A espécie humana

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Prof. Murillo Ranulpho Tavares Júnior
A ESPÉCIE HUMANA
A espécie humana é bípede, é terrestre nos seus hábitos, altamente gregária e
onívora em seu regime alimentar, usando comumente comida cozida.
Em geral os macacos antropóides não são tão fortemente gregários como o
homem, mas estudos recentes de bandos de gorilas e chimpanzés revelaram uma
considerável coesão e organização social. A separação da linhagem humana daquela que
deu origem aos macacos antropóides africanos pode ter ocorrido entre 5 a 15 milhões de
anos; evidências bioquímicas sugerem a primeira destas datas.
A espécie humana sobrepõe-se a todos os outros organismos vivos em muitas
capacidades funcionais, como (1) construção e uso de ferramentas; (2) modificação do
ambiente para sua própria vantagem, incluindo a produção de alimento; (3) posse de
linguagem articulada e de línguas; (4) organização de vida social complexa com esforço
cooperativo; e (5) formação de conceitos abstratos.
Estas capacidades decorrem da posse de mãos de tipo generalizado e, mais
importante, do desenvolvimento superior do encéfalo humano quanto ao tamanho,
estrutura e capacidade funcional. Pelo uso da linguagem articulada, escrita e memória, a
espécie humana é capaz de assimilar e transmitir conhecimentos acumulados para as
gerações vindouras. Disto resultaram progressos materiais, sociais, culturais e éticos.
Em todos os outros animais a transmissão de habilidades entre as gerações é
limitada aos instintos e reflexos, fixados pela hereditariedade. Os humanos herdam
habilidades e conhecimento já os animais herdam instintos.
Estrutura e fisiologia
1.Tamanho: Adultos humanos normais têm de 1,42 a 1,98m de altura, apesar de
haver anões ocasionais com apenas 45 a 90cm de altura e gigantes excepcionais (devido
à função excessiva da hipófise) que crescem até 2,70m. Raças variam na altura média
desde 1,29m (pigmeus africanos) até 1,82m (nativos da Patagônia e da Austrália).
Pessoas que não conseguem alimento suficiente ou que vivem em climas muito rigorosos
tendem a ser pequenas, mas raças ativas em países temperados e com melhor alimento
são maiores. As gerações recentes dos Estados Unidos têm mostrado um acréscimo
definitivo na altura média, o que agora parece ter se estabilizado, provavelmente devido
à alimentação aperfeiçoada e ao controle de doenças. ’Na maioria das raças os homens
são mais altos que as mulheres. O peso varia de acordo com a raça, o sexo, a altura e a
idade.
2.Tegumento. A pele humana é fina e delicada, exceto nos calos (adaptações
funcionais) das palmas das mãos de pessoas que fazem trabalhos pesados e nas solas
dos pés, especialmente entre os que andam descalços. A cor da pele resulta da presença
de capilares sangüíneos contendo glóbulos vermelhos (com hemoglobina) na derme e
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também de pigmento, incluindo a melanina (preta) e caroteno (amarelo).Loiros da raça
branca têm menos melanina que morenos e as mulheres geralmente menos que os
homens. O brilho amarelado das palmas, solas e pálpebras é devido ao caroteno. A
pigmentação é comumente mais pronunciada nas raças expostas à luz solar muito
intensa. O bronzeamento ou escurecimento da pele nas pessoas brancas é um
mecanismo de defesa contra quantidades indevidas de raios ultravioleta. A pele humana
difere da maioria dos mamíferos por apresentar muitas glândulas sudoríparas que
produzem transpiração aquosa contendo alguns sais e produtos de excreção. A
evaporação da transpiração ajuda a resfriar e regular a temperatura do corpo.
3.Pêlo. O pêlo humano é do tipo dos mamíferos quanto à estrutura e maneira de
crescer, mas difere (1) por ser longo ou denso principalmente na cabeça; (2) na
quantidade, distribuição e forma em diversas idades de um indivíduo; (3) entre os sexos
quanto à quantidade e ao comprimento; e (4) na quantidade e estrutura entre as raças
humanas. Pêlo longo de crescimento quase contínuo no couro cabeludo é uma
característica humana distintiva. Supercílios, pálpebras (cílios), canais auditivos externos
e narinas apresentam pêlos especializados. O resto do corpo tem poucos pêlos e lábios,
solas, palmas, superfície externa (extensora) do segmento terminal de cada dedo e
partes dos órgãos genitais não apresentam pêlos. O feto humano com aproximadamente
20 semanas é coberto com pêlos finos e macios (lanugem), perdidos antes ou no
nascimento. O recém-nascido geralmente tem cabelo escuro que mais tarde pode mudar
de cor. Os pêlos do corpo são escassos durante a infância mas começam a crescer na
puberdade ( ± 14 anos), especialmente nas axilas e na região púbica. Quando os
meninos ficam homens, começam a crescer os pêlos da barba e do peito. Pêlo facial
denso é característico do sexo masculino após a puberdade, mas o sexo feminino tem
quantidades pequenas variadas e ocasionalmente há “mulheres de barba”. Outras
modificações ocorrem mais, tarde na vida, quando o cabelo fica gradualmente cinzento e
depois branco devido a falhas das papilas dos pêlos em produzir pigmento . O cabelo
geralmente fica esparso com o correr dos anos e desenvolvem-se aspectos definidos,
cabelo e barba cinzentos e, nos homens (ocasionalmente na mulher), a calvície.
Diferenças do cabelo humano são exemplificadas pelo cabelo negro e liso dos orientais e
índios americanos, o cabelo crespo dos negros e o cabelo amarelo dos escandinavos. Em
corte transversal o pêlo varia desde o quase redondo nos mongois ao elíptico nos negros
de cabelo crespo. Todos os pêlos humanos são substituídos em intervalos, os das
sobrancelhas e dos cílios cada poucos meses e o cabelo da cabeça de cada poucos meses
a 4 ou 5 anos.
5. Esqueleto e dentes. O crânio humano é uma caixa óssea arredondada, sem a
crista sagital de muitos outros mamíferos. Os côndilos occipitais são ventrais em vez de
posteriores, colaborando na postura ereta, a caixa craniana é maior, a região nasal, é
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curta e a mandíbula tem forma de U em vez de V. O crânio aumenta de tamanho
aproximadamente até os sete anos e outra vez na puberdade e o fechamento final das
suturas pode ser retardado até idade bem avançada. Outros aspectos notáveis do
esqueleto humano são a ausência de vértebras caudais (cauda) e o esqueleto completo e
de tipo generalizado dos membros, mãos e pés.
Os dentes humanos são menos conspicuamente diferençados que em outros mamíferos e
aproximadamente da mesma altura . A dentição permanente ou adulta inclui 28 a 32
dentes, dependendo de quantos dos terceiros molares (dentes do siso) aparecem, sendo
estes irregulares quanto ao tempo e maneira de erupção.
6. Sistema muscular. Os 500 ou mais músculos do corpo humano são muito
semelhantes aos de outros mamíferos. Os nomes que foram dados pelos primeiros
anatomistas aos músculos do corpo humano servem na maioria para outros mamíferos,
com pequenas diferenças quanto à origem, inserção e tamanho. A maioria das
peculiaridades dos músculos humanos refere-se à postura ereta, à sustentação do corpo,
ao andar nos membros “posteriores” e à maior flexibilidade dos braços, mãos e dedos.
Os músculos faciais são de interesse especial pois possibilitam expressões de prazer,
raiva e de outros estados emocionais. Estes músculos têm maior desenvolvimento no
homem e nos primatas; alguns carnívoros, como o gato, podem indicar prazer e raiva,
mas em todos os vertebrados abaixo dos mamíferos a face é uma máscara rígida.
7. Órgãos internos. Na cavidade abdominal os órgãos são sustentados por
ligamentos presos à parede posterior e por uma grande folha (grande omento ou
epíploon) pendurada como uma prega entre os intestinos e a parede interna anterior do
abdome. É composta por quatro camadas de peritônio e contém depósitos de gordura,
servindo como almofada aos órgãos internos e protegendo-os contra a perda de calor.
Classificação
Reino: Metazoa ou Animalia
Filo : Chordata ou Cordados
Classe : Mammalia
Ordem : Primata
Família : Hominídeos
Gênero : Homo
Espécie : Homo sapiens
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