Platão - Sesi SJDR

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MATERIAL SUPLEMENTAR- 1º MÉDIO- FILOSOFIA
PLATÃO : ( 427-347 a . c . )
Nascido em Atenas, era de pais nobres. Seu verdadeiro nome era Arístocles, sendo Platão, um apelido talvez por
seus ombros largos. Tinha 29 anos quando Sócrates teve que beber o cálice de cicuta.
A morte de Sócrates deixou bem clara a contradição que existe entre as relações efetivas dentro de uma
sociedade. É a verdade e o ideal.
A 1 ação de Platão como filósofo, foi publicar o discurso de defesa de Sócrates, feito por seus discípulos, contra
Atenas. Escreveu também uma coletânea de cartas e mais de 30 diálogos filosóficos.
Platão fundou sua própria escola de filosofia nos arredores de Atenas, num bosque que levava o nome de herói
grego ACADEMOS. Por causa disso, a escola de filosofia de Platão recebeu o nome de ACADEMIA ( desde então
milhares de academias foram fundadas no mundo inteiro ).
Na academia de Platão ensinava-se filosofia, matemática e ginástica. Ensinar talvez, não seja a palavra adequada,
porque em sua academia, o diálogo vivo era o que mais importava.
Qual foi o projeto filosófico de Platão ?
O que ele queria investigar ?
Teoria das Idéias de Platão
Platão se interessava pela relação entre aquilo que, de um lado, é eterno e imutável. E aquilo que, de outro lado
“flui” ( modifica-se ). Ele se interessava tanto pelo que é eterno e imutável na moral e na sociedade. Para Platão em
ambos os casos, tratava-se de uma coisa só. O interesse dele tanto pelo que é eterno e imutável na natureza, quanto pelo
que é eterno e imutável na moral e na sociedade.
Empédocles e Demócrito acreditavam que apesar de todos os fenômenos da natureza “fluírem” , havia algo que
nunca se modificava ( as “4 raízes” ou os átomos).
Platão achava que tudo o que podemos tocar e sentir na natureza “flui”. Não existe, na natureza um elemento
básico que não se desintegre. Tudo o que pertence ao “MUNDO DOS SENTIDOS” é feito de material que corrói com o
tempo. Ao mesmo tempo tudo é formado a partir de uma forma eterna e imutável.
Todos os cavalos são iguais? Talvez você ache que não. Mas existe algo que é comum a todos os cavalos, algo
que garante que eles são cavalos e não leões.
Naturalmente, “O EXEMPLAR” isolado do cavalo, este sim “flui”, “passa”, envelhece e morre. Mas, a verdadeira
forma do cavalo é eterna e imutável.
Para Platão, o eterno e o imutável, não é um elemento básico físico. Eternos e imutáveis são os modelos
espirituais, a partir dos quais todos os fenômenos são formados.
Para Platão, os átomos de Demócrito nunca poderiam se juntar para formar um “crocofante” por exemplo.
Demócrito também não pensava assim. Ele acreditava que na natureza havia partículas mínimas eternas e constantes, que
não se desintegram. Só não explicou como estas partículas, que um dia se juntaram para formar um cavalo, se juntavam
novamente 500 anos mais tarde para formar outro cavalo.
Platão admirado com a semelhança entre todos os fenômenos da natureza chegou à conclusão de que por cima ou
por trás de tudo o que vemos há um número limitado de formas. A estas formas Platão deu o nome de IDÉIAS, existe a
idéia do cavalo, a idéia do homem, etc.. Platão acreditava na experiência de 2 mundos : esta o arquétipo ou imagem
padrão que encontramos na natureza. Essa concepção platônica é conhecida como teoria das idéias.
O Verdadeiro Conhecimento
Platão observa que nada do que existe no mundo dos sentidos é duradouro. Tudo mais cedo ou mais tarde
desaparece. Por isso, ele dizia, que nunca podemos chegar a conhecer verdadeiramente algo que se transforma. Só
podemos chegar a ter um conhecimento seguro daquilo que reconhecemos com a razão, porque os sentidos nos enganam.
Por exemplo, se perguntarmos a um grupo de pessoas, qual música de determinado conjunto musical e mais bonita, ou
qual a cor mais bonita do arco-íris, ouviremos respostas variadas. Mas, se perguntarmos, quanto é 2 x 4, ouviremos a
mesma resposta.
Imortalidade da Alma
Platão, além de ter criado dois mundos : o das idéias e dos sentidos, dizia que o homem é um ser dual. Temos um
corpo que “flui”, ligado ao mundo dos sentidos e uma alma imortal, que é morada da razão. É justamente porque a alma,
não é material, ela pode Ter acesso ao mudo das idéias.
Platão achava também que a alma já existia antes de vir habitar nosso corpo. E ela existia no mundo das idéias.
No momento em que a alma passa a habitar o corpo humano, ela se esquece das idéias perfeitas. Mas, quando as pessoas
entram em contato com as formas da natureza, começa a se recordar do que conhecera no mundo das idéias. Algumas
pessoas experimentam então uma certa saudade de alguma coisa que não sabe explicar bem. Platão chama esta saudade de
Eros, que significa amor. A alma deseja então, libertar-se do cárcere do corpo.
É claro que isso, dizia ele, não ocorre a todas as pessoas. A maioria apega-se aos “reflexos” do mundo dos
sentidos e se esquece da imortalidade da sua alma. Platão descreve esse caminho, como o percorrido pelos filósofos.
Ele nunca deixou clara sua concepção de Deus. Quanto à alma, considerava não somente como imortal, mas
como preexistindo desde toda a eternidade.
O IDEAL DE ESTADO PARA PLATÃO
Como filósofo político, inspirava-se no ideal de construir um estado, livre de perturbações e de disputas egoístas
dos indivíduos e das classes. O seu diálogo, A REPÚBLICA, ele imagina um estado dirigido por filósofos e utiliza o
corpo humano para fundamentar sua reflexão.
Segundo ele, o corpo humano consistia em três partes : cabeça, peito e baixo-ventre. A Razão pertence a cabeça; a
vontade ao peito e o desejo ao baixo-ventre. Cada uma dessas características possuí um ideal de virtude. A razão devia
aspirar à SABEDORIA, e a vontade deve mostrar a CORAGEM, e os desejos devem ser controlados, a fim de exercitar a
TEMPERANÇA.
O Estado para Platão, constituía-se como o corpo humano. O estado possui governantes, sentinelas e
trabalhadores. Um estado justo, se caracteriza pelo fato de cada um conhecer o seu lugar no todo. Para a criação de um
bom estado, ele deve ser dirigido pela RAZÃO.
Como filósofo político, os fins que ele desejava atingir não era nem a democracia e nem a liberdade, mas a
harmonia e a eficiência. Por isso sua idéia de estado foi considerada totalitária.
O ideal de estado de Platão propunha uma sociedade dividida em três classes principais correspondentes à função
da alma. A classe baixa – Alma apetitiva – incluiria os lavradores, os artífices, os comerciantes; a Segunda classe –
vontade – seria formada pelos soldados (coragem-defesa); A classe Alta – razão – compreenderia a aristocracia
intelectual.
A divisão do povo nessas categorias não estava relacionada com a riqueza ou o nascimento, mas com a
capacidade intelectual do indivíduo, assim, os filósofos, seriam os mais aptos para dirigirem o poder político do Estado.
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A VIDA POLÍTICA EM PLATÃO
Para Platão, os seres humanos e a PÓLIS possuem a mesma estrutura. Os humanos são dotados de TRÊS ALMAS
ou três princípios de atividade:
ALMA CONCUPISCENTE OU DESEJANTE (situada no ventre), que busca satisfação dos apetites do
corpo, tanto os necessários à sobrevivência quanto os que, simplesmente, causam prazer
ALMA IRASCÍVEL OU COLÉRICA (situada no peito), que defende o corpo contra as agressões do meio
ambiente e de outros humanos, reagindo à doar na proteção de nossa vida
ALMA RACIONAL OU INTELECTUAL (situada na cabeça), que se dedica ao conhecimento, tanto sob a
forma de percepções e opiniões vindas da experiência quanto sob a forma de idéias verdadeiras contempladas pelo puro
pensamento.
Também a PÓLIS possui uma estrutura tripartida, formada por três classes sociais:
CLASSE ECONÔMICA dos proprietários de terra , artesãos e comerciantes, que garante a sobrevivência
material da cidade;
CLASSE MILITAR dos guerreiros, responsável pela defesa da cidade;
CLASSE DOS MAGISTRADOS, que garante o governo da cidade sob as leis.
Um homem , diz Platão, é INJUSTO quando a alma concupiscente (os apetites e prazeres) é mais forte do que as
outras duas, dominando-as. Tam bem é injusto quando a alma irascível (a agressividade) é mais poderosa do que a
racional, dominando-a. O que é, pois , o homem JUSTO? Aquele cuja alma racional (pensamento e vontade) é mais forte
do que as outras duas almas, impondo à concupiscente a virtude da temperança ou moderação, e à irascível, a virtude da
coragem , que deve controlar a concupiscência. O homem JUSTO é virtuoso; a VIRTUDE , domínio racional sobre o
desejo e a cólera. A JUSTIÇA ÉTICA é a hierarquia das almas, a superior dominando as inferiores.
O que é JUSTIÇA POLÍTICA? Essa mesma hierarquia, mas aplicada à comunidade. Como realizar a CIDADE
JUSTA? Pela educação dos cidadãos – homens e mulheres (Platão não exclui as mulheres da política e critica os gregos
por excluí-las). Desde a primeira infância, a POLIS deve tomar para si o cuidado total das crianças, educando-as para as
funções necessárias à Cidade.
A CIDADE JUSTA é governada pelos filósofos, administrada pelos cientistas, protegida pelos guerreiros e mantida
pelos produtores. Cada classe cumprirá sua função para o bem da POLIS , racionalmente dirigida pelos filósofos. Em
contrapartida, a CIDADE INJUSTA é aquela onde o governo está nas mãos dos proprietários – que não pensam no bem
da POLIS e lutarão por interesses econômicos particulares -, ou nas dos militares – que mergulharão a Cidade em guerras
para satisfazer seus desejos particulares de honra e glória. Somente os filósofos têm como interesse o bem geral da POLIS
e somente eles podem governá-la com justiça.
Essa passagem encontra-se numa obra intitulada A República e chama-se “O mito da caverna”.
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