Instituto Barão do Rio Branco Faculdade Anglicana de Erechim 15. Influências na decisão de consumir A renda disponível é sem dúvida, o fator que mais influência tem na determinação das despesas em consumo. Entretanto, na medida em que se vai diminuindo o espaço de tempo de análise em que ocorrem variações no consumo, maior é a influência de outras variáveis sobre as decisões de consumir dos indivíduos da coletividade. Taxa de Juros – existe uma velha idéia clássica que supõe ser racional os consumidores pouparem mais quanto maior for a taxa de juros, consequentemente consumindo menos; Expectativas Futuras de Preços e Renda – É bastante lógico que a população aumente seu consumo, se sua expectativa seja que haja um aumento de preços ou um aumento na renda futura; Crédito ao Consumidor – Condições facilitadas de crédito, estimulam os consumidores a aumentar suas despesas de consumo, principalmente de bens duráveis; Distribuição de Renda – Uma distribuição de renda das pessoas ricas para as mais pobres pode estimular o consumo, já que a PMC é maior destes últimos; Estoque de Bens Financeiros – Variações no valor do estoque dos ativos financeiros (ações, títulos do governo, moeda, etc) podem levar seus possuidores a mudar seus níveis de consumo. Cenários Econômicos – Prof. Marcos Gustavo Picolo 1 Instituto Barão do Rio Branco Faculdade Anglicana de Erechim 16. Moeda A moeda tem um papel fundamental em nossa sociedade, seu impacto se da diretamente em um conjunto de instituições e instrumentos que cumprem funções importantes, tais como: a transferência de recursos entre unidade superavitárias e unidades deficitárias; a promoção do desenvolvimento; o aumento da liquidez de ativos reais; a mudança de características de ativos financeiros; o ajuste do preço dos ativos ao risco; o aumento da eficiência produtiva dos recursos reais da economia; a existência de um canal para a condução da política monetárias. Dentre as instituições temos o Banco Central, os bancos comerciais e múltiplos, as corretoras outras instituições governamentais e privadas. Podemos dividi-los em: Financeiros – papel moeda, depósitos à vista, opções, futuros, etc... Política econômica - taxa de redesconto, operações de mercado aberto, alíquota dos depósitos compulsórios dos Bancos Comerciais, etc. 16.1 Moeda como: Meio de troca; unidade de conta; reserva de valor; 16.2 Moeda – Qualidades e Estágios Qualidades: aceitação ampla baixa perecibilidade divisibilidade Estágios: 1. Pré-economia monetária ou Escambo 2. Moeda Mercadoria – Sal, gado, conchas 3. Moeda Simbólica – imposição legal de aceitação e garantia de valor 4. Moeda Escritural – depósitos em instituições especializadas 5. Moeda Sofisticada – registros eletrônicos 16.3 Intermediários financeiros Os intermediários financeiros, são responsáveis por intermediar recursos entre unidade deficitárias e superavitárias, transformar e repassar alguns riscos existentes. Estes podem ser divididos em: bancários – que criam valor; não bancários. Cenários Econômicos – Prof. Marcos Gustavo Picolo 2 Instituto Barão do Rio Branco Faculdade Anglicana de Erechim 16.3.1 – Intermediários Bancários Bancos Comerciais, Caixas Econômicas; o Intermediação financeira – deslocamento de recurso de unidades superavitárias para unidades deficitárias; o Transmutação de ativos – transformar ativos com determinada características de vencimento, volume, risco de crédito, risco de preço e liquidez, em outros tipos de ativos com características diferentes; o Câmara de Compensação – intermediar trocas de moeda ou de liquidez na economia, transferem moeda e fazem pagamentos por intermédio dos bancos. 16.3.3Não bancários – todas as demais instituições financeiras excetuando os bancos. Ex.: Bancos de investimento; Sociedades de Crédito, financiamento e investimento (financeiras); Sociedades de Crédito Imobiliários; Sociedades de Arrendamento Mercantil; Sociedades Corretoras e Distribuidoras. 16.3.4 Banco Central - O banco central é o órgão de governo responsável pela emissão monetária. Este pode fazer esta operação quando necessário financiar o déficit público ou pelo contrário com o objetivo de estabilizar a economia. Funções do Banco Central Banco dos bancos Banco do Governo Executor da política montaria O Banco Central do Brasil desde 1999 trabalha com o chamado regime de metas, o banco central deve manter os índices de inflação dentro de certos intervalos de tolerância e para isso utiliza a administração da taxa de juros básica, Selic. O BC monitora continuamente o PIB para saber se seu comportamento esta dentro do nível tendencial.Caso exista desvios muito grandes em um momento de expansão como pressões inflacionárias o BC deveria elevar as taxas de juros para reduzir o nível da atividade e manter no intervalo de tolerância das metas. No momento de recessão, quando os empresários tenham dificuldades em aumentar seus preços, o BC pode baixar progressivamente as taxas de juros. A expectativa inflacionária só podem ser influenciadas indiretamente. A atuação do BC, intolerante a variações fora das metas, o comprometimento com este resultado pode gerar no mercado expectativas futuras de níveis inflacionários baixos. 16.3 Demanda por moeda transação precaução especulação Fatores que influenciam a demanda por moeda: o nível de renda a taxa de juros 16.4 Meios de Pagamento Para medir a quantidade de moeda de um país, utiliza-se de conceitos como base Cenários Econômicos – Prof. Marcos Gustavo Picolo 3 Instituto Barão do Rio Branco Faculdade Anglicana de Erechim monetária, M1, M2, classificando-os qualitativa e quantitativamente através da sua liquidez. O sistema bancário, ao empresar o que recebe através dos depósitos do público e permitir a emissão de cheques contra os depósitos à vista ou a prazo, cria o efeito multiplicador da economia. O banco recebe um depósito de R$20,00, seu cliente utiliza um cheque para efetuar um pagamento, e o banco empresta estes R$20,00 a alguém, disponibilizando mais meios de pagamento no mercado. Depósitos compulsórios - São um percentual sobre os depósitos à vista, a prazo, e de poupança que os bancos repassam obrigatoriamente para o banco central a juros baixos ou nulos. No Brasil, quem fixa esta proporção é o Conselho Monetário Nacional (CMN); Base monetária - É um conceito físico, é o papel-moeda em poder do público, mas as reservas que os bancos mantém em caixa e depositadas no BC. A base monetária é composta pela moeda-manual (M1), moeda impressa em circulação, mais as reservas dos bancos (M2), ou seja, BM = M1 + M2; Meio de pagamento – é tudo aquilo que é aceito como meio de pagamento, moeda (dinheiro) em poder do público e depósitos à vista. Os meios de pagamento é o resultado da soma da moeda-manual (M1) e os depósitos à vista (M2), ou seja, MP = M1 + M2. É fácil perceber que a quantidade de moeda em circulação, entendendo-se como moeda os diversos níveis de ampliação que sua definição pode alcançar, é muito maior que a quantidade efetivamente emitida pelo banco central, neste ponto o BC tem a possibilidade de atuar com política monetária, como veremos no exemplo a seguir. Valor Inicial Moeda manual Depósitos 40% Reserva Bancária 20% Empréstimos 10.000,00 4.800,00 3.024,00 1.905,12 1.200,23 756,14 476,37 300,11 189,07 119,11 75,04 47,28 29,78 18,76 11,82 7,45 4.000,00 1.440,00 907,20 571,54 360,07 226,84 142,91 90,03 56,72 35,73 22,51 14,18 8,94 5,63 3,55 2,23 6.000,00 3.360,00 2.116,80 1.333,58 840,16 529,30 333,46 210,08 132,35 83,38 52,53 33,09 20,85 13,13 8,27 5,21 1.200,00 336,00 211,68 133,36 84,02 52,93 33,35 21,01 13,23 8,34 5,25 3,31 2,08 1,31 0,83 0,52 4.800,00 3.024,00 1.905,12 1.200,23 756,14 476,37 300,11 189,07 119,11 75,04 47,28 29,78 18,76 11,82 7,45 4,69 22.960,29 7.888,09 15.072,20 2.107,22 12.964,98 O que aconteceria se a taxa do depósito compulsório fosse alterada para 50%. Cenários Econômicos – Prof. Marcos Gustavo Picolo 4