controle gerencial em propiedades rurais: suporte informacional as

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PROCEDIMENTOS HOSPITALARES EM FOCO: A RELEVANCIA DOS CUSTOS
BEM MENSURADOS
Resumo
Conhecer nos dias atuais os custos que compõem os produtos ou serviços é de suma importância para qualquer
tipo de organização. Em razão dessa importância é que, por meio de uma pesquisa exploratória e fazendo uso do
método de estudo de caso, buscou-se apurar os custos do procedimento X e Y do Hospital Solidariedade. Para
tanto, se fez necessário, primeiramente fazer uma revisão bibliográfica a fim de dar suporte à analise, e
posteriormente na conclusão. Assim, conceituaram-se inicialmente custo, despesa, custos diretos e indiretos, e
fixos e variáveis. Em seguida desenvolveu-se pesquisa bibliográfica para definir a organização hospitalar e a
estrutura organizacional paralelamente com visitas sistemáticas a instituição e aos setores onde ocorrem os
procedimentos X e Y. A coleta dos dados foi realizada por meio da observação direta e entrevistas junto a
colaboradores. Para a distribuição dos custos indiretos buscou-se a melhor opção de rateio para atribuir os custos
aos procedimentos. Após esses cuidados apurou-se o custo do procedimento X e Y pelo custeio por absorção. A
analise dos dados sempre esteve pautada no embasamento teórico, a luz da teoria contábil, dando suporte para a
conclusão da pesquisa. Os objetivos do estudo foram alcançados, além de fortalecer os conceitos de
contabilidade, constatar a importância da contabilidade inclusive na área hospitalar, embora ainda de forma
muito incipiente.
Palavra-chave: custos, organização hospitalar, custeio por absorção.
HOSPITAL PROCEDURES ON FOCUS: THE RELEVANCE OF WELL MEASURED
COSTS
Abstract
Currently, knowing the costs that compound either the products used or services supplied is of
extreme importance for any type of organization. Taking into account such an importance, the
costs of procedures X and Y, performed at Hospital Solidariedade, were analyzed through an
exploratory research, by making use of case report methodology. Thus, it was necessary to
perform a bibliographical revision in order to give support firstly to the analysis, and later to
the conclusion of the study. Therefore, costs, direct and indirect expenses, fixed costs and
variables were initially considered. Afterwards, a bibliographical research was carried out to
define the hospital organization and the organizational structure, as well. That was done
parallelly with systematic visits to the institution and to the units where X and Y procedures
are accomplished. Data collection was carried out through both, direct observation and
interviews with the subjects. For the distribution of the indirect costs, the best sharing option
was searched, in order to attribute costs to the procedures. Afterwards, costs regarding X and
Y procedures were analyzed by using absorption costs. Data analysis was based on theoretical
fundaments, on the light of the accounting theory, what gave support to the research
conclusion. Although the results of the investigation are considered quite incipient yet, the
purposes of the study were achieved by strengthening accounting concepts and by confirming
the.importance.of.accountancy.in.the.health.units.
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Key words: Costs; Hospital organization; Absorption costs.
1. Introdução
Observa-se ao longo do tempo, que a contabilidade é uma ciência contemporânea da
humanidade que vem sofrendo os reflexos do rápido avanço científico e tecnológico mundial,
e ainda, que a concorrência enquanto fruto da globalização é um dos fatores que desafiam os
gestores das organizações, assim como a exigência por qualidade, e a redução nos preços dos
produtos e serviços. Torna-se claro então, a necessidade da geração de informações úteis e
oportunas ao processo de gestão empresarial para a tomada de decisão.
Nesse contexto, a contabilidade de custos assume papel relevante, como apoio aos
gestores na tomada de decisão, por meio dos controles que atestam à veracidade das
informações relacionadas ao custo dos produtos ou serviços. Verifica-se então, que os
relatórios contábeis possibilitam visualizar qual o produto mais rentável, além da margem de
contribuição por produto como também dos serviços. Disponibilizam ainda, meios para a
avaliação e redução dos custos, que é arma vital contra a concorrência, e fundamental para a
sobrevivência da organização.
Ressalta-se ainda, que a economia passa por período onde as desigualdades sociais
tornam-se cada vez mais acentuadas, gerando reflexos em alguns setores, como é o caso dos
hospitais, uma vez que são consideradas empresas complexas, com grande dificuldade em
administrar os custos dos procedimentos hospitalares devido à falta de uma administração
profissionalizada já que a grande maioria dessas instituições é administrada por médicos. Que
se especializou na saúde e não na administração organizacional. Resultando em algumas
vezes a não atingir os resultados sociais, assistenciais, operacionais e econômicos em níveis
satisfatórios. Justificada pelo trabalho emergencial e variável, pela aplicação direta dos
serviços em seres humanos, pela difícil mensuração dos resultados, pela diversidade de
profissionais envolvidos e pela falha de controle gerencial (STRUETT, 2005).
Desse modo, as organizações hospitalares procuram adotar ferramentas de gestão
próprias frente às transformações que vêm ocorrendo na área da saúde. Dentre os sistemas de
gestão disponíveis destacam-se os sistemas de custeio, os quais permitem mensurar o custo
dos serviços e gerar informações para o planejamento, o controle e a tomada de decisão para a
administração das organizações hospitalares.
Verifica-se então que os objetivos de um sistema de custos adequado para um
hospital, conforme a American Hospital Association, incluem os seguintes componentes: a)
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informações para comunicação, negociação, planejamento e gerência dos níveis de pessoal
hospitalar e entre o hospital e instituições reguladoras; b) uma metodologia de medição dos
efeitos de alterações em intensidade e diversidade de casos atendidos; c) um método de
avaliação e medição de performance comparada a um plano prefixado (no Brasil, poderia ser
a tabela da Associação Médica Brasileira – AMB, os diversos tipos de convênios privados e o
convênio público com o Sistema Único de Saúde); d) uma forma de prover a informação
necessária para a gerência eficiente da organização e melhorar o desempenho financeiro; e f)
um método capaz de identificar funções ineficientes e de demonstrar qual é a natureza do
problema em termos de custo, volume ou prática organizacional (FALK, 2001).
Portanto ao exercer suas funções, especialmente a de prevenção de doenças e
restauração da saúde, a organização hospitalar faz com que ocorra o consumo de materiais e
de recursos humanos, em função dos serviços prestados aos pacientes. Podendo então ser
considerada uma empresa fornecedora de multiprodutos, com vários processos de produção
altamente interdependentes, cujos produtos se articulam para a produção de seu principal
produto, qual seja, o diagnóstico e o tratamento do paciente. Tal interdependência prende-se
ao fato de o produto de um processo ser simultaneamente insumo de outro. Um exemplo
claro, é o laboratório de análises é o setor produtivo e, ao mesmo tempo, é insumo já que o
principal objetivo do hospital é a prevenção de doenças e a restauração da saúde (STRUETT,
2005).
No âmbito específico desta pesquisa, o estudo de como os gestores obtém as
informações dos custos é justificável até como posicionamento, sob a forma de feedback, em
relação aos esforços da organização na busca de seus propósitos, estabelecendo formas
diversas, meios e recursos, que resultem em informações de valor.
No campo teórico segundo STRUETT (2005), a organização hospitalar ao exercer
suas funções, especialmente os de prevenção de doenças e restauração da saúde, incorre no
consumo de materiais e de recursos humanos, em função dos serviços prestados aos pacientes.
Esse consumo ocorre em razão da poliformidade das atividades desenvolvidas, a saber: a)
atividades clínicas – desenvolvidas no ambulatório de pronto atendimento, unidades de
internação, centro cirúrgico e obstétrico, exercidas por médicos e enfermeiras; b) atividades
administrativas – realizadas pela administração financeira, de recursos humanos, do
almoxarifado e do patrimônio; e c) atividades de apoio ou assistencial – lavanderia,
segurança, zeladoria, higiene e limpeza, nutrição, farmácia e laboratório.
Ainda, de acordo com STRUETT (2005), a organização hospitalar pode ser
considerada uma empresa de multiprodutos, com vários processos de produção altamente
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interdependentes, cujos produtos se articulam para a produção de seu principal produto,
representado pelo diagnóstico e tratamento do paciente. Tal interdependência refere-se ao fato
de o produto de um processo ser simultaneamente insumo de outro. Por exemplo, a roupa
lavada é produto da lavanderia e, simultaneamente, insumo do processo de produção de
cirurgias e internação.
Após a contextualização é que se estabelece a questão central da pesquisa: Quais os
custos dos procedimentos X e Y adotando o método do custeio por absorção?
Justifica-se a relevância deste estudo à medida que busca apurar os custos dos
procedimentos X e Y de uma organização hospitalar utilizando o método de custeio por
absorção, ao mesmo tempo em que contribui para que os gestores façam uma reflexão se os
métodos utilizados estão fornecendo informações dos custos dos procedimentos hospitalares
executados pelo hospital. E quanto à limitação fica limitado ao Hospital Solidariedade, e
quanto ao tempo de coleta dos dados o período base foi o mês de agosto de 2006.
2. Elementos Teóricos
Dado que o presente estudo utiliza-se de um arcabouço teórico de planos diversos, esta
secção destina-se ao posicionamento constitutivo e operacional da temática.
2.1 O Hospital como uma Organização de Saúde
O hospital é uma organização que procura atingir objetivos por meio de atividades
colaborativas, sempre visando à qualidade no atendimento ao paciente e à ausência de
desperdícios ao gerenciar os recursos, independente de sua característica, se instituição
pública, particular, ou filantrópica.
Tem como intuito principal proporcionar cuidados adequados aos pacientes dentro dos
limites de conhecimento, da tecnologia médica e de organização das atividades humanas,
assim como dos recursos institucionais. É necessário então, um sistema de coordenação
interna eficiente, devido às características suplementares e interdependentes que determinam
as funções especializadas.
Para Gonçalves1 (1983, apud Kuwabara, 2003 p. 110), o hospital possui uma
característica própria que o diferencia de outras organizações:
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É humanitária, burocrática e autoritária, com uma extensa divisão de trabalho
especializado que mobiliza habilidades e esforços de grande número de
profissionais, semiprofissionais e não profissionais, para dar a pacientes individuais
e serviço personalizado, tendo para tanto necessidade de coordenação adequada.
O hospital como já foi citado é uma instituição complexa. Porém, é mais um sistema
humano, do que mecânico, devido às atividades industriais que são mescladas com a ciência e
tecnologia de procedimentos utilizados em seres humanos. É também, uma organização quase
burocrática, com regras e regulamentos para controle, dando ênfase a mecanismos formal e
procedimentos que lhe dão um caráter autoritário. Pois, baseia-se no fato de que, com a vida
humana em jogo, deve-se ter pouca tolerância para erros e negligência, os quais podem ser
prevenidos e controlados por meio de regras e regulamentos ( KUWABARA, 2003).
A organização hospitalar agrega um conjunto de serviços muito vasto. É ao mesmo
tempo, clínica, hotel, restaurante, farmácia, lavanderia, laboratório, entre outros. Envolve
ainda um grande número de especialidades e especialistas, possui tecnologia simples até as
mais sofisticadas, com uma grande gama de usuários, que procuram serviços desde o mais
simples como fazer um curativo como mais complexo, cirurgia cardíaca dentre outras..
No Brasil há certa fragilidade do sistema de saúde, onde os investimentos estão muito
longe do mínimo para garantir o atendimento das necessidades básicas de saúde da população.
Os recursos de infra-estruturas, financeiros ou humanos, além de limitados, não são
confiavelmente administrados (DATASUS, 2006).
Devido a essa fragilidade no sistema de saúde, o desafio para a área pode não se
resumir à prestação de um bom atendimento, seja a quem possua ou não condições
financeiras. Talvez, a própria sobrevivência dessas organizações hospitalares seja o maior de
todos os desafios.
Verifica-se também que as organizações hospitalares tem inúmeras funções e que as
mesmas variam muito quanto à nomenclatura e composição, KUWABARA (2003) afirma que
é possível classificar os hospitais, segundo sua função, em quatro grandes grupos:
Restaurativa – Compreende aqueles que têm a proposta de tratamento; diagnóstico,
tratamento das doenças e reabilitação, tanto na condição de internato ou em situação
de emergência (interna e externa ao hospital).
Preventiva – Incluem-se os cuidados oferecidos à comunidade: supervisão e
acompanhamento, educação sanitária, controle de doenças infecciosas, saúde
ocupacional e higiene do trabalho.
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Educativa – Destaca-se a formação dos profissionais da área de saúde e de outras
profissões correlatadas: nível técnico, graduações e pós-graduações.
Pesquisa – Abrange aspectos físicos, psicológicos e sociais da saúde e de doença. Sob
a ótica da administração hospitalar, o próprio hospital pode realizar as pesquisas com
os profissionais internos e externos.
Após a identificação dos grupos a qual se podem enquadrar as organizações
hospitalares verifica-se também que a estrutura organizacional
segundo GONÇALVES
(1998) como sendo o arcabouço definidor de responsabilidades, de autoridades e de
comunicação entre os indivíduos em cada segmento da organização, bem como da função de
cada parte com as demais e para com a organização como um todo. De forma geral, a
estrutura organizacional é montada com o objetivo de promover a coordenação dos membros
da organização e apresenta-se como uma estrutura grande e complexa.
Para Gonçalves (1998) a estrutura organizacional dos hospitais abrange desde os
classificados como pequenos até os grandes, e estes vêm sofrendo no decorrer do tempo
modificações tanto em sua estrutura física como na forma de administrar. Algumas dessas
modificações buscaram a racionalização dos esforços humanos, com o objetivo de atingir a
meta estabelecida pela instituição.
Desse modo observa-se que em cada setor de um hospital existem diversos tipos de
papeis, funções, autoridades e responsabilidades, sendo comum o médico dividir seu tempo
entre a atividade profissional e a administrativa em uma organização. Porém, muitas vezes,
não está preparado para exercer esta função, revelando resistência às práticas administrativas
e dedicando-se à medicina (RAIMUNDINI et al, 2003).
Nogueira (1994, p.15) comenta que a produção de serviços de saúde é executada por
um grupo extremamente heterogêneo de agentes, em que aparecem, de um lado, os médicos e,
de outro, uma ampla gama de trabalhadores, com níveis educacionais e de qualificação
profissional muito distinto entre si. O usuário de saúde não é como um consumidor comum
diante das mercadorias e muitas vezes, está desprovido de conhecimentos técnicos que lhe
permitam avaliar a adequação do serviço às suas necessidades.
Nesse aspecto o que se entende é que os hospitais são organizações prestadoras de
serviços, devido à simultaneidade entre a produção e o consumo do bem, o qual é intangível.
Portanto, caracteriza-se como um trabalho de interface com o cliente (paciente), devido à
proximidade com o sujeito que recebe os serviços e à qualificação dos profissionais
envolvidos (médicos e enfermeiras) para prestar os serviços. Nesse caso, os médicos e
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enfermeiras são os agentes responsáveis pela qualidade do atendimento e na assistência no
tratamento dos pacientes, com influência direta no resultado total.
Com relação à organização hospitalar ressalta-se a existência de recursos de
transformação que são o prédio onde está instalado o hospital, o corpo médico e de
enfermagem, que agem sobre os recursos transformados, que são os pacientes. O processo
que em uma empresa seria a entrada de matéria prima e as saídas o produto, no hospital as
entradas consiste em transformar materiais, informações e consumidores, enquanto que a
saídas, geralmente é um novo bem ou serviço prestado,ou seja o produto do hospital é
corresponde à recuperação do paciente (STRUETT, 2005).
Em razão das inúmeras dificuldades econômico-financeira, oriundas da complexidade
da conjuntura nacional, vivenciadas pelas entidades no decorrer dos anos, têm contribuído
muito para tornar o custo um tema no gerenciamento das organizações privadas, ou públicas,
sejam elas de fins lucrativos ou mesmo filantrópico, como as organizações hospitalares
(BERTÓ, 2005).
Todavia sabe-se hoje que uma unidade hospitalar tem de ser olhada e administrada
como uma empresa que dá lucros, ou ao menos, no caso de uma entidade pública, que
administre dentro das possibilidades financeiras existentes, sem prejuízo ao Estado e à Nação.
Além da modernização dos padrões administrativos, a busca pela excelência profissional se
torna constante ( KUWABARA, 2003).
Sendo assim, é necessário um número adequado de pessoas qualificadas para executar
os planos e atingir os objetivos da organização, propostos pela administração. As
qualificações dos membros da equipe irão variar de acordo com as exigências de seus
diferentes serviços, ainda que cada um precise compreender que possui um lugar definido e
importante dentro da organização, vale lembrar que um depende do outro, caso se queiram
atingir os objetivos. Desse modo uma boa administração procura colocar cada pessoa no
trabalho que mais se adapte às suas capacidades. Porém, as organizações hospitalares nem
sempre isso é possível, devido a complexidade dos serviços prestados. E as pessoas
responsáveis sejam médicos ou enfermeiros não lidam com um produto que caso estrague da
para consertar ou vender como sucata. Na organização hospitalar um erro pode significar a
mutilação ou a morte de um paciente (GRAY, 1994).
Assim administrar uma organização hospitalar vai além da preocupação em
administrar bem os custos, mas principalmente administrar os recursos e as pessoas de
maneira que a vida seja em toda sua essência respeitada e preservada. CHERUBIN (1996)
relata que, “as perspectivas futuras da Administração Hospitalar são as melhores possíveis.
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Para ele, o mercado necessita de profissionais formados em escolas especializadas,
traduzindo, na prática, as qualidades advindas da academia”, e ainda, que tenham a
sensibilidade de saber que lidam com pessoas.
3. Metodologia
O posicionamento da pergunta de pesquisa evidencia seu caráter exploratório. Optouse também pelo enfoque qualitativo e quantitativo, fundamentalmente pela natureza do
problema e pela abordagem cercada dos fundamentos posicionados.
Em termos de definição das perguntas da pesquisa, tendo em vista a necessidade de
formular perguntas de maneira clara e precisa que atendam ao objetivo geral, assim foram
formuladas as seguintes perguntas, que deve ser respondida.
 Qual o método adotado pelo Hospital Solidariedade para apurar os custos dos
procedimentos hospitalares?
 Qual o custo do procedimento X e Y, pelo método do custeio por absorção?
É importante determinar o âmbito da pesquisa, já que não é possível explorar todos os
ângulos do fenômeno, ficando restrita ao Hospital Solidariedade, e apuração dos custos dos
procedimentos X e Y. Entendendo não ser possível apurar o custo de todos os procedimentos
executados do hospital, em razão do tempo para execução.
Desse modo o desenho da pesquisa não fugiu ao usual, seguindo a seqüência lógica de
caracterização dos dados empíricos, definição dos instrumentos e sujeitos da pesquisa,
procedimentos de coleta e análise. Somando-se a observação não-participante e análise
documental. A pesquisa envolveu também a coleta de dados primários por meio de entrevistas
semi-estruturadas. É oportuno, lembra TRIVINÕS (1992), no que diz respeito à adoção da
observação para destacar as dimensões singulares envolvendo os elementos e as relações no
mesmo contexto que envolve os serviços. Assim, a técnica foi utilizada em visitas aos setores
do hospital e também às unidades de atendimentos, mas também na execução dos
procedimentos.
Os dados primários foram obtidos através de entrevistas individuais semi-estruturadas,
com uso de perguntas concebido sob a meta de obter explicações para as questões norteadoras
da pesquisa. Com relação aos dados secundários, foram obtidos por meio da análise de
documentos e participação em reuniões realizadas com os diretores e funcionários e corpo
médico, registros de arquivos corporativos (meios diversos) e matérias publicadas nos
informativos periódicos do hospital, o que permitiu resgatar cenário e contextos, além de
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estabelecer a compreensão do atual estágio da organização e do nível de interação do pessoal
com os pacientes.
3.1 Escolha dos entrevistados e sinopse da análise
O Hospital Solidariedade está localizado na cidade de Cianorte, região noroeste do
Paraná, e foi instituído em 15 de dezembro de 1992, como uma entidade de direito privado,
sem fins lucrativos. Estabelece o artigo 2°, do Estatuto que a fundação é instituída de direito
privado regendo-se pelo Código Civil e demais leis aplicáveis gozando de autonomia, e tem
como finalidades; prestar assistência médico-hospitalar a todos os que necessitam, sem
distinção de raça, cor, sexo, nacionalidade, ideologia política, ou credo religioso. E quanto a
estrutura operacional deve estar em conformidade com os recursos de que venha a dispor, por
si ou por convênios com terceiros, inclusive órgãos governamentais objetivando assistência e
orientação médica, em geral.
E ainda, segundo o Estatuto o objetivo principal é criar e manter em seus
estabelecimentos hospitalares, na medida de suas disponibilidades e, se possível, mediante
convênios com outras pessoas, quer de direito público, quer de direito privado, unidade para
manutenção de cursos, órgãos de treinamentos, que visem elevar o padrão de atendimento
médico-hospitalar e aperfeiçoamento do pessoal técnico-profissional.
Com relação ao objetivo secundário criar órgãos de divulgação científica e de
publicações populares que vise auxiliar na orientação médico-sanitária da população.
Colabora em tudo o que lhe for possível, com órgãos públicos municipais, estaduais,
autárquicos ou federais, na defesa da saúde e assistência médico-hospitalar e sanitária do povo
em geral.
No aspecto administrativo a administração da Fundação é realizada pelo Conselho
Diretor, Conselho Fiscal e Secretaria Executiva. Sendo que o Conselho Diretor é um órgão
deliberativo, e constituído por representantes de entidades de pessoa jurídica, de associação
ou mesmo pessoa física da região Norte do Paraná, devidamente admitidos pela Fundação. E
ainda, por representantes dos profissionais médicos e paramédicos que prestam serviços à
Fundação.
Quanto a abrangência de atendimento o Hospital Solidariedade recebe paciente
oriundo de 39 municípios da região, além de integrar os sistemas Estaduais de Referência para
atendimento de Urgência e Emergência, e também de Referência para Atendimento de
Gestante de Alto Risco.
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Com relação as instalações físicas do Hospital Solidariedade as mesmas ocupam uma
área total de 3.867,13 m², dispõe de 68 leitos, com 56 ativos, um Pronto Socorro com
atendimento em regime de plantão permanente, médicos, fisioterapeuta, nutricionistas,
consultórios e tem uma média mensal em torno de 410 internamentos. Mantém setores de
internação diferenciados, como duas áreas de isolamento para pacientes portadores de
moléstias infecto-contagiosa, e o quadro de colaboradores, é composto por 120 funcionários.
Quanto aos procedimentos selecionados para o estudo, segundo PARDINI (2000), o
procedimento X consiste no tratamento cirúrgico do punho, ou seja, são as fraturas que têm
uma maior predominância nas pessoas adultas do que nas crianças, e representa 12% do total
das fraturas do esqueleto humano por inteiro. As causas e mecanismos dessas fraturas são
ainda hoje parcialmente entendidos, porém é sabido que a vasta maioria é produzida por
quedas sobre a mão, estando o punho em extensão no instante do impacto. Daí a grande
predominância das fraturas em extensão sobre as demais que acometem o esqueleto humano.
Devido à relevância apresentada por PARDINI (2000) optou-se por apurar o custo
desse procedimento no Hospital, já que o mesmo não tem planilha de custos de tal
procedimento, e ainda por ser um dos procedimentos realizados com maior freqüência.
Já o procedimento Y, consiste no parto cesariano, sendo selecionado devido ao grande
índice realizado no país, e conseqüentemente, pelo Hospital Solidariedade. Embora haja
várias criticas sobre esse método, no que diz respeito ao seu uso indiscriminado, esse
procedimento vem salvando muitas vidas. Em virtude principalmente da posição fora do
convencional em que se encontra o bebe na hora do nascimento, caso não houvesse esse tipo
de procedimento como ocorria antigamente, o bebe e sua mãe estava seriamente ameaçada de
morte.
4. Resultados e Discussão
4.1 Informação dos Custos dos Procedimentos Hospitalares
Após visitas sistemáticas ao Hospital Solidariedade, como também entrevistas com
médicos, enfermeiros, e funcionários do Setor de faturamento, apurou-se os custos dos
medicamentos utilizados no procedimento X, que compõe o quadro 2.
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Quadro 2 – Medicamentos
Itens
Atropina 500 mg
Fenatil 2 ml
Metroclopramida 10 mg
Thionembutal 1 grama
TOTAL
Quantidade
1 ampola
1 unidade
1 comprimido
1 ml
Custo Unitário
R$ 6,45
R$ 1,83
R$ 0,94
R$ 22,26
R$ 31,48
Custo Total
R$ 6,45
R$ 1,83
R$ 0,94
R$ 22,26
R$ 31,48
Da mesma forma que foi apurada os custos dos medicamentos, adotou-se a mesma
sistemática para o levantamento dos materiais utilizados no procedimento X, demonstrados no
quadro 3.
Quadro 3 - Materiais
Itens
Agulha descartável 25x7
Atadura gessada 10cm
Atadura ortopédica de algodão 15cm
Campo operatório 45x50
Equipo micro-gotas
Gaze estéril
Luva descartável – nº 8
Scalp
Seringa 10 ml descartável
Seringa 20 ml descartável
Soro fisiológico 9% 500 ml
TOTAL
Quantidade
4 unid.
3 unid.
2 unid.
5 unid.
1 unid.
50 pc.
2 pares
1 unid.
3 unid.
1 unid.
1 frasco
Custo Unitário
R$ 0,13
R$ 3,35
R$ 1,50
R$ 2,72
R$ 2,28
R$ 0,10
R$ 0,70
R$ 1,23
R$ 0,63
R$ 1,05
R$ 3,45
Custo Total
R$ 0,52
R$ 10,05
R$ 3,00
R$ 13,60
R$ 2,28
R$ 5,00
R$ 1,40
R$ 1,23
R$ 1,89
R$ 1,05
R$ 3,45
R$ 43,47
Com relação aos valores de mão-de-obra direta que compõem o quadro 4, foram
fornecidos pelo Setor de Faturamento do hospital. Verificou-se que os valores pagos ao
médico e ao anestesista, para realização do procedimento X, são definidos por meio do
PROPASS PLUS – Programa Paranaense de avaliação dos serviços de Saúde, que é de inteira
responsabilidade da ASSEPAS – Associação das Entidades Paranaenses de Autogestão em
Saúde. Esses valores são definidos com uma avaliação da entidade hospitalar que envolve os
recursos físicos, (materiais, salas de cirurgias, UTI) humanos, (médicos, enfermeiros,
atendentes) como também as normas e rotinas realizadas no atendimento aos pacientes.
Desse modo por meio do PROPASS PLUS, foram estipulados os valores pagos ao
médico e ao anestesista para o procedimento X e realizado pelo convênio, SAS (Secretaria de
Atenção a Saúde).
Quadro 4 - Mão-de-obra direta.
Tipo de mão-de-obra
Médico
Anestesista
TOTAL
Custo
R$ 70,00
R$ 50,00
R$ 120,00
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Para elaboração do quadro 5, 6 e 7, os valores iniciais foram fornecidos pela
contabilidade do hospital. Após a apuração do custo total com mão-de-obra indireta, para
distribuir para o procedimento X, optou-se pelas horas trabalhadas no mês, dividido pelo
tempo gasto no procedimento X. O mês de referência tanto para apurar o custo em valores,
como o de horas trabalhadas foi o mês de agosto de 2006.
Verificou-se que a técnica em enfermagem que atuou no procedimento X, tem uma
jornada de 144 horas mensais, e que o tempo gasto no procedimento, foi de 2 horas, obtendo
os valores do quadro5.
Quadro 5- Mão-de-obra indireta - Técnica em enfermagem.
Técnica em enfermagem
Salário
Adicional Noturno
Insalubridade
Produtividade
Ajuda de Custo
Soma
INSS 28,8%
FGTS 8,5%
Férias
1/3 da Férias
INSS s/ Férias 28,8%
FGTS s/ Férias 8,5%
13º Salário
INSS s/ 13º Salário 28,8%
FGTS s/ 13º Salário 8,5%
TOTAL
Custo
R$ 696,30
R$ 208,89
R$ 70,00
R$ 34,82
R$ 15,00
R$1.025,01
R$ 295,20
R$ 87,12
R$ 85,42
R$ 28,47
R$ 32,80
R$
9,68
R$ 85,42
R$ 24,60
R$
7,26
R$1.680,98
Verificou-se que a enfermeira que atuou no procedimento X, tem uma jornada de 144
horas mensais, e que o tempo gasto no procedimento foi de 2 horas, obtendo os valores do
quadro 6.
Quadro 6 - Mão-de-obra indireta – Enfermeira
Enfermeira
Salário
Adicional. Noturno
Insalubridade
Soma
INSS 28,8%
FGTS 8,5%
Férias
1/3 de Férias
INSS s/ Férias 28,8%
FGTS s/ Férias 8,5%
13º Salário
INSS s/ 13º Salário 28,8%
FGTS s/ 13º Salário 8,5%
TOTAL
Custo
R$ 1.097,00
R$ 329,00
R$
70,00
R$ 1.496,00
R$ 430,84
R$ 127,16
R$ 124,66
R$
41,55
R$
55,40
R$
14,13
R$ 124,66
R$
35,90
R$
10,60
R$ 2.460,90
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Com relação ao serviço da recepcionista, verificou que tem uma jornada de trabalho de
220 horas mensais, e o tempo gasto para realizar o procedimento X foi de 2 horas. Com essas
informações chegou-se ao valor do custo com mão-de-obra indireta para o procedimento X,
demonstrado no quadro 7.
Quadro 7 - Custo com mão-de-obra indireta – Recepcionista
Recepcionista
Salário
Adicional Noturno
Insalubridade
Soma
INSS 28,8%
FGTS 8,5%
Férias
1/3 de Férias
INSS s/ Férias 28,8%
FGTS s/ Férias 8,5%
13º Salário
INSS s/ 13º Salário
FGTS s/ 13º Salário
TOTAL
Custo
R$ 371,80
R$ 258,54
R$
70,00
R$ 700,34
R$ 201,70
R$
59,50
R$
58,36
R$
19,45
R$
22,41
R$
6,61
R$
58,36
R$
16,81
R$
4,96
R$ 1.148,50
O quadro 8, demonstra o custo total com mão-de-obra indireta referente ao
procedimento X, a base de rateio utilizada foi o total de encargos pelas horas trabalhados mês,
segundo as horas trabalhadas no procedimento X
.
Quadro 8 - Custo total com mão-de-obra indireta
Mão-de-obra Indireta
Téc. Em enfermagem
Enfermeira
Recepcionista
TOTAL
Custo MOI
R$ 1.680,98
R$ 2.460,90
R$ 1.148,50
Horas trab/mês
144
144
220
Horas trab/no Proced.X
2
2
2
Custo
R$ 23,35
R$ 34,18
R$ 10,44
R$ 67,97
O quadro 9 é composto pelos equipamentos utilizados no procedimento X, e a
finalidade é demonstrar a depreciação de tais equipamentos pelo método linear, que consiste
em verificar a vida útil dos equipamentos e dividir por 100%, achando assim, a taxa da
depreciação anual. Os valores dos equipamentos foram fornecidos pelo Setor de
Contabilidade do Hospital, com exceção de alguns, que houve a necessidade de contatar o
fornecedor por meio de contato telefônico.
14
Quadro 9 - Depreciação dos equipamentos utilizados no procedimento X.
Equipamentos
Aquisição Vida útil Quant.
Oxcímetro
2003
5 anos
1
Intensificador
2003
5 anos
1
Aparelho de Pressão
2003
5 anos
1
Perfurador
2003
5 anos
1
Maca
2003
5 anos
1
TOTAL
*Valor Depreciação Anual. ** Valor Depreciação Mensal.
Valor unit.
R$ 4.052,00
R$ 5.463,00
R$ 420,00
R$ 1.890,00
R$ 1.300,00
V.D.A*
R$ 810,40
R$ 1.092,60
R$
84,00
R$ 378,00
R$ 260,00
R$ 2.625,00
V.D.M**
R$ 7,53
R$ 1,05
R$ 7,00
R$ 31,50
R$ 21,66
R$ 218,74
O quadro 10 demonstra o rateio realizado com a depreciação mensal dos equipamentos
utilizados no procedimento X, apresentando o valor total gasto com depreciação para este
procedimento.
Os equipamentos, oxcímetro, aparelho de pressão e maca, são utilizados em todos os
procedimentos realizados, assim, os custos das depreciações dos mesmos serão calculados
levando-se em consideração os 212 procedimentos realizados no mês de agosto de 2006,
período base para apuração dos custos.
Já, os equipamentos Intensificador e Perfurador são específicos desse procedimento e
de apenas mais 2. Levantou então no mês de agosto o número de procedimentos realizados
com esses equipamentos dando uma somatória de 8. Como foram realizados 212
procedimentos no mês de agosto de 2006, assim, a base para ratear o custo com depreciação
foi o número de vezes que o equipamento foi utilizado no mês.
Quadro 1 - Custo total com depreciação
Equipamentos
Oxímetro
Intensificador
Aparelho de Pressão
Perfurador
Maca
TOTAL
Custo/deprec./mês
R$ 67,53
R$ 91,05
R$ 7,00
R$ 31,50
R$ 21,66
Total/proced. Realizados/mês
212
8
212
8
212
Valor do Custo
R$ 0,32
R$ 11,80
R$ 0,03
R$ 3,94
R$ 0,10
R$ 15,77
Os valores do quadro 11 foram fornecidos pelo Setor de Faturamento do Hospital.
Logo, o valor da Enfermaria com 2 leitos e o valor da Sala Cirúrgica Porte II, foram também
formados pelo PROPASS PLUS. Uma informação relevante é de que nos valores citados já
estão inclusos também, o valor equivalente à água, luz e limpeza.
Quadro 2- Taxas Hospitalares
Descrição
Enfermaria com 2 leitos
Sala Cirúrgica Porte II
TOTAL
Quantidade
1
1
Valor Unitário
R$ 30,00
R$ 62,50
Valor Total
R$ 30,00
R$ 62,50
R$ 92,50
15
Para elaborar o quadro 12 apurou os números de peças utilizados no procedimento X.
Essa constatação foi por meio entrevista não participante observando, assistindo de visitas ao
centro cirúrgico, entrevistas com o médico, e entreinclusive assistindo a um procedimento X.
Feito isso, as peças foram pesadas a fim de obter o peso total de peças utilizadas apenas no
procedimento X.
Para o rateio dos custos foram apurados ainda, o valor da conta de luz e o total de
kw/h utilizados no mês de agosto de 2006, o valor da conta de água e o total de litros usados
no mês. Na seqüência, buscou-se o valor em kw que cada máquina da lavanderia gasta por
hora, o total gasto no mês com material de limpeza, para a lavagem das peças, e o total da
folha de pagamento dos funcionários da lavanderia acrescidos dos encargos sociais.
Como as máquinas já estão depreciadas, já que foram adquiridas no ano de 2000, com
vida útil de cinco anos, justifica-se então a não existência de calculo, e posteriormente de
custo.
Quadro 3 - Serviços de Lavanderia
Itens
Campo Operatório
Lençol
Avental
TOTAL
Quantidade
Peso/unidade
0,470 Kg
0,200 Kg
0,510 Kg
2
2
2
Peso Total
0,940 Kg
0,400 Kg
1,020 Kg
2,360 Kg
Para obter os valores do quadro 13 foi apurado o valor da conta de energia elétrica do
Hospital no mês de agosto de 2006, que totaliza R$ 9.207,56, e o total de kws de 31,336,
informações importantes para calcular o valor do Kw/h, que é de R$ 0,29.
A lavanderia é composta por três máquinas, e os valores que cada máquina gasta em
kw por hora também está demonstrado no quadro 14. Averigou-se que o procedimento X tem
duração de 2 horas, assim, a energia elétrica foi rateada utilizando os valores de Kw/h pelo
tempo gasto no procedimento.
Quadro 4 - Custo total com energia elétrica.
Maquinas
Maquina de Lavar 01
Maquina de Lavar 02
Maquina de Secar
TOTAL
Kw/h Maquinas
0,72
0,74
0,96
Valor do Kw/h
R$ 0,29
R$ 0,29
R$ 0,29
Quant.hrs/Proc.X
2
2
2
Valor do Custo
R$ 0,42
R$ 0,43
R$ 1,41
R$ 1,41
Segundo levantamento da nota fiscal do mês de agosto, a lavanderia teve um gasto
com material de limpeza de R$ 1.028,47. Desse modo optou-se pela base de rateio o total de
kg que a lavanderia lava no mês. Segundo levantamento constatou-se que é de 230 kg, assim,
16
sabendo que o procedimento X, utiliza-se várias peças, que pesam 2,360 kg, fez-se o seguinte
cálculo para obter o custo total com material de limpeza para o procedimento X.
Quadro 5 - Custo total com Material de Limpeza
Valor Material/mês
R$ 1.028,47
Total Kg lavados mês
230
Total Kg usados Proced.X
2,360
Total do Custo
RS 10,55
O setor de faturamento do hospital, o PROPASS PLUS – Programa Paranaense de
Avaliação dos Serviços de Saúde, juntamente com mais alguns setores do Hospital,
analisaram e chegaram ao consenso de que a lavanderia gasta equivalente a 20%, do total de
água gasta no mês em todo o hospital. Se a conta de água no mês de agosto de 2006 foi de R$
2.691,70 o valor da lavanderia é de R$ 538,34 .
O rateio da água será também relativo ao total de kg lavados por mês, de acordo com o
peso das peças utilizadas para realização do procedimento X. Então, tem-se o seguinte cálculo
que demonstra o custo total gasto com água no quadro 15.
Quadro 15 - Custo total com água/ lavanderia
Total/Conta
R$ 2.691,70
20% Conta/Água
R$ 538,34
Total Kg lavados mês
230
Total Kg p/ Proced. X
2,360
Total Custo
R$ 5,52
Os funcionários da lavanderia são seis, a folha de pagamento com todos os encargos,
soma R$ 4.288,26. A base de rateio utilizada foi a quantidade de quilos de peças lavadas no
mês, pelo total de quilos das peças utilizadas no procedimento X, demonstrado no quadro 16.
Quadro 16 - Custo total com folha de Pagamento dos funcionários/ lavanderia.
Total Folha Pgto.
R$ 4.288,26
Total Kg lavados mês
230
Total Kg usados Proced.X
2,360
Total Custo
R$ 44,00
A questão seguinte era apurar o custo das refeições, já que os pacientes do
procedimento X ficam em observação por 24 horas, e tomam três refeições diárias, por meio
desse convênio S.A.S. (Secretaria de atenção a Saúde).
Para o procedimento X, o paciente permanece internado por dois dias, assim, com base
nessas informações, apurou-se o custo que consta no quadro 18. É importante lembrar que por
dificuldade em fazer um levantamento de custo item a item, o valor utilizado para chegar ao
total de custos com refeições, foi o de R$ 4,36, pela nutricionista.
Quadro 6 - Custo total com refeições
Refeições
Café da manhã – Almoço - Jantar
Custo/Refeições
R$ 4,36
Total de Diárias
2
Valor do Custo
R$ 8,72
17
O quadro 18 está composto por todos os valores totais de custos, dos itens que
envolvem o procedimento X. Sua finalidade é apresentar o total geral de custos para esse
Procedimento.
Quadro 7 - Total Geral de Custos com o Procedimento X.
Itens
Medicamentos
Materiais
Mão-de-obra direta
Mão-de-obra indireta
Depreciação
Taxas Hospitalares
Serviços de Lavanderia
Serviços de Refeitório
TOTAL
Custos Totais
R$ 31,48
R$ 43,47
R$ 120,00
R$ 67,97
R$ 15,77
R$ 92,50
R$ 61,48
R$ 8,72
R$ 441,39
Após ter apurado o custo do procedimento X, inicia-se a mesma apuração dos custos
para o procedimento Y, atendendo desse modo ao objetivo geral do estudo.
PROCEDIMENTO Y
Após visitas sistemáticas, assim como várias entrevistas realizadas com médicos,
enfermeiros e funcionários do Setor do Faturamento, levantaram-se os custos dos
medicamentos utilizados no procedimento Y, que compõe o quadro 19.
Quadro 19 – Medicamentos
Itens
Cefazolina 1g
Dimorf – 1 mg / 2 ml
Metergin inj.
Metoclopramida 10mg / 2 ml
Neocaina c/ epinefrina
Oxitocina 5000 ui/ml
Atrovent gostas
Berotec 20 ml/gts.
Dipirona 1g / 2 ml
Kanakion
Keflin injeção
Novalgina injeção 2 ml
TOTAL
Quantidade
2 ampolas
1 ampola
1 mg.
1 ampola
1 mg.
2 ampolas
2 ml.
2 ml.
9 ampolas
1 ampola
5 ampolas
1 mg.
Custo Unitário
R$ 10,85
R$ 3,28
R$ 1,85
R$ 0,94
R$ 12,38
R$ 1,29
R$ 0,63
R$ 0,22
R$ 0,94
R$ 3,02
R$ 5,37
R$ 1,50
Custo Total
R$ 21,70
R$ 3,28
R$ 1,85
R$ 0,94
R$ 12,38
R$ 2,58
R$ 1,26
R$ 0,44
R$ 8,46
R$ 3,02
R$ 26,85
R$ 1,50
R$ 84,26
Adotou-se a mesma sistemática dos medicamentos, para formar o quadro 20, que é
composto pelos materiais utilizados no procedimento Y.
18
Quadro 20 - Materiais
Itens
Agulha desc. 25x07
Agulha desc. 40x12
Agulha raqui desc. 22g
Bisturi desc. 11 ao 22
Bola de algodão
Campo operatório
Catgut simples 2-0 ag. 3cm
Clamp umbilical
Gazes estéril
Luva descartável – nº 8
Micropore cor da pele 12,5
Mononylon 2-0 ca/3cm
Povidine tócpico 100 ml
Seringa 10 ml descartável
Seringa 5 ml descartável
Sonda aspiração traqueal nº 8
Soro fisiológico
Abbocath 14 ao 24
Alcool 70%
Bola de algodão
Equipo micro-gotas
Equipo p/ trasfusão
Equipo 02 vias
Esparadrapo 10 cm x 4,5 mt.
Gaze estéril
Soro fisiológico 9% 125 ml
Soro fisiológico 1000ml
Soro fisiológico 500 ml
TOTAL
Quantidade
4 agulhas
3 agulhas
1 agulha
1 unid.
4 unid.
15 unid.
3 unid.
1 unid.
100 pç.
7 partes
60 cm
1 unid.
100 ml
4 unid.
3 unid.
1 unid.
1 frasco
1 unid.
10 unid.
10 unid.
1 unid.
3 unid.
1 unid.
50 rolos
10 pç
1 frasco
2 frascos
2 frascos
Custo Unitário
R$ 0,13
R$ 0,19
R$17,40
R$ 1,64
R$ 0,10
R$ 2,72
R$ 6,00
R$ 1,20
R$ 0,10
R$ 0,70
R$ 0,11
R$ 6,75
R$ 0,07
R$ 0,36
R$ 0,36
R$ 2,38
R$ 3,45
R$ 6,70
R$ 0,07
R$ 0,10
R$ 2,28
R$ 3,82
R$ 3,60
R$ 0,07
R$ 0,10
R$ 2,36
R$ 5,98
R$ 3,75
Custo Total
R$ 0,52
R$ 0,57
R$ 17,40
R$ 1,64
R$ 0,40
R$ 40,80
R$ 18,00
R$ 1,20
R$ 10,00
R$ 4,90
R$ 6,60
R$ 6,75
R$ 7,00
R$ 1,44
R$ 1,08
R$ 2,38
R$ 3,45
R$ 6,70
R$ 0,70
R$ 1,00
R$ 2,28
R$ 11,46
R$ 3,60
R$ 3,50
R$ 1,00
R$ 2,36
R$ 11,96
R$ 7,50
R$ 176,19
Os valores da mão-de-obra direta citados no quadro 21 foram fornecidos pelo Setor de
Faturamento do Hospital. Foram formados por meio do PROPASS PLUS – Programa
Paranaense de Avaliação dos Serviços de Saúde.
Quadro 21 - Mão-de-obra direta
Tipo de mão-de-obra
Médico Obstetra
Médico Pediatra
Anestesista
TOTAL
Custo
R$ 160,00
R$ 118,00
R$ 150,00
R$ 428,00
Para montar o quadro 22, foram fornecidos alguns valores iniciais pela Contabilidade
do Hospital, seguidos de cálculos para chegar ao valor final, do custo com mão-de-obra
indireta da técnica em enfermagem. Averiguando que esse profissional tem uma jornada de
144/horas mensais, e que o tempo gasto no procedimento Y é de 3 horas, apurou-se o custo de
mão-de-obra indireta demonstrado no quadro 24.
19
Quadro 24 - Custo com mão-de-obra indireta – Técnica em enfermagem
Técnica em enfermagem
Salário
Ad. Noturno
Insalubridade
Produtividade
Ajuda de Custo
Soma
INSS 28,8%
FGTS 8,5%
Férias
1/3 da Férias
INSS s/ Férias 28,8%
FGTS s/ Férias 8,5%
13º Salário
INSS s/ 13º Salário 28,8%
FGTS s/ 13º Salário 8,5%
TOTAL
Custo
R$ 696,30
R$ 208,89
R$
70,00
R$
34,82
R$
15,00
R$ 1.025,01
R$ 295,20
R$
87,12
R$
85,42
R$
28,47
R$
32,80
R$
9,68
R$
85,42
R$
24,60
R$
7,26
R$ 1.680,98
Com relação à mão-de-obra indireta da enfermeira, que atende o procedimento Y,
levantou que a jornada de trabalho dessa profissional é de 144/horas mensais e que o tempo
gasto no procedimento Y é de 3 horas, apurou-se o custo do quadro 25.
Quadro 8 - Custo total com mão-de-obra indireta – Enfermeira
Enfermeira
Salário
Ad. Noturno
Insalubridade
Soma
INSS 28,8%
FGTS 8,5%
Férias
1/3 de Férias
INSS s/ Férias 28,8%
FGTS s/ Férias 8,5%
13º Salário
INSS s/ 13º Salário 28,8%
FGTS s/ 13º Salário 8,5%
TOTAL
Custo
R$ 1.097,00
R$ 329,00
R$ 70,00
R$1.496,00
R$ 430,84
R$ 127,16
R$ 124,66
R$ 41,55
R$ 55,40
R$ 14,13
R$ 124,66
R$ 35,90
R$ 10,60
R$ 2.460,90
Para o quadro 26, levantou a mão-de-obra indireta da recepcionista, levando em
consideração a jornada de trabalho de 220/horas mês, e o tempo gasto no procedimento Y de
3 horas, efetuou o rateio da mão-de-obra-indireta .
20
Quadro 26 - Custo com mão-de-obra indireta – Recepcionista
Recepcionista
Salário
Ad. Noturno
Insalubridade
Soma
INSS 28,8%
FGTS 8,5%
Férias
1/3 de Férias
INSS s/ Férias 28,8%
FGTS s/ Férias 8,5%
13º Salário
INSS s/ 13º Salário
FGTS s/ 13º Salário
TOTAL
Custo
R$ 371,80
R$ 258,54
R$
70,00
R$ 700,34
R$ 201,70
R$
59,50
R$
58,36
R$
19,45
R$
22,41
R$
6,61
R$
58,36
R$
16,81
R$
4,96
R$ 1.148,50
O quadro 27 demonstrar o custo total com mão-de-obra indireta, para o procedimento
Y. O rateio foi realizado de acordo com o total do custo com mão-de-obra indireta de cada
profissional, divididos pelo total de horas trabalhadas mês, e seqüencialmente divididos pelas
3 horas trabalhadas no procedimento Y.
Quadro 9 - Custo total com mão-de-obra indireta
Mão-de-obra Indireta
Téc. Em enfermagem
Enfermeira
Recepcionista
TOTAL
Custo c/ MOI
R$ 1.680,98
R$ 2.460,90
R$ 1.148,50
Horas trab/mês
144
144
220
Horas trab/no Proced.X
3
3
3
Custo
R$ 35,02
R$ 51,27
R$ 15,66
R$ 101,95
Já o quadro 28 é dos equipamentos utilizados no procedimento Y, e sua finalidade é
demonstrar a depreciação de tais equipamentos, pelo método linear. Os valores dos
equipamentos foram fornecidos pelo Setor de Contabilidade do Hospital, embora, em alguns
deles houve a necessidade de contactar o fornecedor, para levantar o valor.
Quadro 10 - Depreciação dos equipamentos utilizados no Procedimento Y
Equipamentos
Aquisição Vida útil Quant.
Oxcímetro
2003
5 anos
1
Bisturi elétrico
2003
5 anos
1
Aparelho de Pressão
2003
5 anos
1
Maca
2003
5 anos
1
TOTAL
*Valor Depreciação Anual.
** Valor Depreciação Mensal.
Valor unit.
V.D.A*
V.D.M**
R$ 4.052,00
R$ 810,40
R$ 67,53
R$ 1.400,00
R$ 280,00
R$ 23,33
R$ 420,00
R$
84,00
R$ 7,00
R$ 1.300,00
R$ 260,00
R$ 21,66
R$ 1.434,40
R$ 119,52
Para os equipamentos, oxcímetro, aparelho de pressão e maca, são utilizados em todos
os procedimentos realizados, assim, o custo da depreciação desses equipamentos foi rateado
levando em consideração os 212 procedimentos realizados no mês de agosto de 2006, que é o
21
mês que se tomou por base. Para o equipamento Bisturi elétrico, embora utilizado na maior
parte dos procedimentos, salvo algumas exceções, foi utilizado no mês de agosto em 194 do
total de procedimentos realizados. Desse modo o rateio da depreciação mensal foi equivalente
ao uso do equipamento. Assim, foram considerados os valores mensais das depreciações,
divididos pelo número de vezes que cada equipamento foi utilizado no mês de agosto.
Quadro 119 - Custo total com depreciação.
Equipamentos
Oxímetro
Bisturi elétrico
Aparelho de Pressão
Maca
TOTAL
Custo/deprec./mês
R$ 67,53
R$ 23,33
R$ 7,00
R$ 21,66
Total/proced. Realizados/mês
212
194
212
212
Valor do Custo
R$ 0,32
R$ 0,12
R$ 0,03
R$ 0,10
R$ 0,57
Para o quadro 30, o valor da Enfermaria com 2 leitos e o valor da Sala Cirúrgica Porte
V, e o valor do berçário, foram também formados pelo PROPASS PLUS, sendo incluso
também, o valor equivalente a água, luz e limpeza.
Quadro 30 - Taxas Hospitalares
Descrição
Enfermaria com 2 leitos
Berçário
Sala Cirúrgica Porte V
TOTAL
Quantidade
2
2
1
Valor Unitário
R$ 30,00
R$ 18,75
R$ 125,00
Valor Total
R$ 60,00
R$ 37,50
R$ 125,00
R$ 222,50
Para elaborar o quadro 31 foi apurado o número de peças utilizadas no procedimento
Y, através de visitas ao Centro Cirúrgico e entrevistas com os médicos. Após,, as peças foram
pesadas individualmente em seguida elaborou-se a somatória do peso das peças utilizada no
procedimento Y.Para o rateio foram levantados ainda: o valor da conta de luz e o valor de
conta de água, o total de kw/h consumidos de energia e o total de litros de água consumidos
no mês de agosto.
Apurou-se a quantidade de kw/máquina por hora; após o total em kws mês, como
também o total de material, folha de pagamento dos funcionários da lavanderia acrescidos de
todos os encargos, referente ao mês de agosto de 2006.
Com relação a depreciação das máquinas verificou-se que todas foram adquiridos em
2000, como tem uma vida útil de 5 anos já estão totalmente depreciadas.
22
Quadro 31 - Serviços de Lavanderia
Itens
Campo Operatório
Lençol
Avental
Lençol Impermeável
10 Compressas (tecido)
TOTAL
Quantidade
4
2
2
1
10
Peso/unidade
0,470 Kg
0,200 Kg
0,510 Kg
0,300 Kg
0,20 Kg
Peso Total
1,880 Kg
0,400 Kg
1,020 Kg
0,300 Kg
0,200 Kg
3,800 Kg
O quadro 32, levantou-se então, o valor total da conta de energia elétrica do mês de
agosto de 2006, de R$ 9.207,56 e o consumo total em Kw/h mês foi de 31.336. Obteve-se
então, o valor do Kw/h que foi de R$ 0,29.
A lavanderia é composta por três máquinas e os valores de Kw/h que cada uma gasta é
demonstrado no quadro 32. Como o procedimento Y tem duração de 3 horas, a energia
elétrica foi então, rateada segundo kw/h gastos máquina, pelo tempo gasto no procedimento.
Quadro 12 - Custo total com energia elétrica
Maquinas
Maquina de Lavar 01
Maquina de Lavar 02
Maquina de Secar
TOTAL
Kw/h Maquinas Valor do Kw/h
0,72
0,74
0,96
Quant.hrs/Proc Y Valor do Custo
R$ 0,29
R$ 0,29
R$ 0,29
3
3
3
R$ 0,63
R$ 0,64
R$ 0,83
R$ 2,10
Por meio de verificação nos arquivos da empresa verificou-se que no mês de agosto de
2006, a Lavanderia teve um gasto com material de limpeza para a lavagem das peças no valor
de R$ 1.028,47. Como total de quilos de peças lavadas no mês de agosto de 2006 foi de 230
kg/mês, e que o procedimento Y utiliza peças cujo total é de 3,8 kg. Para o rateio considerou o
valor total gasto com material de limpeza, divididos pelos 230 kg lavados mês, e divididos
ainda, pelos 3,8kg usados no procedimento Y, conforme quadro 33.
Quadro 33 - Custo total com material de limpeza
Valor Material/mês
R$ 1.025,47
Total Kg lavados mês
230
Total Kg p/ Proced. Y
3,800
Total do Custo
R$ 16,99
Conforme informações passadas pelo Setor de Faturamento do Hospital, o PROPASS
PLUS – Programa Paranaense de Avaliação dos Serviços de Saúde chegou-se ao consenso de
que a lavanderia utiliza 20%, do total de água gasto no hospital. Assim do valor de R$
2.691,70, gasto com a conta de água no mês de agosto de 2006, assim, 20% desse valor ou
seja, R$ 538,34 é da lavanderia. Com os dados de quilos de peças utilizadas no procedimento
Y encontrou o valor demonstrado no quadro 34.
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Quadro 34 - Custo total com água
Total/Conta
R$ 2.691,70
20% Conta/Água
R$ 538,34
Total Kg lavados mês
230
Total Kg p/ Proced. Y
3,800
Total Custo
R$ 8,89
Para manter a lavanderia funcionando são necessários seis funcionários do Hospital
Solidariedade são responsáveis pelo Setor da Lavanderia; a folha de pagamento desses
funcionários já inclusos todos os encargos, soma, R$ 4.288,26. O rateio foi realizado segundo
peso total de peças lavados no mês, pelo total do peso somente das peças utilizadas no
procedimento Y.
Sendo assim, foi utilizado o valor total com a folha de pagamento que foi de R$
4.288,26, divididos pelos 230 Kg lavados mês, e divididos ainda pelos 3,800 Kg utilizados no
procedimento Y. Portanto, o quadro 35 demonstra o custo total com folha de pagamento dos
funcionários da Lavanderia.
Quadro 35 - Custo total com funcionários
Total Folha Pgto.
R$ 4.288,26
Total Kg lavados mês
230
Total Kg usados Proced.X
3,800
Total Custo
R$ 70,85
O quadro 36 constitui-se de apenas um valor para as 3 refeições, que o paciente que
submete ao procedimento Y, por meio do convênio SAS ( Secretaria de Atenção a Saúde) tem
direito. Esse valor foi montado pela nutricionista responsável pelo refeitório, juntamente com
funcionários da contabilidade do Hospital.
Para chegar a esse resultado foram utilizados valores unitários de cada alimento,
divididos conforme a quantidade de gramas exatas indicadas para cada paciente. Foi também
incluso no custo uma porcentagem da energia e da água utilizadas pelo refeitório fornecidas
pelo Setor de Faturamento, assim como o rateio da folha de pagamento das funcionárias do
refeitório, de acordo com o tempo trabalhado para fazer cada refeição. A depreciação dos
equipamentos não foi considerada, pois como as informações obtidas dos que ainda não
estavam totalmente depreciadas, não atingiam valor mínimo para serem depreciados.
O café da manhã é composto por: um pão francês, 2 biscoitos, um de sal e um doce,
manteiga, uma fatia de apresuntado e uma de mussarela, uma xícara de chá ou leite. O almoço
é servido com uma porção de arroz, uma porção de feijão, um tipo de carne, uma salada, e um
tipo de legume. Já o jantar é sempre um sopão, que basicamente é composto por macarrão e
legumes. É importante salientar que, não foi efetuado o cálculo do custo item a item, tendo em
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vista a dificuldade do levantamento de custo, pois acarretaria em dispor de um tempo muito
maior.
Quadro 13 – Custo total com refeições
Refeições
Custo/Refeições
Café da manhã – Almoço - Jantar
Total Diárias
R$ 4,36
Valor do Custo
2
R$ 8,72
O quadro 37 compõe-se de todos os valores totais de custos, dos itens que envolvem o
procedimento Y. Sua finalidade é apresentar o total geral de custos para esse Procedimento,
alcançando assim o objetivo geral do estudo.
Quadro 14 - Total Geral de Custos com o Procedimento Y.
ITENS
Medicamentos
Materiais
Mão-de-obra Direta
Mão-de-obra Indireta
Depreciação
Taxas Hospitalares
Serviços de Lavanderia
Serviços de Refeitório
TOTAL
CUSTOS TOTAIS
R$
84,26
R$ 176,19
R$ 428,00
R$ 101,95
R$
0,57
R$ 222,50
R$
98,83
R$
8,72
R$ 1.121,02
5. Conclusões
O objetivo central do estudo é calcular o custo de dois procedimentos hospitalares o
método de custeio por absorção, para tanto, houve a necessidade de buscar uma instituição
para coletar os dados, já que a metodologia adotada é o “Estudo de Caso”. Após, a liberação
pelos diretores para iniciar o estudo. Em seguida, diante de vários convênios que o hospital
atende surgiu a necessidade de selecionar além dos procedimentos também um tipo de
convenio que permitisse atender o objetivo geral do estudo Após alguns questionamentos
optou-se por selecionar os procedimentos que receberam o nome fictício de procedimento
“X” e “Y”, por serem os procedimentos que ocorrem com maior freqüência, além de ambos
serem atendidos pelo convênio SAS.
Definidos os procedimentos, iniciou-se a coleta dos dados. Primeiramente buscou-se
informação sobre todos os materiais diretos que eram usados nos procedimentos, em seguida
a mão de obra direta e indireta. Apos os equipamentos utilizados nos procedimentos, como a
vida útil e valores históricos. Nesse ponto é importante relatar que, o hospital não possuía
informação sobre os valores de aquisição de alguns equipamentos, sendo necessário contatar
as empresas fornecedoras de tais equipamentos. Após elaborou-se os quadros de custos dos
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procedimentos X e Y, e cronometrando o tempo gasto pelos médicos (clinico, e anestesista),
enfermeiros, como também, os equipamentos e materiais diretos utilizados.
Para o cálculo da mão de obra indireta e a depreciação buscou-se uma base de rateio
que desse uma margem de confiabilidade no momento de distribuir os custos. Apesar de a
literatura mostrar que qualquer base de rateio tem um grau de subjetividade, mas que o
contador deve fazer uma análise da melhor opção para evitar desvios que possa prejudicar a
distribuição dos custos indiretos. Após essa observação optou-se na adoção de várias bases de
rateio, ou seja, no caso da mão de obra a base utilizou-se horas trabalhadas em cada
procedimento o mesmo acontecendo com a depreciação. Já, para as peças de roupas utilizadas
em cada um dos procedimentos, optou-se pelo peso, sendo adotado o mesmo procedimento
para a água, e material de limpeza utilizada na lavanderia.
No caso da refeição, que é composta pelo café da manhã, almoço e jantar, utilizou-se
informação fornecida pelo Hospital, pela dificuldade em mensurar cada item buscando
suporte na teoria contábil, na Convenção da Materialidade, onde informa que a contabilidade
deve registrar apenas os eventos dignos de atenção (relevantes) com a finalidade de evitar
desperdício de tempo e dinheiro (FAVERO et al, 1995).
Assim, apuraram-se os custos dos procedimentos X e Y do hospital solidariedade,
constatou-se também que o Hospital Solidariedade, não tem conhecimento dos custos dos
procedimentos executados, conseqüentemente, não utiliza qualquer método de custeio.
Constatou-se a relevância da pesquisa quando se detectaram que o hospital um
possui um sistema de custos adequado as necessidades informacionais. Confirmando a
importância da contabilidade nos aspectos de controle e avaliação dos serviços prestados. E
ainda, que em alguns casos o hospital cobra um determinado valor pelos serviços executados,
sem o conhecimento de quanto custa para executar o mesmo.
Talvez a pretensão mais ambiciosa seja em motivar com o estudo que outros
acadêmicos, pesquisem os custos das organizações hospitalares, pelo fato das mesmas
oferecerem excelentes oportunidades para serem exploradas, em razão da complexidade
existente nos serviços prestados, pois, além do atendimento a saúde, congrega varias
atividades interligadas, a qual se pode dizer que seria uma indústria de serviços.
Isso posto, encerra-se o estudo tendo respondido a questão central da pesquisa, ao
apurar os custos dos procedimentos X e Y por meio do custeio por absorção. Evidencia-se
ainda, que a informação sobre os custos dos serviços prestados auxilia o gestor na tomada de
decisão, fazendo com que as organizações sejam mais eficientes.
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6. Referências
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ciência e a arte. São Paulo: Loyola, 1998.
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atividades na determinação de custos e preços em partos, diárias de maternidade e de
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Custos: Um estudo de aplicação no setor de serviço. In: XXII Encontro da ANPAD –
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