Antonio Cândido - Parte Escrita

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Antonio Cândido de Mello e Souza
Seminário: Antonio Cândido de Mello e Souza
Disciplina: Antropologia
Docente: Wilton Carlos Lima da Silva
Discentes: Dalmo Alexsander Fernandes
Edson
Intelectual brasileiro, estudioso da literatura brasileira e estrangeira, suas obras
são respeitada nas principais universidades do mundo. À atividade de crítico literário
soma-se a atividade acadêmica, como professor da Universidade de São Paulo, da
Universidade Estadual Paulista, da Universidade de Paris-Sorbonne na França e da
Universidade de Yale nos Estados Unidos.
Começou sua carreira acadêmica no curso de Direito e no curso de Ciências
Sociais em 1937 na Universidade de São Paulo e como definição do próprio Antonio
Candido, a Universidade nos anos 1940 era extremamente pluralista e muito
durkheimiana. Onde os docentes da época pretendiam formar "homens de cultura",
formando um espírito critico em seus alunos sobre os problemas culturais e sociais do
Brasil daquela época. Em 1941 completa apenas o curso de Ciências Sociais na USP, pois
desiste do curso de Direito no último ano do curso.
Dentre as Ciências Sociais, Antônio Candido afirma que a antropologia o fascinou
mais que a sociologia, devido aos aspectos qualitativos dos fenômenos sociais e pelo caso
singular, considerando a antropologia mais completa do que as analises e teorias
sociológicas. Em uma comparação com seu colega de faculdade do Departamento de
Sociologia Florestan Fernandes utilizava a sociologia com cunho político, ao contrário de
Antônio Cândido que utilizada a sociologia e a antropologia para fazer estudos literários,
sendo que Cândido não abria mão de uma construção literária enquanto Florestan
menosprezava os aspectos estéticos.
Mesmo ano em que funda com colegas de curso a revista Clima, que foi um
grande marco do campo universitário e do campo intelectual brasileiro, na qual faziam
críticas sobre livros, filmes, artes, entre outros, com conhecimentos universitários.
Em 1942 ingressou no corpo docente da Universidade de São Paulo como
assistente do professor Fernando de Azevedo, na cadeira de Sociologia II, onde foi
colega de Florestan Fernandes. E em 1943 passa a escrever artigos e resenhas de João
Cabral de Melo Neto e Clarice Lispector para o jornal Folha da Manhã.
Em 1945, obtem o título de livre-docente com a tese "Introdução ao Método
Crítico de Sílvio Romero" e a partir de 1947 passa a militar no Partido Socialista
Brasileiro (PSB) e integra o Grupo Radical de Ação Popular. E em 1954 se torna doutor
em Sociologia com a tese "Os Parceiros do Rio Bonito", considerado um marco nos
estudos brasileiros sobre sociedades tradicionais até hoje. Pela sua admiração pela
antropologia sua tese de doutorado em sociologia não recebeu a nota máxima de seu
professor e sociólogo francês Roger Bastide, pois ele considerava o trabalho de Cândido
mais de cunho antropológico do que sociológico. Hoje Antonio Candido afirma que a
antropologia se faz presente inegavelmente em seu trabalhos.
De 1958 torna-se professor de Literatura Brasileira na Faculdade de Assis, da
UNESP em Assis. Mas em 1961 regressa a USP e, a partir de 1974, torna-se professor
titular de Teoria Literária e Literatura Comparada. Sendo que em 1964 se torna professor
Literatura Brasileira na Universidade de Paris-Sorbonne na França e em 1968 professor
de Literatura Brasileira e Comparada na Universidade de Yale e obtendo o título de
doutor honoris causa da Unicamp.
Aposentando-se em 1978, mas continua trabalhando como professor de pósgraduação e como crítico literário. E em 1980 ajuda a fundar o Partido dos Trabalhadores
(PT), no qual faz parte até hoje.
Suas principais obras são:“Formação da Literatura Brasileira”, publicado em
1959; "Os Parceiros do Rio Bonito”, tese de doutorado publicada em 1964; "Literatura e
Sociedade”, publicado em 1965; "Dialética da Malandragem”, publicado em 1970; "De
cortiço a cortiço”, publicado em 1993.
"Os Parceiros do Rio Bonito”, como já falado, um marco nos estudos brasileiros
sobre sociedades tradicionais até hoje, inicialmente seria um estudo da dança cururu,
dança cantada do caipira paulista, demonstrando como a urbanização levava a uma
progressiva individualização. Mas devido ao empenho de Antonio Candido de conhecer
cada vez mais sobre a música e sobre os costumes o produto final discute sobre a
transformação do estilo de vida das classes baixas rurais do interior de São Paulo,
seguindo uma abordagem tanto sociológica como antropológica.
Pela definição de XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
o livro “Literatura e Sociedade” é uma Antropologia da literatura, o objetivo do livro é
compreender a obra literária como resultado de estudos de dados sociais, mostrando
como diferentes sociedades produzem diferentes formas de arte. Trazendo uma colocação
fundamental: a obra deve ser estudada como objeto estético, não como realidade, mas não
ignorando as conexões que elas possuem. Com resumos históricos, tentativas de
correlacionar literatura e estrutura social, investigando as atitudes do homem nas
sociedades consideradas “primitivas” e nas chamadas “civilizadas”, Cândido justifica as
posições teóricas do livro.
No Livro "Formação da Literatura Brasileira" Segundo Walnice Nogueira Galvão,
professora da Universidade de São Paulo (USP), em uma crítica sobre o livro no jornal O
Estado de São Paulo afirma que é uma contribuição admirável ao pensamento social
brasileiro, como obra de cunho político e critica social e uma fina arquitetura da palavra e
da argumentação sociológica e antropológica, sendo uma grande contribuição
metodológica.
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