Banco Mundial nos países em desenvolvimento como condição de
negociação das dívidas nesses países o critério para concessão de empréstimos a
‘diminuição da pobreza’ implica como já mencionado a redução das funções do Estado
na área social, passando os programas e projetos dos setores sociais a serem geridos por
organizações da sociedade civil patrocinados por fundos voltados para o combate à
pobreza. (MAURIEL, 2008).
[...] Assim, combinam-se programas de alívio da pobreza no âmbito
microssocial – ONGs financiadas por programas de ajuda
internacional; fomento da produção em pequena escala, projetos de
produção artesanal, subcontratação por firmas de exportação,
treinamento com base comunitária, programas de emprego etc. – e a
atuação macro da rede de seguridade social de modo a garantir um
nível de sobrevivência precária para as comunidades locais, ao mesmo
tempo que diminui o risco de sublevação social.( MAURIEL, 2008, p.
209).
No cenário contemporâneo é notório que o desemprego torna-se ponto central da
questão social expressos na precarização do trabalho, da miséria e da exclusão social.
Dessa forma se faz necessário o Estado como provedor de políticas sociais e o
fortalecimento da sociedade civil organizada para busca da cidadania via luta pela
efetivação dos direitos sociais, ainda não se pode negar a existência da esfera pública
não estatal nesse contexto.
[...] esfera pública não estatal pode [...] reconstruir uma tensão
democrática e autêntica entre Estado e Sociedade Civil, materializada
através da configuração de um novo espaço público, não ‘estatal’ e
nem ‘privado’. Um espaço onde é possível organizar uma esfera para
disputas e consensos – uma nova esfera organizada por lei, ou por
contrato político, ou por ambos - [...] um espaço que propicie a
politização da cidadania, à medida que reduza sua fragmentação,
integrando as demandas setoriais na cena pública. (ROTTA, 2003,
p.10).
De fato, a tensão e o conflito no espaço público não estatal existem e sua relação
com o Estado não é tão harmônica quanto parece, um espaço de disputa de interesses,
busca de recursos e convênios para a manutenção dos programas e projetos na
sociedade, regulamentação jurídica, político-administrativa entre outras coisas.
O desafio está em pensar o enfrentamento da questão social nos ditames do
pensamento neoliberal dos organismos internacionais que caracteriza uma esfera
pública não estatal parceira do Estado e como principal gerenciadora dos programas e
projetos de combate à pobreza e exclusão social cada vez mais pontuais e seletivos.
Urge pensar estratégias que possibilitem a politização dos integrantes tanto da esfera
estatal, quanto da esfera pública não estatal vislumbrando políticas sociais universais
garantidoras dos direitos de cidadania.
Metodologia
O projeto de investigação científica apresenta três etapas interligadas: a primeira
é a documentação que consiste na pesquisa bibliográfica, com a busca de referências e o
fichamento de textos, obras entre outros sobre a temática abordada – construindo assim
o estado da arte da pesquisa; a segunda etapa trata da observação da realidade a se
estudada com a concretização do plano de investigação com a obtenção e tratamento
dos dados, com a realização da pesquisa junto ao Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente (CMDCA) da cidade de Manaus; e nas Organizações da
Sociedade Civil que atuam na área da criança e do adolescente na cidade de Manaus
capital do Estado do Amazonas/Brasil. Ainda da análise e interpretação dos dados; na
terceira e última fase a elaboração da produção do conhecimento com a revisão dos
dados sistematizados com a exposição dos resultados da pesquisa com a apreciação e
sua apresentação a comunidade científica e a população em geral.
A proposta desta pesquisa é de caráter explicativo envolvendo um conjunto de
procedimentos metodológicos que trazem uma abordagem crítica dos dados de natureza
quantitativa e qualitativa entendendo que eles se complementam na construção e
desenvolvimento dos instrumentos e técnicas que serão utilizadas no decorrer da
investigação detalhadas a seguir:
Documentação visando à coleta de dados nos documentos das organizações e em
outros meio como em boletins informativos, artigos em jornais e revistas, vídeos e
outras fontes documentais e bibliográficas.
Observação não participante de forma assistemática no lócus da pesquisa no
decorrer de todo processo da pesquisa com o uso de um caderno de campo e máquina
fotográfica para o registro das observações e imagens.
Entrevista semiestruturada por meio da aplicação de formulário com o uso de
gravador digital para o registro das informações, tendo como sujeitos da pesquisa os
gestores e usuários atendidos nas organizações da sociedade civil, bem como o gestor
municipal e o presidente do CMDCA de Manaus.
Na etapa da análise e interpretação dos dados utilizar-se-á a análise de conteúdo
enquanto técnica que dar suporte a produção do conhecimento indo além da descrição
dos dados, procurando interpretar as informações sob diversos focos presentes nos
documentos, imagens e nas observações registradas.
Bardin (s/d) aponta que a organização da análise apresenta três polos
cronológicos constituídos primeiro da pré-análise, segundo da exploração do material e
terceiro do tratamento dos resultados e a interpretação.
A pré-análise corresponde à fase de sistematização dados com a leitura
preliminar e recorte, seleção e escolha dos dados a serem interpretados. A exploração do
material consiste na codificação e categorização, fase do trabalho intenso da
organização. No tratamento e interpretação refere-se à disposição dos dados com os
recursos da estatística, o uso de percentagem ilustrada em quadros e tabelas entre outras
formas de apresentação demonstradas para viabilizar o estabelecimento do vínculo entre
o empírico e o teórico na produção do conhecimento resultante do processo
investigativo.
Resultados e Discussões: Organizações da Sociedade Civil na área da Criança e do
Adolescente em Manaus/AM
No Brasil a promulgação da Constituição Federal de 1988 garante a participação da
população, por meio das organizações representativas na formulação e controle das
políticas públicas, e traz a ampliação e cobertura de direitos sociais com avanços
significativos. Apesar de ter sido a consolidada a ideologia neoliberal no país, na década
de 1990, ocorrendo à redução da função social do Estado e o incentivo a atuação da
sociedade civil organizada nas expressões da questão social, a Carta Magna destaca
crianças e adolescentes como sujeitos de direitos direcionando a ações para o
atendimento desse segmento como prioridade nacional.
A constituição de 1988 assegura no seu artigo 227 que: É dever da família, da
sociedade e do Estado assegurar a Criança e ao Adolescente, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, a liberdade e a convivência familiar e comunitária [...].
Para viabilizar o que consta na Carta Magna, foi regulamentado o Estatuto da
Criança e do Adolescente- ECA (Lei 8069/90), que expressa criança e adolescente são
sujeitos de direitos com prioridade no atendimento assistencial, principalmente quando
esse público se encontra em situação de vulnerabilidade social e pessoal. Em 1993 a Lei
Orgânica da Assistência Social (Lei 8742/93) entre seus objetivos contempla a proteção
à infância e à adolescência e o amparo às crianças e adolescentes carentes.
Sendo assim, associam-se os esforços governamentais e não-governamentais no
atendimento socioassistencial a esse segmento sob diversos serviços de saúde,
educação, assistência social, esporte, cultura, lazer, entre outros.
A efervescência política no cenário político nacional e internacional ganha força
frente à busca pela cidadania de segmento.
Em novembro de 1989, as Nações Unidas aprovaram a Convenção
Internacional dos Direitos da Criança, regulamentando o paradigma da
‘proteção integral’, que institui a ´cidadania infanto-juvenil´ e,
consequentemente, o sistema de garantia de direitos. Assim o Estatuto
da Criança e do Adolescente foi institucionalizado no movimento
dialético entre a conjuntura nacional e internacional que caminhava
em direção ao neoliberalismo [...]. (SILVA, 2005, p. 37).
A Convenção Internacional dos Direitos da Criança representa o primeiro
instrumento legal que incorpora um conjunto de direitos humanos para crianças e
adolescentes entre eles os direitos civis, culturais, econômicos, políticos e sociais
fundamentais para o pleno desenvolvimento biopsicossocial infanto-juvenil. (RIZZINI
et al, 2011).
O Estatuto da Criança e do Adolescente traz a adoção da Doutrina da Proteção
Integral reconhecendo as crianças e os adolescentes como cidadãos, garantindo a
efetivação dos direitos e estabelecendo a interlocução entre Estado e sociedade na
operacionalização da política com a criação dos Conselhos de Direitos, Conselhos
Tutelares e dos Fundos. (FALEIROS, 2009).
A Lei 8.242 de 1990 cria o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente (CONANDA), um órgão colegiado permanente de caráter deliberativo e
composição paritária, formados por 28 conselheiros, sendo 14 representantes do Poder
Executivo e 14 representantes de entidades não-governamentais que com atuação em
âmbito nacional na promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes.
No ano de 2006 vale ressaltar a Resolução N.113 do CONANDA que dispõe
sobre os parâmetros para a institucionalização e fortalecimento do Sistema de Garantia
dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) com a competência de promover,
defender e controlar a efetivação dos direitos à cidadania das crianças e dos
adolescentes brasileiros.
O Sistema de Garantia de Direitos, que representa o arcabouço da
política de atendimento à infância e adolescência no Brasil, tem sido
considerado um conjunto de instituições, organizações, entidades,
programas e serviços de atendimento infanto-juvenil e familiar, os
quais devem atuar de forma articulada e integrada, nos moldes
previstos pelo ECA e pela Constituição Federal, com o intuito de
efetivamente implementar a Doutrina da Proteção Integral por meio da
política nacional de atendimento infanto-juvenil. (PEREZ &
PASSONE, 2010, p.19)
No campo da gestão social da política da criança e do adolescente no país
enfatiza o processo de descentralização político-administrativa e da participação da
população por meio das entidades representativas no processo de formulação e controle
social das políticas públicas via Conselhos de Direitos.
Decerto, a participação do público e privado na gestão da política da criança e
adolescente tanto na formulação e controle das políticas quanto na execução com a
prestação de bens e serviços sociais o reforço da reforma administrativa do Estado,
trazendo uma série de reflexões no sentido da luta pelos direitos de cidadania ou pelo
retorno á práticas e ideologias vinculada às ações assistencialistas de cunho clientelista e
tutelar.
No CMDCA de Manaus apresenta uma lista com 51 (cinquenta e uma) entidades
e programas inscritos, deste número se destacaram 49 (quarenta e nove) consideradas
como programas ou entidades como Organização da Sociedade Civil Organizada.
No tocante a modalidade dos programas e entidades se evidencia apoio sócioeducativo em meio aberto, orientação e apoio sócio-familiar, acolhimento institucional,
atendimento a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, educação e
reabilitação do portador de deficiência auditiva, capacitação profissional, atividades
motoras para deficientes.
Outros resultados são esperados sobre as Organizações da Sociedade Civil
Organizada com atuação em Manaus capital do Estado do Amazonas região norte do
Brasil como o perfil, o processo de gestão, a relação com o Estado e controle social, a
avaliação dos programas, projetos e serviços, e os impactos da atuação das organizações
na política pública da criança e do adolescente com vistas à garantia dos direitos sociais
com a pesquisa de doutoramento a ser realizada no ano de 2016. Ainda a contribuição
com a comunidade científica com a produção do conhecimento na área do terceiro setor
aprofundando a temática ao retratar a atuação das organizações sociais não estatais e
sem fins lucrativos no âmbito da prestação de serviços sociais a população manauara.
Considerações
A área da criança e do adolescente se destaca no âmbito das políticas públicas com
destaque no artigo 227 da Carta Magna e posteriormente na Lei 8069/90 - Estatuto da
Criança e do Adolescente -, que prioriza o atendimento assistencial a criança e ao
adolescente.
A garantia dos direitos sociais preconizados na Constituição Federal de 1988,
para a área da criança e do adolescente na atualidade é permeada pela relação entre
Estado/sociedade civil uma vez que a ação estatal delega para as organizações da
sociedade civil o trato das expressões da questão social voltando-se muitas vezes as
práticas voluntaristas e individuais em detrimento a luta pelo bem estar coletivo, tais
práticas não garantem os direitos de cidadania, na medida em que são focalizadas,
pontuais e seletivas.
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