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A pobreza de Jesus
Jesus Cristo foi pobre, mas sua pobreza foi algo que ele assumiu voluntariamente,
movido pelo seu amor. Ele era rico, mas fez-se pobre, numa expressão concreta de
sua identificação com a humanidade.
Ele foi criado em outra aldeia, na casa de um carpinteiro e, quando adulto, chegou a
afirmar que não tinha onde recostar a cabeça. Quando completou trinta anos, tornouse um pregador itinerante, viajando pelo país com seus doze discípulos. Foi, então,
falsamente acusado e inocentemente condenado. Seus amigos o abandonaram.
Depois de torturado, foi crucificado entre dois ladrões. Quando morreu, aos trinta e
três anos, foi sepultado em um túmulo que um amigo bondoso emprestou.
É tempo dos cristãos dos grandes centros urbanos se arrependerem de usar Deus
para satisfazerem suas ambições materiais e aprenderem a viver com simplicidade e
generosidade, ajudando aqueles que não têm para a subsistência diária.
Ouvimos muita gente dando testemunho que tinham um carro velho e agora têm dois
novos, tinham uma casa pequena e agora têm duas grandes, que ganhavam um tanto,
mas agora ganham três vezes mais. Aceitaram a Cristo, aderiram a tal igreja e
prosperaram materialmente. Nunca ouvi alguém dando testemunho que se converteu
e decidiu dar uma parte de seus bens para os pobres e para missões.
A sociedade de consumo nos condiciona e nos leva a desejar possuir cada vez mais
coisas, convencendo-nos que tendo mais seremos mais. Um mundo que pensa e age
somente em termos materiais, acabou contaminando o povo de Deus. E igrejas
anunciam conforto material ilimitado para aqueles que aderirem e trouxerem sua
contribuição.
Acabamos todos preocupados com a vida material, amarrados em contas, crediários,
consumo de supérfluos, símbolos de status, dominados pela ambição de ter mais,
sempre insatisfeitos.
Jesus Cristo, na sua pobreza voluntária, nos liberta dos condicionamentos da
sociedade de consumo e nos torna dispostos a confiar a ele toda a nossa vida, dons,
talentos, recursos e tempo, para servir com alegria o nosso próximo.
O verdadeiro conhecimento de Deus gera santidade e serviço, e o verdadeiro
conhecimento de si gera quebrantamento e humildade.
Estas são as virtudes que a Igreja mais carece nestes dias: santidade, serviço,
quebrantamento e humildade. Portanto, tenhamos discernimento, pois há outra
teologia por aí que ao invés de santidade gera negócios escusos, ao invés de serviço
gera egoísmo, ao invés de quebrantamento gera farisaísmo, ao invés de humildade
gera busca pelo poder.
Olhemos, por um momento, para a vida de Jesus de Nazaré em quem cremos. Ele
abriu mão de seus direitos e privilégios, esvaziou-se de sua divindade. Por amor a nós
fez-se homem, veio para servir e não para ser servido.
Não há nada de errado em buscar as bênçãos de Deus e uma vida material digna.
Errado é acumular sem repartir. Sodoma e Gomorra, contrariamente ao que muita
gente pensa, não foram destruídas pela sua promiscuidade sexual, mas sim porque
acumularam riquezas e não repartiram: “Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua
irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranquilidade teve ela e suas filhas, mas
nunca amparou o pobre e necessitado” Ez 16.49.
Que o Senhor tenha misericórdia de nós, que o Senhor tenha misericórdia de sua
Igreja, que o Senhor tenha misericórdia do Brasil.
Osmar Ludovico
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