UNILASALLE Estudos Sociais Geografia Biológica I Grandes Biomas da Terra João Francisco da Costa Professora Elaine Regina Canoas, novembro de 2.001 BIOMA DOS DESERTOS Localização Os desertos localizam-se em quase todos os continentes do mundo, como por exemplo, na América, Austrália, Ásia, África e Ásia. Os principais são: Saara – África, sua extensão é de 5.187.200 km2 Australiano – Austrália, extensão de 956.800 km2 Árabe – Arábia, com extensão superior a 803.200 km2 Gobi – Ásia, sua extensão é de 641.600 km2 Kalahari – África, com extensão de 321.600 km2 Sonora – América do Norte, extensão de 192.000 km2 Namib – África, de extensão superior a 192.000 km2 Fatores Limitantes do Meio Esse tipo de bioma se caracteriza por um índice pluviométrico inferior a dez centímetros anuais, sendo o quadro vegetal definido pelo domínio de espécies xenófilas, ou seja, vegetação que vive em lugares secos. Outra definição seria a de que deserto é uma região que por sua aridez, excessivo calor ou frio, não favorece o desenvolvimento da vida. A falta de chuvas é representada na paisagem com dunas, a vegetação reduzida a poucas espécies, na fauna escassa e na baixíssima densidade populacional. Os desertos ocupam imensos espaços em nosso planeta. Metade da Austrália, mais de um terço da África, a Quinta parte da Ásia e mais de 10% da América são terras áridas. Em muitos desertos há escassez total de precipitações, ventos constantes muito violentos, tempestades de areia, que cria vários cenários como superfícies, também carregam partícula de rocha por toda a parte. Temperaturas elevadas durante o dia e muito baixa durante a noite. As paisagens mais conhecidas dos desertos são as dunas (mares do deserto), que movem-se 30cm por dia. Os desertos subtropicais são os que mais se caracterizam pelo calor. A pouca umidade deixa os raios do Sol penetrarem na atmosfera e aquecerem o solo a um ponto extremo. Uma das temperaturas mais altas registradas foi no setor Líbio, no deserto do Saara, cerca de 58ºC na sombra. São comuns temperaturas de até 49ºC. Os tipos de solo, também caracterizam os desertos, pois são normalmente impregnados de sais de Sódio, Potássio e outros minerais solúveis que as condições meteorológicas e a erosão fazem desprender da crosta da Terra. Em climas chuvosos, a água remove e dissolve os sais e os faz penetrar na superfície da terra. Nos desertos, no entanto, onde a evaporação supera em muito a chuva, os minerais podem subir à superfície juntamente com a umidade que é aspirada pela ação capilar, e dependendo dos minerais presentes, o deserto pode ser muito fértil ou quase estéril. Também deve ser considerado que de dia as regiões desérticas absorvem mais calor que as regiões úmidas. Neste ambiente excepcional do deserto, formas de vida vegetal e animal evoluíram adaptando-se de uma maneira ou de outra à seca, que sempre os ameaça de extinção. Muitas plantas enfrentam o problema e sobrevivem sobre a forma de semente, que ficam perene no solo, a espera de chuvas. Entre plantas capazes de permanecer vivas através de estações ou anos de seca, que se verifica às adaptações mais bem sucedidas, sendo que eles têm que recolher e absorver a água do solo que encontram. Geralmente as plantas têm uma folhagem reduzida para diminuir a evaporação na superfície das folhas. Outras plantas aspiram grande quantidade de água da superfície, que é armazenada na planta, para depois distribuírem as células vivas durante as longas secas. Muitas plantas armazenam a sua água debaixo da terra em raízes ou bulbos. A parte superior pode morrer depois do período do desenvolvimento. Os animais do deserto também se adaptaram para sobreviver à seca, e tal como se dá com a vegetação, só sobrevivem no deserto, animais capazes de obter e armazenar maior quantidade de água. Para enfrentar o calor e a aridez, os animais limitam suas atividades às horas mais amenas da noite e aos primeiros momentos do amanhecer e do anoitecer. Nenhum animal é adaptado a enfrentar o deserto em sua pior hora. Flora As raízes das plantas do deserto podem ser de três tipos principais: sistemas fibrosos raso para captar o máximo de chuva dos caprichosos aguaceiros dos deserto; bulbos de depósitos e raízes profundas. Acima do solo, a planta pode ser uma suculenta de caule grosso (maioria dos cactos); trepadeira, que se arrasta pelo chão; Um arbusto ereto (ocotillo); um anual de vida breve (prímula ou uma gesnéria); uma perene bulbosa ou uma árvore ( mesquita). A principal flora dos desertos são as xeromorfas, caracterizam-se pela ausência de folhas que são substituídas por espinhos, permitindo-lhes diminuir a transpiração, os caules cobertos por uma camada de cera, que evita a evaporação, ao mesmo tempo longas raízes ( como esponjas que facilitam a busca de água subterrânea). Seus espinhos, filamentos brancos resguardam a clorofila contra os raios ultravioletas prejudiciais Nos desertos norte americanos, as plantas mais conhecidas são os cactos. Pela variedade de tamanho dos gigantescos saguaros, de 15m a pequenos cactos do tamanho de uma unha do polegar. Depois de um aguaceiro, as raízes na sua maioria, com apenas alguns centímetros de profundidade, absorvem a água com admirável eficiência, transportando centenar de litros ao tronco do saguaro. Um saguaro pode estar com vinte a cinqüenta anos de idade, quando mede apenas um metro de altura. Come-se o fruto, que tem uma polpa vermelha semelhante ao da melancia quando fresca, e pode também ser conservada em forma de xarope durante muitos meses. O grosso Cacto Barril sem galhos é uma fonte de água lendária para os viajantes sedentos, porém, essa lenda exagera o fato. Para conseguir-se água através dessa planta, deve-se primeiramente corta-lhe a “cabeça” e, em seguida amassar o conteúdo felpudo até obter o líquido de gosto agradável. Ao contrário do atarracado e esgalhado Cacto-Ouriço, produz de sua flores um delicioso fruto, vermelho como o morango e fácil de colher. Os cactos em geral, desenvolveram adaptação mais ou menos parecidas, nas diversas localizações onde encontra-se. Fauna Vivem nos desertos insetos, aranhas, peixes, gatos, cobras, lagartos, morcegos, aves, raposas e outros. A vida animal neste bioma, como em toda a parte do globo depende da vida vegetal para sua manutenção. Os animais desenvolvem-se em microclimas, isto é, desenvolvem covas, tocas, espaços em baixo dos quais passam o dia, abrigados das altas temperaturas dessas regiões. Os animais do deserto sofreram algumas adaptações fisiológicas em seus corpos, para poderem sobreviver neste bioma. Alguns desenvolveram carapaças mais resistentes à perda de água, outros adaptaram suas peles para evitar maior transpiração, isto porque, um fator essencial tanto a animais quanto aos seres humanos (que também sofrem adaptações fisiológicas), é a escassez de água e sal nesse bioma. Dentro dos desertos, não podemos considerar que exista somente um habitat, mas muitos. As variadas formas animais que lá desenvolvem-se adaptam à determinadas regiões, comprometendo assim, sua própria existência, caso haja uma mudança climática significante àquelas as quais estão adaptados. Isso ocorre também ao homem. As Cobras: As cobras são menos comuns nos desertos do que os lagartos. Algumas delas desenvolveram hábitos alimentares insetívoros, todavia, a maioria delas alimentase de outros vertebrados, como lagartos por exemplo, rãs, sapos, cobras menores, aves, e, as vezes de coelhos e raposas. Destacam-se no deserto Australiano, dois tipos de jibóia que comem cangurus pequenos e novos. As cobras geralmente habitam as dumas de areia e mostram algumas adaptações admiravelmente especializadas: As ventas são equipadas de válvulas que não permitem a passagem de areia quando a cobra está “nadando” por uma duna e a mandíbula inferior é bem imbuída na cabeça para afastar a areia da boca, saliências ao longo do abdômen permitem maior tração e diminuem o deslizamento. Embora quase todas as cobras, inclusive as venenosas, sejam “tímidas” e fugidias, a Cobra-rei americana (jibóia do gênero Lampropeltis), é uma das mais agressivas das espécies de serpente. Ataca outras cobras venenosas, se for o caso, para alimentar-se, desenvolveu adaptações de ataque rápido e praticamente mortal, assim como, imunidade ao veneno da maioria das serpentes de seu habitat, isto é notado, quando há o encontra deste tipo de cobra com uma cascavel, esta última de forma alguma ataca uma cobra-rei, fugindo em defensiva, pois de alguma forma sabe que a cobra-rei é imune a seu veneno. A Ação Antrópica Os desertos sofrem às ações do homem, de forma direta ou não, como por exemplo, o Deserto do Saara, que está atualmente expandindo-se, especificamente na divisa com Sahel, onde uma grande área foi desmatada para que se produzisse energia através da utilização da lenha; o autocrescimento demográfico também é um fator condicionante à ação antrópica, pois quanto maior expansão, maior área será necessária para abrigar os povos, mesmo que essa área seja um deserto, e para isso será então, necessário que se transforme a paisagem, o solo, as características do lugar, e a isto, uma forma rápida, porém, destrutiva do meio, são as irrigações que já acontecem em muitos desertos. Destrutiva do meio, pelos impactos que causam às colônias animais, que acabam mudando suas regiões biogeográfica, seus hábitos (alimentares ou usuais), a extinção de muitas espécies, assim como, um enorme perigo, que é a retirada de água fóssil dos lençóis freáticos para que esta irrigação ocorra. Isto porque, além desta água ser finita, a mãe natureza levou milhões de anos para formá-la e “guardá-la”, para com certeza uma maior necessidade futura. Outro fator de impacto do homem é a ampliação na criação de rabanhos, pois estes consomem enormes quantidades de pastagens, acabando assim, esterilizando grandes extensões de terra. Fábricas de cimento, de mísseis teleguiados, também fazem parte deste quadro perturbador à harmonia natural. Mineração de pedras preciosas, extração de petróleo, a caça. Um fator também de inversão social é o desagrupamento dos povos originários dessas regiões, para as cidades, pois além de viverem em quase que total miséria nas cidades, acabam ainda, por encontrar os problemas mais comuns da vida cotidiana, drogas, álcool, desnutrição e doenças fatais. BIOMA DAS REGIÕES POLARES ה Localização Antártida: A Antártida situa-se no Hemisfério Sul, possuindo uma área aproximada de 14 milhões de Km2 , onde apenas 5% deste total não encontram-se cobertos por gelo. O relevo da Antártida é principalmente caracterizado por uma vasto altiplano, rodeado por várias montanhas, onde destacam-se a Cordilheira Transantártica (elevações superiores a 4000 m) e a Cordilheira Ocidental, com altitudes maiores que 5000m. Observa-se junto a Cordilheira Transatlântica, arquipélagos vulcânicos, a exemplo, as ilhas de Roens onde encontram-se vulcões ainda ativos. Na Antártida não existem rios, porém, existem lagos que não congelam por suas temperaturas serem quentes, a função de estarem ligadas (algumas delas), a fissuras internas de vulcanismo. Região do Oceano Ártico: Sua localização dá-se entre o Círculo Polar Ártico e o pólo Norte. Dentro desses limites, observam-se terras da América (A Groenlândia, Canadá e o Alaska), da Europa (Norte da Escandinávia, Rússia) e da Ásia (Sibéria, Regiões do mar Báltico). O relevo das regiões Árticas apresenta planícies e planaltos baixos, onde aparecem escudos cristalinos. As altitudes não ultrapassam 3000m. Em destaque dessas altitudes,, temos os Montes Urais, os Alpes Escandinavos e as Cordilheiras Montanhosas do Alaska. A superfície do Oceano Ártico é aproximadamente 14.262.744 Km2, e sua profundidade é aproximadamente 1280m. ה Fatores Limitantes do Meio Em virtude da inclinação do eixo da Terra, cada Pólo esta em posição oblíqua a uma distância de 23º ½ de um plano vertical à órbita da Terra em torno do Sol. As linhas de 23º ½, são marcas no planisfério com o Círculo Ártico e o Círculo Antártico, a 66º ½ de latitude Sul e Norte. Sendo assim, o fator limitante de ambas as regiões, é a luz e o clima. ה Flora Na península Antártica encontra-se uma vegetação espessa. Há 400 espécies de líquens, 150 algas, 75 musgos e 3 espécies de plantas com flores. Duas herbáceas e uma aparentando com o cravo. Na flora ártica, são abrangidas cerca de 900 espécies de flores resistentes, 2000 espécies de líquens e 200 musgos. ה Fauna Geralmente, nessas regiões, os animais hibernam no inverno, alimentado-se da gordura acumulada em seus corpos. No círculo Antártico existem menos de 70 espécies de animais, sendo 44 de mosquitos, 4 tipos de focas e 12 espécies de aves, das quais destacam-se a Gaivota rapineira, do pólo sul; os pingüins, a Andorinha-do-mar, a Gaivota-de-costas-preta e 6 espécies de Petréis. Na região do Ártico, a baleia azul é o maior do animais, assim como do mundo; além do urso polar, vivem na calota polar do Ártico, o Narval, focas, morsa, baleias, andorinha-do-mar, husky e raposas. Os pingüins são aves marinhas por excelências, confinadas ao hemisfério austral. São as mais típicas e numerosas da zona subantárica (abaixo de 36º lat. Sul) e antártica (Círculo polar Antártico), aproximadamente a 66º lat. S, constituindo mais de 90% da biomassa da avefauna dessa região. Perfazem o total de 18 espécies, sete das quais ocorrem na América do Sul. Os pingüins perderam sua capacidade de vôo, adaptando-se a vida terrestre e principalmente marinha. Tem hábitos alimentarem marinhos, e fazem seus ninhos mais os interior do continente Antártico (pingüins mais velho), enquanto os mais novos preferem as regiões mais costeira. Em determinadas épocas, quando o inverno chega, os pingüins agrupam-se, fazendo um círculo em torno de seus ninhos, a fim de proteger seus filhotes. Algumas dessas espécies migram em certas épocas do ano, onde chegam até mesmo, às costas brasileiras. Existem também uma espécies de pingüins que migrou às ilhas Galápagos, instalando-se lá, adquirindo hábitos e maneiras diferentes das outras espécies, foi o Pinguinus Impennis. ה Ação Antrópica Nessas regiões, a ação antrópica do homem, tem sido desumana e de forma irresponsável. Os derramamentos de petróleo, que além de matar milhares de animais, impedem a passagem de luz ao interior do mar, causam do a morte de cadeias alimentares importantíssimas para o desenvolvimento e manutenção dos ecossistemas dessas regiões. A pesca descontrolada; a ação do efeito estufa, originário dos continentes, que através das correntes eólicas locomove-se aos dois extremos polares do planeta; a ação da chuva ácida, que joga na superfície, elementos destrutivos às plantas e aos solos. Em fim, não importa onde seja, nos desertos, nos pólos, nas savanas, na tundra ou na taiga, o homem consome e ao mesmo tempo que preserva “seu espaço”, destrói o espaço do todo. A conscientização já não é mais necessária, o que necessário é a ação, a transformação e a rapidez, pois caso contrário, terminaremos com algo, que além de não termos construído, usufruímos e dizemos que é nosso: a Terra.