Mauricio Bulhões Pereira PROPOSTA DE UM PROTOCOLO DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADES Chapadão do Sul – MS 2011 1 PROPOSTA DE UM PROTOCOLO DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADES Projeto de Intervenção apresentado à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como requisito para conclusão do curso de Pós Graduação em nível de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família. Orientador: Prof. Dr. Alessandro De Carli. Chapadão do Sul – MS 2011 2 SUMÁRIO RESUMO 1 INTRODUÇÃO........................................................................... 05 2 OBJETIVOS......................................................................... 08 3 DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA....................................................... 09 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................25 5 REFERÊNCIAS..................................................................... 27 ANEXOS 3 PROPOSTA DE UM PROTOCOLO DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADES RESUMO O atendimento odontológico às gestantes é um assunto bastante controverso, principalmente em função dos mitos que existem acerca do tratamento, tanto por parte das gestantes como por parte dos cirurgiões-dentistas e equipe de sáude, que não se sentem seguros em atendê-las. O objetivo do presente trabalho foi de propor um protocolo odontológico (pré-natal) para atendimento das gestantes em uma unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF). Para a elaboração da proposta deste protocolo, forma abordadas as recomendações relacionadas ao atendimento odontológico à gestante, possibilitando aos profissionais envolvidos, prestar atendimento a esse grupo de pacientes de forma segura e tranqüila, além de poder orientar as gestantes sobre os diversos assuntos envolvidos em relação a esta fase, de forma a ajudá-las em relação às suas ansiedades,receios, desmistificando desta forma, o tratamento odontológico. Concluiu-se que o pré-natal odontológico é um instrumento de suma importância, principalmente no que se refere à integralidade da atenção em saúde. Descritores. Conhecimento, gestantes, saúde bucal. 4 PROPOSTA DE UM PROTOCOLO DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADES 1 INTRODUÇÃO O período gestacional é caracterizado por mudanças tanto na vida das mulheres quanto na dinâmica familiar como um todo, compreendendo uma fase de alterações fisiológicas e psicológicas complexas, com reflexos sobre a saúde bucal. Tais alterações afetam não somente as gestantes como também seus futuros filhos. Como profissionais comprometidos com a integralidade das ações de saúde, vimos a necessidade de atuarmos durante essa fase, com ações de prevenção e promoção de saúde, a fim de evitar possíveis problemas, como a cárie e a doença periodontal maternas, os quais estão relacionados aos nascimentos prematuros e de baixo peso (Boletim Informativo sobre Avanços em Odontologia e Saúde Bucal – Vol. 11, número 3). Segundo Silva e Martelli (2009) a promoção de saúde transformou-se em palavra de ordem. A partir dos conceitos modernos, depreende-se que a prática curativa e restauradora deveria se constituir para o ser humano como instrumento a ser utilizado somente nos casos nos quais os procedimentos preventivos básicos falharam ou que a própria intrínseca condição humana possibilitou o surgimento da doença. Na prática, pode-se constatar que, a despeito das atuais políticas de saúde bucal vigentes, ainda não existe um atendimento odontológico pré-natal integral como sugere a promoção de saúde. Crenças e mitos de que o tratamento odontológico realizado durante a gravidez prejudica o desenvolvimento do filho ainda acompanham as gestantes e contribuem para 5 dificultar o cuidado com a saúde bucal neste período. Por outro lado, tem-se que considerar que ainda há dificuldades de acesso da população ao profissional, tanto na esfera particular como pública. (Reis et al., 2010). Observa-se que mudanças no ambiente bucal ocorrem em 60% a 70% das gestantes e incluem gengivite associada à pobre higiene oral, biofilme dental e irritantes locais; tumores gestacionais, mobilidade dentária generalizada, associada à doença periodontal e trocas minerais na lâmina dura; além de xerostomia, que tendem a normalizar após o parto. (Batistella et al., 2006). No município de Chapadão do Sul, busca-se a integração da equipe multiprofissional da ESF, principalmente em relação ao atendimento prestado às gestantes. Nesse sentido, foi criado em 2004 um projeto denominado Grupo de Gestantes, com reuniões quinzenais visando o esclarecimento das mulheres sobre esse período, através de atividades educativas com a participação de diferentes profissionais – assistente social,cirurgião-dentista, enfermeiro, fisioterapeuta, médico, nutricionista, psicólogo e terapeuta ocupacional. Atualmente, encontram-se inseridas no grupo cerca de 20 gestantes, o que corresponde a um total de 70% aproximadamente das gestantes da área adscrita. Apesar disso, notamos que a adesão das gestantes à atenção à saúde bucal sistematizada ainda é incipiente. Vários autores concordam com a necessidade de um programa de atenção odontológica voltado às gestantes, considerando ser um grupo estratégico devido às características psicossociais inerentes ao processo reprodutivo e, fundamentalmente, em razão do papel que as mães possuem na promoção de uma melhor saúde bucal de seus filhos. (Garcia Hoz ,1960, Lavel ,1976, Savastano ,1981, Costa ,1998, Rossel ,1998, Scavuzzi et al. ,1998; Scavuzzi et al.,1999, Sartorio, 2001, Moreira et al., 2004). Dessa forma, justifica-se a relevância do pré-natal odontológico como forma de atenção e controle da saúde bucal da futura mãe, no aconselhamento das manobras orientadoras e preventivas para a manutenção da saúde do bebê, com vistas ao equilíbrio do processo saúde-doença bucal. Isso significa 6 que o contato da mãe com o odontólogo, para manter sua própria saúde bucal e para saber mais sobre a boca e os dentes do seu filho, deveria começar quando o bebê ainda está na sua barriga ou até mesmo antes da gravidez Camargo, 2008. O Objetivo desse estudo será de elaborar um protocolo de inclusão do pré-natal odontológico na Estratégia de Saúde da Família I – Bairro Esperança, do Município de Chapadão do Sul (MS). 7 2 OBJETIVO O presente estudo se propõe a formular/propor o protocolo do pré-natal odontológico na referida unidade de ESF, descrevendo a estratégia de abordagem do grupo de gestantes nessa oportunidade, a fim de que a promoção à saúde seja contemplada. 8 3 DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA A necessidade de proposição desse protocolo surgiu frente à constatação da baixa procura, por parte das gestantes, ao serviço odontológico na ESF da Vila Esperança (Chapadão do Sul, MS), apesar de haver, nessa unidade de saúde, o grupo de gestantes e a atuação dos odontólogos junto a este. Dessa forma, através de reuniões com a equipe, questionei os colegas sobre o que os mesmos achavam da possibilidade/necessidade de sistematizarmos a inclusão do pré-natal odontológico ao pré-natal médico. As falas a seguir ilustram o pensamento do médico e da enfermeira, respectivamente, da equipe de ESF em que me insiro: “Apesar de nossas consultas serem muito rápidas e sempre curativistas e não preventivas, procuro, sempre que percebo a necessidade de tratamento bucal, encaminhar meus pacientes ao odontólogo, pois acredito que muitas enfermidades se iniciam pela boca, e em relação às gestantes, meu cuidado é redobrado, uma vez que a futura mãe é 100 por cento responsável pela saúde geral deste novo ser, então procuro orientá-la sobre a importância da consulta odontológica durante a gestação, explico o risco de parto prematuro e de crianças de baixo peso caso hajam problemas gengivais, e explico que o dentista é o profissional mais indicado para orientá-las sobre a melhor forma de escovação, o uso do fio dental, e quando necessário aplicação de flúor, além disto, procuro desmistificar o tratamento dentário, explicando que a consulta odontológica não faz mal ao seu futuro filho e sim, o não tratar.” ´´Examinamos a cavidade oral não só por causa dos dentes, mas por causa de outras patologias que podem estar na cavidade oral da gestante. Faz parte da nossa rotina de exame físico examinar a cavidade oral, mas a paciente necessariamente não tem que passar pelo serviço de odontologia, 9 porém acho de extrema importância o Pré-natal odontológico, pois as pacientes terão orientação direta do profissional específico da área, que além de trabalhar a prevenção irá poder realizar a parte curativa.´´ Conforme os relatos dos dois colegas de trabalho, notei que teria apoio da equipe de ESF para atingir p objetivo desse trabalho, a partir daí, como educador em saúde, busquei demonstrar a importância da interdisciplinaridade durante o pré-natal, evidenciando que não há como separar a saúde geral da saúde bucal. Isso ocorreu através da coleta de dados presentes nos artigos do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Lilacs), Bibliografia Brasileira de Odontologia (BBO), SCIELO (Scientific Electronic Library Online) e BIREME. A partir disso, iniciou-se a construção de um “PROTOCOLO PARA O ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DA PACIENTE GESTANTE DA ESF ESPERANÇA” (Chapadão do Sul, MS), elaborado a partir das informações e modificações resultantes da literatura encontrada e da experiência clínica. Nesse sentido, toda gestante deverá ser estimulada a participar do prénatal durante a gestação, daí a importância das Agentes Comunitárias de Saúde neste processo, pois muitas vezes, são as primeiras a entrar em contato com as futuras mães. (Araújo, 2009). Após a chegada à unidade de saúde, as mesmas serão acolhidas pela recepção, que as encaminharão para a consulta com a enfermagem, onde serão instruídas da necessidade de se fazer o pré-natal médico e odontológico. Após a avaliação da enfermagem, a mesma encaminhará a paciente ao odontólogo. Este, no primeiro momento, buscará criar vínculo com a gestante e orientá-la de forma geral. Nessa etapa, através de uma conversa amigável, o odontólogo priorizará o processo de escuta da paciente, a fim de conhecê-la, instigando um bate papo revelador, que proporcione ao profissional uma maior elucidação a respeito das condições de vida da mesma e da sua percepção sobre a própria saúde bucal e do concepto, com vistas a uma abordagem centrada na integralidade das ações em saúde. (Lima, 2006). 10 É importante ressaltar que, nessa fase, será dada oportunidade para que a gestante relate se está com algum problema bucal urgente (dor, sangramento). Em caso afirmativo, o profissional já deverá agir resolutivamente, com vistas à estabilização do quadro clínico. Nesta consulta, o odontólogo explicará a necessidade de se atrelar o pré-natal odontológico ao médico, ou seja, toda vez que a paciente vier a unidade para ser acompanhada pelo médico, a mesma passará antes pelo cirurgião-dentista, como forma de prevenção a ela e ao concepto. Numa segunda consulta, faremos uma avaliação da saúde bucal, de forma a determinarmos a classificação de risco em que a gestante se encontra frente a doenças bucais como um todo. Assim, o risco pode variar entre baixo, médio e alto. A partir dessa classificação, será determinada a quantidade de consulta que as pacientes necessitam fazer durante toda a gestação, que poderão ser quinzenais, mensais ou trimestrais e as necessidades de tratamento. A classificação de risco será determinada pelo número de cáries, perdas dentais, e inflamação gengival apresentadas pela paciente, além do grau de conhecimento que as mesmas possuem em relação a sua saúde bucal. Para isso, previamente, deverá ser realizada uma profilaxia dental supervisionada (escovação), além da secagem com seringa tríplice. Após profilaxia e limpeza, utiliza-se a sonda exploradora para remoção de placa residual e espelho bucal plano. Os critérios do índice de necessidade são demonstrados na Figura 1. 11 CÓDIGO CLASSIFICAÇÃO CONDIÇÃO Permanente Decíduo 0 A 1 B Hígido Superfícies oclusais: lesão CÁRIE DE ESMALTE esbranquiçada opaca ou castanha clara ativa, sem cavidade clinicamente detectável. Superfícies liso-proximais: clinicamente visíveis,lesões de mancha branca opacas ou castanhas claras, nas quais não pode ser comprovada nenhuma cavidade óbvia; onde as superfícies proximais não estão em contato com o dente vizinho, são aplicados os mesmos critérios que para superfícies lisas. 2 C Superfícies oclusais: lesão no esmalte CÁRIE DE ESMALTE (de cor branca opaca ou castanha clara) com atividade de cárie; presença de cavidade clinicamente detectável, restrita ao esmalte; lesões apresentam atividade cariosa sem evidência de envolvimento da dentina. Superfícies lisas/proximais: registro de lesões com cavidade em esmalte, mas nenhuma evidência de envolvimento da dentina 3 D CÁRIE DE DENTINA Lesões de cárie coronária: envolve a dentina, mas sem suspeita de envolvimento pulpar. 4 E LESÃO PULPAR Lesões de cárie coronária: com possível ou definitivo envolvimento pulpar, e perda de sustentação das paredes adjacentes, porém com possibilidade de intervenção protética unitária. 5 F LESÃO PULPAR Cárie com definitivo envolvimento pulpar: não há estrutura de coroa; apresenta somente as raízes, caracterizando a necessidade de extração dental. 6 G EXTRAÍDO Dente extraído devido à cárie. 7 H RESTAURADO Superfície com material restaurador definitivo. Figura 1 – Critérios do Índice de Necessidades Odontológicas. (Pereira et al., 1999). 12 A partir da aplicação desses critérios de diagnóstico, os dados serão analisados pela obtenção do Índice de dentes Cariados, Perdidos e Obturados (CPO-D).( Pereira et al., 1999). A indicação das necessidades de tratamento será dependente de variáveis que possam nos indicar um risco de cárie dental de cada indivíduo. Um maior risco de cárie individual está relacionado a aumento da possibilidade de aparecimento de novas lesões, bem como à velocidade maior de progressão de lesões já instaladas. (Pereira et al.,1999). Neste estudo, elegemos três variáveis clínicas, já citadas na literatura por Dysney et al. (1992), Varsio & Vehkalahti (1996), KRAMER et al.(1997), Saemmundsson et al. (1997), como referências para a classificação de risco de cárie: história passada de cárie, lesão incipiente com atividade de cárie e época de erupção do dente (Figura 2). H is tó r ia P a s s a d a L e s ã o in c ip ie n te d e m ancha branca É poca de erupção ceo > 2 ou ceo =< 2 ou CPO > 1 C PO =< 1 P resença A u s ê n c ia A lto r is c o B a ix o r is c o A lto r is c o B a ix o r is c o A té 1 5 m e s e s d e e ru p ç ã o Após 15 m eses d e e ru p ç ã o A lto r is c o B a ix o r is c o Figura 2 – Classificação de Risco e Atividade de Cárie. Nesta segunda consulta, além da classificação serão feitas orientações à gestante sobre a importância da saúde bucal, demonstrando que a saúde começa pela boca, especialmente das mães. Nessa consulta faremos uma demonstração prática sobre escovação e uso correto do fio dental, profilaxia e informações sobre as vias de transmissão de bactérias da boca da mãe para a boca do bebê. (Moimaz, 2006). As consultas subsequentes terão o objetivo de desmistificar o tratamento odontológico através da orientação sobre anestesias, radiografias e medicações, além de esclarecer a importância do aleitamento materno não só como fonte nutricional, mas também para o desenvolvimento da face. 13 O protocolo do pré-natal odontológico proposto está ilustrado na Figura 3. 14 Figura 3 – Protocolo de Pré-Natal Odontológico. 15 Com o desenvolvimento desse protocolo de atendimento odontológico da paciente gestante na ESF, enfocando a importância da abordagem colaborativa entre médico/odontólogo/enfermeira, buscou-se desmistificar a existência de risco para a saúde do bebê, possibilitando a integralidade do atendimento. Nota-se que a saúde bucal, parte importante e indissociável da saúde geral, vem sendo pouco abordada e priorizada nas políticas de atenção à saúde das gestantes no Brasil. (Leal, 2006). A atenção odontológica durante a gestação é indicada e pertinente, seja porque muitas mulheres apresentam perturbações orais decorrentes das alterações hormonais nesse período, seja porque há evidências da associação entre a doença periodontal e a prematuridade e o baixo peso ao nascer. Além disso, demonstra-se que, com certas precauções, o tratamento é seguro. Porém, Leal (2006), citou que crenças, mitos, receios e resistência dificultaram por muito tempo esse cuidado, e, ainda hoje, confundem pacientes e profissionais. Esses dados são corroborados pelo estudo de Feldens et al. (2005), os quais relataram que a maioria dos médicos também acreditam na existência da relação das condições bucais da gestante com a possibilidade de parto prematuro e baixo peso do bebê, o que também foi relatado nesse estudo. Segundo Maeda et al. (2005), as gestantes estariam mais assistidas na parte odontológica se o médico ginecologista-obstetra as orientasse e encaminhasse, cumprindo, assim, seu papel como promotor de saúde. Percebe-se que a validade do pré-natal é inquestionável tanto para a mãe como para o bebê, devendo ser incluídas orientações sobre saúde bucal com o objetivo de desmistificar as crenças populares e abolir os mitos relacionados ao tratamento odontológico durante a gestação, fato este confirmado por Araujo (2009). Como observado na maior parte das Unidades de Saúde do município de Chapadão do Sul, o acompanhamento da gestante nas consultas de pré16 natal não tem contemplado orientações de saúde bucal, e seus conhecimentos e práticas dependem das orientações do médico responsável pelo pré-natal. (Martins e Martins, 2002). Evidencia-se dessa forma, a necessidade de maior atuação interdisciplinar entre cirurgiões-dentistas e médicos no acompanhamento da gestante, fato confirmado por Feldens et al. (2005) e Tirelli (2004), os quais mencionaram que o pré-natal se constitui em um período profícuo de promoção de saúde integral. Apesar do atendimento às gestantes exigir um maior cuidado por parte dos profissionais de odontologia, o mesmo não deve ser negligenciado, a fim de que problemas simples não se tornem quase insolúveis, levando a perda do elemento dentário. É certo afirmar que o atendimento a gestante é um assunto controverso, devido muitas vezes a falta de preparo por parte de odontólogos e médicos em orientar tais pacientes de forma a conquistar sua confiança (Poletto, 2008). Após avaliar a real situação das gestantes em minha área de ESF, em relação ao atendimento odontológico, pude constatar (através de entrevistas feitas durante as consultas odontológicas, visitas domiciliares ou mesmo no grupo de gestante), a grande quantidade de mitos, crenças, dúvidas e receios, que têm levado muitas pacientes a não buscar cuidado odontológico durante todo período gestacional. Nesse sentido, percebe-se a necessidade de se criar um vínculo com as mesmas, orientando-as em relação a aspectos importantes relacionados à saúde bucal da mãe e dos futuros bebês. Dessa forma, durante o pré-natal odontológico, a abordagem de assuntos referentes às crenças/mitos das gestantes faz-se necessária para subsidiar as ações do mesmo. Entende-se que a oportunidade desse encontro com a gestante deve ser aproveitada para além da abordagem clínica, mas para tentar mobilizá-las no sentido da promoção da saúde (bucal) e da importância da atenção odontológica para que o período gestacional transcorra de forma segura. Nesse aspecto, é interessante a percepção de que a gestante se readapta a uma nova situação, ou seja, prepara-se para o processo de parto. 17 Em função disso, a mesma poderá questionar todo e qualquer procedimento proposto pelo cirurgião dentista, guiada pelo instinto de proteção ao futuro bebê especialmente com relação à tomada de radiografias, anestesia local e ao uso de outros medicamentos. Apesar dessa constatação, deve-se procurar estimular a paciente grávida a realizar um “check up” dentário como parte do programa pré-natal, ou seja, a gestante deve ser orientada a não esperar até o final da gestação para consultar o cirurgião-dentista, pois um problema eventual que antes era simples pode ser agravado. (Malamed, 1993). Assim, a instituição do pré-natal odontológico facilita a busca pela atenção odontológica de maneira contínua e sistematizada, com maior controle das pacientes por parte da equipe de saúde bucal. É importante ressaltar que o tratamento, sempre que possível, deve ser realizado no segundo trimestre da gravidez, pois este apresenta-se como o momento mais favorável a atuação do cirurgião-dentista, Capucho (2004), pois nos primeiros meses o organismo da mulher sofre alterações de ordem geral que podem tornar não só essa fase como os últimos meses da gestação mais propensos ao aborto e ao parto prématuro, respectivamente. Apesar de haver outras variáveis de risco obstétrico envolvidas na prematuridade, o tratamento da doença periodontal na gestante é imprescindível e pode se tornar uma estratégia de intervenção para reduzir a incidência de nascimento de prematuros de baixo peso. (Moimaz, 2006). Tirelli (2004), numa pesquisa com 170 gestantes, observou que a maioria das mulheres chega à gravidez com limitados conhecimentos sobre saúde bucal e que a maioria delas não recebe orientações sobre o assunto durante o pré-natal. Este fato também foi observado no grupo de gestantes da ESF Vila Esperança, sendo uma das justificativas utilizadas para a proposição da instituição do pré-natal odontológico em nossa área de abrangência. Todo procedimento odontológico essencial pode ser feito durante a gravidez, de preferência durante o segundo trimestre. Devem ser consideradas em caráter de urgência, independentemente do período gestacional, as intervenções que tenham por objetivo remover a dor e focos de infecção, que podem ser prejudiciais à mãe, ao feto em desenvolvimento e ao recémnascido. O mesmo foi defendido por Littner et al. (1984), que afirmou que a 18 atenção odontológica à gestante pode ser realizada em qualquer período gestacional, inclusive intervenções cirúrgicas em caso de urgências, necessitando para isso, a realização de anamnese completa da paciente e, em caso de dúvidas, devem ser trocadas informações com o médico sobre o estado de saúde geral da gestante. Entretanto, consultas estressantes, longas e procedimentos cirúrgicos eletivos devem ser adiados para o pós-parto, Tirelli et al. (1999). Segundo Silva (2002), as cirurgias buco-maxilo-faciais devem ser eletivas e aqueles casos que não apresentarem dor, inflamação ou infecção devem ser postergados para após o nascimento do bebê. O pré-natal odontológico é de grande valia, uma vez que neste período orientaremos as gestantes em diversos assuntos, pois sabemos que a educação em saúde desenvolve nas pessoas a consciência crítica das reais causas de seus problemas, fazendo com que estas despertem interesse pela manutenção da saúde, fato evidenciado por Petry e Pretto (2003). Após uma reunião em equipe, quando buscou-se entrevistar o médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e ACS sobre a real situação de saúde bucal das gestantes, os mesmos levantaram a necessidade de se trabalhar tal grupo em relação a desmistificação do tratamento dentário, principalmente em relação aos anestésicos, um dos maiores responsáveis pela não aceitação ao tratamento, devido ao medo de se prejudicar o feto. Baseado nos relatos passados pela equipe e das gestantes colhidos tanto no grupo de gestantes, como nas visitas odontológicas e domiciliares, buscou-se na literatura algo que pudesse gerar mais segurança tanto por parte da equipe quanto das pacientes em relação ao tratamento odontológico, pois o que vemos como tabu e medos muitas vezes é passado dos profissionais para o paciente e não ao contrário. Após a coleta dos relatos das gestantes, os quais evidenciaram o medo de que a anestesia pudesse fazer mal principalmente ao feto,constatou-se que os anestésicos locais são as drogas mais comuns usadas em odontologia e a forma mais eficiente de controle da dor para pacientes que recebem tratamento 19 dental. Sua utilização é segura durante a gravidez, desde que uma técnica sensata seja empregada e o volume da droga seja cuidadosamente controlado, fato este, confirmado por Andrade (1998), porém, segundo Castro, Menezes e Pordeus (2002), em função das controvérsias existentes em torno do tipo de anestésico local adequado para o atendimento odontológico de gestantes, muitos profissionais ficam apreensivos e inseguros sobre a sua utilização, e por isso adiam para o pós-parto, inclusive, o tratamento odontológico emergencial de gestantes. Segundo Ferreira (1998), as gestantes se constituem num grupo de pacientes que requer certos cuidados específicos, especialmente com relação ao uso das soluções anestésicas locais, devendo-se sempre lembrar que no seu atendimento existem dois indivíduos na cadeira odontológica e não apenas um, como ocorre com as pacientes não grávidas. Durante o período de gestação a mulher passa por uma série de mudanças físicas, destinadas a prepará-la para o parto e amamentação. Apesar dos anestésicos serem um dos grandes mitos sobre o tratamento odontológico em gestantes, Dillon et al. (1997), afirmou que as doses usuais de anestésicos locais são consideradas seguras para gestantes e lactentes, não existindo contra-indicação para o seu uso, porém, Hass (2002), como medida de segurança, orientou a utilização de no máximo 2 tubetes de lidocaína 2% por sessão de atendimento, realizando-se aspiração prévia e injeção lenta da solução, protocolo que é seguido em nossa Unidade de Saúde para o atendimento das gestantes e que também fez parte da abordagem educativa destas nas oportunidades do pré-natal odontológico. Outra grande preocupação por parte das gestantes foi em relação às tomadas radiográficas, devido aos seus efeitos teratogênicos. Segundo Richards (1968), o exame radiográfico não precisa ser evitado durante a gestação, uma vez que a quantidade de radiação recebida no consultório é baixa e pode ser comparada a radiação recebida durante o dia, Jones (1987), e que esta radiação em que a mãe é exposta para uma tomada radiográfica rotineira é muito menor que a dose necessária para ocasionar malformações congênitas, porque o feto recebe 1/50000 da exposição direta na cabeça da 20 mãe. Mesmo assim, alguns cuidados são recomendados como avaliar a real necessidade do exame, a proteção com avental de chumbo, o uso de filmes ultra-rápidos, que permitem menor tempo de exposição e evitar repetições, Ada (1995); Little et al. (2002). Radiografias de rotina e exame periapical completo devem ser evitados se não estiverem relacionados à área de interesse e queixa principal. (Gajendra e Kumar, 2004). Para Chiodo, Rosenstein (1985) e Schawarz (1987), quando necessárias, as tomadas radiográficas podem ser realizadas no período gestacional, utilizando-se os meios disponíveis para proteção da mãe e do feto, como uso de filme ultra-rápidos, diafragma, filtros de alumínio, localizadores e avental de chumbo, pois a quantidade de radiação utilizada e o tempo de exposição são pequenos, o tamanho do raio é curto e não direcionado para o abdômen. Assim, durante as consultas do pré-natal odontológico, procurou-se explicar, de maneira acessível, que, caso fossem necessárias, as radiografias poderiam ser realizadas durante a gestação, principalmente após o primeiro trimestre, desde que todas as precauções protetivas fossem tomadas. Outra dúvida bem prevalente entre as gestantes, diz respeito à utilização de medicações, pois as mesmas temem o aborto do feto ou má formação. Logo, a paciente necessita entender que toda medicação durante esta fase deve ter autorização por parte do médico responsável por sua gestação, na grande maioria, o obstetra, pois a percepções dos prescritores sobre terapêutica medicamentosa na gravidez oscilam entre a certeza que tudo é nocivo, e a relativa crença de que tudo é seguro até que se prove o contrário. (Castro, 2004). Após entrevistar muitas gestantes e solicitar uma demonstração prática sobre escovação e uso do fio dental, percebeu-se a necessidade de se investir em orientações sobre saúde bucal, através do ensino correto da técnica de higiene bucal, pois, como Jorge (2004), afirmou, a gravidez não deve ser motivo para adiar o tratamento odontológico, pois representa a fase ideal para o estabelecimento de bons hábitos, uma vez que a gestante mostra-se psicologicamente receptiva a adquirir novos conhecimentos, logo, corresponde 21 a um ótimo momento para que as orientações de higiene sejam transmitidas e efetivamente seguidas. Como muitas gestantes perceberam e relataram problemas de gengivite durante esta fase, foi explicado que a maioria das enfermidades gengivais que coincidem com esta fase podem ser tratadas mediante o controle dos fatores etiológicos locais, através do estabelecimento de uma higiene bucal cuidadosa, o mesmo evidenciado por Salkin et al. (1993). Rossel et al. (1999), relatou que, além destes cuidados, faz-se necessário o retorno ao tratamento para controle periódico, entretanto, Romero e Sanches (1988), observaram uma falta de motivação da gestantes para com os aspectos preventivos odontológicos, resultante da baixa intervenção educacional por parte do cirurgião-dentista. Desse modo, em função da classificação da paciente conforme o risco, estabelecemos o retorno das mesmas para consultas periódicas, a fim de que sejam monitoradas em relação à manutenção da saúde bucal, tendo em vista o caráter oportunista dos agravos causados pelo acúmulo de biofilme (placa bacteriana). Por fim e não menos importante, com o intuito de elaborar um protocolo de forma a orientar as gestantes tanto na fase pré como pós-natal, abordou-se o tema da amamentação, uso de chupetas e mamadeiras, uma vez que a mãe, ao estar bem informada, vai dar a importância necessária para o amamentar, já que muitas vezes isto não ocorre, pois as mesmas, por estarem preocupadas com a estética de suas mamas, ou pela facilidade do uso da mamadeira, preferem abrir mão desta fase. Assim, procuramos estimular a amamentação natural, pois, além de ter sua importância afetiva, nutricional e imunológica, do ponto de vista odontológico, a mesma é fundamental para a saúde bucal do bebê, pois estimula o bom desenvolvimento dos dentes e da face e previne de más oclusões. Mamando no peito, o bebê respira corretamente pelo nariz e é obrigado a morder, avançar e retrair a mandíbula. Isso propicia o correto desenvolvimento dos ossos e músculos da face, prevenindo más oclusões e problemas de posicionamento incorreto dos dentes e estruturas faciais. (Jorge, 2004). 22 O aleitamento materno tem sido apontado como um fator importante para o desenvolvimento craniofacial adequado. O ato de mamar no peito provê ótimo exercício da musculatura orofacial, estimulando favoravelmente as funções da respiração e deglutição, o que não acontece quando a mamadeira é utilizada. Quando o bebê suga corretamente o seio materno, ocorre um perfeito vedamento da passagem de ar pela boca, o que obriga a realizar a sucção e a deglutição sempre respirando pelo nariz. O bico da mamadeira, por outro lado, favorece a entrada de ar pela boca e, conseqüentemente, a respiração bucal. (Malagola, 1986). Por acreditar que nós, como profissionais, necessitamos direcionar um olhar diferenciado para esta parcela da população, pois muitas vezes, devido ao mito e receios existentes em torno do tratamento bucal durante a gravidez, as futuras mães evitam o tratamento, deixando seus filhos e elas mesmas sem o devido acompanhamento, tão necessário para se evitar que um problema simples se torne quase que insolúvel com o passar do tempo. Vejo que os grandes responsáveis por tais situações são muitas vezes uma equipe mal preparada, principalmente por falta de conhecimento, seja do médico que não encaminha para o odontólogo, ou mesmo, do dentista que por falta de preparo e conhecimento, prefere deixar tal população desassistida. Ao perceber tanto em relatos de artigo e de muitos obstetras que o período gestacional é um momento único para informar, orientar e sobretudo educar, pois neste momento, os pais se encontram receptivos e ávidos de conhecimentos, possibilitando uma gestação tranquila e filhos saudáveis, parti para elaboração de um protocolo odontológico, começando com a busca de vínculo, seja através de visita domiciliar, ou conversas na sala de espera, quando as mesmas se encontravam presentes para o pré-natal médico. Além disso, busquei preparar a equipe de forma a entenderem a necessidade de se incluir na rotina de pré-natal a atenção odontológica, enfocando o acolhimento, a desmistificação do tratamento e a importância do aleitamento, para que toda a equipe estimulasse as futuras mães a buscar mudança de hábito e ações de saúde neste ciclo de vida. 23 Percebo diversas potencialidades com a criação deste protocolo, pois ao orientarmos os pais, estamos dando condições para que os mesmos possam fazer pelos seus filhos o que nenhum especialista poderia, tendo em vista que os mesmos estão em tempo integral com seus filhos. Para além, os pais se tornam difusores de conhecimento, o que já tenho visto em minha unidade, uma vez que o número de atendimento a mulheres gestantes tem aumentado significativamente, onde as mesmas relatam às suas vizinhas que começaram a tratar e explicaram que não havia risco nenhum, desde que o profissional estivesse preparado, então, as mesmas começaram a aceitar o tratamento, não só pelo profissional, mas por quem havia indicado, ou seja, estabeleceu-se o início de uma relação de confiança. Acredito que a grande dificuldade ainda seja em relação aos profissionais que não aceitam mudanças, seja médicos, dentistas ou mesmo enfermeiros, talvez por medo, ou mesmo por não acharem importante o tratamento nesta fase, preferindo protelar para o pós parto. Porém, em minha unidade de ESF, o processo tem sido diferente, e bem gratificante, uma vez que a equipe tem entendido, aceitado e apoiado a idéia do protocolo, pois acreditam que para se ter saúde, temos que tê-la de forma geral e completa. A partir daí, passamos a incluir no pré-natal médico o odontológico, onde temos durante todas as consultas médicas, o acompanhamento da gestante também por parte do cirurgião-dentista, de forma a orientá-la e, se necessário for, dispensar a ela ação curativa/preventiva. Acredito que, uma vez instalado o protocolo odontológico na ESFEsperança de Chapadão do Sul (MS), teremos mais facilidade para difundirmos a idéia para todas as outras unidades de ESF do município, seja através de rodas de conversas/palestras com os profissionais, gestores e autoridades. 24 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Podemos concluir, infelizmente, que a saúde bucal das gestantes não é uma preocupação natural incorporada à rotina do pré-natal na maioria da população. A grande maioria das gestantes simplesmente desconhece a importância da prevenção e do tratamento das enfermidades bucais durante a gestação e nem chega a procurar os serviços odontológicos por falta de orientação e informação específicas e relevantes. Tendo em vista que a falta de esclarecimento da população gera negligência por parte das gestantes e dos profissionais, seja pela falta de informação da paciente, descaso ou despreparo do profissional de saúde ou qualquer outro motivo, e levando em conta que enfermidades bucais nessa fase podem interferir no desenvolvimento do feto ou até mesmo causar nascimento prematuro, somente a correção específica dessa falha, ou seja, se pudermos fazer com que de alguma forma as futuras mães saibam e entendam os riscos que elas e seus bebês correm durante a gestação pela falta de prevenção e tratamento, já seria suficientemente esclarecedor e despertaria um maior interesse e cuidado durante esse período de vida. Essa e outras informações difudindas de maneira simples e em larga escala suscitariam disciplina nos cuidados odontológicos e conscientização geral das pessoas, abolindo crendices populares e concepções errôneas. Em se tratando dos profissionais odontólogos, acredito que geraria uma necessidade de maior aprofundamento de conhecimentos em relação ao atendimento das gestantes. O próprio aumento na demanda de atendimentos e procedimentos executados seria um fator para promover a melhora na qualidade técnica dos mesmos, despertando o profissional a estudar, aumentando a sua atenção a fatores primordiais que farão toda diferença para um atendimento seguro e responsável, já que muitos dentistas se abstém de atender gestantes com receio de serem responsabilizados por possíveis intercorrências obstétricas. Seria muito importante que gestores e formuladores de políticas na área da saúde conhecessem os fatores negligenciados que causam prejuízos à 25 saúde das gestantes e de seus filhos para que se possa ampliar a capacitação de médicos, enfermeiros e odontólogos nesse assunto, desde a formação universitária, até as necessidades no ambiente de trabalho. A capacitação da equipe multidisciplinar de maneira conjunta aproximaria os profissionais e elucidaria dúvidas simples que os outros profissionais da equipe possam ter em relação aos atendimentos odontológicos nessa fase de vida da mulher, promovendo debates saudáveis e aumentando o conhecimento do grupo como um todo, podendo-se criar normas e rotinas pré estabelecidas para os cuidados com a gestante, estabelecendo um protocolo único para a ação de toda a equipe, sendo esse protocolo uma maneira clara de informação, uma ferramenta fácil de ser utilizada principalmente por médicos e enfermeiros que normalmente são os primeiros a entrarem em contato com estas pacientes. Dessa forma, estes seriam agentes estimuladores para que as mesmas procurassem o serviço de atenção à saúde bucal. Observou-se, com a execução desse trabalho, a lacuna que existe na falta de conhecimento das gestantes sobre a importância da saúde bucal nessa fase de vida, o que sinaliza uma oportunidade para o desenvolvimento de atividades de promoção em saúde bucal. Estas, quando efetuadas, ainda que de maneira não sistematizada, geram um feed back animador por parte das pacientes, que passam a valorizar os cuidados com a saúde bucal e o trabalho primordial do cirurgião-dentista durante a gestação. 26 5 REFERÊNCIAS AMERICAN DENTAL ASSOCIATION COUNCIL ON ACCESS, PREVENTION, AND INTERPROFESSIONAL RELATIONS. ADA Oral Health Care Series: Women’s Oral Health Issues. Chicago: American Dental Association, 1995. Araujo SM. Conhecimento e attitudes dos médicos ginecologistas;Obstetras a respeito da saude bucal da gestante.RFO, v.14,n.3, p.190-196, set;dez.2009. Batistella FID, Imparato JPC, Raggio DP, Carvalho AS. Conhecimento das gestantes sobre saúde bucal. RGO; v.54, n.1, p.67-73,. 2006. 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