teologia sistemática

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Pr. MARCO ANTONIO DE SOUZA
APOSTILA DE TEOLOGIA SISTEMÁTICA
Apostila organizada a partir das
aulas ministradas nos cursos de
Teologia da IBPP e da Escola de
Ministério da IBCP.
BELO HORIZONTE - MG
MAIO DE 2011
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino,
para a repreensão, para a correção, para a educação na
justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra.
(2ª Timóteo 3:16-17)
É permitida a cópia e utilização de todo conteúdo
desta apostila, desde que não seja usado para fins
lucrativos.
2
SUMÁRIO
PG
1. Introdução ao Estudo Teológico ..................................................................................................... 05
1.1 O que é Teologia ................................................................................................................. 06
2. Bibliologia (A Doutrina das Escrituras) .......................................................................................... 08
2.1 A Necessidade das Escrituras ............................................................................................. 09
2.2 A Inspiração das Escrituras ................................................................................................ 09
2.3 A Verificação das Escrituras .............................................................................................. 10
3.Teologia (A Doutrina de Deus) ........................................................................................................ 11
3.1 A Natureza de Deus ............................................................................................................... 12
3.2 Os Nomes de Deus ................................................................................................................ 13
3.3 Os Decretos de Deus .............................................................................................................. 14
3.4 Os Atributos de Deus ............................................................................................................. 15
4. A Doutrina da Trindade .................................................................................................................. 17
5. Cristologia (A Doutrina de Cristo) .................................................................................................. 19
5.1 A Ira de Deus e a Propiciação do Pecado .............................................................................. 20
5.2 A Identidade, Integridade e Autoridade de Jesus ................................................................... 21
5.3 Jesus Cristo como o Último Adão ..........................................................................................22
5.4 A Obra de Cristo .................................................................................................................... 23
6. Antropologia (A Doutrina do Homem) ........................................................................................... 24
6.1 Tendências teológicas no início deste novo milênio .............................................................. 25
6.2 A Criação do Homem ............................................................................................................ 25
6.3 A constituição permanente do ser humano ............................................................................ 26
7. Eclesiologia (A Doutrina da Igreja) ................................................................................................ 28
7.1 A Natureza da Igreja .............................................................................................................. 29
7.2 A Igreja Local ........................................................................................................................ 29
7.3 As Ordenanças da Igreja ........................................................................................................ 31
7.3.1 Batismo ........................................................................................................................... 31
7.3.2 A Ceia do Senhor ........................................................................................................... 31
7.4 A Vocação da Igreja ............................................................................................................... 32
8. Angelologia (A Doutrina dos Anjos) .............................................................................................. 34
8.1 Panorama ................................................................................................................................ 35
8.2 A Classificação dos Anjos ..................................................................................................... 35
8.3 A Queda dos Anjos ................................................................................................................ 37
8.4 Batalha Espiritual ................................................................................................................... 38
9. Hamartologia (A Doutrina do Pecado) ......................................................................................... 40
9.1 O que é o pecado .................................................................................................................. 41
9.2 As Conseqüências do Pecado ............................................................................................... 43
10.Soteriologista (A Doutrina da Salvação) ........................................................................................ 45
10.1 A Natureza da Salvação ....................................................................................................... 46
10.2 Legalismo e Antinomianismo .............................................................................................. 47
11. A Doutrina da Eleição ................................................................................................................... 48
11.1 Conversão .............................................................................................................................49
11.2 Regeneração ......................................................................................................................... 51
12. A Doutrina da justificação ............................................................................................................ 51
12.1 Santificação .......................................................................................................................... 53
12.2 União com Cristo ................................................................................................................. 54
13. Pneumatologia (A Doutrina do Espírito Santo) ............................................................................ 56
13.1 O Ministério do Espírito Santo no crente .............................................................................60
14. Escatologia (A Doutrina das Últimas coisas) ................................................................................ 62
14.1 O Aspecto Histórico ............................................................................................................. 63
14.2 O Aspecto Moral .................................................................................................................. 64
3
SUMÁRIO
PG
14.3 O Aspecto Profético (De um ponto de vista Pré-milenista) ................................................. 64
14.3.1 Israel na perspectiva profética ................................................................................. 65
14.3.2 Cálculo das setenta semanas de Daniel ................................................................... 66
14.3.3 Israel na grande tribulação ....................................................................................... 67
14.3.4 Doutrinas do amilenismo ......................................................................................... 69
14.3.5 Doutrinas do pós-milenismo .................................................................................... 71
15. Tanatologia (A Doutrina da morte) ............................................................................................... 73
15.1 O Estado atual dos mortos ................................................................................................... 74
15.2 A Divisão do hades .............................................................................................................. 75
16. A Redenção da Terra ..................................................................................................................... 78
16.1 A Terra será Restaurada ....................................................................................................... 79
17. Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 80
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1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO TEOLÓGICO
5
1.1 O QUE É TEOLOGIA?
Theos (Deus) e logos (palavra). Significa “um discurso acerca de Deus”.
 É a ciência que trata do nosso conhecimento de Deus e das suas relações para com o ser
humano.
 Trata de tudo quanto se relaciona com Deus e com os propósitos para a sua criação (anjos, ser
humano e animais).
O PROPÓSITO DA TEOLOGIA
Fazer e entender a fé:
 Codificar e sistematizar o ensino bíblico.
Estender a fé:
 Pregação, ensino e discipulado.
Defender a fé:
 Medindo as doutrinas populares, confrontando a doutrina errada e disseminando a sã doutrina.
TIPOS DE TEOLOGIA
 Teologia Bíblica: Salienta o progresso da Revelação bíblica.
 Divide-se em: Teologia Bíblica do Antigo Testamento
Teologia Bíblica do Novo Testamento
 Teologia Histórica: Traça o desenvolvimento das doutrinas bíblicas desde o fim da era apostólica
até o presente.
 Teologia Sistemática: Codifica o conhecimento de Deus para edificar o corpo e combate as
heresias.
 Teologia Prática: Aplica as teologias Bíblica, Histórica e Sistemática à santificação do ser
humano, ou seja, à vida e ao ministério cristão.
 Teologia Dogmática
BIBLIOLOGIA
Parte da Teologia que estuda as Escrituras.
 Nem tudo na Bíblia é bíblico. Ex: Caim matou Abel; o incesto de Amnon contra Tamar, sua irmã
ou Demas abandonou a fé.
O QUE É RELIGIÃO?
Ligare – latim singular ligar. Religar.
É a prática do ser humano para alcançar Deus. Fato universal.
QUAL É A VERDADEIRA RELIGIÃO?
PORQUÊ?
QUAL A DIFERENÇA ENTRE REVELAÇÃO, INSPIRAÇÃO E ILUMINAÇÃO?
O QUE É REVELAÇÃO?
É a manifestação que o único Deus verdadeiro faz de si mesmo. O Deus eterno se fez conhecido em
Cristo.
Onde?
Quando?
A quem?
Como?
Por que veio?
Ele voltará? Porque voltará? Quando? Como? Onde? A quem?
SE DEU ESSA REVELAÇÃO?
Feitos: Deus se manifestou aos homens.
Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos (Sl
119:1).
Escrituras: Registros destes fatos verdadeiros.
E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua
glória, como a glória do unigênito do Pai. (Jo 1:14)
6
ESCRITURAS: CONTÉM O REGISTRO DESSA REVELAÇÃO
A Bíblia = 66 Livros.
 Antigo Testamento = 39 livros.
Classificação:
Pentateuco (Lei)
Livros Proféticos
Escritos (hagiógrafos)
 Novo Testamento = 27 livros.
Classificação:
Bibliográficos (Evangelhos)
Histórico (Atos)
Epístolas Paulinas
Epístolas Gerais
Escatológico (Apocalipse)
Deus criou Israel para manifestar-se ao mundo e, ao completar a plenitude dos tempos enviou o seu
Filho Unigênito a fim de consumar a revelação já começada. (base da Teologia Cristã)
INSPIRAÇÃO: THEOPNEUSTOS SIGNIFICA DIVINAMENTE SOPRADO.
 Natural: grande talento dos homens.
 Mística (iluminativa): originada em homens cheios do Espírito Santo.
 Mecânica: Ditada. Instrumentos passivos na mão de Deus.
 Parcial: Apenas o desconhecido foi inspirado.
 Conceitual: Apenas voltada para as idéias.
 Verbal e plenária: Cada palavra (verbal) foi inspirada por Deus (plena).
ILUMINAÇÃO
Precisamos da iluminação de Deus para entender as Escrituras. A tarefa de interpretar é chamada
de Hermenêutica.
Princípios fundamentais da hermenêutica:
 A interpretação histórico-gramatical.
 O contexto restrito e o geral.
A POSSIBILIDADE DE TERMOS UMA TEOLOGIA CRISTÃ.
Deus existe e tem um relacionamento com seu mundo. (Gen 1:1)
O ser humano é feito à imagem de Deus e é capaz de receber a revelação. (Gen 1:26)
Deus tem se revelado (Heb 1:1). Tem se dado a conhecer em Jesus Cristo.
DOUTRINAS: ENSINO OU INSTRUÇÃO
É o ensino das verdades fundamentais da Bíblia sistematizado.
O conhecimento doutrinário é uma parte necessária do equipamento de quem deseja ensinar a
Palavra de Deus.
FIM
7
2. BIBLIOLOGIA
( A DOUTRINA DAS ESCRITURAS)
8
2.1. A NECESSIDADE DAS ESCRITURAS
A NECESSIDADE DAS ESCRITURAS (2 Tm 3:16-17)
Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para
corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente
instruído para toda a boa obra.
UMA REVELAÇÃO DESEJÁVEL
Um Deus sábio tem um propósito para suas criaturas.
Negligenciar esse propósito é loucura e pecado.
MAS COMO VERIFICAR COM CERTEZA O PROPÓSITO DIVINO?
 As verdades que informam o homem a respeito da salvação têm que vir de Deus.
 O homem precisa de uma revelação.
ESSA REVELAÇÃO É DE SE ESPERAR
Revelação é a manifestação que Deus faz de si mesmo e a compreensão, parcial embora, da
mesma manifestação por parte dos homens.
Na revelação Deus faz-se conhecido dos homens na sua personalidade e nas suas relações.
Deus quer que o homem O conheça daí a razão D’ele se revelar.
(Sl 19:1-4) Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há
linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, e as
suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol,
Se existe um Deus pessoal e perfeitamente bom, é razoável crer que ele conceda às suas criaturas
uma revelação pessoal de si mesmo.
(Oséias 6:6) Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus,
mais do que os holocaustos.
ESSA REVELAÇÃO DEVERIA ESTAR EM FORMA ESCRITA.
Deus inspirou os seus servos a escrever essas verdades.
Deus, também, preservou os manuscritos das Escrituras e influenciou a sua igreja a incluí-los no
cânon.
2.2. A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS
A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS É DIVINA E NÃO APENAS HUMANA
O modernista considera a inspiração das Escrituras Sagradas como apenas um sistema filosófico.
 Essa teoria não combina com o caráter sobrenatural e único da Bíblia.
A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS É ÚNICA E NÃO COMUM
ALGUNS CONFUNDEM A INSPIRAÇÃO COM O CONHECIMENTO.
Às vezes os profetas recebiam mensagens por inspiração, mas não a compreensão dessas
verdades. (1 Pe 1:10-12)
A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS É VIVA E NÃO MECÂNICA
A inspiração não era um simples ditado, onde os escritores fossem passivos e as suas faculdades
não tomassem parte no registro da mensagem.
 É o entrosamento do Espírito de Deus e o espírito do homem.
 A inspiração é completa e não parcial.
É VERBAL E NÃO APENAS DE CONCEITOS
A ênfase Bíblica não está nos homens inspirados, mas nas palavras inspiradas.
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PRECISAMOS FAZER DISTINÇÃO ENTRE REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO.
 Revelação é o ato de Deus pelo qual ele dá a conhecer o que o homem por si mesmo não podia
saber.
 Por inspiração queremos dizer que o escritor é preservado de qualquer erro ao escrever essa
revelação.
A INSPIRAÇÃO NEM SEMPRE IMPLICA REVELAÇÃO.
 Moisés foi inspirado a registrar eventos que ele mesmo havia presenciado e que dessa maneira
eram de seu conhecimento.
PALAVRAS INSPIRADAS E REGISTROS INSPIRADOS.
 A Bíblia registra muitas palavras proferidas por Satanás, e sabemos que o diabo não foi inspirado
por Deus ao dizê-las; mas o registro dessas expressões satânicas foi inspirado.
2.3. A VERIFICAÇÃO DAS ESCRITURAS
ELAS REIVINDICAM INSPIRAÇÃO
O Antigo Testamento declara-se escrito sob uma inspiração especial de Deus.
(Js 3:9) Então, disse Josué aos filhos de Israel: Chegai-vos para cá e ouvi as palavras do
SENHOR, vosso Deus.
(Is 34:16) Buscai no livro do SENHOR e lede: Nenhuma destas criaturas falhará, nem uma
nem outra faltará; porque a boca do SENHOR o ordenou, e o seu Espírito mesmo as ajuntará.
Jesus citou o Antigo Testamento, e viveu em harmonia com os seus ensinos.
A INSPIRAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO
1. É garantida pela promessa de Jesus de que o Espírito Santo lembraria aos apóstolos tudo o que
ele lhes havia ensinado, e que o mesmo Espírito os guiaria em toda verdade.
2. Pedro coloca as epístolas de Paulo no mesmo nível dos livros do AT, e todos os apóstolos
afirmam falar com autoridade divina.
(2 Pe 3:15-16) e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o
nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar
acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais
há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também
deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles.
AS ESCRITURAS SE DIZEM INSPIRADAS
Foi escrita por homens cuja honestidade e integridade não podem ser postas em dúvida.
O seu conteúdo é a mais sublime revelação de Deus ao mundo.
1. Sua exatidão: Ausência dos absurdos encontrados em outros livros “sagrados”.
2. Sua unidade: Contendo 66 livros, escritos por uns 40 diferentes autores, num período de mais ou
menos 1600 anos e abrangendo uma variedade de tópicos, demonstra uma unidade de tema e
propósito que só é explicado como tendo ela uma mente a lhe dirigir.
3. A Bíblia pode ser lida centenas de vezes sem se esgotar o assunto.
4. É o livro mais traduzido e lido no mundo.
5. É um dos livros mais antigos do mundo e também o mais moderno. É pão para a alma. O pão é o
alimento mais antigo do mundo e também o mais moderno.
6. Sua preservação apesar da perseguição e a oposição da ciência.
Procuramos evidências externas da exatidão das Escrituras porque é motivo de alegria poder
apontar evidências das coisas que cremos no coração, e também porque essas provas servem de
veículo para expressarmos nossa fé e convicção íntima.
(1 Pe 3:15) Santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados
para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós,
Mas o melhor argumento é o prático. A Bíblia tem influenciado a civilização, transformado vidas,
trazido luz, inspiração e conforto a todo o que nela busca auxílio.
FIM
10
3. TEOLOGIA
(A DOUTRINA DE DEUS)
11
3.1 A NATUREZA DE DEUS
A EXISTÊNCIA DE DEUS
Deus é Espírito Pessoal, perfeitamente bom, que em santo amor cria, sustenta e dirige tudo.
A natureza de Deus: Ele é Espírito Pessoal.
O caráter de Deus: Ele é perfeitamente bom.
A relação de Deus para com o universo: Cria, sustenta e dirige tudo.
SUA EXISTÊNCIA DECLARADA.
A Bíblia não se preocupa em provar a existência de Deus. Ela reconhece como fato auto-evidente a
sua existência, e como crença natural do homem. Declara o fato de Deus e chama o homem a
aventurar-se na fé.
A Bíblia não tenta demonstrar a existência de Deus, porque em todas as partes da Bíblia
subentende-se a sua existência.
A idéia de que o homem chega ao conhecimento ou à comunhão com Deus mediante seus próprios
esforços é totalmente estranha ao AT.
Deus aproxima-se dos homens, estabelece um concerto ou relação especial com eles, e lhes dá
mandamentos.
SUA EXISTÊNCIA PROVADA.
Por que demonstrar a existência de Deus?
1. Para convencer os que genuinamente buscam a Deus.
2. Para fortalecer a fé daqueles que já crêem.
3. Para enriquecer nosso conhecimento acerca da natureza de Deus.
Encontramos evidências da existência de Deus na criação, na natureza humana e na história
humana.
1) O argumento cosmológico (da criação): O universo deve ter uma primeira causa ou um criador.
2) O argumento teleológico (desígnio ou propósito): O desígnio evidente no universo aponta para
uma mente suprema e não para o acaso.
 Suponhamos que o autor dum livro tomou milhares de tipos de imprensa e jogou para o ar.
Ao caírem no chão, natural e gradualmente se ajuntaram de maneira a formar a história do
livro!
3) O argumento antropológico (da natureza do homem): Não apenas a natureza moral do homem,
mas também todos os aspectos da sua natureza testificam a existência de Deus.
 Até as religiões mais degradadas demonstram o fato de que o homem, qual cego, tateando,
procura algo que sua alma anela.
4) O argumento histórico: A marcha dos eventos da história universal fornece evidência de um
poder e de uma providência dominantes.
 A colonização dos EUA por imigrantes protestantes salvou-os da sorte da América do Sul, e
dessa maneira salvou a democracia.
 A guerra dos seis dias entre Israel e os Árabes em 1967, teve a mão de Deus a favor de seu
povo.
5) O argumento da crença universal (consenso comum): Como se originou essa crença universal?
 Não se originou pelo raciocínio.

O sentimento religioso não se encontra nas criaturas inferiores. Mas o mais inferior dos
homens pode ser instruído nas coisas de Deus porque falta ao animal a natureza religiosa, ele
não foi feito à imagem de Deus.
SUA EXISTÊNCIA NEGADA.
O ateísmo é a negação absoluta de Deus. Visto que são os ateus que se opõem às convicções mais
profundas e fundamentais da raça humana, a responsabilidade de provar a não-existência de Deus
recai sobre eles.
 Somente Deus, cuja existência o ateu nega, teria a capacidade de provar que Deus não existe.
 Alguém perguntou: “Quem criou Deus?” e recebeu como resposta: “Se houvesse alguém que
criasse Deus, esse alguém seria Deus”.
12
3.2 OS NOMES DE DEUS
OS NOMES DE DEUS NO ANTIGO TESTAMENTO
Abraão, Isaque e Jacó tiveram um conhecimento inferior de Deus porque o conheceram apenas
como El-Shaddai (o Todo Poderoso) e não como Jeová (o grande “Eu Sou”). Deus tem muito mais
para nos revelar do que apenas sua Onipotência!
ELOHIM
Este é o primeiro nome de Deus encontrado nas Escrituras (Gênesis 1:1), e aqui o nome encontra-se
em sua forma plural, mas o verbo continua no singular, indicando a pluralidade das pessoas na
unidade do Ser.
EL-SHADAI
Este nome composto é traduzido “Deus o Todo poderoso” (El é Deus e Shadai é Todo poderoso). O
título El é Deus no singular, e significa forte ou poderoso. Shadai, sempre traduzido Todo-poderoso,
significa suficiente ou rico em recursos. Pensa-se que a palavra é derivada duma outra que significa
seios. A palavra seio nas Escrituras simboliza bênção e nutrição.
ADONAI
Este nome de Deus está no plural, denotando assim a pluralidade das pessoas na Divindade. É
traduzido como Senhor em nossa Bíblia e denota uma relação de Senhor e escravo.
JEOVÁ (YHWH + Adonai)
Este é o mais famoso dentre os nomes de Deus e é predicado dele como um Ser necessário e autoexistente. O significado é: AQUELE QUE SEMPRE FOI, SEMPRE É E SEMPRE SERÁ. Temos
assim traduzido em Apocalipse 1:4: “Daquele que é, e que era, e que há de vir”.
O nome Jeová é muitas vezes usado de modo composto com outros nomes para apresentar o
verdadeiro Deus em algum aspecto de Seu caráter, satisfazendo certas necessidades de Seu povo.
JEOVÁ-HOSENU, “Jeová nosso criador”. Salmo 95:6.
JEOVÁ-JIRÉ, “Jeová proverá”. Gênesis 22:14.
JEOVÁ-RAFÁ, “Jeová que te cura”. Êxodo 15:26.
JEOVÁ-NISSI, “Jeová, minha bandeira”. Êxodo 17:15.
JEOVÁ-MIKADDÉS, “Jeová que te santifica”. Levítico 20:8.
JEOVÁ-ELOENU, “Jeová nosso Deus”. Salmo 99:5 e 8.
JEOVÁ-ELOEKA, “Jeová teu Deus”. Êxodo 20:2,5,7.
JEOVÁ-ELOAI, “Jeová meu Deus”. Zacarias 14:5.
JEOVÁ-SHALOM, “Jeová envia paz”. Juízes 6:24.
JEOVÁ-TSEBAOTE, “Jeová das hostes”. 1 Samuel 1:3.
JEOVÁ-ROÍ, “Jeová é meu pastor”. Salmo 23:1.
JEOVÁ-HELEIÓN, “Jeová o altíssimo”. Salmo 7:17; 47:2.
JEOVÁ-TSIDKENU, “Jeová nossa justiça”. Jeremias 23:6.
JEOVÁ-SHAMÁ, “Jeová está lá”. Ezequiel 48:35.
OS NOMES DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO
1. TEOS. No Novo Testamento grego este é geralmente o nome de Deus, e corresponde a Eloim no
Velho Testamento hebraico. É usado para todas as três pessoas da Trindade, mas especialmente
para Deus, o Pai.
2. PATER. Este nome corresponde ao Jeová do V. T., e denota a relação que temos com Deus
através de Cristo. É usado para Deus duzentas e sessenta e cinco vezes e é sempre traduzido como
Pai.
3. DÉSPOTES. (Déspota no português). Este título denota Deus em Sua soberania absoluta, e é
semelhante a Adonai do V. T. Encontramos este nome apenas cinco vezes no N. T., Lucas 2:29;
Atos 4:24; 2 Pedro 2:1; Judas 4; Apocalipse 6:10.
4. KÚRIOS. Este nome é encontrado centenas de vezes e traduzido como; Senhor (referendo a
Jesus), senhor (referendo ao homem), Mestre (referendo a Jesus), mestre (referendo ao homem) e
dono. Em citações do hebraico usa-se muitas vezes em lugar de Jeová. É um título do Senhor Jesus
como mestre e dono.
13
5. CHRISTUS. Esta palavra significa o Ungido e é traduzida Cristo. Deriva-se da palavra “chrio” que
significa ungir. É o nome oficial do Messias ou Salvador que era por muito tempo esperado. O N. T.
utiliza este nome exclusivamente referindo-se a Jesus de Nazaré.
Destes nomes todos do Ser Supremo, aprendemos que Ele é o Ser eterno, imutável, auto-existente,
auto-suficiente, todo-suficiente e é o supremo objeto de temor, confiança, adoração e obediência.
3.3 OS DECRETOS DE DEUS
A Doutrina dos Decretos parte do princípio de que Deus não inventa seus planos ao longo da
história. A Doutrina trabalha com uma hipótese, informada pelas Escrituras, de que tudo que Deus
fez foi planejado e determinado antes da fundação do mundo.
(I Pe 1.20)“... e sem mancha, o sangue de Cristo, o qual, na verdade, foi conhecido, ainda
antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos, por amor de vós.
No campo material e físico
 Deus decretou criar o universo e o homem: Sl 33.6-11
 Decretou a distribuição das nações:
(Dt 32.8) Quando o Altíssimo dava às nações a sua herança, quando separava os filhos dos
homens, estabeleceu os termos dos povos conforme o número dos filhos de Israel.
 Decretou o comprimento da vida do homem:
(Jo 14.5) Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o número dos seus meses;
tu lhe puseste limites, e ele não poderá passar além deles.
No campo moral e espiritual
 Permitir o pecado
Deus não induz ninguém ao pecado (Tg 1.13-14), mas, como criador, é o autor das condições
que permitiram o surgimento do mal.
 Derrotar o pecado pelo bem
Deus não apenas permitiu o pecado, mas tomou providências para que até isso redunde em
glória para o seu Nome.
 Salvar do pecado
Este é o Decreto da Redenção, e tem algumas facetas:
1) A liberdade do homem: O homem foi criado com capacidade de pecar ou não pecar. Mesmo
caído, ele continua responsável por suas ações. (Ap 20.12)
2) Graça preveniente: desde o pecado de Adão, notamos Deus tomando a iniciativa redentora,
sem a qual o homem jamais seria salvo.
(Tt 2.11) Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os
homens”.
3) Presciência divina: É inegável e está incorporada à sua ação salvadora.
4) Eleição graciosa: Cristo foi eleito Salvador da humanidade, e todos os que o aceitam são
beneficiados por sua eleição.
5) Graça especial ou salvadora: É comunicada ao pecador à medida que ele coopera com Deus,
através da fé e arrependimento. (At 2.37-38)
6) Galardoar seus servos e castigar os desobedientes: Deus, na sua bondade, salva
imerecidamente o pecador e decreta que o tal receberá um galardão segundo o seu serviço
regenerado.
No campo social e político
 A família e as formas de governo
Deus decidiu criar o ser humano como um ser social, que haveria de prosperar em um ambiente
familiar. (Gn 2.18,24)
Intimamente ligado ao estabelecimento da família, está o Decreto concernente ao governo
humano. (Rm 13.1-2)

A vocação e a missão de Israel
Deus escolheu a Abraão e, através dele, a nação de Israel como fonte de bênçãos para o mundo.
“... e em ti serão benditas todas as famílias da terra”. (Gn 12.3b)
14
O plano de Deus para Israel ainda não se cumpriu, no entanto, Deus tem um grande propósito
quanto à sua restauração.

A fundação e a missão da Igreja
Deus elegeu a Igreja para uma missão e responsabilidade muito grande. À Igreja cabe a
responsabilidade de representar a Cristo aqui na terra.
(Ef 3.10-11) para que agora seja manifestada, por meio da igreja, aos principados e
potestades nas regiões celestes, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso
Senhor.

O triunfo final de Deus
No Apocalipse encontramos a profecia do triunfo final de Deus sobre todos os seus inimigos. O
Paraíso, que foi destruído em Gênesis, será restaurado e Deus enxugará todas as lágrimas.
Ap 11.15-17 E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que
diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso SENHOR e do seu Cristo, e ele reinará
para todo o sempre. E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante
de Deus, prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus, Dizendo: Graças te damos,
Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande
poder, e reinaste.
3.4 OS ATRIBUTOS DE DEUS
A ESSÊNCIA E ATRIBUTOS DE DEUS
Algumas características de Deus são absolutas, e fazem parte da essência de Deus. São os
atributos absolutos ou imanentes.
Outras características são vistas como uma manifestação de Deus em relação à sua criação e são
chamadas de atributos relativos ou transitivos.
ATRIBUTOS ABSOLUTOS OU IMANENTES
Espiritualidade:
Deus não tem uma forma corpórea como o homem.
Sua incorporeidade explica sua proibição de qualquer tentativa de representá-lo fisicamente
(Dt 4:15-18). A desobediência a essa proibição faz parte da justificação de ira de Deus sobre os
homens:
“Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em
semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.” (Rm
1.22-23)
Vida: Deus não somente é Espírito, mas tem vida própria, em contraste com os deuses das nações.
Nós devemos ser testemunhas de que o nosso Deus é um Deus vivo.
Personalidade: Deus também é autoconsciente e tem personalidade: Intelecto, Volição e Sentimento.
Infinitude: (Transcendência)
 Deus é Transcendente, ou seja, não está sujeito a nenhum limite ou restrição.
 Deus é auto-suficiente e não precisa de nada nem de ninguém para o completar.
 Que fique bem claro que Deus não criou o homem por causa de um sentimento de solidão.
Auto-existência:
Deus é a causa de sua própria existência, e de todas as coisas.
“Eu sou o Senhor que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus, e espraiei a terra; que
desfaço os sinais dos profetas falsos, e torno loucos os adivinhos, que faço voltar para trás os
sábios, e converto em loucura a sua ciência.” (Is 44.24-25)
Imutabilidade:
Não fala de decisões ou estratégias, mas que a natureza de Deus não muda:
Porque eu, o Senhor não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. (Ml 3.6; Tg
1.17)
15
Unidade: A natureza divina não se divide.
Perfeição: Estes são atributos morais, coerentes com a sua personalidade: intelecto, volição e
sentimento.
Verdade: Deus é a personificação da verdade e é o verdadeiro Deus (I Jo 5.20).
Amor: O amor de Deus acha sua razão de ser na própria natureza de Deus. Não no objeto de seu
amor.
 O amor de Deus é preexistente à fundação do mundo. (Jo 17.24)
 O amor de Deus implica a possibilidade de Deus sofrer.
Santidade: A santidade de Deus implica na sua pureza, e é motivada contra toda impureza. (II Co
7.1)
A essência de Deus é a fonte da manifestação de todos os demais atributos, presenciados através
da criação. Passaremos agora a estudá-los:
ATRIBUTOS RELATIVOS OU TRANSITIVOS
Eternidade: Deus não está sujeito ao tempo.
Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a
eternidade, tu és Deus. (Sl 90.2)
Imensidão: A natureza de Deus não é sujeita à lei do espaço. Deus não está no espaço, mas o
espaço está em Deus que o criou. (I Rs 8.27)
Onipresença: Deus está igual e pessoalmente presente em todos os lugares ao mesmo tempo.
(Ubiqüidade)
Onisciência: Deus tem conhecimento completo de tudo: no passado, no presente e no futuro.
 Ele conhece o autor, o participante, o beneficiado e a vítima de todas as ações no seu reino.
 Ele nunca pode ser enganado, surpreendido ou confundido.
 Quando perdoa nossos pecados, Ele decide não se lembrar deles.
Onipotência: Deus tem todo o poder e pode fazer tudo o que desejar, mas, também tem o poder de
deixar de fazer.
Veracidade e fidelidade: Deus é transparente em seu trato conosco. Nunca irá nos enganar com
falsas promessas de benção e maldição.
Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo. (II Tm 2.13)
Misericórdia e bondade: É a maneira graciosa com que Deus lida com suas criaturas. Misericórdia é
não recebermos o que merecemos pelos nossos pecados.
Justiça e retidão: significa que o ser humano nunca receberá um mau tratamento da parte de Deus.
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4. A DOUTRINA DA TRINDADE
UNICIDADE: Estado ou qualidade de ser único.
Em todo o Antigo Testamento a ênfase da auto-revelação divina está na unicidade e não na unidade.
O Deus único: EKAHAD = 2 significados: um, único (Trindade)
Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor. (Dt 6.4)
Unidade: A doutrina da unidade de Deus surgiu como reflexo da aceitação da doutrina da Trindade.
 A Unidade de Deus é a revelação da trindade no NT e que de uma busca no AT mostra que este
Deus único existe eternamente em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
 Um Deus eternamente coexistente em três pessoas distintas, que não se confundem, nem se
misturam.
 A humanidade é composta de macho e fêmea, a divindade é Pai, Filho e Espírito Santo. Não
existem duas raças humanas, nem três deuses.
A DOUTRINA DA TRINDADE
Definição: A Trindade é composta de três pessoas unidas, sem existência separada, e
indivisivelmente ligadas para formar um Deus. A natureza divina subsiste em três distinções: Pai,
Filho e Espírito Santo.
A palavra Trindade não aparece na Bíblia. Esta doutrina foi formulada por Tertuliano, Atanásio e
Agostinho.
A Doutrina da Trindade afirma três verdades:
 Há apenas um único Deus.
 O Pai, o Filho e o Espírito Santo são individualmente Deus.
 O Pai, o Filho e o Espírito Santo são, cada um, pessoas distintas.
UMA REVELAÇÃO DE DEUS
A doutrina representa a conclusão lógica da revelação bíblica acerca de Deus.
É exemplo da revelação progressiva de Deus. Deus Único, Deus Trino, depois Deus Triúnico.
Sinais de pluralidade nos nomes e atividades de Deus (Elohim).
OUTROS SINAIS DE PLURALIDADE
 O louvor dos Serafins em Is 6.3. “... Santo, santo , santo é o Senhor ...”
 A benção Aarônica de Nm 6.24-26. “...O Senhor te abençoe ...o Senhor faça ..o Senhor sobre ti
levante o rosto e te dê a paz.”
REFERÊNCIAS AO ANJO DO SENHOR
Parece que o Anjo do Senhor é uma manifestação pré-encarnada de Deus o Filho. (Gn 22.15-18)
Sinais de igualdade entre Jesus e o Pai.
No Novo Testamento, o Pai, a quem Jesus se refere é Jeová.
 “Eu e o Pai somos um.” (Jo 10.30)
 Também: Jo 17.22; Hb 13.8 (imutabilidade); Ap 1.8 (onipotência).
 Além disso, Jesus exerce as prerrogativas de Deus, como perdoar pecados. (Mt 9.2)
SINAIS DE IGUALDADE ENTRE JESUS E O ESPÍRITO SANTO
Jesus garante aos discípulos que enviaria um outro “Consolador”. O termo sugere um “outro” do
mesmo tipo e qualidade. (Jo 14.16-17)
SINAIS DE IGUALDADE ENTRE PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO
A presença dos Três no batismo de Jesus por João é notória. Também a associação dos três na
obra redentora. (I Co 12.4-6)
EVIDÊNCIAS DA DEIDADE DE CADA MEMBRO DA TRINDADE
O Pai é reconhecido como Deus:
“a todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos, graça a
vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”. (Rm 1.7)
O Filho é reconhecido como Deus:
17
“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado Emanuel, que quer
dizer: Deus conosco”. (Mt 1.23)
Jesus foi identificado com o Senhor (Jeová) do AT pelo apóstolo Paulo.
O Espírito Santo é reconhecido como Deus:
“Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao
Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno? Enquanto o possuías, não era teu? E
vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu
coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. (At 5.3-4)
TEORIAS REPROVADAS
Triteísmo: João Ascunages e João philoponus
Ensinavam que há três Deuses em vez de três pessoas na Trindade.
Sabelianismo ou Modalismo (Séc. II):
Sabelius ensinava que o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram manifestações de um só Deus. Os
modos como Deus se manifestou seriam como três uniformes com que o único Deus se vestia.
 Exemplos de modalistas (também chamados de Unicistas) de hoje: Voz da Verdade, Árvore da
Vida.
Arianismo: Ário seguiu um erro de Orígenes, que subordinava o Filho ao Pai, em relação à essência,
fazendo-o inferior ao Pai.
 O Arianismo negou a deidade de Jesus Cristo. Ário ensinava que apenas o Pai não era criado.
 Exemplo de arianos hoje: Testemunhas de Jeová
FIM
18
3. CRISTOLOGIA
(A DOUTRINA DE CRISTO)
19
3.1 A IRA DE DEUS E A PROPICIAÇÃO DO PECADO
INTRODUÇÃO
Precisamos entender que o homem é antes um criminoso que uma vítima e é tratado assim por
Deus. Como seres humanos, somos responsáveis e responsabilizados pelo grande estrago que
fizemos na criação de Deus. Como inimigos de Deus, é inútil falar de salvação antes que tratemos da
violenta ruptura que houve em nosso relacionamento com Deus.
DEUS NÃO IGNORA O PECADO
Esta verdade precisa ser proclamada neste início de milênio. Há três sentidos em que podemos
afirmar que Deus não ignora o pecado:
1) Deus não ignora o pecado no sentido de estar alheio à sua existência. Ninguém consegue
esconder seu pecado de Deus.
O pecado de Acã. (Js 7.11)
2) Deus não ignora o pecado no sentido de passar vista grossa diante da sua presença;
No momento da rebelião, Lúcifer foi expulso do céu. Talvez Satanás tenha pensado que
seria diferente com o casal criado a imagem e semelhança de Deus. Que Deus daria um
jeitinho para eles, e usar isso como arma para barganhar com Deus. Para sua surpresa,
quando Adão e Eva pecaram, foram sumariamente expulsos do Paraíso. Quando Jesus
carregou nossos pecados, Deus virou as costas para Ele. (Mat 27.46)
Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar.
(Hab 1.13)
3) Deus não ignora o pecado no sentido de permitir que continue sem resolução.
Ele mesmo toma as providências para expurgar o pecado da sua criação. (I Jo 3.4-8)
O PECADO SUSCITA A IRA DE DEUS
O maior problema do pecador não é o seu pecado, mas sim o fato de estar sob a ira de Deus.
 Depois de uma grande ênfase sobre a ira de Deus no século passado, hoje damos ênfase quase
que exclusiva sobre o amor de Deus.
 O homem moderno tem dificuldade em entender o porquê da morte de Jesus, e sua absoluta
necessidade de aceitá-lo como salvador. Ele imagina que de alguma forma, Deus vai dar um
jeitinho para ele. A Palavra de Deus diz:
A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm
a verdade pela injustiça; (Rom 1.18). Também Num 1.2-3.
A nossa dificuldade com a ira de Deus é que transferimos para ela todas as características da ira
humana. Existem diferenças entre a ira de Deus e a ira do Homem.
As características da Ira de Deus
 A Ira de Deus é sempre judicial, isto é, a ira do Juiz aplicando a justiça. Paulo diz que o dia da Ira
é também o dia da “revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo o seu
procedimento” (Rom 2.5-6).
 A Ira de Deus na Bíblia é alguma coisa que os homens escolhem por si mesmo. É uma escolha
pessoal, pois Deus nos deu liberdade para escolher.
Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do
unigênito Filho de Deus. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram
mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. (Jo 3.18-19)
A Ira de Deus nem sempre se manifesta em castigo direto. Ao contrário, pode se manifestar através
do abandono.
Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio
coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em
mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente.
Amém! (Rm 1.24).
A história bíblica está cheia de exemplos do juízo de Deus que ignoramos para nosso próprio risco.
A propiciação aplaca a Ira de Deus
Enquanto a expiação trata de cobrir ou compensar o pecado ou a ofensa, a propiciação acrescenta a
esta idéia o reparo do relacionamento de intimidade entre o homem e um Deus irado.
20
Imagine que seu amigo furta a sua carteira e depois de ter gastado todo o seu dinheiro fica
arrependido, e decide devolver a carteira repondo o dinheiro roubado. Como é que fica o seu
relacionamento? Ele fez expiação pelo pecado. Ele pergunta “Tudo bem?” e você diz “Não! Não está
tudo bem!” Porque não? Porque ainda não foi reparado o seu relacionamento. Expiação é fazer uma
restituição que paga o preço do pecado. Propiciação é reparar o relacionamento transtornado.
As Boas Novas do Evangelho são que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não
imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação”. (II Co 5:19)
Deus fez de Cristo a propiciação para nossos pecados. (Rm 3:25)
A bondade e a severidade de Deus
Exemplos da bondade e da severidade de Deus aparecem através da Bíblia inteira. Deus julga Adão
e Eva no jardim do Éden, mas veste sua nudez com pele de animais.
Jesus desviou a ira de Deus de nós, tomando-a sobre si e nos reconciliou com Deus. O
restabelecimento de amizade entre o homem e Deus é o vínculo da salvação em nossas vidas.
Qualquer idéia que limita o sacrifício de Cristo a apenas o pagamento dos nossos pecados é muito
superficial.
3.2 A IDENTIDADE, INTEGRIDADE E A AUTORIDADE DE JESUS
A DUPLA IDENTIDADE DE JESUS CRISTO
A encarnação é um dos grandes mistérios da teologia. A Bíblia ensina que Jesus tem duas
naturezas: uma humana e outra divina.
A EXISTÊNCIA DE DUAS NATUREZAS
1. Jesus exercia prerrogativas divinas, como perdoar pecados
E os escribas e fariseus arrazoavam, dizendo: Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode
perdoar pecados, senão Deus? (Lc 5:21)
2. A qualidade da vida de Jesus
Nunca tendo pecado, foi preciso que seus inimigos mentissem para conseguir sua
condenação.
3. Os sinais que ele operou
Fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes,
porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que,
crendo, tenhais vida em seu nome. (Jo 20:30-31)
4. O seu testemunho pessoal: Ele reivindicou deidade
Eu e o Pai somos um. Novamente, pegaram os judeus em pedras para lhe atirar. Disse-lhes
Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me apedrejais?
Responderam-lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da
blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. (Jo 10:30-33)
5. O testemunho dos seus inimigos: Os judeus queriam matá-lo porque Ele afirmava ser Deus.
6. O testemunho dos apóstolos: “E o Verbo se fez carne...”
7. O testemunho da história: Nunca em toda história houve alguém igual a Jesus. (Jo 7:46)
3.4 A EXIGÊNCIA DE DUAS NATUREZAS
Sua humanidade é a garantia de legítima representatividade.
Sua Deidade é uma garantia de eterna confiabilidade.
– Pela encarnação Deus se revela aos homens.
A INTEGRIDADE DAS DUAS NATUREZAS DE CRISTO
Não podemos dividir Jesus em dois, um humano e um divino.
Ser Teantrópico: Jesus é permanentemente divino e permanentemente humano (união perpétua).
21
A CONVIVÊNCIA DAS DUAS NATUREZAS
A teoria aprovada de convivência diz que quando o Verbo se fez carne as naturezas divina e humana
foram unidas, verdadeiramente, perfeitamente, eram indivisíveis e livres de mistura.
3.5 A AUTORIDADE DE JESUS
a) O profeta prometido
O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a
mim; a ele ouvirás. (Dt 18.15)
b) O Sumo Sacerdote prometido
O SENHOR jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de
Melquisedeque. (Sl 110.4)
c) O Rei prometido
Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Proclamarei o decreto do
SENHOR: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. (Sl 2.6-7)
A partir da sua 2ª vinda, Jesus regerá o mundo plenamente.
d) A Superioridade de Cristo
Enfatizamos a superioridade de Jesus sobre todas as demais autoridades, quer celestiais,
infernais ou terrestres.
Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo
nome, (Fp 2.9)
3.6 JESUS CRISTO COMO O ÚLTIMO ADÃO
COMPARAÇÃO ENTRE O PRIMEIRO E O ÚLTIMO ADÃO
Em 1ª Co 15:45-47, o primeiro Adão é (prw/toj), ou seja, não há ninguém antes dele. Jesus é
(e;scatoj), não há ninguém depois dele. No versículo 47 ele é (deu,teroj), ou seja, não há sequer um
igual entre ele e Adão. Começaremos com as semelhanças entre os dois e depois falaremos das
diferenças.
Semelhantes na sua identidade: Os dois foram criados à imagem de Deus.
 E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (Gn
1:27)
 O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; (Cl 1:15)
Semelhantes na sua humanidade: Tiveram uma natureza tríplice; Espírito, alma e corpo.
Estes versículos desmentem a hipótese docetista de que o corpo físico de Jesus era apenas uma
aparição. Negavam a humanidade de Jesus.
Semelhantes na sua representatividade: Por escolha de Deus, Adão e Jesus foram comissionados
como cabeças da raça humana.
 Na desobediência, Adão representou toda a humanidade.
 Na sua obediência, Jesus representou toda a nova humanidade que segue seus passos. (Rm
5:15-17)
Somos justificados dos nossos pecados uma vez que rompemos com a nossa solidariedade com
Adão em favor de uma nova solidariedade com Jesus.
Semelhantes na sua vulnerabilidade: Depois do pecado de Adão a natureza humana ficou
caracterizada por fragilidade. Mas será que Jesus foi igualmente vulnerável?
Se Jesus foi imune à dor, ao desânimo, à dúvida, ele não venceu o mundo, e não pode salvar.
Semelhantes na sua santidade
CONTRASTES ENTRE O PRIMEIRO E O ÚLTIMO ADÃO
Diferentes na sua habitação.
Diferentes na sua tentação.
Adão tinha que resistir a apenas uma tentação para garantir sua santidade.
Jesus teve que viver 30 anos de provação antes mesmo de se manifestar com o Messias. Nestes 30
anos ele nunca cedeu à tentação.
22
Antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. (Hb 4:15b)
Diferentes na sua submissão.
De Adão Deus cobrou uma submissão à vida. (Gn 2:16-17)
Enquanto que Jesus foi chamado à uma submissão até a morte. (Fl 2:7-8)
Diferentes na sua punição
Adão foi punido por seu próprio pecado, enquanto quer Jesus foi punido por nossos pecados.
Diferentes na sua qualificação
Um relacionamento com Adão gera morte, mas um relacionamento com Jesus significa vida.
3.7 A OBRA DE CRISTO
CONCEITOS GERAIS DA OBRA DE CRISTO
Essencialmente a obra de Cristo é de nos reconciliar com Deus.
Seis aspectos da obra de cristo
Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos,
pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória.
I. Sua paixão e morte é pré-ordenada e necessária

A morte de Jesus não foi um acidente, nem uma tragédia, mas uma estratégia divina. (Jo 12.27)
II. Sua morte é apresentada em termos sacrificiais

O simbolismo da Páscoa

O simbolismo do pacto

O simbolismo do véu rasgado.
III. Sua morte é entendida em sentido vicário

Sua identificação com os pecadores.

Sua substituição do pecador.

Sua punição como pecador.
IV. Sua morte é redentora

Redenção no AT: Tem a ver com a libertação de prisioneiros de guerra ou escravos e
escapar da morte mediante o pagamento de resgate.

Redenção no NT: Ele pagou o preço da nossa libertação.
V. Sua morte é um triunfo sobre o diabo e os poderes maléficos: Sofrimento vitorioso, a Ressurreição.
VI. Sua morte é universal
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo 3.16)
FIM
23
4. ANTROPOLOGIA
(A DOUTRINA DO HOMEM)
24
TENDÊNCIAS TEOLÓGICAS NO INÍCIO DESTE NOVO MILÊNIO
Antigamente o homem existia para a glória de Deus; agora Deus existe para glorificar o homem.
 Hoje as pessoas vão à igreja para resolver suas próprias necessidades, em vez de servir a Deus.
(Narcisismo)
 Em vez de um relacionamento de amor e benevolência com o Criador, um relacionamento
adverso, em que o homem precisa empurrar e esmurrar a Deus até que Ele solte o que é seu!
 Os defensores dessa doutrina são síndicos do povo de Deus, e não embaixadores do Reino.
A CRIAÇÃO DO HOMEM
1. Uma afirmação bíblica
 O ser humano é uma criação imediata de Deus. Deus o criou “ex nihilo” (do nada).
Criado à imagem de Deus (Gn 1:26-27)
Não é uma semelhança física, pois Deus é espírito.
Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. (Jo
4:24)
Diferenças de natureza separam o homem de Deus:
 Deus existe eternamente; o homem é temporal;
 Deus tem existência independente; o homem existência dependente;
 Deus é o criador; o homem, o ser criado.
Atribuir uma semelhança física à imagem de Deus no homem é loucura.
Semelhança Mental:
O homem pode se comunicar com Deus.
Semelhança Moral:
A semelhança compartilhada entre Deus e o homem, foi também de ordem moral. Mesmo pecador, o
Senhor trata o ser humano como ser moral e ético.
Semelhança Social:
Foi também uma semelhança social. Tal como Deus, o homem seria um ser que se conheceria e se
definiria em comunidade. A Doutrina da Trindade explica a origem da sua sociabilidade. Sua criação
foi um projeto de grupo.
Essa imagem é distribuída entre o homem e a mulher. Os dois em conjunto formam a imagem de
Deus. Essa imagem é recuperada através da redenção em Jesus Cristo.
2. Unidade e constituição permanente do homem
O homem é um ser complexo
As Escrituras ensinam que não houve outra fonte para a raça humana a não ser Deus como Criador
imediato, e Adão como criador intermediário, mediante seus descendentes.
Estudaremos a unidade do homem a partir de cinco pontos de vista: Histórico, Filosófico, Filológico
(linguagem), Psicológico e Teológico.
1. O argumento Histórico
As mais recentes descobertas arqueológicas demonstram que toda a humanidade teve sua
origem na Ásia Central.
 Esse lugar, como berço da civilização, é assunto de muitas reportagens em nossos dias.
As várias tradições de um dilúvio catastrófico também unem os povos na sua história.
2. O argumento fisiológico (estudo das funções orgânicas)
Não há razões para duvidar da origem monogenista da raça humana.
 Somente há uma raça humana.
 A temperatura do nosso corpo é a mesma em qualquer lugar do mundo.
 A freqüência média da pulsação cardíaca é a mesma.
 Há suscetibilidade às mesmas moléstias.
“Sou daqueles que acreditam que no momento não há qualquer evidência que diga que a
humanidade brotou originalmente do que um único casal; devo dizer que não consigo ver uma
25
razão qualquer, ou qualquer evidência convincente, para crer que haja mais do que uma espécie
do ser humano”. (Charles Darwin)
3. O argumento filológico (estudo da linguagem)
A escrita tem uma origem comum, e também as línguas em evidência são poucos os seus
troncos ou línguas principais, de onde derivaram tantas outras.
4. O argumento Psicológico
Mesmo que haja diferenças entre as culturas, há, entretanto, muita coisa em comum nos
costumes dos povos.
 Há uma lei moral escrita no coração de cada homem que o incomoda diante de certos
fatos, mesmo que a sociedade em que vive os aceite.
 Esteja onde estiver, viva a cultura que viver, seja na época que for, o homem tem uma
noção de certo e errado, de bem ou mal que é comum a qualquer ser humano.
5. O argumento Teológico
Para o cristão, o mais importante argumento a favor da raça humana precisa ser o argumento
teológico.
 A criação e a descendência comum dos seres humanos é pedra fundamental da redenção.
 O assassinato de Abel por Caim trouxe algumas dúvidas para a humanidade quanto ao relato
bíblico dos inícios.
Então, disse Caim ao SENHOR: É tamanho o meu castigo, que já não posso suportálo. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua presença hei de esconder-me;
serei fugitivo e errante pela terra; quem comigo se encontrar me matará. O SENHOR,
porém, lhe disse: Assim, qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o
SENHOR um sinal em Caim para que o não ferisse de morte quem quer que o
encontrasse. Retirou-se Caim da presença do SENHOR e habitou na terra de Node,
ao oriente do Éden. E coabitou Caim com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a
Enoque. Caim edificou uma cidade e lhe chamou Enoque, o nome de seu filho. (Gn
4:13-17)




Lidamos sempre com a pergunta: “De onde veio essa esposa para Caim?” – Era uma
descendente, assim como ele, do mesmo casal.
Nos primeiros onze capítulos de Gênesis temos um relato de dois mil anos de história.
Romanos 5:12-21, relembra todo o drama da introdução do pecado por um homem, enquanto
a justiça também entrou por um só: Jesus Cristo.
Adão e Cristo são comparados: um homem; um Homem. Uma ofensa; uma justiça.
A CONSTITUIÇÃO PERMANENTE DO SER HUMANO
Dentro da constituição do homem, lidamos com duas teorias: a dicotomia e a tricotomia.
A teoria dicotomista
Ensina que o homem é feito de duas partes: corpo e alma.
 Para os dicotomistas, alma e espírito são a mesma coisa.
 Essa teoria sugere que temos a parte material e a parte imaterial.
 As duas correntes estão de acordo quanto à origem da imaterialidade do homem, com base em
Gn 2:7: “Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o
fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”.
 Esta teoria predomina no Antigo Testamento.
26
A teoria tricotomista
O tricotomista divide a parte imaterial em duas: alma e espírito.
Há versículos importantes no Novo Testamento que parecem defender essa posição.
O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. (Its 5:23)
Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois
gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e propósitos do coração. (Hb 4:12)
De acordo com essa teoria, as partes que compõem o ser humano são:
CORPO
Composição material
Templo do Espírito
ALMA
Mente
Vontade
Emoções
ESPÍRITO
Consciência
Intuição
FIM
27
5. ECLESIOLOGIA
(A DOUTRINA DA IGREJA)
28
5.1 A NATUREZA DA IGREJA
A IGREJA COMO ORGANIZAÇÃO E COMO ORGANISMO
A Igreja como organização é talvez o primeiro contato que alguém tenha da Eclesiologia.
Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as
sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: (Ap 2:1)
A segunda perspectiva da Eclesiologia é da igreja como organismo, que aparece em vários trechos
das Escrituras.
E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à
igreja, (Ef 1:22)
DIFERENÇAS ENTRE A IGREJA COMO ORGANIZAÇÃO E ORGANISMO
 Como organização a igreja é visível:
Seu patrimônio físico: Construções, móveis, instrumentos, etc.
Seus símbolos: Bandeira, brasão, etc.
Patrimônio não-físico: Herança doutrinária e cultural.
Estatutos e regimentos internos.
Seus membros e congregados.

Como organismo a igreja é invisível:
Como organismo a Igreja é a união mística de todos aqueles que são salvos em Jesus Cristo.
Como organização a igreja é local e humana. Como organismo é universal e divina.
Como organização a igreja é uma criação humana.
Como organismo ele é uma criação de Deus e todos os membros têm as características filiais.
 Como organização é temporária. Como organismo é perpétua.
A igreja como organização é o andaime que precisamos para levantar a estrutura da igreja como
organismo. Quando a construção estiver pronta o andaime será desmanchado.
 Como organização é imperfeita, mas como organismo é perfeita.

A perfeição da igreja como organismo não significa que ela já alcançou a maturidade, mas que
está a caminho.
E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e
outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o
desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos
à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida
da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de
um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos
homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor,
cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e
consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o
seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor. (Ef 4:11-16)
5.2 A IGREJA LOCAL
SUA ORGANIZAÇÃO
O nosso assunto é a estrutura da igreja, e abrange estruturas de governo e ministérios de liderança.
TIPOS DE LIDERANÇA NA IGREJA
A questão está ligada aos dons que Cristo deu à Igreja, conforme mencionados em Efésios 4:1:
E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros
para pastores e mestres.
Segundo este versículo, são cinco os ministérios que Cristo deu à Igreja:
1. Apostólico
3. Evangelístico
5. Didático 2. Profético 4. Pastoral
Devemos ter sempre em mente que quando Jesus concedeu alguns para serem apóstolos, ele
estava distribuindo ministérios, não cargos.
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O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO: Na Bíblia temos três tipos de apóstolos.
1. O 1º tipo é composto dos 12 discípulos escolhidos por Cristo
2. O 2º trata-se de outras pessoas reconhecidas como apóstolos pela igreja. Matias, Paulo, Barnabé
e possivelmente Andrônico e Júnias (Rm 16:7).
3. São os falsos apóstolos.
Outros ministérios: Diáconos, presbíteros e bispos.
DIÁCONOS E DIACONISAS
Os 1º diáconos aparecem em Atos 6 como solução para um problema social na igreja.
 O diaconato é um ministério de apoio àqueles que trabalham no ministério da Palavra e da
oração.
Os diáconos precisam ser:
 De boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, submissos à autoridade superior na igreja.
(At 6)
 Respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados ao vinho, não cobiçosos e de sórdida ganância,
conservadores do mistério da fé, consciência limpa, primeiramente experimentados, marido de
uma só mulher e que governe bem a sua casa.
Suas esposas ou diaconisas: respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo.
QUALIFICAÇÕES DE BISPO, PRESBÍTERO E PASTOR
 Parece que exercem o mesmo ministério.
 Suas qualificações: Itm 3:1-7.
MODELOS DE ESTRUTURAS ADMINISTRATIVAS
1. Episcopal (governado por bispos)
2. Presbiteriana (governada por presbíteros e o presbitério)
3. Congregacional (governada pela assembléia da igreja)
Não importa o sistema de administração eclesiástica, para serem cristãos os líderes devem estar nas
suas posições. O líder cristão não vem para ser servido, mas para servir e dar sua vida pelo rebanho.
Evidências do relacionamento fraternal entre as igrejas do NT.
 Intercâmbio de epístolas.
 Intercâmbio de pessoas.
 Intercâmbio de recursos.
 Intercâmbio de Bênçãos Espirituais.
 Intercâmbio de Problemas e sabedoria.
 Investimento mútuo na obra missionária.
Evidências de rivalidade e partidarismo
1. Os judaizantes (At 15:1). Forçar os crentes a seguir seus costumes culturais.
2. O caso de Diótrefes. (III Jo 1:1-11)
PROBLEMAS ESTRUTURAIS NA IGREJA
1. Esquecer que a estrutura existe para o homem e não o homem para a estrutura. Inclui coisas
como:
 A freqüência e duração das reuniões.
 O nível de participação dos membros no culto.
 O formato das reuniões.
2. Confundir cargo com dom.
 A partir da conversão do imperador Constantino, os dons tornaram-se institucionalizados, e a
igreja começou a agir como se o cargo garantisse o dom.
30
5.3 AS ORDENANÇAS DA IGREJA
A doutrina das ordenanças da Igreja é muito diferente da doutrina dos sacramentos da igreja católica
romana.
– O sacramento é um ato externo que confere graça ou bênção interna.
– Na teologia evangélica, a graça ou bênção interna manifesta-se em um ato externo.
Então, na teologia católica, Deus opera de fora para dentro, enquanto que na evangélica, Deus opera
de dentro para fora.
A igreja católica tem sete sacramentos e a evangélica duas ordenanças.
 Os sacramentos: Batismo, confissão e penitência, eucaristia, crisma, casamento, ordenação e
unção dos enfermos.
 As ordenanças: Batismo e ceia do Senhor.
BATISMO: Os maiores erros associados à prática desta ordenança.
a. Sua ligação com a salvação.
 O batismo de João associava o batismo com o arrependimento e a remissão dos pecados.
Apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de
pecados. (Mc 1:4)
 Mt 3:16 associa a descida do Espírito Santo sobre Jesus a seu batismo nas águas.
Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus
descendo como pomba, vindo sobre ele. (Mt 3:16)
 Em Mc 16:16, o batismo é intimamente ligado à salvação.
Quem crer e for batizado será salvo; ... (Mc 16:16)
b. Seu significado.
É um sinal de arrependimento.
c. O modo de batismo.
Existem igrejas que praticam o batismo por aspersão, efusão e imersão. Mas a palavra grega
“baptixw” significa “mergulhar ou imergir”.
d. O candidato ao batismo
Todos os candidatos precisam crer para poder se batizar.
Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado... (At 2:38)
e. O ministrante do batismo
O batismo ser ministrado apenas pelo pastor da igreja não é uma prática bíblica, e sim, um
costume cristão.
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo; (Mt 28:19)
f. Os maiores erros associados à prática do batismo:
a. Tratar como um sacramento.
Um dos erros comuns tem sido atribuir uma graça ou bênção de Deus ao ato do batismo.
b. Tratar como suplemento.
Do outro lado, temos aqueles que não dão nenhum valor ao batismo e acham que, por já terem
aceitado a Cristo não precisam batizar-se nas águas.
c. Restringir ou postergar o batismo.
Na Bíblia, as pessoas eram batizadas imediatamente à conversão. Filipe batizou até Simão, o
feiticeiro porque este pediu.
d. Usar como método de proselitismo
A vinculação do batismo com tornar-se membro da igreja local, visível, denominacional, abre
caminho para esse erro.
A CEIA DO SENHOR
1. Transubstanciação
A igreja católica romana interpreta que na consagração os elementos da ceia são literalmente
convertidos no sangue e carne de Jesus Cristo.
2. Consubstanciação
No luteranismo, no momento em que a pessoa recebe os elementos, eles tornam-se
verdadeiramente o sangue e carne do Senhor Jesus.
31
3. Simbolismo
Na igreja evangélica entendemos que o pão e o vinho representam simbolicamente o corpo e o
sangue de Jesus.
“... Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes,
em memória de mim.” (I Co 11:25)
Por causa da cultura católico-romana, muitos evangélicos atribuem mudanças místicas aos
elementos da ceia.
Todos os crentes devem participar da ceia (I Co 1:28).
 Quando decidimos não participar por não estarmos em condições, evitamos um pecado
cometendo outro.
No Novo Testamento a ceia do Senhor foi celebrada diariamente e não se limitava à parte simbólica
da ceia. Havia uma refeição completa (festa do amor).
5.4 A VOCAÇÃO DA IGREJA
Vocação tem tudo a ver com chamada. A palavra usada no N. T. para igreja é “evkklhsi,a” um
grupo de pessoas convocadas para reunir-se publicamente. No N. T. o Evangelho de Mateus contém
a primeira menção da Igreja:
Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela. (Mt 16.18)
Há quatro interpretações para o significado desse versículo para a Eclesiologia.
1) É errada. Ela enxerga uma Igreja na defensiva de ataques satânicos.
2) É bem mais certa e sugere que é o inferno que está na defensiva. As portas do inferno são as
suas defesas que não resistirão ao ataque.
3) Melhora ainda mais a hermenêutica. A Igreja é vista como sendo formada de dentro para fora.
Jesus edifica sua Igreja com pessoas que já se encontram dentro do campo inimigo. Quando
ouvirem a chamada de Deus e se aproximarem das portas trancadas do inferno, elas se abrem
para que o povo possa passar de dentro para fora.
– Ex: a libertação de Pedro da prisão de Herodes. “Ele nos libertou do império das trevas...”
4) Realça o lado escatológico do versículo. As portas do inferno são as portas do Hades.
 Quando Jesus morresse as portas da morte não teriam condições de prendê-lo.
A vocação da Igreja, portanto, começa com sua chamada de dentro do reino de Satanás para fora.
Implica na união do crente com os demais membros da nova comunidade.
A MISSÃO DA IGREJA
Esta é uma fase da Eclesiologia muito mal entendida. Consideremos as finalidades espirituais da
Igreja. Quais são elas:
Glorificar a Deus: O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.
E nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o
beneplácito de sua vontade, para o louvor da glória da sua graça, a qual nos deu
gratuitamente no Amado. (Ef 1.5-6)
Para edificar a si própria
Paulo nos diz que Deus deu à Igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres “com
vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo
de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus...”
(Ef 4.11-16).
Purificar a si própria
Cristo deu a si mesmo pela Igreja: “a fim de santificá-la, tendo-a purificado com a lavagem da água,
pela palavra, para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer
coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” (Ef 5.26-27)
Educar seus membros
Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo. (Mt 28.19)
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Evangelizar o mundo
A grande comissão manda que a Igreja vá por todo o mundo e pregue o Evangelho. (Mc 16.15)
Restringir o mal no mundo
Os crentes são o sal da terra e a luz do mundo. Por sua influência e testemunho, eles detêm o
progresso da iniqüidade (II Ts 2.6-7). Deus retém o juízo por causa da presença dos santos entre os
maus.
Promover o bem estar no mundo
Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principalmente aos da
família da fé (Gl 6.10).
Concernente a Jesus de Nazaré, como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder; o
qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do Diabo, porque
Deus era com ele (At. 10.38).
FIM
33
6. ANGELOLOGIA
(A DOUTRINA DOS ANJOS)
34
1 ) PANORAMA
OBJETIVO:
Despertar o interesse relativo ao estudo dos Anjos.
Desviar a Igreja do culto aos Anjos.
Pesquisar a sua natureza.
OS ANJOS:
Foram criados por Deus
Porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis,
sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele
e para ele. CL 1:16
Criados com características diferentes: Serafins, Querubins e Arcanjo (um só)
Divididos em dois grupos: bons e maus.
São organizados, formando um batalhão, não uma raça.
Podem assumir a forma humana.
Alguns deles estão presos.
Foram criados em estado de perfeição.
Adoram a Deus e a Cristo
E outra vez, ao introduzir no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. (HB 1:6)
São espíritos ministradores – HB 1:14
Obedecem a vontade de Deus e de Cristo – MT 6:10
Executam o propósito e os juízos de Deus – MT 13:41
Celebram louvores a Deus – SL 148:2
A Lei foi dada por intermédio deles – “vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a
guardastes”. AT 7:53
Eles anunciaram:
A concepção de Cristo – MT 1:20
A Ressurreição de Cristo - MT 28:5-7
A assunção e a segunda vinda de Cristo – AT 1:11
Ministraram a Cristo – MT 4:11
São sujeitos a Cristo – EF 1:21
Executarão os propósitos de Cristo – MT 13:41
Acompanharão a Cristo na sua segunda vinda – MT 16:27
Souberam do Evangelho de Cristo, embora não o compreendessem, mas alegraram-se com as boas
novas – EF 3: 16
O ministério de anjos é resultado de oração – AT 12:5
Eles alegram-se no arrependimento do pecador – LC 15:10
Eles têm cuidado dos filhos de Deus – SL 91:11-12
São exemplos de mansidão
São sábios, poderosos, santos, eleitos e inumeráveis.
Não devem ser adorados:
Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou
conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus.
(AP 19:10)
2 ) CLASSIFICAÇÃO DOS ANJOS
DUAS CLASSES ESPECÍFICAS DE ANJOS

Anjos bons ou eleitos tendo como líder o arcanjo Miguel.

Anjos maus cujo líder é Satanás.
Os anjos foram criados como seres livres e sem defeito, mas do ponto de vista teológico não
poderíamos dizer que são perfeitos.
Alguns entendem que os anjos foram criados “santos”. Depende de como entendemos essa palavra.
OS ANJOS SÃO SERES LIVRES
Têm a capacidade de escolherem entre o bem e o mal.
Eles têm personalidade, intelecto, emoções e vontade.
35
OS ANJOS BONS
Anjos comuns, os querubins, os serafins, o arcanjo (existe apenas um, Miguel), e o Anjo do Senhor.
Anjo, como mensageiro de Deus, tanto pode ser um ser celestial como um homem.
Quanto ao número de anjos, em Apococalípse 5:11, lemos acerca da existência de milhões de
milhões de anjos.
Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número
era de milhões de milhões e milhares de milhares.
ANJO DO SENHOR
O Anjo do Senhor é uma Teofania, uma manifestação de Deus.
É atribuído a ele o poder de perdoar ou reter pecados. Ele tem autoridade única e aceita adoração
(Ex 23:20-23). Os teólogos entendem que esse anjo seria o próprio Cristo pré-encarnado.
ARCANJO
Miguel é mencionado como o arcanjo, o anjo principal (Jud. 9; Apoc. 12:7).
Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão (Apoc. 12:7)
Ele aparece como o anjo protetor de Israel
Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo,...
(Dan 12:1).
Ele está diante da presença de Deus (Luc. 1:19).
A ele são confiadas as mensagens da mais elevada importância ao Reino de Deus.
ANJOS ELEITOS
Provavelmente são os que permaneceram fieis a Deus durante a rebelião de Satanás (Mt 25:41).
ANJOS DAS NAÇÕES
Dan 10:13, 20 parece ensinar que cada nação tem seu anjo protetor.
OS QUERUBINS
Relacionados com os propósitos retributivos e redentores de Deus para com o homem.
São descritos como tendo rostos de leão, de homem, de boi e de águia.
Representam uma perfeição de criaturas: força de leão, inteligência de homem, rapidez de águia e
serviço semelhante ao que o boi presta.
OS SERAFINS
São mencionados em Isaias 6, e pouco sabemos acerca deles. Sua característica é um ardente amor
a Deus. Os serafins lideram o louvor a Deus e diferentemente dos querubins que estão por baixo,
eles estão por cima do trono de Deus, voando, como que esperando uma ordem. Também são
facilitadores da salvação como em Heb 1:14.
O CARÁTER DOS ANJOS BONS
Obedientes, reverentes, sábios, mansos, poderosos, santos (como separados para Deus, são
“santos anjos”).
SUA OBRA
Agentes de Deus, mensageiros de Deus, servos de Deus.
O REINO DAS TREVAS
É organizado, mas não poderá resistir ao império da Luz, que é do Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo.
SATANÁS
É conhecido nas Escrituras por muitos nomes e, através desses nomes entendemos os papeis que
ele executa, em relação a Deus, aos anjos bons e aos homens.
OS DOZE NOMES (OU PAPEIS) DE SATANÁS
36
Satanás: o adversário de Deus
Diabo: o acusador dos crentes
Dragão: significa serpente, ou monstro marinho
Serpente: como aparece pela primeira vez na Bíblia
Belzebu: Senhor da habitação
Belial: indignidade ou perversidade
Lúcifer: anjo de luz
Maligno: que é mau em sua essência
Tentador: que pratica a tentação
Deus deste século: que domina a maldade terrena
Príncipe da potestade do ar: que detém o poder dos ares.
Príncipe deste mundo: que impera na maldade terrena.
Satanás está debaixo do controle de Deus, está em liberdade para servir aos propósitos de Deus.
Isto deve incomodá-lo muito, pois trabalha contra si o tempo todo.
SUAS ATIVIDADES
Perturba a obra de Deus, opõe-se ao Evangelho, domina, cega, engana e laça os ímpios, engana as
nações. Ele também aflige e tenta os santos de Deus.
O MOTIVO DAS ATIVIDADES
Porque Satanás está tão interessado em nossa ruína?
Ele aborrece a imagem de Deus em nós. Odeia até mesmo a natureza humana que temos, com a
qual se revestiu o Filho de Deus. Odeia a glória externa de Deus, para a promoção da
qual temos sido criados e pela qual alcançaremos nossa felicidade eterna. Ele odeia a própria
felicidade, porque ele mesmo a perdeu para sempre. Ele tem ódio de nós por mil razões e de nós
tem inveja.
Disse um antigo escriba judeu: “Pela inveja do diabo veio a morte ao mundo, e os que o seguem
estão a seu lado”.
AS RESTRIÇÕES DAS ATIVIDADES
Devemos ter cuidado de não exagerar o seu poder. Para aqueles que crêem em Cristo, já é um
inimigo derrotado (João 12:31). Apesar de sua fúria, ele é um covarde, pois Tiago disse: “Resisti ao
diabo e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). Ele tem poder, porém limitado. Não pode fazer nada sem a
permissão de Deus.
SEU DESTINO
O lago de fogo. Dessa maneira, a Palavra de Deus nos assegura a derrota final do mal.
O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se
encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de
noite, pelos séculos dos séculos. (Ap 20:10)
3 ) QUEDA DOS ANJOS
Como é possível que numa criação perfeita, já que lemos na Bíblia que Deus criou tudo e se agradou
do que fez, de repente, surgir o mal?
Se Deus criou todas as coisas, será que Ele fez o mal?
 Deus não fez o mal, mas é o autor das condições que permitem a existência do mal (Mt 25:41).
 Muito antes da criação dos anjos esse lugar foi concebido por Deus, porque Ele sabia que viria a
revolta, procedente da entrada do mal na criação. (Ezequiel 28 e Isaias 14:12).
Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que
debilitavas as nações! (Is 14:12)
AS DIVISÕES DE ANJOS NA BÍBLIA
Há três divisões de anjos na Bíblia. Entre os anjos maus temos dois grupos:

Uma parte de anjos que estão presos e outra parte que estão soltos (II Pe 2:4-9; Jd 5-7).
PORQUE UNS ANJOS ESTÃO PRESOS E OUTROS NÃO?
37
Os anjos que não guardaram seu estado original talvez sejam aqueles a quem Satanás persuadiu a
coabitarem com mulheres (Gn 6:1-4).
REVISANDO
Temos três grupos de anjos:
1. Os que foram criados sem defeito, com livre arbítrio.
2. Os anjos maus que já estão presos.
3. Os anjos maus que estão soltos, como Satanás e os que o acompanham, porém, sob o total
controle de Deus.
PORQUE UNS ANJOS ESTÃO PRESOS E OUTROS NÃO?
Ao que parece uma parte dos anjos decaídos decidiu invadir a terra. Tomaram para si mulheres e
Deus interveio, prendendo-os não para proteger a Deus, mas para proteger a raça humana,
totalmente vulnerável àqueles seres que eram mais potentes que os homens.
Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas, vendo os filhos de Deus
que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes
agradaram. Então, disse o SENHOR: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é
carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos. (Gn 6:1-3). Comparar com II Pe 2:4-9 e Judas 5-7.
A NATUREZA DOS ANJOS
A palavra anjo significa mensageiro:
 Quando lemos a palavra anjo na Bíblia, temos que saber se fala de ser um celestial ou humano.
 Deus criou os anjos para O servirem e também para assessorarem os seres humanos, que são a
coroa da sua criação.
O CASTIGO QUE VIRÁ A SATANÁS
O mundo está perplexo acerca do futuro, mas somente a Igreja de Jesus sabe como as coisas
acontecerão.
O QUE SATANÁS ESTAVA MAQUINANDO
Satanás provavelmente esperava que Deus não cobrasse o pecado do homem. Se conseguisse isso,
chamaria Deus de mentiroso e exigiria a sua reinstalação. Planejou a queda do homem como uma
possível volta para ele. Mas Deus não negocia com ninguém!
4) BATALHA ESPIRITUAL
BATALHA ESPIRITUAL NAS ESCRITURAS
O início da batalha: iniciou-se com a rebelião de Lúcifer, antes da criação do homem, e terminará
com a vitória de Cristo sobre ele e todas as suas hostes do mal.
Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a
armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta
não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os
dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões
celestes. (Ef 6:10-12)
O propósito da batalha: Satanás tem o objetivo de usurpar o trono de Deus. Os seres humanos não
são o seu alvo, ele quer atingir a Deus. Toda a sua atividade visa vingar-se da derrota sofrida quando
da rebelião. Na parábola do joio vemos que o seu intento é prejudicar a colheita do semeador. (Mt
13:24-43)
GUERRA ESPIRITUAL NAS ESCRITURAS
A atuação de Satanás no Antigo Testamento
Percebemos que Deus não perdeu o controle da sua criação. No livro de Jó descobrimos que:
1. Satanás tem que prestar contas a Deus (Jó 1:6).
2. Ele atua na terra e conhece seus habitantes (Jó 1:7-8).
3. Deus pôs uma cerca de segurança ao redor dos homens fiéis (Jó 1:10)
4. Satanás só pode atuar na vida dos fiéis com a permissão de Deus (Jó 1:10-12;2:6).
A ATUAÇÃO DE SATANÁS NO NOVO TESTAMENTO
38
É contra Cristo: Satanás tenta matá-Lo ainda criança, tenta torná-Lo egoísta, suborná-Lo (Mt 4:1-10).
Como nada disso funcionou, então buscou desacreditá-Lo diante dos líderes religiosos, e desviá-Lo
da cruz.
É contra a Igreja: Tenta vingar-se pela destruição da Igreja. Só que Jesus promete que as portas do
inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16:18).
A grande atividade dos demônios no Novo Testamento: Eles causam moléstias, distúrbios
emocionais, possessão demoníaca, impureza moral, e disseminam falsas doutrinas.
ESTRATÉGIAS SATÂNICAS
O crente está lidando com um poder sistematizado.
Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e
potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do
mal, nas regiões celestes. (Ef 6:12)
A NATUREZA DA ARMADURA DE DEUS
É a arma que temos a nossa disposição na batalha.
ARMAS OFENSIVA E DEFENSIVA
Arma Ofensiva: A Espada do Espírito (Ef 6:17).
 Foi essa arma que Jesus usou ao ser tentado no deserto. (Está escrito)
 Satanás usou a Palavra de Deus, o Sl 91:11-12 na segunda tentação. (Falsa doutrina)
Arma Defensiva: Satanás estará nos atacando em nossos pontos críticos, os quais Deus quer
proteger. Podemos até saber quais as armas serão usadas contra nós.
A ARMADURA DE DEUS
1. Cinturão da Verdade
2. Couraça da Justiça
3. Calçados o Evangelho da Paz
4. Escudo da Fé
5. Capacete da Salvação
ARMAS SATÂNICAS
1. Mentira
2. Culpa
3. Ira
4. Dúvidas
5. Desespero
Nós temos autoridade e poder delegado por Jesus. Ele detém todo o poder e promete fortalecer os
Seus com esse poder, pelo Batismo no Espírito Santo.
Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir
fortalezas,... (II Co 10:4).
FIM
39
7. HAMARTOLOGIA
(A DOUTRINA DO PECADO)
40
HAMARTOLOGIA
É o estudo da natureza e das conseqüências do pecado.
O QUE É O PECADO
O Novo Testamento Descreve o Pecado como:
Errar o alvo
Transgressão: Ir além do limite. (Rm 4.15 ; 1 Jo 3.4)
Dívida (Mt 6.12)
Queda
Desordem
Derrota (Rm 11.12
Desobediência (Hb 4.2 ;Lc 8.18)
A CONDIÇÃO PECAMINOSA EM QUE NASCE O HOMEM (Pecado original – Rm 3.23)
a) O pecado de Adão e Eva (Gn 2.16-17; 3.4-6).
b) O pecado de Satanás (Is 14.12-14; Ez 28.11-16).
c) A hereditariedade do pecado (Rm 5.12-18).
Os dois maiores mandamentos e os dois maiores pecados
Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu
Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o
grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo
como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. (Mt 22.3640)
Se estes são os dois maiores mandamentos, então, por inferência, os dois maiores pecados são a
falta de amor a Deus e a falta de amor ao próximo.
Duas categorias básicas de pecado
 Na igreja há uma boa percepção dos pecados contra Deus (impiedade), e quase nenhuma
percepção dos pecados contra o próximo (injustiça).
 No mundo é o contrário; uma boa percepção dos pecados sociais e quase nenhuma percepção
dos pecados contra Deus.
O pecado contra a lei
A percepção do pecado está muito ligada à questão da lei. Paulo disse que “onde não há lei, também
não há transgressão” (Rm 4.15). Ele quer dizer que sem lei o pecado não é visível ou contado.
A entrada e a permanência do pecado no mundo
Em Romanos 5 .12, lemos que o pecado entrou no mundo através da transgressão de Adão.
 Talvez pelo fato de Eva estar sob a tutela de Adão.
 Talvez pelo fato de Eva ter sido enganada pelo diabo, enquanto Adão pecou conscientemente.
E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. (I Tm 2.14)
 O pecado não é permanente porque Deus vai purificar o mundo. Jesus é o “Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo”.
A natureza do pecado
Alguns dizem que o pecado é ruim porque traz más conseqüências existenciais ao homem. Assim, a
santidade torna-se recomendável porque é mais saudável e não porque é isso que o homem deve a
Deus.
Segundo a Bíblia, o pecado não é:
a) Oriundo do corpo físico do homem
Desde o tempo de Agostinho uma parte da igreja tem entendido que o nosso corpo é essencialmente
mau. Existem duas provas de que isso não é verdade:
1) Somos convocados a apresentar nossos corpos como sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus (Rm 12.1).
2) O nosso corpo é o templo do Espírito Santo (I C o 6.19).
b) Oriundo de fraquezas e limitações
Muitos cristãos rejeitam as limitações da sua humanidade como se fosse pecado. Jesus não apenas
se sujeitou à fragilidade humana como foi crucificado em fraqueza.
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Segundo a Bíblia, o pecado é:
Um ato de rebelião contra Deus, caracterizado por:
a) Voluntariedade
Adão pecou por livre e espontânea vontade. Apesar da depravação total, o homem ainda tem
condições de resistir À tentação. Deus disse a Caim, um ser humano caído: “Se procederes bem,
não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu
desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”. (Gn 4.7)
Se coube a Caim dominar o pecado, não fazer isso implica uma rebelião voluntária.
b) Conhecimento
Adão soube precisamente qual era a vontade de Deus em relação à árvore do conhecimento do bem
e do mal. Quando comeu sabia que estava desobedecendo a Deus.
c) Incredulidade
Fazia parte da tentação contra Eva levá-la a duvidar da veracidade da Palavra de Deus.
Eva está sendo levada a pecar contra um Deus pessoal. Não se trata apenas de um sentimento de
consciência. Assim, o julgamento também será pessoal (Ap 20.12).
d) Culpa
Adão e Eva fugiram da presença de Deus e tentaram cobrir sua nudez. Na vida cristã essa fuga pode
implicar o ativismo, onde o cristão tenta esconder-se de Deus por seu envolvimento na obra (jardim)
de Deus.
e) Uma força escravizante
O pecado é muito mais do que um ato; torna-se um poder escravizante na vida do homem.
Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do
pecado. (Jo 8.34)
f) Um estado de depravação
O pecado é também um estado de depravação. Todos os seres humanos, desde Adão, exceto
Jesus, nasceram em pecado.
Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe. (Sl 51.5)
TRÊS CONCEITOS BÍBLICOS DE ATOS PECAMINOSOS
E, passando o SENHOR por diante dele, clamou: SENHOR, SENHOR Deus compassivo,
clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em
mil gerações, que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o
culpado, e visita a iniqüidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta
geração! (Ex 34.6-7)
Iniqüidade
A idéia básica contida nessa palavra é PERVERSIDADE.
Iniqüidade é deixar Deus por algo menor do que ele. Deus oferece a vida, mas o homem, na sua
perversidade, prefere a morte.
Transgressão
Sugere o ato de ultrapassar uma linha ou uma proibição.
Davi confessou a sua transgressão a Deus, no caso do seu adultério com Bate-Seba.
Pecado
Entendemos que tem a ver com a falha em atingir o alvo de Deus.
A idéia básica da palavra é vista em Juízes 20.16: “Entre todo este povo havia setecentos homens
escolhidos, canhotos, os quais atiravam com a funda uma pedra num cabelo e não erravam”.
A frase “não erravam” significa “não pecavam”.
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AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
As conseqüências do pecado contra Deus
O Pai: Desgosto por ver a criação arruinada – gen. 6:5-7.
O Filho: Encarnado, sujeito à fraqueza humana e entregue à morte por nós, pecadores – Isaías 53:610.
“mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos”.
A parte mais profunda do impacto do pecado sobre Jesus foi a alteração de seu convívio com o Pai.
João descreva esta alteração falando da glória a que renunciou (Jo 17:5).
O Espírito Santo: convivência sofredora na Igreja – Efésios 4:30-32.
O impacto do pecado sobre o Espírito Santo começa a ser revelado a partir de Gênesis 6:3.

No Antigo Testamento a presença do Espírito Santo na vida de alguém era uma realidade
contingente. Vinha sobre poucas pessoas e permanecia menos ainda.

No Novo Testamento as coisas mudam. Mesmo diante do pecado, o Espírito santo permanece
na vida do cristão.
As conseqüências do pecado sobre a humanidade
Adão e Eva:
Morte espiritual e física – Gen 2:17.
Vergonha – Gen 3:7-8.
Medo – Gen 3:10.
Julgamento – Gen 3:11-24.
Separação de Deus – Gen 3:23-24.
Dificuldades no relacionamento conjugal – Gen 3:16-17.
HUMANIDADE:
Inimizade, ódio e homicídio – Gen 4:5-8.
Juízo do dilúvio – Gen 6:1-13.
Início da discriminação contra as mulheres – I Tm 2:14.
As conseqüências do pecado sobre o ser humano são incontáveis. Consideraremos as mais óbvias.
1. A perda da glória de Deus e a separação d’Ele.
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rom 3:23).
Por causa do pecado o relacionamento do homem para com Deus foi mudado de amigo para
adversário.
Podemos ver a separação sobre três aspectos:
Separação física/temporal:
Temporal porque de vez em quando Deus se fazia presente entre os pecadores – Num 14:13-14.

Inclui a expulsão de Adão e Eva da presença do Senhor – Gen 3:24.
Separação espiritual/temporal:
Temporal porque Deus também arranjava meios de reconciliação espiritual, através do sistema de
sacrifícios.
Isaías 59:2.
Separação física/espiritual/permanente
Este é o aspecto mais terrível. Se o homem não aceitar a oferta de reconciliação oferecida por Deus
em Jesus Cristo ele será afastado permanentemente da presença de Deus.
Outras conseqüências do pecado são: Morte, Vergonha, Sofrimento.
Depravação Total
A doutrina da depravação total do ser humano ensina que não há sequer um aspecto da natureza
humana que não tenha sido afetado negativamente pelo pecado. Há, com certeza, pessoas que são
mais éticas do que outras, mas todas são completamente prejudicadas pelo pecado.
Escravidão
O ser humano está escravizado pelo pecado. Sem a graça de Deus, o máximo que pode fazer é
escolher seus pecados, nunca se livrar deles. (Rom 7:14-15).
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AS CONSEQUËNCIAS DO PECADO SOBRE A CRIAÇÃO
Terra infrutífera, Maldita – Gen 3:17-19
Sujeita à vaidade – Rom 8:20-22
Além disso, há o terrível julgamento que Deus trouxe contra a criação, na ocasião do dilúvio.
Terminando sua carta aos Romanos, Paulo escreveu:
E o Deus de paz em breve esmagará a Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso
Senhor Jesus Cristo seja convosco (Rom 16:20).
FIM
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SOTERIOLOGIA
(A DOUTRINA DA SALVAÇÃO)
45
SOTERIOLOGIA
Do grego soteria + logos
– Soteria = Salvação, Remédio
– Logos = Palavra, Discurso, Doutrina
A NATUREZA DA SALVAÇÃO
O apóstolo Paulo não cessava de pedir uma iluminação do entendimento dos efésios para que
pudessem saber:
– Qual a esperança do seu chamamento.
– Qual a riqueza da glória da sua herança nos santos.
– Qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força
do seu poder (Ef 1.18-19).
DOIS GRANDES EQUÍVOCOS
1º. EQUÍVOCO: Jesus não morreu no dia da expiação dos pecados.
Poucos perceberam a importância da hora da morte de Jesus. Ele coordenou a mesma para que
acontecesse no lugar e tempo certos: Em Jerusalém, no momento da Páscoa.
Importa, contudo, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte; porque não convém que morra
um profeta fora de Jerusalém. (Lc 13.33)
A sua morte não aconteceu no dia da expiação, mas sim, coordenada com a festa da Páscoa.
Antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste
mundo para o Pai, e havendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. (Jo
13.1)
Quantos meses separam a festa da Expiação da festa da Páscoa?
O dia da expiação acontece no mês de outubro e a festa da Páscoa no mês de abril. A Páscoa
marcava o início do ano novo e uma nova vida para os israelitas.
Ora, o Senhor falou a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo: Este mês será para vós o
princípio dos meses; este vos será o primeiro mês do ano. (Ex 12.1-2)
Qual a ênfase teológica das duas festas?
A Páscoa realça a libertação do povo de Deus do reino das trevas e do poder do pecado, enquanto o
dia de expiação realça a remissão dos pecados cometidos como povo de Deus.
Veja como é grande a diferença entre as mensagens das duas festas. Jesus coordenou a hora de
sua morte para destacar a libertação de seu povo do reino das trevas e do poder do pecado. Essa é
a importância do estudo teológico!
2º. EQUÍVOCO: O Propósito do Sistema Sacrificial
Um conceito errado do propósito do sistema sacrificial no Antigo Testamento. Este sistema não
visava à obtenção da salvação para seu povo. Visava à manutenção de uma salvação já
providenciada ou realizada.
Isso torna claro que precisamos distinguir a salvação do perdão de pecados.
– O perdão de pecados visa à manutenção da salvação, ou seja, o bom relacionamento entre Deus
e seu povo.
– O perdão de pecados pertence apenas ao povo de Deus, portanto não está disponível a ninguém
que não esteja em um relacionamento correto com Deus por meio de Jesus Cristo.
– Quem recebe um evangelho equivocado é programado para descansar espiritualmente, seguro
do fato de que está livre para pecar porque Deus sempre perdoa os seus pecados. As nossas
Igrejas estão cheias de crentes acomodados com o pecado.
– Se Cristo nos livrou do poder do pecado, não devemos permanecer no pecado para que a graça
abunde.
Quem comete pecado é do Diabo; porque o Diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus
se manifestou: para destruir as obras do Diabo. (I Jo 3.8)
DOIS GRANDES LIVRAMENTOS
A idéia de salvação é livramento, libertação. Noé foi salvo do dilúvio, Ló do fogo e enxofre de
Sodoma e o povo de Deus da escravidão no Egito.
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O Êxodo é o padrão da obra salvífica de Deus. A Páscoa seu memorial. Por este motivo, Jesus fez
coincidir sua morte com isso. Moisés e Elias discutiram isso com Jesus, o Êxodo que ele havia de
cumprir em Jerusalém.
Enquanto ele orava, mudou-se a aparência do seu rosto, e a sua roupa tornou-se branca e
resplandecente. E eis que estavam falando com ele dois varões, que eram Moisés e Elias, os
quais apareceram com glória, e falavam da sua partida que estava para cumprir-se em
Jerusalém. (Lc 9.29-31)
Por trás da palavra “partida” está escondida o grego “êxodo”, e embutido nesta palavra está todo o
conceito teológico da obra de Jesus.
JESUS VEIO COMO LIBERTADOR DO POVO DE DEUS, E EFETUOU DOIS GRANDES
LIVRAMENTOS.
1) LIVRAMENTO: Livramento da Ira de Deus
Em qualquer tratamento da salvação, somos antes criminosos que vítimas. Por isso a importância do
sangue do cordeiro pascal como meio de evitar a ira de Deus.
Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. (Rm 5.9)
– O episódio do sangue nos umbrais das portas para escapar da ira de Deus.
– Percebemos que Deus havia de libertar seu povo da escravidão, mas ai daquele que não
aceitava ser liberto.
Porque se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno
conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma expectação terrível
de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários. (Hb 10.26-27)
2) LIVRAMENTO: Do reino das Trevas
O povo não foi liberto apenas da escravidão no Egito, foi liberto do próprio império egípcio! Este é o
retrato da nossa salvação:
Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor.
(Cl 1.13)
Faraó tentou em vão impedir a saída do povo de Deus, mas o povo atravessou em segurança e
Deus enterrou os inimigos no mar. Séculos depois, o Filho de Deus invadiu o reino das Trevas,
noticiando:
Edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.18).
Expulsou os demônios e estendeu seus braços sobre a cruz do Calvário, abrindo uma passagem
para sairmos do império das Trevas. Crucificado em fraqueza, mas ressuscitado em poder. Hoje ele
vive eternamente para fazer intercessão pelo seu povo e tem nas mãos as chaves da morte e do
inferno (Ap 1.18).
3) DOIS GRANDES PROBLEMAS
Uma vez salvo, o cristão precisa enfrentar dois grandes problemas: a tendência ao legalismo e a
tendência ao antinomianismo.
LEGALISMO
O legalismo leva o crente a pensar que a sua situação espiritual não é tão séria assim. Ele age
querendo se justificar diante de Deus, em vez de perceber que precisa da justiça de Deus.
Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e
todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como o vento, nos arrebatam.
(Is 64.6)
Características do legalista
– Confia em si mesmo
– Considera-se justo
– Despreza os outros
– Gosta de orar, mas faz da mesma um exercício de orgulho
– Reclama dos pecados dos outros
– Enaltece-se a si mesmo
ANTINOMIANISMO
Significa o oposto do legalismo. Na reação contra o legalismo, o antinomianismo é uma ameaça real.
Ao invés do nada pode entra o tudo pode! Salvos pela graça, há sempre o perigo de desprezar a
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importância de uma conformidade com a lei de Deus. Veja o que Paulo escreveu contra o
antinomianismo:
Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? (Rm 6.1).
E ele mesmo responde que o cristão:
Não pode: porque está unido com Cristo (6.1-2). Paulo está raciocinando.
Não precisa: porque o domínio do pecado foi quebrado pela graça (6.12-14). Paulo está apelando.
Não permite: porque irá readmitir o pecado como mestre (6.15-19). Paulo está comandando.
Não persista: (no pecado) porque irá acabar em desastre (6.20-23). Paulo está advertindo.
Deus não nos ajuda de acordo com nossos méritos, e sim de acordo com as nossas necessidades.
– Debaixo da lei, o povo precisava merecer o favor de Deus.
– Debaixo da graça, Deus vem ao encontro das nossas carências, principalmente nossa carência
moral e ética.
CONCLUSÃO
Vimos aqui a natureza da salvação. Descobrimos dois equívocos em relação à ênfase teológica da
mesma:
1º. Que a salvação é um ato de libertação.
2º. Que o perdão de pecados visa à manutenção da nossa salvação.
Os dois livramentos de que trata a salvação são:
1º. Livramento da Ira de Deus.
2º. Livramento do reino das trevas.
Finalmente, consideramos os dois grandes problemas associados à vida cristã: Legalismo e
Antinomianismo.
Nas aulas anteriores descobrimos que salvação é muito mais do que o perdão de pecados. Jesus
quis destacar o aspecto de libertação, muito mais que perdão. Por esse motivo ele coordenou sua
morte com a Páscoa ao invés da expiação.
A DOUTRINA DA ELEIÇÃO
É a doutrina mais polêmica da Teologia Sistemática. Seus conceitos são: (Rm 8.28-31)
– Preordenação: segundo o seu propósito.
– Presciência: de antemão conheceu.
– Predestinação: predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho.
– Convocação: a esses também chamou.
– Justificação: a esses também justificou.
– Preservação: a esses também glorificou.
ADMITINDO A POLÊMICA
A Bíblia revela muitas verdades que aparentemente se contradizem, mas que na verdade, se
complementam. Devemos considerar como diz Paulo em Rm 11.22, a bondade e a severidade de
Deus.
PREORDENAÇÃO
A grande questão é se a salvação é providenciada para:
– Todos
– Alguns que Deus decidiu salvar
– Todos aqueles que crêem
Na eleição, Deus decidiu salvar aqueles que aceitarem seu Filho e a salvação oferecida. Na
predestinação, Ele determinou eficazmente cumprir esse propósito. (Thiessen)
PRESCIÊNCIA
Calvino cria que Deus relacionou-se com alguns desde a eternidade, e Armínio que Deus sabia
desde a eternidade quem iria responder positivamente ao Evangelho.
PREDESTINAÇÃO
A polêmica tem vários aspectos.
– Se a predestinação é para salvação ou para ministério. (servo do Senhor)
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– Se a predestinação é individual ou geral. (João e Maria predestinados p/ serem salvos, mesmo
que não queiram?)
– Se a predestinação é dupla ou simples.
1) Dupla: uns foram predestinados p/ a vida eterna e outros p/ a perdição eterna.
2) Simples: alguns predestinados p/ a vida eterna e os demais abandonados à justiça de Deus e
ao castigo de seus pecados.
CONVOCAÇÃO
– A chamada é para salvação ou para serviço.
– A chamada é resistível ou irresistível?
– Justificação: A fé é proveniente de uma resposta positiva do homem, ou é um dom de Deus?
– Preservação: Deus garante a glorificação dos eleitos a despeito de qualquer coisa que fizerem,
ou a glorificação depende da obediência individual?
UMA DOUTRINA POSITIVA
A doutrina da eleição é polêmica, mas positiva:
Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles
que são chamados segundo o seu propósito. (Rm 8.28)
As duas orientações principais do cristianismo são o calvinismo, que destaca a soberania de Deus, e
o arminianismo, que destaca a soberania do homem.
DEMONSTRADA PELA INTERFACE DO AMOR
Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou. (Rm
8.37)
Nós temos desvinculado a doutrina da eleição do amor de Deus. Ao contrário, a ênfase tem sido a
justiça e a soberania de Deus. Observemos o papel do amor na eleição: O texto de Rm 8.28 destaca
o amor para Deus, enquanto que Rm 8.37 destaca o amor de Deus. O que descobrimos é que a
verdade Bíblica, de um lado nos empurra a soberania de Deus, e do outro à responsabilidade
humana.
UMA DOUTRINA PRAGMÁTICA: A doutrina da eleição nos conduz para a história de Israel em Rm
9.11. Lá descobrimos que:
– Israel foi eleito para receber os privilégios. (Rm 9.4-5)
– A eleição não sobrepujou a sua vontade como nação. (Rm 10.21)
– Apenas um remanescente aproveitará as bênçãos da eleição. (Rm 11.5)
– A eleição não é uma garantia incondicional de salvação. (Rm 11.22)
CONCLUSÃO
Esta é uma doutrina controvertida e que gera muita polêmica. Paulo destaca o amor para Deus, e
depois que fomos amados por Deus.
MEDITAÇÃO FINAL
– Os eleitos serão tentados, mas não enganados por falsos milagres. (Mt 24.24)
– Deus não recebe acusações contra os seus eleitos. (Rm 8.33)
– Os eleitos não andam nus. (Cl 3.12)
– O obreiro deve estar disposto a sofrer por causa dos eleitos. (II Tm 2.10)
– Somos eleitos. (I Pe 1.2)
– Com Cristo os eleitos vencerão o inimigo. (Ap 17.14)
CONVERSÃO
Uma mudança não só de aparência, mas de substância, é uma mudança interna e não externa.
A NECESSIDADE DE CONVERSÃO
A mensagem da Bíblia é que todos precisam se converter e que ninguém se converte sem
arrependimento e fé.
ARREPENDIMENTO
O verbo grego é
padrão.
(meta,noian) que significa mudança de mente, pensamento, conceito ou
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Podemos afirmar que o arrependimento faz parte da vontade de Deus.
Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é
longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao
arrependimento. (2ª Pedro 3:9)
DUAS FACES DO ARREPENDIMENTO
Negativamente é uma insatisfação com a conduta anterior. Não é simplesmente uma insatisfação
com o resultado da conduta anterior porque isso seria apenas remorso.
Positivamente envolve uma decisão de não continuar errado. Implica necessariamente em autohumilhação.
Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti. Já
não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores. (Lc 15:
18-19)
O arrependimento tem três elementos:
O elemento intelectual, o elemento emocional e o elemento volitivo.
OS MEIOS DE ARREPENDIMENTO
De um lado o arrependimento é uma obra de Deus (At 11:18). Do outro lado somos seus agentes de
arrependimento mediante a pregação do Evangelho.
Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. (At 2:38)
Vejamos várias causas do arrependimento: Milagres (Mt 11.21), a pregação (Mt 12.41), a disciplina
(2ª Tm 2.25), a bondade de Deus (Rm 2.4), a correção do Senhor (Ap 3.19) e uma nova visão de
Deus (Jó 42.506).
VOCÊ E O ARREPENDIMENTO (Salmo 51)
Você se arrependeu quando passou a estar disposto a:
– Compensar o prejuízo
– Viver uma vida mais nobre
– Romper com as amizades prejudiciais
– Estar chocado com a sua própria passividade e perceber os resultados desastrosos
– Ter saudade de quem te corrige
– Zelar para ver as coisas endireitadas
O PAPEL DA FÉ NA CONVERSÃO
De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se
aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. (Hb
11.6)
O LADO INTELECTUAL DA FÉ
Existem três tipos de fé: Fé lógica, fé soteriológica e fé pneumatológica.
– A fé lógica é aquela baseada na experiência humana: entrar em um elevador, pegar um ônibus,
usar um telefone, etc.
– A fé soteriológica é aquela que viabiliza a salvação. Ela é dom de Deus, mas está disponível a
todos.
– A fé pneumatológica é a fé distribuída pelo Espírito Santo como dom espiritual. Nem todos têm
acesso a esse dom.
O LADO EMOCIONAL DA FÉ
Ela é uma certeza que invade o coração e expulsa o desânimo. (1º Sm 17.45)
O LADO VOLITIVO DA FÉ
A fé nunca é passiva. Pela fé Jesus estendeu seus braços sobre a cruz e as portas do inferno ruíram.
Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta. (Tg
2.26)
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A REGENERAÇÃO
É o lado divino da conversão. Ela produz a nova vida que buscamos no processo de arrependimento.
Não há nada que o homem possa fazer para se regenerar, mas, quando o pecador se arrepende dos
seus pecados, quando ele crê no Evangelho, quando ele se converte dos seus maus caminhos e
busca a Deus, ai é que entra a regeneração.
O NOVO NASCIMENTO PRODUZ UMA NOVA VIDA
A Bíblia ensina que uma vez nascida de novo, a pessoa muda por completo. Baseado na história de
Nicodemos pode afirmar ser possível o homem ser um respeitado membro da igreja sem ter nascido
de novo. Algumas características básicas dos regenerados:
Vence a tentação:
Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece
nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus (1ª Jo
3.9).
Ama a Deus, a seus irmãos, a seus inimigos, a Palavra de Deus, etc.:
Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. (1ª Jo 4.8)
Busca as coisas do alto:
Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde
Cristo vive, assentado à direita de Deus. (Cl 3.1)
AGENTES DA REGENERAÇÃO
A vontade de Deus
Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem,
mas de Deus. (Jo 1.13)
A obra de Cristo
Se sabeis que ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido
dele. (1ª Jo 2.29)
A Palavra de Deus
Pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra
de Deus, a qual vive e é permanente. (1ª Pe 1.23)
Os ministros da Palavra
Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos
pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus. (1ª Co 4.15)
O Espírito Santo
Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou
mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, (Tt 3.5)
A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO
AS VERDADES BÁSICAS DA JUSTIFICAÇÃO
– Justificação é uma decisão judicial que Deus tomou desde a eternidade quando planejou a nossa
redenção.
– Somos justificados dos nossos pecados uma única vez, quando rompemos nossa solidariedade
com Adão em favor de Jesus Cristo.
– Pela justificação todo novo cristão é isento de toda a culpa de todos os pecados cometidos antes
da sua conversão a Cristo.
– Todos os cristãos foram igualmente justificados em Cristo.
– Pecados cometidos quando somos cristãos não são justificáveis.
NOSSA SITUAÇÃO ANTES DA NOSSA CONVERSÃO A CRISTO
Quem não está em Cristo, vive debaixo da ira de Deus e já está julgado:
Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do
unigênito Filho de Deus (Jo 3.18).
O princípio do julgamento:
Cada um segundo o seu procedimento:
...que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento (Rm 2.6).
O padrão do julgamento:
A lei de Deus ou a consciência de quem não tem a lei. (Rm 2.12-15).
As provas do julgamento:
51
Os segredos dos homens:
...no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, há de julgar os segredos dos homens,
segundo o meu evangelho (Rm 2.16).
O problema do julgamento:
Ninguém será justificado pela lei (Rm 3.20).
A JUSTIFICAÇÃO DOS ARREPENDIDOS: SUA BASE BÍBLICA
O fundamento da justificação: A graça de Deus
Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo
Jesus (Rm 3.24).
A base da justificação: A morte de Jesus Cristo
Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira
(Rm 5.9).
COMO É POSSÍVEL PARA DEUS JUSTIFICAR OS ÍMPIOS SEM PERVERTER A SUA JUSTIÇA?
A justiça de Deus x A graça de Deus
Ninguém pode se justificar diante de Deus, porque todos são pecadores. São dois os motivos para
nossa absolvição no tribunal de Deus:
1. Nosso relacionamento com adão
Somos pecadores porque pecamos, ou pecamos porque somos pecadores? A evidência bíblica
sugere o último caso: Pecamos porque somos pecadores!
– Assim como o cachorro late porque é cachorro, o ser humano peca porque é pecador.
– Assim como ninguém precisa ensinar o cachorro a latir, ninguém precisa ensinar o ser humano a
pecar. É uma questão de natureza!
Tal não era o caso com Adão e Eva.
– Enquanto Adão começou a sua vida com uma natureza pura, nós começamos com uma natureza
impura, caída, depravada.
Deus nos justifica com base na nossa total impossibilidade de fazê-lo.
2. O nosso relacionamento com Cristo
Jesus Cristo, o último Adão entrou neste mundo sem a deficiência de uma natureza pecaminosa e
viveu toda a sua vida retamente diante de Deus e dos homens. Baseado neste fato, Deus se
predispõe a absolver todos os pecadores de todos os seus pecados oriundos do seu relacionamento
doentio com Adão. A prova seria a sinceridade da pessoa quando esta diz não concordar com a
rebelião de Adão. Damos evidência dessa sinceridade quando revogamos oficial e publicamente, a
procuração que Adão exerceu ilicitamente em nosso nome (arrependimento).
– É como se uma pessoa publicasse no Diário Oficial não ser responsável, a partir daquele
momento, por dívidas contraídas em seu nome por outra pessoa.
A nossa justificação depende da nossa decisão de rejeitarmos a nossa filiação com Adão e
buscarmos filiação em Jesus, o último Adão. Deus nos justifica dos velhos pecados e nos dá uma
nova natureza.
E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que
tudo se fez novo (II Co 5.17).
JUSTIFICAÇÃO NOS ESCRITOS DE PAULO
Para Paulo justificação é o ato fundamental de benção da parte de Deus porque ela nos salva do
passado e nos assegura do futuro.
– De um lado significa o cancelamento das nossas dívidas contraídas em Adão.
– Do outro, significa aceitação, uma nova filiação, e uma herança em Cristo. (Rm 8.31-35)
A importância da fé
Não é a fé que providencia a justificação, mas é a fé que alcança a promessa desta justificação.
Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça (Rm 4.3)
Enquanto Paulo salienta a importância da fé como meio de alcançar a justificação, Tiago enfatiza que
essa fé precisa produzir frutos coerentes na vida da pessoa, ou seja, obras dignas de um justificado.
52
CONCLUSÃO
Quando Deus perdoa nossos pecados, o pecado consta como uma culpa real, mas Deus nos livra do
castigo do mesmo. Na justificação, Deus declara que somos justos. As ofensas são canceladas, e
recebemos uma certidão de Nada Consta.
SANTIFICAÇÃO
Definição: A terminologia bíblica nos aponta duas direções. Exclusividade e pureza.
Exclusividade
Alguma coisa é tida como santa quando é dedicada a um uso restrito, ou seja, é separada para
determinado fim.
Ex: Os utensílios do culto no AT foram santificados. Eram iguais aos utensílios usados pelos
israelitas em casa. A diferença é que foram separados para o uso exclusivo no culto.
Ungirás também o altar do holocausto, e todos os seus utensílios, e santificarás o altar; e o
altar será santíssimo. (Ex 40.10)
Tanto o altar como os utensílios foram ungidos para demonstrar exclusividade.
Pureza: É uma introdução à natureza moral implícita na santificação humana.
Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de
mãos e puro de coração; que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.
(Sl 24.3-4)
Percebeu a ligação entre santo lugar com mãos limpas e pureza de coração?
O que não é santificação
– A santidade não nos converte em anjos, mas nos faz plenamente humanos.
– As vestes e costumes não têm nenhum poder contra a sensualidade.
– A santidade não elimina a nossa sexualidade. Foi Deus, não o diabo quem inventou o sexo.
– Uma pessoa santificada não é uma pessoa assexuada.
Digno de Honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus
julgará os impuros e adúlteros. (Hb 13.4)
Santificação definida positivamente
Santificação tem tudo a ver com saúde, separação e serviço.
O modelo da nossa santificação é Jesus e não João Batista.
Porquanto veio João, o Batista, não comendo pão nem bebendo vinho, e dizeis: Tem
demônio. Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um comilão e bebedor
de vinho, amigo de publicanos e pecadores. (Lc 7.33-34)
A santificação é evidenciada não por costumes diferentes, mas por uma qualidade de vida diferente.
Santificação: uma perspectiva objetiva e subjetiva
Perspectiva objetiva:
Segundo o conceito bíblico do AT, todos os animais eram ou animais limpos, ou animais imundos.
Assim como o porco sempre será um animal imundo e a ovelha um animal limpo, um cristão
regenerado é sempre santificado e um não cristão é sempre profano.
- Santificação objetiva é aquela que depende da natureza.
Perspectiva subjetiva:
O que dizer se a ovelha cair num lamaçal ou alguém der um banho no porco? Teremos um animal
limpo que é imundo, e um animal imundo que é limpo. Da mesma forma algumas pessoas salvas
estão sujas, enquanto outras pessoas perdidas estão limpas.
...à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados¹ em Cristo Jesus, chamados para
serem santos², com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus
Cristo, Senhor deles e nosso. (I Co 1.2)
1. Aos santificados: aqueles que estão em Cristo (santificação objetiva).
2. Chamados para ser santos: pesa sobre eles a obrigação de manter-se limpos (santificação
subjetiva).
53
Santificação externa:
A que pode ser vista nas doutrinas de usos e costumes. A ênfase é sobre cabelo, roupa,
comportamento. Os fariseus estavam preocupados com essas coisas.
Santificação interna: Diferentemente dos fariseus, Jesus estava pouco preocupado com as coisas
externas, e sim com as internas.
- A santificação interna é aquela que é operada dentro de nós pelo Espírito Santo, a Palavra de
Deus e a presença de Cristo.
Santificação: uma realidade imediata e progressiva
Quando é que a santificação ocorre?
Na igreja de Corinto havia todo tipo de pecado: Divisões, imoralidade, litígio, glutonaria e bebedeiras
e ainda falsa doutrina. Mas eles foram santificados, como explicar isso?
Santificação: Uma parceria divina e humana
Uma parceria humana: O cristão precisa assumir responsabilidade para sua vida e fazer progresso
na santificação. Do outro lado, relembramos a experiência de Paulo em Romanos 7 onde ele
encarou sua própria falência espiritual.
Uma obra divina: A idéia e o desenho da arca eram divinos. Deus poderia ter criado a arca com uma
simples palavra, mas não o fez. Noé, de posse da revelação de Deus, começou a trabalhar.
UNIÃO COM CRISTO
Salvação não é apenas questão de uma obra de cristo, mas também de um relacionamento vital com
ele.
Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em
Cristo. (1Co 15.22)
REPRESENTAÇÕES FIGURATIVAS DA NOSSA UNIÃO COM CRISTO:
A união do edifício e seu alicerce
Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a
pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao
Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no
Espírito. (Ef 2.20-22)
A união entre o marido e a esposa
Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar
como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. (2Co 11.2)
A união da figueira e seus ramos
Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto;
porque sem mim nada podeis fazer. (Jo 15.5)
União entre os membros e a cabeça do corpo
Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os
membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não. (1Co 6.15)
DECLARAÇÕES DIRETAS ACERCA DESSA UNIÃO
O crente está em Cristo
Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em
vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Se, porém, Cristo está
em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por
causa da justiça. (Rm 8.9-10)
O crente tem vida através de sua união com Cristo
Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele. Assim
como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se
alimenta por mim viverá. (Jo 6.56-57)
O Pai e o Filho habitam no crente
54
Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e
viremos para ele e faremos nele morada. (Jo 14.23)
Conseqüências desta união com cristo
Efetua uma mudança na afeição dominante da alma. Faz com que a pessoa se torne uma nova
criatura no sentido de que as tendências dominantes que eram pecaminosas se transformem em
tendências santificadoras. Esta mudança é chamada REGENERAÇÃO.
Efetua um novo exercício dos poderes da alma em arrependimento e fé. A esta ação chamamos
CONVERSÃO. É o lado humano da regeneração.
A união com Cristo traz ao crente uma nova posição legal. O crente recebe a posição legal de cristo.
Esta nova posição é o resultado da JUSTIFICAÇÃO. Garante ao crente um acesso contínuo ao
poder transformador da vida de Cristo. O efeito deste poder é chamado SANTIFICAÇÃO, que é o
lado humano da perseverança.
O processo da nossa união com Cristo
Etapas ou elementos da nossa união com Cristo:

Mortos

Sepultados

Ressuscitados

Transformados
União com Cristo e a segurança de salvação.
Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. (Jo
10.28)
Ainda antes que houvesse dia, eu era; e nenhum há que possa livrar alguém das minhas
mãos; agindo eu, quem o impedirá? (Is 43.13)
Saímos de Cristo apenas por meio da apostasia mediante a qual renunciamos a Cristo como nosso
Salvador e Mediador.
O Pecado:
– O pecado envergonha o nome de Jesus.
– Traz escândalo sobre a Igreja e o Evangelho.
– Abre o caminho para a apostasia.
FIM
55
PNEUMATOLOGIA
(A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO)
56
A NATUREZA E PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
Cultuamos o Espírito Santo como a 3ª pessoa da Trindade.
O Espírito Santo também tem três características de personalidade: intelecto, sentimento e volição.
Ele pensa:
E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade
de Deus é que ele intercede pelos santos (Rm 8:27).
Ele sente:
Mas eles foram rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo, pelo que se lhes tornou em
inimigo e ele mesmo pelejou contra eles (Is 63:10).
Ele escolhe:
Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a
cada um, individualmente (1Co 12:111).
No Novo Testamento ele é apresentado como a influência materna da trindade. Na sua exaltação de
Maria como mãe de Deus, o catolicismo romano parece registrar uma grande carência no seu
conceito de Deus.

“Santa Maria, mãe de Deus rogai por nós, pecadores...”
Ações contra o Espírito Santo
É possível entristecer o Espírito Santo (Ef 4:30), resistir ao Espírito Santo (At 7:51), blasfemar contra
o Espírito Santo (Mt 12:31-32) e extinguir o Espírito Santo (1Ts 5:19). Seria estranho caso o Espírito
Santo fosse uma influência e não uma pessoa.
A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO
Atributos de Deus evidenciados no Espírito Santo
Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele
está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus (1co
2:11).
Sua igualdade com Deus Pai e o Filho

Os convertidos são batizados em seu nome.

Os crentes são abençoados por ele.

Junto com o Pai e o Filho tem uma posição de destaque único na igreja.
Comissão apostólica:
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo; (Mt 28:19)
Benção apostólica:
A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam
com todos vós. (2 Co 13:13)
Administração na igreja:
Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da
vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o
qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos. (Ef 4:4-6)
OS SÍMBOLOS DO ESP. SANTO
Cuidado com os excessos na simbologia.
Ex.: Espírito = água; fogo: (Noé na arca; o lago de fogo; etc)

A identidade do símbolo e a coisa simbolizada não se confundem.
Ex.: “nosso Deus é fogo consumidor” (Hb 12:29), mas fogo consumidor não é nosso Deus.
Quantas mensagens são pregadas sobre a necessidade de ser batizado com fogo?
Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é
cortada e lançada ao fogo. Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que
vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele
vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. A sua pá, ele a tem na mão e limpará
57
completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo
inextinguível. (Mt 3:10-12)
Fogo, vento, água e o óleo ou azeite

o óleo é considerado símbolo do Espírito Santo porque era usado em alguns rituais do Antigo
Testamento.

Outro símbolo é o selo. Paulo diz que “fomos selados com o Espírito Santo da promessa”. Até
hoje o selo continua sendo evidência de propriedade, legitimidade, autoridade.

A pomba foi evidente no batismo de Jesus.
O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS

Inicialmente o Espírito Santo o conduziu ao deserto para ser provado pelo diabo (MT 4:1-10).

Jesus, cheio do Espírito Santo (Lc 1:4) venceu todas as tentações, usando a espada do Espírito,
a Palavra de Deus (Hb 4:12).

O mesmo Espírito lhe deu força para consumar o seu sacrifício na cruz, onde “pelo Espírito
Eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus” (Hb 9:14)

O Espírito foi o agente vivificador na ressurreição de Cristo e o será também na nossa.
O FUNCIONAMENTO DO CORPO DE CRISTO
Romanos capítulo 12:
Tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada. Se:
1)
Profecia seja segundo a proporção da fé.
2)
Se ministério, dediquemo-nos ao ministério. (Lc 3:23)
3)
O que ensina, esmere-se no fazê-lo
4)
O que exorta, faça-o com dedicação. (Fp 2:1-2)
5)
O que contribui, com liberalidade (IICo 8:9)
6)
Preside, com diligência = cuidado ativo; zelo(Hb 2:7-9)
7)
O que exerce misericórdia, com alegria (Mt 9:13)
1ª Coríntios capítulo 12:
Porque a um é dada, mediante o Espírito:
1)
A palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Espírito,
2)
A palavra do conhecimento;
3)
A fé;
4)
Dons de curar; a outro, (Mt 8:1-3)
5)
Operações de milagres; a outro,
6)
Profecia; a outro,
7)
Discernimento de espíritos
8)
Variedade de línguas e capacidade para interpretá-las.
DONS MINISTERIAIS:
E ele mesmo concedeu uns para (Ef 4:11-12):
1) Apóstolos
4) Pastores
2) Profetas
5) Mestres
3) Evangelistas
O PORQUÊ DOS DONS ESPIRITUAIS
1) Cumprir o ministério de Cristo aqui na terra
Como Corpo de Cristo, devemos manifestar a vida e o ministério de Cristo ao mundo!
2) Edificar a igreja
E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e
outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o
desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, (Ef 4:11-12)
Sem os dons espirituais:
 Os santos não serão aperfeiçoados para o desempenho do seu ministério.
 O Corpo de Cristo não será edificado.
 Não chegaremos à unidade da fé e ao pleno conhecimento do Filho de Deus.
 Não alcançaremos a perfeita varonilidade e a estatura da plenitude de Cristo.
58
O PERIGO DOS DONS ESPIRITUAIS
1) Uma fonte de tentação
Os dons na vida de Jesus tornaram-se uma fonte de tentação. Ele tinha poder para transformar
pedras em pães. Orgulho espiritual é uma das primeiras tentações a serem vencidas quando o
poder de Deus opera no ministério.
2) Uma fonte de ilusão
Servir a Deus sem submeter-se a Deus.
Charlatanismo.
OS DONS DO ESPÍRITO SANTO EM 1ª CORÍNTIOS 12
Para fins de estudo, divide-se os nove dons do Espírito Santo em três grupos:
– Dons de revelação, Dons de poder e Dons de locução.
DONS DE REVELAÇÃO: O Poder de Conhecer
Não existe o dom de revelação, mas um conjunto de três dons que providenciam esta revelação:
A Palavra de Conhecimento, a Palavra de Sabedoria e o Discernimento de Espíritos.
a) A Palavra de Conhecimento
Não se trata de um conhecimento conduzido pela pesquisa ou raciocínio humano, mas uma
expressão reveladora da parte de Deus. É uma concessão de um conhecimento que só pode
ser adquirido de forma sobrenatural, em ocasiões também específicas. Pela Palavra de
Conhecimento, o profeta Eliseu revelou a esperteza e o engano de Geazi (2 Rs 5:20-27).
b)
A Palavra de Sabedoria
Não depende da capacidade humana. É uma palavra utilizada para uma situação ou ocasião
específica. Por meio dela, o Espírito Santo capacita a pessoa a aplicar a Palavra de Deus de
forma adequada, como no caso da decisão da Igreja de Jerusalém no tocante à participação de
gentios e judeus no culto em Antioquia (At 15:28).
c)
Discernimento de Espíritos
Por meio deste dom, Deus dá à Igreja os critérios para que esta saiba que tipo de manifestação
espiritual – divina ou satânica – está ocorrendo. O apóstolo João ordena: “Não creiais em todo
espírito, mas provai se os espíritos são de Deus” (1Jo 4:1). Este dom capacita o possuidor a
enxergar além das aparências exteriores e conhecer a verdadeira natureza da inspiração.
DONS DE PODER: Fé, Dons de Curar, Operação de Milagres.
a) O Dom da Fé
Há três tipos de Fé:
1º. Fé inicial que é a fé para Salvação
2º. Fé contínua que diz respeito à fidelidade.
– É o resultado da salvação e da união com Cristo.
Não se trata da fé para a salvação, e sim de uma certeza sobrenatural de que Deus revelará o seu
poder em uma determinada situação. É o primeiro dos dons de Poder.
b) Dons de curar
Também observamos três tipos de cura:
1º. Cura natural:
Operada através de dietas, medicamentos, cirurgias, etc.
2º. Cura diabólica:
Quem nunca ouviu falar do espírito do Dr. Fritz, ou de Zé Arigó?
3º. Cura divina ou dons de curar:
Deus se preocupa com nossa vida espiritual, e com nossa existência física também, e a obra
do Esp. Santo inclui a capacidade sobrenatural de curar o corpo dos males advindos do
pecado. Para as diversas doenças existentes, Deus dá dons de curar.
c) Operação de milagres (maravilhas)
É um evento ou efeito no mundo físico que ultrapassa as conhecidas leis da natureza ou
transcende o nosso conhecimento delas. Tudo isso mediante a manifestação do poder do
Espírito de Deus, através de pessoas comuns.
Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça
recebestes, de graça dai. (Mt 10:8)
59
DONS DE LOCUÇÃO: Profecia, outras línguas e interpretação.
Crentes pentecostais: Ignoram ou recusam se conformar às regras bíblicas da manifestação pública
de profecias e do falar em outras línguas.
Crentes tradicionais: devido aos excessos comuns, proíbem todas essas manifestações.
O mandamento bíblico: “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem”. (I Co 14:40)
b)
O Dom da Profecia
A função primária deste dom não é dizer o que acontecerá no futuro, e sim transmitir uma
mensagem de Deus de forma inteligível. A profecia Edifica, Exorta e Consola a igreja.
Três possíveis fontes de profecia:
1. O espírito humano
2. Influência demoníaca
3. O Espírito Santo
c)
O Dom de falar em outras línguas
Refere-se à capacidade de falar línguas antes não conhecidas, sejam elas humanas ou não.
Paulo não considerou o falar em línguas uma experiência negativa, nem as línguas uma
linguagem desarticulada e sem nexo, pois quando oramos em línguas, somos edificados e
nosso espírito ora bem (1Co 14:2).
d)
Interpretação de Línguas
A interpretação é a transmissão de um significado ou conteúdo essencial para outra língua. Este
dom, que pode ser dado a quem fala em línguas ou não, serve para traduzir, e por ser
sobrenatural, indica que se trata da tradução de uma linguagem que o intérprete desconhece.
O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO SANTO NO CRENTE
Consideramos o ministério do espírito santo no crente a partir do contexto da igreja. O espírito opera
na comunidade dos santos e não apenas no indivíduo.
O derramamento do Espírito
Veio sobre cristo para que ele o derramasse sobre todos os cristãos. (Jo 1.33)
O cumprimento da promessa e o nascimento da igreja
Aconteceu no dia de pentecostes, uma festa do Antigo Testamento comemorada cinqüenta dias
depois da páscoa. Primeiro havia a festa da páscoa, comemorando a libertação de Israel do Egito na
noite da morte dos primogênitos. É um tipo da morte de cristo, o cordeiro de deus, cujo sangue nos
protege do juízo de Deus. No sábado após a noite pascal um molho de cevada era cortado pelos
sacerdotes e oferecidos perante o Senhor como as primícias da colheita. Isto é um tipo das
“primícias dos que dormem” (Ico 15.20). Jesus, sendo as primícias, é a garantia de que todos os que
crêem nele o seguirão na ressurreição para a vida eterna.
Quarenta e nove dias devia se contar desde a oferta desse molho movido, e no qüinquagésimo dia, o
pentecostes, dois pães (os primeiros pães feitos da nova colheita de trigo) eram movidos diante do
Senhor em reconhecimento do seu domínio sobre o mundo. Depois disso, outros pães podiam ser
assados e comidos.
– As 120 pessoas no cenáculo eram as primícias da igreja cristã, oferecidas perante o senhor pelo
Espírito Santo, cinqüenta dias depois da ressurreição de Jesus. Era o primogênito dos milhares
de igrejas que, desde então surgiram.
A evidência da glorificação de cristo
A descida do Espírito Santo foi o anúncio da chegada de Jesus à destra do pai.
A consumação da obra de cristo
O êxodo se consumou inqüenta dias mais tarde, quando no Sinai, Israel foi organizado como povo
de Deus. Da mesma maneira, a expiação foi consumada no dia de pentecostes, quando o
derramamento do espírito foi um sinal de que o sacrifício de Jesus foi aceito no céu.
A unção da igreja
Assim como o batismo de Jesus foi seguido do seu ministério na Galiléia, o batismo da igreja foi a
preparação para um ministério mundial.
Habitação na igreja
60
Depois da organização de Israel no Sinai, Jeová desceu para morar no meio deles, sendo sua
presença localizada no tabernáculo. No dia de pentecostes o Espírito desceu para morar na igreja,
sendo sua presença localizada no corpo dos crentes.
O ministério do Espírito Santo no crente
O Espírito vem habitar no crente para ministrar-lhe pessoalmente.
1) O Espírito Santo é Deus
- “não mentiste aos homens, mas a Deus”. (At 5.3-4)
2) O dom do Espírito Santo
- O Espírito Santo é o dom de Deus a todos os crentes. Quando alguém crê em Jesus e recebe
a salvação, o Espírito passa a viver no crente, transmitindo-lhe vida espiritual.
3) Ele torna real ao crente a sua posição em cristo.
- E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama:
Aba, Pai. (Gl 4.6)
4) Ele ensina. (Jo 14.26)
5) Ele guia (Rm 8.14)
6) Ajuda-nos a viver uma vida agradável a Deus (santificação).
- Digo, porém: andai no Espírito, e não satisfareis a vontade da carne. (Gl 5.16)
7) Ajuda-nos na oração.
8) Vivifica nossos corpos (Rm 8.11).
9) Testifica que Jesus está vivo. (At 5.30-32)
10) Ele glorifica a Jesus.
A necessidade de o crente encher-se do Espírito Santo
Deus quer encher e batizar o crente com o espírito santo para capacitá-lo a servir e a glorificar a
Deus no mundo. O encher-se do Espírito é condição para uma vida reta e pura.
Como encher-se do Espírito
a) Apresentar o nosso corpo a Deus como instrumento vivo para a realização da sua vontade. (Rm
6.13)
b) Confiança na promessa de Deus em relação ao Espírito Santo é a segunda condição positiva
para o crente ficar cheio do Espírito. (Jo 7.37-39)
c) Oração é a terceira condição para ficarmos cheios do espírito.
Não é pedir a Deus que dê o Espírito Santo, porque ele já está conosco e habita em nós. Mas
para que sejam removidas as dificuldades para que deixemos o Espírito penetrar livremente no
coração para purificá-lo.
FIM
61
ESCATOLOGIA
(A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS)
62
A BÍBLIA É UM LIVRO HISTÓRICO, DOUTRINÁRIO E PROFÉTICO. O ESTUDO DE APOCALIPSE
ABRANGE ESTAS TRÊS ÁREAS:
1) O ASPECTO HISTÓRICO
O mundo já conheceu seis impérios: o Egípcio, o Assírio, o Babilônico, o Medo-persa, o Grego e por
fim o Romano. Todos estiveram diretamente envolvidos com Israel, o Povo de Deus.
O Egito tornou-se uma grande nação por causa de José, Filho de Jacó, e foi destruído quando
perseguia Israel no mar vermelho (Gênesis 39:1-2; Êxodo 14:26-28).
O império Babilônico foi levantado para castigar Israel através de Nabucodonosor. Foi destruído
quando Belsazar abusou do Senhor, bebendo vinho nos jarros santos, que seu pai havia tirado do
templo em Jerusalém (2º Reis 25:8-10;Daniel 5:1-4).
O império Assírio foi derrubado por Deus quando Senaqueribe cercou Jerusalém e zombou do
Senhor (2º Reis 18:19).
O Império Medo-Persa, este intimamente relacionado ao povo judeu, conforme registram os livros de
Neemias, Esdras e Ester, escritos nesta época.
O Império Grego e sua queda foram vaticinados por Daniel no capítulo 8:5, 16 e 21, onde é feita uma
alusão a Alexandre, o Grande, como o Bode Peludo que destruiria o império Medo-Persa. Este
império foi destruído quando um dos quatro reis, sucessores de Alexandre (Daniel 8:23-24), que
eram seus generais, chamados Ptolomeu, Seleuco, Antípater e Filétero, invadiu Jerusalém e
sacrificou uma porca no altar, zombando de Deus e dedicando o templo à Júpiter Olímpico (Daniel
8:11).
Jesus nasceu durante o império Romano, profetizado por Daniel como o quarto reino que se
levantaria após o Babilônico (Daniel 2:39-40). Daniel profetizou que o império Romano destruiria
Jerusalém e o templo, após o messias ter sido tirado (Daniel 9:25-26; Lucas 21:5-6), o que Jesus
confirmou. Isto aconteceu 70 anos depois de Cristo quando as legiões romanas cercaram Jerusalém
e destruíram a cidade e o templo. Um terço dos judeus morreu dentro da cidade, outro terço foi
crucificado ao redor da cidade e o último terço do povo foi espalhado entre todas as nações,
conforme a profecia. (Ezequiel 5:12; Lucas 21:20).
Todo o desenrolar da história está profetizado na Bíblia e tem o povo de Israel como centro dos
acontecimentos.
1 - A profecia sobre a volta dos Judeus à terra prometida (Ezequiel 36:8-12; 37:21-23).
2 - Os conflitos entre Árabes e Judeus (Ezequiel 36:33-36).
3 - A possível guerra entre a Rússia e Israel (Ezequiel 39:1-9; 39:18-23).
O último império que o mundo conhecerá será o do anticristo. Ele será destruído quando se levantar
contra os Judeus, quando então eles olharão para quem traspassaram, Jesus (Zacarias 12:10).
Então o Senhor voltará e toda a nação se converterá a Ele.
1 - A pessoa do anticristo (2º Tessalonicenses 2:3).
2 - Seu poder sobrenatural (2º Tessalonicenses 2:7-10; Apocalipse 17:11-15).
APRESENTAMOS ABAIXO UM ESQUEMA DA HISTÓRIA UNIVERSAL:
Antes dos tempos eternos Jesus é Deus.
1) Criou os céus e a terra.
2) Queda do Querubim.
3) Restauração da terra / Criação do homem.
4) Queda e promessa do Salvador.
5) Abraão – Israel – Profetas.
6) Jesus Cristo.
7) Tempo da Igreja na terra.
8) Arrebatamento.
63
9) Tribulação 3 ¹/² anos / Grande Tribulação 3 ¹/² anos.
10) Volta de Jesus / Armagedom.
11) Milênio – Jesus reinará na terra.
12) Ressurreição dos mortos e Juízo Final.
13) Novos céus e Nova terra.
14) Tempos eternos.
O ASPECTO MORAL
Ao sabermos que o Senhor breve virá para arrebatar a sua igreja, somos levados a preocupar com a
nossa santificação. Jesus conta uma parábola sobre as dez virgens esperando a vinda do noivo,
referindo-se à sua volta e ao arrebatamento da igreja. Numa parábola, cinco virgens não tinham
azeite em suas lâmpadas, por isso não viram quando o noivo chegou e, como conseqüência não
entraram nas bodas. O arrebatamento está para acontecer, quando a igreja do Senhor Jesus será
tirada para não passar pela grande tribulação que virá sobre o mundo. Ele nos exorta a ficarmos
alertas porque virá como um ladrão à noite naquele dia. Jesus virá para aqueles que O esperam.
1. O arrebatamento. Como será, quando será e quem subirá (1º Tessalonicenses 5:1-11;
Marcos 13:28-37).
2. O arrebatamento será em um átomo de tempo. Primeiro os que dormem em Cristo
ressuscitarão, depois nós, os que estivermos vivos, teremos nossos corpos transformados e
subiremos para encontrar o Senhor, nos ares (1º Tessalonicenses 4:13-18).
O ASPECTO PROFÉTICO (A PARTIR DE UMA VISÃO PRÉ MILENISTA)
DIAGRAMA DO PRÉ-MILENISMO
Daniel profetizou que, nos últimos dias, a ciência se multiplicaria. Estamos vendo isto acontecer
(Daniel 12:4).
Ezequiel profetizou que os judeus voltariam à terra prometida (Ezequiel 37:21-23). Depois de 1.900
anos espalhados pelo mundo, os Judeus retornaram em 1948 e lá estão até hoje, contra tudo e todos
(Ezequiel 38:8).
Após o arrebatamento, o anticristo virá e estabelecerá o seu reinado com a ajuda de dez nações e do
Império Romano, que nunca caiu, pois até hoje Roma possui um César cujo poder é reconhecido no
mundo inteiro: o próprio Papa (Apocalipse 17). Este Império durará sete anos, quando então Jesus
voltará para destruir as forças satânicas.
– O Império do anticristo - 7 anos. (Daniel 9:26-27).
– A procedência do Império - visão de Nabucodonosor (Daniel 2:1-5; 2:31-34; 7:16-28).
– A 1ª fase do reinado do anticristo - falsa paz (Daniel 9:27).
– A aliança com as dez nações. (Apocalipse 17:3, 12-18).
– A aliança com a grande prostituta (Apocalipse 13:7-9; 17:1-9).
– A aliança com Israel e a reconstrução do templo (Daniel 9:25-27).
– A 2ª fase do reinado do anticristo - dores (Apocalipse 9:1-12).
– A guerra entre as dez nações (Daniel 2:42-43).
64
–
–
A destruição da grande prostituta (Apocalipse 17:15-17).
A marca da besta e a tecnologia atual (Apocalipse 13:16-18).
Cremos não haver dúvida de que a segunda vinda de Cristo se dará em duas fases: Arrebatamento
da igreja, e manifestação da pessoa de Cristo em glória.
Na primeira fase, o arrebatamento da igreja, Jesus virá para os seus. Não tocará os seus pés na
terra, tampouco será visível ao mundo. Ele virá até às nuvens, onde receberá a sua igreja para que
com ele adentre às mansões celestiais (1º Tessalonicenses 4:17).
Já na segunda fase, a
manifestação propriamente dita, sete anos após a primeira, Jesus virá com os seus. Nesse
momento, sim, todo olho o verá, não como um Cristo abatido e humilhado, mas exaltado e triunfante
(Zacarias 14:4). Esta é a volta do Senhor.
A Batalha do Armagedom
A palavra ARMAGEDOM significa monte de megido. Também conhecido como a planície de Jezreel.
Nesse amplo e espaçoso lugar, os exércitos do anticristo estarão congregados para o ataque
decisivo contra Jerusalém. Quando Jerusalém estiver cercada pelos exércitos do anticristo e aos
Judeus não restar escape, então eles clamarão angustiados pelo auxílio de Deus. Nesta hora, darse-á a manifestação de Jesus, revestido com poder e glória (Isaias 52:8; Mateus 24:30). O triunfo de
Jesus sobre os exércitos do anticristo será esmagador. Destruindo os exércitos hostis a Israel, o
anticristo e o falso profeta serão lançados no lago de fogo e enxofre (Apocalipse 19:20).
O Milênio
Ao aprisionamento de Satanás, seguir-se-ão mil anos de paz e de governo perfeito sob o reinado do
Senhor Jesus, assinalando o começo de uma nova dispensação (Apocalipse 20:6).
Esse
período não é o princípio de um mundo novo, mas o fim de um mundo antigo. O que o sábado
judaico é para a semana, assim será o milênio para a era presente. Dois grupos de povos distintos
tomarão parte no milênio: os crentes glorificados, consistindo dos santos do antigo e do novo
testamento, da igreja triunfante, dos santos oriundos da grande tribulação; e os povos naturais, em
estado físico normal, vivendo na terra, a saber, judeus salvos saídos da grande tribulação, gentios
poupados no julgamento das nações e o povo nascido durante o milênio propriamente dito.
No milênio, a igreja estará glorificada com Cristo na Jerusalém celestial. A igreja exercerá a coregência com Cristo durante esse período (Apocalipse 21:22-23). Revestidos de um corpo
glorificado, os salvos estarão acima das limitações do tempo e do espaço sujeitos quando ainda em
seus corpos mortais. Terão um corpo como o de Cristo Ressurreto, que se locomove sem obstáculos
e sem barreiras. A própria terra passará por transformações que alterarão sensivelmente, para
melhor, o seu clima e sua produtividade. Também os animais sofrerão mudança na sua natureza
durante essa época áurea. A ferocidade deles será removida para dar lugar à docilidade. Não mais
se atacarão, nem, representarão qualquer ameaça ao homem. (Isaias 65:25). Toda criação, afetada
que foi pela queda do homem, de igual modo participará das bênçãos decorrentes do governo
milenar de Cristo (Romanos 8:18-23). Terminado o milênio, Satanás será novamente solto por um
breve espaço de tempo (Apocalipse 20:7). Esta soltura de Satanás servirá para:
a) Provar às pessoas que nasceram durante o milênio;
b) Demonstrar pela última vez quão pecaminosa é a natureza humana, e que o homem por sí
mesmo jamais se salvará, mesmo sob as melhores condições;
d) Demonstrar que o Diabo é completamente incorrigível.
Satanás sairá para ajuntar as nações da terra para a batalha, mas será derrotado e lançado no lago
de fogo e enxofre onde está a besta e o falso profeta (Apocalipse 20:8-10). Após este evento, será
estabelecido o Juízo do grande trono branco, o Juízo Final. É nessa época que todos os ímpios
mortos ressuscitarão para ouvir sua sentença final diante do trono de Deus. Até mesmo a morte e o
inferno serão lançados no lago de fogo, a segunda morte. (Apocalipse 20:11-15).
ISRAEL NA PERSPECTIVA PROFÉTICA
São poucos os assuntos que cativam mais a imaginação do que estudos sobre Israel na perspectiva
profética. Infelizmente, às vezes prevalece mais a imaginação do pregador do que a própria Palavra
de Deus. O alicerce teológico desse estudo encontra-se nos capítulos 9-11 de Romanos. Lá
descobrimos sua Predestinação, Rebelião, Condenação e Recuperação.
Os principais erros acerca do futuro de Israel
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–
–
–
Insistir na rejeição completa de Israel como nação: Marcion, um dos primeiros hereges da Igreja,
não apenas ensinava que Israel havia sido rejeitado por Deus, como insistia na rejeição de todo o
Antigo Testamento como pré ou anticristão. Ele rejeitava também Rm 9-11.
Crer na suspensão das promessas políticas a Israel: Por em questão a validade das promessas
de cunho político que Deus fez à nação. (Is 2:2-4)
Muitos teólogos negaram qualquer possibilidade de Israel voltar a uma proeminência política
mundial, mas “Os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis (Rm 11:29).”
Imaginar que a Igreja suplantou Israel no plano de Deus: Alguns teólogos tentam reconciliar suas
dificuldades teológicas apelando para a espiritualização. Assim, entendem que a Igreja tornou-se
a sucessora de Israel, ou o novo Israel. É verdade que:
a. A Igreja era a verdadeira circuncisão.
b. Que Cristo acabou com separação entre Israel e os gentios.
Enquanto Igreja, não existe dois povos de Deus, mas:
a. Israel como nação antecede a Igreja.
b. É o herdeiro legítimo das promessas aos patriarcas, e tem, portanto, um destino político
particular, distinto de todas as demais nações.
Aceitar uma salvação para Israel fora de Cristo: Há uma nova tendência judaizante dentro da Igreja.
Cristãos desejando completar o seu cristianismo com o judaísmo. Cânticos, costumes nos cultos são
frutos de uma raiz desviada de Cristo.
A Igreja tem que reafirmar que fora de Cristo não há salvação. (Fp 3:5-16)
O FUTURO DE ISRAEL DO PONTO DE VISTA ESCATOLÓGICO
As bênçãos de Deus pertencem à Israel. (Rm 9:4-5)
Paulo ora pela salvação nacional e é convencido de sua eventual restauração. (Rm 10:1; 11:25-27)
A soberana vocação de Deus para Israel é irrevogável
Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis. (Rm 11:29)
ISRAEL: O RELÓGIO DE DEUS?
Jesus alerta que a sua segunda vinda (não o arrebatamento), não é uma coisa só (o florescimento de
Israel), mas muitas coisas que precisam acontecer antes da sua vinda.
Mateus 24 fala de vários
temas: Religiosos, políticos, sociais e catástrofes. As observações de Jesus não se restringiram à
figueira, mas inclui todas as árvores (Mt 24: 32-33). Anotamos a seguir, cinco sinais associados com
Israel e já visíveis no século vinte:
1. O anti-semitismo culminando com o holocausto da 2ª guerra.
2. A volta de Israel a sua terra: O vale dos ossos secos de Ezequiel 37.
3. O avivamento da língua hebraica: Eliezer Bem Yeouda e Theodor Herzl.
4. O período britânico (1917 a 1948). (O novo estado de Israel em 1948).
5. O florescimento do deserto.
O milagre do florescimento do deserto precisa ser contextualizado pelas bênçãos e maldições do
pacto sináitico de Deuteronômio 28.
CÁLCULO DAS SETENTA SEMANAS DE DANIEL
Considerações iniciais:
Nosso calendário é conhecido como calendário gregoriano. Com a ajuda do astrônomo Sosígenes, o
imperador romano Júlio césar introduziu um ano médio de 365,25 dias: um ciclo de três anos de 365
dias e um de 366 dias (bissexto). Mas havia uma diferença de três dias de 400 em 400 anos. Para
resolver o problema, o papa Gregório XIII propôs, em 1582 suprimir três anos bissextos de 400 em
400 anos. Logo, o ano tem: 365, 2421 dias.
Calendário bíblico ou profético (mês = 30 dias e ano = 360 dias)
O ano bíblico ou profético tem uma duração de 360 dias, pois o tempo do dilúvio em gênesis 7:11 e
8:4 somam “cinco meses”;
Gn 7:11 - No ano seiscentos da vida de Noé, aos dezessete dias do segundo mês, nesse dia
romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as comportas dos céus se abriram,
Gn 8:4 - No dia dezessete do sétimo mês, a arca repousou sobre as montanhas de Ararate.
E em gênesis 7:24 e 8:3 o seu número de dias = 150 dias. Logo, cada mês tem 30 dias.
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E as águas durante cento e cinqüenta dias predominaram sobre a terra (Gn 7:24).
As águas iam-se escoando continuamente de sobre a terra e minguaram ao cabo de cento e
cinqüenta dias (Gn 8:3).
O ano bíblico ou profético tem: 12 x 30 dias = 360 dias.
Em apocalipse 12:6 e 13:5 - 1260 dias = 42 meses = 3¹/² anos.
SETENTA SEMANAS DE DANIEL
As 70 semanas de Daniel são semanas de anos e não de dias.
Total de anos: 70 semanas x 7 anos = 490 anos (no calendário bíblico ou profético) com um total de
176.400 dias.
Calculando o número de anos de nosso calendário: 176.400 / 365,2421= 483 anos, dos quais já se
cumpriram 69 semanas
Quantidade de anos das 69 semanas: 69 semanas x 7 anos = 483 anos no calendário Bíblico
Quantidade de dias das 69 semanas: 483 anos x 360 dias = 173.880 dias
Transformando para o nosso calendário: 173.880 dias / 365,2421 = 476 anos
Início das 69 semanas: Neemias 2:1 “no mês de nisã, no ano vigésimo ano do rei Artaxerxes =
março de 445 aC."
Calculando o final das 69 semanas: Março de 445 a.c. + 476 anos = março de 32 d.c. (data em que
Jesus entra em Jerusalém e é aclamado como rei).
E dizia: ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora
oculto aos teus olhos. Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras
e, por todos os lados, te apertarão o cerco; e te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não
deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação (Lc
19:28-42).
A SEMANA QUE FALTA PARA SE CUMPRIR: A 70ª SEMANA (a última)
Quantidade de dias da 70ª semana: 7 x 360 = 2.520 dias / 2 = 1260 dias = 42 meses = 3 ¹/² anos.
Mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças, porque foi ele dado aos gentios;
estes, por quarenta e dois meses, calcarão aos pés a cidade santa. Darei às minhas duas
testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco (Ap
11:2- 3).
É um período conhecido como a Grande Tribulação. Pela bíblia sabemos a duração, mas não a data
da volta de Jesus.
A GRANDE TRIBULAÇÃO (70ª semana)
Corresponde a última semana de Daniel (70ª semana), ou seja, um período de sete anos.
A bíblia usa diversos nomes para descrever a 70ª semana de Daniel:
– O dia da vingança de nosso Deus
– O tempo da angústia de Jacó
– O dia de trevas
– O dia do senhor
– Aquele dia
– O grande dia
– Ira vindoura
– Dia da ira
ISRAEL NA GRANDE TRIBULAÇÃO
O anticristo e sua perseguição a Israel por três anos e meio (na segunda metade):
Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino; e, depois
deles, se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis. Proferirá
palavras contra o altíssimo, magoará os santos do altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a
lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um
tempo (Dn 7:24-25).
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Mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças, porque foi ele dado aos gentios;
estes, por quarenta e dois meses, calcarão aos pés a cidade santa (Ap 11:2-3).
Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta daniel, no lugar santo,
quem lê entenda (Mt 24:15)
Os judeus aceitarão Jesus como o messias:
E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de
súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um
unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito (Zc 12:10).
As nações cercarão os judeus na guerra do Armagedom:
Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se
preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol ... Então, os ajuntaram no
lugar que em hebraico se chama Armagedom (Ap 16:12, 16).
Final da 70ª semana: volta de Jesus
Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora (Mt 25:13).
A VOLTA DE JESUS CRISTO: Mt 24:30-31
É a segunda fase da vinda de cristo. A primeira fase é no arrebatamento da igreja. Dar-se-á nos ares
e só a igreja verá Jesus. Ele não pisa na terra:
Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre
nuvens, para o encontro do senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o senhor (1ª
Tes 4:16-17).
ACONTECIMENTOS
A manifestação física e pessoal de Jesus acompanhado de seus santos e anjos.
A fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de
nosso deus e pai, na vinda de nosso senhor Jesus, com todos os seus santos(1ª Ts 3:13).
Todo olho o verá:
Então, aparecerá no céu o sinal do filho do homem; todos os povos da terra se lamentarão e
verão o filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória (Mt 24:30).
Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos
da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém! (Ap 1:7)
Satanás aprisionado:
Então, vi descer do céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele
segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o
no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se
completarem os mil anos (Ap 20:1-3).
Implantação do milênio:
Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi
ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da
palavra de deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não
receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com cristo durante mil anos. Os
restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos. Esta é a primeira
ressurreição. Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre
esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de deus e de cristo
e reinarão com ele os mil anos (Ap 20:4-6).
OUTRAS POSIÇÕES TEOLÓGICAS SOBRE O MILÊNIO (AMILENISMO E PÓS - MILENISMO)
HISTÓRIA: Podemos encontrar elementos amilenistas nos primeiros séculos da igreja. Foi
Agostinho que sistematizou a abordagem. Logo, tanto os amilenistas quanto os pós-milenistas o
reivindicam para a sua posição.
Agostinho defendia que o milênio não é primariamente temporal nem cronológico. Seu significado se
acha naquilo que simboliza. Esta tradição continuou no catolicismo e em algumas denominações
evangélicas.
68
DOUTRINAS DO AMILENISMO
As duas ressurreições:
Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos
por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em
grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem
vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? Então, a cada um deles foi dada uma
vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se
completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente
eles foram. (Apoc 6.9-11)
Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi
ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da
palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não
receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Os
restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos. Esta é a primeira
ressurreição. (Apoc 20.4-5)
A primeira ressurreição é espiritual, a segunda é corpóreo-física ou espiritual. A maioria dos
amilenistas considera que a segunda ressurreição é física.
– O propósito do livro era assegurar ao povo de Deus que Cristo triunfará sobre toda oposição.
Satanás estava procurando enganar os crentes ao ponto de adorarem o imperador ao invés de
Cristo. Sua prisão (Ap 20.1-3), é para incapacitá-lo para esta obra.
A primeira ressurreição simboliza a vitória dos mártires.
– Em ap 6.9-11, as almas dos mártires estão debaixo do altar perguntando quanto tempo falta para
Deus intervir.
– Em Ap 20.4-5, estão sentados em tronos com Cristo durante mil anos.
DIAGRAMA: (Quiasmo)
Ressurreição dos crentes
Ressurreição dos incrédulos
Julgamento
Novo céu e Nova terra
1ª Ressurreição = um
símbolo do triunfo dos
mártires
2ª Ressurreição
(“reviveram” Ap 20.5)
= A ressurreição geral
e física ensinada no NT
1ª Morte (não
mencionada, mas
subentendida)
= Morte física
2ª Morte = Um símbolo
do castigo eterno, em
separação das bênçãos
de Deus
69
O amilenista vê o apocalipse como sendo composto de várias seções (usualmente sete), cada uma
das quais recapitula os eventos do mesmo período e não sucessivos. Cada uma trata da mesma era,
o período entre a 1ª e a 2ª vinda de Cristo, retomando temas anteriores. Assim, o significado dos mil
anos deve ser achado em algum fato passado e/ou presente.
Dizem que o número sagrado 7 em combinação com o número também sagrado 3 forma o nº da
perfeição 10, que elevado à 3ª potência para formar 1000, o vidente já disse tudo quanto podia
transmitir às nossas mentes a idéia da perfeição total.
Os pré-milenistas estão freqüentemente examinando as Escrituras e estudando os acontecimentos,
procurando alinhar os dois e descobrir quão perto o fim possa estar. De modo geral, os amilenistas
não têm essa preocupação profética.
Aspectos positivos do amilenismo
1) Reconhece que a profecia e escatologia bíblicas fazem uso de grande quantidade de simbolismo,
e as maneja de acordo.
2) Tem procurado fazer exegese séria da passagem bíblica relevante do capítulo 20 do livro do
Apocalípse. Foi, em parte, uma resposta à pergunta dos pré-milenistas: O que significa a
passagem se não ensinar um milênio terrestre?
3) Tem, também, uma filosofia realista da história. O ponto de vista amilenista leva em conta ou
uma deteriorização ou uma melhoria das condições, nem ensinando que o mundo inteiro será
convertido antes da volta de Cristo, nem que as condições do mundo inevitavelmente piorarão.
Aspectos negativos
1) A interpretação amilenista de Apocalípse 20 é que há dois tipos de ressurreição, uma
ressurreição espiritual e uma física. Mediante um exame pormenorizado, pergunta-se se isto cria
uma distinção onde não existe nenhuma.
2) O versículo cinco oferece um problema especial para esta interpretação, pois depois de afirmar
que os mártires vivem e reinam com Cristo por mil anos, a passagem diz: “Os restantes dos
mortos não reviveram até que se completassem os mil anos. Os que participam da primeira
ressurreição não participam da segunda.
DIAGRAMA DO AMILENISMO
70
DOUTRINAS DO PÓS-MILENISMO
De acordo com esse ponto de vista, o Evangelho será pregado a todos, e o mundo se tornará cristão.
– Como conseqüência, a sociedade funcionará cada vez mais de acordo com os padrões de Deus.
– Gradualmente virá uma “era milenar” de paz e justiça sobre a terra.
– No final desse longo período, Jesus voltará, crentes e incrédulos ressuscitarão, ocorrerá o juízo
final e haverá um novo céu e uma nova terra. Então, entraremos no estado eterno.
ARGUMENTOS DO PÓS-MILENISMO
A grande comissão leva-nos a esperar que o Evangelho se propague e acabe resultando num mundo
em boa parte cristão.
Mt 28:18-20 - Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra... E eis que estou convosco
todos os dias até a consumação do século.
Se Jesus tem toda autoridade e promete estar conosco, podemos esperar que isso ocorra.
A questão é: Quanto desse poder Jesus usará para conseguir o crescimento numérico da igreja?
Não há nenhuma evidência que fale da autoridade e do poder de Jesus nesta era.
Parábolas sobre o crescimento gradual do reino indicam que sua influência cobrirá a terra.
Mt 13:31-32 - ... O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda,... o qual é, na
verdade, a menor de todas as sementes, ...e se faz árvore, de modo que as aves do céu vêm
aninhar-se nos seus ramos.
Mt 13. 33 - ... semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas
de farinha, até ficar tudo levedado.
Estas parábolas indicariam que o reino terá influência crescente até transformar o mundo inteiro.
De fato elas nos dizem que o Reino de Deus crescerá gradualmente, mas não falam da dimensão
desse crescimento. Por exemplo:
– Não diz que a semente cresceu até cobrir toda a terra.
– Não diz que a 80% da massa ficou levedada e 20% não.
Os pós-milenistas dizem que o mundo está se tornando mais cristão.
A igreja está crescendo e se disseminando por todo o mundo, mesmo quando perseguida.
– Também diríamos que o mundo está piorando. Ninguém pode afirmar que a humanidade
progrediu muito na luta contra a perversidade e imoralidade que permanece no coração das
pessoas, mesmo entre os cristãos.
–
A modernidade vem acompanhada de índices cada vez maiores de uso de drogas, infidelidade
conjugal, pornografia, homossexualidade, materialismo, roubo, etc.
71
–
–
Em lugares onde os cristãos fiéis à Bíblia são maioria, ainda não ocorre nada parecido com o
milênio.
Se viesse a acontecer uma influência maior do cristianismo sobre as sociedades, faria o pósmilenismo mais plausível, mas também, essa influência poderia ser entendida tanto na
perspectiva pré-milenista, como amilenista.
Devemos notar que algumas passagens do NT parecem negar o pós-milenismo
Mt 7:13-14 - Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz
para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o
caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.
Em vez de ensinar que a maior parte do mundo tornar-se-á cristão, Jesus está dizendo que os salvos
serão poucos em relação aos perdidos.
Lc 18:8 - Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem,
achará, porventura, fé na terra?
Esta pergunta dá a entender que a terra não estará cheia daqueles que crêem, mas sim, uma
apostasia. Veja também: 2Tm 3:1-5; 3:12-13; 4:3-4
Por fim, de maneira mais conclusiva, Mateus 24:15-31 fala de uma grande tribulação antes da volta
de Jesus.
Mt 24:21-30 - Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do
mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais.Não tivessem aqueles dias sido
abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados.
[...] Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua
claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. Então,
aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão
o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.
Esta passagem não fala de um mundo cristianizado, mas um mundo de grande sofrimento e mal,
uma grande tribulação. Ela não diz que a grande maioria do mundo dará as boas-vindas ao Senhor
na sua vinda, mas que todos os povos se lamentarão.
Para explicar essas passagens os pós-milenistas consideram simbólicas a maioria dos elementos de
Mateus 24. Por fim, todas as passagens indicam que Jesus pode voltar logo, a qualquer momento e
que devemos estar prontos para a suas volta.
72
TANATOLOGIA
(A DOUTRINA DA MORTE)
73
O ESTADO ATUAL DOS MORTOS
As ressurreições, que ainda são futuras, provam um estado intermediário para os mortos atuais. A
coisa com que estamos especialmente preocupados é a natureza do estado intermediário.
Os adventistas do sétimo dia, russelitas e alguns outros ensinam o que é conhecido comumente por
“sono dalma”.
–
Um espírito dormente (se tal fosse possível) seria um espírito inexistente. É absurda a idéia de
o espírito estar vivo e estar inconsciente quando livre do corpo.
OS MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTES
Contra esta teoria afirmamos que o espírito do homem não cessa de existir na morte.
–
A parte imaterial do homem encarada como uma vida individual e cônscia, capaz de possuir e
animar um organismo físico chama-se yuch (alma).
–
O agente racional e moral, suscetível de influência e moradia divinas chama-se pneu/ma
(espírito) (A. H. Strong).
–
A parte material do homem é chamada de sw/ma.
A MORTE FÍSICA NÃO ACARRETA A INEXISTÊNCIA DO ESPÍRITO DO HOMEM, PORQUE O
ESPÍRITO NÃO ESTÁ SUJEITO À MORTE FÍSICA.
Temos a prova disto em Mat. 10:28 - Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma;
temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.
Se o homem não pode matar o espírito, então a morte física não tem poder para dar cabo da
existência do espírito.
–
Jesus, ao morrer, entregou o Seu espírito nas mãos de Deus e Estevão entregou o seu espírito
nas mãos de Jesus (Lucas 23:46; Atos 7:59).
–
A morte física é meramente a separação do espírito do corpo.
A REPRESENTAÇÃO DA MORTE COMO UM SONO NÃO ENSINA QUE O ESPÍRITO DORME E
QUE É, PORTANTO, INEXISTENTE.
O sono é puramente um fenômeno físico. A morte é sono só por analogia. E a analogia está na
aparência do corpo, não no estado quer do corpo quer do espírito.
–
No sono o espírito ainda está unido com o corpo e, portanto, condicionado por ele. Mas, na
morte, espírito e corpo estão separados e o espírito separado do corpo não está mais condicionado
pelo corpo.
Paulo descreveu a morte como um sono (1 Cor. 15:6; 1 Tess. 4:14), mas não ensinou a inexistência
dos mortos.
–
Ele considerou a morte, não como uma cessação da existência, mas como uma partida para
estar com Cristo (Fil. 1:23).
–
Estando ausente do corpo, Paulo quis dizer, não inexistente, mas presente com o Senhor (2
Cor. 5:6).
A REFERÊNCIA AOS ÍMPIOS MORTOS COMO “ESPÍRITO EM PRISÃO” MOSTRA QUE OS
MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTES (1 PED. 3:20).
– Moisés não cessou de existir quando morreu, porque séculos depois ele apareceu com Cristo no
monte da transfiguração (Mat. 17:3).
OS HABITANTES DE SODOMA E GOMORRA NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO
MORRERAM (JUDAS 7).
–
Judas os descreve nos tempos do Novo Testamento como “sofrendo a vingança do fogo eterno”.
–
Cristo e o ladrão penitente não cessaram de existir quando morreram.
A RESSURREIÇÃO PROVA QUE OS MORTOS AGORA NÃO ESTÃO INEXISTENTES.
–
Se fosse inexistente, então seria necessário haver uma recriação em vez de uma ressurreição.
A Escritura deve ser explicada pela própria Escritura. As revelações incompletas e indistintas do
Velho Testamento devem ser explicadas pelas revelações mais amplas e mais claras do Novo
Testamento. E à luz destas últimas algumas afirmações no Velho Testamento concernentes ao
estado dos mortos podem ser tomadas somente como a linguagem de aparência. Escritores do
Velho Testamento, não tendo uma revelação clara concernente ao estado dos mortos, muitas vezes
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falaram dos mortos do ponto de vista desta vida. É neste sentido que devemos entender passagens
tais como Jó 3:11-19; 7:21,22; Sal. 6:5; 88:11,12; 115:17; Ecles. 3:19,20; 9:10; Isa. 38:18
OS JUSTOS FALECIDOS ESTÃO COM O SENHOR
–
2Co 5:6-8 “Enquanto estamos no corpo ausente do Senhor... porém temos confiança e
desejamos muito deixar este corpo e habitar com o Senhor”
–
Fp 1:23 “Estou apertado entre os dois, desejando partir e estar com Cristo”.
–
O ladrão arrependido ouviu de Jesus: “Hoje estarás comigo no paraíso”. O paraíso é o terceiro
céu dos judeus, o lugar do trono de Deus (2 Cor. 12:2,4).
OS FALECIDOS ÍMPIOS ESTÃO EM TORMENTO CÔNSCIÊNTE E ARDENTE
Isto está mostrado na história do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31). E também em Judas 7.
–
Mesmo supondo ser uma parábola, Cristo torceu fatos nas Suas parábolas?
–
Que propósito podia Ele ter tido em assim fazer?
O LUGAR ONDE OS ÍMPIOS ESTÃO CONFINADOS É CHAMADO UMA PRISÃO (1 PED. 3:19).
–
São criminosos condenados esperando na prisão até ao tempo de serem mandados para eterna
penitenciária de Deus, o lago de fogo (Apoc. 20:15).
TANATOLOGIA (SHEOL ou HADES E GEENA)
Os Testemunhas de Jeová (TJ) dizem que todas as passagens onde a palavra “Inferno” foi traduzida
da palavra grega GEENA (ge,ennan) significa destruição ou extinção eterna.
Segundo o ensino de Jesus, isso não é assim: Mt 5.22; Mt 18.9; Mt 23.33; etc.
Se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida
com um só dos teus olhos do que, tendo dois, seres lançado no inferno de fogo (Mt 18:9)
O Hades ou Sheol, palavras de mesmo significado, é um lugar de lembranças. Abraão disse ao
homem rico que se lembrasse das boas coisas que desfrutou enquanto vivia na terra. O homem rico
lembrou-se de seus irmãos que estavam na terra. O pecador se lembrará das orações e rogos de
seus pais piedosos. Ele se lembrará de ter ouvido sermões evangelísticos. Ele se lembrará de todas
as vezes que rejeitou a Cristo. Além de ser um lugar de recordações, o Hades é um lugar de
remorso.
O HADES E O GEENA NÃO SÃO UM LUGAR DE ANIQUILAMENTO.
Para provar que o Hades será destruído, os Testemunhas de Jeová citam que “A Morte e o Hades
foram lançados para dentro do Lago de Fogo”.
A Bíblia ensina claramente que o Fogo do Inferno (Geena) é eterno (Ap 19.20; 20.10; Mt 25.41, 46;
Mc 9.44, 46, 48). Em Ap 19.20 vemos a Besta (o Anticristo) e o falso Profeta serem lançados vivos
no LAGO DE FOGO. Após 1000 anos, o Diabo também será lançado no LAGO DE FOGO, e diz a
Bíblia: “onde estão a Besta e o falso Profeta”.
Quanto ao PARAÍSO ou SEIO DE ABRAÃO, há passagens que nos dão razão para crer que Jesus
foi até lá quando foi crucificado (At 2.27-31). Ele prometeu ao ladrão crucificado que o encontraria
ali naquele mesmo dia (Lc 23.43). Mas a Alma de Cristo não permaneceu ali (At 2.27).
Segundo Ef 4.8-10, o Senhor não só ressuscitou, mas também levou consigo as almas redimidas
que antes estavam naquela parte do Hades.
O outro compartimento (Lugar de Tormentos), ou região do Hades não sofreu modificação alguma,
nem sofrerá, até o juízo final (Ap 20).
A DIVISÃO DO HADES
1. O LUGAR DE TORMENTOS (Lc 16.19-23). É o lugar onde os perdidos estão no Hades
aguardando o juízo final, ao término do Milênio. É um lugar de sofrimento antecipado, pois o
definitivo será o LAGO DE FOGO (GEENA) ETERNO (Ap 20.13-15).
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2. ABISMO – (a;busson)
Lc 8.31; 16.26; Ap 9.1,2, 11; Jd 6; Jó 26.6; Pv 15.11; 27.20; Is 14.15; Ap 20-1.3; Rm 10.7.
Este lugar que divide o HADES é morada e prisão de demônios (Jd 6) e os que estão fora não
desejam ir para lá (Lc 8.31).
Existe um anjo que tem as chaves do abismo, ele abrirá o Poço do Abismo e dali subirá uma fumaça
e desta sairão, gafanhotos, isto é, demônios, que agirão durante a grande Tribulação (Ap 9.111;20.1-3). Ali o Diabo ficará preso por mil anos e depois sairá para logo ser lançado no Lago de
Fogo (Ap 20.10).
PERSONAGENS QUE ESCAPARAM DO SHEOL ou HADES
1) Enoque (Gn 5.24; Hb 11.5). Este como tipo da Igreja composta de salvos vivos foi arrebatado,
transformado e não desceu ao Sheol.
2) Elias (2 Rs 2.1-11). Também não morreu, foi arrebatado ao Céu.
3) Moisés (Dt 34.1-6; Jd 9). Moisés apareceu no Monte da Transfiguração foi reconhecido pelos
discípulos. Isto se deu antes da ressurreição de Cristo, quando ninguém poderia ter saído do
Hades. Moisés apareceu com o corpo glorificado, todavia a Bíblia nos diz que morreu e foi
sepultado. Cremos que Moisés, passou pouco tempo morto, e logo ressuscitou, pois não deu
tempo dele chegar ao Hades. Mas mesmo que ele tenha estado lá, Deus é poderoso para tirá-lo
de lá. O Diabo foi procurar o corpo de Moisés, porque (Jd 9) ele não havia chegado lá.
É certo que Moisés não é as primícias dos que dormem, mas ele era a semelhança de Cristo (Dt
18.15), o Profeta que havia de vir. Seu aparecimento na Transfiguração deixa-nos duas opções:
Ele morreu e ressuscitou, ou então foi trasladado.
Fica o mistério, todavia podemos afirmar que ele não esteve no Hades, ou se esteve, demorou pouco
tempo. Moisés durante a sua vida já gozava de algumas características especiais no seu corpo
físico: “Não se lhe escureceu a vista” e “Nem lhe fugiu o vigor” (Dt 34.7).
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Não podemos explicar satisfatoriamente a severidade do castigo eterno de Deus, nem tão pouco
sondar as profundezas de Seu Grande Amor e Misericórdia, demonstrados para com os pecadores
perdidos que não merecem outra coisa que não o castigo, e, contudo, pela graça de Nosso Senhor
Jesus Cristo são levados para sentar-se com Ele nos lugares celestiais (Rm 11.22; Ef 2.6).
Compreendemos, pela magnitude dos sofrimentos de Cristo, que o castigo que receberá o homem
impenitente será tão terrível que ninguém poderá sequer imaginar. Nenhum homem é obrigado a ir
para o Inferno, mas a todos se roga que tenham misericórdia de suas próprias almas e volte-se para
Cristo em busca de refúgio.
O homem não vai para o Inferno porque é pecador, mas porque não quer ser salvo. João 3.36 diz:
Quem crê no Filho tem a Vida Eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá
a Vida, mas sobre ele permanece a irá de Deus.
Portanto, conhecendo o temor do Senhor, procuramos persuadir os homens (2 Co 5.11).
De sorte que somos embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse. Rogamovos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus (2 Co 5.20).
A REDENÇÃO DA TERRA
OS TRÊS PRINCIPAIS EVENTOS DA REDENÇÃO SEGUEM OS TRÊS ELEMENTOS
IMPLICADOS NA PERDA:
1) A conversão: Redenção da alma
(Gl 3.13) – Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em
nosso lugar, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro.
2) A ressurreição: Redenção do corpo
(Rm 8.23) - E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito,
igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do
nosso corpo.
3) A segunda vinda de Cristo: Redenção da Terra (Rm 8.21; Mt 19.28)
(At 3.21) – ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas
as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade.
QUAL É O PROPÓSITO DE DEUS PARA A TERRA?
Para ser habitada:
(Is 45.18) - Porque assim diz o SENHOR, que criou os céus, o Deus que formou a terra,
que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu
sou o SENHOR, e não há outro.
Para manifestar sua glória como nos dias do milênio (is 4.1-6):
(Is 4.2) - Naquele dia, o Renovo do SENHOR será de beleza e de glória; e o fruto da terra,
orgulho e adorno para os de Israel que forem salvos. Será que os restantes de Sião e os
que ficarem em Jerusalém serão chamados santos; todos os que estão inscritos em
Jerusalém, para a vida, quando o Senhor lavar a imundícia das filhas de Sião e limpar
Jerusalém da culpa do sangue do meio dela, com o Espírito de justiça e com o Espírito
purificador.
O que houve com a terra?
Com a queda de Satanás tornou-se um caos:
(IS 14.12) - Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por
terra, tu que debilitavas as nações!
Com a queda de Adão foi amaldiçoada
(GN 3.17-18) - E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da
árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas
obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e
abrolhos, e tu comerás a erva do campo.
Adão perdeu para Satanás o direito de dominá-la. (Lc 4.6)
Adão não podia, por recursos próprios, saldar a dívida para retomá-la. Somente o RESGATADOR ou
PARENTE REMIDOR. (Rt 2.1-3; 4.1-10)
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A REDENÇÃO DA TERRA TEM TRÊS OPÇÕES (Lv 25.26-28; Jr 32.6-14)
1) O parente remidor – tipo de Jesus
2)
O esforço próprio de Israel
(Lv 25.26-27) - Se alguém não tiver resgatador, porém vier a tornar-se próspero e achar o
bastante com que a remir, então, contará os anos desde a sua venda, e o que ficar restituirá
ao homem a quem vendeu, e tornará à sua possessão. (Israel fracassou)
a. A Redenção é efetuada somente pelo sangue. (A vida está no sangue)
3)
A terceira opção da redenção da terra é o jubileu (Lv 25.25-28)
Os documentos de posse: a escritura selada e a aberta
Quando o terreno era vendido lavrava-se uma escritura, que era escrita por dentro, assinada por fora
e enrolada e selada. Só o resgatador podia romper o lacre (Jr 32.6-15; Lv 25).
Adão vendeu a terra a Satanás, e ela tornou-se uma propriedade comprada. Após o Arrebatamento
ficará parecendo que ele se tornou o único proprietário, pois a Igreja estará ausente. Mas é Deus
quem tem a Escritura da terra. O livro selado é a evidência que a terra está sujeita à REMISSÃO, se
houver um Parente Remidor que possa e queira pagar o preço.
O rompimento dos selos no Apocalipse é o processo da posse da terra.
Ap 5.1-4) - Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por
dentro e por fora, de todo selado com sete selos. Vi, também, um anjo forte, que
proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos? Ora,
nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem
mesmo olhar para ele; e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o
livro, nem mesmo de olhar para ele.
O apóstolo João chorou porque ninguém era digno de abrir o selo. Por quê?
Aí é que entra Jesus, o nosso parente Remidor.
Só ele pode resgatar a propriedade comprada. Só ele pode despejar Satanás. (o Sangue)
(Ap 5.9-10) - Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de
Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos. Então, vi, no meio do
trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido
morto. E entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos,
porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda
tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e
reinarão sobre a terra.
– Este livro não era o Livro da Vida, mas a Escritura da Terra.
(Jr 32.6-9; 13-14) - Disse, pois, Jeremias: Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Eis
que Hananel, filho de teu tio Salum, virá a ti, dizendo: Compra o meu campo que está em
Anatote, pois a ti, a quem pertence o direito de resgate, compete comprá-lo. Veio, pois, a
mim, segundo a palavra do SENHOR, Hananel, filho de meu tio, ao pátio da guarda e me
disse: Compra agora o meu campo que está em Anatote, na terra de Benjamim; porque teu
é o direito de posse e de resgate; compra-o. Então, entendi que isto era a palavra do
SENHOR. Comprei, pois, de Hananel, filho de meu tio, o campo que está em Anatote; e lhe
pesei o dinheiro, dezessete siclos de prata...
Perante eles dei ordem a Baruque, dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de
Israel: Toma esta escritura, esta escritura da compra, tanto a selada como a aberta, e meteas num vaso de barro, para que se possam conservar por muitos dias;
Este é o livro da Redenção, que contém a história da queda do homem e sua redenção por meio de
Jesus Cristo. Assim como a terra já podia ser contada como de Israel nos dias de Moisés, embora
lhe faltasse a posse, a expulsão dos povos que estavam na terra, também haverá necessidade que
haja vingança e posse da terra, uma grande luta por parte do Senhor e seus santos contra Satanás e
seu reino.
A TERRA É VISTA SOB DOIS PONTOS DE VISTA:
A TERRA DA PROMESSA: ISRAEL
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O processo para herdá-la é literal. O herdeiro é Israel e os posseiros são os Árabes. Israel rejeitou
seu Parente Remidor, e quer conseguir a Posse da Terra por esforço próprio, mas não conseguirá.
O PLANETA TERRA: AS NAÇÕES
O processo para herdá-la é espiritual. O herdeiro são as nações e o posseiro é Satanás.
O PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA DE CULPA (Dt 21.1-7; Mt 27.11-26)
(Dt 21:1-7) - Quando na terra que te der o SENHOR, teu Deus, para possuí-la se achar
alguém morto, caído no campo, sem que se saiba quem o matou, sairão os teus anciãos e
os teus juízes e medirão a distância até às cidades que estiverem em redor do morto. Os
anciãos da cidade mais próxima do morto tomarão uma novilha da manada, que não tenha
trabalhado, nem puxado com o jugo, e a trarão a um vale de águas correntes, que não foi
lavrado, nem semeado; e ali, naquele vale, desnucarão a novilha. Chegar-se-ão os
sacerdotes, filhos de Levi, porque o SENHOR, teu Deus, os escolheu para o servirem, para
abençoarem em nome do SENHOR e, por sua palavra, decidirem toda demanda e todo
caso de violência. Todos os anciãos desta cidade, mais próximos do morto, lavarão as
mãos sobre a novilha desnucada no vale e dirão: As nossas mãos não derramaram este
sangue, e os nossos olhos o não viram derramar-se.
–
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–
O morto é o tipo de nossos delitos e pecados.
Os anciãos representam o povo de Israel.
As cidades mais chegadas tipificam o mundo todo culpado (Rm 3.23).
A novilha é o tipo de Jesus.
O vale áspero é o tipo do Calvário.
O ato de lavar as mãos sobre a novilha é o tipo da transposição da culpa e aceitação da
substituição efetuada pela novilha.
Pilatos é o tipo dos gentios. Ele lavou as mãos do sangue inocente e transpôs a culpa dos
gentios para o Cordeiro de Deus.
O que era para Israel fazer, os gentios fizeram. O que Israel fez foi pedir que o sangue de Jesus
caísse sobre eles. Por isso, quando Jesus morreu, seu sangue foi derramado sobre a Terra. (O preço
da Redenção da terra e de todo o que crê e continua caindo sobre os judeus (Mt 27.24-25).
AOS GENTIOS CABE CRER EM JESUS E ESPERAR A OCASIÃO DA POSSE DA TERRA.
Os judeus precisam pagar um preço caro até que chegue a posse. Esse acontecimento marcará o
momento de uma grande alegria nos céus (Ap 12.12).
O Ano Aceitável do Senhor é o tempo do resgate da alma, é o tempo da Graça. (Is 61.1-2 c/ Lc 4.1819)
A TERRA SERÁ RESTAURADA!
A NOVA CRIAÇÃO – NOVOS CÉUS E NOVA TERRA
Diversas passagens da Escritura chamam a atenção para eles. (Ap 21.1-2; Is 65.17; 66.22; 2ª Pe
3.10-13).
São chamados novos, mas não quer dizer que sejam novos no sentido absoluto, pois a Terra
permanecerá para sempre. (Ec 1.4; Sl 104.5; 119.90)
(Ec 1.4) - Geração vai e geração vem; mas a terra permanece para sempre.
Nas passagens que falam que a terra e o céu passarão (Ap 21.1; Mt 5.18, etc) a palavra é
pare,rcomai que significa passar de uma condição para outra. A idéia é de transição, não
de aniquilação. No Milênio a terra será regenerada (Mt 19.28). No final do Milênio haverá a
purificação final dos povos da terra (Mt 25.31-46), quando somente as ovelhas, isto é, somente as
nações justas entrarão na Eternidade. Assim a redenção estará completa, e a voz do trono de Deus
anunciará o encerramento do processo.
(Ap 21.5) - Eis que faço novas todas as coisas!
Fim
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Anotações das aulas ministradas nos cursos de Teologia da Igreja Batista Príncipe da Paz e Igreja
Batista Caminho da Paz.
Conhecendo as doutrinas da Bíblia – Myer Pearlman; Ed. Vida
Apostila “Rudimentos da doutrina de Cristo” – Pr. M. Antonio de Souza
Apostila “O dia do Senhor II” - Pr. Antonio Carlos Gonçalves Bentes
Contato: [email protected]
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