tecnologias de recuperação e usos futuros do solo

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TECNOLOGIAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS
MINERAÇÃO DE CARVÃO E USOS FUTUROS DO SOLO1
DEGRADADAS
PELA
Maria Paula Casagrande Marimon2, Ana Carolina Franco3
Palavras-chave: carvão mineral - recuperação de áreas degradadas - recomposição topográfica drenagem ácida de mina - usos futuros
O presente trabalho apresenta as tecnologias empregadas na recuperação da qualidade ambiental
de duas áreas impactadas pela mineração de carvão energético e metalúrgico em Santa Catarina,
com o objetivo de discutir as alternativas de uso futuro do solo das áreas recuperadas na região
carbonífera catarinense, bem como dos mananciais aqüíferos superficiais e subterrâneos. A
região carbonífera catarinense está situada no litoral sul do Estado de Santa Catarina, Brasil,
entre a Serra Geral e o Oceano Atlântico, e é abrangida pelas bacias hidrográficas dos Rios
Urussanga, Tubarão e Araranguá. Considerando-se o aspecto energético, a região se apresenta
como uma das mais importantes do país, uma vez que possui as maiores reservas de carvão
coqueificável com viabilidade para explotação do Brasil. Essa região apresenta sérios problemas
de contaminação dos recursos hídricos e solos, principalmente relacionados à má disposição do
rejeito da atividade mineradora de carvão, que contém rochas sedimentares e solos, que
formavam a capa do carvão e correspondem ao estéril, e também os restos de carvão e pirita,
que constituem os rejeitos. Durante os últimos 120 anos, a região é palco da explotação de
carvão e a falta de preocupação com a adequada disposição dos rejeitos culminou no grave
comprometimento da qualidade das águas da Região Carbonífera, com implicações diretas sobre
a biodiversidade local e disponibilidade de mananciais para abastecimento humano. A reação de
oxidação da pirita (sulfeto de ferro) presente nos rejeitos do carvão, em contato com a água da
chuva e o ar desencadeia um processo de acidificação das águas superficiais e subterrâneas,
conhecido por drenagem ácida de mina, que afeta a qualidade ambiental das bacias
hidrográficas como um todo. Devido ao alto grau de comprometimento ambiental, a Região
Carbonífera Catarinense foi reconhecida pelo decreto federal 85206/80 como a 14ª Área Crítica
Nacional em termos de controle da poluição. Esse ordenamento não se refere ao grau de
comprometimento ambiental, mas a uma ordem cronológica. Em Santa Catarina as empresas
mineradoras têm recuperado áreas de mineração, seja de modo espontâneo ou por força da
obrigatoriedade da ação do Ministério Público Federal impetrada em 2000 contra as empresas
mineradoras e instituições públicas co-responsáveis. Os trabalhos de recuperação consistem em
isolamento dos rejeitos contaminantes em células compactadas e geotecnicamente isoladas, com
o objetivo de evitar a continuidade da oxidação da pirita, e na recomposição topográfica das
áreas mineradas, através do desmonte das pilhas de estéril e trabalhos de terraplanagem,
reconstrução do solo, drenagens e revegetação da área. A partir da interrupção do processo de
acidificação, o ambiente inicia a regeneração natural, recuperando o pH dos rios e recompondo
a biota. A recuperação das áreas mineradas pela recomposição da paisagem e o monitoramento
das águas superficiais, subterrâneas e dos solos permitem propor novos usos às áreas. Cabe
ressaltar, entretanto, que a definição dos usos do solo mais apropriados a cada área deve
considerar o tempo e grau de recuperação da qualidade ambiental, importantes parâmetros para
o planejamento territorial dessas áreas. Nas considerações finais são abordados aspectos
concernentes à ocupação e uso do solo em áreas ambientalmente recuperadas.
1
Projeto de Pesquisa FAED/UDESC.
Orientadora, Professora do Departamento de Geografia - Centro de Ciências Humanas e da Educação –
Av. Madre Benvenuta, 2007 – Itacorubi – CEP 88035-001 – Florianópolis S.C.
3
Acadêmica do Curso de Geografia FAED/UDESC, bolsista de iniciação científica no Programa
Voluntário de Iniciação Científica PIVIC/UDESC.
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