O PSIQUISMO DOENTE Dr.Wagner Paulon 1971 - 2008 E' preferível a designação psiquismo doente ou enfermo (de infirmus, infirme, não firme), ou seja, o psiquismo sem saúde, anormal, à de moléstia mental, porque esta designação provém da Psicologia Metafísica já superada atualmente. Para conciliarem as concepções animistas ou espiritualistas ("o homem tem corpo e alma") com as dos materialistas mecanicistas ou organicistas ("o homem é constituído só de corpo biológico") os psicólogos do século passado encontraram uma fórmula eclética: a do paralelismo psicofísico: "psiquismo (ou consciência, como preferiam dizer) e sistema nervoso são dois fenômenos paralelos que mutuamente se correspondem sem, todavia se confundirem", com a qual caiam, afinal na definição metafísica: o homem é um animal racional, ou seja, um corpo (moles, corpo em latim, donde moléstia, afecção mórbida do corpo) com uma alma racional. Como vemos, moléstia mental ou psíquica é definição metafísica do psiquismo anormal, significa que quando o corpo adoece, a alma também adoece. Daí a concepção de entidades nosográficas (nosos em grego é moléstia) em Psiquiatria. Todo psiquiatra tratava de descobrir uma entidade nova e estabelecer uma classificação própria das moléstias mentais. O mais bem sucedido de todos foi Kraepelin, cuja classificação até hoje é mais ou menos seguida no mundo todo.