Capítulo II - Gênero e Agricultura Familiar 2.1- O Conceito de Gênero O termo sexo faz referência às diferenças anatômicas e fisiológicas existentes entre masculino e feminino, e o gênero diz respeito às diferenças culturais, psicológicas e socialmente construídas entre homens e mulheres, atribuindo diferentes identidades e papéis sociais a cada um dos sexos. (GIDDENS, 2005) Gênero é um conceito relacional, significando que os papéis masculinos e femininos não existem isolados, são construídos um em relação ao outro. E por serem socialmente e historicamente construídos, e não determinados pela natureza, podem ser modificados. (DESER, 1996:12) Giddens (2005) utiliza três abordagens opostas para explicar diferentes interpretações sociológicas sobre a questão das disparidades entre sexo e gênero. A primeira diz respeito às diferenças biológicas, que definem comportamentos entre homens e mulheres. Ele diz que, para alguns pesquisadores, seriam as diferenças biológicas que explicariam, por exemplo, por que na maioria das culturas são os homens os responsáveis pela caça e em participar das guerras, como se tal propensão estivesse diretamente ligada a fatores biológicos, sem levar em conta os fatores sociais que determinam as desigualdades de gênero. A segunda abordagem fala sobre a “socialização do gênero”, e a influência da família e da mídia na construção dos papéis sociais de homens e mulheres. Giddens diz que essa linha faz uma distinção entre sexo biológico e gênero social, explicando que as crianças nascem com o primeiro e desenvolvem o segundo. Através do contato que as crianças têm com vários organismos sociais, elas internalizam gradualmente normas e expectativas que a sociedade possui em relação ao seu sexo. Ele acrescenta que segundo esta abordagem, as diferenças de gênero são construídas culturalmente, e não determinadas biologicamente, sendo que as desigualdades de gênero existem por que os indivíduos são socializados em papéis diferentes. “As teorias de socialização do gênero têm sido favorecidas por funcionalistas que vêem meninos e meninas como aprendizes de papéis sexuais e das identidades masculina e feminina - masculinidade e feminilidade - que os acompanham”. (GIDDENS, 2005:105) Contudo, Giddens diz que essa forma de interpretação da socialização e dos papéis sexuais foi muito criticada, já que alguns desses organismos de socialização, como a família, as escolas, ou outros grupos possam estar em divergência, criando um processo conflitante. Ele acrescenta que “as teorias de socialização ignoram a capacidade dos indivíduos de rejeitar ou modificar as expectativas sociais acerca dos papéis sexuais”. A terceira perspectiva, não considera que haja base biológica para as diferenças, acreditando que sexo e gênero são produtos socialmente construídos. De acordo com essa linha, não apenas o gênero é de criação social, mas o sexo também, pois os corpos estão sujeitos a intervenções dos indivíduos, onde homens e mulheres podem transformar seus corpos, dando-lhes novos significados, o que pode não condizer com o que à sociedade percebe como “natural” (“naturalmente masculino” ou “naturalmente feminino”). Os teóricos que seguem essa linha de argumentação rejeitam qualquer base biológica para explicar as diferenças de gênero. “As identidades de gênero surgem, alegam, em relação às diferenças sexuais percebidas na sociedade, ajudando a moldar, por sua vez, essas diferenças”. (GIDDENS, 2005:106) Segundo Giddens, as diferenças de gênero raramente são neutras, sendo em muitas sociedades uma forma de estratificação social. “O gênero é um fator crucial na estruturação dos tipos de oportunidades e de chances de vida enfrentadas pelos indivíduos e por grupos, influenciando fortemente os papéis que eles desempenham dentro das instituições sociais desde os serviços domésticos até o Estado. Embora os papéis dos homens e das mulheres variem de cultura para cultura, não há nenhuma instância conhecida de uma sociedade em que as mulheres são mais poderosas que os homens”. (GIDDENS, 2005:107) Os papéis dos homens em sua grande maioria são mais valorizados e recompensados do que os das mulheres. Sendo que na quase totalidade das culturas, na divisão sexual do trabalho, são as mulheres as responsáveis pelos cuidados com os filhos e com a casa, e aos homens geralmente cabe o sustento da família o que gera uma desigualdade nas relações de poder entre homens e mulheres. Algumas abordagens feministas procuraram explicar os fatores que levam as desigualdades de gênero. Giddens cita as visões do feminismo liberal e do feminismo radical. A primeira vertente procura a explicação desses fatores em atitudes sociais e culturais. Para as feministas liberais, a subordinação não é vista como uma parte de um grande sistema ou estrutura, elas mantêm sua atenção nos muitos fatores distintos que causam as desigualdades entre homens e mulheres e estão preocupadas, por exemplo, com o sexismo e a discriminação contra as mulheres, que estão presentes nos locais de trabalho, nas instituições e na mídia. Elas buscam dentro do sistema existente, trabalhar para gradativamente alcançar mais espaço. Nesse ponto, se diferenciam das feministas radicais que reivindicam o fim do sistema vigente. Para as feministas radicais, o sistema de patriarcado é a principal causa da subordinação das mulheres. A idéia de patriarcado foi muito importante para compreender as desigualdades entre os gêneros, mas também foi muito criticada por não explicar as mudanças e a diversidade nessas diferenças. A autora Sylvia Walby (1990), procurou teorizar a questão do patriarcado de uma maneira mais flexível, considerando o tempo histórico e as diferenças étnicas e de classe. Ela destaca duas formas diferentes de patriarcado: uma na esfera privada, onde a mulher fica subordinada a um patriarca específico dentro do núcleo familiar, e outra na esfera pública, onde as mulheres participam de atividades de domínio público, no entanto, continuam sendo segregadas e com menos direitos do que os homens. (Walby, 1990 apud Giddens, 2005:110) Para Elizabeth Souza Lobo, a questão do patriarcado estaria fundada em bases materiais, dentro de uma estrutura determinante: “De uma certa forma, o patriarcado funda a divisão sexual do trabalho e é por sua vez fundado nas bases materiais da sociedade. Ou, o que me parece seguir um raciocínio semelhante: as relações sociais organizam as divisões da sociedade, e a divisão sexual do trabalho é um lócus fundamental nas relações entre os sexos. A historicidade da divisão sexual do trabalho e seu conteúdo de construção cultural parecem-me aqui perdidos, na medida em que se estabelecem relações de determinação estrutural. Como aponta Sheila Rowbotham (1984), a palavra “ patriarcado” coloca muitos problemas; remete a uma forma universal e histórica de opressão, com fortes marcas biologizantes, produz um “modelo feminista de base-superestrutura”, uma estrutura fixa, enquanto que as relações entre homens e mulheres são tanto mutáveis quanto fazem parte de heranças culturais e institucionais, implicam em reciprocidades tanto quanto em antagonismos” ( LOBO, 2005:259-260) Lobo (1990), problematizando as discussões sobre a categoria gênero nos estudos da Sociologia do Trabalho, ressalta que é preciso “pesquisar como a subordinação das mulheres se construiu historicamente, nas práticas, nas culturas, nas instituições”. Seguindo a linha dessa autora, ela diz que sociólogos e historiadores fizeram uso de um conceito de classe que foi construído a partir de uma “representação masculina do operário e, embora tenha sido afirmado incansavelmente que 'a classe operária tem dois sexos', na verdade era preciso reconhecer que a classe era masculina, ou seja, que o conceito remetia a uma posição estrutural”. Dando continuidade, ela explica que “a análise das práticas diferenciadoras permanecia num segundo nível de explicitação: o conceito apontava para um paradigma que se pretendia universal, da classe, mas que – os estudos sobre as práticas e a consciência operárias vão tornar evidentes - se fundavam numa generalização das práticas masculinas”. A categoria trabalho sempre esteve presente no pensamento feminista como um assunto de grande relevância. Em relação à agricultura familiar, categorizar as inúmeras atividades que as mulheres realizam dentro do ambiente doméstico, e fora, nas tarefas ligadas a propriedade, possibilitou a elas uma maior visibilidade e valorização, pois passam a serem vistas como produtoras rurais, e não mais apenas como ajudantes do marido. (PAULILO, 2000:1) 2.2- Relações de Gênero e Geração na divisão do trabalho na família As famílias camponesas vivem e se organizam de forma coletiva, sendo que a unidade familiar está sempre ligada à unidade de produção na propriedade, tendo as atividades realizadas em “conjunto” (que foi um termo muito utilizado pelas mulheres entrevistas durante a pesquisa de campo), embora no cotidiano, os papéis que cada membro da família exerça são bem definidos, sendo cada qual responsável por uma ou outra tarefa. As relações de trabalho, quando se trata de agricultura familiar, estão sempre interligadas com as relações de gênero que compõe um núcleo familiar. E na unidade familiar, a divisão do trabalho entre o pai e a mãe e entre os filhos e as filhas (também de acordo com a idade de cada filho ou filha), é distribuída conforme os ciclos anuais produtivos das culturas, e de acordo com dinâmicas internas da família, que costumam respeitar uma hierarquia, onde a figura do pai aparece como central. (DE GRANDI, 1999). A divisão sexual do trabalho nas pequenas propriedades rurais é de caráter patriarcal, sendo as atividades geralmente direcionadas conforme determinação do “chefe de família”, embora o “lugar” de cada um dentro dessa distribuição seja passado de geração para geração, como algo naturalizado. Seria o que Bourdieu definiu como habitus. E mudar esse habitus não é tão simples e tampouco depende só das mulheres. Para elas não é fácil abandonar a posição de dominada, e nem ao homem o papel de dominador. (Bourdieu, 1995 apud Boni, 2005:52) Segundo De Grandi (1999), citando Woorthmann (1997, P. 38), “a ideologia ‘camponesa’ entende o pai de família como aquele que re-une todas as condições para participar de todo o processo de trabalho”, sendo ele que determinaria a distribuição das atividades dentro da propriedade, por ser o portador do conhecimento, mesmo que o restante da família possua o mesmo conhecimento sobre o processo produtivo. Por influência do marxismo, na década de 70 surgem discussões a cerca do trabalho “produtivo” (referindo-se ao trabalho realizado pelos homens, que se tratava de atividades que produziam mais valia) e ao trabalho “improdutivo” (referindo-se ao trabalho realizado pelas mulheres, pois consideravam o trabalho doméstico improdutivo). (PAULILO, 2000:1) CARRASCO (2003:16) diz que a sociedade estaria tradicionalmente dividida em duas esferas distintas: “Por um lado, a esfera pública (masculina), que estaria focada no que se considera social, político e econômico-mercantil e regida pelos critérios de êxito, poder, direitos de liberdade e propriedades universais etc., e relacionada fundamentalmente com a satisfação do componente mais objetivo (o único reconhecido) das necessidades humanas. Por outro, a esfera privada ou doméstica (feminina), que estaria focada no lar, baseada em laços afetivos e sentimentos, desprovida de qualquer idéia de participação social, política ou produtiva e relacionada diretamente com as necessidades subjetivas (sempre esquecidas) das pessoas. A atividade ou participação na denominada esfera privada, destinada socialmente às mulheres, fica relegada ao limbo do invisível, o que lhe nega toda possibilidade de valorização social”. De um modo geral o que se pode observar nas propriedades rurais é que o trabalho do homem está no âmbito produtivo, tendo suas tarefas direcionadas mais aos trabalhos considerados “pesados”, como cuidar da lavoura e das criações de grande porte, que representam uma renda maior para a família. No caso da mulher, o trabalho é considerado reprodutivo, e a ela cabe as atividades ligadas à casa e ao interior da propriedade. (DE GRANDI, 1999). Nessa separação entre produtivo e reprodutivo o homem é considerado o responsável pela produção e a mulher e aos filhos cabe o papel de “ajudantes”. PAULILO (1987) em seu estudo sobre os agricultores nos estados de São Paulo, Paraíba e Santa Catarina, relata que o trabalho realizado pelas mulheres (e pelas crianças) é considerado “leve”, enquanto o trabalho realizado pelos homens é considerado “pesado”. Ela explica que o mesmo trabalho considerado leve em uma região, pode ser considerado pesado em outra, e vice-versa, sendo que o fator determinante para classificar o trabalho como leve ou pesado é a posição na hierarquia familiar de quem o executa. Trabalhos passíveis de serem realizados por mulheres e crianças são considerados “leves” e também recebem uma remuneração menor, ao contrário dos trabalhos considerados masculinos e “pesados”, que ganham valores mais altos que os primeiros. No que tange ao uso de tecnologias, a mulher também tem seu trabalho desvalorizado. Quando o trabalho realizado pela mulher passa a ser mecanizado, ela “perde seu espaço de trabalho, não por que não goste de ‘mexer com máquinas’, mas sim por que o treinamento e a informação para uso das mesmas são dirigidos ao homem, chefe da família” (pág. 21), e acrescenta que isso faz com que as mulheres tenham seu trabalho desmerecido, restando apenas as atividades que não exijam conhecimentos técnicos nem capacitação. (DE GRANDI, 1999:22) De Grandi (1999) diz ainda que há uma diferença entre a situação dos filhos e filhas, já que para os meninos, a situação de subordinação às ordens do pai tende a ser temporária, e a condição das meninas apenas se modifica de filhas “ajudantes” na propriedade do pai, para posteriormente serem esposas “ajudantes” na propriedade do marido. Esse é um dos fatores que indicam serem as mulheres a principal parcela que levam ao esvaziamento do meio rural. 2.2.1- Êxodo rural e processo sucessório Atualmente, há uma grande tendência que a população rural se torne cada vez mais masculina e idosa. No Estado apenas 17% dela tem entre 15 e 24 anos. O êxodo é o grande responsável pela masculinização e envelhecimento. (INFORME, 2006) Um grande número de jovens, não consegue encontrar oportunidades de emprego e renda, não vêem como melhorar sua condição social na agricultura, não possuem estímulos para construir seus projetos de vida nas comunidades rurais e acabam optando por migrar para as cidades. Mas sem mão-de-obra qualificada, estes jovens encontram dificuldades de emprego, aumentando ainda mais os problemas sociais existentes nos centros urbanos. Os jovens rurais acabam “invisíveis” no que diz respeito à sua “inclusão nas demais esferas da vida social, complexificando assim, o entendimento do processo de inserção desse público numa sociedade que se globaliza culturalmente” (STROPASOLAS, 2006) Da mesma forma, observa-se a exclusão dos jovens rurais no campo das políticas públicas, já que estes não recebem um tratamento diferenciado por gênero e renda na grande maioria dos programas governamentais. (STROPASOLAS, 2006) Para jovens que participam do PRAPEM/MICROBACIAS 2, (Programa de Recuperação Ambiental e apoio ao pequeno produtor rural), desenvolvido pelo Governo do Estado de Santa Catarina, apontam como principais fatores para a saída dos jovens do campo, a falta de incentivos, lazer e baixa renda. A vida no campo exige um trabalho árduo, que nem sempre é recompensado financeiramente. Outro ponto apresentado é a falta de autonomia na propriedade rural. As relações de poder presentes no núcleo familiar, muitas vezes excluem os jovens das decisões que envolvem a propriedade rural. Sobre este ponto, a mulher sofre maior exclusão ainda, sobretudo na questão de quem herda a terra. Há um padrão a respeito da sucessão nas propriedades rurais, principalmente nas antigas regiões de colonização italiana e alemã. “Tal padrão comporta variações e exceções, mas geralmente são os filhos homens que herdam a terra, enquanto as mulheres se tornam agricultoras por casamento” (PAULILO, 2000:4). E mesmo nos casos em que a terra pertence à mulher por herança, o marido é considerado o responsável pela propriedade. Nos casos em que as mulheres recebem herança, são quando o casal não possui filhos homens, ou a mulher fica na propriedade para cuidar dos pais; quando a terra não possui mais importância como meio de produção ou quando a propriedade possui grandes extensões de terras. O que PAULILO (2000:4) ressalta aqui é que se preciso excluir alguém, esse alguém será a mulher. Ela levanta um ponto muito interessante, que fala sobre como o alijamento da posse da terra das mulheres é considerado natural, e cita casos em que as mulheres relatam um descontentamento em relação a isso dizendo que “trabalharam tanto quanto seus irmãos na terra dos pais”, o que nos remete a ver a herança como um pagamento de serviços prestados na propriedade, sendo que os filhos que receberam o “estudo” já sabem que não receberão parcela de terra. O que se evidencia com isso, é que o trabalho das mulheres na propriedade não é reconhecido como tal. Sua compensação vem em forma de dote por ocasião do casamento, que pode ser o enxoval, ou uma máquina de costura, ou uma vaca de leite, etc., que obviamente não correspondem ao valor que ela receberia em terras caso herdasse uma parcela como os irmãos homens. “A idéia de que as moças migram mais pela eventual maior receptividade do mercado de trabalho urbano nem sempre é verdadeira. Em algumas situações, a saída do campo pode estar ligada a dinâmicas intra-familiares em que moças têm uma carga de trabalho pesada no interior das unidades de produção, sem qualquer contrapartida que lhes indique horizontes em que sua permanência no campo possa ser valorizada”. (ABRAMOVAY E CAMARANO, 1997:10). Esta saída das moças do campo é incentivada por vezes pelas próprias mães que almejam para as filhas condições melhores de vida do que as que elas tiveram que enfrentar. Depoimentos indicam que as moças que saem do campo para estudar dificilmente retornam. A busca pelos estudos se dá pela recusa do casamento com filhos de agricultores, pois isso representaria “a continuidade da condição da mulher na agricultura, condição vivida por suas mães, e que elas não pretendem reproduzir”. (STROPASOLAS, 2006) 3.2.A Masculinização na Produção de leite Enquanto a atividade leiteira tinha como finalidade principal o consumo interno para a família, a responsabilidade da produção recaía sobre as mulheres. Em geral, a mãe e as filhas eram encarregadas das tarefas de ordenha e manejo das vacas e dos bezerros. Ao homem cabia as atividades mais “pesadas”, como cuidar do “potreiro” (campos de pastagens), retirar esterco dos estábulos, fazer a silagem, e colher o alimento para o gado (trato) quando o pastoreio livre não é suficiente. (MELLO, 1998) Com a inserção do leite no comércio, caracterizando uma maior importância na composição da renda familiar, os homens passam a participar mais dessa atividade, e as relações de trabalho se modificam dentro da família. A mulher continua trabalhando tanto ou mais do que antes, contudo seu trabalho fica restrito ao interior da propriedade, enquanto ao homem compete a parte de contato com os técnicos, financiamentos, etc. (MAGALHÃES, 2009). A atividade leiteira sempre foi uma atividade feminina, então cabia à mulher decidir o que fazer, principalmente com a renda que obtinha dela. Mas quando o leite passa a ter maior expressão na renda familiar, o homem assume o gerenciamento da atividade, e a mulher acaba perdendo a autonomia em relação ao dinheiro que provinha da venda do leite, o qual se destinava de modo geral às compras para a casa, para os filhos e ao pagamento da energia elétrica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ABRAMOVAY; CAMARANO, A.A. “O êxodo rural, envelhecimento e masculinização no Brasil: panorama dos últimos 50 anos”. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 11, 1997, Caxambu. Anais... Caxambu, 1997. ABRAMOVAY, R. “Paradigmas do capitalismo agrário em questão” SP- RJCampinas: HUCITEC; ANPOCS;UNICAMP. . 1992 CARRASCO, Cristina. A sustentabilidade da vida humana: um assunto de mulheres? In: FARIA, Nalu; NOBRE, Mirian (orgs.). A produção do viver: ensaios de economia feminista. São Paulo: SOF. 2003 DE GRANDI, Alessandra Bueno. “Relações de Gênero nas famílias agricultoras associadas a mini-usinas de leite no estado de Santa Catarina”. Dissertação defendida junto ao PPGSO/UFSC. Florianópolis, 1999. DE GRANDI, Alexandra Bueno. Relações de gênero em famílias agricultoras em Santa Catarina. In: PAULILO, Maria Ignez (org.) SCHIMIDT, Wilson (org.). Agricultura e espaço rural em Santa Catarina. Florianópolis: Ed. Da UFSC, 2003. DESER-CEMTR/PR. Gênero e agricultura familiar: cotidiano de vida e trabalho na produção de leite. Curitiba – PR, 1996. FERRARI, Dilvan L.; MELLO, Márcio A. de; TESTA, Vilson M.; SILVESTRO, Milton L. A. “ Agricultores Familiares, exclusão e desafios para inserção econômica na produção de leite em Santa Catarina”. Informações Econômicas, SP, v.35, n.1, jan. 2005. GONÇALVES NETTO, W. Estado e agricultura no Brasil; política agrícola e modernização econômica brasileira 1960-1980. SP: HUCITEC, 1997. GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. HAYGERT, Maria L.L.; DICKIE, Maria A. S. “Produzindo Vida: jovens rurais, ethos camponês e agroecologia”. In: Agricultura Familiar. Bernardete W. Aued e Maria Ignez Silveira Paulilo (org). Florianópolis. Insular, 2004. LOBO, Elizabeth Souza. O trabalho como linguagem: o gênero do trabalho. In: Uma questão de gênero. Albertina de Oliveira Costa e Cristina Bruschini (org). Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos; São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1992. MAGALHÃES, Reginaldo Sales. A 'masculinização' da produção de leite. In: Revista de Economia e Sociologia Rural, Volume 47, nº 1 Jan/Mar de 2009. MELADO, Jurandir. “Pastagens sustentáveis: um sonho possível”. 2007. Disponível em : http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=28797. Site consultado em 17.03.2009. MELLO, Márcio Antonio. “A Trajetória da produção e transformação do leite no oeste catarinense e a busca de vias alternativas”. Dissertação defendida junto ao Programa de Pós Graduação em Agrocecosistemas/UFSC. Florianópolis, 1998. MARTÍN, José Carpio. Desarollo local para um nuevo desarollo rural. In: Anales de Geografia de la Universidad Computense. 2000. p.86. MATTEI, Lauro e ALVES, Pedro A. Migrações no oeste catarinense: história e elementos explicativos. In: Texto para discussão nº 3. Florianópolis, 2007. MELLO, Márcio A. de; SCHMIDT, Wilson. “Agricultura Familiar e a cadeia produtiva no leite no Oeste catarinense: possibilidades para a construção de modelos heterogêneos”. In: Agricultura e espaço rural em Santa Catarina. Maria Ignez Silveira Paulilo e Wilson Schmidt (org). Florianópolis: Ed. da UFSC, 2003. 311p. PAULILO, Maria Ignez Silveira. “Leite: produção familiar, mercado e saúde pública”. Cadernos de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas. Florianópolis, agosto de 2001. PAULILO, Maria Ignez Silveira. O peso do trabalho leve. In. Ciência Hoje, vol. 5 num. 28, jan/fev. 1987. PAULILO, Maria Ignez Silveira. Movimento de mulheres agricultoras: terra e matrimonio. Cadernos de Pesquisa, n 21, junho 2000. PAULILO, M.I.S.; DE GRANDI, A.B.; SILVA M.M. “Mulher e atividade leiteira: a dupla face da exclusão”. Cadernos de Pesquisa, n 21, junho 2000. SCHAPPO, Sirlândia . Políticas públicas no meio rural: O PRONAF e suas interrelações com o fenômeno da migração na Mesorregião Oeste de Santa Catarina. In: XI Congresso Brasileiro de Sociologia, 2003, Campinas. XI Congresso Brasileiro de Sociologia, 2003. SILVA F.C.A ; HEIDEN, F.C.; AGUIAR, V.U.; PAUL, J.M.: “Migração rural e estrutura agrária no oeste catarinense”. 2 ed. revi. e atual. Florianópolis: Instituto Cepa/SC, 2003. 99p. STROPASOLAS, Valmir Luiz. “O mundo rural no horizonte dos jovens”. Florianópolis, Ed. da UFSC, 2006. VIEIRA, Daniella de Deus. Turismo como alternativa de desenvolvimento para o meio rural. Instituto de Geociências – UFMG.Mestrado em Geografia – Área Análise Ambiental. Disponível em: http://www.revistaturismo.com.br/artigos/rural.html. Consultado em 16/06/2009. Sites consultados: http://www.agecom.ufsc.br/index.php?secao=arq&id=6208. Consultado em 09/06/2008. Arquivo de 18/02/2008. www.ibge.gov.br. Consultado em março de 2008. http://pt.wikipedia.org/wiki/Pastoreio_Racional_Voisin. Consultado em 16/06/2009. http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/guerra_contestado.htm. Consultado em : 13/07/2009. http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Contestado. consultado em: 14/07/2009. http://www.sistemavoisin.com.br/voisin.asp. Consultado em 03/08/2009.