As aparências que enganam Em sua antologia, o norte-americano James R. Newman reconhece que a ilusão de óptica não é propriamente tema de Matemática, mas é assunto de alto interesse para o estudioso da Geometria. É sempre interessante saber como poderá o nosso raciocí nio interferir nas ilusões de óptica que deturpam a visão natural das coisas. São muitas e variadí ssimas as ilusões de óptica inventadas pelos geômetras. Na figura abaixo, vemos 9 segmentos retilí neos que parecem deformados pelos traços paralelos pelos traços paralelos ziguezague sobre os quais foram traçados. O observador é obrigado a colocar o desenho em certo plano de visibilidade , de preferência horizontalmente diante dos olhos, para reconhecer que os segmentos são de fato retilí neos e paralelos. Ao primeiro exame parecem tortos. Na outra figura podemos ter outra ilusão de óptica: Nos quatro ângulos apresentados, os vértices são unidos dois a dois por segmentos de reta. Esses segmentos são iguais, mas parecem desiguais se observados. O segmento traçado dentro das aberturas dos ângulos parece bem menor do que o outro. Por que ocorrem as ilusões de óptica? É bem interessante essa dúvida. O matemático e fí sico soviético Y. Perelman, em sua Fí sica Recreativa, afirma que a nossa visão é certa, mas o nosso raciocí nio “sendo inconsciente” é, por vezes, totalmente errado. E diz no seu curioso gracejar muito a sério com a Ciência: Não olhamos com os olhos, mas sim com o cérebro. De acordo com Perelman, não somos iludidos pela visão, mas somente pela compreensão subjetiva desta ou daquela figura. E a tal respeito, o soviético transcreve o parecer de Kant: Os sentidos não nos enganam, pois como julgam sempre em absoluto julgam bem e acertadamente. Tahan, Malba. As Maravilhas da Matemática.Rio de Janeiro: Edições Bloch,1973.