ATENÇÃO Caso o seu veículo publique – parcialmente ou na íntegra – esta matéria de serviço, envie-nos uma cópia da edição. O endereço é o SCN Quadra 5 Bloco “A” Torre Norte, sala 417, Edifício Brasília Shopping, Brasília (DF). CEP: 70715-900. Obrigado. Nova estratégia para combate ao câncer Rede de Atenção Oncológica propõe reorganizar prevenção e tratamento, da atenção básica aos serviços de alta complexidade Durante muito tempo, o câncer foi considerado uma doença incurável. Descobertas promovidas por pesquisas científicas têm mudado essa concepção. Estudos mostram que, se detectada precocemente, a doença apresenta grandes chances de cura. Para reforçar ainda mais a luta contra o câncer e informar a população sobre as possibilidades de cura, o Ministério da Saúde instituiu, em 2005, a Política Nacional de Atenção Oncológica. Implementada por meio da Rede de Atenção Oncológica, a política pretende, entre várias metas, adequar a prevenção e o tratamento do câncer às necessidades de cada região do País. A Rede de Atenção Oncológica está de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e está sendo implantada continuamente para oferecer atenção integral à população tanto no acesso a consultas e exames para diagnóstico do câncer, como para os tratamentos especializados. “Atualmente, os atendimentos estão concentrados na assistência de alta complexidade. O propósito da Rede é reorganizar o atendimento e fortalecer as ações, da atenção básica à especializada, de média e alta complexidade, além dos cuidados paliativos a doentes terminais” explica a técnica do Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Maria Inez Gadelha. Segundo ela, a política procura sensibilizar gestores municipais e estaduais para a execução das ações de combate ao câncer. A política também trata da importância das parcerias do Ministério da Saúde para o controle do câncer que precisam ser ampliadas. As sociedades médicas, por exemplo, contribuem com ações educativas de prevenção ao câncer de pele e essa participação é importante, pois alerta as pessoas para os cuidados com a exposição à radiação solar. No caso do câncer de mama, essas entidades podem participar mais ativamente do treinamento de equipes da atenção básica e da média complexidade, principalmente no que se refere ao exame físico das mamas e à qualidade da mamografia. Ainda nesse contexto, as associações de apoio aos pacientes apóiam pessoas sob tratamentos especializados ou cuidados paliativos e contribuem para a recuperação e qualidade de vida dos pacientes. Essas participações ajudam a reforçar as ações promovidas pelo Ministério da Saúde. Conscientização – O tratamento do câncer pode ser aperfeiçoado com a estruturação da atenção, a criação de cursos de capacitação e a realização de campanhas. ”Nosso maior desafio é mostrar para a população que existe uma idade em que as pessoas estão mais suscetíveis ao câncer, pois o brasileiro, em geral, ainda não está ciente dessa realidade”, esclarece Maria Inez. A técnica do Ministério da Saúde cita como exemplo o câncer de colo de útero. Para prevenção deste problema existe o exame de Papanicolaou, que consiste na coleta de amostras de células da parte interna e externa do colo do útero para análise em laboratório. Há mulheres que se submetem ao exame quando apresentam algum sintoma ginecológico, ao invés de buscarem a prevenção, que se aplica àquelas sem sintomas na faixa etária de maior risco de contrair o câncer do colo uterino. Quando se utilizam adequadamente os exames preventivos é possível alcançar mais pessoas sem sintomas e a prevenção tornase mais eficaz. Diagnóstico Precoce – Para a implantação da política nos estados e municípios, o Ministério da Saúde promoveu, durante o primeiro semestre de 2006, oficinas de capacitação de profissionais das secretarias de saúde, para que eles possam planejar suas atividades de acordo com o quadro do câncer em cada estado. O Programa Nacional de Controle do Tabagismo e o Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero e de Mama correspondem à iniciativa do Ministério da Saúde de atender os brasileiros no que diz respeito à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do câncer em seu estágio inicial. Por meio do combate ao tabagismo, o Ministério da Saúde enfoca o que este mal representa de risco para o desenvolvimento de vários tipos de câncer e muitas outras doenças, como as cardiovasculares. Essas ações são articuladas com aquelas que estimulam uma alimentação saudável e a prática adequada de exercícios físicos, já que a adoção dessas iniciativas pode reduzir a probabilidade de se desenvolver não só o câncer, como outras doenças crônicas que atingem a sociedade brasileira, como a hipertensão, o diabetes e a obesidade. Expansão – Estima-se que, em 2005, 170 mil pacientes receberam quimioterapia e outros 80 mil, radioterapia, no Sistema Único de Saúde (SUS). A Rede de Atenção Oncológica tem como finalidade ampliar a prevenção, mas também o tratamento do câncer pelo Brasil. Para adequar o atendimento ao número de casos de câncer registrados em cada localidade, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) desenvolve desde 2000 o Projeto Expande, que prevê o credenciamento de hospitais como Unidade (Unacom) ou como Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) nas áreas com carência de atendimento. Para cada mil casos registrados em determinada região, prevê-se a instalação de uma dessas unidades. O levantamento para a implantação de Unacom ou Cacon prioriza áreas localizadas no interior do Brasil ou com baixa cobertura em radioterapia. Ao mesmo tempo em que amplia o atendimento à população, essa implantação descentralizada contribui com a capacitação de profissionais. Qualificação – Hoje existem no Brasil 183 hospitais credenciados em oncologia no SUS, além de 93 serviços isolados de Quimioterapia ou de Radioterapia. Entre os hospitais, existem os que são completos, com cirurgia, quimioterapia e radioterapia, e outros que contam apenas com cirurgia e quimioterapia. Os hospitais garantem o atendimento integral, o que acaba por melhorar os indicadores de adoecimento e morte, bem como a qualidade de vida dos doentes. A estrutura hospitalar é o pilar da boa assistência oncológica. A organização planejada do seu credenciamento resulta em uma rede assistencial bem organizada na alta complexidade e garante um diagnóstico mais qualificado e oportuno. Além dessa maior integração assistencial, os melhores indicadores de desempenho (produção) e as menores dificuldades de acesso, controle e avaliação de serviços se verificam mais nos hospitais do que nos serviços isolados de radioterapia ou de quimioterapia.