O ENSINO DE CIÊNCIAS E OS RECURSOS HÍDRICOS: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA USANDO UM ESPAÇO NÃOFORMAL. Adriana Araújo Pompeu Piza Augusto Fachín Terán RESUMO O presente trabalho está vinculado à emergência atual dos recursos hídricos e à carência de metodologias inovadoras cujos resultados possam realmente contribuir com a otimização do Ensino de Ciências no que diz respeito a conservação dos recursos hídricos. O objetivo de nosso trabalho foi avaliar a problemática do ensino sobre a conservação dos recursos hídricos e o uso de aulas em espaços não-formais como estratégica no processo de ensino-aprendizagem. O estudo foi realizado com estudantes do 6° ano do Ensino Fundamental em uma escola situada na zona Norte de Manaus, cuja presença de mananciais é observável em todo o seu entorno. Dentre esses mananciais foi escolhido a Lagoa da Carbrás como espaço não-formal para execução deste trabalho. O trabalho traça o percurso do saber ambiental das questões hídricas e as transformações do conhecimento no processo educacional, onde aponta algumas possibilidades para o Ensino de Ciências a partir da valorização e utilização de espaços não-formais de ensino no processo de ensino-aprendizagem sobre a temática água. Para tanto realizou-se uma pesquisa participante com utilização de questionários para entrevistar estudantes, professores e moradores da Lagoa, além da observação e descrição dos fatos. Para tal realizaram-se observações das aulas de ciências e geografia em quatro turmas do 6º ano do Ensino Fundamental. Posteriormente realizou-se uma palestra sobre os Recursos Hídricos, seguida da aula no espaço não-formal da lagoa da Carbrás. As atividades prosseguiram com experiências e jogos lúdicos sobre a temática água. Foi realizada uma análise dos livros didáticos de ciências e geografia adotados pela escola e dos PCNs de Ciências Naturais. Finalizamos com a reaplicação do questionário para os estudantes a fim de avaliarmos a contribuição de uma aula em espaço não-formal para a conservação dos recursos hídricos e otimização do ensino de ciências. Os questionários aplicados antes de ir a campo tiveram 41% das respostas erradas, 19% em branco e 40% corretas. Enquanto que os questionários aplicados pós campo obtiveram 18% de respostas erradas, 2% em branco e 80% corretas. Isso quer dizer que após a aula de campo na Lagoa da Carbrás houve uma redução de respostas erradas de 127%, uma redução de 850% de respostas em branco e um acréscimo de 100% de respostas corretas. Conclui-se que os espaços não-formais e a experimentação contribuem para a aprendizagem significativa dos estudantes, indicando que essas atividades motivadoras proporcionam avanços significativos em termos de reconstrução do conhecimento. Complementando assim os livros didáticos descontextualizados e as aulas puramente expositivas. As discussões dos resultados foram feitas sobre o enfoque da conservação dos recursos hídricos e uso dos espaços não-formais de ensino, levandose em consideração alguns autores como Leff (2008), Tundisi (2005), Vieira (s.d.), Alamino et al. (s.d.) e Vasconcelos e Souto (2003). Os resultados da pesquisa e as considerações do percurso realizado permitiram a elaboração e aplicação de uma proposta para o ensino de Ciências com o kit que denominamos “Mergulhe mais fundo”, através do qual o tema água é ensinado, baseado na realidade da região Amazônica para os estudantes do ensino fundamental. PALAVRAS-CHAVES: Recursos hídricos; Ensino de Ciências; Espaços não-formais; Aprendizagem significativa.