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CENTRO DE FORMAÇÃO SANTO TOMÁS DE AQUINO
PARÓQUIA SÃO JOSÉ – SETOR SABARÁ
MÓDULO I - Bíblia I – INTRODUÇÃO GERAL
SAGRADA ESCRITURA
I-SISTEMA TRIBAL A MONARQUIA.
Introdução
Sabemos que a ocupação de Canaã se deu em um processo lento que durou de 50 a 100 anos e que
aconteceu num processo gradativo e de três formas: ocupação de terras devolutas, expulsão dos reis de
Canaã das suas cidades-estados e guerras de conquista (Js 2,1s). Vimos que o grupo liderado por Moisés não
era o único grupo de pessoas existentes ali naquele momento. O próprio Moisés, antes de começar sua luta no
Egito, fugiu para a terra de Madiã onde se casou e passou a trabalhar para Jetro (Ex 18,1). Tal grupo também
não era o único. Jetro é uma figura que representa vários grupos por isso ele recebe vários nomes dentre eles
Raguel (Ex 2,18 e Hobab (Nm 10,29). Estes três nomes sugerem que em Cades, vivam outros grupos como os
quenitas (Jz 1,16). Todos os grupos estão resistindo às cidades e ao sistema do faraó. O próprio grupo de
Jetro se funde ao grupo de Moisés. É Jetro que vai propor a Moisés um sistema diferente com leis e normas
participativas. Um sistema descentralizado e participativo (EX 18,13-27). Ainda podemos citar a os Gabonitas
(Js 9,3-18) a tribo de Benjamim (Jz 20,12) o os grupos de edomitas (Gn 36,20-29). Estas tribos vão se fundido
e vai formando a consciência de que todos agora pertencem ao povo de Israel.
A – O Período dos Juízes (1200 a 2030 a.C.)
A partir de 1250 a, C. o Novo Império egípcio entra numa crise da qual jamais conseguiu sair. Isso favorece um
sistema oposto do sistema vigente até então. Surge uma organização composta por uma rede de tribos, uma
confederação descentralizada. Nasce um tipo novo de sociedade. De família ligada ao Clã, tribos e agora
confederação sobre a liderança de Josué. Depois o esquema clássico seguindo a história dos filhos de Jacó
igual a 12, portanto doze tribos. Levi não recebeu terra (recebe como herança o culto). Vai se encarregar da
organização do culto e do Templo. Trata-se de uma tribo sacerdotal. José também não recebe terra e sim seus
filhos: Manassés e Efraim. Na organização das tribos tinham seus chefes, os juízes. Um chefe local era
constituído nos momentos de necessidades (história de Gideão e Sansão). É como se Deus governasse seu
povo por meio de juízes. Os juízes eram líderes que assumiam a defesa de uma ou mais tribos de Israel
quando era atacada por povos vizinhos. O Juiz era uma espécie de governador com forte autoridade. O último
juiz de Israel foi Samuel. Porém, viver em liberdade nunca foi tarefa fácil. A tentação de pedir um poder quer
que dê segurança sempre foi muito grande nas sociedades humanas, mas por um período de quase duzentos
anos Israel manteve seu projeto sócio participativo e descentralizado. Os chefes deveriam ser iguais aos
outros, considerados como “irmãos do povo” (18,21; Nm 11,16-17).
Um ponto importante nesta época é a presença das mulheres exercendo a liderança em Israel. A memória
deste período guarda os feitos da Juíza Débora (Jz 4 _ 5). Débora surge como uma juíza libertadora exercendo
seu ofício de julgar os conflitos entre os israelitas debaixo de uma palmeira perto do importante santuário de
Betel. Também assumiu liderança militar convocando o exército popular na luta contra tropas de um rei
cananeu. Durante a luta surge outra mulher, Jael, da tribo dos quenitas, que vence o general inimigo (Jz 5,230).
B – A Monarquia (1030 a 582 a.C.).
Este período é um período que marca até hoje a História de Israel. Por volta do ano 1030 acontece a mudança
do sistema. Depois de cerca de 200 anos na Terra Prometida, temos a passagem do Tribalismo (juízes) para a
Monarquia (Reis).
As causas principais foram:
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a) Divisões internas: alguns perderam a terra, outros acumularam; a corrupção dos juízes... A necessidade e
desejo de organizar um estado e “ser como as outras nações”;
b) Povos vizinhos: os filisteus, que dominavam o ferro, amonitas, edomitas e outros povos que impunham
derrotas a Israel que não tinha um exército mais organizado; c) Grandes potências: Egito, Assíria e Babilônia
cresciam no cenário internacional. Quem dominava o mundo queria ter o controle da passagem pela Terra
Santa.
O povo pede um rei. Samuel orienta o povo. Porém eles insistem (1Sm 8). Então elege Saul. (1Sm 9,1-31). –
um rei transitório, humilde, mas desequilibrado. Inicia bem. Depois Saul se afasta de Samuel, do povo e de
Deus. Tenta matar Davi. Foi um rei fraco. Embora tenha chegado a ser aclamado pelos donos de boi.
Lembrando que neste momento ter um boi equivaleria a ter um trator de última geração. Esta força de tração
ampliou a área agrícola nas montanhas de Israel aumentando a produção de grãos e gerando um excedente
de produção. Embora comercializar os frutos da terá fosse comparado como uma forma de prostituição (Os
2,4-15), agora alguns chefes de aldeia começam a comercializar seus produtos e a acumular riquezas. Surge
assim, uma nova classe dentro de Israel. Brota um desequilíbrio dentro da aldeia. Uns que tem e outro que
passam necessidade. Saul pertence a esta classe dos proprietários de boi (1Sm 9,1-2).
Depois elege Davi (2Sm 2 – 1Rs 2,11), jovem de Belém da tribo de Judá, músico. Fica famoso por derrotar
Golias. Trata-se de um rei importante, pois o povo via nele alguém inspirado pelo Espírito do Senhor. Davi vai
promover o culto ao Senhor em toda Israel. A capital era Herbrom, mais tarde ele muda a estrutura para
Jerusalém (Davi conquista Jerusalém), onde depois é construído o Templo. Davi foi o grande Rei de Israel.
Unificou o país, estabeleceu as fronteiras, praticou a justiça. De Davi será a dinastia real e virá o Messias.
Porém, Davi cai em pecado e deixa o trono para Salomão.
Salomão assumiu o poder (1Rs 1,18 _11,23), eliminando os adversários. É sábio. Construiu o Templo
amplia o reino. Era diferente do seu pai. Não era guerreiro, etc. Salomão entra par a história como um rei
sábio. Salomão quis manter a ordem de forma diplomática. Destaca-se como um gênio no setor do comércio e
da indústria. Ele traz muitas coisas do Mar Vermelho (jóias, marfins e até macacos) do Oriente vem o cobre,
carvalhos, incenso, carros, etc. da Cicília e do Egito ele traz o folclore, a cultura, surge a escrita, o avanço da
música, a poesia (salmos e provérbios). Com isso há uma passagem de uma cultura camponesa (pastoril) para
a cidade. Foi, de fato, um grande rei. Mas... Sobrecarregou o povo com tributos. Casou com mulheres
estrangeiras... Diante dos fatos o povo começa a contestar o reinado de Salomão.
Divisão do Reino: Em 931 a.C., morreu Salomão. O povo pediu menos tributos, mas o novo rei, Roboão, filho
de Salomão, não ouviu o povo e com isso houve a divisão do Reino (1Rs 12,1s). Passam a existir dois reinos:
o reino do Sul (Judá – Roboão) e o reino do Norte (Israel – Jeroboão).
Reino do Norte: terra da Samaria, com dez tribos, chamado também Israel. A capital era Siquém e depois
Samaria. Algumas medidas foram tomadas. A mais relevante é o rompimento com o Templo de Jerusalém.
Estabelece dois santuários: Betel e Dã. Como eles não tinham o símbolo (a arca), inventaram dois bezerros de
ouro. Também não eram da tribo de Levi, logo, não havia uma legitimidade sacerdotal. Continua a cobrança de
impostos (sistema tributário). Também não havia uma tradição de dinastia permanente e com isso acontecia
uma serie de golpes de Estado. O Reino do Norte iniciou recuperando muitas características do tempo dos
Juízes. Mas aos poucos a sucessão dos Reis foi concentrando o poder. Um dos períodos dramáticos é quando
sobe ao trono o rei Acab. Ele casa-se com Jezabel, que é estrangeira. Esta traz para o santuário o culto a
Baal e seus profetas.
Surge a dominação da Assíria que invade o povo do norte faz uma deportação de todo o povo e traz outro
povo para norte. Em 722 a.C. ocorre a tomada da Samaria e o reino do Norte chega ao seu fim (2Rs 15).
Passa a existir um só reino em Israel.
Reino do Sul: com duas tribos (Judá e Benjamin), chamado também Judá, capital Jerusalém. Terá sempre
reis da dinastia davídica. As dificuldades vêm da Assíria, Judá paga impostos, aceita deuses dos Assírios,
costumes e até sacrifícios humanos, aumenta o latifúndio e o problema da miséria cresce muita gente sem
terra vivendo na pobreza.
É importante saber que de 727 a 699 a.C. reina Ezequias, o rei piedoso. Por esse tempo acaba de ser fundada
a Cidade de Roma. De 641 a 611 reina Josias, o rei zeloso da Lei de Deus. Seu nome significa “aquele que
Deus fortifica”. É filho de Acaz.
Em 597 acontece a primeira deportação. Em 586 ocorre a segunda deportação e em 582 ocorre a terceira
deportação. Quando Judá tenta reagir, a Babilônia entra em Jerusalém queima a cidade e mata muita gente. A
deportação de 586 deporta muita gente. É o exílio da Babilônia. (2Rs 25; Jr 52 e Lm 4 e 5).
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