A INDÚSTRIA NO BRASIL "Para a maioria dos analistas, o Brasil é um paradoxo. O país tem uma base industrial desenvolvida, um setor da sociedade altamente sofisticado e um corpo considerável de cientistas. O mistério é que tudo isso ainda não se traduziu em competitividade. Isso é um reflexo do desdém dos brasileiros pelo mercado internacional. O Brasil precisa exportar para atingir a prosperidade. Não vendendo produtos agrícolas, mas, sim, de alta tecnologia. Se isso fosse feito, o país poderia realmente dar um grande salto. Com o fim da guerra fria, as velhas divisões ideológicas acabaram dando lugar a uma divisão baseada na tecnologia. Países onde vivem cerca de 15% da população mundial são responsáveis por quase todas as invenções. Os restantes 2 bilhões de seres humanos, um terço do total, não as produzem nem sabem como usá-las. As fronteiras das regiões excluídas não são as mesmas do mapa-múndi. A região da Amazônia no Brasil, por exemplo, faz companhia a vários países africanos no grupo dos excluídos." Para o Brasil tornar-se industrializado, foi preciso percorrer um longo caminho. Durante a maior parte do período colonial (1500-1822), era praticamente proibida a instalação de estabelecimentos comerciais e industriais na colônia, principalmente até 1808, data da vinda da família real ao Brasil, porque os produtos fabricados aqui concorreriam com os da metrópole portuguesa. Por isso, entre os séculos XVIII e XIX, enquanto alguns países da Europa ocidental conviviam com a industrialização, o Brasil permanecia como exportador de gêneros agrícolas, papel que continuou a representar mesmo após obter sua independência política em 7 de setembro de 1822. Até a década de 1930, a industrialização brasileira foi marcada por indústrias tradicionais (alimentícias e têxteis) e pela importação de produtos industrializados. A crise mundial de 1929 afetou a economia brasileira, que até então se baseava principalmente na produção e na exportação de café. Com essa crise uma parcela razoável do capital cafeeiro foi reinvestida em atividades urbanas fabris, como a produção de alimentos e tecidos, modificando e dinamizando nossa economia com a lenta transição do predomínio do capital agrícola para o capital industrial. Este reunia o capital oriundo da cafeicultura, capitais internacionais (ingleses e norte-americanos, principalmente), poupança interna (capital privado nacional) e o capital estatal, que expandiu e diversificou a economia brasileira. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) beneficiou a produção interna no Brasil, que, além de ter dificuldade em comercializar com a Europa, precisava substituir os produtos industrializados, que eram importados, para atender ao mercado interno. A era Vargas e a era Kubitschek A segunda etapa do desenvolvimento industrial teve a participação decisiva desses dois governantes. Getúlio Vargas foi o responsável pela infra-estrutura necessária para a instalação de indústrias no país no período de seu primeiro governo (1930-1945). Entre suas realizações estão a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), organizada em 1941 e posta em funcionamento em 1946, em Volta Redonda, Rio de Janeiro, e a mineradora Companhia Vale do Rio Doce, instalada em 1942 em Minas Gerais. Também fundou, em 1943, a Fábrica Nacional de Motores (FNM) e a Companhia Hidrelétrica de São Francisco, em 1945. Durante o seu segundo mandato (19501954), foi criado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) em 1952 e, no ano seguinte, foi instituída a Petrobras (Petróleo Brasileiro S/A). Juscelino Kubitschek (1956-1960) privilegiou as obras para a geração de energia, os transportes e principalmente a construção de rodovias, que facilitou a instalação de montadoras estrangeiras de veículos em nosso país. Seu governo, ao contrário do de Getúlio Vargas, que se preocupou em proteger a produção nacional, marcou o início da internacionalização do parque industrial brasileiro, Nessa época, além das montadoras, vieram indústrias de aparelhos eletroeletrônicos e de alimentos, que mais tarde passariam a controlar o mercado interno, após a compra de empresas nacionais, incapazes de competir com a tecnologia e com os preços praticados por essas transnacionais. Portanto, entre 1930 e 1960, ocorreu a segunda e principal etapa da industrialização brasileira, caracterizada pelo modelo de substituição de importações voltado para o abastecimento interno e baseada na união de capitais estatais, nacionais e capitais privados estrangeiros. As instalações da Volkswagen do Brasil foram inauguradas pelo presidente Juscelino Kubitschek, em 1959, em São Bemardo do Campo, São Paulo. A internacionalização da indústria No começo da década de 1960, o país passou por um conturbado período político que culminou com o golpe militar de 1964. Só nesse ano o processo de internacionalização da economia brasileira, iniciado no governo JK, consolidou-se definitivamente, No governo militar, o período entre 1967 e 1973 ficou conhecido como o "milagre econômico brasileiro", quando atingimos a 8° posição mundial em relação ao PIB e o 1° lugar entre as nações subdesenvolvidas industrializadas ou periféricas. O Brasil recebeu vultosos empréstimos internacionais e sua produção industrial foi muito grande. No entanto, como conseqüência, a dívida externa aumentou muito nesse período, agravando as desigualdades sociais, pois a riqueza, que deveria ser aplicada em melhores condições de saúde e educação, foi desviada para o pagamento de compromissos assumidos com organismos internacionais, como o FMI e o Banco Mundial. Com o peso da dívida externa e os sucessivos aumentos do preço do petróleo no mercado internacional, o país viveu nos anos 1980 o período conhecido como a "década perdida", quando se verificou uma forte retração da produção industrial e um menor crescimento da economia em geral. A indústria brasileira na globalização Os anos 1990 foram marcados pela globalização da economia mundial, pela política neoliberal e pelas crises econômicas em países emergentes como o Brasil. Em conseqüência, o capital transnacional passou a controlar cada vez mais não só a industrialização, mas também toda a economia brasileira, incluindo os setores agropecuários e de serviços. Neste último, destacam-se os que dão suporte à atividade industrial, como o energético, o de telecomunicações e o de transportes, com a privatização de empresas estatais, como a Companhia Siderúrgica Nacional, a Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel) e grande parte das ferrovias e rodovias que compõem a malha de transportes do país. Ainda na década de 1990, o setor industrial caracterizou-se pela queda da participação da indústria na composição do PIB e pela redução do número de empregos nessa área. Não se esqueça de que o Brasil participa e sofre os efeitos da globalização econômica, cujas inovações tecnológicas geram maior produtividade com menor número de trabalhadores no mundo todo. Porém, por ter sido bem mais produtiva do que a década de 1980, podemos dizer que a década de 1990 foi positiva para a indústria brasileira. A indústria brasileira no século XXI O terceiro milênio começou incerto não só para a economia brasileira, como também para a economia mundial. Grandes potências industriais, como Estados Unidos e Japão, viveram um período recessivo entre 2001 e 2004. Como o Brasil tem uma economia dependente de capitais externos, apresenta fortes reflexos dessa crise mundial. A dependência da indústria brasileira não é só do capital e insumos, mas também da tecnologia estrangeira. O Brasil ocupou o 46° lugar no ranking do Relatório Global de Tecnologia da Informação para o período 2004-2005, o que atinge diretamente o desempenho industrial do país. Em 2001, além do racionamento de energia elétrica, determinado pelo governo brasileiro, a crise econômica na Argentina, grande importadora de nossos produtos industrializados, foi decisiva para o mau desempenho do setor industrial no Brasil. Vale ressaltar que a dependência da indústria brasileira não é só do capital e insumos, mas também da tecnologia estrangeira. Segundo o Relatório Global de Tecnologia da Informação, o Brasil ocupa o 469° lugar no ranking mundial para o período 2004-2005, o que atinge diretamente o desempenho industrial do país. No entanto, graças à boa conjuntura econômica mundial, em 2004 a indústria brasileira voltou a atingir os níveis de crescimento de 1994, época da criação do Plano Real. A localização industrial no Brasil A localização das indústrias no Brasil seguiu os padrões comuns a essa atividade em todo o mundo. Em um primeiro momento, houve marcante concentração das indústrias em determinada região para mais tarde acontecer exatamente o oposto: as empresas estão fugindo dos locais muito industrializados, em um processo que chamamos de dispersão industrial. Concentração industrial A indústria brasileira começou a se concentrar no estado de São Paulo no período que vai de 1907 a 1920, tendo sua origem nos capitais da economia cafeeira. Em 1920, São Paulo participava com mais de 30% do número de indústrias do país. Na primeira fase do processo de industrialização brasileiro (1930-1960), além do capital do comércio do café, São Paulo reuniu os principais requisitos para o desenvolvimento dessa atividade: Mão-de-obra assalariada imigrante que, paulatinamente, substituiria a mão-de-obra escrava; Ferrovias que ligavam o interior ao porto de Santos; O mercado consumidor que se formou na capital paulista e seus arredores. Com a força econômica de São Paulo e o poder político do Distrito Federal (no Rio de Janeiro até 1960). a região Sudeste firmou-se como a maior área de concentração industrial no país. O triângulo São Paulo – Rio de Janeiro-Belo Horizonte passou a concentrar as atividades do setor secundário no Sudeste e em todo o Brasil. Dispersão industrial No fim da década de 1980, já eram nítidos os sinais da dispersão industrial no Brasil. Esse processo passou a ocorrer em duas escalas: No território brasileiro (escala nacional). Buscando se expandir para outras regiões; Na região Sudeste (escala regional), procurando fugir de áreas já muito industrializadas. No primeiro caso, planos do governo federal procuraram instalar pólos industriais em outras regiões, como o Norte (Zona Franca de Manaus - 1967) e o Nordeste (Recôncavo Baiano), e o pólo petroquímico de Camaçari, na região metropolitana de Salvador (1978). No segundo caso, a dispersão das indústrias foi marcada pelo congestionamento da área metropolitana de São Paulo. As empresas estão fugindo da poluição, dos altos preços dos terrenos, de sindicatos fortes, e procurando cidades menores, que ofereçam, entre outras facilidades, uma excelente qualidade de vida para seus funcionários. Outras vantagens são boa estrutura de transportes, mão-de-obra barata e, na maioria das vezes, qualificada, e mercado consumidor. Muitas dessas cidades possuem centros de pesquisa e universidades que permitem a instalação de tecnopolos. A “guerra fiscal” Um fator decisivo para o processo de descentralização industrial, tanto em escala nacional como regional, é a disputa travada por estados e municípios para receber as instalações de grandes empresas transnacionais. É a chamada "guerra fiscal", que consiste em conceder desde terrenos até isenções parciais ou totais de impostos para as fábricas que se instalarem na região. Distribuição espacial das indústrias no Brasil Veja a participação das Grandes Regiões na produção industrial brasileira e suas principais características. Região Sudeste Mesmo diminuindo a importância da indústria no conjunto de suas atividades econômicas, em virtude dos incentivos fiscais oferecidos principalmente pelas regiões Sul e Nordeste, o Sudeste permanece como a região mais industrializada do Brasil, tendo como destaque o triângulo formado pelas cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. São Paulo Este estado possui todos os ramos industriais, como os de bens de consumo não-duráveis (alimentos, bebidas, vestuário, material de higiene, etc.). de bens de consumo duráveis (aviões, automóveis, eletrodomésticos, entre outros), indústrias de base ou de bens de produção (metalurgia, siderurgia, cimento, produtos químicos), que se encontram distribuídos pela cidade de São Paulo e sua área metropolitana e por quatro principais eixos industriais que seguem suas principais rodovias: Eixo Castelo Branco-Raposo Tavares. Destaca-se pela produção de cimento e bens de consumo em geral. Sorocaba, o seu principal centro urbano, contava em 2002 com mais de 1 400 estabelecimentos industriais. Eixo Anhangüera-Bandeirantes-Washington Luís. Essas rodovias exercem papel de ligação da capital com importantes cidades do interior de São Paulo e Minas Gerais. Ao longo das duas primeiras rodovias alinham-se vários estabelecimentos industriais e inúmeras cidades (Jundiaí. Suma ré, Americana, Santa Bárbara do Oeste, Limeira, Porto Ferreira, Ribeirão Preto). No eixo da Washington Luís as indústrias estão localizadas em São Carlos (tecnopólo), Araraquara e Rio Claro. Entretanto a principal cidade é Campinas, que abriga um dos mais importantes tecnopolos do país. Eixo Anchieta - Imigrantes. Liga o planalto à Baixada Santista, onde estão localizados o pólo petroquímico de Cubatão e o porto de Santos. Eixo formado pela Via Dutra. A indústria automobilística e aeronáutica são os destaques desse eixo, que tem na cidade de São José dos Campos outro grande pólo tecnológico do país, com mais de 530 mil habitantes. Atualmente, o interior do estado de São Paulo é uma importante área industrial brasileira, pois recebe cada vez mais indústrias oriundas da região metropolitana de São Paulo, que encontram nas cidades médias paulistas todas as vantagens já citadas. Rio de Janeiro O Rio de Janeiro está entre os quatro estados mais industrializados do Brasil e o segundo em crescimento da produção industrial. concentrando suas atividades nos ramos da extração do petróleo (bacia de Campos, na plataforma continental), siderúrgico (Volta Redonda), químico, farmacêutico e da construção naval (na região metropolitana) e automobilístico (Vale do Paraíba). A região metropolitana do Rio de Janeiro, que envolve a Baixada Fluminense (Nova Iguaçu, Duque de Caxias, entre outras cidades), é a que mais se destaca, e vem recebendo tanto investimentos nacionais quanto estrangeiros. Minas Gerais A instalação da Fiat (Betim), em 1973, e da Mercedes-Benz (Juiz de Fora) em Minas Gerais, em 1999, atraiu outras empresas, principalmente de autopeças, para esse estado que ocupa o segundo lugar entre os mais industrializados do país. Seus principais ramos industriais são: o metalúrgico, o químico, o mecânico e o extrativo mineral, principalmente na região metropolitana de Belo Horizonte (Betim, Contagem), e o alimentício, encontrado em várias regiões do estado, como nas cidades de Uberlândia, Uberaba, Juiz de Fora, Guaxupé, entre outras. As reservas minerais (ferro, manganês) na região do Quadrilátero Ferrífero favoreceram a instalação de um complexo siderúrgico no Vale do Rio Doce, denominado Vale do Aço. Espírito Santo Segundo o IBGE, a produção industrial capixaba foi a que mais cresceu em 2003. Entretanto, o Espírito Santo é o estado menos industrializado do Sudeste. O principal ramo industrial é o metalúrgico. A região metropolitana de Vitória concentra as atividades industriais. Nessa região, o município de Vila Velha, que é mais populoso do que a capital Vitória, destaca-se por suas indústrias alimentícias. O estado possui um pólo de produção de celulose, no município de Aracruz. O complexo portuário de Vitória-Tubarão, um dos mais importantes do Brasil e do mundo, abriga usinas de pelotização de minério de ferro pertencentes à Companhia Vale do Rio Doce. Região Sul A região Sul conheceu um processo de industrialização bem característico: a atividade industrial nasceu com indústrias criadas por um grupo de empresários da região, descendente de imigrantes, baseadas em matérias-primas agropecuárias, com produção dirigida, a princípio, ao mercado regional. Só mais tarde atingiu o mercado nacional. É a segunda região brasileira mais industrializada após o Sudeste. A agroindústria representa uma das principais atividades econômicas da região Sul, apresentando-se dispersa pelos estados. Essa dispersão diferencia a indústria sulina da indústria das regiões Sudeste e Nordeste, onde as áreas industrializadas estão mais aglutinadas. Rio Grande do Sul O Rio Grande do Sul. que está entre os quatro estados mais industrializados do país, possui o parque industrial mais dinâmico e diversificado do Sul. Os principais ramos industriais são: alimentício (vinho, frigoríficos), de couro, de calçados, petroquímico, automobilístico, tabagista e da construção civil. O eixo localizado entre a área metropolitana de Porto Alegre e a cidade de Caxias do Sul forma a maior área industrial desse estado, concentrando cidades como São Leopoldo e Novo Hamburgo. Localizadas próximo a Caxias do Sul. Garibaldi e Bento Gonçalves são os grandes municípios produtores de vinho do país. Paraná A região metropolitana de Curitiba firmou-se como o terceiro pólo automobilístico brasileiro, depois do ABCD paulista e de Betim, em Minas Gerais. Empresas transnacionais, como a Audi, a Volkswagen, a Renault. a Volvo e a Chrysler (que fechou sua unidade com a crise de 2001), geraram milhares de novos empregos para o estado. Isso aconteceu porque a presença dessas indústrias exige uma infra-estrutura de hotéis, centro de convenções, restaurantes, para receber empresários e visitantes em busca da realização de novos negócios. Além do setor automobilístico, o Paraná destaca-se pelas indústrias de papel e celulose, de madeira e por aquelas ligadas à agroindústria, como as de alimentos e de fertilizantes. Santa Catarina O Vale do Itajaí, onde estão as cidades de Blumenau e Itajaí, com indústrias têxteis e de cristais, é a principal área industrial do estado. No entanto, há diversos pólos industriais importantes, como Joinville (cerâmica), Siderópolis (carboquímicos), Concórdia (frigoríficos). Região Nordeste A participação industrial do Nordeste, apesar de ser apenas a terceira região no total da produção nacional, tem apresentado um crescimento maior que as demais regiões brasileiras, em conseqüência dos incentivos fiscais oferecidos pelos governos dos estados nordestinos a empresários estrangeiros e do Centro-Sul do país. Na realidade, a instalação de indústrias no Nordeste é resultado dos esforços do governo para dinamizar a economia regional. A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, a extinta Sudene, foi a responsável pelos primeiros pólos industriais do Nordeste. Portanto, o surto industrial conhecido por essa região a partir de 1960 não é um processo originado em seu interior, como no Sul, mas introduzido por uma política governamental e, por esse motivo, fora de sua realidade econômica, como as tradicionais indústrias têxteis, alimentícias e as ligadas à cana-de-açúcar. Por esse motivo, essas iniciativas nem sempre foram bem-sucedidas, pois as pequenas possibilidades do mercado de consumo interno acabaram por dirigir sua produção para o Centro-Sul. Nos anos 1990, a política de incentivos fiscais adotada pelos governos nordestinos sofreu uma importante mudança: procurou-se instalar na região indústrias destinadas à exportação, dissociadas do mercado consumidor interno (Centro-Sul). Para isso, investiu-se em infra-estrutura, como na construção do porto de Suape, em Pernambuco. Quanto à produção industrial, destacam-se no conjunto regional os estados da Bahia, Pernambuco e Ceará. Outros estados apresentam áreas industriais em crescimento, como o Pólo Multifabril de Alagoas, o Pólo Químico de Aracaju, em Sergipe, e a produção de alumínio e aluminía em São Luís do Maranhão. Bahia A região metropolitana de Salvador é a maior e mais importante área industrial do Nordeste. Nela estão situados o Centro Industrial de Aratu e o Pólo Industrial Integrado de Camaçari. No primeiro, destacam-se indústrias de bens de consumo duráveis. O segundo tem como principal empresa a Braskem, que recebe petróleo da Petrobras (Refinaria Landulpho Alves) e o transforma em subprodutos básicos (eteno, propeno, benzeno, solventes e outros). As outras fábricas do pólo são quase todas petroquímicas, como a Dow Brasil e a Cibrafértil. No município de Camaçari, próximo ao pólo, foi instalado o Complexo Ford, que desenvolveu o Projeto Amazon, com a construção de uma grande indústria automobilística, já em funcionamento. Outras regiões industriais do estado são: o Centro Industrial de Subaé, em Feira de Santana, e Vitória da Conquista. Pernambuco A maior parte dos estabelecimentos industriais do estado está na área metropolitana do Recife, com destaque para os municípios de Jaboatão, Cabo e Paulista, onde são encontradas indústrias alimentícias, de material elétrico, de comunicações, metalúrgicas e de bens de consumo duráveis, em geral. Ceará O Ceará vem apresentando um forte crescimento nos setores de calçados e têxtil em virtude das vantagens oferecidas às indústrias para se instalarem em suas cidades, principalmente em Fortaleza. Região Norte Como no Nordeste, a industrialização da região Norte foi decorrente do planejamento do governo e iniciou-se com a criação da Zona Franca de Manaus em 1967. Entretanto, as grandes distâncias dos centros consumidores e a deficiência da rede de transportes da região acabaram por criar áreas industriais desarticuladas da economia regional. O estado do Amazonas, onde está situada a Zona Franca de Manaus, e o Pará, com o parque industrial da área metropolitana de Belém, são praticamente os únicos industrializados da porção norte do país. Na produção industrial do estado do Amazonas destacam-se equipamentos de comunicação, material eletrônico, motocicletas, lentes para óculos e relógios de pulso. No Pará são importantes as indústrias extrativas (ferro e manganês), a produção de alumínio, de madeira e de papel e celulose. Região Centro-Oeste Apesar de ter o menor valor da transformação industrial do país, o Centro-Oeste apresenta-se em 4° lugar quanto ao número de estabelecimentos industriais e pessoal ocupado no setor, e vem apresentando elevado crescimento nos setores industriais ligados à agroindústria, como o de produção de alimentos. Goiás é o estado mais industrializado, com destaque para sua capital, Goiânia. Nesse estado, encontramos o pólo farmacêutico de Anápolis, um dos maiores fornecedores de matérias-primas para a produção de medicamentos genéricos. Seguem-se o Distrito Federal (Brasília) e Mato Grosso do Sul, cujo principal centro industrial é Campo Grande. QUESTÕES PARA REFLEXÃO 1- "No plano econômico, Vargas prosseguiu na sua política nacionalista, estatizante e industrializante... A par disso, criou novas empresas estatais, entre elas a própria Companhia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda (1941 ), a empresa de mineração Vale do Rio Doce (1942), a Fábrica Nacional de Motores..." Por que a Companhia Siderúrgica Nacional é considerada um marco da industrialização brasileira? 2. Compare a era Vargas à era Kubitschek em relação à industrialização. 3. Caracterize a etapa ou a fase da internacionalização da indústria brasileira. 4. "O poder das multinacionais pode ser identificado pela porcentagem de sua participação na composição de capitais. Para tanto, vale apresentar alguns exemplos: Belgo Mineira, 80%; Pirelli. 70%; Volkswagen, 80%; Companhia de Cigarros Souza Cruz, 80%. Quando elas não detêm o poder desse modo, exercem-no pelo controle da tecnologia e dos mercados. Segundo Wilmore, em 1987 as empresas estrangeiras representaram 54% do total das exportações brasileiras..." Explique qual característica da industrialização brasileira o texto acima quer destacar.