Microbiologia e Parasitologia

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História da Microbiologia
É a área da ciência que investiga o mundo microscópico.
A partir dos estudos realizados por Antonie van Leeuwenhoek e Robert Hooke, este ramo da ciência
desenvolveu-se progressivamente e o aprimoramento do microscópio óptico foi fundamental para a
descoberta do universo microscópico.
A microbiologia estuda as formas de vida microscópica e sua inter-relação com o mundo
macroscópico.
Registros ligados ao estudo da microbiologia são datados desde 1675, quando na Holanda, Antonie
van Leeuwenhoek descreveu “pequenos animais” encontrados na água da chuva, observados por meio de
seu microscópio caseiro. Esses foram descritos com “animalículos” que posteriormente foram identificados
em sua maioria como protozoários.
Após a descoberta de Antonie van Leeuwenhoek houve o interesse dos cientistas de descobrir a
origem desses minúsculos organismos.
Alguns cientistas acreditavam que esses organismos surgiam espontaneamente de matérias mortas, a
chamada geração espontânea (Abiogênese).
Mas, o físico italiano Franci Bsco Redi não concordava com essa hipótese, ele já havia demonstrado
antes que as larvas de insetos não surgiam espontaneamente, mas somente após as moscas depositarem seus
ovos sobre a matéria. Realizou essa demonstração utilizando dois frascos contendo matéria em
decomposição, uma era mantida aberta e a outra tampada. Mesmo com as experiências de Redi provando o
contrário, seus opositores diziam que o ar era um importante “ingrediente” para a geração espontânea, mas
novamente Redi provou que eles estavam errados, demonstrando que mesmo quando o frasco se encontrava
coberto por uma película por onde passasse o ar, as larvas não surgiam espontaneamente.
Ainda sim até 1745 alguns cientistas achavam que a geração espontânea era possível, no entanto o
italiano Lazzaro Spallanzani sugeriu que organismos do ar poderiam também contaminar fluídos, no entanto
foi uma longa discussão entre Spallanzani e Lavoisier que mostrou que o ar era um importante componente
para a vida.
Pateur em 1861 derrubou qualquer dúvida sobre a geração espontânea, após o início da teoria da
biogênese. Ele provou a existência de microorganismos no ar, e que esses microorganismos eram
responsáveis por gerar vida onde aparentemente não existia vida alguma. Além disso, ele provou que era
possível eliminar esses microorganismos através de calor.
Iniciou-se em 1857 um período importante na história da microbiologia, onde essa foi estabelecida
como uma ciência. Nesse período houve descobertas de agentes responsáveis por doenças, sobre o sistema
imunológico, assepsia, técnicas de estudo como colorações e meios de cultura, fermentação e pasteurização,
etc.
Durante a história da microbiologia muito avanço se fez, como a descoberta dos antibióticos como a
Penicilina, vacinas, agentes responsáveis por epidemias, medicamentos, a fermentação em alimentos, a
divisão dos organismos.
Em 1884 Robert Kock desenvolveu meios de cultura, colorações microbiológicas, isolamento do
bacilo da tuberculose e a publicação dos postulados de Koch, os quais norteiam atualmente o conceito de
doença infecciosa.
Diversos outros micro-organismos foram descobertos posteriormente.
A partir do século XIX, uma nova fase do desenvolvimento da microbiologia se inicia em 1929 com
a descoberta da penicilina por Alexandre Fleming onde, través do isolamento acidental da substância
produzida por fungos Penicillium que contaminaram sua cultura de Staphylococcus aureus e inibiram o
crescimento bacteriano.
Inicia-se em 1939 a terapia antimicrobiana em humanos com a descoberta das sulfonamidas por
Gerhardt Domagk e, em 1940 ocorre a produção em grande escala da penicilina para uso clínico.
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A idade de Ouro da Microbiologia!
Os rápidos avanços na ciência da microbiologia foram obtidos entre 1857 e 1914.
Pasteurização e Fermentação:
Pasteur descobriu que as leveduras fermentavam o açúcar transformando-o em álcool e que as bactérias
podem oxidar o álcool a ácido acético (vinagre). Um processo de aquecimento, denominado pasteurização
(Pasteur), é utilizado para matar bactérias em algumas bebidas alcoólicas e no leite.
Teoria do Germe da Doença:
Agostino Bassi (1835) e Pasteur (1865) mostraram uma forte relação entre os microrganismos e as
doenças, ou seja, microrganismos poderiam vir a ser causadores de doenças.
Joseph Lister introduziu o uso de um desinfetante para a limpeza das roupas cirúrgicas, a fim de
controlar as infecções nos pacientes, teve grande eficiência, caíram em grande escala as taxas de
contaminação cirúrgica da época (1860)
Robert Koch provou que os microrganismos causam doenças. Ele utilizou uma série de
procedimentos, chamados de postulados de Koch (1876), que são utilizados até hoje para provar que um
determinado organismo causa um determinado tipo de doença, esse postulado baseia-se em retirar um
microrganismo de um ser-vivo infectado e doente, e inseri-lo em um ser-vivo sadio, a fim de constatar que
tal doença foi exclusivamente causada devido a injeção do microrganismo contagioso no ser-vivo.
Depois dessa série de novidades, onde pessoas jamais pensariam que haviam outros habitantes no
mundo, muito mais numerosos e muito mais pequenos, capazes de inúmeras coisas, desde causar doenças
até uma fermentação, sendo capaz de realizar processos químicos e vir a ser útil para diversas funções para a
humanidade
Morfologia das bactérias
As bactérias apresentam vários tipos morfológicos, sendo os mais vulgares os cocos (forma esférica),
os bacilos (forma de bastonete), os espirilos (forma espiralada) e os vibriões (forma de vírgula).
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Entenda de onde vem a Classificação Morfológica Bacteriana
Morfologia, em biologia, é o estudo da forma de um organismo, ou de parte dele.
A Classificação Morfológica Bacteriana se dá de acordo com a forma da célula e com o grau de
agregação da mesma.
A Parede Celular Bacteriana é responsável pela forma da célula e pela Classificação Tintorial das
Bactérias.
Baseada nessa composição, as bactérias podem ser:
1. Gram Positivas
Possuem uma parede celular grossa, de várias camadas e composta principalmente por
peptideoglicano, que envolve a membrana citoplasmática. Podem ter também outros componentes,
como os Ácidos Teicóicos, que são polímeros hidrosolúveis unidos a peptideoglicanos,
fundamentais para viabilidade celular.
Por conta dessa composição rica em peptidioglicanos, durante o processo de coloração, as bactérias
Gram Positivas retém o corante cristal violeta, corando-se de ROXO.
2. Gram Negativas
Possuem uma parede celular mais complexa, composta por duas membranas situadas fora da
membrana citoplasmática. Por fora dessa membrana, existe uma camada fina de peptideoglicano e do
lado de fora dessa camada está a membrana externa, exclusiva desse tipo de bactéria. Além disso,
essas bactérias não possuem Ácidos Teicóicos, como as Gram positivas.
Por conta da camada de peptideoglicano ser fina, essas bactérias não retém o corante Cristal Violeta,
sendo portanto coradas pelo corante de contraste, adquirindo uma coloração VERMELHA – ROSA PINK.
3. Bacilos Álcool Ácido Resistentes (BAAR)
Certas bactérias, dentre as quais, as pertencentes ao gênero Micobacterium, por terem uma parede
com uma grande quantidade de lipídios, não são facilmente coradas pelos métodos tradicionais,
mas quando tratadas pela fucsina fenicada a quente, resistem ao descoramento por uma solução de
álcool-ácido, permanecendo coradas em VERMELHO/ROSA, sendo, por este motivo, chamadas de
BAAR. As outras bactérias não resistem ao descoramento e tomam a coloração do azul de metileno,
usado como contraste.
Existem três procedimentos para corar estas bactérias. Os métodos de Ziehl-Neelsen e Kinyoun, que
usam a microscopia luminosa para visualizar BAAR corados em vermelho-rosa pela carbol fucsina e a
microscopia de fluorescência que usa um corante fluorescente como a auramina, que cora estas bactérias em
laranja fluorescente.
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Estrutura Celular.
A estrutura de uma célula é composta por núcleo, citoplasma e membrana plasmática.
Membrana plasmática:
A membrana plasmática tem três funções principais: revestimento, proteção e permeabilidade
seletiva, sendo esta última sua função mais comum. Ela seleciona quais são as substâncias que vão entrar e
sair da célula.
Citoplasma
Os primeiros citologistas acreditavam que o interior da célula viva era preenchido por um fluído
homogêneo e viscoso, no qual estava mergulhado o núcleo. Esse fluido recebeu o nome de citoplasma (do
grego kytos, célula, e plasma, aquilo que dá forma, que modela).
Hoje se sabe que o espaço situado entre a membrana plasmática e o núcleo é bem diferente do que
imaginaram aqueles citologistas pioneiros. Além da parte fluida, o citoplasma contém bolsas e canais
membranosos e organelas ou orgânulos citoplasmáticos, que desempenham funções específicas no
metabolismo da célula eucarionte.
O fluido citoplasmático é constituído principalmente por água, proteínas, sais minerais e açucares.
No citosol ocorre a maioria das reações químicas vitais.
Na periferia do citoplasma, o citosol é mais viscoso, tendo consistência de gelatina mole. Essa região
é chamada de ectoplasma (do grego, ectos, fora). Na parte mais central da célula situa-se o endoplasma (do
grego, endos, dentro), de consistência mais fluida.
Núcleo celular: estrutura geral e funções
O núcleo celular é uma estrutura envolta por membrana que protege o DNA nas células eucariotas
(desde fungos até plantas e animais). Há alguns organismos que não possuem núcleo e outras estruturas
organizadas, os procariotos, como é o caso de algumas bactérias.
A membrana do núcleo é denominada carioteca e é muito semelhante em composição à membrana
plasmática, com dupla camada lipoproteica. Possui inúmeros poros, que permitem a comunicação com o
citoplasma e o fluxo de diversas substâncias, como os RNAs.
Na maioria de nossas células, há apenas um núcleo, esférico e de posição central, mas há células que
não possuem núcleo (ex: glóbulos vermelhos) e células que possuem mais de um núcleo (ex: células
musculares).
A matriz no interior do núcleo é o nucleoplasma, que semelhante ao citoplasma, forma um gel proteico onde
todas as estruturas estão inseridas.
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Características Gerais dos Seres Vivos
Para ser considerado um ser vivo, esse tem que apresentar certas características:





Ser constituído de célula;
buscar energia para sobreviver;
responder a estímulos do meio;
se reproduzir;
evoluir.
De acordo com o número de células podem ser divididas em:


Unicelulares - Bactérias, cianofitas, protozoários, algas unicelulares e leveduras.
Pluricelulares - os demais seres vivos.
De acordo com a organização estrutural, as células são divididas em:


Células Procariontes
Células Eucariontes
Células Procariontes
As células procariontes ou procarióticas, são muito diferentes das eucariontes. A sua principal
característica é a ausência de carioteca individualizando o núcleo celular, pela ausência de alguns organelas
e pelo pequeno tamanho que se acredita que se deve ao fato de não possuírem compartimentos membranosos
originados por evaginação ou invaginação. Também possuem DNA na forma de um anel não-associado a
proteínas (como acontece nas células eucarióticas, nas quais o DNA se dispõe em filamentos espiralados e
associados à histonas).
Estas células são desprovidas de mitocôndrias, plastídeos, complexo de Golgi, retículo
endoplasmático e sobretudo cariomembrana o que faz com que o DNA fique disperso no citoplasma.
A este grupo pertencem seres unicelulares ou coloniais:


Bactérias
Cianofitas (algas cianofíceas, algas azuis ou ainda Cyanobacteria)
Células Eucariontes
As células eucariontes ou eucarióticas, são mais complexas que as procariontes. Possuem
membrana nuclear individualizada e vários tipos de organelas. A maioria dos animais e plantas a que
estamos habituados são dotados deste tipo de células.
É altamente provável que estas células tenham surgido por um processo de aperfeiçoamento contínuo
das células procariontes.
Não é possível avaliar com precisão quanto tempo a célula "primitiva" levou para sofrer
aperfeiçoamentos na sua estrutura até originar o modelo que hoje se repete na imensa maioria das células,
mas é provável que tenha demorado muitos milhões de anos. Acredita-se que a célula "primitiva" tivesse
sido bem pequena e para que sua fisiologia estivesse melhor adequada à relação tamanho × funcionamento
era necessário que crescesse.
Acredita-se que a membrana da célula "primitiva" tenha emitido internamente prolongamentos ou
invaginações da sua superfície, os quais se multiplicaram, adquiriram complexidade crescente,
conglomeraram-se ao redor do bloco inicial até o ponto de formarem a intrincada malha do retículo
endoplasmático. Dali ela teria sofrido outros processos de dobramentos e originou outras estruturas
intracelulares como o complexo de Golgi, vacúolos, lisossomos e outras.
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Nesse grupo encontram-se:


Células Vegetais (com cloroplastos e com parede celular; normalmente, apenas, um grande vacúolo
central)
Células Animais (sem cloroplastos e sem parede celular; vários pequenos vacúolos)
MICRÓBIOS, BACTÉRIAS, FUNGOS E VÍRUS.
Os micróbios são organismos vivos tão pequenos que só podem ser visto por meio de um
equipamento com potentes lentes de aumento chamado microscópio. Eles também são conhecidos como
microrganismos.
Micróbios são um termo popular para designar microorganismos patológicos, isto é, que causam
doenças, porem algumas podem ser inofensivas e até benéficas.
Os micróbios são encontrados em diversos locais, podendo ser encontrados no solo, na água, nas
pessoas, nos animais, nos alimentos e até flutuando no ar.
Os micróbios podem ser divididos nos seguintes grupos: bactérias, fungos e vírus.
Bactérias.
Uma bactéria é um microrganismo unicelular procarionte que pode levar a várias doenças,
fermentações ou putrefação (apodrecimento), seja nos seres vivos ou em suas matérias orgânicas.
Normalmente possuem uma rígida parede celular que envolve externamente a membrana plasmática.
Contamos com um sistema imunológico eficaz, no qual faz com que a maioria das bactérias seja
inofensivas, e inclusive, em alguns casos, benéficas, por exemplo, ajudando a digestão. Mas, por outro lado,
certas bactérias podem causar doenças que são de uma enorme gravidade, tais como, a tuberculose,
leishmaniose ou a cólera.
A locomoção das bactérias ocorre:


por batimento flagelar;
por anexos como os pelos ou fímbrias;
Crescimento bacteriano.
Divide-se em 4 fases: Fase LAG – Fase exponencial – Fase Estacionária – Fase de declínio.
1 - Fase lag – Fase de adaptação metabólica ao novo ambiente; o metabolismo celular está direcionado para
sintetizar as enzimas requeridas para o crescimento nas novas condições ambientais encontradas pelas
células. O número de indivíduos não aumenta nesta fase, podendo até mesmo decrescer. A duração dessa
fase depende das condições ambientais nas quais as células se encontravam anteriormente. A fase lag será
tão mais longa quanto maiores as diferenças de composição do ambiente anterior ou se a população for
constituído de bactérias esporuladas.
2 - Fase exponencial – Fase na qual o número de células da população dobra a cada geração. Esta taxa de
crescimento não pode ser mantida indefinidamente em um sistema fechado. Após um determinado período
de crescimento exponencial, as condições ambientais tornam-se desfavoráveis pela escassez de nutrientes
essenciais, acúmulo de metabólitos tóxicos e limitação de espaço. À medida que a disponibilidade de
nutrientes diminui as células se tornam menos capazes de gerar ATP e a taxa de crescimento se reduz. A
duração da fase exponencial é altamente variável dependendo tanto das características genéticas da bactéria
quanto das condições ambientais.
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3 - Fase estacionária – Fase em que a taxa de crescimento diminui significativamente devido às condições
limitantes do meio. As células continuam metabolizando e se dividindo, mas parte das células torna-se
inviável e a taxa de divisão celular é muito próxima da taxa de morte celular, o que mantém constante o
número de células viáveis na população. A curva de crescimento atinge um platô. A duração da fase
estacionária depende do balanço entre a taxa de divisão celular e o número de células que vão se tornando
inviáveis (morte celular ou incapacidade de se dividir) devido às condições ambientais tornarem-se
progressivamente desfavoráveis.
4 - Fase de declínio – Fase em que as células perdem a capacidade de se dividir, a taxa de morte celular
torna-se maior que a taxa de divisão e o número de células viáveis decresce exponencialmente até a
completa extinção da população. Nesta fase muitas células assumem formas incomuns. Em bactérias
formadoras de esporos sobrevivem mais esporos que células vegetativas. A duração desta fase é variável
dependendo tanto das características genéticas da bactéria quanto das condições ambientais.
Pricipais doenças causadas por bactérias
Acne: quase um símbolo da adolescência, quando é mais prevalecente, é causada pela inflamação das
glândulas sebáceas.
Antraz: infeção cutânea, com o aspeto de um conjunto de furúnculos. Pode até ser mortal, se houver
inalação de esporos dessa bactéria.
Blenorragia (ou gonorreia): infeção bacteriana provocada pela Neisseria gonorreae. É uma IST
(infecção sexualmente transmissível) cuja principal característica é a secreção de pus pela uretra. Pode
provocar esterilidade e infertilidade nos seus portadores e cegueira nos recém-nascidos destes doentes.
Botulismo: ligada à ação das toxinas da bactéria Clostridium Botulinun. É provocada pela ingestão
de alimentos degradados por preparação em ambientes insalubres.
Cancro Mole: é uma IST. Caracteriza-se por feridas avermelhadas, de base mole e com a presença de
pus.
Cólera: esta doença é causadora de diarreia, vómitos e cólicas.
Coqueluche (ou tosse convulsa): esta doença, mediante a ação da Bordetella pertussis ou da
Bordetella parapertussis, afeta o sistema respiratório. Provoca tosse violenta e asfixiante.
Difteria: é uma doença caracterizada pela produção de falsas membranas nas mucosas da boca e da
garganta.
Febre Maculosa: é uma doença transmitida pelo carrapato ou carraça.
Febre Reumática: é uma doença reumática, inflamatória. Afeta as articulações. Decorre depois de um
episódio de amigdalite bacteriana tratada de forma insuficiente.
Febre Tifóide: é uma doença provocada pela bactéria Salmonella Typhi. O paciente tem febre
constante, mudanças intestinais, aumento das vísceras. Na fase final, se não tratada, o paciente apresenta
confusão mental e pode morrer.
Furúnculo: é um pequeno nódulo doloroso em torno da raiz de um pelo ou de uma glândula
sudorípara, por inflamação do tecido celular.
Gardnerella: é uma vaginose bacteriana. Os sintomas são: um corrimento amarelado, bolhas e odor
desagradável.
Hanseníase: é uma doença provocada pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium leprae. Consiste no
ataque primordialmente à pele e aos nervos periféricos, bem como a outros órgãos como olhos, fígado e
testículos.
Leptospirose: é uma doença causada por bactérias do género Leptospira. É provocada pelo contato
direto com animais contaminados ou pela sua urina. Pode conduzir à morte, através da constante hemorragia
e da falência renal.
Meningite: tem como sintoma a inflamação das meninges, sendo que estas envolvem o encéfalo e a
medula espinhal.
Pneumonia: é uma doença que se caracteriza pela inflamação dos pulmões.
Salmonelose: é uma infeção alimentar, por vezes, mortal.
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Sífilis Congénita: é uma doença venérea sexualmente transmissível, materno-fetal ou sanguínea.
Tétano: é uma doença provocada pela ação da toxina produzida pelo bacilo tetânico. Caracteriza-se
pela contração persistente e dolorosa dos músculos do corpo, acompanhada de convulsões.
Tuberculose: é uma doença causada pelo bacilo de Koch. Caracteriza-se pela presença de lesões
nodulares nos tecidos. Afeta principalmente os pulmões, mas pode afetar qualquer órgão.
FUNGOS
Os fungos são seres vivos ao mesmo tempo muito comuns, e desconhecidos.
São fundamentais para a ecologia do planeta, atuando lado a lado com as bactérias no processo de
reciclagem de matéria e são muito importantes na fabricação de produtos muito consumidos no mundo
inteiro, como o álcool etílico, queijos e pães.
Possuem características comportamentais, de alimentação e de reprodução completamente únicos
entre os seres vivos.
O Reino Fungi é formado por organismos heterotróficos e eucarióticos. São, na maioria das vezes
multicelulares (como os cogumelos e os bolores), mas também podem ser unicelulares, como no caso da
levedura.
Heterotrófico, em Biologia é o nome dado a qualidade do ser vivo que não
possui capacidade de produzir seu alimento a partir da fixação de dióxido de
carbono e por isso se alimenta a partir dos outros compostos inorgânicos ou
orgânicos
O fungo anatômicas é diferentes de todos os demais seres vivos. Seu corpo é dividido entre o micélio
e o corpo de frutificação, que é o responsável pela reprodução dos mesmos, que se dá a partir dos esporos,
que são células reprodutoras. Já o micélio é constituído por uma trama de filamentos, chamados de hifas.
Na constituição dos fungos, o micélio é a parte que fica dentro dos alimentos. Assim, se um fungo
encontra-se em um pão, ou uma fruta, o micélio seria a parte que não conseguimos ver, e que fica
introduzida no alimento, e é ela que consegue as substâncias do alimento que servirão de alimento ao fungo,
pelo fato de serem criaturas heterótrofas.
Assim, como as partículas dos alimentos em contato com o micélio são muito grandes, as hifas liberam
enzimas digestórias no meio que estão inseridas, para que realizem a chamada digestão extra-celular. Depois
disso, o alimento está pronto para ser ingerido, e sua energia aproveitada pelo fungo. Dessa forma, a ação e
o modo de vida desses seres vivos provoca o apodrecimento de muitos alimentos e matérias orgânicas.
Reprodução fúngica.
Já a reprodução dos fungos se dá na maioria das vezes através da fragmentação, que acontece quando
pedaços do micélio de um fungo separam-se, dando origem a novos micélios. Também pode ocorrer o
brotamento, quando as células da matriz formam brotos que conforme vão crescendo vão se separando dos
genitores. Em seres como os cogumelos, pode ocorrer também a reprodução sexuada, quando se encontram
micélios de diferentes sexos.
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VÍRUS.
A palavra vírus é originária do latim e significa toxina ou veneno. O vírus é um organismo
biológico com grande capacidade de multiplicação, utilizando para isso a estrutura de uma célula
hospedeira. É um agente capaz de causar doenças em animais e vegetais.
Os vírus são seres que não possuem células, são constituídos por ácido nucléico que pode ser o DNA
ou o RNA, envolvido por um invólucro protéico denominado capsídeo. Possuem cerca de 0,1µm de
diâmetro, com dimensões apenas observáveis ao microscópio eletrônico.
Como são parasitas obrigatórios eles causam nos seres parasitados doenças denominadas viroses.
Os vírus apresentam formas de organismo bastante diferenciadas, mas todos possuem uma cápsula
feita de proteína, onde fica o material genético desses seres. Esse material genético sofre modificações, ou
seja mutações, com frequência, levando ao surgimento de variedades (subtipos) de um mesmo vírus. Isso
dificulta o seu combate e compromete a eficiência de várias vacinas, que são preparadas para combater tipos
específicos de microorganismo. A capacidade de sofrer mutações genéticas é uma das características que os
vírus têm em comum com os seres vivos
O nosso corpo tem defesas naturais, como os anticorpos, que são proteínas produzidas por células
especiais do sangue contra agentes causadores de doenças. A própria febre representa um mecanismo de
combate as infecções, pois o aumento da temperatura ativa o metabolismo e acelera a reação dos glóbulos
brancos. Quando a temperatura axilar ultrapassa 37,5 graus Celcius, porém, a pessoa deve ser tratada pelo
médico. Além disso, contamos com produtos como vacinas, soros e alguns medicamentos antivirais (não
confundir com antibióticos).
De modo geral, as viroses provocam mal-estar, dores e febre, mas cada virose tem seus sintomas
próprios e pode ser mais ou menos grave.
Cada tipo de vírus "ataca" células específicas. O vírus da caxumba, por exemplo, parasita as células das
glândulas salivares ou parótidas, provocando inchaço e dor nas laterais do pescoço.
Em algumas doenças, incluindo certas viroses, a transmissão depende da ação de um vetor. Esse
termo se refere ao ser que não provoca por si mesmo a doença em outros seres, mas que, carrega no seu
corpo o agente causador, podendo transmiti-lo. Como exemplo, temos certas espécies de mosquito que
transmitem vírus ao picar os indivíduos doentes e, depois, os indivíduos saudáveis, espalhando a doença.
As doenças viróticas que mais acometem o organismo humano são as seguintes:
Gripe, Catapora ou Varicela, Caxumba, Dengue, Febre Amarela, Hepatite, Rubéola, Sarampo, Varíola,
Herpes simples e Raiva.
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Conceitos básicos em Infectologia.
O hospedeiro é capaz combater a infeção através do seu sistema imunitário. Os mamíferos reagem à
infecção através do sistema imune inato, um processo que envolve muitas vezes a inflamação à qual sucede
uma resposta do sistema imune adquirido.
Infecção: Penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo de
uma pessoa ou animal, suscetíveis, causando resposta imunológica do hospedeiro.
Inflamação: Alteração tissular ou de órgãos causada por lesão ou destruição dos tecidos com sinais e
sintomas locais (rubor, calor, edema e dor) ou sistêmicos, não necessariamente relacionada com o
processo infeccioso.
É muito importante saber a diferença uma vez que é comum que as pessoas confundam também o
uso do antibiótico e dos anti-inflamatório. Os termos “infecção” e “inflamação” são bem definidos entre
sí.
Bem, a infecção pode ser considerada uma invasão, desenvolvimento e multiplicação de um
microorganismo (tais como vírus, bactérias, fungos, parasitas) no nosso organismo (ou de um animal ou
planta), causando doenças. Alguns microrganismos que invadem o corpo produzem toxinas que afetam as
células e causam alteração no sangue, batimentos cardíacos, funcionamento dos pulmões, rins, fígado e etc.
É por isso que o médico faz os exames clínicos e de sangue (como o hemograma). Assim ele verifica
tais alterações para ter certeza de que se trata de uma infecção. A infecção desencadeia em nosso corpo uma
série de reações do sistema imunológico, que resultam na formação de pus.
Por outro lado, quando uma região está inflamada é sinal que nosso organismo está agindo em
resposta a uma agressão. O objetivo nesses casos é livrar o organismo do agente agressor e das
consequências desta agressão. É uma reação do nosso sistema imunológico. Assim, quando temos uma
inflamação, é porque alguma coisa está nos agredindo e o corpo está apenas reagindo a isso. Toda vez que
alguma área do nosso organismo sofre uma agressão, existe um recrutamento das células de defesa para o
local. A inflamação atua no sentido de destruir, diluir e bloquear o agente agressor, e também desencadeia
uma série de eventos que, na medida do possível, cicatriza e reconstitui o tecido lesado.
Agente Infeccioso: Microorganismo (vírus, bactéria, fungo, protozoário, helminto ) capaz de
produzir infecção ou doença infecciosa.
Contágio: Transmissão do agente infeccioso de um doente.
Contaminação: Transferência do agente para um organismo, objeto ou substância.
Doença Infecciosa: doença causada por um microorganismo, resultante de uma infecção.
Doença Transmissível: qualquer doença causada por uma agente infeccioso específico ou de seus
produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão deste agente ou de seus produtos de um reservatório a
um hospedeiro suscetível.
Fonte de Infecção – Reservatório: pessoa, animal, objeto ou substância na qual o agente infeccioso
passa imediatamente a um hospedeiro.
Vetor: geralmente um invertebrado que propaga a doença.
Hospedeiro: pessoa ou animal vivo, que permite a subsistência ou alojamento de um agente
infeccioso.
Suscetível: pessoa ou animal que presumivelmente não possui suficiente resistência contra
determinado agente patogênico, podendo contrair a doença caso ocorra o contato com esse agente.
Portador: pessoa ou animal infectado, que alberga o agente específico de uma doença, sem
apresentar manifestação clínica.
Período de Incubação: Intervalo de tempo entre a exposição a um agente infeccioso e o
aparecimento de sinais e sintomas específicos.
Período de Transmissibilidade: Intervalo de tempo no qual o agente pode ser transferido, direta ou
indiretamente, de uma pessoa infectada a outra.
Infecção comunitária: É a infecção presente ou em incubação no ato de admissão do paciente,
desde que não relacionada com internamento anterior no mesmo hospital. Infecção em recém-nascido, cuja
aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que tornou-se evidente logo após o
nascimento (Herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, sífilis e AIDS).
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Infecção hospitalar: é toda infecção (pneumonia, infecção urinária, infecção cirúrgica, ...) adquirida
dentro de um ambiente relacionado à saúde (hospitais, unidades básicas, asilos...). A maioria das infecções
hospitalares são de origem endógena, isto é, são causadas por microrganismos do próprio paciente. Isto pode
ocorrer por fatores inerentes ao próprio paciente (ex: diabetes, tabagismo, obesidade, imunossupressão, etc.)
ou pelo fato de, durante a hospitalização, o paciente ser submetido a procedimentos invasivos diagnósticos
ou terapêuticos (cateteres vasculares, sondas vesicais, ventilação mecânica, etc.). As infecções hospitalares
de origem exógena geralmente são transmitidas pelas mãos dos profissionais de saúde ou outras pessoas que
entrem em contato com o paciente.
Resistência Bacteriana: A importância da resistência bacteriana aos antibióticos deve-se ao fato das
bactérias que constituem a microbiota hospitalar estarem "acostumadas" a muitos antibióticos, ou melhor: os
antibióticos usados no hospital em grande quantidade e diariamente vão matando as bactérias mais sensíveis,
deixando que as bactérias que tem resistência ao antibiótico usado sem concorrência e livres para se
multiplicarem, ocupando o espaço daquelas que morreram. Quando as bactérias resistentes causarem uma
infecção, os antibióticos normalmente usados não surtirão efeito e será necessário utilizar antibióticos cada
vez mais tóxicos, selecionando também bactérias cada vez menos sensíveis a este, e criando um círculo
vicioso. O grande problema atual é a necessidade do uso racional destes antibióticos, tentando romper este
ciclo.
Antígeno: é o Agente causador da doença.
Anticorpo: é a moléculas responsáveis por impedir o crescimento dos antígenos em específicos.
Vacinação: é um método de provocar a imunidade adquirida contra doenças específicas. Consiste
em uma solução de antígenos de um agente causador de doença (bactéria ou vírus), injetados no indivíduo
para estimular a produção dos anticorpos que irão protegê-lo.
PROPRIEDADES DO AGENTE INFECCIOSO
Infectividade: Capacidade de penetrar e de se desenvolver ou de se multiplicar no novo hospedeiro,
ocasionando infecção.
Patogenicidade: Qualidade que tem um agente infeccioso de, uma vez instalado no organismo do
homem ou de outros animais, produzir sintomas em maior ou menor proporção dentre os hospedeiros
infectados.
Virulência: é a capacidade patogênica de um microorganismo, medida pela mortalidade que ele
produz e/ou por seu poder de invadir tecidos do hospedeiro.
PROPRIEDADES DO HOSPEDEIRO
Imunidade passiva natural: transplacentária
Imunidade passiva artificial: soros
Imunidade ativa natural: infecção
Imunidade ativa artificial: vacinas
Imunidade Inata e Adquirida
As defesas imunes podem ser divididas em duas categorias: Inata e adquirida, lembrando que a
principal função do sistema imune prevenir ou limitar o avanço de infecção por microorganismos.
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Imunidade Inata
É a resistência que existe previamente à exposição do micróbio (antígeno), sendo uma defesa nãoespecifica (inclui como defesa, pele, membranas e células NK). O ramo inato realiza duas funções principais
em nosso organismo: Matar os micróbios invasores e ativar o processo de imunidade adquirida.
Alguns componentes do ramo inato, como os neutrófilos, tem a capacidade de somente matar os
microorganismos, enquanto outros, como os macrófagos e as células dendriticas, realizam ambas funções,
ou seja, anulam e apresentam antígenos às células T auxiliares que por conseguinte ativam a imunidade
adquirida.
Os componentes do ramo inato possuem receptores-padrão de reconhecimento que identificam o
padrão molecular presente na superfície de micróbios (ausente em células humanas), com essa estratégia o
ramo inato não necessita possuir receptores altamente específicos para reconhecer o agente patógeno.
Imunidade Adquirida
Ocorre após a exposição a um agente sendo aumentada sob exposição repetida tendo como
característica um reconhecimento especifico.
Essa imunidade é mediada por linfócitos T, chamados de células T (CD4+) auxiliares e células T
citotóxicas (CD8+), podendo ser está imunidade ativa ou passiva. Vale ressaltar que o ramo adquirido
somente poderá ser ativado após o ramo inato ter reconhecido o agente patógeno.
Imunidade Ativa (Natural): É a resistência induzida após o contato com antígenos estranhos, produzindo
assim uma resposta imune ativa consistindo em anticorpo e na ativação das células T auxiliares e
citotoxinas. Sendo a sua vantagem de longo tempo presente na memória imune e desvantagem o seu início
lento.
Imunidade Passiva (Artificial): É a resistência baseada em anticorpos pré-formados em outros organismos,
como exemplo temos a vacina. Na imunidade passiva pode se injetar anticorpos contra tétano para evitar
toxicidade e anticorpos contra vírus em estado de incubação para evitar multiplicação. Vale lembrar que a
imunidade passiva não se dá apenas através de vacinas, outra forma dessa imunidade é a passagem de Ig G
para o recém-nascido através da amamentação.
A principal vantagem da imunidade passiva é a disponibilidade imediata de grandes quantidades de
anticorpos e sua desvantagem é a curta duração de vida útil.
Como pode ser notar, a imunidade inata e adquirida se completam, prova disso é que diversas células
do sistema imune desempenham funções para ambas categorias, como exemplo temos os macrófagos e as
células dendriticas. Ao estudante cabe lembrar, nos momentos dos estudos, que as reações presente no nosso
sistema imune muitas das vezes ocorrem não de maneira isolada, mas sim, simultaneamente, mostrando o
tão complexo é nosso sistema de defesa.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
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parasitárias Guia de Bolso. 8ª ed. Brasília, 2010.
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 ROUQUAYROL, M.J., ALMEIDA, F.N. Epidemiologia e saúde. Rio de Janeiro: Medsi, 1999.
 SOUZA, Marcia. Assistência de enfermagem em infectologia. São Paulo: Atheneu, 2000.
 VERONESI, Ricardo, FOCACCIA, Roberto. Tratado de infectologia. São Paulo: Atheneu, 2006
 Unless else specified in boxes, then ref is: Lippincott's Illustrated Reviews: Immunology. Paperback:
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