AS EXPECTATIVAS DE JOVENS E ADULTOS EM RELAÇÃO À ESCOLA. Grupo Temático: Alfabetização de pessoas jovens e adultas Autoras: Becky Henriette Gonçalves – UFSCar Tatiane Cosentino Rodrigues – UFSCar O trabalho tem como objetivo a sistematização das expectativas dos alunos de uma sala de suplência do EJA de São Carlos, em relação à escola e sua função, bem como do significado do retorno à escola mesmo depois de alguns anos. A organização dessas informações permite a compreensão e sugere análises mais complexas de quais são as expectativas desses alunos que são majoritariamente trabalhadores egressos do sistema regular de ensino, sendo comuns histórias de fracasso e relatos do difícil acesso à escola. O trabalho é de suma importância para o aperfeiçoamento do processo de ensinoaprendizagem, na medida em que oferece informações que podem ser geradoras de novas situações de aprendizagem, além de oferecer informações importantes a respeito de qual é o papel da escola para esses alunos e qual a relação que mantém com a mesma. As informações serão expostas e analisadas a partir de relatos, desenhos e produções escritas, que foram produzidas ao longo do primeiro semestre de 2003 pelos alunos, contando com a autorização prévia dos mesmos para a exposição dos trabalhos. Resultados parciais: A análise prévia de alguns relatos aponta com freqüência a escola como uma possibilidade de transformação da vida, histórias que relatam o quanto é bom a autonomia que os conteúdos aprendidos na escola oferecem às situações cotidianas, como por exemplo, a leitura dos rótulos no supermercado, do itinerário dos ônibus, coisas que não eram possíveis sem o auxílio de outras pessoas. Ao mesmo tempo nos defrontamos com discursos, normalmente ditos em situações de dificuldade na aprendizagem de que “Deus determinou o caminho de alguns, aqueles que sabem ler e podem estudar e aqueles que não podem, vou seguir até onde Deus permitir”.(C.A) A análise desses discursos nos permite pensar até que ponto alguns alunos assumiram o discurso social de auto-exclusão ou a expectativa da escola como uma possibilidade de ascensão social.