CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO – UNIFRA MESTRADO EM NANOCIÊNCIAS DISCIPLINA DE NANOTECNOLOGIA Mestranda: Ana Paula Tasquetto da Silva Resumo referente ao artigo: “Magnetic-nanoparticle-modified paclitaxel for targeted therapy for prostate cancer” Biomaterials (2010) 31, 7355-7363 RESUMO: Este artigo fala sobre nanopartículas magnéticas conjugadas com paclitaxel (PTX), fármaco utilizado no tratamento do câncer. Nos últimos anos, o câncer de próstata tem se tornado o sexto câncer mais comum no mundo e o terceiro mais comum em homens. A quimioterapia com fármacos da classe dos taxanos, tais como o PTX, é o tratamento padrão utilizado, pois prolongam a sobrevivência dos pacientes. Entretanto, causam efeitos colaterais tóxicos, principalmente hematológicos, o que leva o paciente a desistir do tratamento com esse fármaco. Nanopartículas magnéticas revestidas com polímeros hidrofílicos ou hidrofóbicos estão sendo propostas para a redução destes efeitos colaterais, pois possuem um excelente potencial terapêutico além de apresentar uma excelente biocompatibilidade com células e tecidos. Sendo assim, nanopartículas magnéticas (NPM) revestidas com um polímero condutor (polianilina – SPAN) e conjugadas com PTX foram desenvolvidas e avaliadas quanto a sua solubilidade em água, estabilidade térmica e efeito inibitório sobre o crescimento das células causadoras do câncer de próstata. Estas NPM foram guiadas até seu local de ação através da aplicação externa de um campo magnético. O diâmetro médio destas partículas foi de 80,6 nm para as NPM livres e de 73,7 nm para as NPM-SPAN, e o potencial zeta caiu de 43,5 mV para -30,5 mV quando o PTX foi adicionado a NPM-SPAN. Estes resultados indicam que as NPMs estão revestidas por uma camada de polímero (SPAN) e o PTX foi efetivamente conjugado na superfície da partícula. A meia-vida de ambas as partículas diminuiu quando a temperatura de armazenamento aumentou, porém as NPM-SPAN conjugadas com PTX apresentaram uma maior estabilidade quando comparadas com as NPM-SPAN sem PTX (144h versus 32h a 25ºC, e 57h vs 19h a 37ºC). Esta maior estabilidade térmica pode prolongar a duração em que o PTX pode circular de forma eficaz no corpo humano. Além disso, o PTX conjugado foi mais citotóxico para células de carcinoma de próstata humana de que o PTX livre, e a inibição do crescimento celular foi ainda mais pronunciada quando um campo magnético foi aplicado ao PTX-limite. A partir destes resultados pode-se observar que nanopartículas magnéticas conjugadas com paclitaxel estão sendo desenvolvidas com sucesso e poderão ser utilizadas de forma eficaz no tratamento do câncer de próstata, utilizando uma menor dose terapêutica e consequentemente, com menos efeitos colaterais.