pneumonia a

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PNEUMONIA A
No Brasil, as pneumonias são a primeira causa de morte entre as doenças respiratórias e,
ocupam o quarto lugar na mortalidade geral entre adultos, quando as causas externas, como
acidentes, são excluídas.
Há ainda um estudo recente, Martins (2002), mostrou haver relação direta entre poluição
atmosférica e pneumonia, cada vez mais presente em nosso dia-a-dia, principalmente em
grandes centros onde verifica-se elevados níveis de gases poluidores.
Mecanismos de proteção do sistema respiratório
É importante lembrar que, em circunstâncias normais, as vias respiratórias, têm mecanismos
eficazes de proteção contra infecções por microorganismos.
O primeiro deles ocorre no nariz, onde grandes partículas são filtradas, não podendo chegar
até o pulmão para causar infecções.
As partículas pequenas, quando são inaladas pelas vias respiratórias, são combatidas por
mecanismos reflexos.
Dentre estes estão o reflexo do espirro, do pigarrear e da tosse, que expulsam as partículas
invasoras, evitando as possíveis infecções.
Quando as pessoas estão resfriadas, a filtração que normalmente ocorre no nariz e a
imunidade do organismo podem ficar prejudicadas, facilitando o surgimento de uma
pneumonia.
Naqueles casos onde ocorre uma supressão dos reflexos citados acima, também há um maior
risco de surgimento de uma pneumonia. Esta pode ocorrer quando, por exemplo, uma pessoa
dorme alcoolizada, fez uso de sedativos, sofreu uma perda de consciência por uma crise
convulsiva ou é portador de seqüela neurológica.
Os pulmões também possuem um mecanismo de limpeza, em que os cílios que ficam no seu
interior realizam, através de sua movimentação, a remoção de secreções com
microorganismos que, eventualmente, tenham vencido os mecanismos de defesa descritos
anteriormente.
Estes cílios ficam na parte interna dos brônquios, que são tubos que levam ar até os pulmões.
É importante lembrar que este mecanismo de limpeza fica prejudicado no fumante, pois o fumo
tem a propriedade de paralisar os cílios envolvidos neste trabalho.
O último mecanismo de defesa da via respiratória ocorre nos alvéolos, onde ocorrem as trocas
gasosas (entra o oxigênio e sai o dióxido de carbono) e é onde agem os macrófagos. Estes são
células especializadas na defesa do organismo e englobam os microorganismos que,
porventura, tenham vencido a filtração nasal, os reflexos de pigarrear, tossir ou espirrar, além
da limpeza feita pelos cílios das vias respiratórias.
O que é Pneumonia?
A pneumonia é uma infecção ou inflamação localizada nos pulmões. Ela pode ser causada por
muitas espécies de microorganismos diferentes, entre eles estão os vírus, as bactérias, alguns
parasitas ou fungos.
Esta doença ainda é muito freqüente e afeta pessoas de todas as idades. Muitas destas,
anualmente, morrem por pneumonia. A metade de todos os casos de pneumonia é causada
por bactérias e, destas, o pneumococo é o mais freqüente.
Abaixo temos esquemas de como o pulmão é acometido, mostrando na fig 1 a localização dos
agentes patógenos na fig 2 o excesso de secreção que afeta o pulmão com pneumonia.
Figura 1: localização dos agentes patógenos
Figura 2:
secreções acumuladas nos bronquíolos terminais e alvéolos
A pneumonia afeta os pulmões de duas maneiras: nos lobos pulmonares e nos brônquios. Na
pneumonia lobar uma parte do pulmão (lobo) é afetada de maneira uniforme. A
broncopneumonia afeta os pulmões de maneira "salpicada" , fig 3.
Figura 3: forma de infecção na pneumonia
Figura 4: esquema mostrando os possíveis locais de infecção na pneumonia e suas denominações
Além disso, a pneumonia é dividida em algumas "modalidades", uma que é adquirida na
comunidade, fora do ambiente hospitalar e outra que é contraída no hospital ou nosocomial.
Esta última costuma ser causada por germes de maior agressividade e por conseqüência é
mais grave.
Estes dados são confirmados pelos índices de mortalidade bem mais elevados. É a mais
freqüente infecção em pacientes hospitalizados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI´s), em
uma pesquisa de Carrilho (1998), que acompanhou 540 pacientes que permaneceram
internados em um hospital por mais de 24 horas, percebeu-se que 15,4% deles desenvolveram
pneumonia.
Esse trabalho apresenta ainda como fatores de risco para a pneumonia em pacientes
hospitalizados em UTI´s o uso de sonda naso-gástrica, a traqueostomia e o rebaixamento do
nível de consciência. A infecção de ambos os pulmões é popularmente chamada de
pneumonia dupla.
O que causa pneumonia?
Pneumonia não é uma doença única. Ela pode ter mais de 30 causas diferentes. As principais
causas das pneumonias podem ser vistas abaixo:
- Bactérias
- Vírus
- Micoplasma e Clamídia
- Outros agentes infecciosos, tais como fungos
- Várias substâncias químicas
Figura 5: lâmina corada mostrando aspecto histológico de pulmão com pneumonia típica
Pneumonia bacteriana
Pneumonia bacteriana é pneumonia causada por bactérias. Isto ocorre em aproximadamente
50% dos casos, e depende da idade e outros fatores. A causa mais comum de pneumonia
bacteriana em adultos é uma bactéria chamada Streptococcus pneumoniae ou Pneumococo.
Esta forma de pneumonia pode ser fatal, mas existe uma vacina disponível.
A Infecção pneumocócica tem origem invariavelmente na faringe; daí a bactéria que se
colonizou pode ser aspirada e causar a Pneumonia, como pode ter acesso ao ouvido médio ou
aos seios paranasais, determinando Otite ou Sinusite, como pode ainda cair na circulação
sangüínea a atingir o sistema nervoso central, causando Meningite.
O pneumococo é o agente mais comum das Pneumonias Comunitárias em adultos e estima-se
que seja responsável por aproximadamente 50% dos casos de Pneumonia em geral, e 90%
das Pneumonias Lobares.
A Pneumonia bacteriana geralmente aparece de repente, muitas vezes como uma complicação
de outras doenças. As pessoas com Pneumonia se sentirão muito mal e aparentarão estar
muito doentes, com febre alta, letargia, dificuldade em respirar, tosse e dor no peito,
principalmente ao respirar. É provável que fique pálida e transpire.
As bactérias estão presentes na garganta de algumas pessoas normais. Quando as defesas do
organismo se enfraquecem as bactérias podem ser aspiradas e causar pneumonia. Pessoas
debilitadas, alcoólatras e paciente em pós-operatório podem ter diferentes tipos de bactérias na
garganta, e maior risco de pneumonia.
Pneumococos (bactérias arredondadas)
Figura 6: lâmina corada mostrando bactérias causadoras de pneumonia
Pneumonia viral
Os vírus são causadores de grande parceladas infecções de pulmão, um dos principais é o
vírus da gripe. As pneumonias virais ocorrem mais no outono e no inverno. Elas também
podem ser complicadas por pneumonias bacterianas. Mulheres grávidas e pessoas com
doenças cardíacas ou pulmonares pré-existentes podem ter pneumonias graves pelo vírus da
gripe.
Pneumonia Intersticial
Protótipo: pneumonia primária atípica
Agente: Mycoplasma pneumoniae (outros: vírus da influenza, parainfluenza, citomegálico,
herpesvírus, Varicela-zoster - grávidas e imunodeprimidos - , clamídias e o "agente da febre Q
").
Microscopicamente
Processo inflamatório intersticial. Septos alveolares alargados por edema e infiltrado de
mononucleares. Os alvéolos, em geral, possuem pequena quantidade de líquido, mas em
casos graves podem surgir membranas hialinas.
Figura 7: lâmina corada mostrando infecção na pneumonia intersticial
Figura 8: tomografia computadorizada mostrando septos espessados em pneumonia intersticial
Pneumonia por Micoplasma, Clamídia e Legionella
Os micoplasmas foram descobertos durante a 2ª. guerra mundial. São os menores agentes
livres, capazes de causar doença na espécie humana; tem características tanto de bactérias
quanto de vírus.
O micoplasma é a 2ª. causa de pneumonia em freqüência, depois do pneumococo e responde
a antibióticos diferentes.
Antigamente se denominava a pneumonia causada pelo micoplasma de "atípica", porque se
acreditava que o quadro clínico era diferente da pneumonia clássica. Hoje esta idéia foi
abandonada.
Clamídia, um tipo de germe parecido com o Micoplasma. É um agente de pneumonia
relativamente freqüente, descoberto nos últimos anos.
Em 1976, uma forma grave de pneumonia atacou várias pessoas em uma convenção dos
Legionários norte-americanos em um hotel na Filadélfia. O agente causador foi logo descoberto
e chamado de Legionella. Embora incomum, causa muitos casos de pneumonias graves.
Pneumonia Aspirativa
Este importante tipo de pneumonia ocorre quando acontece a entrada de líquidos, secreções
do próprio corpo ou outras substâncias, da via aérea superior ou do estômago para dentro dos
pulmões. A partir daí, é desenvolvida a pneumonia que, geralmente, é causada por um
anaeróbio - bactéria que pode viver na ausência de oxigênio.
Muitas vezes o conteúdo que é aspirado para um ou ambos pulmões é o suco gástrico do
estômago, o qual, por ser ácido, inicialmente causa uma pneumonite (inflamação) nos
pulmões; após isso, ocorre o desenvolvimento da pneumonia propriamente.
Geralmente, existem duas condições predisponentes para que ocorra a aspiração do inóculo
para os pulmões.
Uma delas ocorre na falha nos mecanismos de defesa que protegem os pulmões, e a outra
acontece porque o inóculo que alcançou o pulmão tem de ser suficientemente deletério para
iniciar o processo inflamatório da pneumonia. Dentre os principais mecanismos de defesa está
o reflexo da glote, o qual funciona como uma fenda que se fecha ao nível das cordas vocais
para que nenhum líquido ou outra substância chegue, inadvertidamente, até os pulmões. Existe
também o reflexo da tosse, o movimento ciliar e a fagocitose dos macrófagos dos alvéolos,
quando o fechamento da glote não funciona de maneira eficaz.
Então, se o reflexo da tosse não expulsar o líquido ou substância que está indo à direção dos
pulmões, um movimento de cílios iniciará a "limpeza" destes. Os cílios revestem a parte interna
dos brônquios - "tubulações" que espalham o ar dentro dos pulmões - e funcionam como
cerdas de uma escova que trabalha de uma maneira unidirecional, levando a "sujeira" dos
pulmões em direção à boca. Se, porventura, todos estes mecanismos forem vencidos e o
inóculo alcançar os alvéolos, ainda terá a fagocitose dos macrófagos para combater aquela
bactéria deletéria contida no inóculo aspirado. Os alvéolos são diminutos sacos onde ocorrem
as trocas gasosas dos pulmões (entra o oxigênio e sai o gás carbônico). Já os macrófagos são
as células que englobam (combatem) as bactérias que chegam até os alvéolos. Portanto, para
que ocorra a pneumonia aspirativa, a bactéria agressiva que está no inóculo aspirado da via
aérea superior para os pulmões terá que vencer todos os mecanismos de defesa supracitados.
Normalmente, as bactérias que comumente causam este tipo de pneumonia são as
anaeróbicas que fazem parte da flora ("ambiente") normal da cavidade oral (boca).
Usualmente, o motivo da falha nos mecanismos de defesa do organismo é a perda de
consciência ou a presença de algum distúrbio de deglutição (da comida ou da saliva) - como
em alguns indivíduos que sofreram derrame cerebral, por exemplo.
Dentre os indivíduos que costumam ter perda de consciência estão os alcoólatras, usuários de
drogas, seqüelados por doença neurológica, doentes mentais, idosos, pacientes de UTI
(Unidade de Tratamento Intensivo), epilépticos ou pacientes que tenham feito anestesia geral
recentemente.
Devemos lembrar também que existem vários estudos demonstrando aspirações em indivíduos
sadios que se resolvem espontaneamente, não causando complicações pulmonares como a
pneumonia.
Esta patologia poderá ter um curso agudo, crônico ou intermediário. Calafrios, febre, tosse e
dor torácica são algumas das alterações que podem ocorrer nesta doença. Geralmente, a
tosse é seca nos primeiros dias, mas costuma apresentar expectoração (catarro) nos dias
subseqüentes. Este catarro poderá ter a cor amarela, verde ou até raias de sangue. O odor da
secreção expectorada nos casos de pneumonia aspirativa por bactérias anaeróbias é típico:
tem cheiro fétido característico.
A dificuldade respiratória poderá ocorrer devido à dor causada por cada movimento respiratório
- a dita "pontada".
Se a pneumonia for muito extensa, poderá ou não estar associada à cianose - coloração
azulada da pele em torno da boca, nos lábios, nas orelhas ou extremidades dos dedos. A
cianose traduz, neste caso, um sinal de gravidade.
Já os idosos, na maioria das vezes, não apresentam o quadro pneumônico típico descrito
acima. Poderão apresentar uma piora no seu estado geral (mental inclusive), com adinamia,
diminuição do apetite e, em muitos casos, sem febre.
Nas crianças pequenas, as alterações que costumam aparecer, afetam o estado geral destas.
Comumente não surgem sinais ou sintomas específicos de pneumonia. São crianças que,
geralmente, estão febris, com diminuição na ingestão de alimentos (não querem mamar ou
comer), choram bastante e a mãe ou responsável pode até notar a dificuldade respiratória da
criança.
Algumas vezes, os indivíduos afetados apresentam sintomas por um longo período, com a
perda de peso e, até, anemia.
Outros tipos de pneumonias:
Pneumocystis carinii é um fungo que muitas vezes causa pneumonia em portadores do HIV.
O tratamento cura a maioria dos casos.
Pessoas que tem as defesas muito reduzidas, (chamados em medicina de hospedeiros
comprometidos), podem ter infecções por agentes infecciosos incomuns. São hospedeiros
comprometidos os portadores de HIV, quem usa corticosteróides em doses elevadas e
portadores de certos tipos de câncer em tratamento com quimioterapia, como portadores de
leucemias e linfomas.
Broncopneumonia: A infecção se inicia nos brônquios e bronquíolos e, através deste, há
comprometimento dos alvéolos peribronquiolares e de ácinos adjacentes. Propagação por nível
canalicular, com formação e inúmeros focos de consolidação do parênquima (segmentos
basais). Corresponde a uma complicação bacteriana de infecção viral respiratória prévia. Mais
freqüente na infância e velhice. Germes mais prevalentes: estafilococo,pneumococo, hemófilo.
É sempre um processo inflamatório focal sendo caracterizado por vários focos de condensação
pulmonar, sendo que tais focos podem ser confluentes.
Microscopicamente - Exsudato purulento na luz dos alvéolos e bronquíolos, associado a
destruição da parede desses componentes e edema de grau variado. Pode ocorrer formação
de abscessos.
Complicações - Extensão a pleura (pleurite, empiema) ou ao pericárdio (pericardite) e
disseminação a distância.
Broncopneumonia por aspiração: provocada pela inalação de restos alimentares e/ou
secreções digestivas. Mais freqüente em lactentes, crianças, idosos, doentes mentais, pessoas
anestesiadas, portadores de doenças neurológicas ou com fístula esôfago-traqueal.
A Pneumonia Aguda é habitualmente uma doença infecciosa que afeta os pulmões, traduzida
por uma consolidação dos alvéolos pulmonares ou infiltração do tecido intersticial por células
inflamatórias.
As pneumonias que afetam as crianças normais, no seu meio habitual, designadas
pneumonias da comunidade são aquelas aqui abordadas, uma vez que os recém-nascidos, as
crianças imunodeprimidas, com doenças crônicas ou internadas, constituem um grupo à parte,
podendo ser infectadas por microorganismos diferentes.
Para além das causas infecciosas, existem outras pneumonias provocadas, por exemplo, por
aspiração de alimentos ou corpos estranhos, reações de hipersensibilidade ou induzidas por
drogas.
Os vírus respiratórios são os principais agentes infecciosos (80 a 85%), sendo o vírus sincicial
respiratório (VSR), o influenza, o parainfluenza e o adenovírus os mais encontrados.
O Mycoplasma pneumoniae e bactérias selecionadas, como o pneumococo, o Staphilococos
aureus e atualmente menos freqüente, o Haemophilus influenza tipo b são outras causas
comuns de pneumonia na criança.
De uma forma geral, as infecções virais do aparelho respiratório inferior são bastante mais
vulgares nos meses de inverno e o VSR é o agente mais comum, especialmente nos bebês
mais pequenos.
Os quadros de bronquiolite predominam no 1º ano de vida, enquanto a pneumonia viral tem a
máxima incidência entre os 2 e os 3 anos, reduzindo-se a partir de então de uma forma
progressiva.
Relativamente ao Mycoplasma, a maior incidência ocorre em crianças em idade escolar, sendo
responsável por cerca de um terço das pneumonias entre os 5 e os 9 anos e por
aproximadamente 70% das pneumonias entre os 9 e 15 anos. As pneumonias bacterianas, não
são muito comuns nas crianças de outro modo saudáveis, afetando mais freqüentemente
aquelas com doenças subjacentes, como seja, por exemplo, a fibrose cística ou
imunodeprimidos. Uma infecção viral prévia do pulmão pode, contudo, alterar os mecanismos
de defesa e deixar que as bactérias causem doença.
Na pneumonias virais, muitas vezes existem familiares com sintomas respiratórios em casa e
durante alguns dias, a criança apresenta pingo no nariz e tosse; entretanto surge febre, que
não costuma ser muito elevada e sinais de dificuldade respiratória, mais ou menos intensos.
O quadro de pneumonia bacteriana é habitualmente mais súbito e exuberante, com febre
elevada, tosse e dificuldade respiratória, continuando a ser o pneumococo o agente mais
freqüente.
O diagnóstico é feito pela clínica, com particular importância para a auscultação pulmonar, por
radiografia pulmonar e por análises de sangue.
O diagnóstico definitivo é feito pelo isolamento do agente em causa, a partir de uma amostra
de secreções respiratórias ou no sangue.
O Mycoplasma pneumoniae é um agente infeccioso que dá origem aos chamados quadros de
pneumonia atípica, nas quais os sintomas gerais são mais exuberantes do que as queixas
respiratórias, simulando por vezes infecções virais arrastadas.
É importante lembrar que nem sempre é fácil fazer o diagnóstico diferencial de todas estas
situações, sendo necessário para sua confirmação à conjugação de todos os dados clínicos e
os exames complementares necessários, nomeadamente exames microbiológicos apropriados.
Como nas restantes infecções provocadas por vírus, o tratamento habitual é de suporte, sendo
necessário internamento dos bebês mais pequeninos ou dos casos mais graves.
Nas infecções provocadas por bactérias, o tratamento com antibióticos veio melhorar muito a
história desta doença, assim como das outras causadas por agentes bacterianos.
O prognóstico costuma ser bom, embora em algumas situações a doença possa ser mais
prolongada ou, nomeadamente com o adenovírus, o quadro possa ser mais perigoso.
Um estudo realizado por César (1997) mostrou associação direta das internações por
pneumonia e a classe social e a escolaridade materna, evidenciando que crianças de classe
social baixa e filhas de mães com pouca escolaridade têm maior chance de serem acometidas
por pneumonia que outras crianças em situações financeiras e sócias diferentes. Isso pode nos
levar à hipótese não comprovada de que a pneumonia tem ligação com o nível sócio
econômico dos pacientes.
França (2001) associa ainda a mortalidade por pneumonia com os mesmos fatores relatados
por César, no trabalho anterior.
Como se desenvolve normalmente?
Normalmente, a doença se desenvolve quando, por algum motivo, há uma falha nos
mecanismos de defesa do organismo.
A pneumonia pode desenvolver-se por três mecanismos diferentes:
Um deles, bem freqüente, ocorre quando a pessoa inala um
microorganismo, através da respiração, e este chega até um ou
ambos pulmões, onde causa a doença.
Outra maneira freqüente é quando bactérias, que normalmente vivem
na boca, se proliferam e acabam sendo aspiradas para um local do
pulmão.
A forma mais incomum de contrair a doença é através da circulação
sangüínea. Uma infecção por um microorganismo em outro local do
corpo se alastra e, através do sangue que circula, chega aos
pulmões, onde causa a infecção.
O que se sente?
A pneumonia clássica inicia abruptamente, com febre, calafrios, dor no tórax e tosse com
expectoração (catarro) amarelada ou esverdeada que pode ter um pouco de sangue misturado
à secreção. A tosse pode ser seca no início.
A respiração pode ficar mais curta e dolorosa, a pessoa pode ter falta de ar e em torno dos
lábios a coloração da pele pode ficar azulada, nos casos mais graves.
Em idosos, confusão mental pode ser um sintoma freqüente, além da piora do estado geral
(fraqueza, perda do apetite e desânimo, por exemplo). Nas crianças, os sintomas podem ser
vagos (diminuição do apetite, choro, febre).
Outra alteração que pode ocorrer é o surgimento de lesões de herpes nos lábios, por estar o
sistema imune debilitado.
Em alguns casos, pode ocorrer dor abdominal, vômitos, náuseas e sintomas do trato
respiratório superior como dor de garganta, espirros, coriza e dor de cabeça.
Como o médico faz o diagnóstico?
O diagnóstico pode ser feito apenas baseado no exame físico alterado e na conversa que o
médico teve com seu paciente que relata sinais e sintomas compatíveis com a doença. Os
exames complementares são importantes para corroborar o diagnóstico e ajudarão a definir o
tratamento mais adequado para cada caso. Normalmente, o médico utiliza-se dos exames de
imagem (raios-X de tórax ou, até mesmo, da tomografia computadorizada de tórax) e de
exames de sangue como auxílio para o diagnóstico.
O exame do escarro também é muito importante para tentar identificar o germe causador da
pneumonia. Com isso, o médico poderá prever, na maioria dos casos, o curso da doença e
também definir o antibiótico mais adequado para cada caso.
Como se trata?
A pneumonia bacteriana deverá ser tratada com antibióticos. Cada caso é avaliado
individualmente e se definirá, além do tipo de antibiótico, se há ou não necessidade de
internação.
Nos casos graves, até mesmo a internação em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) poderá
ser necessária.
Os antibióticos e demais medicações podem ser utilizados por via oral ou através de injeções,
que podem ser na veia ou no músculo.
Em alguns casos, além das medicações, podemos utilizar a fisioterapia respiratória como
auxiliar no tratamento.
Os fisioterapeutas utilizam exercícios respiratórios, vibradores no tórax e tapotagem (percussão
do tórax com os punhos) com o intuito de retirar as secreções que estão dentro dos pulmões,
agilizando o processo de cura dos pacientes.
Nas pneumonias por vírus, o tratamento é praticamente só de suporte. Visa melhorar as
condições do organismo para que este combata a infecção. Utiliza-se uma dieta apropriada,
oxigênio (se for necessário) e medicações para dor ou febre.
Nos casos de pneumonia por parasitas ou fungos, antimicrobianos específicos são utilizados.
Como se previne a Pneumonia?
Como já foi mencionado anteriormente, muitas vezes uma gripe ou resfriado podem preceder
uma pneumonia. Para tentar evitar isso, vacinas foram criadas. Existe no mercado, a vacina
contra o vírus influenza e outra contra o pneumococo, que podem diminuir as chances do
aparecimento das doenças causadas por estes germes.
Devemos lembrar que estas vacinas devem ser feitas antes do início do inverno,
preferencialmente.
A vacina contra o vírus influenza deverá ser feita anualmente em idosos e naquelas pessoas
com maior risco de ter uma pneumonia. A vacina contra o pneumococo deverá ser feita em
idosos e naquelas pessoas com o vírus do HIV, doença renal, problemas no baço, alcoólatras
ou outras condições que debilitem o sistema de defesa do organismo. Esta vacina tem a
duração de aproximadamente cinco anos.
Em alguns casos, deverá ser repetida após o término deste período. Em casos selecionados, a
vacina contra o Haemophilus influenzae deverá ser aplicada. Ele também é um germe
freqüente que pode causar pneumonias.
Existem outras vacinas, contra outros germes, que ainda estão em estudos.
Medidas simples para prevenção de pneumonias incluem cuidados com a higiene, como a
lavagem de mãos com sabonetes simples.
Uma dieta rica em frutas e vegetais, que possuem vitaminas, ajudam a reforçar o sistema de
defesa do organismo às infecções.
FISIOTERAPIA
A fisioterapia respiratória consiste na aplicação de exercícios para melhorar a tosse e a
ventilação do alvéolo pulmonar -região do pulmão que faz a troca entre o oxigênio e o gás
carbônico durante a respiração.
O tratamento fisioterápico não é a única responsável pela melhora dos pacientes, mas aliada a
tratamento com remédios e mudança nos hábitos do cotidiano, como a prática de exercícios e
alimentação adequada, pode ter de 30% a 40% de eficácia, seja no tratamento antitabagista,
de doenças respiratórias como asma, enfisema pulmonar ou pneumonia.
Os objetivos da fisioterapia, nesses casos, são manter os pulmões bem ventilados, para não
acumular secreções e, se houver acúmulo, realizar a higiene do aparelho respiratório.
A técnica é indicada também para os pacientes internados em UTI (Unidade de Terapia
Intensiva). Isso acontece porque, ficando muito tempo deitado, o doente pode vir a ter
dificuldades de respiração e maior propensão a infecções, já que o pulmão não funciona
perfeitamente.
Os cuidados respiratórios representam cerca de 30% das necessidades dos pacientes em
situação de emergência, como os internados em UTI ou pronto-socorro.
Mesmo sem problemas respiratórios anteriores, os médicos e fisioterapeutas podem optar por
aplicar a técnica logo que o doente é internado, devido ao risco de insuficiência respiratória.
Essa insuficiência pode ocorrer por deficiências da respiração, como enfisemas e pneumonias,
ou por falta de ar nos órgãos, como ocorre quando a pessoa sobre um derrame cerebral,
infarto ou bate a cabeça.
Na pessoa saudável, o ar entra normalmente nos pulmões, e algumas células deslocam
secreções, partículas e bactérias. Nesse caso, a secreção está numa região mais central do
pulmão e pode ser expelida por meio da tosse, ou até engolida. A pessoa acamada passa a ter
os pulmões mais fechados, e a má ventilação provoca o acúmulo de secreções. Isso pode
causar o aumento de bactérias e, conseqüentemente, o risco de infecção pulmonar.
Com os pulmões debilitados, o paciente apresenta sonolência, diminuição das funções do
cérebro e maior propensão a reter secreções no pulmão, o que pode levar a uma pneumonia.
Outros sintomas são febre, alterações apresentadas no exame de sangue e respiração
ofegante.
A tosse é o meio mais fácil para que a respiração melhore. Dessa forma, se o paciente não
tossir espontaneamente, é preciso provocá-la. A fisioterapia não cura a infecção, apenas
remove ou desloca as secreções pulmonares, o que facilita a higiene pulmonar.
A fisioterapia respiratória começou a ser desenvolvida no Brasil no final da década de 70. Um
dos pioneiros nesse tipo de tratamento foi o Incor (Instituto do Coração), de São Paulo.
Radiografia 1: radiografia normal do pulmão
Radiografia 2: pneumonia bilateral
Radiografia 3: pneumonia evidente em pulmão direito
Radiografia 4: pneumonia em pulmão direito
Radiografia 6: pneumonia no lobo médio
Radiografia 7: pneumonia lingular
Radiografia 8: pneumonia lingular
Radiografia 9: pneumonia lingular em AP e LL
Radiografia 10: pneumonia segmentar
Radiografia 11: pneumonia por aspiração
Radiografia 12: pneumonia por aspiração
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