Eixo 12. Políticas Sociais para a Integração Regional GT 22 - Políticas sociais, democracia e suas tendências no Mercosul e América Latina Os serviços socioassistenciais na região oeste do Paraná Esther Luíza de Souza Lemos* É a “questão social” que põe a necessidade histórica da luta por direitos sociais, da constituição de políticas sociais e sua universalização. Mas o que é “questão social”? Como ela se particulariza em diferentes tempos e espaços? Quais possibilidades de seu enfrentamento e superação? A “questão social” não se explica pela escassez, pelo contrário, sob a égide do modo de produção capitalista a crescente produção de riqueza é ao mesmo tempo produção de pobreza. Ao longo da história do capitalismo, a lei geral da acumulação capitalista descoberta por Marx se expressa, cotidianamente, em todos os espaços dominados pelo capital. O presente trabalho é parte da investigação que está sendo realizada sob o tema “O Sistema Único de Assistência Social na região oeste do Paraná”. O objeto de estudo é a construção da política de assistência social nesta região. A problematização tem como referência a seguinte questão: quais são os serviços socioassistenciais públicos e privados ofertados na região, como historicamente se constituíram e como estão organizados atualmente? Qual sua particularidade nesta região de fronteira internacional? A pesquisa bibliográfica e documental são a base para a contextualização histórica da formação social, econômica, política e cultural da região, especificamente dos 50 municípios que compõem o oeste do Paraná. A investigação também objetiva analisar a implantação e implementação da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei nº 8.746, de 07/12/1993) nestes municípios. A região oeste do Paraná faz fronteira com a Argentina e o Paraguai e suas principais divisas são os rios Piquiri, Paraná e Iguaçu, formando a conhecida Tríplice Fronteira. Sendo a última fronteira de ocupação do Estado, os primeiros impulsos de ocupação e exploração da região oeste iniciaram-se na década de 40. O censo de 2000 apresentou uma população de 1.138.582 hab. Na década de 70, apenas 19,9% da população vivia nas áreas urbanas, atualmente o grau de urbanização é de 81,6% expressando um processo abrupto de expansão da urbanização com impacto na gestão das cidades. Estas, como nos demais países latinoamericanos, tem sido marcadas historicamente pelo caráter “pelo alto” na tomada de decisões. * Assistente Social, Doutora em Serviço Social pela UFRJ, docente do Curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE/Campus de Toledo, Brasil. Membro do Grupo de Pesquisa em Fundamentos do Serviço Social: Trabalho e Questão Social. Contato: [email protected]