AS TÁTICAS E ESTRATÉGIAS CONTRÁRIAS À INTEGRAÇÃO SULAMERICANA Profa. Guilhermina Coimbra.* Estão tentando, por transversas maneiras, incompatibilizar os países SulAmericanos entre si, face ao receio do irreversível processo de integração Sul-Americana, o qual deverá seguir as etapas integrativas da Europa, primeiro, integrando o setor de infra-estrutura de base (petróleo, gás, minérios nucleares e outros minerais energéticos, estratégicos e esgotáveis, de uma só safra.); segundo, integrando o setor econômico (empresários sul-americanos de diversificadas atividades econômicas, industriais, comerciais; serviços de profissionais liberais de diversas áreas do conhecimento científico e outros.). Os que costumam, rotineiramente, viver à custa, do fomento da discórdia entre os povos, do massacre de populações e do massacre de etnias inteiras, vão ter que respeitar a percepção Sul-Americana e tentar mudar o modus operandi, relativamente à América do Sul. As táticas e estratégias repetitivamente ridículas não terão eco na América do Sul, porque a percepção da América do Sul não vai permitir que países SulAmericanos hostilizem-se entre si. Os residentes nos países da América do Sul estão atentos aos exemplos de como não-fazer, não querem que seus governos permitam que utilizem no continente Sul-Americano, as táticas e estratégias utilizadas na África, dividida em mais de 43 Estados “independentizados” entre si, mas, dependentes ad eternum dos patrocinadores das “independentizações, e na Conferência da Rio+20, incrivelmente concordando em receber vinte milhões de dinheiro, pelo; direito inalienável de explorar suas fontes de energia. Idem, relativamente, às táticas e estratégias utilizadas na Iugoslávia, Cazaquistão, Oriente Médio e muitos outros. Os exemplos de como-não fazer estão nas vergonhosas e covardes matanças promovidas e divulgadas, quase como ameaças veladas, pelos interessados na exploração desses povos. Impedir a América do Sul de ser dividida e transformada em “front” de guerras comerciais, guerras de apossamento de territórios férteis - é o objetivo maior, que transcende a toda e qualquer “ideologia”. Luiz de Camões, em 1200, constatava:...”se não queres o comércio, então, queres a guerra”. O Brasil, reconhecidamente pela América do Sul, além de pacífico por natureza, é ótimo parceiro comercial de sócios diversos. Qualquer er tipo de entendimento contrário é estranho ao entendimento brasileiro e é, também, estranho, ao continente sul-americano. Segundo o entendimento de um Chanceler brasileiro, ...”Na América do Sul, a integração ocorreu, exatamente, quando, pela primeira vez, em 200 anos de história do Continente, um Tratado foi assinado por toda a América do Sul: a União das Nações Sul-Americanas – a UNASUL.” Nação é povo. Na América do sul, os povos Sul-Americanos já estão mais do que integrados, porque, antes de qualquer motivação política ou econômica, os povos sul-americanos são amigos entre si, as Nações – há muito tempo estão muito bem integradas, por vontade própria. Haja vista a proximidade, entre os Estados sulamericanos e as fronteiras comuns - através das quais, os brasileiros se comunicam e mantém ótimo relacionamento - com os vizinhos da América do Sul. Além do mais, os Estados da América do Sul são os grandes amigos, clientes-importadores dos produtos fabricados no próprio Continente, e entre eles, a preferência é o Brasil. Assim, 20% das exportações brasileiras destinam-se à América do Sul o que significa que 93% dos manufaturados brasileiros são importados pela América do Sul. Acresce o fato de que o Brasil sempre foi pragmático. Por mais que interesses contrariados tentem mostrar o contrário, a verdade é que - sem ideologias – o Brasil sempre demonstrou e continua demonstrando um pragmatismo admirável. Um dos motivos pelo qual trata com tanta deferência a Venezuela, por exemplo, é o de que a Venezuela responde por 30% do saldo Comercial do Brasil tendo respondido por 30% do superávit brasileiro no primeiro trimestre deste ano, se transformando no país que mais contribuiu para o resultado positivo da balança comercial brasileira, com exceção da Holanda, cujos portos recebem boa parte das “commodities”, matéria-prima. A importância da integração Sul-Americana é um consenso e tem sido entendida como uma necessidade, um desdobramento do MERCOSUL: o Mercado Comum Sul-Americano. O objetivo é a superação dos obstáculos que afetam e interferem no desenvolvimento econômico de seus Estados. A partir dessa inteligência, os governos procuram a integração da infra-estrutura, das diversas industrias e comercio de seus respectivos Estados - com um mínimo de entraves, burocráticos e tarifários - de modo a conseguir eficiente e eficazmente atingir os objetivos. A integração econômica de uma Região – se faz, primeiramente, integrando-se economicamente os setores de infraestrutura dos Estados da Região. Os setores de infra-estrutura mais importantes que os Estados têm ou exploram fora do continente, dizem respeito, fundamentalmente às fontes de energia: carvão, minérios nucleares, hidrocarbonetos (petróleo, gás): as “commoditties”. Uma integração regional tem que começar necessariamente por integrar, através de objetivos comuns, o principal, setor da economia de todo Estado: o setor da energia. Toda integração começa com a inteligência dos governos de Estados de uma mesma Região continental, sobre a conveniência de formarem bloco econômico, com objetivos comuns. A união de todos os Estados Sul-Americanos é necessária, na defesa da infraestrutura, da economia da Região, e na defesa dos interesses e segurança das populações dos Estados no Continente Sul-Americano. A integração é uma forma de defesa para não sucumbir economicamente, face às pressões de interesses poderosos de fora da Região. Mas, integração não significa, absolutamente, exclusão. Os Estados da América do Sul têm um bom histórico de intercâmbio afetivo e comercial com todos os Continentes: América do Norte, Europa, Ásia, África e Oceania e, muito principalmente, com todas as ex-Metrópoles. Os Estados Sul-Americanos de fala hispânica mantém ligação comercial muito forte com a Espanha. E o Brasil, vai além, com seu intercâmbio comercial, sua amizade e respeito muito grande, por Portugal, sua ex-Metrópole, a Itália, além do respeito devotado a muitas outras nacionalidades, tais como japoneses, alemães, árabes, judeus, poloneses, coreanos e chineses, todos, em grande número,completamente, integrados ao Brasil, que, apesar das diversificadas culturas que o compõem, tem uma identidade nacional, uma de suas características mais importantes. Podemos exemplificar, dizendo que, apesar das inúmeras divergências políticas, econômicas e financeiras, naturais em Estados compostos por federação, no Brasil, quando a questão é nacional, concordam todos. Idem, relativamente aos países da América do Sul. Não se crê nas bruxas, mas que elas existem, existem. O respeito à América do Sul, o respeito à inteligência e à percepção dos povos Sul-Americanos pode doer um pouquinho, mas, passa. Isto já ocorreu antes (Canadá, Austrália, Índia, China, Koréia do Norte e outros): doeu, mas, passou: respeitaram e comerciaram. A percepção brasileira e a percepção Sul-Americana merecem respeito. *Curriculum Lattes.