Disciplina: Fundamentos Metodológicos da Pesquisa Jurídica Objetivos: propiciar a ordenação de perspectivas teóricas na pesquisa jurídica e compor recortes metodológicos para elaboração do projeto de dissertação de Mestrado; compreender a formação do pesquisador e do docente na área do Direito no Brasil e reconhecer o contexto contemporâneo dos cursos jurídicos no âmbito da graduação e da pósgraduação em direito; organizar a pesquisa jurídica a partir do tema escolhido e selecionar dados para a consecução do projeto de pesquisa; refinar as referências bibliográficas essenciais ao estudo do tema. Ementa: Os desafios que o ensino jurídico enfrenta em sua dinâmica no âmbito da graduação reflete as dificuldades estruturais dos programas de pós-graduação em face da questão da metodologia da pesquisa jurídica no Brasil. A temática da pesquisa institucional e o viés profissionalizante característico dos cursos de Direito resultam em conflitos que carecem de análise e aprofundamento de estudos no plano da metodologia da pesquisa do direito. Conteúdo Programático: - Núcleo sobre dimensão de cientificidade do Direito – a “microfilosofia da Modernidade” – embates entre a filosofia e a ciência – A questão do método e técnicas de pesquisa na área do Direito – problemática do discurso científico aplicado ao direito - Núcleo das sinalizações epistemológicas contemporâneas: Ciclos dos “nés” e “pós” movimentos na orientação filosófica e metodológica do direito: pluralidade de matrizes teorizantes e o diálogo entre o direito e subáreas do conhecimento em busca de um “neosubstancialismo” de tendências metodológicas contemporâneas - Núcleo instrumental: a composição do corpo da dissertação: o significado da Dissertação de Mestrado nos programas de pós-graduação no Brasil – políticas públicas regentes dos cursos de pós-graduação em direito no Brasil – as agências de fomento – a a formação do pesquisador e o ensino jurídico no Brasil - a construção do objeto temático e o substrato teórico – fundamentos filosóficos – delineamento histórico: acesso a fontes legais, jurisprudenciais, pesquisa empírica . A questão das “fontes primárias” como requisito de aprofundamento teórico e reflexivo. - Nùcleo epistemológico: a seleção bibliográfica das fontes – traduções, revisões, versões- Direito Comparado e legislação estrangeira – Papirologia – Epigrafia – textos literários – uso de anexos – dados estatísticos e organogramas – entrevistas e questionários Divisão do tema: organização e estruturação dos capítulos e seções – a “introdução”, “conclusões . epílogos” – O título da dissertação: generalidades, especificidades e o argumento-símbolo – técnicas de redação do texto da Dissertação: o ensaio como uma nova possibilidade de reflexão espontânea e aprofundada de tratamento analítico - Núcleo Performático – Atividades em oficinas científicas: a tipologia dos projetos de pesquisa: esboços, linearidade temática, referenciais científicos e históricos – normas da ABNT – discussão dos temas do projeto de dissertação – participação de especialistas externos Avaliação: Leitura e discussão de textos sobre temas relevantes para a disciplina – análise dos temas dos projetos de dissertação dos mestrandos sob a perspectiva metodológica – Diretrizes sobre estratégias para o exame de qualificação e para a sessão de defesa pública da dissertação: apresentação, argumentação e postura. A composição da banca examinadora. Apresentação sob forma de aula expositiva de tema de interesse do aluno. Bibliografia: ADEODATO, João Maurício . Bases para uma metodologia da pesquisa em direito. In: Revista do Centro de Estudos Jurídicos. Brasìlia: Centro de Estudos do Conselho da Justiça Federal, nº 7, abr. de 1999. AGUILAR, Fernando Herren. Metodologia da Ciência do Direito.São Paulo, Max Limonad, 2003. BAITZ, Rafael. O saber histórico em pesquisa jurídica. In: BOUCAULTt, Carlos E. de A. História e Método em Pesquisa Jurídica. São Paulo: Ed, Quartier Latin, 2006. BARTHES, Roland. Aula. 14ª Ed. Trad, e posfácio de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Cultrix, 2007. BRONZE, Fernando José – Alguns marcos do século na história do pensamento metodológicojurídico. In: Volume comemorativo do 75º Tomo do Boletim da Faculdade de Direito de Coimbra. CAPELLA, Juan Ramón. Elementos de análisis jurídico. 3ª Ed. Madrid,: Trotta, 2004. CANARIS, Claus-Wilhelm. Pensamento sistemático e conceito de sistema na ciência do direito. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulberkian, 2002. CURY, Vera de Arruda Rozo. Introdução à formação Jurídica no Brasil.Campinas: Edicamp, 2002. DIAS, Gabriel Nogueira. Positivismo Jurídico e a Teoria Geral do Direito na obra de Hans Kelsen. São Paulo: RT, 2010. DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. 8. ed. São Paulo: Nacional, 1977. ENGISH, Karl. Introdução ao pensamento jurídico. 6. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulberkian, 1988. FALCÃO, Joaquim (Org.) Pesquisa científica e direito. Recife: Massangana, 1983. FRAGALE , Filho Roberto e CERQUEIRA, Daniel Torres (Orgs) – O ensino jurídico em Debate. O papel das disciplinas propedêuticas na formação jurídica. Campinas: Millenium, 2007. GHIRARDI,José Garcez (Org.) Métodos de Ensino em Direito. Conceitos para Debate. São Paulo: Saraiva,2009 – Série: Metolodogia do Ensino: Direito, Desenvolvimento e Justiça. ____________________ - O Instante do Encontro – questões fundamentais para o ensino jurídico. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas, Coleção Acadêmica Livre, série didáticos, 2012. GIL, Antônio C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1996. GUSTIN, Miracy B. S.; DIAS, Maria Tereza Fonseca. (Re)pensando a pesquisa jurídica. Belo Horizonte: Del Rey, 2006. HORTA, José Luiz Borges. Direito Constitucional da Educação. Belo Horizonte: Decálogo, 2007. HERRERA, Enrique. Práctica metodológica de la investigación jurídica. Buenos Aires: Astrea, 1998. JAPIASSU, Hilton Ferreira. O mito da neutralidade científica. 2. ed. Rio de Janeiro: Imago, 1981 . KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1988. LAMMY, Marcelo. Metodologia da Pesquisa Jurídica. Técnicas de Investigação, Argumentação e Redação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. LARENZ, Karl. 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