A Reencarnação está na Bíblia... Luiz Antonio Rucinski A Reencarnação está na Bíblia... Reencontrando o antigo ensinamento! Porto União – SC 2006 Luiz Antonio Rucinski REVISÃO Liana Márcia Justen CAPA Nícolas Alexandre Rucinski FOTOGRAFIA Luiz Antonio Rucinski 1ª edição – Agosto de 2006 1.000 exemplares “Dedico à minha esposa Maria Izabel e aos meus filhos Tatiana e Nícolas, com muito amor, admiração e carinho.” Índice Agradecimentos 09 01. Uma Pequena História da Bíblia 13 02. As Desigualdades do Nascimento 23 03. Somos Duais: Matéria e Espírito 29 04. A Lei do Carma 37 05. E Na Quarta Geração Tornarão Para Cá 51 06. Algumas Afirmações do Antigo Testamento 59 07. O Espírito de Elias Reencarnou em João Batista 69 08. Os Gêmeos: Jacó e Esaú 83 09. Nas Entrelinhas dos Milagres 89 10. É Necessário Nascer de Novo 99 11. Pelo Lavatório da Reencarnação 109 12. A Evolução Espiritual 121 13. A Glorificação dos Corpos 135 14. Somos Todos Deuses 151 15. Inferno: Uma Criação do Homem 157 16. O Início do Cristianismo, e como Jesus se tornou Deus 173 17. A Substituição da Reencarnação por Dogmas 197 18. Conclusão 237 19. Bibliografia 243 Agradecimentos O ano era 1992. Eu estava começando uma nova atividade profissional: Representação Comercial. Vieram as longas viagens que a nova profissão exigia. O distanciamento da família foi sentido de imediato, saudades da esposa, dos filhos, dos parentes e dos amigos, principalmente no final do dia. Um colega de profissão, percebendo esta dificuldade que comecei a sentir, perguntou-me: - Luiz Antonio, você gosta de ler? - Não, respondi. Na oportunidade, eu estava com 38 anos de idade e ainda não havia lido nenhum livro, nada além de revistas em quadrinhos. No final da semana seguinte, ele me emprestou o livro “Mansões da Alma”, de H. Spencer Lewis, que li em uma semana. Percebi, então, que era exatamente o que me faltava: a leitura. Ao mesmo tempo, aquele tema despertou em mim uma incansável busca, fazendo-me procurar por mais literatura que tratasse da imortalidade da alma. Agradeço, portanto, ao meu amigo Luiz Carlos Rikowski, por haver me emprestado aquele livro e outros, sempre na hora certa e com o assunto certo. Diversos amigos sabendo que estudava sobre o tema da reencarnação, pediram-me que fizesse uma palestra sobre o assunto. Eu, que nunca havia falado em público, acabei aceitando o desafio com certo receio, e, em maio de 2001, fiz minha primeira palestra pública, abordando o assunto em vários tópicos diferentes. Ao final, recebi muitos elogios e o resultado foi um sucesso. Por isso, quero fazer um agradecimento especial a Helga Beate Will Clementino da Silva, que, naquela oportunidade, parabenizoume, dizendo: - Luiz Antonio, você precisa escrever um livro. Ela foi a primeira pessoa que me falou sobre essa hipótese e lembro-me que lhe respondi: - Não, Helga, isto é impossível. Mas ela insistiu dizendo: - Você ainda irá escrever um livro. Vieram novas palestras e outras pessoas falaram sobre o assunto e o sonho agora tornou-se uma realidade. Agradeço também ao meu amigo Edson Miguel Abel Nogueira, pelo seu incentivo e apoio nas horas difíceis. Quando as dúvidas surgiam, era você quem me escutava atentamente e após, com tranqüilidade, dava sua opinião. Também sempre esteve presente nas minhas palestras públicas, mesmo naquelas cidades mais distantes. A Carlos Roberto Durdyn, que acreditou desde o início no resultado positivo de nosso trabalho e também esteve sempre presente, tendo sua participação na escolha do título do livro. A Marcelo Budek, conhecedor das mais variadas linhas do misticismo, dizendo-nos com convicção: Jesus foi nosso irmão mais velho, o exemplo a ser seguido. A Amaury José Varnier, que me cedeu alguns de seus preciosos livros, para que pudéssemos nos aprofundar em nossas pesquisas. A Theodoro de Almeida, a Hilário Zarpelon, e a todos os Fratres e Sorores do Pronaos de União da Vitória, muita Paz Profunda, é o que lhes desejo de coração. Agradeço ainda, pelo apoio recebido dos meus Irmãos: João Sergio Rucinski, Luís Carlos Franzoi e Manoel José Gonçalves da Silva. Aos Irmãos e Cunhadas da Loja União III, bem como a todos os nossos amigos que nos incentivaram, o meu muito obrigado e que o Grande Arquiteto do Universo os abençoe. “A maior de todas as ignorâncias é rejeitar uma coisa sobre a qual você nada sabe.” (H.Jackson Brown) “Os livros falam a verdade, meus irmãos: A vida de cada homem é o resultado de existências anteriores. As injustiças passadas trazem desgostos e sofrimentos; o bem do passado expande a felicidade. Colheis o que semeais, olhai para o campo! O sésamo vem do sésamo, o trigo vem do trigo, o silêncio e a sombra o sabiam! Assim nasce o destino do homem, ele vem colher o sésamo ou o trigo que semeou numa vida passada.“ (Buda, 642 - 558 a.C.) "Renascer... eis a vida, o progresso incessante, o eterno evoluir, eis a lei do Criador! Eis do mestre Jesus, como luz rutilante o ensino imortal no evangelho do amor. Renascer... eis lei imutável, constante, pela qual nosso "eu" no cadinho da dor, em sublime ascensão pela luz deslumbrante, subirá para Deus, nosso Pai e Senhor...” (Chico Xavier, 1.910 – 2.002) Na abertura deste trabalho, é apresentado um pequeno relato sobre a criação do Livro Sagrado, como e quando aconteceram as primeiras traduções e sua formação ao longo dos séculos até os nossos dias. Ele tem sido o best-seller de todos os tempos e já foi traduzido para mais de 2.300 idiomas e dialetos, sendo que somente no século XX, foram vendidos mais de 1,5 bilhão de exemplares no mundo todo. A Bíblia Sagrada possui 73 livros na versão católica e 66 nas versões evangélicas e protestantes. Os sete livros a mais na versão católica, chamados de “deuterocanônicos”, são: Macabeus 1 e 2, Tobias, Judite, Eclesiástico, Sabedoria e Baruc, e foram acrescentados na versão grega do Antigo Testamento, por ocasião da primeira tradução. A Bíblia cristã está dividida em duas partes, tendo a figura de Jesus como divisor, sendo o Antigo Testamento escrito antes do seu nascimento e o Novo Testamento após. A Bíblia judaica possui somente os 39 livros do Antigo Testamento, uma vez que o judaísmo não reconhece Jesus como o Messias relatado em suas profecias. No início, os povos nômades repassavam suas leis de regras morais e práticas espirituais de pai para filho, de geração a geração, ao redor das fogueiras em seus acampamentos, ou através de cânticos, uma forma mais fácil de memorizar. Segundo o Professor Milton Schwantes, da Universidade Metodista de São Paulo, especialista no Antigo Testamento, foi durante o século 8 AC.que se adotou a escrita desses conhecimentos, primeiro em pedaços de cerâmica e em pergaminho, mais tarde em papiro, porém não existe certeza de quais textos tenham sido escritos antes dos demais. Originalmente, dos 39 livros do Antigo Testamento, 37 foram escritos em hebraico, e 2 em aramaico. É importante observar que a escrita usada foi num hebraico consonantal, ou seja, só com consoantes, sem sinais de vocalização. Estes, que substituem as vogais, são conhecidos como Massoretes. Existe uma regra homilética, que associa palavras ou frases com o valor numérico das letras hebraicas, que é a chamada Guematria. A palavra Amor, em hebraico “ahaváh”, tem valor numérico igual a 13 (treze), enquanto que Unidade, em hebraico “échad”, também possui valor numérico igual a 13. Deus em hebraico é “Iahvéh”, e seu valor numérico é 26 (vinte e seis). Observe-se que a soma dos valores das palavras Amor, 13, mais Unidade, 13, é igual a Deus, 26, ficando evidente que Deus é Amor e Unidade, fato numérico que só pode ser verificado na língua hebraica. Entre 336 e 324 AC, Alexandre, o Grande, rei da Macedônia, conquistou parte do mundo conhecido da época, fundando a cidade de Alexandria, no Egito, que se tornou um centro comercial e cultural, atraindo outros povos e considerável número de judeus. Alexandre, educado na cultura grega, determinou que o idioma grego fosse adotado em todas as regiões por ele conquistadas. Isso ocorreu na Síria, Egito, Itália, países da Ásia Menor, entre outros, tornando-se, com o tempo, necessária uma tradução dos textos originais do Velho Testamento, do hebraico para o grego. A primeira tradução para a língua grega ficou conhecida como Septuaginta, a chamada Bíblia dos setenta (LXX). Conta a lenda que, por volta de 285 AC., em Alexandria, o bibliotecário Demétrio solicitou esta tradução ao governante egípcio Ptolomeu Filadelfo, para que uma cópia da mesma constasse da célebre biblioteca da cidade. Para esta tarefa, foram escolhidos 6 representantes de cada uma das 12 tribos de Israel, em um total de 72 sábios. Os 12 grupos foram colocados em locais separados, para que realizassem a tarefa de modo independente, e após todos haverem terminado as traduções, estas foram comparadas e consideradas idênticas. Acredita-se que tenham sido traduzidos somente os 5 primeiros livros, ou seja, o Pentateuco, e mais tarde os demais, com término no ano 150 a.C., aproximadamente. A Septuaginta, como a primeira versão grega, foi a tradução que os Apóstolos teriam usado na época de Jesus, e até hoje é utilizada na correção de erros de tradução. O Novo Testamento foi inteiramente escrito em grego, sendo os quatro principais evangelhos escritos nos períodos: Mateus, entre 70 e 80; Marcos 65 e 70; Lucas, após o ano 70 e João, 90 e 95. Os Atos dos Apóstolos, entre 80 e 90, as Epístolas Paulinas, 50 e 67; Epístolas Católicas 60 e 95, e finalmente, o Apocalipse, 90 e 95. Durante muitos anos, o Evangelho foi repassado de forma oral, antes de ser escrito em sua totalidade. No inicio do Cristianismo, existiam também muitos outros evangelhos e textos. Os primeiros cristãos reuniam-se em locais subterrâneos, as catacumbas, devido às perseguições dos judeus e dos romanos. Por isso, produziam o máximo de cópias dos textos a que tinham acesso. Dentre estes, alguns foram julgados apócrifos, quando houve a escolha dos textos considerados oficiais ou canônicos, formando o Novo Testamento. Entre 150 e 170, Taciano, aluno de Justino, o Mártir, já havia elaborado um resumo da vida de Jesus, baseado nos quatro evangelhos. A crença cristã foi ganhando adeptos em muitas regiões e se tornaram necessárias versões em outras línguas, como o armênio, copta, georgiano e siríaco. Chegaram a ser criados novos alfabetos, para divulgar os evangelhos entre povos que ainda não possuíam a escrita. Um exemplo é a escrita gótica, criada pelo bispo Ulfilas, no século IV. Essa versão, derivada do grego, omitia o livro dos Reis, pelo receio de incentivar os godos para novas guerras, mas mesmo assim estes saquearam Roma em 410. Em 863, os irmãos Cirilo e Metódio criaram o idioma eslavo, com os caracteres que são usados até os dias de hoje, para facilitar a leitura da Bíblia, traduzindo-a para o esloveno, originando as versões escritas russa, ucraniana, sérvia e búlgara. Os 4 evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João, foram definidos como inspirados por Deus, no Concílio de Nicéia, em 325. Em 363, o Novo Testamento é oficialmente reconhecido como canônico, com exceção do Apocalipse. No Concílio de Cartago, em 397, decide-se aceitar a reincorporação do Apocalipse. Deu-se preferência aos escritos de Apóstolos ou Discípulos de Apóstolos, e os que não constaram da lista dos escolhidos, foram considerados apócrifos, o que significa, em grego, escondidos ou reservados. Os apócrifos foram usados por mais de cem anos antes de se tornarem “heréticos”. Depois de longos debates e brigas, em 1.546, no Concílio de Trento, os atuais 27 livros, considerados inspirados por Deus, foram promulgados oficialmente. O Antigo Testamento era dividido em 52 seções, o mesmo número de semanas no ano, possibilitando a leitura de uma seção a cada semana, nas sinagogas. A criação de capítulos é atribuída a Estêvão Langton em 1.228, facilitando a leitura e localização das citações. Em 1.528, criou-se uma nova subdivisão dos textos, que foram agrupados em versículos, trabalhados primeiramente com o Antigo Testamento, pelo Frei Pagnini e em seguida o Novo Testamento, por Roberto Estevão, em 1.550. Os 73 livros da Bíblia Católica ficaram divididos em 1.333 capítulos e 35.700 versículos. Somente em 382 foi feita a tradução para o latim, por São Jerônimo, a pedido do bispo de Roma. Por aproximadamente 20 anos, ele estudou hebraico em Jerusalém, buscando todos os manuscritos existentes do Antigo Testamento, para escrever o texto que ficou conhecido como “Vulgata”, ou seja, Versão Comum, considerada o texto oficial do Cristianismo Ocidental. Jerônimo completou sua obra por volta do ano 400. A Bíblia, em sua versão latina, foi usada por muitos séculos pela igreja, pois as traduções eram difíceis, e além de ter um custo muito alto, eram poucos os que sabiam ler. Em 1.079, o Papa Gregório VII proibiu bíblias Vernáculas (Locais). O primeiro trabalho de tradução da Bíblia em português aconteceu no reinado de D.Diniz (1.279-1.325), baseando-se na Vulgata Latina de Jerônimo, sendo traduzidos somente vinte capítulos do livro de Gênesis. Existem ainda outros registros de trechos datados de 1.495. João Ferreira de Almeida, nascido em 1.628 nas proximidades de Lisboa, traduziu o Novo Testamento em 1.676. Esta versão foi impressa em 1.681, na Holanda. Almeida faleceu em 1.693, deixando a tradução do Antigo Testamento incompleta, tendo traduzido até o Livro de Ezequiel. O trabalho foi concluído por Jacobus Akker, em 1748. Cinco anos mais tarde, em 1.753, surgia a primeira Bíblia em português. Na metade do século XV, na Alemanha, o ourives Johannes Gutemberg desenvolveu a arte de tipos metálicos móveis, criando a primeira prensa, e sendo seu grande trabalho a impressão da tradução da Bíblia para o latim. Posteriormente, as primeiras seis línguas que tiveram suas traduções impressas da Bíblia foram: alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e catalão. Em meados do século 16, já existiam também edições em espanhol, dinamarquês, inglês, sueco, húngaro, islandês, polonês e finlandês. Em 1.790, foi publicada a versão do padre católico Antônio Pereira de Figueiredo, elaborando a tradução para o português diretamente da Vulgata, em sete volumes, consumindo 18 anos de trabalho. Mary Jones, nascida no País de Gales, no século XVIII, com apenas 9 anos de idade, sonhava ter uma Bíblia em casa e no seu idioma, o galês. Porém, dois fatores distanciavam seu sonho da realidade: sua família era muito pobre e os livros, além de muito raros, eram caros, principalmente a Bíblia. Disposta a qualquer sacrifício, a menina trabalhou arduamente e economizou durante 6 anos, percorrendo 40 quilômetros a pé para atingir a sua meta: comprar um exemplar da Bíblia. Sensibilizado com o sacrifício da menina, um grupo de cristãos ingleses decidiu fazer algo para tornar a Bíblia acessível a todos os povos. Em 1.804, foi fundada a primeira Sociedade Bíblica em Londres, a Sociedade Bíblica Britânica & Estrangeira. Hoje, mais de 200 anos depois, existem 137 Sociedades Bíblicas espalhadas pelo mundo. Atualmente, existem diversos tipos de Bíblia: para mulheres, jovens, crianças, pastores, de estudo, bilíngüe, em braile, especiais e comentadas. Uma matéria publicada na “Folha de S. Paulo”, em 05/09/2004, mostra o Brasil liderando a produção de Bíblias no mundo, com uma tiragem média anual de 7 milhões de volumes. Em 2002, o país bateu um recorde, superando os Estados Unidos, devido ao aumento de fiéis nas igrejas evangélicas e ao crescimento da Renovação Carismática da igreja católica, somados às exportações para países de língua portuguesa. Assim, a Bíblia, o Best Seller de todos os tempos, já foi traduzida para mais de 2.300 línguas e dialetos, e somente no século XX, foram vendidos mais de 1,5 bilhão de exemplares no mundo inteiro. “Uma vez que a alma não pode ser encontrada sem o corpo e todavia não é corpo, pode estar neste ou naquele corpo e passar de corpo em corpo.” (Giordano Bruno, 1548 – 1600) "Não posso pensar em inimizade permanente entre homem e homem, e, acreditando, como acredito na teoria do renascimento, vivo na esperança de que, se não nesta existência, mas em alguma outra, poderei abrir os braços a toda a Humanidade, num amplexo amigo”. (Gandhi,1869 – 1948) "Antes de nascer, a criança já viveu e a morte não é o fim. A vida é um evento que passa como o dia solar que renasce". (Papiro egípcio de 5000 anos) “Ó tu, moço ou jovem que te julgas abandonado pelos deuses, saiba que, se te tornares pior, irás ter com as piores almas, ou, se melhor, juntar-te-ás melhores almas, e em toda sucessão de vida e morte farás e sofrerás o que um igual pode merecidamente sofrer nas mãos de iguais. É esta a justiça dos céus.” (Platão, 427 – 347 a.C.) “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 8:38-39) No capítulo 2, começamos a demonstrar que a REENCARNAÇÃO é a justificativa mais plausível para as desigualdades de nascimento. Minhas grandes dúvidas e questionamentos sempre foram as desigualdades de nascimento. Por que uns nascem sadios e inteligentes, enquanto outros doentes, aleijados ou retardados, uns ricos, outros miseráveis; alguns vivem pouco tempo, um ano ou alguns meses ou nem isso, apenas alguns dias, e outros vão até os cem ou passam deles? Devemos analisar a questão do espírito, que pertence a Deus e é algo divino. Como seria então a escolha de que uns sofram uma vida toda em um corpo deficiente, enquanto outros venham num corpo perfeito? São tantas as injustiças, como a morte prematura causada por guerras, doenças, fome, acidentes e infortúnios outros, que não é preciso mencionar. Alguém explicará que é hereditário, ou um caso genético, mas perguntamos: quem não conhece uma família com vários filhos, sendo uns três ou quatro nascidos em corpos sadios, com inteligência e certos dons que se manifestam ainda na infância, mas havendo um filho do mesmo casal com sérios problemas mentais ou físicos? Essa justificativa, então, se torna sem efeito, e se a Bíblia nos diz que Deus é justo, misericordioso, e ama a todos igualmente, começam a surgir contradições. Nasci em uma família católica, muito religiosa, descendente de europeus. Desde a infância nos foi ensinado que não deveríamos faltar à missa dominical, sendo esta falta um pecado grave. Aprendi com meus pais e avós que devíamos prestar muita atenção no sermão do padre, porque ele nos transmitia a palavra de Deus. Mais tarde, na catequese, aprendemos que o padre era o elo que nos ligava com o Criador e somente através da igreja seríamos livrados do fogo eterno do inferno. Após haver cumprido todos os seus dogmas, teríamos nossa alma salva no dia do Juízo Final. As escolas que freqüentávamos possuíam em seu currículo o curso de religião; o mundo em que crescemos girava em torno da Igreja Católica, sem termos acesso a outras doutrinas. Em determinado período de minha vida, quando estava com 12 a 13 anos de idade, meu saudoso pai passou por um período de busca espiritual, e na época não compreendi o significado daquele momento. Eu o acompanhei em sua peregrinação por diversas religiões e seitas, que foram mais de dez, as quais ele freqüentava por um determinado período. Tomava conhecimento de suas diretrizes e caminho, mas não se sentia satisfeito naquela orientação: ele possuía um vazio que necessitava ser preenchido e aquela busca continuou por vários anos. Um dia, sofremos um grave acidente a caminho de uma destas igrejas, quando o veículo que nos levava para o centro da cidade colidiu com um caminhão. Ficamos um longo período em convalescença, sendo que a recuperação de meu pai foi mais difícil, porém, quando recobrou a saúde, julgou o acidente como um sinal de Deus, cessou sua busca e retornou à igreja que pertencia, vivendo ainda muitos anos, seguindo seus preceitos. Meu pai gostava muito de ler a Bíblia, e aos domingos, sentávamos em semicírculo, para ouvir suas leituras, e assim aprendi a me dedicar às Sagradas Escrituras. Somente algum tempo depois de sua morte, compreendi sua jornada espiritual. Eu ansiava por uma resposta convincente, que justificasse as desigualdades. Foi através dos livros que passei a ter acesso a uma literatura que me mostrou um outro mundo, com uma diversidade de religiões e filosofias, muitas delas ensinando a Lei da reencarnação, e as desigualdades da vida começaram a fazer mais sentido para mim, segundo o princípio de que a reencarnação é o cumprimento da lei da causa e efeito, ficando assim mais fácil entender este Deus Justo e Misericordioso. “Se vós que sois maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais o Pai Celestial” (Lucas 11:13) Passei a estudar as entrelinhas da Bíblia, descerrando o véu que encobre um verdadeiro tesouro: os ensinamentos dos primeiros cristãos, nos séculos seguintes a Jesus, como na passagem acima, comparando o amor do Pai Celestial por nós. “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades. Nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 8: 38-39) Nada neste mundo vai nos separar do amor de Deus, portanto, aqui apresento a seguinte questão: como situar o fogo eterno do inferno neste contexto? Desejo mostrar que Deus, em seu infinito amor, nos apresenta muitas oportunidades de voltar a um corpo físico, para repararmos possíveis faltas cometidas em vidas anteriores. “Assim como nos cruzamos por milhares de sonhos na vida presente, também a existência atual é apenas uma entre milhares de vidas para as quais entramos provenientes de uma outra vida mais real... E para a qual retornamos após a morte.” (Tolstoi, escritor russo, 1.828 – 1.910) “E o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.” (Eclesiastes 12:7) “O primeiro homem, sendo da terra, é terreno; o segundo homem é do céu.” (I Coríntios 15:47) Aqui são analisadas dezesseis passagens Bíblicas, mediante as quais fica evidenciado que somos duais, sendo o espírito, imortal e a matéria, finita. “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.” (Gênesis 2-7) “O primeiro homem, sendo da terra, é terreno; o segundo homem é do céu.” (I Coríntios 15:47) Torna-se evidente que nossa formação é composta de dois corpos, o primeiro formado pelo pó da terra, em que são usados elementos primários da natureza e ainda sem vida, senão depois que Deus insuflar em suas narinas o “sopro da vida” - um corpo psíquico, divino, etéreo e imortal. “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.” (João 6:63) “E o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.” (Eclesiastes 12:7) A afirmação mostra que o espírito é que vivifica o corpo, jamais subordinado ao corpo, independe deste para existir, pois já existe e vem ao plano físico para animar um corpo, especialmente preparado para ele. Estas passagens confirmam a existência dos dois corpos, confirmando a separação entre ambos. Na hora em que passarmos pela transição, pela morte física, desencarnamos, ou seja, passamos para um outro plano, não importa a terminologia utilizada para denominá-lo. O corpo físico irá se decompor e voltará ao pó da terra, e o espírito retornará a Deus que o deu. “Nem toda carne é uma mesma carne; mas uma é a carne dos homens, outra a carne dos animais, outra a das aves e outra a dos peixes. Também há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres.” (I Coríntios 15:39-40) Aqui nos é explicado que não só as carnes são diferentes, como as dos homens, animais, aves e peixes. O texto vai além, mostrando a diferença existente entre os corpos, dando ênfase aos celestes, devido à sua glória, a imortalidade: “Mas digo isto, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus; nem a corrupção herda a incorrupção.” (I Coríntios 15:50) “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas.” (II Coríntios 4:18) O Apóstolo Paulo apresenta uma definição perfeita dos diferentes corpos, e nos orienta para que não percamos tempo com o corpo terreno, e sim atentemos ao que não se vê, pois este é eterno, este é o corpo espiritual, a essência, o Eu imortal, terminologia que passaremos a empregar no decorrer do nosso estudo. “Jesus, clamando com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou.” (Lucas 23:46) Jesus, nos seus últimos instantes neste plano físico, nos deixa uma mensagem sobre a importância que tem o corpo espiritual: ao entregar seu espírito imortal ao Pai Celestial, nada menciona sobre o corpo físico, pois Ele tinha plena consciência que este voltaria ao pó e não poderia jamais herdar o reino de Deus. “E todos choravam e pranteavam; ele, porém, disse: Não choreis; ela não está morta, mas dorme. E riam-se dele, sabendo que ela estava morta. Então ele, tomando-lhe a mão, exclamou: Menina, levanta-te. E o seu espírito voltou, e ela se levantou imediatamente; e Jesus mandou que lhe desse de comer.” (Lucas 8:52-55) No milagre da filha de Jairo, então com 12 anos de idade, para os presentes no local, a menina estava morta. Mas o texto diz que Jesus ordenou a ela que se levantasse, o seu espírito voltou e deu vida imediatamente à menina. Ela, no mesmo instante, levantou-se, provando assim que o corpo físico, sem o espírito, não tem vida, pois este é o Eu imortal, que anima nosso corpo. “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.” (Tiago 2:26) Tiago reforça a passagem anterior, indo além, afirmando que o corpo sem o espírito está morto e a fé, sem as suas obras, também está morta, nula. Mostramos com isso que o Eu imortal é eterno e sempre existiu, pois fomos criados à semelhança de Deus. “Jesus lhes disse: "Em verdade, em verdade, vos digo: antes que Abraão existisse, eu sou.” (João 8:58) “E agora, glorifica-me, Pai, junto de ti, com a glória que eu tinha junto de ti antes que o mundo existisse.” (João 17:5). Jesus afirma que, antes de Abrão, “eu sou”, isto é, já existia, e roga a glória que possuía quando estava junto com Ele, antes do mundo existir. No entanto, a Bíblia narra que Jesus foi gerado por Maria, a história de seu nascimento e sua infância, e como poderia Ele ter existido milhares de anos antes? “Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai.” (João 16: 28) O próprio Jesus nos confirma ter vivido outras vidas, observem que ele veio ao mundo e o está deixando outra vez, sendo outra vez, é porque já tinha ido mais vezes à casa de seu Pai. É importante notarmos que o fato está sendo narrado por João, quando Jesus está se despedindo dos seus Apóstolos, portanto não havia morrido nesta existência. “Então disse o Senhor: O meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias serão cento e vinte anos.” (Gênesis 6:3) Enquanto estivermos na carne, estamos com os dias contados, pois o Espírito imortal não ficará para sempre no homem. “Mas que os mortos hão de ressurgir, o próprio Moisés o mostrou, na passagem a respeito da sarça, quando chama ao Senhor; Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó. Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos; porque para ele todos vivem.” (Lucas 20:37-38) Conforme Abraão, Isaque e Jacó já morreram há muito tempo, porém Deus não os considera mortos, pois para Ele todos estão vivos. Isto significa que, encontrando-nos no plano físico ou no plano espiritual, jamais deixaremos de existir. O que precisamos perceber é que o Eu imortal precisa do corpo físico, para poder se manifestar no plano terreno. “Mas disto hão de dar contas àquele que está prestes a julgar os vivos e os mortos. Eis por que o evangelho foi pregado também aos mortos, a fim de que sejam julgados como os homens na carne, mas vivam no espírito, segundo Deus.” (I Pedro 4:6) Quando Pedro estava pregando, naquela região, muitos acreditavam que o final dos tempos estava próximo e que vivos e mortos estariam prestes a serem julgados. E para encontrar lógica no que Pedro estava ensinando, perguntamos por que o Evangelho era pregado também aos mortos? Porque o nosso Eu imortal vai acumulando as experiências vida após vida, evoluindo espiritualmente. “É na experiência da vida que o Homem Evolui” (Harvey Spencer Lewis, 1.883 – 1.939) “Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal.” (II Coríntios 5:10) Neste capítulo, valemo-nos de trinta e três passagens Bíblicas para explicar a Lei da Causa e Efeito, ou seja, o Carma, e demonstrar como está explícita, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, nos ensinamentos de Jesus. Reconhecendo que somos duais - matéria e espírito - e que o corpo físico é apenas o veiculo usado para o nosso eu imortal manifestar-se neste plano, necessitamos de uma justificativa para esses sucessivos retornos. Sabendo que somos filhos de Deus, conseqüentemente carregamos uma centelha divina em nós, que almeja evoluir para atingir a perfeição. É quase impossível isto ocorrer em apenas uma vinda, por isso a Misericórdia Divina nos faculta muitos regressos a este plano, até que tenhamos atingido o estado de perfeição e não mais precisemos retornar. Todos nós, consciente ou inconscientemente, fazemos parte desta roda evolutiva, alguns mais evoluídos, outros ainda principiantes, todos precisando uns dos outros para alcançar nosso objetivo final, que é a perfeição. Porém, para que possamos atingí-la, existem algumas regras, sendo a principal delas a Lei da Causa e Efeito, ou Lei do Carma. A Bíblia esta repleta de exemplos, como veremos mais adiante, que só farão sentido se existir a reencarnação. “Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal.” (II Coríntios 5:10) Seremos julgados no tribunal de Cristo, a cada volta nossa ao plano espiritual. Em outras palavras, toda vez que deixamos o corpo físico, aquela centelha divina, que é parte de Deus, toma consciência de erros praticados na última existência e se prepara então para retornar e reparar estes erros. Conforme esclarece a passagem acima, isto ocorre novamente através de um corpo físico. “Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal.” (Deuteronômio 30:15) Tomamos consciência, no plano espiritual, de que é necessário voltar para reparar aquilo que resultou de escolhas insensatas. Deus nos concedeu a vida, que é temporária neste plano, e a morte, que é apenas um nascimento para o plano espiritual. Também nos facultou o livre arbítrio, dispondo em nosso caminho o bem e o mal, deixando para nós e somente nós a decisão de escolher e realizar o que seja certo ou errado. “Quem derramar sangue de homem, pelo homem terá o seu sangue derramado; porque Deus fez o homem à sua imagem.” (Gênesis 9:6) “Quem ferir a um homem, de modo que este morra, certamente será morto.” (Êxodo 21:12) E o que seria, então, o certo e o errado? Esses versículos indicam, com grande afirmação e muita clareza, que seremos cobrados pelo sangue que derramarmos ou pela vida que tirarmos do próximo. Não restando tempo suficiente na mesma vida, pagaremos na próxima e assim será cumprida a palavra da Bíblia. É preciso lembrar que a linguagem bíblica, utilizada pelos profetas, por Jesus e pelos apóstolos, é simbólica, referindo-se a termos e figuras adequados ao entendimento das pessoas, segundo a realidade social e cultural em que viviam. “Se alguns homens brigarem, e um ferir uma mulher grávida, e for causa de que aborte, não resultando, porém, outro dano, este certamente será multado, conforme o que lhe impuser o marido da mulher, e pagará segundo o arbítrio dos juizes; Mas se resultar dano, então darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe.” (Êxodo 21:22-25) “Quebradura por quebradura, olho por olho, dente por dente; como ele tiver desfigurado algum homem, assim lhe será feito.” (Levíticos 24:20) “Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele; para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda, e sejas lançado na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.” (Mateus 5:25-26) O livro de Êxodo, no Antigo Testamento, afirma que a Lei é implacável, porém, Mateus mostra-nos o caminho a ser seguido, para nos reconciliarmos com as pessoas a quem prejudicamos, enquanto estivermos juntos neste plano. Caso contrário, seremos entregues ao guarda, que para cumprir a lei de Deus, determinará que voltemos ao corpo físico, comparando este à uma prisão, onde pagaremos nosso débito até o último centavo. No Antigo Testamento, encontramos outras referências sobre o retorno cármico: “Porquanto o dia do Senhor está perto, sobre todas as nações, como tu fizeste, assim se fará contigo; o teu feito tornará sobre a tua cabeça.” (Obadias 1:15) “Ele retribui ao homem segundo suas obras, e dá a cada um conforme o seu proceder.” (Jô 34:11) “Retribui-lhes segundo as suas obras e segundo a malícia dos seus feitos; dá-lhes conforme o que fizeram as suas mãos; retribui-lhes o que eles merecem.” (Salmos 28:4) “A ti também, Senhor, pertence a benignidade; pois retribuis a cada um segundo a sua obra.” (Salmos 62:12) “Do fruto das suas palavras o homem se farta de bem; e das obras das suas mãos se lhe retribui.” (Provérvios 12:14) “Se disseres: Eis que não o sabemos; porventura aquele que pesa os corações não o percebe? e aquele que guarda a tua vida não o sabe? e não retribuirá a cada um conforme a sua obra?” (Provérbios 24:12) “Ai do ímpio! mal lhe irá; pois se lhe fará o que as suas mãos fizeram.” (Isaías 3:11) “Tu lhes darás a recompensa, Senhor, conforme a obra das suas mãos.” (Lamentações 3:64) Como se observa, no Antigo Testamento está claro que o retorno cármico fazia parte da Lei dos Profetas. Analisando agora o Novo Testamento, qual a idéia que ele nos apresenta e qual o conceito de Jesus, com referência a este tema? “Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento, porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido.” (Mateus 5:17-18) “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles; porque esta é a lei e os profetas.” (Mateus 7:12) “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.” (Mateus 7:1-2) No Sermão da Montanha, Jesus recomenda que as Leis dos Profetas sejam cumpridas, pois Ele não veio para mudá-las, afirmando que tudo será cumprido até o último til. Para tanto, começa prestando vários ensinamentos, sendo o primeiro que não façamos aos outros aquilo que não queremos para nós, como reconheceremos nas passagens a seguir. “Então Jesus lhe disse: Mete a tua espada no seu lugar; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.” (Mateus 26:52) “Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo as suas obras;” (Romanos 2:5-6) “Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto. Aqui está a perseverança e a fé dos santos.” (Apocalipse 13:10) “Porque cada qual levará o seu próprio fardo.” (Gálatas 6:5) “Vedes então que é pelas obras que o homem é justificado, e não somente pela fé.” (Tiago 2:24) ”E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o tempo da vossa peregrinação.” (I Pedro 1:17) “Alexandre, o latoeiro, me fez muito mal; o Senhor lhe retribuirá segundo as suas obras.” (II Timóteo 4:14) “Ora, uma só coisa é o que planta e o que rega; e cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho.” (I Coríntios 3:8) “Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a sua obra.” (Apocalipse 22:12) “Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.” (Mateus 5:44-45) Tudo aquilo que fizermos aos outros, estaremos fazendo a nós mesmos, e assim, cedo ou tarde, provaremos o nosso próprio veneno. O Mestre Jesus nos deu muitas instruções para não transformarmos nossas próximas vindas a este mundo físico em um autêntico inferno: “Ai do mundo, por causa dos tropeços! pois é inevitável que venham; mas ai do homem por quem o tropeço vier! Se, pois, a tua mão ou o teu pé te fizer tropeçar, corta-o, lança-o de ti; melhor te é entrar na vida aleijado, ou coxo, do que, tendo duas mãos ou dois pés, ser lançado no fogo eterno. E, se teu olho te fizer tropeçar, arranca-o, e lança-o de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho, do que tendo dois olhos, ser lançado no inferno de fogo.”(Mateus 18:7-9) Observemos que a expressão “lançado no inferno de fogo”, do Evangelista Mateus, é a maneira simbólica com que ele nos mostra como seria nossa vinda ao corpo físico, com um fardo cármico para quitar. Aconselha-nos a entrar para a vida totalmente deficientes, mas evitando os tropeços a qualquer custo, desviando-nos assim do inferno de fogo, que é aqui mesmo. Esta é uma passagem de grande intensidade, em que a necessidade de reencarnação, como quitação de atos destrutivos ao próximo, está muito evidente. Analisando a expressão “mas ai do homem por quem o tropeço vier”, interpretamos que o apóstolo se refere ao homem que criou para si um carma negativo fazendo outros tropeçarem e está se preparando para retornar ao plano físico para fazer esta quitação em um corpo aleijado. Segundo nossa interpretação, uma vez que se possui o livre arbítrio e para acelerar o processo de quitação cármica, é preferível que se traga uma deficiência física ao nascer, do que evitá-la, nascendo sadio e não conseguindo assim fazer esta quitação. Para tanto, e em cumprimento à Lei de Causa e Efeito, será necessário retornar quantas vezes for preciso. “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos; volte-se ao Senhor, que se compadecerá dele; e para o nosso Deus, porque é generoso em perdoar.” (Isaías 55:7) “Compassivo e misericordioso é o Senhor; tardio em irar-se e grande em benignidade. Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira.” (Salmos 103:8-9) O Profeta Isaías nos orienta para deixarmos os maus pensamentos e os caminhos errantes da vida e nos dirigirmos ao Senhor. Em Sua bondade, teremos a promessa que não nos punirá perpetuamente, mas nos dará novas oportunidades através da reencarnação. Quando resgatarmos nossos atos destrutivos, estaremos então com nossos carmas negativos quitados e Sua ira se transformará em bondade. “Que vos parece? Se alguém tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará as noventa e nove nos montes para ir buscar a que se extraviou? E, se acontecer achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por esta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram. Assim também não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que venha a perecer um só destes pequeninos.” (Mateus 18:12-14) É evidente nesta passagem que o nosso Criador Supremo não deseja perder nenhum de seus amados filhos; como um pastor, momentaneamente deixaria de cuidar de noventa e nove ovelhas para salvar uma, apenas uma, que se extraviou. Esta salvação ocorre através da reencarnação, para que cada um reencontre o caminho, reparando os atos que fizeram com que saísse do seu rumo. “E embora vivesse duas vezes mil anos, mas não gozasse o bem, - não vão todos para um mesmo lugar?” (Eclesiastes 6:6) Tenhamos em mente que a nossa jornada final é voltar à Deus. A busca incessante que nosso eu imortal persegue e procura está na paz espiritual, a qual só será encontrada mediante a evolução, que é uma missão dura e penosa. Sem o processo evolutivo, justificando as várias oportunidades que temos de voltar, não seria possível concluir nossa caminhada, onde o ponto final será o mesmo para todos, em Deus. “Sinto que logo deixarei esta vida terrena. Mas como estou convencido de que nada existe na natureza que possa ser aniquilado, tenho como certeza que o mais nobre de mim mesmo não cessará de viver. Embora eu me arrisque a não ser rei em minha próxima vida... ora, tanto melhor!... viverei mesmo assim uma vida ativa e, o que é melhor, sofrerei menos por ingratidão.” (Frederico “O Grande”, 1712 – 1786) “Não comecei quando nasci nem quando fui concebido. Eu tenho crescido e evoluído através de incalculáveis miríades de milênios.” (Jack London, escritor americano, 1.876 – 1.916) “Todos os seres humanos experimentaram vidas anteriores... Quem sabe quantas formas físicas o herdeiro do céu ocupa, antes que ele possa compreender o valor daquele silêncio e solidão, cujas planícies estreladas são apenas a antecâmara dos mundos espirituais?” (Honoré Balzac, escritor francês, 1.799 – 1.850) “Quando o organismo físico falece a alma sobrevive. Depois toma conta de outro corpo.” (Paul Gauguin, pintor francês, 1.848 – 1.903) “Tu, porém, irás em paz para teus pais; em boa velhice serás sepultado. Na quarta geração, porém, voltarão para cá; porque a medida da iniqüidade dos Amorreus não está ainda cheia.” (Gênesis 15:15-16) Neste capítulo, são apresentadas sete passagens Bíblicas, frisando que, em uma delas, um simples erro de tradução ou uma alteração - a nosso ver, intencional - trocando a palavra “na” pela preposição “até”, desvirtuou totalmente a doutrina da reencarnação. “Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de ser descoberto, nem oculto que não haja de ser conhecido.” (Mateus 10:26) A própria Bíblia já nos alerta, Mateus nos diz que tudo será descoberto, nada ficara para sempre oculto. A simples substituição de uma preposição, “na” por “até”, muda completamente o significado e a essência da passagem: “Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.” (Êxodo 20:5) As traduções bíblicas que chegaram a nossas mãos possibilitam, na passagem acima, a interpretação de que os filhos e netos pagarão por erros cometidos por seus pais e avós, afirmando que Deus visitará a iniqüidade dos pais nos filhos “até” a terceira e quarta geração. Porém, como podemos conferir na tradução correta da primeira versão latina: “in tertiam et in quartam generationem eorum qui oderunt me” (versão da Bíblia para o Latim, no século IV, dirigida por São Jerônimo) “na terceira e na quarta geração daqueles que me odeiam.” (Tradução correta) A preposição “até”, encontrada em nossas Bíblias, não faz sentido, pois vemos no texto original em Latim “in”, que significa “na”. Não seria justo, segundo as leis divinas já mencionadas nos capítulos anteriores, os filhos pagarem pelos erros dos pais. “E faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam.” (Êxodo 20:6) Encontramos a afirmação, já no capitulo seguinte, que Deus fará misericórdia até mil gerações daqueles que o amam, interpretando gerações como retornos do Eu imortal a um corpo físico. Veremos nas próximas passagens, que a Lei determina que cada um pague pelas suas iniqüidades, e não seus descendentes diretos, filhos, e netos. “Não se farão morrer os pais pelos filhos, nem os filhos pelos pais; cada qual morrerá pelo seu próprio pecado.” (Deuteronômio 24:16) “Naqueles dias não dirão mais: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram. Pelo contrário, cada um morrerá pela sua própria iniqüidade; de todo homem que comer uvas verdes, é que os dentes se embotarão.” (Jeremias 31:29-30) Ficou claro nas passagens citadas que os filhos e netos não pagarão por erros cometidos pelos pais e avós. Não serão os descendentes carnais que irão reparar os erros de uma determinada Alma, ou Eu imortal. A passagem de Êxodo 20:5 fará muito mais sentido se a interpretarmos como a reencarnação do mesmo Eu Espiritual na terceira ou na quarta geração, que estaria voltando num novo corpo, especialmente preparada para ele, como bisneto ou trineto, tendo uma nova chance de quitação do carma. “Pergunta às gerações passadas e medita a experiência dos antepassados. Somos de ontem, não sabemos nada. Nossos dias são uma sombra sobre a terra.” (Jô 8:8-9) O Capítulo 8 do livro de Jó demonstra o curso necessário da justiça divina. Para que ele pudesse melhor compreender o porquê de suas atuais provações, foi-lhe ordenado que perguntasse às gerações passadas, como teria sido o comportamento dos seus antepassados e que era necessário meditar se seu carma se justificava por atos cometidos por seu Eu imortal, no passado, quando estivera vivendo no corpo físico de um deles. Pois se somos de ontem, o texto confirma que já vivemos no passado, já existimos anteriormente e somos como uma sombra que passa, vem e vai. Se de nada recordamos em nossa memória objetiva presente, isso resulta da misericórdia do Criador, para não nos lembrarmos dos erros cometidos no passado, senão através da evolução, do crescimento espiritual e da meditação. “Tu, porém, irás em paz para teus pais; em boa velhice serás sepultado. Na quarta geração, porém, voltarão para cá; porque a medida da iniqüidade dos Amorreus não está ainda cheia.” (Gênesis 15:15-16) Note-se a afirmação de que ele irá para junto de seus pais quando em boa velhice morrer, mas que “voltarão para cá”, na quarta geração. A interpretação do texto não deixa duvidas, pois aqui fica difícil negar a reencarnação. A mensagem é rica em ensinamentos, afirmando que existe um débito coletivo, e que voltaremos para resgatar determinados carmas em novas encarnações, tantas quantas forem necessárias para sua compensação. Podemos interpretar que as personalidades almas, tanto dos descendentes de Abraão, como dos amorreus, teriam que voltar na quarta geração, em novos corpos, e todos viveriam novamente juntos, para que se completassem ou ficassem cheias as medidas das suas iniqüidades. Se o texto é claro quando nos mostra que se voltará na quarta geração, como fica o dogma da espera pelo juízo final? Veremos na seqüência! “A doutrina da reencarnação é clemente para com os que não acreditam nela; ela não fala de inferno nem de paraíso; não faz nenhuma ameaça, aquele que a rejeita só crê numa única e passageira vida. O que me e faz sorrir com a mesma alegria, com que meus contemporâneos riam das religiões de tempos já passados, pois isso não passa de materialismo, crença exclusiva neste mundo que recusa o “além”, um “mundo de retorno.” Entretanto, é preciso viver de tal modo que se possa desejar viver outra vez, como se fosse nosso dever, pois, de toda sorte, viveremos de novo. Marquemos nossa vida com o selo da eternidade, este pensamento é mais rico que todos os dogmas religiosos que nos ensinaram a viver esta vida como sendo efêmera e nos ordenaram a voltar os olhos para o céu, a fim de percebermos uma outra existência, vaga e indefinida.” (Frederich Nietzsche, 1844 – 1900) “Breves foram meus dias entre vós, e mais breves ainda as palavras que pronunciei, mas se minha voz cessa em vossos ouvidos, e se meu amor se apaga em vossa lembrança, eis que retornarei, e com um coração mais rico e lábios mais submissos, ao espírito falarei. Sim, voltarei com a maré, e mesmo que a morte me oculte, que o maior dos silêncios me envolva, procurarei de novo vossa compreensão... Sabei, pois, que do maior silêncio retornarei... Não esqueçais que voltarei para vós... Um breve instante, e meu desejo recolherá o pó e a espuma para um outro corpo. Um breve instante, um momento de repouso no vento, e uma outra mulher me trará ao mundo.” (Khalil Gibran, 1883 - 1931) “Os gênios são almas mais velhas. Alguns pensam que se trata de uma benção ou de um talento, mas na verdade é o fruto de uma longa experiência em muitas vidas passadas.” (Henry Ford, 1863 - 1947) “Eu era um jovem de boas qualidades, coubera-me, por sorte, uma boa alma; Ou antes, sendo bom, entrara num corpo sem mancha” (Sabedoria 8:1920) No capítulo 06, focalizando-se dezoito passagens Bíblicas, percebese, nas entrelinhas, que os profetas e sábios da época já confirmavam, em seus ensinamentos, a doutrina da Reencarnação. Vamos apresentar neste capítulo mais algumas passagens do Antigo Testamento que, a nosso ver, sugerem a reencarnação e não a ressurreição. Jó era muito rico, pois possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas e ainda contava com muitos homens ao seu serviço. Seus dez filhos se davam muito bem entre si. Era também um homem íntegro e reto, temente a Deus e que sempre se desviava do mal. No entanto, em pouco tempo, viu seu mundo desmoronar, perdeu seus bens, criações, empregados e até seus filhos, ficando completamente sem nada, porém ainda lhe restou a fé em Deus. Sabendo que os bens eram passageiros, coisas deste mundo, acreditava em Deus e tinha a certeza de que, através de uma nova mãe, voltaria a terra. Por isso, deu graças ao Senhor: “E disse: Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor deu e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor.” (Jó 1:21) “Eis que eu nasci em iniqüidade, e em pecado me concedeu minha mãe.” (Salmos 51: 5) Existe somente uma justificativa para se nascer em iniqüidade: ter cometido esta iniqüidade em uma existência anterior. E como uma mãe pode gerar um filho já em pecado? Certamente pode, se acreditarmos na préexistência da alma. Em outras palavras: este filho cometeu erros numa vida passada, motivo pelo qual sua mãe o concebeu em pecado. “Eu era um jovem de boas qualidades, coubera-me, por sorte, uma boa alma; Ou antes, sendo bom, entrara num corpo sem mancha.” (Sabedoria 8:19-20) Ao contrário dos anteriores, o autor deste texto afirma que, sendo bom e possuindo boas qualidades, e tendo morrido ainda jovem, como compensação, recebera um novo corpo em sua nova encarnação: um corpo sem mancha, podemos interpretar como significando um corpo perfeito. “Morrendo um homem, porventura tornará a viver? Todos os dias em que agora combato espero até que chegue a minha mudança.” (Jó 14:14) Vamos nos concentrar na pergunta feita: “- acaso tornaremos a viver, após nossa morte?” Notemos que não há negação alguma, quanto à possibilidade de voltar a viver. Pelo contrário, ele esperava pela mudança todos os dias de sua vida, até que esta chegasse. “Tu, que me fizeste ver muitas e penosas tribulações, de novo me restituirás a vida, e de novo me tirarás dos abismos da terra.” (Salmo 71:20) Aqui interpretamos que o Salmista, para se referir à reencarnação, usou a expressão “me restituirás a vida”, e, o que é mais importante, mencionou que “de novo me tirarás dos abismos da terra”. O termo “de novo” significa que ele já havia sido tirado das profundezas da terra anteriormente, e assim tinha a esperança de que de novo voltaria à vida. Há ainda a referência aos abismos da terra, onde somos enterrados. “Ainda que os espalhassem entre os povos, eles se lembrarão de mim em terras remotas; e, com seus filhos, viverão e voltarão.” (Zacarias 10:9) Aqui encontramos a promessa de Deus aos descendentes da tribo de Judá, que, após espalhados e cativos em terras distantes, multiplicar-seiam e, mesmo estando longe, continuariam se lembrando Dele, viveriam e voltariam com seus filhos. Sabemos que o período de exílio foi longo, e que numa só existência seria impossível estar ali presente, ouvir a promessa, ir para terras remotas, viver com os filhos e voltar do cativeiro na mesma geração. Mas a promessa se tornaria possível, se reencarnado em novo corpo, entre seus descendentes. “Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei; às nações te dei por profeta.” (Jeremias 1:5) A nosso ver, este texto apresenta um caso de reencarnação. Ao afirmar que já o conhecia: “Antes que eu te formasse no ventre”, quer dizer, antes mesmo da concepção, Deus já o tinha como justo o suficiente para lhe dar a missão de ser um grande profeta entre as nações. É evidente que o Eu Espiritual de Jeremias já existia e era bastante evoluído para receber essa importante missão. “Assim fala o Senhor Iahweh a estes ossos: Eis que vou fazer com que sejais penetrados pelo espírito e vivereis.” (Ezequiel 37:5) “Então ele me disse: Filho do homem, estes ossos representam toda a casa de Israel, que está a dizer: Os nossos ossos estão secos, a nossa esperança está desfeita. Para nós está tudo acabado. Pois bem, profetiza e dize-lhe: Assim diz o Senhor Iahweh: Eis que vou abrir os vossos túmulos e vos farei subir dos vossos túmulos, ó meu povo, e vos reconduzirei para a terra de Israel. Então sabereis que eu sou Iahweh, quando eu abrir os vossos túmulos e vos fizer subir de dentro deles, ó meu povo. Porei o meu espírito dentro de vós e haveis de reviver: eu vos reporei em vossa terra e sabereis que eu, Iahweh, falei e hei de fazer, oráculo de Iahweh.” (Ezequiel 37:11-14) Notemos que Yahweh (Deus) está usando Ezequiel como intermediário, ou médium, para se comunicar com o povo de Israel, fazendo-lhe uma promessa. O texto nos mostra a doutrina da reencarnação, se entendermos que os ossos representam esse povo, que, após a morte, foi enterrado em seus túmulos.“Os nossos ossos estão secos, a nossa esperança está desfeita.” Podemos interpretar claramente que já estavam mortos, e, assim, para eles tudo havia se acabado. Porém, Yahweh, que os chamava de meu povo, através do Profeta Ezequiel, lhes falou: “Eis que vou abrir os vossos túmulos e vos farei subir dos vossos túmulos,” farei entrar neles o meu espírito, “e haveis de reviver” Ele está afirmando que os reviveria, portanto voltariam reencarnados, numa outra oportunidade: “eu vos reporei em vossa terra”, ou seja, voltariam para a terra em que tinham vivido antes de haver sido enterrados. A ressurreição do último dia, ou Juízo Final, não é mencionada, o que demonstra que esta possibilidade não existe no texto, pois não se fala em céu, purgatório, muito menos em inferno. Voltarão sim, à terra de Israel, à vossa terra. Voltar e reviver, depois de os ossos já estarem secos, é reencarnação e não ressurreição! “Pelo que consultou Saul ao Senhor, porém o Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas.” (I Samuel 28:6) O rei, nessa oportunidade, era Saul, em substituição a Samuel, que já havia morrido. Os filisteus estavam nas proximidades e com um exército muito maior que o seu. Então, Saul pediu uma resposta do Senhor sobre a situação, mas este nada respondeu. “Então disse Saul aos seus servos: Buscai-me uma necromante, para que eu vá a ela e a consulte. Disseram-lhe os seus servos: Eis que em En-Dor há uma mulher que é necromante.” (I Samuel 28:8) O próprio Rei Saul havia determinado que fossem mortos todas as necromantes (mulheres que se comunicavam com os mortos) e adivinhos da terra. Mas os seus servos sabiam de uma que sobrevivera em Em-Dor, e ele, então a procurou, disfarçado. Ela lhe alertou sobre a perseguição do Rei, mas acabou cedendo aos seus apelos e perguntou com quem desejava se comunicar. “A mulher então lhe perguntou: Quem te farei subir? Respondeu ele: Fazeme subir Samuel.” (I Samuel 28:11) Mas, em seguida a mulher gritou em alta voz: - “Por que me enganaste? Pois tu mesmo és Saul!” Então o rei a acalmou e prometeu que nada lhe aconteceria. E assim a necromante trouxe o já morto Samuel para ser interrogado por Saul. “Samuel disse a Saul: Por que me inquietaste, fazendo-me subir? Então disse Saul: Estou muito angustiado, porque os filisteus guerreiam contra mim, e Deus se tem desviado de mim, e já não me responde, nem por intermédio dos profetas nem por sonhos; por isso te chamei, para que me faças saber o que hei de fazer.” (I Samuel 28:15) Mas Samuel nada podia fazer, e reclamou por ter sido molestado de seu descanso, mas atendendo o apelo de Saul, lhe disse: “E o Senhor entregará também a Israel contigo na mão dos filisteus. Amanhã tu e teus filhos estareis comigo, e o Senhor entregará o arraial de Israel na mão dos filisteus.” (I Samuel 28:19) A Bíblia proíbe a comunicação com os mortos, e não nos cabe aqui questionar essa contradição, mas como explicar que Saul tenha ido consultar Samuel, se este já estava morto? Ao menos, ficamos sabendo que, após nossa morte, continuamos existindo, isto é um fato que não há como negar. “Não voltarás para nos vivificar, e para teu povo se alegrar contigo?” (Salmo 85:7) “Andarei perante o Senhor, na terra dos viventes.” (Salmo 116:9) Temos aqui duas passagens dos Salmos: a indagação sobre se irão ser vivificados novamente, e a promessa de que se andará perante o Senhor na terra dos viventes. Isto significa que estão aguardando suas oportunidades de reencarnar novamente. “Os teus mortos viverão, os seus corpos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó; porque o teu orvalho é orvalho de luz, e sobre a terra das sombras fá-lo-ás cair.” (Isaías 26:19) Entendemos que, quando o texto nos mostra que os habitantes do pó, ou “os teus mortos viverão”, significa que somos imortais e retornaremos ao plano físico, como o orvalho que cai sobre a terra. “Mais vale o bom nome do que o bom perfume; o dia da morte do que o dia do nascimento.” (Eclesiastes 7:1) Se a Bíblia nos diz que é melhor o dia da morte do que o dia do nascimento, está se referindo ao corpo físico que deixaremos para trás, pois somente o Eu Imortal sobreviverá, e não haverá mais dor nem sofrimento e sim muita paz e um merecido período de descanso, para logo voltarmos novamente em busca do crescimento espiritual! “Digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram; mas fizeramlhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem há de padecer às mãos deles. Então entenderam os discípulos que lhes falava a respeito de João, o Batista.” (Mateus 17:11-13) Estabelecendo-se um paralelo entre o Antigo e o Novo Testamento, são analisados vinte e cinco trechos bíblicos, dentre eles os que Jesus afirma que Elias reencarnou em João Batista, confirmando que o Eu Imortal de ambos é o mesmo. Buscaremos demonstrar, neste capítulo, que o Espírito ou Eu Imortal que animou o corpo físico do Profeta Elias reencarnou no corpo físico de João Batista. Indicaremos também aspectos comuns entre atitudes e fatos que os dois personagens vivenciaram, semelhantes demais para ser apenas coincidências. Mostraremos ainda a lei do carma aplicada como justiça divina e a afirmação do próprio Mestre Jesus, dizendo ser João Batista o Profeta Elias que haveria de vir, assim como entenderam os discípulos. “Eis que eu envio o meu mensageiro, e ele há de preparar o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, e o anjo do pacto, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos exércitos.” (Malaquias 3:1) O Livro de Malaquias é o último do Antigo Testamento, escrito entre 430 e 420 AC. E, na passagem acima, encontramos a promessa de que alguém viria para preparar o caminho diante do Senhor: “Eis que eu envio o meu mensageiro.” “Este é aquele de quem está escrito: Eis aí envio eu ante a tua face o meu mensageiro, que há de preparar adiante de ti o teu caminho. Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu outro maior do que João, o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele. E desde os dias de João, o Batista, até agora, o reino dos céus é tomado a força, e os violentos o tomam de assalto. Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos, ouça.” (Mateus 11:10-15) O Evangelho de Mateus é o que abre o Novo Testamento, e nesta ocasião o próprio Mestre Jesus confirma que João Batista é o mensageiro prometido: “Este é aquele de que está escrito: Eis que envio eu ante a tua face o meu mensageiro.” Também é destacada a grandeza de sua evolução espiritual - era o maior dos nascidos de mulher - dentre os que estavam no plano físico naquela ocasião. Porém, no reino dos céus, ele ainda não tinha esta grandeza, e era o menor dentre eles; como veremos mais adiante, João Batista ainda possuía um débito para quitar. Pode-se concluir ainda que os que estão no reino dos céus não voltam a nascer de mulher. Mas a confirmação do Mestre de que ele era Elias não deixa dúvida: “é este o Elias que havia de vir.” E parece que o Mestre sabia que muitos não iriam acreditar na afirmação de que João Batista era Elias, pois alertou: “E, se quereis dar crédito”, ou seja, se quiserem acreditar, acreditem, pois “Quem tem ouvidos, ouça.” “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” (Malaquias 4:5) Lembramos que o primeiro texto apenas dizia que viria um mensageiro, sem citar nome, porém, o capítulo 4:5 confirma que se trata do profeta Elias. Quanto ao grande e terrível dia do Senhor, todos nós sabemos que se refere a crucificação de Jesus. “Mas o anjo lhe disse: Não temais, Zacarias; porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher,” te dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João e terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento; porque ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida forte; e será cheio do Espírito Santo já desde o ventre de sua mãe; converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus; irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, a fim de preparar para o Senhor um povo apercebido.” (Lucas 1:13-17) Lucas confirma o grau de evolução do espírito de João Batista, e a importância de sua vinda naquela ocasião. Relata que foi anunciado por um anjo, trazendo a boa nova a Zacarias, de que mesmo sendo sua esposa Isabel, estéril e de idade avançada como ele, teriam um filho que traria muitas alegrias e fazendo recomendação quando ao nome, João, “porque será grande diante do Senhor” e “irá adiante dele no espírito e poder de Elias.” Evidencia-se aqui que o retorno de Elias é espiritual, reencarnando em um novo corpo físico, concebido nesta ocasião por Izabel, esposa de Zacarias. “Respondeu João: O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu. Vós mesmos me sois testemunhas de que eu disse: Não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele.” (João 3:27-28) João Batista reiterou que os que o conheciam sabiam que ele não era o Cristo, mas o enviado antes dele, como haviam anunciado as profecias, confirmando assim ser Elias voltando para cumprir aquela missão. "João dizia, pois, às multidões que saíam para ser batizadas por ele: Raça de víboras, quem vos ensina a fugir da ira vindoura?” (Lucas 3:7) "Sucedeu que, ao meio-dia, Elias zombava deles, dizendo: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; talvez esteja dormindo, e necessite de que o acordem.” (I Reis 18:27) Nestas duas passagens vemos que tanto João como Elias eram intrépidos, destemidos, corajosos, desafiadores. “Ora, João usava uma veste de pêlos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre.” (Marcos 1:6) “Ora, João usava uma veste de pêlos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.” (Mateus 3:4) Se a semelhança entre os trajes de João e Elias é algo que nos chama a atenção, as vestes do primeiro, nos Evangelhos de Marcos e de Mateus, são descritas em passagens idênticas: as vestes eram de pêlos de camelo e usava um cinto de couro em torno de seus lombos. O fato é narrado em dois evangelhos, o que nos leva a crer que os trajes de João eram diferentes dos costumes da região, digamos, um estilo próprio. “Pelo que ele lhes indagou: Qual era a aparência do homem que subiu ao vosso encontro e vos falou estas palavras? Responderam-lhe eles: Era um homem vestido de pêlos, e com os lombos cingidos dum cinto de couro. Então disse ele: É Elias, o tisbita.” (II Reis 1:7-8) No passado, o espírito de João Batista, quando estava encarnado no corpo de Elias, também era descrito como vestindo pêlos e tendo um cinto de couro nos lombos. Interessante observar que, quando os mensageiros relataram seus trajes para o rei Acabe, este imediatamente o reconheceu como sendo Elias, o tisbita, pois provavelmente ninguém mais se vestia assim. “Ao que disse Acabe a Elias: Já me achaste, ó inimigo meu? Respondeu ele: Achei-te; porque te vendeste para fazeres o que é mau aos olhos do Senhor.” (I Reis 21:20) “Ora, Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito, e como matara à espada todos os profetas. Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses, e outro tanto, se até amanhã a estas horas eu não fizer a tua vida como a de um deles. Quando ele viu isto, levantou-se e, para escapar com vida, se foi. E chegando a Berseba, que pertence a Judá, deixou ali o seu moço.” (I Reis 19:1-3) Elias ameaçou e repreendeu o rei Acabe, porque este, incitado por sua mulher Jezabel, havia feito grandes abominações e desrespeitado as leis de Deus, e então passou a perseguir Elias. Mais tarde, a própria Jezabel mandou ameaçar Elias, que, sentindo o perigo e para salvar sua vida, fugiu para Berseba. “Pois João dizia a Herodes: Não te é lícito ter a mulher de teu irmão. Por isso Herodias lhe guardava rancor e queria matá-lo, mas não podia.” (Marcos 6:18-19) “Pois Herodes havia prendido a João, e, maniatando-o, o guardara no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Felipe; porque João lhe dizia: Não te é lícito possuí-la. E queria matá-lo, mas temia o povo; porque o tinham como profeta.” (Mateus 14:3-5) E com João Batista não foi diferente. Também desafiou o rei Herodes, repreendendo-o por tomar a mulher de seu próprio irmão, e, de modo similar a Elias, foi perseguido e odiado por um rei e uma mulher. “Elias lhes disse: Prendei os profetas de Baal; que nenhum deles escape! E eles os prenderam. Elias fê-los descer para perto da torrente do Quison e lá os degolou.” (I Reis 18:40) Após vencer um desafio contra os profetas de Baal, Elias os mandou prender e ele mesmo os degolou, criando para si uma dívida cármica. Conforme vimos no capítulo 4, aqui se faz e aqui se paga. “E tornando logo com pressa à presença do rei, pediu, dizendo: Quero que imediatamente me dês num prato a cabeça de João, o Batista. Ora, entristeceu-se muito o rei; todavia, por causa dos seus juramentos e por causa dos que estavam à mesa, não lha quis negar. O rei, pois, enviou logo um soldado da sua guarda com ordem de trazer a cabeça de João. Então ele foi e o degolou no cárcere, e trouxe a cabeça num prato e a deu à jovem, e a jovem a deu à sua mãe.” (Marcos 6:25-28) Por ocasião do aniversário do rei Herodes, apresentou-se dançando a filha de sua amante, que muito o agradou e este lhe disse: - “Pede-me o que quiseres e será teu”. Incitada pela mãe, que queria se vingar de João Batista, a jovem pediu a cabeça deste. Como vimos no texto acima, o profeta foi então degolado no cárcere e imediatamente sua cabeça foi levada em um prato para a jovem, que a entregou à sua mãe. João possuía uma grande missão, vindo adiante de Jesus, preparando o caminho do Mestre, mas tinha uma dívida cármica e, assim como fêz aos profetas de Baal, quando ainda era Elias, assim foi lhe feito como João Batista. “E este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu? Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo. Ao que lhe perguntaram: Pois que? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não.” (João 1:19-21) Por que João Batista diz que não é Elias? Porque nosso Eu Imortal, nosso espírito eterno é um só, porém, em cada encarnação no plano físico, criamos uma nova personalidade. Naquele momento, de fato João Batista não era Elias, ele fôra Elias no passado. Nossa personalidade muda de encarnação para encarnação. Quando o Eu Imortal reencarna, abandona por completo a personalidade anterior. Notemos ainda que os sacerdotes e levitas conheciam a lei a fundo; quando perguntaram a João se ele era Elias, estavam falando de reencarnação, como alguém que morreu há séculos estaria ali diante deles. “Enquanto ele estava orando à parte achavam-se com ele somente seus discípulos; e perguntou-lhes: Quem dizem as multidões que eu sou? Responderam eles: Uns dizem: João, o Batista; outros: Elias; e ainda outros, que um dos antigos profetas se levantou.” (Lucas 9:18-19) “Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas.” (Mateus 16:13-14) Os discípulos também acreditavam em reencarnação, pois quando o Mestre lhes perguntou o que diziam a seu respeito, deram a mesma resposta, tanto em Lucas como em Mateus: Falaram-lhe que podia ser João que já havia morrido, ou Elias, Jeremias ou algum dos profetas. Eles acreditavam numa forma de retorno, porem não sabiam como isso acontecia. “Então lhe perguntaram: Por que dizem os escribas que é necessário que Elias venha primeiro? Respondeu-lhes Jesus: Na verdade Elias havia de vir primeiro, a restaurar todas as coisas; e como é que está escrito acerca do Filho do homem que ele deva padecer muito a ser aviltado? Digo-vos, porém, que Elias já veio, e fizeram-lhe tudo quanto quiseram, como dele está escrito.” (Marcos 9:11-13) Como estava anunciado pelos escribas, que era necessário que Elias viesse primeiro, os discípulos não o reconheceram como João Batista, mas o Mestre confirmou que Elias já havia vindo, e lhe fizeram tudo quanto quiseram, como estava escrito. “Perguntaram-lhe os discípulos: Por que dizem então os escribas que é necessário que Elias venha primeiro? Respondeu ele: Na verdade Elias havia de vir e restaurar todas as coisas; digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem há de padecer às mãos deles. Então entenderam os discípulos que lhes falava a respeito de João, o Batista.” (Mateus 17:1013) Aqui Mateus repete o texto de Marcos, mas vai além não deixando duvidas. “Digo-vos, porém, que Elias já veio” e que, como ele, João Batista, sofreu, o Filho do Homem haveria de padecer nas mãos deles. “Então entenderam os discípulos que lhes falava a respeito de João, o Batista.” “E, indo eles caminhando e conversando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.” (II-Reis 2:12) Muitas pessoas argumentam que Elias não poderia reencarnar como João Batista, porque foi arrebatado aos céus. Observemos as seguintes passagens: “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem.” (João 3:13) “Mas digo isto, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus.” (I Cor. 15:50) Se o Apóstolo João nos diz que ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, ou seja, Jesus, o Filho do homem, e nos é ensinado que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus, Elias não foi arrebatado aos céus, definitivamente. O texto bíblico fala em redemoinho - talvez tenha ocorrido uma forte tempestade com raios e relâmpagos. “Então lhe veio uma carta da parte de Elias, o profeta, que dizia: Assim diz o Senhor, Deus de Davi teu pai: Porquanto não andaste nos caminhos de Jeosafá, teu pai, e nos caminhos de Asa, rei de Judá.” (II Crônicas 21:12) “Posteriormente, a Bíblia informa que Jeorão recebeu uma carta de Elias, assim, quando Jeorão, rei de Judá, começou a reinar, já havia ocorrido o que está escrito em II-Reis, 2:12, e se Elias ainda podia enviar uma carta ao rei Jeorão é porque, após a sua “ascensão”, continuava aqui na terra profetizando para o reino de Judá.” (FINOTTI. 1972 p.26 e 27) "Sou reencarnacionista por três razões: a doutrina reencarnacionista é justa, racional, verossimilmente científica e provavelmente verdadeira." (Gustave Geley, 1.865 – 1.924) “Como está escrito: Amei a Jacó, e aborreci a Esaú. Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum.” (Romanos 9:13-14) À primeira vista, passa despercebido, nos versículos acima, que a declaração de Deus foi anterior ao nascimento dos gêmeos Jacó e Esaú. “E os filhos lutavam no ventre dela; então ela disse: Por que estou eu assim? E foi consultar ao Senhor. Respondeu-lhe o Senhor: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas estranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o mais velho servirá ao mais moço.” (Gênesis 25:22-23) Isaac, filho de Abraão, era casado com Rebeca e esta, sendo estéril, não podia ter filhos. Porém, o Senhor atendeu as orações de Isaac, e permitiu que Rebeca concebesse, ficando grávida de gêmeos. Estes lutavam em seu ventre, e, sofrendo muito com as dores, ela foi consultar ao Senhor, que lhe respondeu: “-Duas nações há no teu ventre, um será mais forte que o outro e o mais velho servirá ao mais moço”. Esaú, vermelho e cabeludo, nasceu primeiro; e Jacó, em seguida, agarrado ao calcanhar de Esaú. Era costume, naquela época, que o primogênito ocupasse o lugar do pai, desde que este o abençoasse. Jacó, fazendo-se passar pelo irmão mais velho Esaú com uma pele de cabra sobre os braços, enganou a Isaac, este já velho e quase cego, e assim recebeu a bênção paterna. Então, Jacó teve doze filhos, que deram origem às doze tribos de Israel. A justificativa que encontramos para o fato de que os irmãos já brigavam antes do nascimento, ainda no ventre da mãe, é que eles já existiam antes da concepção, trazendo diferenças a serem resolvidas em relação a vidas passadas. A própria servidão do mais velho em favor do mais novo indica que Jacó adquiriu este merecimento em vidas anteriores. Do contrário, não compreendemos o porquê de Deus criar dois espíritos, ou duas almas, para serem inimigos desde o ventre da mãe. As diferenças estavam neles mesmos e não em Deus. “Como está escrito: Amei a Jacó, e aborreci a Esaú. Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum.” (Romanos 9:13-14) Aqui fica muito mais clara nossa observação, pois como se explicaria a declaração feita por Deus quanto a amar mais a Jacó e estar aborrecido com Esaú? Certamente conhecia seus atos de vidas anteriores. Que diremos, pois? Deus é injusto? O próprio Paulo, na carta aos Romanos, nos garante que de modo nenhum há injustiça por parte de Deus, e sim uma bênção divina, nos dando nova chance num novo corpo físico, para podermos reparar nossas faltas. “Ao cabo de dias trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura. Ora, atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta, mas para Caim e para a sua oferta não atentou. Pelo que irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante.” (Gênesis 4:3-6) Há, neste caso, uma preferência de Deus por Abel e por suas oferendas, e perguntamos: por que não gostou das ofertas de Caim? Provavelmente, Deus que já conhecia bem o Eu Imortal de Caim e o grau de evolução de cada um dos irmãos. Somente a preexistência de ambos em uma vida anterior é que justificaria a preferência. Porquanto ambos houvessem nascido espiritualmente pela primeira vez, não poderia haver diferença entre os dois irmãos. “Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.” (João 8:34) O Mestre nos ensinou, através de João, que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. Assim compreendemos o que ocorreu com os gêmeos de Rebeca e com os irmãos Caim e Abel: tornaram-se escravos de seus erros no passado. “Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele; para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.” (Mateus 5:25-26) Perdoa teu inimigo enquanto estás a caminho com ele, por desavenças criadas (em vidas passadas), caso contrário, o adversário te entregará ao juiz (Eu Imortal) e este te entregará ao oficial de justiça (Lei Divina) que te enviará à prisão (corpo físico). E não sairemos desta roda da vida até que paguemos o último ceitil. “Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” (Romanos 14:12) Na ocasião de cada transição, cada morte física, nosso Eu Imortal prestará contas de si mesmo a Deus, e de imediato saberá o que deve fazer na próxima vinda, para compensar as diferenças com nossos irmãos de caminhada evolutiva. É necessário destacar que, da mesma forma, há compensação para escolhas acertadas e atos construtivos, que resultarão em carma positivo, pois a lei divina é justa. Isto explica as diferentes bênçãos que são atribuídas aos mesmos integrantes de uma família, e a diversidade de dons, inteligência, saúde e outras que se fazem notar na sociedade humana. Mesmo sendo inúmeras as dificuldades e provações pelas quais deve passar uma alma encarnada no corpo físico, é importante entendê-las como formas de resgate de atos passados, em uma nova oportunidade. Assim, não devemos nos queixar, mas enfrentar essas coisas com coragem, paciência e perseverança. A fé na bondade e na misericórdia divina é fundamental, para que possamos atravessar a jornada terrena com a certeza de estar vencendo os próprios empecilhos à evolução que nos conduzirá ao Pai Celestial. “E passando Jesus, viu um homem cego de nascença. Perguntaram-lhe os seus discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (João 9:1-2) Cabe aqui a pergunta dos discípulos: se a cegueira do homem que Jesus viu era de nascença, ele pecou quando e onde, para nascer desta maneira? Mediante a análise detalhada de doze passagens Bíblicas, provamos que os filhos não pagam pelos erros dos pais. O cego de nascença O Mestre Jesus pregava a seus discípulos, caminhando com eles e sempre lhes ensinando algo de novo. Em uma determinada oportunidade, conforme consta no Evangelho de João... “E passando Jesus, viu um homem cego de nascença. Perguntaram-lhe os seus discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (João 9:1-2) Prestemos atenção à pergunta dos discípulos: “– quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” Sem interferência de dogmas, somente com a razão e usando a lógica, se ele pecou para nascer cego, pecou quando? Só pode ter sido em uma existência anterior, ou seja, em uma outra vida. Mas a pergunta é extensiva também aos seus pais; naquela época, não se empregavam as palavras avós, bisavós, tataravós, etc., quando se falava seus pais, estava-se referindo aos antepassados, às gerações passadas. “Pergunta às gerações passadas, e medita a experiência dos antepassados. Porque somos de ontem, e nada sabemos.” (Jó 8:8-9) Na interpretação da passagem acima, já citada na página 55, o autor está sugerindo que sondemos o passado de nossos avós, bisavós, etc., pois o nosso espírito, o eu imortal, pode muito bem ter encarnado anteriormente, como um destes nossos antepassados, e hoje estamos quitando algum débito (carma) daquela encarnação, ou de outra anterior. A frase seguinte confirma: Porque somos de ontem e nada sabemos, ou não lembramos. Retornando à pergunta dos discípulos ao Mestre, esta se relacionava com alguma espécie de erro cometido no passado e que, nesta oportunidade, ele estaria pagando. Eles estavam se referindo a uma geração passada, porque o filho não paga pelo erro do pai, conforme a citação a seguir. “Sim, a pessoa que peca é a que morre! O filho não sofre o castigo da iniqüidade do pai, como o pai não sofre o castigo da iniqüidade do filho: a justiça do justo será imputada a ele, exatamente como a impiedade do ímpio será imputada a ele.” (Ezequiel 18:20) Observe-se também a naturalidade com que a pergunta foi feita, como se a doutrina da reencarnação fosse algo comum entre eles e fizesse parte da cultura da época. Mas, supondo que a reencarnação não exista e que os discípulos estivessem errados, perguntamos: não seria esta uma ótima oportunidade para o Mestre chamar a atenção deles, corrigindo-os e mostrando um outro ensinamento, como sempre fazia? Porém, o Mestre não nega a reencarnação em parte alguma. “Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que nele se manifestem as obras de Deus.” (João 9:3) Aquele era um caso especial - um ser de grande evolução espiritual, pois não pecara em outra vida, segundo o próprio Jesus, muito menos seus pais, mas prontificara-se a vir naquela encarnação com um defeito físico, para que, ao encontrar Jesus, este fizesse um dos principais milagres, que todos testemunhassem e acreditassem. E manifestou-se naquele homem uma verdadeira obra de Deus. “Importa que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; vem à noite, quando ninguém pode trabalhar.” (João 9:4) “Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.” (II Pedro 3:8) Não acreditamos que ele estivesse falando de um dia de 24 horas, pois para ele um dia era como mil anos. Simbolicamente, um dia representava aquela vida, até sua morte na cruz, quando então viria a noite, quando ninguém pode trabalhar. Ele sabia que seu tempo entre nós era curto e por isso precisava ensinar e ajudar o quanto pudesse, inclusive fazendo milagres. “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. Dito isto, cuspiu no chão e com a saliva fez lodo, e untou com lodo os olhos do cego, e disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa Enviado). E ele foi, lavou-se, e voltou vendo. Então os vizinhos e aqueles que antes o tinham visto, quando mendigo, perguntavam: Não é este o mesmo que se sentava a mendigar? Uns diziam: É ele. E outros: Não é, mas se parece com ele. Ele dizia: Sou eu. Perguntaram-lhe, pois: Como se te abriram os olhos? Respondeu ele: O homem que se chama Jesus fez lodo, untou-me os olhos, e disse-me: Vai a Siloé e lava-te. Fui, pois, lavei-me, e fiquei vendo. E perguntaram-lhe: Onde está ele? Respondeu: Não sei. Levaram aos fariseus o que fora cego. Ora, era sábado o dia em que Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos.” (João 9:5-14) “Tornaram, pois, a perguntar ao cego: Que dizes tu a respeito dele, visto que te abriu os olhos? E ele respondeu: É profeta. Os judeus, porém, não acreditaram que ele tivesse sido cego e recebido a vista, enquanto não chamaram os pais do que fora curado.” (João 9:17-18). E seus pais confirmaram sua cegueira de nascença. Ele, o ex-cego, afirmou que Jesus era Profeta, passou a crer em suas palavras e adorá-lo, e muitos creram também, pois o cego servira de exemplo vivo a todos e sua missão havia sido concretizada. Não peques mais “Depois disso havia uma festa dos judeus; e Jesus subiu a Jerusalém. Ora, em Jerusalém, próximo à porta das ovelhas, há um tanque, chamado em hebraico Betesda, o qual tem cinco alpendres. Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressecados esperando o movimento da água. Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; então o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse. Achava-se ali um homem que, havia trinta e oito anos, estava enfermo. Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim havia muito tempo, perguntou-lhe: Queres ficar são? Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho ninguém que, ao ser agitada a água, me ponha no tanque; assim, enquanto eu vou, desce outro antes de mim. Disse-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda. Imediatamente o homem ficou são; e, tomando o seu leito, começou a andar. Ora, aquele dia era sábado. Pelo que disseram os judeus ao que fora curado: Hoje é sábado, e não te é lícito carregar o leito. Ele, porém, lhes respondeu: Aquele que me curou, esse mesmo me disse: Toma o teu leito e anda. Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito e anda?Mas o que fora curado não sabia quem era; porque Jesus se retirara, por haver muita gente naquele lugar. Depois Jesus o encontrou no templo, e disse-lhe: Olha, já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior. Retirou-se, então, o homem, e contou aos judeus que era Jesus quem o curara.” (João 5:1-15) Vamos analisar atentamente o versículo 14: “não peques mais, para que não te suceda coisa pior”. O homem estava a 38 anos naquela situação, não há a informação sobre com quantos anos tornou-se paralítico, mas, sabendo-se que a média de vida era baixa naquela época, ou nascera paralítico ou ficara assim com pouca idade. Jesus chega a ser ameaçador: “para que não te suceda coisa pior”. Esta recomendação denota que o Mestre está se referindo a algum tipo de transgressão da lei de Deus, alguma falta cometida anteriormente por aquele homem. Não podemos interpretar de outra maneira, pois está claro que a lei da causa e efeito está sendo cumprida aqui: não faça ao próximo o que você não quer para si próprio. Concluindo, temos de pagar até o último centavo, nesta vida ou na próxima, mas que vamos pagar, com certeza iremos. É necessário compensarmos nossos pecados, nossas faltas, como veremos no milagre com outro paralítico, em Cafarnaum, conforme narrado em Mateus. “E entrando Jesus num barco, passou para o outro lado, e chegou à sua própria cidade. E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Jesus, pois, vendo-lhe a fé, disse ao paralítico: Tem ânimo, filho; perdoados são os teus pecados. E alguns dos escribas disseram consigo: Este homem blasfema. Mas Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Por que pensais o mal em vossos corações? Pois qual é mais fácil? Dizer: Perdoados são os teus pecados, ou dizer: Levanta-te e anda?” (Mateus 9:1-5) Jesus perdoa os seus pecados e ordena que ele ande. Existe aqui uma condição: a fé. Primeiro ele perdoa seus pecados, mediante sua fé, e depois o milagre é realizado. Há ainda o caso da mulher adúltera, a quem Jesus faz a mesma recomendação, como veremos nas passagens de João, no capítulo 8: “Mas, como insistissem em perguntar-lhe, ergueu-se e disse-lhes: Aquele dentre vós que está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra, e tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Quando ouviram isto foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, até os últimos; ficou só Jesus, e a mulher ali em pé. Então, erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém senão a mulher, perguntou-lhe:“-Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?”Respondeu ela:“-Ninguém, Senhor.” E disse-lhe Jesus: “Nem eu te condeno; vai-te, e não peques mais.” (João 8:7-11) A Reencarnação é a oportunidade que Deus nos dá pra reparar nossos carmas, e a partir do momento em que você passa a agir e viver pecando menos, amando mais ao próximo, você esta crescendo na senda espiritual. “Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que faço e fará até maiores do que elas, porque vou para o Pai.” (João 14:12) Jesus nos diz que faremos obras até maiores do que as que suas, e falava de milagres. Mas para isso, precisamos crer que ele é o exemplo. E que já estava pronto para partir, sua caminhada pela terra chegara ao final. Afirma isto quando diz: “porque vou para o Pai”, já sabendo que logo partiria para a Cruz. “Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” (João 3:3) Jesus não só emitiu esta declaração, como a ratificou em outras passagens, sendo necessária muita habilidade para negar que a reencarnação está confirmada no versículo acima. Na apresentação deste capítulo empregamos o estudo de onze trechos bíblicos, que reiteram a necessidade de vários nascimentos no processo evolutivo. Nicodemos Convidamos os leitores a acompanhar conosco o encontro de Nicodemos com o Mestre Jesus, que, segundo nosso entendimento, nos traz uma certeza: a reencarnação é uma realidade e faz parte da natureza humana. Ele demonstrou, de modo explícito, os meios pelos quais se desenvolve o retorno a este plano, através de água e de Espírito. Encontraremos nos primeiros dez versículos do Evangelho de João: “Ora, havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus.” (João 3-1) Nicodemos era fariseu; qual era a crença dos fariseus naquela época? Busquemos a resposta em Atos dos Apóstolos: “Sabendo Paulo que uma parte era de saduceus e outra de fariseus, clamou no sinédrio:” Varões irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus; é por causa da esperança da ressurreição dos mortos que estou sendo julgado. Ora, dizendo ele isto, surgiu dissensão entre os fariseus e saduceus; e a multidão se dividiu. Porque os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os fariseus reconhecem uma e outra coisa. Daí procedeu grande clamor; e levantando-se alguns da parte dos fariseus, altercavam, dizendo: Não achamos nenhum mal neste homem; e, quem sabe se lhe falou algum espírito ou anjo?” (Atos 23:6-9) Sendo Nicodemos fariseu, acreditava em anjos e espíritos e na ressurreição dos mortos. Portanto, aceitava a imortalidade. Mas tinha dúvidas e precisava de respostas, como nós. “Este foi ter com Jesus, de noite, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és Mestre, vindo de Deus; pois ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.” (João 3:2) Sendo um dos principais entre os judeus, Nicodemos foi procurar Jesus à noite, secretamente, e pela pergunta que fez: - Sabemos que és Mestre – havia outros interessados nos sinais que Jesus fazia, e que este poder vinha do mesmo Deus em que acreditavam. Caso contrário, não teriam corrido o risco de ser vistos por seus adversários. “Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” (João 3:3) A resposta foi clara, direta e objetiva. Racionalmente, fica difícil não acreditar numa vida futura, e dizemos mais: é preciso fazer força para que uma outra interpretação seja aceita. Lembremos que a palavra reencarnação não existia naquele tempo, pois ela surgiu na França pela primeira vez, somente em meados do séc.XIX. Podemos interpretar que numa só vida não alcançaremos o reino de Deus. Nem mesmo Nicodemos, que era um Mestre em Israel. “Existe um malabarismo por parte dos que querem obscurecer o verdadeiro e claro sentido desta passagem. Vejamos o termo vocábulo “anóten” que em grego tanto pode significar “de novo” como “do alto”. Nesta passagem, esse vocábulo significa realmente “de novo”, porém a maioria dos exegetas emprega o termo “do alto” para justificar a sua descrença na Reencarnação.([...])observe, no entanto, que a pergunta feito por Nicodemos, em seguida, denota que ele entendeu que Jesus falava realmente em nascer “de novo” e não “do Alto”: - Como pode “o homem, depois de velho, entrar pela segunda vez (deuteron) no ventre materno?” (SILVA Severino Celestino, 2000 2ª edição pág.224 e 225) “Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?” (João 3:4) Percebemos que Nicodemos entendeu perfeitamente a resposta do Mestre: que era preciso voltar novamente, ou seja, nascer de novo, tanto é que ele fica em dúvida quanto à maneira - de que forma, como? Já sendo ele velho, como voltaria ao ventre de sua mãe? E Jesus, não retirando o que havia dito, nem o repreendendo, falou com humildade e de maneira que ele entendesse: “Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” (João 3:5) Os que são contra a reencarnação se apegam na interpretação do termo “nascer da água”, como sendo a água do batismo. Convenhamos que, se assim fosse, Jesus teria uma ótima oportunidade para ensinar sobre o batismo e ainda convidaria Nicodemos para ser batizado, uma vez que, não havendo reencarnação, seu atual corpo físico seria o único veículo do espírito imortal. Outra importante observação a fazer é sobre o texto original em Grego: “Pastorino elucida que em Grego não há artigo diante das palavras “Água” e “Espírito”. E afirma: “não é, portanto, nascer da água do batismo, nem do espírito, mas de água e de espírito.” Então, Jesus disse que é necessário renascer tanto “de água” (o processo, em si, da reencarnação) quanto “de espírito” (a finalidade da palingenesia: progresso espiritual).” (ALEIXO Sérgio Fernandes, 2003 paginas 50 e 51) Enquanto aguardamos o nosso nascimento, no ventre de nossa mãe, durante nove meses em que dura a gestação, vivemos numa bolsa D’ÁGUA, o liquido amniótico, então fica claro que nascemos pela água. Sabemos também que uma grande parte do nosso corpo é composta de água. Quanto ao “espírito”, ele depende destes renascimentos para progredir e desenvolver sua evolução, seu crescimento espiritual, reparando erros, quitando carmas de existências anteriores e já plantando o que vai colher em sua próxima encarnação. “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.” (João 3:6) Jesus está confirmando aqui a distinção entre os dois corpos, um de carne, aquele que vai virar pó e que não poderá herdar o reino de Deus, e o outro, o espiritual, aquele que é eterno e é a essência divina de Deus. Conforme nos diz (João 6:63): “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita.” “Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo.” (João 3:7) Jesus repete que é preciso nascer de novo, e ainda pede a Nicodemos que não fique surpreso com esta verdade. Note que o tratamento esta no singular: “Não TE admires de eu te haver dito”, e quando faz a recomendação é no plural “necessário VOS é nascer de novo.” Significa que o renascimento é para todos nós, não somente para Nicodemos. “O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” (João 3:8) O Mestre Jesus sente que é preciso ir mais fundo na explicação, e faz uma comparação simplesmente maravilhosa. O Espírito foi aqui comparado com o vento que sopra onde quer e você não sabe de onde está soprando e nem para onde vai. Quando nascemos é igual, não nos lembramos das vidas anteriores e nem mesmo sabemos onde iremos reencarnar na próxima oportunidade. Mas chegará o dia em que nosso espírito, a nossa centelha divina, saberá aonde ir. “Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode ser isto?” (João 3:9) Ressaltemos que este foi um diálogo ocorrido há 2000 anos atrás, e que estamos nos aprimorando espiritualmente, a cada encarnação. Jesus disse a eles nessa oportunidade (João 16:12): “Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora”. Mas acreditamos que hoje já podemos suportar, sim. “Respondeu-lhe Jesus: Tu és mestre em Israel, e não entendes estas coisas?” (João 3:10) Jesus chama a atenção de Nicodemos, pois este, como Mestre de Israel, deveria conhecer a doutrina do renascimento e da imortalidade. E assim, o Mestre Jesus nos ensinou que teremos uma série de reencarnações, pois é preciso nascer de novo e nascer de novo... até que sejamos vencedores, como está escrito no livro de Apocalipse 3:12 “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, donde jamais sairá”. Quem tiver olhos de ver que veja. “Fui mineral, morri e me tornei planta, como planta morri e depois fui animal, como animal morri e depois fui homem, porque teria eu medo? Acaso fui rebaixado pela morte? Vi dois mil homens que eu fui; mas nenhum era tão bom quanto sou hoje. Morrerei ainda como homem, para elevar-me e estar entre os bem-aventurados anjos. Entretanto, mesmo esse estado de anjo terei de deixar.” (Al Rumi, Poeta Islâmico, 1207 – 1273) “Outro forte indício de que os homens sabem a maioria das coisas antes do nascimento é que, quando crianças aprendem fatos com enorme rapidez, o que demonstra que não os estão aprendendo pela primeira vez, e sim os relembrando.” (Cícero, 106 – 43 a.C.) “Estou convencido que vivemos novamente e que os vivos emergem dos que morreram e que as almas dos que morreram estão vivas.” (Sócrates, filósofo grego, 469 – 399 a.C.) "Amigos são todas as almas que conhecemos em vidas passadas. Somos atraídos uns para os outros. Mesmo que os tenhamos conhecido apenas por um dia, isso não importa, pois é possível que antes nos tenhamos encontrado nalgum lado.” (George Harrison, “The Beatles”, 1.943 – 2.001) "Não por obras da justiça que tivéssemos feito, mas segundo sua misericórdia nos salvou pelo lavatório da reencarnação, e pelo renascimento de um espírito santo." (Versão correta) (Tito 3:5) Com o auxílio de apenas um versículo, estudando o texto da Bíblia em grego antigo, explicamos como os caracteres em negrito ?????????????, transpostos para o português, originaram a palavra Palingenesia, que, no Dicionário Aurélio, significa: eterno retorno, ou seja, voltar muitas vezes à vida. No capítulo anterior, vimos que Jesus ensinou a Nicodemos que devemos nascer novamente pela água e pelo espírito. Vamos verificar o que Paulo nos ensina, em sua epístola a Tito. Versão em Grego da época “??? ?? ????? ??? ?? ?????????? ?? ?????????? ????? ???? ???? ??? ????? ????? ?????? ???? ??? ??????? ????????????? ??? ???????????? ????????? ?????” (Tito 3:5) Disponível no site <http://agsimoes.myvnc.com/index.asp?opcao=teologia> Acesso em 23 de abr. 2006 Versão em Grego Transliterado “ouk ex ergwn twn en dikaiosunh wn epoihsamen hmeiv alla kata ton autou eleon eswsen hmav dia loutrou paliggenesiav kai anakainwsewv pneumatov agiou.” (Tito 3:5.) Disponível no site: <http://agsimoes.myvnc.com /index.asp?opcao=biblia> Acesso em 12 jun. 2005 A palavra que Paulo usou naqueles dias foi: ????????????? que, traduzido para o grego transliterado, é: ????paliggenesiav. Em português, Palingenesia. Ora, para não haver dúvidas, consultemos o conceituado Dicionário Novo Aurélio - Dicionário da Língua Portuguesa, Século XXI, Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1999, pág. 1478, quanto ao significado da palavra paligenesia: 1. V. eterno retorno 2. Segundo Schopenhauer, renascimento sucessivo dos mesmos indivíduos. O dicionário Aurélio confirma que a palavra Palingenesia, quer dizer eterno retorno, renascimentos sucessivos ou simplesmente, reencarnação, mas os tradutores acharam outras palavras, que desvirtuaram completamente o verdadeiro significado, conforme veremos ainda neste capítulo. “Além disso, no texto grego, está escrito: “loutrou paliggenesias”. Ora, “loutrou” não significa "lavar", mas significa o "local onde se lava, limpa ou purifica". ([...]) “E para complementar, disse Jesus aos discípulos: "..asseguro-vos que, no mundo que há de vir... ou "...em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração..." (Mt 19, 28). Mas, no texto grego escreve-se : "en té palingenesia". A palavra palingenesia, composta pelo prefixo "pálin" (de novo), e "génesis" (origem, nascimento), significa, como já vimos, "Renascimento", "Novo Nascimento" ou simplesmente "Reencarnação". E, como o artigo grego "té", precede a palavra "palingenesia", torna-se claro que o autor se refere a um retorno específico do espírito e não a qualquer outro retorno dos muitos que são possíveis.” (JEFFERSON. “A reencarnação no novo testamento.”) Disponível no Site <http://geocities.yahoo.com.br/fabiohpbr2001/nsrb.html> Acesso em 20 jun. 2004 Assim as traduções que chegaram até nossas mãos foram distorcidas, apresentando a interpretação particular dos tradutores. Vamos mostrar que a mesma passagem “Tito 3:5”, em diferentes Bíblias, muda de um livro para outro, sem nos esquecer da recomendação de Jesus em (João 5: 39): “Examinai as Escrituras.” “Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo.” (Bíblia Sagrada, baseado na tradução de Pe. Antonio Pereira de Figueiredo, Editora EP Maltese, São Paulo, Pág. 1130) “Não por causa dos atos justos que houvéssemos praticado, mas porque, por sua misericórdia, fomos lavados pelo poder regenerador e renovador do Espírito Santo.” (Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas, São Paulo 1989 pág.2239) “Não por obras de justiça que tivéssemos feito nós outros, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pelo batismo de regeneração do Espírito Santo.” (Bíblia Edição Ecumênica, tradução do Padre Antônio Pereira de Figueiredo, 1987 pág. i97) “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.” (Bíblia de Estudo Pentecostal, Almeida Revista e Corrigida, Florida EUA, 1995, pág. 1890) “Não por obras de justiça, que tivéssemos feito nós outros, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pelo batismo de regeneração e renovação do Espírito Santo.” (Bíblia Sagrada, Pe. Antônio Pereira de figueiredo, Novo Brasil Editora Ltda, São Paulo, Pág. 826) “Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo.” (Bíblia Sagrada Tradução Pe. Antônio Pereira de Figueiredo, Difusão Cultural do Livro Ltda, São Paulo, Pág. 1138) “Não por causa dos atos justos que tivéssemos praticado, mas porque fomos lavados por sua misericórdia através do poder regenerador e renovador do Espírito Santo.” Disponível no site <http://www.paulus.com.br/BP/_P11A.HTM> Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, São Paulo, 1990. Acesso em 23 de abr. 2006 “Ele nos salvou pela lavagem purificadora do Espírito Santo, da qual emergimos como novamente nascidos, não por causa de actos justos que tivéssemos praticado, mas por causa da sua misericórdia” Disponível no Site: <http://www.biblegateway.com/versions/index.php?action=getVersionInfo&vid =37#booklist> Acesso em 23 de abr. 2006 “Não devido a obras de justiça que tivéssemos realizado, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou por intermédio do banho que nos trouxe à vida, e por nos fazer novos por espírito santo” Disponivel no site <http://watchtower .org/languages/portuguese/biblia/> Acesso em 23 de abr. 2006 “Ele nos salvou porque teve compaixão de nós, e não porque nós tivéssemos feito alguma coisa boa. Ele nos salvou por meio do Espírito Santo, que nos lavou, fazendo com que nascêssemos de novo e dando-nos uma nova vida.” (Nova Tradução na Linguagem de Hoje Copyright © Sociedade Bíblica do Brasil, 2000 Disponível no site <http://www.sbb.org.br/bibliaonline/biblia_completa.asp> Acesso em 23 de abr. 2006 Notemos que algumas interpretações distanciam-se da realidade que é a reencarnação. Mas algumas edições bíblicas trazem o conceito da reencarnação de forma transparente, como se pode notar nas duas últimas acima relacionadas, principalmente na última, versão da Sociedade Bíblica do Brasil, versão 2.000, NTLH. E como seria a tradução correta hoje, direto do grego para o português? "Não por obras da justiça que tivéssemos feito, mas segundo sua misericórdia nos salvou pelo lavatório da reencarnação, e pelo renascimento de um espírito santo" (Versão correta) Passemos agora à análise de outra passagem, Levítico 19:31, constatando como os tradutores elaboram diferentes interpretações do significado da mesma palavra ou expressão. “Não vos voltareis para os necromantes nem consultareis os adivinhos, pois eles vos contaminariam. Eu sou Iahweh vosso Deus.” (Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas, São Paulo, Edições Paulinas 1989. pag.197) “Não vos dirijais aos mágicos, nem consulteis os adivinhos, para que não suceda que este comércio vos corrompa. Eu sou o Senhor, vosso Deus.” (Bíblia Sagrada Edição Ecumênica, Tradução do Padre Antônio Pereira de Figueiredo, 1987, pág. 91) “Não vos encaminheis aos mágicos, nem procureis saber cousa alguma dos adivinhos, de maneira que vos contamineis por meio deles. Eu sou o Senhor vosso Deus.” (Bíblia Sagrada, Padre Antônio Pereira de Figueiredo, Novo Brasil Editora Ltda, São Paulo, pág.84) “Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus”. (Bíblia de Estudo Pentecostal, Florida EUA, Almeida Revista e Corrigida, 1995, pág. 214 e 215) “Não vos dirijais aos espíritas nem adivinhos: não os consulteis, para que não sejais contaminados por eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus.” Disponível no Site <http://www.catolicanet.com.br/interatividade/biblia/livro.asp?sigla=LV> Editora Ave-Maria, Acesso em 23 de abr. 2006 “Não vos vireis para médiuns espíritas e não consulteis prognosticadores profissionais de eventos, de modo a vos tornardes impuros por eles. Eu sou Jeová, vosso Deus.” Disponível no Site <http://watchtower.org/languages/portu guese/biblia/> Acesso em 23 de abr. 2006 “Não se dirijam aos necromantes, nem consultem adivinhos, porque eles tornariam vocês impuros. Eu sou Javé, o Deus de vocês.” Disponível no Site <http://www.paulus.com.br/BP/_INDEX.HTM> Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, São Paulo, 1990. Acesso em 23 de abr. 2006 “Não recorrais aos médiuns, nem consulteis os espíritos para não vos tornardes impuros. Eu sou o Senhor vosso Deus.” Disponível em Site <http://biblia.universocatolico.com.br/> Acesso em 23 de abr. 2006 “Não vos voltareis para os que consultam os mortos nem para os feiticeiros; não os busqueis para não ficardes contaminados por eles. Eu sou o Senhor vosso Deus.” Disponível no site <http://www.jesusvoltara.com.br/> Bíblia JV, versão 1.0. Acesso em 23 abr. 2006 “Não procurem á ajuda dos que invocam os espíritos dos mortos e dos que adivinham o futuro. Isso é pecado e fará com que vocês fiquem impuros. Eu sou o SENHOR, o Deus de vocês.” Disponível no Site <http://bibliaonline.net/> Nova Tradução na Linguagem de Hoje, Sociedade Bíblica do Brasil, 2000, Acesso em 23 de abr. 2006 “Não se sujem, voltando-se para os bruxos e consultando os espíritos.” Disponível no site <http://www.biblegateway.com/passage/?book_id=3&chapter=19&version=37> Acesso em 23 de abr. 2006 Ressaltemos que as palavras médium e espírita não poderiam existir em nenhuma Bíblia, pois são neologismos criados por Kardec, em 18 de abril de 1857. Eis como seria a tradução do referido texto, diretamente do hebraico: “Não ireis aos necromantes e nem aos adivinhos. Não procurareis vos contaminar por eles. Eu sou Yahvéh vosso Deus.” (SILVA, Severino Celestino, Analisando as Traduções Bíblicas, 2ª Edição, João Pessoa, 2000, p. 70). “Acredito que quando uma pessoa morre, sua alma regressa de novo à Terra Envolta nalgum disfarce de carne, uma outra mãe o dá à luz com membros mais fortes e cérebro mais brilhante. A velha alma prossegue a sua jornada.” (John Masefield, poeta britânico, 1.878 – 1.967) “Ele viu todas aquelas formas e faces em mil relacionamentos um com o outro... Nenhum deles morreu, eles apenas se transformaram, continuamente renasceram e obtiveram novas faces...” (Herman Hesse, novelista e poeta alemão, 1.877 – 1.962) “Vamos enfrentar os fatos: no fundo, ninguém no seu estado normal, consegue visualizar a sua própria existência sem assumir que sempre viveu e que continuará a viver depois da morte.” (Erik Erikson, 1.902 – 1.994) “Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai.” (João 16:28) “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, donde jamais sairá.” (Apocalipse 3:12) Neste capítulo, mediante o estudo de vinte e uma passagens Bíblicas, enfatizamos o fato de que precisamos crescer espiritualmente, e isto somente se torna possível através de muitas vindas a este plano, para que enfim sejamos vencedores. “De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde Davi até a deportação para Babilônia, catorze gerações; e desde a deportação para Babilônia até o Cristo, catorze gerações.” (Mateus 1:17) “Que ele antes havia prometido pelos seus profetas nas santas Escrituras”, “Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne.” (Romanos 1:2-3) “Ao que perguntaram todos: Logo, tu és o Filho de Deus?” Respondeu-lhes:“Vós dizeis que eu sou.” (Lucas 22:70) Estas passagens confirmam que Jesus é o nosso irmão mais velho, que nos precedeu na jornada evolutiva rumo à perfeição. É o Mestre que conhece todas as etapas do caminho, pois já vivenciou pessoalmente todas as dificuldades da existência terrena que estamos enfrentando. E, de encarnação em encarnação, despertou as faculdades interiores necessárias à superação de todos os obstáculos em direção à meta que todos nós, consciente ou inconscientemente, perseguimos. Ele é a grande alma que compreende profundamente a natureza humana. E, solidário à nossa condição atual, amorosamente, deixa sua luz brilhar para guiar a todos nós. Conhecendo a dificuldade de assimilação dos seus ensinamentos por parte dos que o seguiam, falou, há dois mil anos atrás: “Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora.” (João 16:12) Ele possuía muitos outros conhecimentos para nos passar, mas naquela época, nosso grau de evolução espiritual como humanidade era muito baixo, de um modo geral. Ao nos deixar esta mensagem, sabia que chegaria o dia ou a época em que nossa evolução já suportaria seus ensinamentos, embora seja preciso reconhecer que nem todos ainda hajam alcançado o mesmo nível evolutivo. “João deu testemunho dele, e clamou, dizendo: “-Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim, passou adiante de mim; porque antes de mim ele já existia.” (João 1:15) As afirmações de seu primo João Batista, de que Jesus lhe viria após, já tendo passado à sua frente, significam que Jesus já existia antes, possuindo um Eu Imortal conhecido de João e mais evoluído espiritualmente. “Assim também está escrito: O primeiro homem, Adão, tornou-se alma vivente; o último Adão, espírito vivificante.” (I Corintios 15-45) Nesta passagem, interpretamos que o homem Adão é o corpo físico que abriga o “eu” eterno. A “alma vivente” imortal, ao vir pela primeira vez, ocupará um corpo físico, que será seu primeiro Adão. E quando este já não estiver mais em condições de uso, o abandonará, para voltar em um novo corpo, através da reencarnação. Assim, iremos nos graduando na escola da vida: ocupando a cada vez um novo Adão, ou um novo corpo, cuja função é servir de veículo para o eterno, o eu imortal, buscando sempre a evolução espiritual, que é latente em nosso ser. E, após muitos retornos a este mundo, alcançaremos a condição que Cristo alcançou, e poderemos então deixar para trás nosso ultimo corpo carnal, o último Adão. “E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo; Para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro.” (Efésios 4:10-14) O Apóstolo Paulo, em seus ensinamentos aos Efésios, esclarece que Jesus se referia aos diferentes níveis evolutivos, quando afirma que uns podem ser apóstolos e outros pastores, etc. E que também os SANTOS deveriam continuar se aperfeiçoando para alcançar a estatura e a plenitude de Cristo. O texto diz que TODOS chegarão à união com Deus. Não importa o tempo necessário, mas que chegaremos todos, certamente chegaremos, condição esta para não mais voltar a ser meninos (para tanto, teríamos de nascer de novo), e não mais sujeitos à reencarnação. “Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; mas não foi. Chegando-se, então, ao segundo, falou-lhe de igual modo; respondeu-lhe este: Não quero; mas depois, arrependendo-se, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram eles: O segundo. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus.” (Mateus 21:28-31) Nesta passagem de Mateus, Jesus diz aos príncipes dos sacerdotes, aos escribas e aos anciães que eles seriam precedidos no reino dos céus por publicanos e meretrizes. Esta é mais uma confirmação de que todos nós entraremos no reino de Deus. Vimos no capitulo sobre o carma que teremos que pagar até o último centavo de nossos débitos. Neste caso, Jesus está afirmando aos representantes da lei que eles ficaram para trás, e que voltarão para completar sua evolução espiritual, para atingir o estado Crístico alcançado por Jesus. “Naquela hora chegaram-se a Jesus os discípulos e perguntaram: Quem é o maior no reino dos céus? Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: “-Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.” (Mateus 18:1-3) Este é mais um exemplo em que Jesus se vale da imagem de crianças, para repassar a pureza de seus ensinamentos. Quando os discípulos perguntam sobre quem é o maior no reino dos céus, Jesus responde que se não vos converterdes, não vos fizerdes como crianças, ou seja, se não seguirmos o caminho da retidão, praticando os princípios que o Mestre ensinou, teremos que continuar voltando. “Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai.” (João 16:28) Analisemos esta passagem. Se Jesus dissesse: deixo o mundo e vou para o pai, seria uma vez, a primeira vez. Mas falou: outra vez deixo o mundo e vou para o pai, e podemos então concluir que já havia ido outras vezes. Na oração que o Mestre nos ensinou - “Pai nosso que estais no céu”, não diz Pai meu, porém Pai nosso, mostrando-nos que é como nós, é nosso irmão. “Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (João 16:33) Sabendo que sua hora estava chegando, ainda assim teve a calma suficiente para fortalecer seus discípulos. Primeiro, alertando-os que teriam muitas tribulações à frente, mas que fossem fortes e vencessem as dificuldades com ânimo e muita coragem. Ensinou-nos que ele é o caminho, o exemplo vivo a ser seguido, deixando-nos paz e conforto para vencer o mundo, assim como ele venceu. “Simão Pedro lhe diz: “Senhor, para onde vais”? Respondeu-lhe Jesus: “Não podes seguir-me agora aonde vou, mas me seguirás mais tarde.” (João 13:36) “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” (João 14:2-3) O Mestre estava se despedindo de seus discípulos, mas estes ainda não conseguiam compreender tal fato. Dizia: “- Por pouco tempo ainda estou convosco, mas terei de ir, em definitivo, para a casa de meu Pai.” Pedro interrogou: “Para onde vais?” E Jesus lhe respondeu que, naquele momento, ele não poderia ir junto, porém que mais tarde o seguiria para o reino dos Céus - como todos nós faremos um dia. Depois afirmou que “na casa de meu Pai há muitas moradas, vou preparando um lugar, e virei novamente e vos levarei comigo”. Como o Mestre disse a Pedro que ele o seguiria, e que viria buscar os outros, mas não falou nada de João, Pedro o questionou sobre isso, mais tarde. “Ora, vendo Pedro a este, perguntou a Jesus: Senhor, e deste que será? Respondeu-lhe Jesus: Se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso? Segue-me tu.” (João 21:21-22) Nessa oportunidade, Jesus já havia sido crucificado, e aparecera para seus discípulos na praia, com seu corpo glorificado. Conversando com Pedro, este quis saber o que seria de João, o apóstolo amado do Mestre. Recebeu uma resposta direta: “se ele ficar até que eu volte, vem tu comigo.” João morreu em idade avançada com 96 anos, mas Jesus ainda não voltou, pelo que se pode deduzir que, para a palavra de Jesus ser cumprida, João deverá estar encarnado quando da sua volta, obviamente não com aquele corpo de dois mil anos atrás, mas recebendo um novo corpo e sendo criança outra vez. “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós.” (Gálatas 4:19) “Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse mesmo Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.” (Atos 2:36) Paulo, em sua carta aos Gálatas, confirma o que mencionamos anteriormente: Cristo é o estado que Jesus alcançou através da sua evolução, e teremos que continuar voltando, sentindo as dores do parto, até que o Cristo seja formado em nós. Não é só a mãe que sente as dores do parto, a criança também. Cabe esclarecer que a nossa personalidade alma não tem sexo. Podemos nesta vida ser homem, e mulher na próxima, ou o contrário. A interpretação em Atos é mais esclarecedora ainda. Saibam todos com certeza, diz o texto, que este mesmo Jesus (Homem), e, para não deixar dúvida, ressalta o que vós crucificastes, Deus o fez Cristo (espírito reintegrado através da evolução). “Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? E com que qualidade de corpo vêm? Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer.“ (I Coríntios 15: 35-36) O Apóstolo Paulo ainda nos chama de insensatos, por não percebermos que tudo faz parte da natureza, tudo é regido por uma lei divina, nós, os animais, as plantas. Plante um grão de arroz, e veja que obviamente nascerá um pé de arroz. Mas primeiro o grão precisa morrer e depois, milagrosamente, renascer, não como simples grão, mas numa linda planta que crescerá vigorosa, florescerá e se transformará em alimento. E quando chegar novamente a hora do plantio, o processo será reiniciado. “Quem tiver olhos de ver, que veja”. Como a borboleta que, antes de atingir a liberdade para voar pelo céu, é uma simples lagarta rastejando sem qualquer perspectiva além de alguns metros, arrastando-se para buscar alimento. Num passe de mágica, ocorre a transformação, o milagre. Será que a humilde lagarta tinha consciência do mundo que haveria de vir? Mas alguém perguntará: como reencarnam os mortos? Ganhando um novo corpo, e a mãe natureza fará o resto - o milagre da vida. “E tendo por justo, enquanto ainda estou neste tabernáculo, despertar-vos com admoestações, sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, assim como nosso Senhor Jesus Cristo já mo revelou.” (II Pedro 1:13-14) Então chegará o dia em que deixaremos este tabernáculo, e não mais teremos que voltar. Como Jesus, iremos para outro plano, e de lá não mais sairemos. “Porque já não podem mais morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.” (Lucas 20:36) Então, já não poderemos mais morrer, seremos como os anjos, e como filhos da ressurreição, nossa meta está atingida. Cabe lembrar novamente que a palavra ressurreição, em grego, é “palingenesia” sendo a tradução “palin” (de novo) e “gênesis” (nascimento), em outras palavras: renascimento, novo nascimento ou, simplesmente, reencarnação. “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, donde jamais sairá.” (Apocalipse 3:12) Há a promessa do Apóstolo João no Apocalipse “a quem vencer”: conforme formos vencendo, ficaremos junto de Deus e receberemos os louros da vitória, isto é, a companhia do Criador, e já não precisaremos mais voltar. Quando o versículo acima complementa: “donde jamais sairá”, comprova que saímos de Deus, como uma centelha divina, e nos distanciamos. Mas, através de muitas vindas a este mundo, venceremos a este e voltaremos definitivamente à nossa origem, a Luz Maior, em que faremos parte da coluna do templo de Deus. “Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês isto?” (João 11:25-26) Jesus é o exemplo a ser seguido. Acreditemos, como ele, na vida eterna, e que, mediante muitas vindas a este plano, venceremos nossos vícios e paixões terrenas, eliminaremos o nosso inimigo interno, o ego, e deixaremos que aflorem o amor ao próximo e o desapego pelas coisas materiais. Como diz o texto acima, “mesmo que morra, viverá”. Jamais morreremos, porque somos eternos. “Tanto quanto me lembro, nunca deixei de me referir inconscientemente a experiências de um estado prévio de existência.” (Henry Thoreau, escritor americano, 1.817 – 1.862) “Lê-me, leitor, se encontras prazer em ler-me, porque muito raramente eu voltarei a este mundo.” (Leonardo da Vinci, 1.452 – 1.519) “Estou certo de que estive aqui, como estou agora, mil vezes antes e espero retornar mil vezes ... A alma do homem é como a água; Vem do Céu e sobe para Céu, para depois voltar a Terra, em um eterno ir e vir.” (Goethe, dramaturgo e cientista Alemão, 1749 – 1832) “A duração de uma vida é apenas um momento na evolução eterna.” (Gabriel Delanne, cientista francês, 1.857 – 1.926) “Se um asiático me perguntar por uma definição da Europa, serei forçado a responder-lhe do seguinte modo: É aquela parte do mundo perseguida pela incrível ilusão de que o homem foi criado do nada, e que a sua existência atual é a sua primeira entrada na vida.” (Arthur Schopenhauer, filósofo alemão, 1.788 – 1.860) “Partiram, pois, os onze discípulos para a Galiléia, para o monte onde Jesus lhes designara. Quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.” (Mateus 28:16-17) Ao analisar profundamente vinte e um trechos Bíblicos, compreendemos que o corpo físico não pode herdar o reino de Deus. Quando Jesus ressuscitou dos mortos, em um primeiro momento, ninguém o reconheceu, pois seu corpo era glorificado, um corpo espiritual. Muitos interpretam a ressurreição de Jesus como sendo no mesmo corpo que padeceu na cruz. Esta idéia tem sido totalmente descartada pelas leis da física, da biologia e da física quântica. A ciência em geral prova ser impossível a reutilização de um mesmo corpo, uma vez que “nada morre, nada desaparece, tudo se transforma.” Os componentes do organismo humano são decompostos e reaproveitados pela natureza, há corpos que são consumidos por outros animais, há o transplante de órgãos, etc. Jesus ressuscitou em um corpo glorificado, diferentemente de Lázaro, que voltou ao mesmo corpo. Ocorreu, neste caso, um retorno da alma ao corpo, que parecia estar morto, pois todos o reconheceram. Ele continuou vivendo entre os seus parentes e amigos, até o dia de sua morte física. Observemos duas situações diferentes no caso de Lázaro. “E, tendo assim falado, acrescentou: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono.” Disseram-lhe, pois, os discípulos: “Senhor, se dorme, ficará bom.” Mas Jesus falara da sua morte; eles, porém, entenderam que falava do repouso do sono. Então Jesus lhes disse claramente: -Lázaro morreu;” (João 11:11-14) “O caso da ressurreição de Lázaro é semelhante a outros descritos nos Evangelho. “Trata-se de fenômeno de morte aparente de que são passíveis certas pessoas sujeitas as crises de catalepsia patológica.” Sobrevindo o ataque cataléptico, o paciente se reveste de todas as características de morte real, posto que o espírito, embora afastado provisoriamente do corpo, se conserve ligado a ele por meio do filamento ou laço fluídico.”[...]Essa contradição, entretanto, é aparente porque a resposta incisiva de Cristo: “-Lázaro está morto”, provêm da incompreensão dos seus discípulos quando o Mestre, presciente do estado do irmão de Maria, afirmou: “-Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo...” (FINOTTI, 1972, p.46 e 47) “Disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos seus condiscípulos: - Vamos nós também, para morrermos com ele.” (João 11:16) “A explicação poderia residir, como sugere o professor Morton Smith, em uma iniciação mais ou menos padrão de uma “escola de mistério”. Como demonstra o professor Smith, tais iniciações e seus rituais eram comuns na Palestina da época de Jesus. Eles envolviam frequentemente uma morte e um renascimento simbólico, que eram chamados assim, com estes nomes. O seqüestro em uma tumba, que se tornava o útero para o renascimento do aspirante. [...]Durante a estada de Jesus no Jordão, Lázaro teria começado um ritual típico de iniciação, que levaria, como tais rituais normalmente fazem, a uma ressurreição e um nascimento simbólico. Nesta linha, o desejo dos discípulos de “Morrer com ele” se torna perfeitamente compreensível, e o mesmo se dá com a complacência de Jesus em relação ao assunto, de outro modo inexplicável,[...]Este incidente reflete um ritual de iniciação, e Lázaro está recebendo um tratamento especial. Entre outra coisas, está aparentemente sendo iniciado antes de qualquer dos discípulos, que parecem invejosos de seu privilégio.[...]Quem é este “Discípulo amado”, em cujo testemunho o quarto Evangelho se baseia? Todas as evidências sugerem que ele é de fato Lázaro, “ao qual amava Jesus”. Parece então que Lázaro e o “discípulo amado” são a mesma pessoa, e que Lázaro é a verdadeira identidade de João.” (BAIGENT; LEICH; LINCOLN, 1993, p.281-283) “Disse; Retirai-vos; porque a menina não está morta, mas dorme.” “E riamse dele. Tendo-se feito sair o povo, entrou Jesus, tomou a menina pela mão, e ela se levantou.” (Mateus 9:24-25) No caso da filha de Jairo em Mateus, a seguir, Jesus mesmo falou: “-Retirai-vos, porque a menina não está morta, mas dorme.” “Logo que o Senhor a viu, encheu-se de compaixão por ela, e disse-lhe: “Não chores.” Então, chegando-se, tocou no esquife e, quando pararam os que o levavam, disse: “-Moço, a ti te digo: Levanta-te.” O que estivera morto sentou-se e começou a falar. Então Jesus o entregou à sua mãe.” (Lucas 7:13-15) Ainda há o caso do filho da viúva de Naim, no evangelho de Lucas. Feito o milagre, Jesus entregou o filho à sua mãe, sendo que este falava normalmente. “E certo jovem, por nome Êutico, que estava sentado na janela, tomado de um sono profundo enquanto Paulo prolongava ainda mais o seu sermão, vencido pelo sono, caiu do terceiro andar abaixo, e foi levantado morto. Tendo Paulo descido, debruçou-se sobre ele e, abraçando-o, disse: Não vos perturbeis, pois a sua alma está nele.” (Atos 20:9-10) Aqui, o milagre foi feito pelo Apóstolo Paulo, ao perceber que algo ocorrera com o jovem, que parecia morto, mas logo voltou a respirar normalmente. “Em seguida subiu na cama e deitou-se sobre o menino, pondo a boca sobre a boca do menino, os olhos sobre os seus olhos, e as mãos sobre as suas mãos, e ficou encurvado sobre ele até que a carne do menino aqueceu. Depois desceu, andou pela casa duma parte para outra, tornou a subir, e se encurvou sobre ele; então o menino espirrou sete vezes, e abriu os olhos.” (II Reis 4:34-35) Neste caso, narrado no Antigo Testamento, Eliseu fez o milagre em um menino, ocorrendo o retorno do espírito ao corpo. Lendo atentamente, tem-se a impressão de uma respiração boca a boca. Ainda encontramos na Bíblia os casos do filho da viúva, por Elias (I Reis 17:21-22), do homem cujo cadáver tocou nos ossos de Eliseu (II Reis 13:29-21), e por último o caso de Tabita, por Pedro, em (Atos 9:36-42), perfazendo um total de 8 ocorrências de ressurreição, 3 no Antigo Testamento e 5 no Novo Testamento. “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. Pois neste tabernáculo nós gememos, desejando muito ser revestidos da nossa habitação que é do céu.” (II Coríntios: 5:1-2) Nesta carta aos Coríntios, o Apóstolo Paulo nos traz um ótimo exemplo quanto aos diferentes corpos em que o espírito habita. Enquanto vivos neste plano, o corpo físico, nossa casa, nosso tabernáculo, será nossa habitação. Precisamos dele para nos manifestar, mas depois de morto para nada mais prestará, pois não poderá herdar o reino dos Céus. “Mas digo isto, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus; nem a corrupção herda a incorrupção.” (I Coríntios: 15-50) Despidos do corpo, da matéria, iremos para outro plano e precisaremos nos revestir de um corpo glorificado, que já não será uma simples casa, mas um edifício, e não feito por mãos, mas por Deus, como nos diz Paulo. “Pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos no céu.” (Mateus 22:30) Porque não se casam nem se dão em casamento? Porque os anjos são seres espirituais, não possuem corpo físico, e seres espirituais usam corpos glorificados. “Eis aqui vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados.” (I Corintíos 15:51-52) Podemos entender nesta passagem que, se não estivermos encarnados na terra, estaremos dormindo - este foi o temo que Apóstolo encontrou, na ocasião, para representar nosso estado de repouso entre uma vida e outra: estaremos transformados, com outro tipo de corpo. O soar das trombetas anuncia a situação dos diferentes corpos. Primeiro, os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, o que significa em um corpo glorificado e não um corpo carnal, e os que estarão vivos, usando o corpo corruptível, “aquele que não pode herdar o reino”, serão transformados e passarão a possuir um corpo glorificado também. Mostraremos a seguir que esse corpo será semelhante àquele em que Jesus estava revestido quando ressuscitou, um corpo diferente, uma vez que, num primeiro instante, todos que o viram ressuscitado, tiveram dificuldades para reconhecê-lo. “Jesus, clamando com grande voz, disse: - Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou.” (Lucas 23:46) Em seus momentos finais na terra, Jesus chamou pelo Pai, e em suas mãos entregou o ESPÍRITO, aquela parte imortal, que vimos em Gênesis 2:7: “insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um ser vivente.” “Ao dizer isso, voltou-se para trás, e viu a Jesus ali em pé, mas não sabia que era Jesus. Perguntou-lhe Jesus:“-Mulher, por que choras? A quem procuras?” Ela, julgando que fosse o jardineiro, respondeu-lhe: “Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.” (João 20:14-15) Maria Madalena foi até o local do sepulcro, verificou que o corpo do Mestre não estava ali. Sentindo a presença de alguém, virou-se, e viu Jesus em pé, que fez perguntas a ela: “-Por que choras? A quem procuras?” Ela não o reconheceu e nem sua voz, mesmo estando ele em sua frente e falando com ela. E, julgando ser o jardineiro, questionou-o sobre o corpo, julgando, em um primeiro momento que este sabia onde estava. E diz-lhe Jesus “Maria!” Somente neste momento ela o reconheceu e ele lhe recomendou para não tocá-lo. Seria este o corpo já glorificado, que Maria Madalena não reconheceu e que o Mestre recomendou que não tocasse? Devia ser o corpo espiritual, já livre da matéria, da carne. “Mas Pedro, levantando-se, correu ao sepulcro; e, abaixando-se, viu somente os panos de linho; e retirou-se, admirando consigo o que havia acontecido. Nesse mesmo dia, iam dois deles para uma aldeia chamada Emaús, que distava de Jerusalém sessenta estádios; e iam comentando entre si tudo aquilo que havia sucedido. Enquanto assim comentavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou, e ia com eles; mas os olhos deles estavam como que fechados, de sorte que não o reconheceram. Então ele lhes perguntou: “- Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós?” Eles então pararam tristes e um deles, chamado Cleopas, respondeu-lhe: “És tu o único peregrino em Jerusalém que não soube das coisas que nela têm sucedido nestes dias?” (Lucas 24:12-18) Logo após Madalena contar aos discípulos o ocorrido, Pedro correu ao local para conferir, e encontrou somente os panos de linho e o túmulo vazio, saindo admirado. Mas, no mesmo dia, ocorreu um fato que nos chama a atenção, conforme Lucas narrou. “Dois deles”, seguidores de Jesus, que deveriam, portanto, conhecê-lo muito bem, iam caminhando e comentando sobre o ocorrido. O Mestre se aproximou deles, sem que o identificassem, fez-lhes perguntas sobre o que falavam, e ainda assim eles não o reconheceram, chegando a chamá-lo de peregrino, como se fosse um viajante totalmente estranho. “Quando se aproximaram da aldeia para onde iam, ele fez como quem ia para mais longe. Eles, porém, o constrangeram, dizendo: “-Fica conosco; porque é tarde, e já declinou o dia”. E entrou para ficar com eles. Estando com eles à mesa, tomou o pão e o abençoou; e, partindo-o, lho dava. Abriramse-lhes então os olhos, e o reconheceram; nisto ele desapareceu de diante deles.” (Lucas 24:28-31) É bem provável que tenham caminhado juntos por um longo trajeto e por algum tempo, talvez horas, pois o convidaram a pernoitar. A atitude do convite nos leva a crer que teria passado tempo suficiente para criar certa amizade e confiança entre eles. Somente após ele partir o pão e abençoá-lo como de costume, é que o reconheceram. Entendemos claramente que o reconhecimento foi da atitude e não da aparência física, e ele desapareceu diante deles. Não foi embora, mas se desintegrou seriam as palavras certas - um corpo totalmente diferente daquele a que estavam acostumados. “Chegada, pois, a tarde, naquele dia, o primeiro da semana, e estando os discípulos reunidos com as portas cerradas por medo dos judeus, chegou Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: “-Paz seja convosco.” (João 20:19) “E estando ainda falando nisto, apresentou-se Jesus no meio deles, e disse-lhes: “-Paz seja convosco: sou eu, não temais”. Mas eles achando-se perturbados, e espantados, cuidavam que viam algum espírito.” (Lucas 24:36-37) Observemos que ele se colocou no meio deles, embora estivessem de portas cerradas. Desta maneira, é descartada a possibilidade de ser um corpo carnal, que não passa entre paredes ou portas, mas seria um corpo especial, devido à sua plena evolução. Por que os discípulos ficaram perturbados e espantados, se já haviam recebido a notícia de que ele ressuscitara, e tinham a sua promessa de que voltaria? Por que o espanto, então? Provavelmente, porque o corpo não era o mesmo ao qual estavam acostumados. “Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez dentro, e Tomé com eles. Veio Jesus às portas fechadas, e pôs-se em pé no meio, e disse: “-Paz seja convosco”. Logo disse a Tomé: “-Mete aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos, chega também a tua mão, e mete-a no meu lado: e não sejas incrédulo, mas fiel.” (João 20:26-27) Passaram-se oito dias, e novamente estando as portas fechadas, ele surgiu no meio deles. Podemos interpretar que ele não veio andando, mas materializou-se entre eles, coisa que não se pode fazer com um corpo físico. Quanto a Tomé, precisou colocar o dedo em suas chagas ou marcas, e teve sua atenção chamada pelo Mestre para crer que era ele ali presente: “-Não sejas incrédulo, mas fiel”, significando que Tomé, ainda que estando diante dele, não o reconhecia. “Mas ao romper da manhã, Jesus se apresentou na praia; todavia os discípulos não sabiam que era ele.” (João 21:4) “E os outros discípulos vieram na barca: (porque não estavam distantes da terra, senão só obra de duzentos côvados) trazendo a rede cheia de peixes.” (João 21:8) “Disse-lhes Jesus: “- Vinde comer!”Nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: “-Quem és tu”. Porque sabiam que era o Senhor.” (João 21:12) Jesus apresentou-se novamente aos discípulos na praia, e mais uma vez estes não o reconheceram. Sabendo que nada haviam pescado a noite toda, orientou-os da margem para que lançassem a rede no lado direito da embarcação, e eles, com muito esforço, recolheram 153 grandes peixes. Foi neste momento que um dos discípulos o identificou e avisou a Pedro, que imediatamente pulou na água e foi ao seu encontro. Eles haviam entendido os sinais e orientações para que jogassem a rede no lado direito, pois estavam a apenas 200 côvados da terra - mais ou menos 100 metros. Poderiam não o ter reconhecido porque estava amanhecendo, mas sua voz seria inconfundível, acostumados que eram a seus discursos e ensinamentos. Muito interessante é o fato de que só souberam que era o Senhor pelas atitudes, mas estavam em dúvida por este não apresentar a mesma aparência física, aquela anterior à crucificação, e não tinham coragem de perguntar-lhe “Quem és tu?”, como o texto nos mostra na passagem de João. “Partiram, pois, os onze discípulos para a Galiléia, para o monte onde Jesus lhes designara. Quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.” (Mateus 28:16-17) Jesus já havia aparecido várias vezes e acreditamos que já estivessem acostumados com sua nova aparência. Ele determinou que fossem para Galiléia, pois lá receberiam suas últimas orientações para levar a sua mensagem, a sua palavra por toda a terra. “Quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram” que era ele, mesmo estando próximo e o ouvindo. Visando melhor explicar aos leitores a diferença entre os corpos, fizemos questão de apresentar os casos de ressurreição, bem como as passagens em que Jesus apareceu após sua morte física. Os relatos demonstram que ele não retornou no mesmo corpo físico que padecera na cruz; se assim fosse, é óbvio que, de imediato, todos o reconheceriam. “A alma entra num domicilio temporário e sai dele renovado... passa para outras habitações porque a alma é imortal. Já não é segredo para o mundo que todas as coisas sobrevivem e não morrem, apenas se retiram temporariamente da vista para depois uma vez mais regressarem. Nada morre; os homens fingem que morrem e agüentam funerais ridículos e obituários tristes, quando na verdade eles ali estão olhando através da janela, com excelente aparência revestida apenas de um estranho disfarce.” (Ralph Waldo Emerson, poeta, 1.803 – 1.882) “O que fazes é sair do teu corpo quando morres... todos fizemos isso milhares de vezes. Só porque não nos lembramos isso não significa que o não tenhamos feito.” (J. D. Salinger, escritor, 1.919 - ) “Eu disse: Vós sois deuses, e filhos do Altíssimo, todos vós.” (Salmos 82:6) “Nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali! pois o reino de Deus está dentro de vós.” (Lucas 17:21) Em cinco passagens Bíblicas, sendo duas do Evangelho apócrifo de Tomé, Jesus afirma que Deus está dentro de nós, portanto temos uma centelha divina. Ele também nos disse: Vocês farão o que faço e até mais. Disso resulta a pergunta: quando? “Eu disse: Vós sois deuses, e filhos do Altíssimo, todos vós.” (Salmos 82:6) A declaração neste Salmo nos ensina a grande verdade da qual ainda não tomamos consciência: somos deuses, todos nós, porque somos filhos dele. Os ensinamentos mostram que vamos atingir o estado Crístico que Jesus atingiu, através das muitas vindas ao plano físico. “Eu e o Pai somos um”. Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar. Disse-lhes Jesus: “-Muitas obras boas da parte de meu Pai vos tenho mostrado; por qual destas obras ides apedrejar-me?” Responderam-lhe os judeus: “-Não é por nenhuma obra boa que vamos apedrejar-te, mas por blasfêmia; e porque, sendo tu homem, te fazes Deus.” Tornou-lhes Jesus: “- Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Vós sois deuses? Se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada).” (João 10:30-35) Os judeus não entendiam quando Jesus dizia ter vindo de Deus e se apresentava como filho de Deus, principalmente quando declarava que eu e o pai somos um. Jesus ensinou o que estava escrito na Lei: “todos vós sois deuses”, pois todo aquele a quem for dirigida a palavra divina e passe a cumpri-la, irá deixando Deus entrar em seu coração, até que ele e o Criador sejam um só. Precisamos compreender que isso não é possível numa única existência, pois se trata de um processo demorado, com muitas provações. Conforme já vimos em muitas passagens bíblicas, uns mais cedo e outros mais devagar, porém todos atingiremos esse avançado nível de evolução. “Nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali! pois o reino de Deus está dentro de vós.” (Lucas 17:21) Aqui também notamos que Jesus, ao responder aos Fariseus sobre onde ficava o reino de Deus, foi bastante explícito: nem aqui, nem ali, mas sim, dentro de vós. Algumas Bíblias apresentam a expressão no meio de vós. Descarta-se deste modo um plano físico para o paraíso. Se o reino de Deus está dentro de nós, somos deuses, ou temos uma centelha divina em nós que vai brilhar quando estiver pronta. “Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (I Coríntios 6:19) O corpo físico, que voltará ao pó, nunca deixará de ter sua importância; aqui é exaltado como santuário que recebe o Espírito Santo, ou seja, o nosso Eu Imortal que é parte de Deus. No entanto, durante a existência terrena, muitas vezes nosso ego classifica o corpo físico como mais importante que o corpo divino e imortal. “Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em Vós?” (I Coríntios 3:16) Paulo ensina, mais uma vez, que nosso corpo físico serve como santuário para a habitação de Deus. Segundo Orígenes, a natureza humana, ao comungar com a natureza divina, também se torna divina. A transformação da humanidade em divindade é possível não apenas para Jesus, mas para todos os que seguirem a vida que nos ensinou a trilhar. "Se aqueles que vos guiam disserem, ‘Olhem, o reino está no céu, então, os pássaros do céu vos precederão, se vos disserem que está no mar, então, os peixes vos precederão. Pois bem, o reino está dentro de vós, e também está em vosso exterior. Quando conseguirdes conhecer a vós mesmos, então, sereis conhecidos e compreendereis que sois filhos do Pai vivo. Mas, se não vos conhecerdes, vivereis na pobreza e sereis essa pobreza."(Tomé 3) Simão Pedro disse-lhes: "Que Maria saia de nosso meio, pois as mulheres não são dignas da vida”. Jesus disse: ”-Eu mesmo vou guiá-la para tornála macho, para que ela também possa tornar-se um espírito vivo semelhante a vós machos. Porque toda mulher que se tornar macho entrará no Reino do Céu.” (Tomé 114) Esses textos não se encontram em parte alguma da Bíblia, porém no Evangelho Segundo Tomé, que faz parte de uma verdadeira biblioteca, encontrada em Nag Hammadi, em 1945. São obras escritas em copta, uma forma de escrita egípcia que utiliza o alfabeto grego. O evangelho de Tomé tem 114 frases atribuídas a Jesus, ensinando que a centelha divina está em cada um de nós, e que a salvação depende de autoconhecimento e sabedoria. Esses ensinamentos também estão nos Evangelhos Gnósticos. Cada indivíduo deve descobrir o reino de Deus por si próprio, de acordo com a máxima: Homem, conhece-te a ti mesmo. Se optarmos pela busca interior, conforme Jesus nos ensinou, não dependeremos de terceiros para a salvação, nem precisaremos de outros para interceder por nós perante Deus. Pois ele já está dentro de nós, somos parte do Criador, basta seguirmos a conduta daquele que disse: “Eu sou o caminho a verdade e a vida”. Ele é o exemplo a ser seguido. Ário estava certo: Jesus era um homem, um ser humano, com o diferencial que possuía a evolução suficiente para alcançar o estado Crístico. “Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” (I Timóteo, 2:3-4) Neste capítulo apontamos diversos erros de interpretações e o verdadeiro significado das palavras: Hades, Sheol, Geena e também das colocações: “De eternidade em eternidade” ou “Para sempre”. Com o auxílio de vinte e cinco passagens bíblicas, concluímos que o inferno e o diabo foram criados para vender o perdão. O significado da palavra inferno, tal como o conhecemos hoje, altera-se inteiramente, perdendo seu sentido de suplício ou tormento eterno, quando pesquisamos as suas origens, nos textos originais da Bíblia em hebraico e em grego. Neles, encontraremos as palavras: sheol, hades, geena. Verifiquemos agora os significados originais destas palavras. A palavra sheol, em hebraico, possui vários significados, entre eles: sepultura, fossa, túmulo, subterrâneo, lugar inferior, abaixo da terra, etc. Sheol aparece 62 vezes no Velho Testamento, sempre com a definição de sepultura, um lugar para onde iam os mortos, nunca se referindo à uma idéia de tormento ou de condenação eterna. De acordo com a Bíblia, todos os que morrem, quer sejam bons ou maus, descem ao sheol, à sepultura, que lembra a morte ou um lugar de esquecimento e não de tormentos eternos. As palavras sheol, em hebraico, e Hades, em grego, eram utilizadas com o mesmo sentido da palavra sepultura em português, não implicando em qualquer significado de sofrimento ou castigo eterno, mas foram indevidamente traduzidas como inferno. Muitas das traduções modernas da Bíblia, mais fiéis aos originais hebraicos e gregos, preferem manter estas palavras transliteradas, por expressarem melhor o que o que elas realmente significam. Quanto à palavra geena, em grego, significa fogo, nome também aplicado ao vale de Enom - um enorme buraco existente ao sul de Jerusalém, espécie de lixão na época, local que as autoridades transformaram em depósito de cadáveres humanos, de animais e de todo tipo de lixo da cidade. Para evitar surtos de sérias epidemias que dali pudessem advir, resolveu-se atear fogo àqueles montes de lixo e de podridão, mantendo-se, para tanto, um fogo ardendo constantemente, como que eterno. A partir daí, houve um erro de interpretação dos tradutores, uma generalização equivocada de uma realidade local: um grande buraco na terra, que lembra sepultura (sheol), um fogo sempre aceso (geena), cadáveres de indigentes e de animais que deveriam ir para sepulturas, mas que eram queimados neste buraco, juntamente com o lixo da cidade. É provável que tenha se tornado comum pessoas amedrontarem outras com a ameaça: “-Olha, se você não se comportar, será atirado na geena do hades!” Dizendo isto, estavam se referindo ao buraco com fogo no vale de Enom, depósito de lixo próximo a Jerusalém, porém, com o tempo, o equívoco acabou por prevalecer. Nas traduções iniciais da Bíblia do hebraico (scheol), e do grego (hades), para o latim (inferno), não havia o significado de lugar de tormento eterno, como se conhece nos dias de hoje. Este significado, nem sempre consenso entre os cristãos, foi criado posteriormente pelos tradutores dos textos sagrados, para intimidar os pagãos a aceitar suas doutrinas. Nos primeiros séculos do cristianismo, houve quem defendesse que a permanência da alma no inferno era temporária. É importante também fazer uma observação sobre a palavra tártaro, o lugar mais profundo do inferno, que também tem conotação de sujeira, e é sinônimo de inferno ou sepultura. Esse termo é usado em referência às crostas que se formam nas paredes internas das pipas de vinho e à sujeira que se cristaliza em torno dos dentes. Durante o século XIII, por não se acreditar na reencarnação, que justificaria a situação da morte de crianças inocentes, foi criado o limbo. Segundo o Dicionário Aurélio, no limbo se encontrariam as almas das crianças muito novas, que, embora sem qualquer culpa pessoal, haviam morrido antes de serem batizadas, o que as livraria do pecado original. Limbo também pode ser interpretado como lugar onde se colocam coisas inúteis. “Eu os remirei do poder do sheol, e os resgatarei da morte. Onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó sheol, a tua destruição? A compaixão está escondida de meus olhos.” (Oséias 13:14) “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (I Coríntios 15:55) Nas melhores traduções da Bíblia, inclusive na versão de ALMEIDA (2000), revista e atualizada, o termo inferno já foi substituído por morte. Como notamos nas passagens acima, Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios, está claramente se referindo à passagem de Oséias. “Pois não deixarás a minha alma no sheol, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.” (Salmo 16:10) “Pois não deixarás a minha alma no hades, nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção.” (Atos 2:27) “Pedro, ao mencionar uma passagem profética do Antigo Testamento, recorre ás palavras do rei Davi no Salmo 16, porém a tradução neste caso em Atos dos Apóstolos 2:27 ficou assim de sheol para hades. Outra prova da sua exata correspondência se encontra na tradução da Septuaginta, pois das 62 vezes que sheol é usada no Velho Testamento, 61 vezes foi traduzida por hades”. Disponível no site: <http://www.advir.com.br/sermoes/sermao_C_vp_inferno.htm>, acesso em 09 de out. 2005 “Assim como Sodoma e Gomorra e as cidades circunvizinhas, que, havendo se prostituído, como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.” (Judas 1:7) “Se, reduzindo a cinza as cidades de Sodoma e Gomorra, condenou-as à destruição, havendo-as posto para exemplo aos que vivessem impiamente.” (II Pedro 2:6) Judas afirma que Sodoma e Gomorra e outras cidades próximas, para servir de exemplo, sofreriam a pena do fogo eterno, mas todos sabem que estas cidades arderam em chamas até que tudo virasse cinza. Além disso, tais cidades hoje estão embaixo do Mar Morto. E Pedro reitera que foram reduzidas a cinzas e condenadas à destruição, servindo como exemplo aos ímpios. “Todavia o Senhor Deus de Israel escolheu-me de toda a casa de meu pai, para ser rei sobre Israel para sempre; porque a Judá escolheu por príncipe, e na casa de Judá a casa de meu pai, e entre os filhos de meu pai se agradou de mim para me fazer rei sobre todo o Israel.” (I Crônicas 28:4) O Rei Davi, nesta passagem, teria sido escolhido para ser rei sobre Israel para sempre, porém se sabe que ele reinou por 40 anos, até sua morte. Neste caso, o para sempre durou 40 anos. entr 40 anos, vindo a morrer, i escolhido para ser rei sobre Israel para sempre, mas sabemos que ele reinou por 40 anos, vindo “Então seu senhor o levará perante os juizes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre.” (Êxodo 21:6) O significado dessa expressão pode ser compreendido através de uma analogia com a lei que, segundo os ensinamentos de Moisés, regulava a condição de um servo perante o seu senhor: o escravo teria suas orelhas furadas como marca, e o serviria para sempre, referindo-se ao tempo em que o primeiro estivesse vivo. “Ana, porém, não subiu, pois disse a seu marido: Quando o menino for desmamado, então o levarei, para que apareça perante o Senhor, e lá fique para sempre.” (I Samuel 1:22) “Eu desci até os fundamentos dos montes; a terra encerrou-me para sempre com os seus ferrolhos; mas tu, Senhor meu Deus, fizeste subir da cova a minha vida.” (Jonas 2:6) Em mais estes dois casos, concluímos que o significado de para sempre não se refere a um tempo sem fim. Ana disse a seu marido que o menino seria levado perante o Senhor e lá ficaria para sempre; Jonas, relatando o que lhe ocorreu quando foi engolido pela baleia, também mencionou o termo para sempre, porém com outro sentido. “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, de eternidade em eternidade! suas orações os perdoou. E diga todo o povo: Amém. Louvai ao Senhor.” (Salmos 106:48) “Bendito seja o Senhor Deus de Israel, de eternidade a eternidade. Então todo o povo disse: Amém! e louvou ao Senhor.” (I Crônicas 16:36) “Levantai-vos, bendizei ao Senhor vosso Deus de eternidade em eternidade. Bendito seja o teu glorioso nome, que está exaltado sobre toda bênção e louvor.” (Neemias 9:5) “Pelo que Davi bendisse ao Senhor na presença de toda a congregação, dizendo: Bendito és tu, ó Senhor, Deus de nosso pai Israel, de eternidade em eternidade.” (I Crônicas 29:10) Em todas estas passagens, encontramos a curiosa expressão “de eternidade em eternidade”. Para passar para a segunda eternidade, necessário se torna terminar a primeira eternidade, de onde deduzimos que quando a Bíblia se referia a um longo período, usava a terminologia eternidade, ou, conforme vimos anteriormente, para sempre. “Haverá choro e ranger de dentes.” (Mateus 24:51) Quando Jesus aplicou este ensinamento, dizendo que haveria choro e ranger de dentes entre os ímpios, não disse que seria para sempre, nem previu por um tempo determinado, tampouco pela eternidade. “Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” (I Timóteo, 2:3-4) Se existe um desejo de Deus que todos os homens sejam salvos, e alcancem a evolução espiritual ou estado Crístico, que significa, como diz o texto, o pleno conhecimento da verdade, como poderíamos crer que este mesmo Deus nos condenaria ao fogo eterno de um suposto inferno? É possível admitirmos que a criação de um paraíso e de um inferno foi necessária numa época de ignorância e de barbárie, a maneira encontrada para cultivar o temor no povo, e também o respeito, a ordem e o cumprimento da Lei ensinada na doutrina dos patriarcas. Consideramos que houve um exagero por parte dos lideres religiosos, para que os fiéis lotassem as igrejas, com o apoio da autoridades temporais. Estas usaram a igreja para manipular as pessoas. Porém, nos dias de hoje, na era da Informação, época de progesso científico, tecnológico, moral e social, não há mais condições para manter essa situação. “O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer ao Sheol e faz subir dali.” (I Samuel 2:6) Esta declaração inviabiliza a crença em uma descida para sempre ao Sheol (sepultura, inferno), eternamente, pois a passagem diz: “e faz subir dali” quantas vezes forem necessárias. “Todos os limites da terra se lembrarão e se converterão ao Senhor, e diante dele adorarão todas as famílias das nações.” (Salmo 22:27) “Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor; pois lhes perdoarei a sua iniqüidade, e não me lembrarei mais dos seus pecados.” (Jeremias 31:34) “Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva.” (Ezequiel 33:11) “Digo-vos que assim haverá maior alegria no céu por um pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” (Lucas 15:7) “Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens.” (Tito 2:11) “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânime para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se.” (II Pedro 3:9) Apresentamos estas passagens para mostrar que Deus, em sua infinita bondade, infinita justiça, infinito em todas as suas perfeições, tendo infinito amor a todos e sendo onipotente, onipresente e onisciente, já sabe de antemão o destino dos seres por ele criado. Novamente nos perguntamos se ele permitiria uma condenação eterna no fogo do inferno? Como ficaria sua infinita misericórdia? A resposta está na reencarnação. Sua promessa será cumprida, ainda que para alguns pareça tardia e ninguém se perderá; haverá salvação para todos os homens, esta é a palavra do Senhor. "Além disso, a palavra Satan, em grego significa adversário. Diábolos, em latim, quer dizer opositor. A palavra demônio ( daimon ), na sua etimologia grega significa espíritos humanos ou almas, passando a ser, posteriormente, entendida como espíritos maus. Tanto que alguns autores do alvorecer do Cristianismo usavam a expressão “maus demônios”, e um deles foi São Justino, martirizado em 165 D.C, e que escreveu a Obra "Apologia da Religião Cristã”. Ora, como podem existir "maus demônios”? Isso significaria, por acaso, que também poderiam existir "bons demônios”? Daí se depreende que, na origem, a palavra demônio (daimon, em grego) tinha o significado claro de que era tão somente espíritos humanos e que posteriormente, com o passar dos séculos, os teólogos a transformaram exclusivamente em espíritos maus, perversos, de natureza diferente da humana.” Disponível no Site: < http://www.geocities.com/jeffersonhpbr/Resp2-Religioso.html> Acesso em 08 de mai. 2005 CÉU E INFERNO ÍNTIMOS “Conta-se que um dia um samurai, grande e forte, conhecido pela sua índole violenta, foi procurar um sábio monge em busca de respostas para suas dúvidas. – Monge, disse o samurai com desejo sincero de aprender, ensina-me sobre o céu e o inferno. O monge, de pequena estatura e muito franzino, olhou para o bravo guerreiro e, simulando desprezo, lhe disse: - Eu não poderia ensinar-lhe coisa alguma, você está imundo. Seu mau cheiro é insuportável. - Ademais, a lâmina da sua espada está enferrujada. Você é uma vergonha para a sua classe. O samurai ficou enfurecido. O sangue lhe subiu ao rosto e ele não conseguiu dizer nenhuma palavra, tamanha era sua raiva. Empunhou a espada, ergueu-a sobre a cabeça e se preparou para decapitar o monge. - "Aí começa o inferno", disse-lhe o sábio mansamente. O samurai ficou imóvel. A sabedoria daquele pequeno homem o impressionara. Afinal, arriscou a própria vida para lhe ensinar sobre o inferno. O bravo guerreiro abaixou lentamente a espada e agradeceu ao monge pelo valioso ensinamento. O velho sábio continuou em silêncio. Passado algum tempo o samurai, já com a intimidade pacificada, pediu humildemente ao monge que lhe perdoasse o gesto infeliz. Percebendo que seu pedido era sincero, o monge lhe falou: - "Aí começa o céu". Para nós, resta a importante lição sobre o céu e o inferno que podemos construir na própria intimidade. Tanto o céu quanto o inferno, são estados de alma que nós próprios elegemos no nosso dia-a-dia. A cada instante somos convidados a tomar decisões que definirão o início do céu ou o começo do inferno”. Disponível no Site: <http://www.dolucro.com.br/voos/voo202.htm> Acesso em 04 set. 2005 Muitas palavras dos primeiros cristãos eram usadas em forma de códigos, para que os romanos e lideranças judaicas não as conseguissem decifrar. Depois da descoberta dos manuscritos do Mar Morto, muitos pesquisadores chegaram à compreensão de certos significados. Por exemplo, vícios e atitudes negativas eram chamados de demônios. Um sujeito que roubasse, bebesse, dissesse palavrão, matasse, batesse na mulher e nos filhos, teria cinco demônios, isto é, a cada comportamento destrutivo correspondia um demônio. Se esta pessoa era orientada e esclarecida que estava agindo contra as leis de Deus, aceitava a orientação e passava a agir corretamente, eliminando seus erros, entendia-se que os demônios haviam sido “tirados” do seu corpo. Também era uma crença comum naqueles tempos que quando uma pessoa era acometida de uma doença física ou mental, principalmente as que sofriam de epilepsia, surtos psiquiátricos ou de ataques com estranhos devaneios e rodopios, considerava-se que estava possuída de um espírito maléfico ou demônio. Por muitos séculos, aqueles que apresentavam qualquer tipo de deficiência, eram tidos como endemoniados. Acreditava-se até que ao se aproximar de uma pessoa nestas circunstâncias, poderia o demônio passar para a outra pessoa. Em casos mais graves estes pobres infelizes eram enterrados vivos, queimados em fogueiras ou torturados até a morte. “Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não estás pensando nas coisas que são de Deus, mas sim nas que são dos homens.” (Mateus 16:23) (Respondeu-lhes Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? Contudo um de vós é o diabo.” (João 6:70) Lembremo-nos que satan e diabo queriam dizer opositor e adversário, em grego e latim, respectivamente. Como acreditar que exista um satanás, ou um diabo, nas formas que nos foram ensinadas, se o próprio Mestre chamou Pedro de satanás, e em seguida lhe disse que ele seria a pedra sobre a qual edificaria sua Igreja? E quanto ao Apóstolo Judas, que durante muito tempo o seguiu e serviu, que foi chamado de diabo? Foram inventados o Inferno e o Diabo para se poder vender o perdão... “Nascer duas vezes não é mais surpreendente que nascer uma vez: tudo na natureza é ressurreição.” (Voltaire, 1.694 – 1.778) “Aqui jaz o corpo de Benjamin Franklin, Impressor, Semelhante à capa de um velho livro de páginas arrancadas, abandonadas ao léu, com seu título e seus dourados apagados. A obra não se perderá, pois como ele acreditava, ela aparecerá uma vez mais em nova edição mais elegante, revisada e corrigida pelo autor.” (Benjamin Franklin, 1.706 – 1.790) “Jesus respondeu: Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.” (Marcos 12:29) “Subo para meu Pai e nosso Pai, para meu Deus e o vosso Deus.” (João 20:17) Fazendo uso de dez passagens Bíblicas, trazemos à discussão as seguintes questões: Como teve início o Cristianismo? Por que um modesto padre, de nome Ario, criou uma controvérsia que perdurou quase 70 anos, fazendo o Império Romano dividir-se entre o Oriente e o Ocidente? O que pensavam os primeiros Patriarcas da Igreja? Sabemos que Jesus recomendou a seus Discípulos que levassem a boa nova a todos os cantos do mundo. Cartas e Epístolas eram o meio de comunicação entre os Apóstolos e os lideres das comunidades religiosas locais. O deslocamento, muitas vezes feito a pé, era difícil naquela época, devido às grandes distâncias, além dos riscos que as viagens ofereciam. E não podemos nos esquecer que todas essas populações já cultivavam suas próprias religiões e crenças locais. Além disso, havia o problema de comunicação, pois em cada localidade, o idioma era diferente e pouquíssimas pessoas eram alfabetizadas. Conforme explicou o pesquisador Paulo Nogueira, do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da Universidade Metodista, em São Bernardo, os ensinamentos da nova doutrina receberam diferentes interpretações em cada região, sofrendo influências de costumes locais. “Visto que muitos têm empreendido fazer uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, segundo no-los transmitiram os que desde o princípio foram testemunhas oculares e ministros da palavra, também a mim, depois de haver investido tudo cuidadosamente desde o começo, pareceu-me bem, ó excelentíssimo Teófilo, escrever-te uma narração em ordem. Para que conheças plenamente a verdade das coisas em que foste instruído.” (Lucas 1:1 a 4 ) O próprio Lucas, no início do seu Evangelho, comenta que existiam muitas narrações confiáveis, incluindo as de pessoas que foram testemunhas oculares e de ministros da palavra. Lucas, que também é autor dos Atos dos Apóstolos, foi discípulo de Paulo e o acompanhou em suas viagens e pregações. Foi a partir de Paulo que uma nova religião teve início. “A nova religião era basicamente orientada para uma audiência romana. Assim, o papel de Roma na morte de Jesus foi, por necessidade suprimida, e a culpa transferida para os judeus. Mas esta não foi a única liberdade tomada em relação aos fatos, para torná-los mais assimiláveis no mundo romano. Pois o mundo romano estava acostumado a endeusar seus governantes, e César já havia sido oficialmente estabelecido como um deus. Para competir, Jesus, a quem ninguém antes havia considerado divino, tinha que ser endeusado também. Ele o foi pelas mãos de Paulo.” (BAIGENT Michael, LEIGH Richard e LINCOLN Henry, O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, 1993, pág.303) A conversão de Paulo mudou para sempre os rumos da religião cristã. Ele foi responsável, em grande parte, pela sua divulgação e pela evangelização, levando sua mensagem para várias comunidades distantes, desde a Palestina até a Grécia, Síria, Fenícia, Ásia Menor, Egito, e principalmente Roma e Europa Ocidental. Fazemos aqui uma pequena observação: nem Paulo, nem Lucas, conheceram Jesus pessoalmente. “Nesse caso, por que suas relações com o próprio irmão de Jesus foram tão embaraçosamente tensas”? “Por que teria havido esses atritos com os nazarenos de Jerusalém, alguns dos quais tinham conhecido Jesus pessoalmente e estavam certamente mais próximos dele do que Paulo jamais estivera? Por que a pregação de Paulo irritou a hierarquia nazarena a ponto de levá-la a enviar seus próprios emissários no seu rasto, para desacreditá-lo? Parece claro que Paulo estava fazendo alguma coisa que o próprio Jesus teria reprovado”. (BAIGENT Michael, LEIGH Richard e LINCOLN Henry, A Herança Messiânica, 1986, pág.75) “Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir.” (Mateus 5:17) Como vemos na passagem de Mateus, Jesus não tinha nenhuma intenção de criar uma nova religião, mas de fazer cumprir a lei judaica. Muitos Apóstolos ficaram na região da Palestina. Tiago, irmão do Mestre, permaneceu em Jerusalém. Com a revolta dos judeus e as conseqüências da vitória arrasadora dos romanos sobre estes, a destruição do Templo de Jerusalém e o extermínio de grande parte da população, os ensinamentos originais de Jesus ficaram comprometidos. “Porque, se alguém vem e vos prega outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, de boa mente o suportais!” (II Coríntios 11: 4) Nesta passagem, Paulo declara que outros apóstolos, inclusive Tiago, estão ensinando de maneira diferente, ao falarem de um outro Jesus, que pregava a obediência a Deus como determinava a lei Judaica, ensinava o Amor e busca interior. Paulo mudou estas interpretações e colocou Jesus em nível de Deus. Podemos compreender essa atitude, pois ele foi pregar em regiões que já possuíam suas próprias religiões, seus cultos e, consequentemente, seus deuses, como Tamuz, Osíris, Átis, Adônis, Dionísio e Zoroastro. “Ora, se prega que Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, como dizem alguns entre vós que não há ressurreição de mortos? Mas se não há ressurreição de mortos, também Cristo não foi ressuscitado. E, se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não são ressuscitados. Porque, se os mortos não são ressuscitados, também Cristo não foi ressuscitado.” (I Coríntios 15: 12 a 16) Foi Paulo quem estabeleceu a doutrina da ressurreição de sangue e ossos, de cadáveres voltando à vida. Observamos que, em sua primeira carta aos Coríntios, precisou dar explicações veementes para justificar algo que só ele estava ensinando. “Um dos principais problemas associados à aceitação da ressurreição carnal de Jesus é que essa premissa é muito pouco defendida nos Evangelhos. Vimos que os versículos 9 a 20 de Marcos 16 foram estrategicamente acrescentados muito tempo depois que o Evangelho estava completo e publicado. E se o Evangelho de Marcos foi o primeiro dos Evangelhos Sinópticos, formando a base para os outros, então uma dúvida legítima pode pairar sobre a autenticidade dos versículos finais de Mateus e Lucas.” (GARDNER Laurence, A Linhagem do Santo Graal, 2004, pág. 99) “Jesus de Nazaré deve ser cuidadosamente diferenciado do Jesus de Paulo. Gerações e séculos passaram até que a corrente paulina com seu forte apelo em favor do Império Romano ganhassem ascendência sobre a corrente apostólica”, diz o teólogo. O fato é que, até o século 4, o cristianismo dividia-se em duas corrente distintas, uma liderada pelo discípulos de Paulo e outra pelos seguidores dos apóstolos de Cristo. Quando o cristianismo tornou-se a religião oficial do império romano, a corrente Paulina saiu-se vitoriosa. “As idéias de Paulo, afáveis aos dominadores, foram definitivamente incorporadas à doutrina cristã, diz Fernando.” (Revista Super Interessante, edição 195, dez. 2003, Editora Abril, pág. 62) Além de Paulo, muitos seguidores da doutrina escreveram suas memórias sobre a vida e os ensinamentos de Jesus, a partir da segunda metade do primeiro século, e continuaram surgindo novos escritos por um longo tempo ainda. Foi assim que surgiu a base para o Novo Testamento, sendo que somente os evangelhos atribuídos a Marcos, Mateus, Lucas e João foram considerados divinamente inspirados, e assim incorporados à Bíblia. Não foram oficializados os evangelhos: de Tomé, Felipe, Madalena, Pedro, Bartolomeu, André, Tiago e do próprio Judas, Gnósticos, Segundo os Hebreus, Segundo os Egípcios e muitos outros. Alguns estudiosos afirmam que seriam dezenas. Segundo Pablo Nogueira (2002), foram considerados apócrifos, (ocultos, em grego), ou seja, não inspirados por Deus e simplesmente deixados fora dos textos considerados sagrados. Em 144, Marcião propõe um cânone com apenas o Evangelho de Lucas e dez cartas de Paulo, e entre 170 e 180, Taciano apresenta uma versão condensada dos Evangelhos tradicionais, de sua autoria, mas a Igreja recusa. Foi no Concílio de Nicéia, em 325, que houve uma primeira separação dos evangelhos considerados canônicos. O Bispo Atanásio, em 367, fez e oficializou a primeira lista dos textos que compõem o Novo Testamento, com exceção do livro do Apocalipse. Foi em 397, no Concílio de Cartago, que o Novo Testamento foi definido conforme está até hoje, com 27 Livros, com a inclusão do Apocalipse. É interessante ressaltar, porém, que somente no Concílio de Trento, em 1.546, houve a oficialização do cânone, aprovando o Novo Testamento. Mas foram os ensinamentos de Ário (256 - 336) que causaram a maior polêmica de todos os tempos sobre os textos bíblicos. Por volta de 312, em Alexandria, o teólogo Ário começou a difundir a teoria segundo a qual, ao Filho de Deus, criado pelo Pai, não poderia ser atribuída a mesma substância que o Pai. Sendo não consubstancial com Deus, Cristo perde a possibilidade de ser portador da revelação e da redenção dos homens. Ário afirmava que Jesus não era igual a Deus, porém criado por ele e a ele subordinado. Em outros termos, ele negava a divindade de Jesus, sem jamais tirar os seus méritos nem o estado divino que ele alcançou pelo seu processo evolutivo, fatos estes que só podem ser explicados através da reencarnação. Diocleciano, imperador romano que iniciou uma terrível perseguição aos cristãos, foi morto em 305. Constantino, em 306, assumiu como Augusto do Ocidente e em 312 avançou com suas tropas sobre Roma, para enfrentar Maxêncio, seu adversário ao poder no Império Romano do Ocidente. Em um sonho, teve uma visão de que se adotasse o símbolo cristão, seria o vencedor. Impressionado, determinou que seus soldados a colocassem em seus escudos e derrotou Maxêncio. Assim, Constantino se tornou o regente do império ocidental, enquanto que o do oriente era governado por Licínio, um perseguidor dos cristãos. Licínio casou-se com a irmã de Constantino, e como cunhados, ambos se uniram e por isso cessaram as perseguições. As igrejas, bem como os bens confiscados, são devolvidas para o cristianismo e os cofres públicos lhe são abertos. Porém, em 316, os dois governantes se tornaram novamente inimigos e começou uma nova guerra pelo controle e unificação do império. Licínio voltou a ser um perseguidor intermitente dos cristãos. Em 324, Constantino finalmente derrotou as forças de Licínio, pondo um ponto final na guerra e nas perseguições. O Império Romano estava unido sob a liderança de um único homem, e este regente era um cristão. (RUBENSTEIN, Richard E. 2001, pág. 69 e 70). Em 318, os ensinamentos de Ário haviam se transformado em uma grande controvérsia. Ele fundamentou seus ensinamentos em Antiorquia, onde estudou teologia por vários anos. Para grande parte dos primeiros cristãos, Jesus era subordinado ao Pai.O bispo Alexandre de Alexandria convocou um concílio de bispos regionais para julgar os ensinamentos de Ário, que foram considerados heréticos. Ário foi excomungado e expulso da cidade. Foi buscar apoio em Antioquia. Eusébio, o bispo local, era seu amigo e muito influente na região oriental do império romano, e não só lhe prestou apoio, como convocou uma reunião de bispos, ou seja, um concílio, para debater os ensinamentos de Ário, que nessa oportunidade deixaram de ser considerados heréticos. A divergência sobre a divindade de Jesus foi aumentando. Por um lado, Eusébio, que era influente no Oriente, contava com o apoio de muitos bispos daquela região, onde predominava uma espécie de continuação do judaísmo e da cultura grega. Esses religiosos apoiavam as idéias de Ário, pois identificavam uma natureza humana em Jesus, viam-no como uma espécie de irmão mais velho, que mostrara o caminho a ser seguido. Reconheciam-no como um exemplo moral que ressaltava seus aspectos de Filho, não como Pai. Enquanto isso, o bispo de Alexandria, com grande influencia no Ocidente e seus seguidores, dentre eles seu pupilo e sucessor, Atanásio, eram contrários às idéias de Ário e contavam com o apoio dos bispos de fala latina do império. Eles acreditavam que somente um Jesus que estivesse no mesmo nível de Deus poderia vencer o pecado e a morte. Também entendiam a igreja como o elemento mais importante de salvação. (REVISTA GALILEU, N 173, dezembro 2005 pág. 35) O imperador Constantino, que já havia declarado o Cristianismo como religião oficial do império romano, preocupado com a controvérsia criada pela cisma ariana, com as muitas divergências de culto e de interpretações dos ensinamentos de Jesus, principalmente entre o Oriente (Grego) e o Ocidente (Latim), convocou o primeiro Concílio de Nicéia em 325. Participaram desse evento o bispo Eusébio, representando os arianos, e o bispo Alexandre, juntamente com Atanásio, representando os contrários às idéias de Ário. “Pouco mais de 300 bispos compareceram, a grande maioria era do domínio de Constantino, tornando a votação, no mínimo, tendenciosa. Assim Constantino aprovaria com facilidade tudo aquilo que fosse do seu interesse, e os bispos que discordaram, foram simplesmente perseguidos e exilados. Portanto, as orientações de Constantino nessa etapa foram decisivas para que o Concílio condenasse as idéias de Ario, e promulgasse o credo de Nicéia, onde afirma a Divindade de Cristo, com a seguinte expressão sobre Jesus: “Gerado, não criado” em 19 de Junho de 325 d.C. Mas, se foi gerado, Cristo não existia antes de ser gerado pelo Pai. Logo, Ele não é Deus, pois Deus é eterno. E com isso, veio a conseqüente instituição da Santíssima Trindade, que oferecia grande vantagem às pretensões da Igreja. Permitia-lhe fazer de Jesus Cristo um Deus. Conferia a Jesus um prestígio, uma autoridade, cujo esplendor recaía sobre a própria Igreja católica e assegurava o seu poder, exatamente como foi planejado por Constantino. E a mais discutida, ainda, a instituição do Espírito Santo, o que redundou em interpolações e cortes de textos sagrados, para se adaptar a Bíblia às decisões do conturbado Concílio e outros, como o de Constantinopla, em 38l, cujo objetivo foi confirmar as decisões daquele.” (P.C.Jr. ROBERTO, O Concílio de Nicéia, 1997, disponível em: <http://geocities.yahoo.com.br/luizahpbr/FrasesNticker/nic.html>, acessado em 12 de fev. 2006 É importante destacar que as primeiras resoluções tomadas neste concílio, além da condenação ariana, foi a alteração da data comemorativa da Páscoa. Nos primeiros três séculos, o cristianismo era considerado uma ramificação do judaísmo, portanto a comemoração da Páscoa era no mesmo dia, embora houvesse significados diferentes entre a comemoração judaica e cristã. Constantino, pressionado pelos cristãos que não possuíam origem judaica, os chamados gentios, tratou de diferenciar estas datas. Outra alteração importante nesta ocasião foi o dia de descanso semanal, ficando definido o domingo para os cristãos como descanso semanal, enquanto que os judeus guardam o dia do sábado até hoje. Nesse caso, o interesse foi do próprio Constantino, que, em seus tempos de pagão, cultuara o deus Sol Invictus, a quem era dedicado o domingo, “o venerável dia do Sol". Em vista disso, Ário não aceitou o novo credo e foi expulso da igreja. Quanto ao bispo Eusébio, seu defensor, foi exilado, como represália. Posteriormente, o mesmo imperador Constantino promoveu uma grande reviravolta, retirando Eusébio do exílio, transformando-o em seu conselheiro particular e se aproximando de Ário, que teve autorização para retornar. Mas o bispo Alexandre de Alexandria não permitiu sua entrada nas igrejas. Eusébio promoveu um novo concílio, que acabou aceitando as idéias arianas e, portanto, nestas alturas, Jesus deixou de ser considerado Deus. Com a morte do bispo Alexandre, foi nomeado seu sucessor Atanásio, inimigo ferrenho das idéias de Ário. Começou uma perseguição e foi usada a força contra os seguidores do Arianismo. O imperador Constantino oscilava entre um lado e outro, e os arianos, em um novo concílio na cidade de Tiro, condenaram Atanásio, que, excomungado, fugiu para o Egito. Ocorreu mais um concílio, desta vez em Constantinopla, e novamente os ensinamentos de Ário foram aceitos; foi concedido a este o direito de receber a comunhão, mas faleceu pouco antes de entrar na igreja. Pouco tempo depois, Constantino também morreu, sendo o império divido entre seus dois filhos. Um deles, Constâncio, ficou com a parte oriental do império, protegendo os arianos, enquanto Constante, favorável aos antiarianos, herdou a Itália. Terríveis lutas foram desencadeadas entre os grupos divergentes, por todo o Mediterrâneo oriental. Atanásio (inimigo de Ário), fugindo das tropas militares, seguiu para Roma. Eusébio (defensor do Arianismo) tornou-se bispo de Constantinopla, cidade estratégica para o poder naquela época, mas veio a falecer em seguida. Os seguidores de Atanásio tentaram colocar Paulo como novo bispo. Isto gerou uma onda de conflitos e muitas mortes, a ponto de Constante ameaçar com o uso das forças militares para defender Atanásio, contra seu próprio irmão Constâncio. Novamente, o Império Romano foi unificado, ficando a cargo de Constâncio. Este, percebendo que Atanásio se tornara uma ameaça para a estabilidade do reino, convocou um novo concílio, tentando substituir o credo de Nicéia, mas logo veio a falecer. Muitos ocuparam o trono romano nos próximos anos. Atanásio, que durante aproximadamente 40 anos fora contrário às idéias de Ário, morreu em 373, pouco antes de as legiões romanas, sob o comando do imperador ariano Valente, serem dizimadas pelos godos em Adrianópolis. A proteção aos arianos, por parte de imperadores e das legiões romanas, estava chegando ao fim. Teodósio I, novo imperador, presenciando o poderio romano chegar ao final, ao visitar a Itália, aproximou-se dos bispos da igreja de Roma. Em fevereiro de 380, assinou um decreto, promulgando a ortodoxia nicena como lei. Proibiu que os arianos celebrassem cultos em qualquer igreja e removeu-os dos bispados mais importantes. No concílio de Constantinopla, em 381, reafirmou o credo niceno, determinado a queima dos documentos arianos, cuja posse representaria condenação à morte. O cristianismo foi reafirmado como religião oficial do império, em uma vitória dos ortodoxos de Roma, ou seja, da igreja latina. Então, para a igreja católica e todo cristianismo da época, Jesus se tornou Deus definitivamente. Decorreram quase 70 anos de guerras e perseguições intermináveis, para decidir sobre a divindade de Jesus. Como dissemos no início deste capítulo, cada localidade tinha um líder e um credo influenciado pelos costumes regionais. Em Roma não foi diferente: prevaleceram as idéias e ensinamentos de apóstolo Paulo de Tarso. Mas, no século V, os debates sobre a divindade de Jesus voltaram à tona. As igrejas da Síria Ocidental, Armênia, Egito e Etiópia, privilegiavam sua origem divina, enquanto que no Ocidente subsistiu o princípio da plena humanidade de Jesus. (REVISTA GALILEU, nº 173, dezembro 2005, pág. 28-37) Vamos apresentar algumas passagens do Novo Testamento, que apóiam o pensamento de Ário. “Jesus respondeu: Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.” (Marcos 12:29) “Subo para meu Pai e nosso Pai, para meu Deus e o vosso Deus.” (João 20:17) “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar.” (João 14:2) “Homens de Israel, ouvi estas palavras”! “Jesus, o Nazareno, foi por Deus aprovado diante de vós, com milagres, prodígios e sinais, que Deus operou por meio dele entre vós, como bem o sabeis”. ”Este homem, entregue segundo o desígnio determinado e a presciência de Deus.” (Atos 2: 22-23). “Ouvistes que eu vos disse: Vou, e voltarei a vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai; porque o Pai é maior do que eu.” (João 14:28) “E a Jacó nasceu José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado o Cristo. De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde Davi até a deportação para Babilônia, catorze gerações; e desde a deportação para Babilônia até o Cristo, catorze gerações.” (Mateus 1:16-17) Teríamos muitas outras passagens que ressaltam o aspecto humano de Jesus. Em Atos dos Apóstolos 2: 30, lemos que “Jesus teria que sair dos lombos de Davi”, e o próprio Paulo, o fundador do cristianismo no Ocidente, frisa, a respeito de Deus, isto é, do Pai, que o Senhor (Jesus) “era o filho da semente de Davi, segundo a carne e que foi demonstrado Filho de Deus, pela potência do espírito da Santidade que o ressuscitou dentre os mortos” (LETERRE, 2004, Pág. 98). Podemos verificar a genealogia de Jesus, desde Abraão até Jesus com muita clareza, na abertura do evangelho de Mateus. Em nossa opinião, foi feito um grande malabarismo para colocar Jesus na mesma categoria de Deus. Os interesses políticos, a dominação das massas e o poder temporal falaram mais alto. Os primeiros padres da Igreja Cristã pregavam e acreditavam na reencarnação, ou na pré-existência da alma, como veremos a seguir. Eles foram a base da igreja, acatados como os primeiros santos do cristianismo. Séculos depois, em novos concílios, muitos deles seriam excomungados e suas idéias e ensinamentos, considerados heréticos. Filon - contemporâneo de Jesus, mentor dos patriarcas da Igreja e místico judeu extraordinário, era muito respeitado na comunidade judaica. Teria se convertido ao cristianismo mais tarde. São Jerônimo relatou que se encontrara com o apóstolo Pedro, em uma visita a Roma. Filon era um místico que acreditava na comunhão direta com Deus, seguida da união divina, como meta da vida. A reencarnação fazia parte da sua visão do mundo e ele a discutiu detalhadamente. Escreveu: “As almas que se deixam influenciar pelo desejo de uma vida mortal... retornam a ela.” (PROPHET, 1999 Pag. 84 e 85). Orígenes (182 – 251) - nasceu em Alexandria. Cristão egípcio, escreveu centenas de obras, sendo considerado um dos pais da igreja primitiva. Orígenes defendia a tese da pré-existência da alma. Propunha a interpretação alegórica dos textos sagrados, afirmando que estes traziam, nas entrelinhas de uma clareza aparente, um sentido mais profundo, esotérico. Teve como mestre Clemente de Alexandria. Foi, sem dúvida, um dos maiores sábios do cristianismo de todos os tempos, responsável pela criação da teologia cristã. Com 17 anos, tornou-se reitor da Universidade de Alexandria, o mais importante centro intelectual do mundo no século III. Seus ensinamentos, como a pré-existência da alma, ou seja a reencarnação, compreeendida como justiça divina, faziam mais sentido para a compreensão do povo. E por isso passou a ser aceito por muitos, causando ciúmes em Demétrio, bispo de Alexandria, que negou-lhe a ordenação. Em contrapartida, Orígenes teve outras duas ofertas para ser ordenado, uma por parte de Alexandre, bispo de Jerusalém e outra pelo bispo de Cesaréia, Teoctisto. Apesar disso, perseguido e condenado, teve seus textos destruídos, e o restante profundamente alterado. Considerado herege, no V Concílio Ecumênico de Constantinopla II, em 553, foi condenado por haver ensinado e pregado sobre a preexistência do Espírito e a Apocatástase (restauração de todas as coisas). ( REIS CHAVES, 1998, p. 162 e 163). São Clemente de Alexandria (150 – 229) - ligado à corrente gnóstica cristã, sendo os gnósticos reencarnacionistas. Seu método era “começar com Platão para chegar a Cristo”, uma vez que Platão ensinou a reencarnação. Um dos primeiros santos da igreja, teve seu título de Santo cassado 16 séculos depois, pelo Papa Benedito XIV, em meados do seculo XIX. Seu pecado teria sido a crença na reencarnação? Santo Agostinho (354 – 430) - deixou-nos um total de 232 livros sobre teológia, filosofia, cultura e literatura, escritos durante a sua vida de 76 anos. Em Confissões, encontramos um pedido seu: “Dize-me, Senhor, eu Te suplico, Tu tens compaixão de minha miséria, dize-me se a minha infância sucedeu a outra vida já morta. Pois alguma coisa me revelaram dessa vida e eu mesmo vi mulheres grávidas. Mas, antes disso, o que era eu, meu Deus, ó minha doçura? Existi, porventura em qualquer parte, fui alguém?” Em Contra acadêmicos, Santo Agostinho fala sobre a reencarnação de Platão em Plotino: “A Mensagem de Platão, a mais pura e luminosa de toda a Filosofia, pelo menos tornou difusa a escuridão do erro, e agora brilha em Plotino, discípulo de Platão, tão semelhante ao seu mestre, que se pensaria que viveram juntos, ou melhor, uma vez que separados por tão longo período de tempo, que Platão nasceu de novo em Plotino” ( REIS CHAVES, 1998, p. 166 e 167). Muitos dos escritos de Santo Agostinho datam de antes da sua conversão ao cristianismo, quando estudou o Maniqueísmo, religião reencarnacionista, em que defendia as idéias de Platão e Plotino, que também aceitavam a reencarnação. Entre essas obras, citamos algumas: Sobre a imortalidade da alma, Da vida beata, Os solilóquios, Contra os acadêmicos, Sobre a quantidade da alma, Sobre o mestre, Sobre a música. E mais tarde, como cristão: Sobre os costumes, Do livre arbítrio, Sobre as duas almas, Da natureza do bem, e mais ainda, obras que interessam à filosofia e à teologia religiosa, especialmente: Da Verdadeira Religião, As Confissões, A Cidade de Deus, Da Trindade, Da Mentira. disponível em <http://www.mundodosfilosofos.com.br /agostinho.htm#A> acesso em 26 de mar. 2006 São Jerônimo (340 – 420) - Autor da Vulgata, afirmou que a transmigração das almas era ensinada durante um longo tempo na Igreja. Em suas cartas a Avitus, imperador romano, discorre sobre a reencarnação, afirmando que esta era um princípio antigo, ensinado secretamente a poucos, como uma verdade não divulgável. São Gregório Nazianzeno (257 - 332) - foi grande amigo de Juliano Apóstata, um grande reencarnacionista da época. Gregorio defendia a reencarnação, alegando que este era o maior argumento para a justiça de Deus. São Gregório de Nissa (aprox. 330 – 395) - Era reencarnacionista, e fazia parte dos teólogos e cabalistas que declaravam a justiça de Deus como maior argumento a favor da reencarnação. Um texto dele: “Há necessidade de natureza para a alma imortal ser curada e purificada, e se ela não o for na sua vida terretre, a cura se operará através de vidas futuras e subseqüentes.” ( REIS CHAVES, 1998, p. 169). Plotino (205 – 270) - Suas últimas palavras ao médico Eustóquio foram: "Procurai sempre conjugar o divino que há em vós com o divino que há no universo". São Justino (165) - segundo ele, “a alma habita corpos sucessivos, perdendo a memória das vidas passadas” (ATKINSON, São Paulo, 1995, pag. 46). São Círilo - Mais um renomado patriarca de Alexandria, adepto da reencarnação, um dos mais destacados expoentes da filosofia e da teologia do cristianismo primitivo. Combateu o pensamento de Nestório, patriarca de Constantinopla, que acabou sendo deposto pelo Concílio de Éfeso, em 431. (REIS CHAVES, 1998, p. 170). A igreja teve varios concílios, mas o mais tumultuado e o mais confuso, inclusive com desrespeito aos bispos e ao próprio Papa Virgílio, foi de Constantinopla II, no ano de 553. O Imperador Justiniano organizou este concílio, atendendo solicitação de sua mulher, a Imperatriz Teodora. “Contam muitos autores que, por ter sido uma prostituta, isso era motivo de muito orgulho por parte das suas ex-colegas. Ela sentia, por sua vez, uma grande revolta contra o fato de suas ex-colegas ficarem decantando tal honra, que, para Teodora, se constituia em desonra. Para acabar com esta história, mandou eliminar todas as prostitutas da região de Constantinopla, cerca de quinhentas. Como o povo naquela época era reencarnacionista, apesar de ser em sua maioria cristão, passou a chamála de assassina, e a dizer que deveria ser assassinada, em vidas futuras, quinhentas vezes; que era seu carma por ter mandado assassinar as suas ex-colegas.” (CHAVES, José Reis, 1998, pag.185 e 186). Teodora, que conhecia os ensinamentos da pré-existência da alma, ensinada por Orígenes, e as doutrinas dos Gnósticos, acreditou que seu marido, o Imperador Justiniano, teria força para abolir estes ensinamentos por decreto, ficando ela totalmente isenta de reencarnar tantas vezes, como o povo falava. Justiniano começou uma perseguição implacável contra os seguidores das idéias de Orígenes. Em 543, este recebeu dez condenações, publicadas em um édito e em seguida aprovadas em um sínodo, pelos bispos locais, a pedido do Imperador e do Patriaca de Constantinopla. Uma das condenações atribuídas a Orígenes foi: “Quem sustentar a mítica crença na preexistência da alma e a opinião, conseqûentemente estranha, de sua volta, seja Anátema”. (ATKINSON, Willian Walker, 1995 pag. 47). O Papa Vigílio que, por essa época, se encontrava em Constantinopla, recusou-se a assistir ao concílio, porque não conseguia obter do imperador uma representação dos bispos do Ocidente equivalente à dos bispos do Oriente. (PRIEUR Jean, 1994, pag. 127). O Imperador Justiniano em, 553, durante o concílio, teve que fazer uma enorme manobra nos bastidores do seu império e dentro da igreja, obrigando os bispos a votarem sobre pressão e ameaças, para prevalecer sua vontade e principalmente de sua mulher Teodora, inclusive afastando o proprio Papa das decisões. A própria criação destas leis, condenando esta crença é a maior comprovação de que a reencaranação era largamente aceita, ensinada e conhecida de todos. “Aquele que retorna para a terra e faz o bem, segundo o seu conhecimento, suas palavras, ações e intenções, recebe um dia uma elevada função ou uma felicidade qualquer que corresponde a uma recompensa, que convenha aos seus méritos... Aqueles que durante o período de vida na terra, vivem na dor e no desgosto, sofrem com isso por causa de suas palavras mesquinhas ou suas más ações num corpo anterior, pelo que o Muijusto os pune no presente.” (Zoroastro, 1000 anos a.C.) “Morrer é mudar de corpo como os atores mudam de roupa.” (Plotino, 205 - 270) “Eu posso muito bem imaginar que posso ter vivido em séculos passados e Lá ter encontrado perguntas que ainda não fui capaz de responder. Assim, tenho de nascer novamente porque não cumpri a missão que me foi confiada.” (Carl G. Jung, 1.875 – 1.961) “É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, mas moderado, inimigo de contendas, não ganancioso; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?.” (I Timóteo 3:1 a 5) No capítulo final, uma retrospectiva nos permite observar que as mudanças sucessivas impostas nas doutrinas cristãs foram sendo criadas sem sustentação na Bíblia. Avaliaremos também como muitos trechos bíblicos contestam os dogmas celibato sacerdotal, pecado original, confissão auricular, entre outros. O Mestre Jesus nunca negou a existência da reencarnação, pelo contrário, ensinou-a de uma forma velada às multidões e explícita aos mais próximos conforme já apresentamos nos capítulos anteriores. Naqueles tempos, a crença na imortalidade da Alma era comum entre várias correntes do judaísmo. A imposição de dogmas é que lança obscuridade sobre os problemas da vida, revolta a razão e afasta o homem lúcido de Deus. No início, as reuniões para ensinar a boa nova ocorriam em grutas, catacumbas, locais isolados e sempre às escondidas. Quando Constantino adotou o cristianismo como religião oficial do estado, começou-se a construir igrejas, e mais tarde catedrais suntuosas. É uma realidade o poderio atingido pelas religiões que se derivaram com o passar do tempo. Constatamos isto nos pontos mais centrais de nossas cidades, principalmente no Vaticano. Em nome de Deus, matou-se, flagelou-se, organizaram-se todos os tipos de perseguição aos que se opunham aos dogmas religiosos, fizeram-se guerras, as cruzadas, a santa inquisição, artimanhas nos bastidores de castelos para substituir reis, abusos sexuais e muitas outras atrocidades que é impossível relatar neste pequeno trabalho, pois seriam necessários vários volumes. Claro que não podemos generalizar, uma vez que a igreja, ao longo dos séculos, abrigou muitos homens considerados Santos. No entanto, a maioria destes bons representantes da igreja viveu longe da influência do Vaticano. As ovelhas negras eram em numero até pequeno, mas o seu estrago foi grande, por que estavam justamente nos altos escalões da igreja. É certo que precisamos fazer justiça à organização da igreja, reconhecendo que muitos dos seus pregadores, principalmente os primeiros mártires, foram homens de alta evolução espiritual. Muitos Padres, Bispos e até mesmo Papas, foram honrados e difundiram a caridade e o amor ao próximo, como verdadeiros portadores da paz. Aproximando-se muito dos ensinamentos e da conduta de Jesus. Um exemplo recente foi o Papa polonês João Paulo II, Karol Wojtyla. Também sabemos que a igreja foi muito importante na dimensão social e cultural, colocando um freio nos povos rudes e de pouca instrução daquela época. Muitos, com medo de pecar, deixaram de roubar, matar, cometer abusos sexuais e outros crimes, procurando se manter na retidão que a igreja exigia. Foi um mal necessário para trazer os fieis para dentro da igreja, evitando que o caos se instalasse e se perpetuasse na sociedade. No entanto, a luz trazida pelo Mestre Jesus foi aos poucos sendo apagada, com a criação e imposição de dogmas. Imperadores e reis, interessados na parceria com a igreja, fortaleceram o clero de tal maneira que, sob o comando deste, organizaram-se gigantescas cruzadas para a retomada de Jerusalém, com a absurda promessa de pagamento aos que lutassem a seu lado contra os muçulmanos, com o produto dos saques aos que iam sendo exterminados pelo caminho, ao longo das viagens e após as vitórias, além da promessa de um lugar certo no céu. Tudo em nome de Deus. Os dogmas eram impostos à força, sendo feitas verdadeiras lavagens cerebrais, por força do fanatismo de algumas mentes pouco evoluídas. Os lugares humildes, como as montanhas, margens de fontes e rios, ou ainda casas simples, que Jesus usava para pregar seus ensinamentos, foram substituídos por suntuosidades, ouro, prata, mármore, utensílios com pedras preciosas, lustres de cristais, móveis em madeira de lei. Sem falar no comércio de lugares no céu, na venda de indulgências, e deste modo a igreja passou a se considerar a única dotada de poderes para representar Deus na terra, decidindo quem deveria ser salvo ou condenado. Dentre estes, eram agraciados principalmente os mais ricos, que doavam verdadeiras fortunas para se livrar do inferno eterno e do purgatório. Quanto aos pobres, que não tinham condições de pagar pelo perdão por seus pecados, lutavam ao lado dos papas, defendendo os interesses destes. Nos primeiros 400 anos do cristianismo, os principais líderes cristãos lutaram contra as decisões dos concílios e dos papas, pois não queriam alterações ou modificações nos ensinamentos originais de Jesus e seus Discípulos. Posicionamentos adotados pelo catolicismo, desde sua criação e ao longo dos tempos, alteraram os ensinamentos de Jesus, resultando em distanciamento e rejeição da doutrina da reencarnação. Veremos a seguir alguns, dogmas e as principais alterações, feitas pelo catolicismo, sempre sob influência de outras religiões, provenientes do paganismo, até então a religião oficial do Império Romano. São Cipriano, bispo de Cartago, São Jerônimo e outros, declararam que não aceitariam nada que não estivesse de acordo com os ensinamentos de Jesus. “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” (I Cor. 3: 11) Ano 70 - O Patriarca de Jerusalém centralizava a liderança do cristianismo, que passou posteriormente para Roma. Este Patriarcado era divido com mais quatro cidades importantes da época, como já vimos em capítulo anterior. 304 - Os bispos começaram a ser chamados de Papa. A palavra “Papa” significa pai. Lembremos o que a Bíblia nos diz: “E a ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque um só é o vosso Pai, aquele que está nos céus.” (Mateus 23: 9) A igreja dá outro significado à palavra Papa: é Sumo Pontífice, ou seja, uma espécie de ponte entre os homens e Deus. “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (I Tim. 2: 5) “E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos.” (Atos 4:12) 310 - Iniciam-se as rezas pelos mortos. 313 - O Imperador Constantino assinou o Edito de Milão, concedendo liberdade religiosa aos cristãos. 318 - Foram substituídos os sacrifícios de animais em louvor a Deus, passando a ser representados pelo pão e vinho, como símbolos do corpo e do sangue de Jesus. 320 - Foi introduzido o uso de velas, um hábito pagão. 325 - No Concílio de Nicéa, conforme já vimos, foi alterada a data da Páscoa cristã, passando a ser comemorada sempre no primeiro domingo após a primeira lua cheia, em seguida ao equinócio vernal, podendo cair entre 22 de Março e 25 de Abril. Na mesma ocasião, foi instituído o domingo como dia de descanso no cristianismo, criado o credo nicéno e aprovado o dogma da Santíssima Trindade, além da condenação aos ensinamentos de Ário. “Negada a preexistência da alma, afirmando ser criada no momento da concepção, juntamente com o corpo (A negação da preexistência da alma abriria caminho para, mais tarde, como efetivamente ocorreu, eliminar a teoria da reencarnação)” Disponível em < http://www.panoramaespirita.com.br/artigos/artigos_04/deformacoes_cristia nismo_atraves_seculos.html> Acesso em 01 de abr. 2006 Entre 270 e 370 - Foram criados os altares nas igrejas, que antes não existiam, tornando-se cada vez mais suntuosos, com recursos “extraídos” dos fiéis. “Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição. Aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus.” (II Tessalonicenses 2:3-4) 364 - No Concílio de Laodicéia, começa a separação dos evangelhos conhecidos na época. Somente 4 foram selecionados, dentre os 72 apresentados, e os demais, considerados apócrifos. 370 - O Papa Ambrosio começou a propagar o culto às relíquias dos santos e mártires. 375 - Foi instituído o culto aos santos e anjos. 381 - No Concílio de Constantinopla, a Igreja Cristã recebe o nome de “Católica”. O Imperador Teodósio decreta o Cristianismo como religião oficial do Império. E, através de outro decreto, intitula o bispo de Roma como sendo o Papa da igreja e sucessor do apóstolo Pedro. Decidiu-se sobre a divindade do Espírito Santo e foi declarada nova condenação aos defensores do Arianismo. 394 - O Culto Cristão deixou de existir e foi instituída a missa. 400 - Instituiu-se o sinal da cruz no lugar do peixe, alternando este símbolo dos primeiros cristãos por outro, que expressava mais a morte física e o sofrimento material do que a essência espiritual dos ensinamentos. Também no ano 400 foi criado o dogma do pecado original. “No princípio do século V, o debate sobre o sofrimento humano centrou-se nos bebês recém-nascidos, que obviamente não haviam cometido ainda qualquer pecado. Se não haviam pecado, por que alguns nasciam com deficiências, ou pouco inteligentes, enquanto outros eram normais? A Igreja rejeitava a idéia de Orígenes a esta pergunta: os seus destinos eram resultado direto de suas ações passadas.” “Mas foi Santo Agostinho (354 – 430) que apanhou do chão esta maçã empoeirada, limpou-a em seu manto de bispo e transformou-a naquilo que ainda hoje é um fundamento da teologia cristã – o pecado original.” (PROPHET, Elizabeth Clare, 1999, pág. 216 e 217) O pecado original é a negação total, feita pela igreja, do direito que os cristãos possuem de contatar o Deus interior. Para tanto, Agostinho usou a seguinte passagem bíblica: “Eis porque, como por meio de um só homem o pecado entrou no mundo e, pelo pecado, a morte, e assim a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Romanos 5: 12) Para Agostinho, toda a raça humana estava condenada pelo pecado de Adão, que, como o pecado original, seria transmitido para todos os seus descendentes através do sêmen, e a única forma de nos salvamos do fogo eterno - daquele suposto inferno, já comentado anteriormente, e que também é uma criação do homem - seria o batismo. Uma perguntinha: se Santo Agostinho inventou o pecado original no início do século V, todos os que viveram e morreram antes desta data estariam queimando no fogo do inferno, pois não tendo a sorte de ser batizados, não alcançaram a graça divina oferecida pela igreja? 416 – Começa-se a batizar crianças recém-nascidas. 431 – No Concílio de Éfeso, sendo Papa Celestino I, foi definido o dogma da maternidade de Maria, mãe de Deus. Foi condenado Pelágio, que negava os efeitos do pecado original. 500 - Sacerdotes começam a vestir-se de forma distinta dos leigos. 525 - Decidiu-se que nascimento de Jesus. Essa originária da Pérsia, que solstício de inverno. 526 - É instituída a 529 - São encerradas dia 25 de dezembro seria a comemoração do data foi extraída do Mitraísmo, religião pagã comemorava o dia do deus Sol nesta data, o Extrema-Unção. as escolas gregas e censuradas suas filosofias. 553 - No II Concílio de Constantinopla, foram condenadas as idéias de Orígenes sobre a pré-existência da alma, bem como os ensinamentos dos Gnósticos sobre a reencarnação. O Cardeal Nicolau de Cusa, em um período muito posterior, reagiu a estas decisões, defendendo a reencarnação em pleno Vaticano, com a concordância do Papa Eugênio IV (1431 – 1447). Assim, a doutrina das vidas sucessivas e da pré-existência da alma foi considerada herética, por motivos políticos e pessoais. É lamentável que tenham sido colocadas como que uma venda e uma mordaça nos homens e mulheres daquela época em diante, negando-lhes, por muitos séculos, a compreensão de uma importante lei divina. 591 - O Papa Gregório I (Gregório Magno – ano 590-604), fez um sermão de Páscoa declarando que Maria Madalena era prostituta. “Segundo o Teólogo Jeffrey Bingham – Dallas Theological Seminary, antes do século VI não foi encontrada nenhuma ligação clara entre Maria Madalena e uma prostituta ou entre Maria Madalena e uma pecadora; essa demarcação acontece com Gregório. E foi, lamentavelmente, uma circunstância infeliz.” “O Padre Richard Mcbrian, da Notre Dame University, diz que essa crença é falsa e que não há fatos que provem essa antiga tradição de que Madalena era uma prostituta. O fato de ter demônios não quer dizer que Maria Madalena fosse promíscua; ele diz também que demônios não eram monstros de ficção científica.” “Eram basicamente doenças e que na época não havia tecnologia e sofisticação na Medicina, por isso, atribuíam-se as doenças aos demônios. Então, expulsar os demônios dela significava curá-la. O Padre Richard diz ainda que Madalena é uma das grandes santas da história da Igreja e que entre os discípulos de Jesus, Maria Madalena era a mais próxima.” Disponível em: <http://www.misteriosantigos. com/jesus_mmada_davinci.htm> Acesso em 29 de jun. de 2006 “Mas, ao ver isso, o fariseu que o convidara falava consigo, dizendo: Se este homem fosse profeta, saberia quem e de que qualidade é essa mulher que o toca, pois é uma pecadora.” (Lucas 7: 39) É muito provável que o Papa Gregório I haja confundido a mulher pecadora do capitulo 7 com Maria Madalena, mencionada no início do capítulo 8, uma vez que, se atribuía à mulher sem nome, citada em Lucas 7, algum tipo de pecado sexual. “Logo depois disso, andava Jesus de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus; e iam com ele os doze, bem como algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios.” (Lucas 8: 1 e 2) 593 - O dogma do purgatório começa a ser ensinado por determinação do Papa Gregório I, com base no livro de II Macabeus 12.42-46 (que na reforma protestante foi considerado apócrifo). “Puseram-se em oração para pedir que o pecado cometido fosse completamente cancelado. E o nobre Judas exortou a multidão a se conservar isenta de pecado, tendo com os próprios olhos visto o que acontecera por causa do pecado dos que haviam tombado. Depois, tendo organizado uma coleta individual, enviou a Jerusalém cerca de duas mil dracmas de prata, a fim de que se oferecesse um sacrífico pelo pecado: agiu assim absolutamente bem e nobremente, com o pensamento na ressuição.” (II Macabeus 12:42 e 43) Gregório I, baseando-se na passagem acima, criou o purgatório, face às dificuldades de justificar a pena do “Fogo eterno” para os pecados de menor importância. Foi aprovada a existência do Purgatório, como local de expiação temporária. Aqueles que houvessem cometido falhas menos graves permaneceriam ali por um tempo, preparando-se, passando por uma espécie de purificação, para prosseguir seu caminho. A igreja, e somente ela, tinha o poder de retirar os fieis deste local, encaminhando-as ao paraíso, mediante um pagamento... Vamos ver o que diz a passagem do Apostolo João, no livro do Apocalipse, com relação aos que fazem comércio da alma dos homens. “E sobre ela choram e lamentam os mercadores da terra; porque ninguém compra mais as suas mercadorias. Mercadorias de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho fino, de púrpura, de seda e de escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, e todo objeto de marfim, de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore. E canela, especiarias, perfume, mirra e incenso; e vinho, azeite, flor de farinha e trigo; e gado, ovelhas, cavalos e carros; e escravos, e até almas de homens. Também os frutos que a tua alma cobiçava foram-se de ti; e todas as coisas delicadas e suntuosas se foram de ti, e nunca mais se acharão. Os mercadores destas coisas, que por ela se enriqueceram, ficarão de longe por medo do tormento dela, chorando e lamentando.” (Apocalipse 18:11-15) “É, pois, nas sucessivas encarnações que a alma se despoja das suas imperfeições, que se purga, em uma palavra, até que esteja bastante pura para deixar os mundos de expiação como a Terra, onde os homens expiam o passado e o presente, em proveito do futuro. Contrariamente, porém, à idéia que deles se faz, depende de cada um prolongar ou abreviar a sua permanência, segundo o grau de adiantamento e pureza atingido pelo próprio esforço sobre si mesmo. O livramento se dá, não por conclusão de tempo nem por alheios méritos, mas pelo próprio mérito de cada um, consoante estas palavras do Cristo: - A cada um, segundo as suas obras, palavras que resumem integralmente a justiça de Deus.” Disponível em <http://www.espirito.org.br/ portal/codificacao/ci/ci-1-05.html> Acesso em 26 de mar. 2006 Já o limbo, como já mencionamos, é o local para onde vão as almas das crianças mortas sem batismo, por não terem a chance de uma visão salvadora através da igreja, sendo assim não sofreriam penas doloridas e longas. Também estariam ali aqueles que morreram antes de Jesus. 600 - O Latim é usado nas orações e cultos, imposto por Gregório I. 609 - Bonifácio IV oficializou culto à Virgem Maria e a invocação aos santos e aos anjos. 610 - O papado foi oficialmente estabelecido pelo imperador Focas, que outorgou ao papa Bonifácio IV o título de Bispo Universal. 706 - Surge a obrigatoriedade de se beijar os pés do Bispo Universal. 756 - Pepino, o Breve, tendo derrotado os bárbaros lombardos do norte da Itália, que ameaçavam a cidade de Roma, doou à Igreja parte do território tomado dos vencidos e o Ducado de Roma, formando o que se denominou o Patrimônio de São Pedro. (hoje, o Estado do Vaticano). Tal doação foi feita atendendo ao pedido do Papa, que apresentou o Edito de Constantino, de 30 de março de 315, e em retribuição a favores recebidos da Igreja. “Um dos melhores exemplos é o documento "Edito de Constantino", de 30 de março de 315 d.C. que a Igreja Católica Romana falsificou para expandir seu poder e autoridade. Com esse documento falso, no século VIII o papa Estêvão III convenceu Pepino, rei dos francos, de que os territórios dos lombardos foram doados por Constantino à Igreja Católica Romana. Isso levou Pepino a lutar contra os lombardos e a usurpar as cidades para o papa. Em 1440, um assistente do papa, chamado Lorenzo Valla, provou que o documento foi forjado; apesar disso, nenhum papa depois disto admitiu nem confessou a falsificação. Até hoje, existe uma inscrição no batistério de São João Latrão, em Roma, perpetuando o falso documento”. Disponível em: <http://www.worldslastchance.com/bp/nine_key_marks.html> Acesso em 08 de abr. 2006 774 - Carlos Magno, pai de Pepino, confirmou a doação de territórios da Itália à igreja católica, elevando-a à posição de poder mundial. Surgiu assim o Santo Império Romano, sob a autoridade do Papa Rei, império que durou 1.100 anos. “Carlos Magno já velho, arrependeu-se por doar territórios aos papas; agonizando, sofria horríveis pesadelos e lastimava-se assim: Como me justificar diante de Deus pelas guerras que irão devastar Itália, pois os papas são ambiciosos, eis porque se me apresentam imagens horríveis e monstruosas, que me apavoram, devo merecer de Deus um severo castigo”. Disponível em <http://arquivos10. tripod.com/id20.html> Acesso em 1 de abr. 2006 787 - estabeleceu-se o culto ou devoção às imagens, à cruz e as relíquias. A Bíblia é contra, conforme vemos nas passagens abaixo: “Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.” (Êxodo 20:4) “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não a darei, nem o meu louvor às imagens esculpidas.” (Isaias 42:8) “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.” (I João 5: 21) “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” (João 4: 23) “Congregai-vos, e vinde; chegai-vos juntos, os que escapastes das nações; nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.” (Isaías 45: 20) 803 festa da 830 993 998 festa de - No Concílio de Maguncia, sob o papa Leão III, foi instituída a Assunção da Virgem Maria. - Começa-se a usar ramos bentos e água benta. - Instituída a canonização dos “santos”. - Instituído o jejum as sextas feiras e, na quaresma, cria-se a "Todos os Santos" de "Finados". 1003 - Foi instituído o dia dos mortos. 1054 - O Império do Oriente, denominado Bizantino, contrariando a posição do Papa Leão III, determinou a destruição de todas as imagens ou ícones e que o povo cultuasse somente a Deus. O Patriarca de Constantinopla não mais seguiu as orientações do bispo de Roma, passando a se considerar o chefe da Igreja do Império Bizantino. Esse movimento ficou conhecido como o Cisma do Oriente, dando origem à Igreja Ortodoxa Grega (Hoje, Igreja Ortodoxa). Como vimos no capitulo anterior, esta cisma já havia começado com a controvérsia de Ário. 1059 - O Papa Nicolau II cria o Colégio de Cardeais para realizar a eleição dos Papas. Até então o Imperador conduzia a escolha. 1074 - Estabelece-se o celibato clerical, ou seja, a proibição do casamento dos sacerdotes católicos. Consideramos que tal proibição agride a natureza humana e gera inúmeros sacrifícios, sofrimentos e desvios de religiosos sinceros. O principal objetivo da medida visa impedir que os herdeiros dos sacerdotes recebam bens materiais e possessões da igreja. “Fiel é esta palavra: Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra deseja. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar; Não dado ao vinho, não espancador, mas moderado, inimigo de contendas, não ganancioso; Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito. Pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?” (I Timóteo 3:1-5) Constatamos que Paulo, quando escreve a Timóteo, não proíbe o casamento, mas faz recomendações aos futuros bispos, para serem exemplos de conduta moral. Sabemos que alguns Apóstolos eram casados. 1076 - Foi criado o dogma da infabilidade da igreja. 1079 - O papa Gregório VI proibiu o uso de Bíblias vernáculas (locais), determinando que todas deveriam ser em latim. 1090 - Foi inventado o rosário, oração mecânica em contas. A Igreja teria recebido o rosário de uma forma milagrosa: a Virgem apareceu para Santo Domingo, entregando-o como uma arma poderosa para a conversão dos hereges e pecadores daquele tempo. Desde então, sua devoção se propagou rapidamente em todo o mundo. “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos.” (Mateus 6:7) 1095 - Teve início a Primeira Cruzada. “No Concílio de Clermont, Urbano II convocou os cristãos para o que seria a Primeira Cruzada. Pedro, o Ermitão, foi encarregado de pregar a realização das Cruzadas, que contou com a participação de exércitos da Alemanha, França, Inglaterra e Itália. Em 1096, partiram em direção à Constantinopla, avançando até a conquista de Jerusalém, em 1099. Foram muito violentos com os sarracenos-muçulmanos, inclusive judeus, matando adultos, crianças, violentando mulheres, etc. Foi estabelecido o Reino de Jerusalém, tendo à frente o francês Godofredo de Bulhões. Ele não quis ser chamado rei, pois o único rei de Jerusalém foi Jesus Cristo. Foi, então, chamado de protetor do Santo Sepulcro.” Disponível em: < http://www.panoramaespirita.com.br/artigos/artigos_04/deformacoes_cristia nismo_atraves_seculos.html> Acesso em 01 de abr. 2006 As cruzadas, a Santa Inquisição e tantas outras perseguições feitas pela igreja, ao longo dos séculos, não encontram amparo algum na Bíblia. Pelo contrário, campanhas de perseguição estão completamente contra os ensinamentos do Mestre, que de modo explícito, ensinou a perdoar tantas vezes quantas fossem necessárias, e até oferecer a outra face. “Então Pedro, aproximando-se dele, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete?Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete.” (Mateus 18:21-22) “Eu, porém, vos digo que não resistais ao homem mau; mas a qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar mil passos, vai com ele dois mil. Dá a quem te pedir, e não voltes as costas ao que quiser que lhe emprestes. Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem.” (Mateus 5: 39-44) 1123 - Os Concílios Ecumênicos passaram a ser convocados pelos papas, em que o Papa elaborava pessoalmente as leis e as promulgava. Também foi assegurada à igreja a plena liberdade de escolha de seus bispos, até então influenciada pelos reis. Foi confirmado o celibato sacerdotal. 1184 - Pelo Concílio de Verona, os bispos foram nomeados “Inquisidores Ordinários”, devendo atuar nos locais onde fosse constatado qualquer desrespeito às diretivas da Igreja. Teve início a Santa Inquisição, efetivada anos depois. O terror foi instalado e igreja fez milhares de vitimas. 1190 - Instituída a venda de indulgências, atividade considerada por muitos como a galinha dos ovos de ouro da igreja. “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14: 6) “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (I Timoteo 2:5) “E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos.” (Atos 4:12) “O Dominicano João Tétzel tornou-se famoso vendendo documentos de indulgências da “Igreja”. Negociava uma que "dava o direito antecipado de pecar!”. Esse Dominicano vendia uma outra por alto preço que garantia: "AINDA QUE TENHAS VIOLADO MARIA, Mãe DE DEUS, DESCERAS PARA CASA PERDOADO E CERTO DO PARAISO!”. Os papas assinavam esses documentos valorizandoos... O PAPA Leão X, ano 1518 continuou com o blefe; Necessitando restaurar a Igreja de S.Pedro que rachava usou cofres com dizeres absurdos tais como: "AO SOM DE CADA MOEDA QUE CAI NESTE COFRE UMA ALMA DESPREGA DO PURGATÓRIO E VOA PARA O PARAISO” Disponível no Site: <http://arquivos10.tripod. com/id21.html> Acesso em 01 de abr. 2006 1200 - O pão da comunhão foi substituído pela hóstia. Até esta data, o padre rezava a missa de costas voltadas para o público. Mas, para evitar comentários e a curiosidade sobre possíveis atos sobrenaturais, a Igreja adotou o costume de elevar a hóstia, para que os fiéis pudessem olhá-la. Este gesto foi testemunhado, pela primeira vez, em Paris. 1204 - Foi oficializada a Santa Inquisição, autorizada pela bula papal “Ad-Extirpanda”. Quatro anos depois, foi definido seu principal objetivo: punir todos os que fossem considerados inimigos da Igreja. 1209 - A Igreja Católica iniciou uma cruzada contra o Cátaros em Languedoc, sul da França, porque eles rejeitavam os sacramentos católicos, e defendiam a purificação a ser obtida por sucessivas encarnações. “Se olharmos mais atentamente as crenças dos Cátaros, veremos outros paralelos com o Gnosticismo, Origenismo e Arianismo. Os Cátaros, como os Gnósticos, não adoravam a cruz, e foram acusados de adotar as idéias heréticas de Orígenes, inclusive a crença de que a ressurreição não era a da carne. Os Cátaros não aceitavam o Antigo Testamento nem o Credo de Nicéia. Haviam preservado uma senda cristã anterior ao Credo de Nicéia. Como os arianos, diziam que partilhamos da natureza de Jesus e que estamos destinados a tornarmo-nos como ele.” (PROPHET, Elizabeth Clare, Rio de Janeiro, 1999, pág. 238) 1215 - Foi criado o dogma da transubstanciação, que significa a transformação da hóstia no corpo e no sangue de Jesus, por decreto de Inocêncio III. 1215 - O Concílio de Latrão IV proclama que o diabo e outros demônios foram criados por Deus, bons em sua natureza, e se tornaram maus. 1216 - Estabelece-se a confissão auricular de pecados ao sacerdote, em vez de ser feita diretamente a Deus, e ao contrário dos tempos apostólicos, em que era pública. Na Bíblia, temos muitos exemplos para remissão dos pecados, através da fé em Cristo, jamais por meio de um padre ou homem qualquer. Esta determinação foi baseada numa interpretação completamente errônea da Bíblia: “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.” (Mateus 16:19) Nesta passagem, Jesus não delegou poderes para nenhuma igreja, tampouco para representantes de igrejas, para tirar ou perdoar pecados em nome de Deus. As chaves do reino dos céus, a que se refere neste versículo, são as que libertam todos os que nele crêem e a condenação daqueles que o rejeitam. O texto nada menciona acerca de se fazer ou ouvir confissões, muito menos de se conceder absolvições em nome de Deus. Nada confirma que a confissão auricular tenha base bíblica; o que houve foi uma distorção intencional. Oito séculos antes, o próprio Santo Agostinho, em sua obra Confissões, no décimo livro, cap. 3, protestou contra a idéia que alguém pudesse perdoar os pecados de seus irmãos. Os jovens e as mulheres foram os que mais sofreram com esta absurda invenção. Isso porque os sacerdotes muitas vezes anulavam os pensamentos e sentimentos das mulheres e a formação dos jovens, para tirar proveito do seu medo, invadindo sua privacidade. Uma vez que tudo era relatado de modo secreto e confidencial, o confessor ficava sabendo dos segredos das famílias e até dos governos e seus administradores. “Ora, se teu irmão pecar, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganho teu irmão; Mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada. Se recusar ouvi-los, dize-o à igreja; e, se também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano. Em verdade vos digo: Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu; e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu.” (Mateus 18:15-18) "Agora, pois, fazei confissão ao SENHOR Deus de vossos pais..." (Esdras 10:11) “Por que fala assim este homem? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão um só, que é Deus?” (Marcos 2:7) “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.” (I João 2:1) “Confessei-te o meu pecado, e a minha iniqüidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado.” (Salmos 32:5) Temos de pedir perdão pelos nossos erros diretamente ao Senhor, conscientes de que ele está dentro de nós, pois somos parte do Criador. Não dependemos de terceiros para interceder por nós. Ao ler atentamente as passagens acima, vemos que a confissão auricular não possui o menor respaldo bíblico para a absolvição de pecados pela Igreja Católica, muito menos por seus representantes. O uso desta prática visava finalidades não religiosas, mas de investigação velada sobre o que pensavam e como agiam os fiéis. 1220 - a adoração da hóstia é decretada pelo Papa Honório III. 1229 – determinada a proibição da leitura da Bíblia pelos leigos. Essa época é chamada na história de “idade das trevas”. Proibindo a leitura da Bíblia aos leigos (os que não pertenciam ao clero), a igreja demonstrava não desejar que as pessoas tivessem acesso direto às informações, o que poderia levá-las a pensarem por si mesmas. Teriam que seguir cegamente tudo que lhes fosse repassado pelos sacerdotes, praticando ensinamentos e dogmas que, como estamos observando, não possuem amparo na palavra de Deus. Além da proibição do uso particular da Bíblia, esta só poderia ser utilizada na igreja, e em latim. Assim, em países onde se falavam outros idiomas, ela era mantida apenas como decoração, pois muitos padres eram analfabetos em sua própria língua e também desconheciam o latim. Por estes motivos, a proibição durou séculos. 1245 - implantado o uso de sinos e campainha na missa. 1251 - O escapulário é inventado por um monge inglês chamado Simão Stock. 1252 - Foi autorizada pelo Papa Inocêncio IV e confirmada depois pelo Papa Urbano IV, a prática da queima de hereges na fogueira, em cerimônias denominadas “Autos de Fé”. “Era obrigação dos filhos denunciarem os pais e os entregar à tortura, ao cárcere e às chamas da fogueira. Não era dado ao acusado o direito de apelação. Extorquiam a família com o confisco dos bens, metade para os inquisidores e metade para o Papa. Afirmava Inocêncio III que: “aos filhos dos hereges só deve ser deixada a vida, e assim mesmo, por misericórdia” Disponível em <http://www.panoramaespirita.com.br/artigos/artigos_04/deformacoes_cristi anismo_atraves_seculos.html> Acesso em 01 de abr. 2006 1264 - Oficializada a festa de Corpus Christi, que teve início em 1209, na diocese de Liége, Bélgica, pela freira agostiniana, chamada Juliana. Suas idéias chegaram ao bispo local em 1246, tendo este primeiro colocado em prática em toda sua diocese. Mais tarde, este bispo tornou-se o Papa Urbano IV, que estendeu a festa para toda a igreja. A festa de Corpus Christi é uma celebração solene de comemoração à instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia. 1303 - A Igreja Católica se proclama a si mesma como único meio de salvação. 1311 - O Concílio de Viena suprimiu a Ordem dos Templários. Condenou os franciscanos que adotavam idéias consideradas heréticas sobre a pobreza. Também proibiu qualquer tipo de transação entre cristãos e judeus. 1313 - O Concílio de Zamora estabeleceu a proibição aos cristãos de se associarem aos judeus. Determinou que as autoridades seculares confinassem estes em quarteirões separados (guetos), obrigando-os a usar um distintivo (antes havia sido um chapéu amarelo) e assegurar sua freqüência aos sermões para que se convertessem. 1316 - Foi instituída a reza Ave Maria (Santa Maria, mãe de Deus). 1414 - Inicia-se a institucionalização da Hóstia, ou Eucaristia. Sob as aparências de pão e vinho há o "milagre" de estes ingredientes conterem o corpo, o sangue, a alma e a divindade de Jesus Cristo, fenômeno que se renova em todas as missas. Passa a ser proibido o uso de vinho na comunhão. 1439 - Durante o Concílio de Florença, o Purgatório é proclamado como um dogma e é confirmada a doutrina dos Sete Sacramentos. 1508 - A oração Ave Maria foi oficialmente aprovada, sem a última metade que conhecemos, a qual foi acrescentada 50 anos depois, no final do século XVI. 1517 - Martinho Lutero reage contra os desvios quanto ao Cristianismo original, perpetrados pela Igreja Católica e cria o cisma protestante. Tem inicio a Reforma. Entre 1529 e 1739 organizaram-se as seguintes igrejas: a Igreja Luterana, Anglicana Episcopal, Presbiteriana da França, Presbiteriana escocesa, Igreja Batista, na Holanda, Metodista na Inglaterra, entre outras. 1536 - No dia 6 de outubro, a igreja determinou que o inglês Tyndale fosse queimado vivo, por traduzir e vender Bíblias. 1540 - O Papa Paulo III reorganiza a Companhia de Jesus. Esta exaltava como benéficas as penalidades aos hereges. Teve inicio uma terrível perseguição aos protestantes na França, que culminou com o massacre dos Huguenotes, em Paris, na famosa noite de São Bartolomeu, em 24 de agosto de 1572. 1545 - No Concílio de Trento, as principais decisões foram contra a Reforma de Lutero, a afirmação da doutrina do pecado original, a justificação à Eucaristia, ao purgatório e às indulgências. Decretou-se que, na Eucaristia, estão contidos, real e substancialmente, o corpo e o sangue, a alma e a divindade de Jesus Cristo, isto é, o Cristo todo. 1546 - Foram oficialmente acrescentados livros apócrifos nas Sagradas Escrituras. Como os apócrifos foram aprovados: “A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 8 de Abril de 1546 como meio de combater a Reforma protestante. Nessa época os protestantes combatiam violentamente as doutrinas romanistas do purgatório, oração pelos mortos, salvação pelas obras, etc. Os romanistas viram nos apócrifos, bases para tais doutrinas, e apelaram para eles, aprovando-os como canônicos. Houve prós e contras dentro dessa própria igreja, como também depois. Nesse tempo, os jesuítas exerciam muita influência no clero. Os debates sobre os apócrifos motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. O biblista católico John L. Mackenzie em seu "Dicionário Bíblico" sob o verbete, Cânone, comenta que no Concílio de Trento houve várias "controvérsias notadamente candentes" sobre a aprovação dos apócrifos. Mas o cardeal Pallavacini, em sua "História Eclesiástica" declara mais nitidamente que em pleno Concílio, 40 bispos dos 49 presentes travaram luta corporal, agarrado às barbas e batinas uns dos outros... Foi nesse ambiente "ESPIRITUAL", que os apócrifos foram aprovados. A primeira edição da Bíblia católico-romana com os apócrifos deu-se em 1592, com autorização do papa Clemente VIII.” Disponível em < http://www.israel3.com/ ftopicp-6372.html> Acesso em 09 de abr. 2006 1551 - Foi determinado que a presença Cristo se tornava real na hóstia através da transubstanciação, isto é, pão e vinho se converteriam no corpo e no sangue de Jesus. Foram censurados todos os livros contrários ensinamentos do catolicismo. Foi mantida a supremacia do Papa. Com o avanço do Protestantismo em Portugal e na Espanha, a Inquisição voltou a ser utilizada. Mas nesta oportunidade, houve uma grande conquista: foram suprimidas a venda e a concessão de indulgências, que estavam em vigor desde 1.190, depois de 360 anos de terror. Até hoje a igreja evita falar no assunto. 1854 - O dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo papa Pio IX, sem consulta a nenhum concílio. 1864 - Condenação da separação da igreja do estado, incluindo a condenação à liberdade de culto, de consciência, de pregação, de imprensa. Descobrimentos científicos foram desaprovados pela Igreja Romana, sendo reafirmada a autoridade temporal do papa sobre todos os governantes civis. 1870 - O papa Pio IX promulgou o decreto da infalibilidade Papal (o papa não erra nunca). Nestas alturas, a igreja já estava em processo de declínio, tendo sofrido diversas divisões. Enfraquecida, em um ato de desespero, decreta que o Papa é infalível. A evolução da ciência se acelera e a humanidade passa a ter um novo conceito religioso, de um modo geral. As monarquias e os regimes absolutistas perdem terreno para a república e o direito à liberdade de pensamento torna-se uma realidade. 1950 - O papa Pio XII decretou que houve a ascensão corporal ao céu da Virgem Maria, pouco depois de sua morte. 1965 - Maria é proclamada a Mãe da Igreja. Foi uma página que virou na historia do tempo, marcada por incalculáveis crimes cometidos em nome de Deus. A igreja, com o poder que adquiriu, durante séculos de terror, matou os pais impiedosamente na frente dos filhos, às vezes em fogueiras, ou através de torturas e outros meios, os mais horríveis que um ser humano possa imaginar. Você jamais poderia ter pensamentos próprios, inventar algo, ou fazer certas declarações, pois as perseguições seriam inevitáveis. Dentre os que mais sofriam, eram perseguidos e tinham seus bens confiscados estavam os judeus e aqueles que tinham posses, que eram confiscadas pela igreja. “Foi-lhe concedido também dar fôlego à imagem da besta, para que a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta.” (Apoc. 13: 15) “E luz de candeia não mais brilhará em ti, e voz de noivo e de noiva não mais em ti se ouvirá; porque os teus mercadores eram os grandes da terra; porque todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias. E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra.” (Apoc. 18: 23-24) As crianças que presenciavam a morte de seus pais e parentes, muitas vezes pelo simples fato de não pactuar com o sistema autoritário da igreja, passavam a respeitá-la, não como seguidores da doutrina, nem como devotos fiéis, mas sim pelo medo, pelo pavor das lembranças da morte de seus parentes assassinados impiedosamente. Acatavam aqueles dogmas para não ter o mesmo destino dos que os contestavam. Tais dogmas foram criados e impostos goela abaixo do povo, que não tinha nem o direito de mastigá-los para engolir. Em outras palavras, muitas vezes não se sabia, nem mesmo o padre, o porquê de certos dogmas sem base alguma nas Sagradas Escrituras. Então a resposta da igreja era simples: é o mistério da fé. A explicação central para o desmoronamento da igreja, do seu fim iminente, é simples de explicar: ela sempre teve o poder a seu lado, primeiro do império romano, que converteu povos inteiros ao cristianismo através da força, levando suas doutrinas até onde alcançou seu domínio. A seguir, vieram os reis e seus interesses em subjugar as massas, cedendo seus exércitos para fazer prevalecer os interesses da igreja. Assim, ela se tornou poderosa, tinha a força a seu lado e sabia tirar proveito da ignorância do povo, impondo terror a nações inteiras. Quando a situação parecia fugir de controle, criavam-se novos dogmas, mediante bulas e encíclicas. Até que começaram as cismas, vindo os rachas, primeiro a igreja Ortodoxa, depois os Protestantes. Ao longo do nosso trabalho, demonstramos a constante evolução espiritual da humanidade. Tal crescimento permite uma visão mais ampla do mundo em que vivemos. As almas mais evoluídas começaram a perceber que não fazia sentido a igreja católica se auto-proclamar a única portadora da chave do céu, e que somente através dela seríamos salvos, todas as outras tradições religiosas não prestando para nada, sendo condenados os que as praticavam. “A igreja percebe que a crença no sobrenatural, nas superstições, nos direitos divinos dos reis, e na propria religião com seus dogmas, estava aos poucos sendo substituida pela crença nos direitos humanos, onde cada um pensaria por si mesmo, e não mais se deixaria levar por outras ideologias, que apesar de não concordarem eram obrigados a seguir. Segumdo os iluministas, cada um deveria procurar maneiras de ter lucro proprio, e praticar a liberdade de expressão, e de pensamento, sem o controle e interferência da igreja católica. Esta mudança começou nos paises onde a igeja já não tinha mais tanto poder, como na Alemanha, Inglaterra e na França, veio a Revolução Francesa, e a Independência dos Estados Unidos, começando a ser praticada uma sociedade mais livre, com transições de classes e maior oportunidade para todos.” Disponivel em: < http://pt.wikipedia.org /wiki/Iluminismo> Acesso em 02 de abr. 2006 Até hoje a igreja não pode, nem quer ouvir falar, em Maçonaria, Ordem Rosa-Cruz, Martinismo, e muitas outras doutrinas secretas, encontrando forte resistência dentro destas organizações, que há séculos possuem e perpetuam ensinamentos secretos sobre a evolução espiritual e a imortalidade da alma. Mas o pior estaria por vir: foi quando os evangelhos “heréticos” começaram a ser revelados ao público. Em 1945, com as descobertas dos Manuscritos de Nag Hammadi, nas proximidades de Luxor, no Egito, encontrados por camponeses em ânforas do século IV. Nelas estavam guardados 52 textos diferentes, entre eles o famoso Evangelho de Tomé, que teria sido escrito entre 50 e 70 d.C.(REVISTA GALILEU, dez. 2002 n 137, pág.18). Os textos de origem Essênia, descobertos em 1.947, teriam sido enterrados em 68 d.C. em cavernas nas proximidades do Mar Morto, quando ouve a destruição do monastério de Qumran, por tropas romanas. Até 1956, haviam sido descobertos em outras dez cavernas de Qumran mais rolos de pergaminho e papiro, envoltos em tecidos de linho e selados com betume (REVISTA GALILEU Edição Especial Religiões nº 2, julho 2003, pág.63). Um desses textos, o Evangelho de Maria Madalena, ensina a buscar a harmonia interior consigo mesmo, com o outro e com Deus, que esta dentro de cada um de nós. O estudioso da Bíblia, Jacir de Freitas Faria, frade franciscano com mestrado no Pontifício Instituto Bíblico de Roma, em entrevista à revista Galileu, em dez. 2002, explica que Maria Madalena não era prostituta, mas apóstola e mulher amada por Jesus, exercendo forte liderança no início do cristianismo. No evangelho de Felipe, é relatado que Jesus beijava Madalena na boca com freqüência, e alguns discípulos tinham ciúmes desse amor. Frei Jacir explica que o beijo na boca, no sentido semita, pode ter conotação de comunicar o espírito, o saber. Naquela época, a mulher era colocada, de maneira geral, em segundo plano. Muitos dos seguidores do Mestre eram homens rudes e não aceitavam o fato de Madalena assimilar com mais facilidade os ensinamentos de Jesus. No Pistis Sofhia, considerada a Bíblia dos Gnósticos, Pedro chegou a pedir que ela fosse expulsa do grupo. No evangelho de Tomé, Pedro afirma que detesta o gênero feminino, e Jesus ironiza dizendo a transformaria em homem, conforme vimos em outro capítulo. Tomé também descreve um Jesus Místico e esotérico, cujo principal ensinamento era que devemos dar ênfase não na fé, mas na descoberta de nós mesmos, pois o reino de Deus não está aqui nem acolá, mas dentro de nós. “Paulo não compreendia o uso da “ressurreição em vida” utilizada pela Igreja de Jerusalém e, deste modo, ele e seus seguidores paulinos erroneamente acreditavam que Jesus fazia com que os mortos retornassem à vida.” (KNIGHT Cristopher, e LOMAS Robert, São Paulo SP, 2002, pág. 36 e 37) Tiago, irmão de Jesus, liderou a igreja de Jerusalém, ensinando que a ressurreição acontecia em vida, uma espécie de iniciação, onde ocorreria uma morte simbólica e um renascimento para uma nova visão, um novo conceito, inspirados na doutrina de Jesus. Infelizmente, a Igreja de Tiago teve vida curta. Na revolta dos judeus, os romanos destruíram o templo de Jerusalém, massacraram a população e os seguidores de Tiago foram exterminados. Seu evangelho foi abandonado, sendo adotado o de Paulo, mais oportuno aos Papas Romanos. Como fica a negação da igreja para o movimento da terra, defendido por Galileu Galilei que, em 1611, precisou ir a Roma defender-se da acusação de herege? Galileu morreu em 1642, exilado pela igreja através das suas lideranças de então. Mas, em 1983, ou seja, 341 anos após a sua morte, a mesma igreja, revendo o processo, decidiu pela sua absolvição. Giordano Bruno, um gênio de sua época, prenunciou o avanço da ciência, com as teorias do universo infinito e da multiplicidade dos mundos. Rejeitou a astronomia geocêntrica tradicional e foi além da teoria heliocêntrica de Copérnico. Condenado pela Inquisição, recusou-se a negar suas afirmações e foi queimado vivo em 1600. Conta-se que, um dia, Cristóvão Colombo foi interrogado por um eclesiástico para que indicasse a passagem bíblica onde se afirmasse que a Terra era redonda. O grande navegador teria respondido aproximadamente o seguinte: "Não o posso fazer porque a Bíblia não o diz. Mas também não afirma o contrário em parte alguma." Narramos aqui apenas alguns erros dentre os que a igreja acabou tendo que reconhecer, entre muitos. Estamos certos de que é uma questão de tempo ela admitir a reencarnação, como uma lei divina e natural. Existem muitas correntes filosóficas, religiosas e científicas provando a reencarnação, a favor da imortalidade da alma. Eis algumas: a própria Bíblia, a física quântica, a projeção ou viagem astral, a regressão a vidas passadas, as lembranças de vidas passadas (crianças até sete anos), crianças prodígios, a natureza, arqueologia, os livros apócrifos, a lei do Karma, filosofias e antigas religiões, transcomunicação instrumental, experiências quase morte, conscienciologia, etc. “A Alma nunca morre, mas recomeça uma nova vida, ela nada mais faz que mudar de domicílio, tomando uma outra forma. Quanto a mim, que vos revelo estas misteriosas verdades, já fui Euforbes numa outra vida, no tempo da guerra de Tróia, lembro-me perfeitamente bem de meu nome e de meus pais, assim como do modo como fui morto em combate com o rei de Esparta. Em Micenas, no templo de Juno, vi suspenso na parede o meu próprio escudo de um outro tempo. Mas, embora vivendo em vários corpos, a Alma é sempre a mesma, pois só a forma muda.” (Pitágoras, 570 – 497 a.C.) Muitos se dizem preocupados com o mundo que iremos deixar para nossos filhos e netos, devemos nos preocupar sim, e principalmente com o mundo que fatalmente iremos encontrar em nossa próxima encarnação. O corpo físico é o veículo de algo dentro dele, e este algo é o Eu imortal, nossa alma, que quase não pode se manifestar, devido a um bloqueio criado pelo nosso egoísmo. Não podemos confundir a essência divina, ou Eu imortal, com o ego, pois este é um falso eu. Quando nascemos, somos puros, e, à medida que crescemos, vamos criando um ego, alimentando-o através de tudo aquilo que nos causa sofrimento, como o medo, a perda, a dor, o ódio, o orgulho, as mágoas etc., inclusive pela influência e opiniões dos outros, daqueles que nos rodeiam. Nosso Eu imortal precisa do corpo físico para manifestar o amor divino, o auxílio ao próximo, o favorecimento à humanidade como um todo, e, principalmente a evolução espiritual, tanto individual como coletiva. Porém, somos bloqueados pelo ego, que é criação de nossa mente, fruto do acumulo de experiências negativas, que não pertence nem ao físico e nem ao Eu imortal. À medida que formos eliminando o ego, vamos diminuindo o nosso sofrimento, porque nossa essência divina, nosso Eu imortal, vai se libertando desta verdadeira prisão, podendo assim manifestar seu amor infinito. Este é um dos nossos objetivos: superar nossas fraquezas, fazendo com que prevaleça o bem sobre o mal, o amor sobre o ódio, a virtude sobre o vício. E é também o verdadeiro significado da vitória do pequeno Davi sobre o gigante Golias, de São Jorge vencendo o dragão, de Hércules destruindo seus monstros. Após a morte, o ego deixa de existir, pois ele não pode sobreviver à nossa morte física, já que foi algo criado por nós mesmos. O que sobrevive é o nosso Eu imortal, algo que é indestrutível, livre do ego e completamente puro novamente, carregando, impregnadas em sua essência, as experiências acumuladas nesta última existência. O Eu Imortal é exatamente a parte que reencarna. Precisamos ter em mente que, na presente vida terrena, estamos colhendo o que plantamos na encarnação anterior, assim como plantamos na atual o que iremos colher na próxima. Você pode, através desta plantação, transformar sua próxima vinda em um paraíso ou em um inferno. Todos sabem o que é certo ou errado, basta usar o livre arbítrio. Para que o espírito prevaleça sobre a matéria, precisamos eliminar nossos egos. “E como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo.” (Hebreus 9:27) Quando Paulo nos ensina que o homem deve morrer uma só vez, ele está certo, o físico é que morre, juntamente com o ego que criou na presente encarnação. “O primeiro homem, sendo da terra, é terreno; o segundo homem é do céu.” (I Coríntios 15: 47) Verificamos que a Igreja sempre soube disso, pela afirmação na oração do Credo: “Creio na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna”. Admite-se aqui a necessidade de compensar, de redimirse dos pecados cometidos, e caso morrermos antes de quitá-los, precisaremos de uma nova oportunidade para tanto - e a teremos, tantas quantas forem necessárias. A igreja ainda confirma que isso se dará através da ressurreição da carne. A oração ficaria mais clara se afirmasse ressurreição na carne. A ciência descobriu que a matéria não morre nem desaparece, se transforma, passando a fazer parte de outro corpo, em um ciclo natural, através dos minerais, vegetais, animais. Na verdade, o corpo físico ressurge, passando por uma transformação. Seus elementos voltam a fazer parte de um novo corpo físico, apto a receber o espírito imortal, que, nesta oração, está representado pela vida eterna. Muitas vezes o Mestre Jesus falou de amor ao próximo, insistindo para amarmos até aos nossos inimigos, destacando que o perdão e a humildade de perdoar são as chaves para abrirmos as portas do reino de Deus. Lembrou-nos sempre que é dentro de cada um de nós que encontraremos a receita deste amor verdadeiro. A meditação e o silêncio nos levarão a ver e sentir a centelha divina que reside em nosso ser. Precisamos ter Jesus como exemplo - ele morreu amando e perdoando seus agressores, e tanto sacrifício não pode ter sido em vão, pois “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Em conclusão, deixamos uma mensagem para todos os nossos leitores, irmãos e irmãs de processo evolutivo neste plano: Não tenhamos medo da morte, nem pensemos nela como um fim. Vivamos cada dia como se fosse o último. Não nos apeguemos aos bens materiais, a paixões e vícios, pois, com certeza, estas bagagens vão atrasar nossa evolução espiritual. Encontremos mais tempo, nesta curta viagem, para nos dedicar à plena manifestação do Eu Imortal. Muitos se dizem preocupados com o mundo que iremos deixar para nossos filhos e netos, devemos nos preocupar sim, e principalmente com o mundo que fatalmente iremos encontrar em nossa próxima encarnação. “Aquele que se esforça seriamente por melhorar assegura para si a felicidade, já nesta vida.” (Allan Kardec, 1.804 – 1.869) “Da mesma forma que nos desfazemos de uma roupa usada para pegar uma nova, assim a alma se descarta de um corpo usado para se revestir de novos corpos." (O Bhaghavad Gita, 3.000 a.C.) 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