Aula 7 – Josué e as doze tribos de Israel

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PARÓQUIA DE CONCEIÇÃO DO JACUÍPE
ESTUDO BÍBLICO PAROQUIAL
LIÇÃO 6
JOSUÉ E AS DOZE TRIBOS DE ISRAEL
Os juizes eram líderes populares, animados
por Deus; com muita fé e coragem,
conseguiram realizara libertação desejada
por" seu povo.
O Povo, que foi liderado por Moisés e
Josué, conseguiu escapar à escravidão do
Egito, passar pelo deserto e chegar à Terra
Prometida da Libertação.
Quando este povo chegou à terra de
Canaã, lá encontrou outros grupos da
mesma raça que moravam na terra. Vários
destes se uniram aos que tinham saído do
Egito e aos que foram se juntando a estes
durante a caminhada pelo deserto. Foi
destes grupos que surgiram as 12 tribos de
Israel.
Morreu Moisés, e Josué tornou-se o novo líder que assumiu a caminhada de Israel no momento da entrada na Terra
Prometida. Os israelitas quiseram entrar pelo sul. Mas tiveram que contornar a terra e entrar pelo leste, pois pelo sul já
havia gente ocupando a terra. Fizeram uma volta e foram entrar pelas terras desocupadas, nas montanhas. Entraram
pelo deserto. O primeiro lugar que os israelitas pisaram foi a cidade de Jerico.
No momento que entraram na terra se ligaram com os grupos que moravam lá.
Em Canaã estava havendo uma luta entre o povo da terra, os camponeses, contra os príncipes, latifundiários.
Os latifundiários moravam em seus castelos e, ao redor, fixavam as roças onde moravam os camponeses explorados. A
exploração beneficiava não só os latifundiários de Canaã, mas também o Faraó, rei do Egito, que controlava esta
região. Os camponeses trabalhavam na terra como também nos portos a serviço do Egito. Os camponeses estavam
querendo se livrar do peso dos príncipes que viviam a serviço do Faraó.
Os que iam chegando do Egito traziam a lembrança da libertação da escravidão e se encontram com os camponeses
que desejavam também libertação.
Os israelitas, quando chegaram em Canaã, entraram na luta do povo pela terra contra os príncipes cananeus que
dominavam os camponeses.
Os que já moravam na terra e, os que iam chegando, procuravam lutar pela libertação. A partir daí vão surgir as doze
tribos de Israel, para fazer nascer um povo liberto.
A fé em Javé foi a força na luta pela libertação. Os que tinham chegado do Egito traziam consigo, através das suas
histórias, a lembrança de que o seu Deus os tinha libertado da escravidão.
Encontraram em sua vida um Deus que era o Deus da libertação, Deus único e verdadeiro.
Na religião do Egito, havia um deus maior e deuses menores, a serviço do Faraó.
O povo, chegando à Terra Prometida, proclamava que o seu Deus não é do tipo do deus adorado no Egito, nem em
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Canaã, em função dos poderosos. Era o Deus dos pequenos que escuta o clamor dos oprimidos.
É por isso que o Deus verdadeiro se tornou a força na luta dos camponeses e do povo que estava chegando.
Este povo, que veio do deserto, exerceu influência ideológica nos camponeses que já estavam em Canaã e que já
estavam contra as cidades opressoras.
Unidos, tornaram-se força dentro do território; muitos passaram a aceitar Javé como o seu Deus.
ORGANIZAÇÃO DO POVO
Organizou-se em 12 Tribos para fazer um novo povo
(Nm 35,1-15). Era como uma família muito grande.
Todas as tribos eram iguais. Não havia nenhuma tribo
superior a outra.
Dividiram a terra, para plantar e para criar animais.
Não possuíam um governo centralizado. Quem
liderava eram os chefes de família e os animadores
naturais que surgiram no meio do povo. Os casos
para resolver eram vistos pelos anciãos, os chefes das
famílias da tribo. Se o caso era mais complicado ou
mais geral, fazia-se a reunião dos chefes das várias
tribos, os anciãos do povo. Isto especialmente por
ocasião das festas religiosas.
Quando havia ameaça do inimigo contra uma
determinada tribo, as outras tribos vizinhas vinham
em socorro daquela. Era aí que se levantava alguém
com a força de Deus para comandar a luta. Era aceito
e reconhecido, porque se via nele a força de Javé.
Tornava-se Juiz aclamado e com o apoio do povo.
Quando passava o perigo, passava também o poder
do Juiz. Voltava o Juiz ao seu lugar de homem
comum. Não era um poder para a vida toda, nem
hereditário, isto é, de pai para filho, como acontece
com o poder do rei.
O centro das 12 tribos era Siquém, onde o povo
encontrava a unidade nacional. Diante do desafio da
religião cananéia, religião dos ídolos, o povo não
ficava indiferente, mas comprometido. "Agora temei
Javé e serví-o; escolhei-o" (Js 24, 14). A Assembleia de
Siquém é a confirmação da Aliança do Sinai.
Foram 12 juízes, dentre os quais podemos citar: Gedeão, Jefté, Sansão.
Por exemplo: Numa época, encontramos os Madianitas, um povo nômade, (eram como ciganos), que começou a
invadir as terras e as plantações do povo de Israel, tirando para si os cereais e o gado, deixando o povo amedrontado e
sem nada para sobreviver. Esta situação difícil durou sete anos e, por fim, o povo de Israel não agüentou mais.
Mas o povo de Israel tinha ainda a lembrança do passado, quando Deus o libertou da opressão do Faraó. Apareceu um
homem jovem, de família humilde, chamado Gedeão ou Jerubaal. Gedeão, com muita fé e coragem, conseguiu unir o
povo e, com apenas 300 homens, lutou contra os madianitas.
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Esses 300 homens foram divididos em 3 grupos e atacaram os madianitas à noite. Eles tinham tanta fé em Deus que
conseguiram derrotar o grande exército madianita.
O Livro dos Juízes nos mostra a história das grandes mudanças na vida nacional do povo de Israel. Os seus 31 capítulos
cobrem um grande período, cerca de 200 anos.
Os fatos passam-se entre o ano 1200 e 1000 a.C, entre Josué e o primeiro rei de Israel, Saul, cujo reinado teve início por
volta do ano 1035.
As narrações do Livro dos Juízes mostram o caminhar de fatos que seguem estes 4 tempos:
1. Quando o povo, no tempo dos Juízes, deixava de seguir a Lei de Deus, perdia a sua liberdade e era oprimido
pelos poderosos. (Ler Jz 2,11-15)
2. Quando o povo, em seguida, se arrependia, voltando-se para Deus, Deus sempre fazia aparecer um líder, cheio
de fé e coragem sobre quem descia a força do Espírito de Deus para libertar o povo da opressão. (Ler Jz 3,9-10)
3. O povo conseguia um período de paz e tranquilidade na fase da libertação. (Ler Jz 5, 31)
4. Depois, abandonada novamente a Lei de Deus e a prática da justiça entre o povo, voltava a opressão. Repetiase a mesma história: O povo caia na escravidão e, de novo, surgia um novo líder popular. (Ler Jz 2,1-5)
RELIGIÃO DAS TRIBOS
Todas as tribos aceitavam Javé como único Deus.
Prestavam culto a Ele, especialmente nas grandes festas de peregrinação. Renovavam a Aliança que tinham feito com
Javé, no símbolo concreto da Arca da Aliança.
As festas eram celebradas na própria tribo. Nessas festas celebravam o que Deus tinha feito pelo povo.
A grande memória é ser um povo livre e não escravo. Em da celebração renovavam o compromisso de defender a
cidade conquistada com tanta luta.
Naquele tempo o Faraó e os reis de Canaã mandavam e desmandavam como representantes dos deuses. O povo só
Obedecia, cedendo aos interesses dos que mandavam.
Mas, não foi assim entre as tribos de Israel. Cada família Patriarcal (pequena comunidade) tinha o seu chefe. Um grupo
de famílias formava um clã, que também tinha o seu chefe. E vários clãs formavam uma tribo. E as tribos formavam a
Confederação das Tribos de Israel.
Não havia um governo só, que mandava em todos. As famílias e os clãs tinham os seus chefes, e eram eles que se
reuniam em assembléias para resolver os problemas graves do povo.
"Honrar Pai e Mãe para serem felizes na terra" significava valorizar os chefes das famílias e dos clãs. O pai e a mãe não
eram simplesmente aqueles que geravam filhos, mas aqueles que cuidavam da vida da comunidade, de acordo com a
Aliança feita com Javé.
Honrar Pai e Mãe era valorizar o Projeto de Libertação de Javé; era ajudar os que eram responsáveis pela comunidade,
para que ela tivesse vida e não opressão e morte.
As tribos queriam uma sociedade igualitária em oposição ao sistema opressor dos reis de Canaã.
No texto de 12 Samuel 8, podemos descobrir que o jeito de viver das tribos tinha estas características:
• a organização;
• as novas leis de convivência;
• história fragmentada, mas unidas na fé de Javé;
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• o esforço de guiar sem dominar;
• o assumir a luta do povo como luta de Deus;
• o poder participativo;
• a liberdade na igualdade.
Conclusão:
1. Deus dirige a História, mesmo quando parece que não.
2. A mediação humana é necessária para realizar a libertação; Deus se serve dos instrumentos humanos e dos
acontecimentos.
3. A "terra" é um presente de Deus, mas fruto de uma conquista lenta e cansativa.
4. O número 12 dos Juizes, colocado artificialmente, simboliza a colaboração de todo o povo na conquista da
terra e da libertação.
5. Confrontando o Livro de Josué com o dos Juizes, encontramos elementos comuns: Fidelidade de Deus Mediação humana - Compromisso com a Aliança - Colaboração do povo na conquista - Dificuldades e
sofrimentos como prova - Perdão de Deus, ligado ao arrependimento dos pecados - Sentido religioso muito
profundo.
O valor desta reflexão não está apenas em conhecer os acontecimentos, mas em confrontá-los com a nossa vida atual,
a nossa comunidade, a nossa sociedade.
PARA REFLETIR
1. Ler e refletir o livro inteiro dos Juízes (21 capítulos).
2. O tema constante dos Juízes é a "libertação"das tribos israelitas. E nós, hoje, como podemos libertar a nossa
comunidade?
3. Ver o papel positivo e negativo das mulheres no Livro dos Juízes: Débora (4, 4-5, 1-32) Dalila (16, 4-21) Jael
(4,17-22) e filha de Jefté (11, 29-40). E hoje, como a mulher pode transformar a sociedade?
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