RECURSOS TECNOLÓGICOS COMO ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM RESUMO O presente artigo aborda fundamentos e a importância da utilização de alguns Recursos Tecnológicos como estratégia metodológica no ensino de Ciências e Biologia. Tem como objetivo apresentar a importância da inserção de recursos áudios-visuais no meio escolar auxiliando na construção do conhecimento intelectual do aluno. A pesquisa foi realizada com base na observação e intervenção nas turmas de 5ª e 8ª séries no Colégio de Aplicação UNIVALI, no município de Itajaí/SC. Nas intervenções foram utilizados de forma intensiva recursos áudios-visuais como estratégia de ensino, em que os alunos puderam vivenciar problemáticas ligadas ao seu cotidiano em uma visão integradora. A capacitação tecnológica como base na formação do professor e o seu interesse no planejamento das aulas utilizando estes recursos, é essencial para que o processo de ensino-aprendizagem se torne significativo para alunos e professores. Palavras-chave: Tecnologia, Metodologia, Estratégia de Ensino. _______________________________________________________________ [1] Artigo apresentado como requisito para a disciplina Estágio Supervisionado: Pesquisa da Prática Pedagógica – 5º Período, do Núcleo das Licenciaturas da Universidade do Vale do Itajaí, sob a orientação da Profa Dra Yára Christina Cesário Pereira, 2008.1. 2 Acadêmicos do Curso de Ciências Biológicas - Licenciatura. 1. INTRODUÇÃO A educação constitui a base de toda a formação e organização humana. Os instrumentos usados durante todo este processo são de extrema importância para construção e reprodução de visão de mundo, para formação de cidadãos efetivamente participativos e estimulados. Partindo-se deste ponto é visível a necessidade de adequações didáticas de ensino/aprendizagem que alcancem a tais expectativas, criando condições que permitam interconexões com o processo educacional e a evolução de recursos tecnológicos como meios para alcançar uma aprendizagem diferenciada e significativa. A partir da visão de mundo globalizado e comunicativo, ocorreram mudanças constantes na história da didática educativa, onde a mesma passou a necessitar de recursos que auxiliassem como ferramenta de estímulo no e do processo educacional passando a ser um diferencial no desenvolver das aulas e atividades curriculares. Para D´AMBRÓSIO, (2001), “é preciso substituir os processos de ensino que priorizam a exposição, que levam a um receber passivo do conteúdo, através de processos que não estimulem os alunos à participação. É preciso que eles deixem de ver a ’ciência’ como um produto acabado,cuja transmissão de conteúdos é vista como um conjunto estático de conhecimentos e técnicas.” No entanto, o conteúdo aplicado pelo professor na maioria das vezes acontece de forma pouco refletida seja quanto aos conteúdos, métodos de ensino e avaliação; gerando desinteresse dos alunos pela matéria e dúvidas em relação ao conteúdo escolar. Nesse contexto, os processos educacionais utilizados nas escolas não satisfazem mais às condições de aprendizagem da sociedade, caracterizadas pela necessidade de rapidez e independência na busca de informações e construção do conhecimento oriundas das transformações sócioculturais e tecnológicas a que está submetido o ser humano contemporâneo. A aplicação das tecnologias em diversas atividades humanas, levou à criação de cursos de informática com o objetivo de formar profissionais na área tecnológica. Duas linhas de raciocínio foram criadas para a Informática na Educação. Para ALMEIDA, (2000, p.23), “a primeira grande linha conceitual sobre o uso da Informática na Educação teve início com o próprio ensino de informática e de computação. Posteriormente surgiu uma segunda grande linha, com o objetivo de desenvolver o ensino de diferentes áreas do conhecimento por meio dos computadores – isto é, o ensino pela informática. Nessa linha, os computadores são empregados em diferentes níveis e modalidades, assumindo funções definidas segundo a tendência educacional adotada”. Pode-se observar que a introdução de tecnologias no ambiente escolar, surge posteriormente à introdução nos cursos direcionados à formação de profissionais na área. Segundo a autora, é essencial preparar profissionais e torná-los capacitados para a prática de ensino. Além disso, o professor deve firmar objetivos claros ao utilizar novas tecnologias. Estar sempre atualizado é tornar relevante o processo de ensinoaprendizagem em todas as áreas, incluindo a Tecnologia da Informação, uma vez que alguns alunos conheçam mais a respeito do que o próprio professor. ALMEIDA, (2000, p. 109) afirma que, “(...) mesmo o professor preparado para utilizar o computador para a construção do conhecimento é obrigado a questionar constantemente, pois com freqüência se vê diante de um equipamento cujos recursos não consegue dominar em sua totalidade. Além disso, precisa compreender e investigar os temas ou questões que surgem no contexto e que se transformam em desafios para sua prática – uma vez que nem sempre sã de seu domínio, tanto no que diz respeito ao conteúdo quanto à estrutura”. Nesse sentido, Freire apud. Plácido et. al. (2007) “acredita que o educador não será capaz de ajudar o educando a superar a “ignorância” enquanto não superar a sua própria. Isto mostra que o professor deve estar sempre em busca do conhecimento, do saber; precisa estar em constante descoberta. Não se quer dizer que deva saber tudo o que acontece no mundo, mas encontrar-se sempre aberto para os acontecimentos, aqui para a utilização das novas tecnologias como mediadora no processo da leitura”. PLÁCIDO et. al. ( 2007), afirma também que... “(...) diante desse contexto, é importante acrescentar que com a inserção das novas tecnologias nas escolas o educador, além de perceber que a perspectiva de Educação está mudando, nota que a metodologia de ensino também precisa mudar, principalmente no que se refere à leitura.Visto que, com o uso de novas ferramentas é possível trabalhar no incentivo à leitura na sala de aula, e que esta, proporcione o retorno pedagógico do qual tanto o professor quanto o aluno poderão usufruir”. Por isso, a formação continuada de professores é fundamental para a melhoria da qualidade do ensino e é preciso que o professor e a escola compreendam as transformações que estão ocorrendo no mundo e acompanhem esse processo. Assim, precisa desmistificar a imagem da máquina e trabalhar a resistência do professor em aceitá-la como ferramenta para utilizá-la com normalidade, aumentando a eficiência da aprendizagem e motivando os alunos em relação às novas formas. A sociedade contemporânea é caracterizada pela diversidade de linguagens, devido a constante inserção de meios de comunicação. A adaptação de práticas de ensino visa melhorar a qualidade, explorando a aplicação de imagens, movimentos, musicas e artes, moldando um universo imaginário transposto sobre a realidade que será trabalhada no conteúdo em sala de aula. De acordo com os PCN’s (2000,p.11-12): “As novas tecnologias da comunicação e da informação permeiam o cotidiano, independente do espaço físico, e criam necessidades de vida e convivência que precisam ser analisadas no espaço escolar. A televisão, o rádio, a informática, entre outras, fizeram com que os homens se aproximassem por imagens e sons de mundos antes inimagináveis. (...) Os sistemas tecnológicos, na sociedade contemporânea, fazem parte do mundo produtivo e da prática social de todos os cidadãos, exercendo um poder de onipresença, uma vez que criam formas de organização e transformação de processos e procedimentos”. Nesse contexto, o trabalho com imagens pode ser especialmente instigante e produtivo, tanto pelos resultados da investigação histórica, quanto pelo próprio percurso dessa investigação. Mas, sobre maneira, pelas significativas contribuições para o processo de ensino e aprendizagem, possibilitando o “desenvolvimento nos alunos, de um crescente interesse pela realização de projetos e atividades de investigação e exploração como parte fundamental de sua aprendizagem”. (PCN, 1988, p. 44). O professor utilizando diferentes fontes de informação, renova sua metodologia de ensino, buscando novos saberes, propiciando oportunidades de construção e conhecimentos por parte de seus alunos, a importância do uso da tecnologia e as mudanças que ocorrem. 1.2 Método audiovisual Podemos estabelecer como sinônimo do método audiovisual o recurso audiolingual, sendo este insubstituível no processo da construção do conhecimento. As técnicas inovadoras através de sons e imagens procuram por meio de propostas de ensino atender e dar suporte necessário para determinado conteúdo interdisciplinar ou não. Tal método abre oportunidades distintas, podendo servir de alicerce de propostas de ensino a longo e médio prazo. Trata-se de uma metodologia baseada em fixação de imagens, por mediante de sons ou não, tendo finalidade de criação, decorrente de sua reprodução, impressão de movimentos, efeitos e transições de vídeos. Entende-se por recursos audiovisuais, materiais que buscam “prender a atenção” dos educandos, já que devidos aos avanços tecnológicos (internet, telefonia móvel, meios de comunicação em geral), os mesmos tornaram-se mais interativos e avançados, provocando uma era globalizada que acaba exigindo do corpo docente idéias em busca resultados satisfatórios, através da criatividade, bom senso e bagagem de experiência destes. Segundo a afirmação de WEIDUSCHAT, (2006, p.22), “(...) o discurso pedagógico conduzido nos últimos anos oscilou entre dois posicionamentos: os daqueles que apontavam para os perigos da chegada das mídias na sala de aula (carregada de estereótipos monoculturais e massificação do consumo), e, daqueles que viam nas tecnologias da informação e da comunicação o potencial que extrapola a mera apresentação das produções midiáticas na escola, chegando ao verdadeiro sentido de suas possibilidades educativas: instrumentalizar professores e alunos a produzirem seus próprios vídeos”. É de importância fundamental que o professor busque se aliar à estes recursos, como dizia Freire, “Nunca fui ingênuo apreciador da tecnologia: não a divinizo, de um lado, nem a diabilizo, de outro. Por isso, sempre estive em paz para lidar com ela.” (Freire, 1996, p. 97) 1.3 A escolha do procedimento de ensino Uma das grandes questões propostas diante do corpo docente para o desenvolvimento do inicio de suas atividades devidas atividades, diz respeito à seleção de materiais didáticos a serem utilizado durante o período escolar, tendo inicio na elaboração de planos de ensino com finalidade de busca de resultados satisfatórios. Os estudantes da atualidade tendem e conhecer e apropriar-se das novas tecnologias de forma rápida e abrangente, devido a isso é visto que a compreensão na busca de recursos atualizados, que acabem valorizando o conteúdo é de extrema necessidade. Estes jovens estão sendo “preparados” para uma nova visão de mundo, onde as máquinas são/fazem parte do mesmo. 1.4 A aplicação do método audiovisual em sala A aplicação dos recursos audiovisuais adota uma linguagem acessível e inovadora, através da prática de ensino de ciência e biologia, acabando por exigir do telespectador (aluno) maior atenção e envolvimento durante o período de estudo, por se tratar de uma técnica dosada em determinado tempo, sendo este um dos fatores que acaba por chamar atenção dos mesmos por meio dos efeitos, imagens, vídeos, escritas, etc. A atividade audiovisual além de complemento didático, em determinados momentos pode servir como instrumento de aplicação de atividades que capacitam os estudantes por meio de imagens, desvendar e esclarecer dúvidas que muitas vezes não constam na estrutura de um texto escrito. Porém, muitas vezes sua utilização não possui fundamento e objetivo concretizado. Segundo a afirmação de LIMA, (1998, p. 01) “ (....) a tradicional prática de uso do vídeo na escola ainda está longe do ideal de autonomia e participação. Na maioria das instituições, tal tecnologia é associada à veiculação de fitas educativas, onde uma série de informações técnicas são "ilustradas" com imagens e sons. Trata-se de um uso da tecnologia de informação e comunicação como instrumento de tradução dos discursos de especialistas para a transmissão de informações aos públicos usuários”. 1.5 O vídeo enquanto instrumento de ensino em Ciências Naturais Na atualidade, a atenção dos que investigam novos caminhos para o ensino de Ciências está hoje basicamente voltada para a idéia de cidadania e para a formação de professores com novos perfis profissionais, em condições de trabalhar com uma visão interdisciplinar da ciência, própria das múltiplas formas de se conhecer e intervir na sociedade hoje. Neste sentido, as propostas mais adequadas para um ensino de Ciências Naturais significativo, devem favorecer uma aprendizagem comprometida com as dimensões sociais, políticas e econômicas que permeiam as relações entre ciência, tecnologia e sociedade preparando os cidadãos para que sejam capazes de participar, de alguma maneira, das decisões que se tomam nesse campo e que afetam a vida de todos. Essa participação deverá ter como base o conhecimento científico adquirido na escola, a análise das informações recebidas sobre os avanços da ciência e da tecnologia e o uso destas no cotidiano. Ao se pretender estabelecer uma perspectiva mais científico-tecnológica no interior da sala de aula é preciso que o professor tenha clareza dos objetivos que pretende alcançar e das estratégias (procedimentos e recursos) que pretenda fazer uso. Ou seja, sua ação está pautada em reflexões e escolhas constantes. Afinal, como tornar o ensino de ciências naturais prazeroso sem perder a cientificidade? Quais ferramentas usar? Como utilizar? Em qual medida? Estas e outras perguntas foram feitas por nós durante o processo de intervenção. Partimos do pressuposto colocado por MORAN, (1995, p.101): “o vídeo ajuda a um bom professor, atrai os alunos, mas não modifica substancialmente a relação pedagógica. Aproxima a sala de aula do cotidiano, das linguagens de aprendizagem e comunicação da sociedade urbana, mas também introduz novas questões no processo educacional”. Com as atividades audiovisuais vivenciadas com e pelos alunos da 5ª e 8ª séries do Colégio de Aplicação UNIVALI – CAU/Itajaí, (Apêndice 13) e fazendo uma análise de desempenho dos alunos, pode-se observar que houve progresso/sucesso em relação a uma aula dialogada. Passamos a compreender o vídeo como um instrumento de ensino que possibilita aprendizagem mais prazerosa e dinâmica auxiliando o aluno a raciocinar sobre fatos e fenômenos de maneira interativa. O vídeo é uma tecnologia com grande potencial para uso na educação, capaz de apoiar o desenvolvimento de habilidades mentais e a aquisição de conhecimentos específicos, além de trazer à sala de aula realidades distantes dos alunos. Ao iniciar as aulas com o vídeo, pode-se perceber o interesse de todos os alunos despertando a curiosidade, a motivação para novos temas. Isso facilitou o desejo de pesquisa nos educandos para aprofundar o assunto do vídeo e da matéria. Os debates entre alunos e professores foram surgindo na medida em que eram trabalhados os vídeos, então, este recurso tecnológico não é apenas um transmitir os conteúdos e imagens, ele é também um processo de construção de conhecimentos e trocas de idéias. Uma abordagem apresentada aos alunos das 8ª séries foi sobre os benefícios e malefícios da energia nuclear. Foram mostradas a eles por meio de vídeo as conseqüências das bombas atômicas, e as fontes nucleares de energia. Com estes assuntos, o vídeo serviu de instrumento e base para o início das argumentações e assim, foi possível observar o grau de conhecimento dos mesmos em relação a tema. Segundo MORAN (1999, p.31) o vídeo como simulação, “(...) é uma ilustração mais sofisticada. Pode simular experiências de forma integrada (química,biologia, física) que seriam perigosas em laboratório ou que exigiriam muito tempo e recursos. Pode mostrar o crescimento acelerado de uma planta, de uma árvore -da semente até a maturidade- em poucos segundos. Como “conteúdo de ensino”, mostra determinado assunto, de forma direta ou indireta. De forma direta, quando informa sobre um tema específico orientando a sua interpretação. De forma indireta, quando mostra um tema, permitindo abordagens múltiplas, interdisciplinares. A riqueza de detalhes, a facilidade de visualização por parte do aluno e do professor é interessante na medida em que colocam o professor mais perto da realidade do trabalho de um pesquisador (busca incessante) e do próprio debate conceitual das disciplinas envolvidas. Como o papel do professor envolve sempre o desenvolvimento de novas habilidades e competências, torna-se maior a cada dia, a necessidade de seu aperfeiçoamento contínuo e implementação de atividades que promovam a melhoria da qualidade da educação. Nesse sentido o autor (1999) continua expondo suas idéias em relação sobre o uso do vídeo como “conteúdo de ensino” – mostra determinado assunto, de forma direta ou indireta. De forma direta, quando informa sobre um tema específico orientando a sua interpretação. De forma indireta, quando mostra um tema, permitindo abordagens múltiplas, interdisciplinares. O vídeo como produção (documentação, registro de eventos, de aulas, de estudos do meio, de experiências, de entrevistas, depoimentos) facilita o trabalho do professor, dos alunos e dos futuros alunos. O professor deve poder documentar o que é mais importante para o seu trabalho, ter o seu próprio material de vídeo assim como tem os seus livros e apostilas para preparar as suas aulas. Como expressão, o vídeo é utilizado como nova forma de comunicação, adaptada à sensibilidade principalmente das crianças e dos jovens. As crianças adoram fazer vídeo e a escola precisa incentivar o máximo possível a produção de pesquisas em vídeo pelos alunos. A produção em vídeo tem uma dimensão moderna, lúdica. Moderna, como um meio contemporâneo, novo e que integra linguagens. Lúdica, pois permite brincar com a realidade, levá-la junto para qualquer lugar. (p. 32-33). Esse movimento provocado pelo vídeo (busca incessante por novidades, articulação de diferentes áreas do conhecimento) torna-se um processo de formação continuada que poderá ter o caráter de motivar o professor a participar da pesquisa de sua própria prática pedagógica, como agente ativo, produzindo conhecimento e intervindo na realidade. Cada vez mais, os recursos tecnológicos (vídeo, computadores, redes digitais, internet) estão interligando milhões de usuários em todo o mundo, alterando as rotinas de trabalho e de estudo, de tal modo que a escola não deve ficar à margem do processo histórico pela qual vem passando a sociedade e o professor não pode ficar ‘desconectado’. Envolvido na formação do aluno, o professor precisa estar em contínuo aprendizado, conectando-se a todas as tecnologias disponíveis e utilizando-as na sua prática pedagógica. CONSIDERAÇÕES FINAIS A utilização de recursos áudios-visuais no ambiente escolar é uma forma de facilitar a construção do conhecimento tanto no ensino de Ciências e Biologia quanto às demais disciplinas. No estudo vivenciado, pode-se observar claramente um avanço no desempenho de todas as turmas logo após a exibição de vídeos na sala de aula. Após cada exibição, o índice de questionamentos, posicionamentos, debates, ou seja, diálogos em geral, foram relevantes no processo de ensino-aprendizagem, proporcionando desta maneira, o envolvimento de todos os indivíduos (alunos e professores). Assim, fazendo uma análise de todo o desempenho dos alunos, foi possível concluir que o vídeo, e também os demais recursos tecnológicos utilizados como o data-show, por exemplo, contribuem para este processo. Utilizar este recurso como metodologia é apenas um apoio para o entendimento nos conteúdos propostos. Para MANDARINO, (2002, p.01), “sabemos que o vídeo ou a televisão, por si só, não garantem uma aprendizagem significativa. A presença do(a) professor(a) é indispensável. É ele/ela, com sua criatividade, bom senso, habilidade, experiência docente, que deve ser capaz de perceber ocasiões adequadas ao uso do vídeo”. Na elaboração das atividades e na escolha dos vídeos que foram utilizados buscamos subsídios nos conteúdos curriculares propostos no livro didático adotado pela escola e podemos observar o quanto os conteúdos são apresentados superficialmente. Na escola campo de intervenção, não houve problemas em relação da disponibilidade de recursos como data-show, vídeo, TV e computador para o estudo executado. O Colégio de Aplicação UNIVALI, conta com ambientes de estudos bastante atualizados, sendo indispensável para o processo de aprendizagem. Mas sabese que esta não é uma realidade vivenciada por todas as escolas do município, do estado, do país e do mundo, como nos fala CUSNEIROS, (1999, p. 12), “ (...) nas grandes cidades, as salas de aula de tais escolas têm pouco espaço físico, são ruidosas, quentes e escuras, desencorajando qualquer outra atividade que não seja a aula tradicional. A arquitetura pobre e o mobiliário desconfortável e precário dificultam o trabalho intelectual de alunos e mestres. São instituições dependentes da administração central das redes escolares, em contextos de forte dependência da burocracia cristalizada e das oscilações de quem estiver no poder. Conhecendo estes problemas, é necessário que o professor esteja disposto a tentar mudar esta precária realidade, porém, sabemos que o professor encontra-se sobrecarregado com aulas em mais de um estabelecimento, falta-lhe tempo para estudar e experimentar coisas novas e recebe baixos salários. É preciso quebrar esta ideologia e preparar professores inovadores, promovendo métodos inovadores e utilizando recursos variados disponíveis por cada instituição de ensino. Quando falamos em tecnologia, não estamos relacionando somente à tecnologia digital. O quadro-negro e o giz são considerados também tecnologias. É preciso apenas de idéias que favoreçam um melhor aproveitamento destes recursos. A formação do professor neste processo é fundamental. O estudo feito nos proporcionou um melhor entendimento dos fundamentos e objetivos da utilização do vídeo na sala de aula. É necessário saber elaborar, escolher o momento propício e saber discutir sobre o vídeo, avaliando posteriormente este recurso. É um método complexo que exige interesse, criatividade e tempo. Porém, os resultados são satisfatórios, pois promove uma harmonia no ambiente escolar, e significativo processo de aprendizagem. Desta forma já sabemos que há várias formas de ensinar Ciências e Biologia, transformando estes conhecimentos mais interessantes para os alunos, e o entendimento também. Cabe ao professor tornar este momento concretizado. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Maria Elizabeth de; ProInfo: Informática e Formação de Professores – Vol. 1; Brasília: MEC/ Secretaria de Educação à Distância –, 2000; 192 p. ________. ProInfo: Informática e Formação de Professores – Vol. 2; Brasília: MEC/ Secretaria de Educação à Distância –, 2000; 192 p. CYSNEIROS, Paulo Gileno; Novas Tecnologias na Sala de Aula: Melhoria do Ensino ou Inovação Conservadora?; Artigo publicado na revista Informática Educativa – UNIANDES – LIDIE – Bogotá: Vol 12, No, 1, 1999, p. 11 – 24. D’AMBRÓSIO, U. Educação Matemática: da Teoria à Pratica. Campinas: Papirus, 2001. LIMA, Rafaela; O vídeo na sala de aula: breve reflexão a partir das contribuições de Mario Kaplún e Paulo Freire – Disponível em: www.aic.org.br/metodologia/o_video_na_sala_de_aula.pdf - Acesso em 07/Jun, 2008. MANDARINO, Mônica Cerbella Freire; Organizando o Trabalho com Vídeo em Sala de Aula; Artigo publicado na revista Morpheus - Revista Eletrônica em Ciências Humanas - Ano 01, número 01, 2002 - ISSN 1676-2924. MEC – Ministério da Educação; Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio; Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2000; 71 p. MORAN, José Manuel; O Vídeo na Sala de Aula; Artigo publicado na revista Comunicação & Educação. São Paulo, ECA-Ed. Moderna, [2]: 27 a 35, jan./abr. de 1995. PLÁCIDO, Maria Elze dos Santos, et.al; Educação, Cidadania e Identidade: A Inserção dos Recursos Tecnológicos no Contexto Educacional: Desafios e Perspectivas do Professor no Mundo da Leitura; Conferência Internacional: Educação, Globalização e Cidadania: Novas Perspectivas da Sociologia da Educação; João Pessoa: 2008 – Disponível em: www.socieduca-inter.org/cd/gt9/46.pdf - Acesso em 07/Jun, 2008. WEIDUSCHAT, Íris; Desafios ao Professor: Da Pedagogia da Autonomia à Pedagogia da Mídia; Blumenau: Nova Letra, 2006; 64 p.