ANIMEM UNS AOS OUTROS 08.02

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ANIMEM UNS AOS OUTROS
Há um provérbio popular que diz: “Uma andorinha só não faz verão”,
ressaltando a idéia que a coletividade produz algo diferente, contagiante. Na verdade, a vida do
ser humano em coletividade não é uma opção, mas uma necessidade, um resultado da própria
criação divina. Em particular, as bênçãos da vida comunitária de acordo com o ideal divino, tem
o seu foco de restauração na igreja. Não que nela já desfrutemos da perfeição, porém, é nela que
a graça restauradora de Jesus já opera . É através da igreja que o Reino de Deus amplia suas
fronteiras pela pregação do Evangelho. Será da igreja o povo que gozará da restauração plena da
criação. Contudo, as Escrituras nos alertam sobre o perigo de um “coração mau e descrente”
poder afastar alguém de Deus. Como isto é possível? Qual o papel de ajuda e suporte da igreja?
O que pode fazer o nosso coração se tornar teimoso contra Deus? O livro de Hebreus é um
excelente ensino acerca deste assunto, especialmente o capítulo três. Analise comigo:
1. Irmãos, cuidado com o coração (Hb 3:12)
Note que o escritor sagrado se refere a irmãos, pessoas que já foram perdoadas por Jesus e,
agora, chamadas de irmãos (Hb 2:11). Contudo, o fato de termos sido perdoados não implica
que estamos livres da influência do pecado. O texto bíblico é um alerta: Cuidado!
Inquestionavelmente, enquanto vivermos neste mundo, somos diariamente tentados a pecar e
questionar a nossa fé e convicções. Somos bombardeados por propostas de imoralidade
(comerciais, filhos, amigos, etc), somos tentados a nos moldar ao sistema consumista e egoísta
da auto-satisfação. Afinal, satisfazer a nós mesmos agrada o coração. Nisto reside o perigo! Tal
agrado é enganador e maligno. Ele nos afastará de Deus. Não acredito que isto acontece da noite
para o dia. Creio que se trata de pequenas concessões, pequenas aberturas onde permitimos
práticas pecaminosas e o resultado é a formação de uma verdadeira cratera, uma vala profunda
de separação. O pecado é como uma corrente, um elo se liga ao outro. Um pecado chama a
realização de outro pecado e assim o coração se torna mau e descrente.
2. Irmãos: animem uns aos outros (Hb 3:13)
Aqui está uma grande importância de sermos igreja de Cristo. Por vivermos em um mundo
fortemente dominado pelo egoísmo, violência, desonestidade e muitas outras perversões do
ideal de Deus, somos, por este lado, “convidados” a ser como ele. Sem o apoio da igreja a
correnteza de males nos arrastará. Uma boa ilustração desta verdade bíblica é uma fogueira.
Enquanto os galhos estão juntos, queimarão até o fim. Mas, se retirarmos um, com o tempo ele
esfriará. Como a igreja nos ajuda? Por definição igreja é o povo de Deus, povo chamado para
viver imitando e obedecendo o exemplo de Jesus. Ao sermos membros desta comunidade de
imitadores, poderemos visualizar vários modelos e em vários estágios. A vida da igreja nos
mostra que é possível vivenciar a santidade para o Senhor. É possível viver sem mentir, sem
adultério, sem desonestidade. É possível viver reservando o sexo para o casamento, é possível
viver e ser feliz sem ter muitas coisas materiais. Tudo isto é possível porque Deus é o centro, e o
seu povo, unidos, animam uns aos outros a crescer na fé, no alerta contra o pecado, nas crises e
nas perdas, na vida. Você já experimentou este ânimo na igreja? Lembre-se: a orientação bíblica
é “uns aos outros”.
3. Irmãos: Não se deixem enganar (Hb 3:13)
A ação recíproca continua. A convivência do povo de Deus deve ajudar uns aos outros a não
permitir que sejamos enganados pelo pecado. Esta é a nossa fragilidade. Fomos todos criados
para vida de satisfação. Porém, o pecado introduziu em todos o prazer com a prática do mal, da
imoralidade sexual, da mentira auto-beneficiadora, etc. Agirmos como apoio uns dos outros
contra o pecado é o segundo nível de alertas para o cristão, pois o primeiro o Espírito Santo já
deu. Quando somos tentados a ação divina nos alerta de imediato (I Co 10:13). Mas, às vezes,
prosseguimos contra a advertência e quando isto acontecer, precisaremos do alerta dos irmãos.
Não deixe que o pecado engane o seu irmão ou irmã em Cristo. Isto implica tanto em alerta
quanto em suporte da oração intercessória. Quando este suporte não acontece, ou quando o
membro rejeita a ação de seus irmãos, o coração se endurece, se torna insensível, deixa de ser
companheiro de Jesus (Hb 3:14).
Abençoada tarefa da igreja de Cristo. Não estamos sozinhos na luta contra o
pecado. Ser igreja é um animar-se mútuo em busca de uma vida de santidade que agrada a Deus.
Deixar de ouvir o ensino bíblico oferecido pelos irmãos é endurecer o coração, é romper a
comunhão, é se afastar de Deus. “Se hoje você ouvir a voz do Senhor, não endureça o seu
coração” (Hb 3:15).
Rev. Sérgio Lyra
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