Memória Descritiva - Câmara Municipal de Guimarães

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Caracterização do projecto
Refere-se o projecto à recuperação e readaptação funcional do Palacete da Praça de Santiago,
também chamado de “Casa de Santiago - antigo centro de saúde”, na Extensão do Museu
Alberto Sampaio.
Trata-se de uma intervenção num espaço delicado, centro histórico de Guimarães, num edifício
que se encontra em avançado estado de degradação que contém forte impacto urbanístico e
arquitectónico.
O novo programa funcional para o edifício, para além de exigente, é pelo fim que se destina,
complexo na elaboração quer dos projectos quer posteriormente na reconstrução do edifício.
Dado o contexto urbanístico e regulamentar que abrange aquela área, as questões
relacionadas com a manutenção das principais características do edifício, desde da própria
concepção construtiva, à tipologia original, foram tidas sempre em consideração, tendo sido
sempre opção principal a preservação/ manutenção destas características.
Objectivos
Face ás novas realidades, torna-se imprescindível dotar os espaços museológicos de funções
que abrangem quer áreas funcionais, como espaço de reservas, salas de actividades
pedagógicas com públicos, etc…, quer questões de natureza social, designadamente,
disponibilizar o museu a todos, incluindo as pessoas com mobilidade reduzida ou outras
limitações físicas. È ainda fundamental dotar os novos edifícios de sistemas de segurança,
fundamentalmente ao nível da detecção e do combate ao fogo, pois é fundamental a
salvaguardar de espólio de valor incalculável, existem ainda novas exigências na forma de
expor desde da iluminação aos conteúdos didácticos.
Foi estabelecido um protocolo entre aquela prestigiada instituição e a Câmara, no sentido de
permitir o “alargamento” das instalações do Museu para um “novo” edifício localizado bem no
“coração” do centro histórico.
A reconstrução do edifício para a extensão do museu constitui ainda uma mais valia importante
ao nível dos equipamentos disponíveis no âmbito de Guimarães capital da cultura em 2012.
O programa prevê a criação de espaços para diferentes graus de utilização, nomeadamente
espaços de carácter privado, semi-públicos e públicos, estas valências permitiram que a sua
utilização constitua, pela diversidade, um espaço que contribua para a dinâmica no centro
histórico.
Descrição
O projecto compreende a totalidade do edifício, bem como a recuperação do “antigo”
logradouro, actualmente ocupado por edificações sem qualquer valor arquitectónico. Na
totalidade a intervenção compreende uma área total de aproximadamente 2.500,00 m2.
A situação de ruína em que o edifício se encontra, origina que não seja possível a recuperação
dos elementos originais. Não obstante a situação actual, a proposta mantêm a estrutura
principal do edifício e é intocável relativamente ás fachadas principais e cércea do edifício., O
projecto mantêm na essência os aspectos construtivos, bem como o esquema funcional, este
ultimo, apoiado nas duas caixas de escadas existentes e na compartimentação interior
originada pelos paramentos em granito existentes.
A proposta visa ainda a recuperação dos elementos da cantaria existentes nas duas fachadas
voltadas ás ruas, bem como a recuperação das caixilharias em madeira existentes, com
excepção das caixilharias do rés-do-chão da fachada virada á Rua Gravador Molarinho, as
quais foram objecto de novo desenho tendo em conta o facto destes vãos corresponderem ao
espaço de exposição do museu.
No que se refere á estrutura da cobertura, bem como das clarabóias serão refeitas em madeira
de pinho tratado, sendo que a solução estrutural aponta para a introdução pontual de
elementos metálicos. O revestimento da cobertura, bem como a forma dos beirais será
realizado de acordo com a situação original, sendo obviamente utilizada a telha de canudo.
Tendo em conta a especificidade do programa, designadamente no que se refere aos
condicionalismos das salas destinadas ao tratamento e armazenamento do vasto espólio, o
projecto propõe a construção de um novo piso em cave, a localizar sob as áreas do logradouro
e pátio de entrada. Esta solução resultou de conversas havidas entre a equipa projectista e os
técnicos do IPPAR.
Ultrapassada a questão específica das áreas destinadas ao armazenamento de espólio, foi
possível adaptar ao restante edifício o programa funcional que foi entregue pela Drª Isabel
Fernandes, na qualidade de directora do Museu Alberto Sampaio. Desta forma a solução,
como já foi anteriormente referido, mantêm a principal estrutura física e topológica do edifício.
Esta opção vai ao encontro dos princípios urbanísticos defendidos pelo GTL, relativamente à
preservação dentro do possível das características construtivas e tipológicas dos edifícios
localizados no centro histórico de Guimarães.
A proposta, como já foi anteriormente referido, contempla a alteração das caixilharias do résdo-chão viradas á Rua Gravador Molarinho, por caixilharias em ferro, pintadas. A razão para
aquela alteração assenta por um lado no facto de ser possível daquela forma permitir uma
maior segurança da área destinada a exposição relativamente ao exterior, simultaneamente,
permitir que o espaço museológico interaja com o utente que passa na rua. Dado que a
proposta não altera a característica dos vãos, permite a qualquer momento, efectuar a
reposição das caixilharias originais.
O projecto considerou as exigências relacionadas com a legislação aplicável relativamente á
acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida, bem como as adaptações necessárias e
possíveis, no sentido de dar cumprimento á legislação aplicável relativamente à implementação
de normas e sistemas de protecção e combate ao risco de incêndio. Neste caso, com particular
relevância, dada a função a que o edifício se destina bem como no espaço urbano em que está
inserido. A proposta de arquitectura procurou ainda compatibilizar os sistemas de climatização,
imprescindíveis para aquele espaço, procurando na medida do possível, não afectar
negativamente a estética dos espaços, quer nos compartimentos interiores, quer no exterior.
Nesse sentido, juntamente com os projectistas daquela especialidade, foi possível prever e
projectar a solução para toda a instalação, incluindo a demarcação de um espaço exterior
destinada á colocação das unidades exteriores.
Finalmente, será realizado o respectivo projecto de pormenorização, no qual serão definidos
todos os materiais de acabamentos / revestimentos, solução para a iluminação e
compatibilização com os restantes projectos de especialidade, em especial com o projecto de
AVAC e de Estruturas, este ultimo encontra-se anexo ao processo de forma a ser possível
apresentar as soluções estruturais propostas para a reabilitação do edifício.
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