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Eu fui eleito
Texto:
I Pedro 2:8-9
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo
adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das
trevas para a sua maravilhosa luz; Vós, que em outro tempo não éreis
povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado
misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia.”
Josué 3:5-6
“Disse Josué também ao povo: Santificai-vos, porque amanhã fará o
SENHOR maravilhas no meio de vós. 6 E falou Josué aos sacerdotes,
dizendo: Levantai a arca da aliança, e passai adiante deste povo.
Levantaram, pois, a arca da aliança, e foram andando adiante do povo.”
Introdução:
Nossa caminhada cristã é marcada por vários momentos. Desde a hora
em que recebemos Jesus como nosso suficiente Salvador, toda a nossa
estrutura de vida passa por transformações. Porém há uma realidade que
devemos observar: após esse primeiro contato com o evangelho, é necessária
uma continuidade na vida com Jesus que muitas vezes não acontece.
Muitos se limitam a simplesmente assentar-se nas igrejas
dominicalmente sem uma compreensão real de que a vida cristã, assim como a
vida natural, caminha rumo a uma constante maturidade, a fim de frutifiquemos
e multipliquemos no sentido corriqueiro da vida.
A Palavra de Deus narra um episódio em que Cristo procura na figueira
frutos e não encontrando ordena que ela se seque (Mateus 21.19), a grande
verdade é que Cristo olha para nós e busca em nós frutos, naturais aqueles
que estão ligados a Videira Verdadeira.
Ao lermos o texto de I Pedro acima citado, é possível compreender que
nossa eleição em Cristo passa pela salvação, mas tem um sentido mais amplo
que trata da responsabilidade e missão dada por Deus a nós. Durante muito
tempo, a palavra “missão” foi limitada em seu sentido dentro da igreja, mas
hoje nosso entendimento deve ampliar-se, compreendendo-se que todos nós
somos “sacerdócio real” e “nação santa”, com uma missão a cumprir.
As missões dentro do reino são as mais diversas, desde o cuidado com
a casa de Deus, passando pela ministração da Palavra, até a intercessão,
entre muitas outras. O fruto que podemos dar no Reino é diverso, mas sua
essência é a mesma, pois nos originamos da mesma árvore, Jesus Cristo, e
essa essência é o amor: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a
vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a
fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” (Jo
15:16)
No texto de Josué, observamos o direcionamento que ele dá ao povo, e
especificamente aos sacerdotes. Essa instrução é útil a nós hoje como
sacerdotes reais que se dispõem a frutificar com alegria e excelência, seja em
que área for. Vejamos:
1. Santifique-se (separe-se).
“Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda
impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa
santidade no temor de Deus.” (II Cor 7:1)
São muitas as passagens bíblicas que nos orientam à santificação, mas
antes de tudo é preciso compreender o real significado dessa expressão que,
no original, significa tornar santo, separado. Trata-se de uma separação do
pecado, e uma aproximação de Deus através de: vida devocional, na busca de
um relacionamento pessoal com o Senhor; obediência à Sua Palavra, Seus
princípios, Suas prioridades; e Perseverança, a fim de permanecer firme até o
fim como diz a Palavra em Efésios 6:13 “Portanto, tomai toda a armadura de
Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo,
permanecer inabaláveis.”.
Deus não pode tornar-se para nós apenas um conceito, não podemos
esquecer que Ele é uma pessoa, O Rei dos Reis e Senhor dos Senhores que
nos criou para um relacionamento pessoal com Ele.
Busquemos, pois, a santificação, uma aproximação cada vez maior de Deus
Santo e um afastamento do pecado, este é um requisito necessário àquele que
busca cumprir sua missão na terra e também àquele que deseja ver a Deus.
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor,” (Hb 12:14). Se observarmos o texto de Hebreus vemos que a
santificação que nos aproxima de Deus e separa do pecado está ligada a paz
nos relacionamentos. Santidade não é isolamento, pelo contrário, quanto mais
andamos na luz mais nossos relacionamentos se solidificam. “Mas, se
andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o
pecado.”I João 1.7
2. Seja o portador da presença de Deus.
A arca da aliança é um símbolo da aliança de Deus com seu povo e
representava a presença manifesta do Senhor. Vê-la e aproximar-se dela era
privilégio apenas dos sacerdotes do Senhor.
A vinda de Jesus à terra, sua morte e ressurreição concretizam a nova
aliança. Hoje a grande marca dessa aliança feita com base no sangue de
Jesus é o Espírito Santo, no qual fomos selados: “Em quem também vós,
depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa
salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito
da promessa;” (Ef 1; 13) E também somos templo “Ou não sabeis que o
vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente
de Deus, e que não sois de vós mesmos?”I Co 6.19. Ele está em nós.
Carregar a arca da aliança nos dias de hoje é privilégio do “povo adquirido”,
“sacerdócio real”, que tem dentro de si o Espírito do Senhor. Mas o que isto
significa? Se observarmos a manifestação do Espírito sobre seu povo no
Antigo e Novo Testamento poderemos perceber a importância e valor do
Consolador sobre a igreja Contemporânea. Ele é o Tutor, Guia Consolador
(João 15 e 16). Buscar conhecer e encher-se da presença da glória de Deus
manifesta por Seu Espírito deve ser um alvo, a fim de que cheios de sua
presença possamos vivê-La e manifestá-La àqueles que estão ao seu redor.
3. Permaneça.
A travessia do rio Jordão para o povo de Deus significava o fim do deserto e
o início da conquista.
A palavra permanecer fala justamente do caráter constante da caminhada
cristã, que jamais deve retroceder. Cumprir a missão exige permanência e
consciência do seu papel como igreja plantada no mundo, afinal, um luzeiro
não pode e não deve ser escondido sob a cama. “Disse-lhes mais: Vem
porventura a candeia para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da
cama? não é antes para se colocar no velador?” (Mc 4:21)
É interessante perceber, durante o capítulo 3 do livro de Josué, que a
orientação dada pelo Senhor aos sacerdotes foi que, ao atravessarem o rio,
permanecessem em meio a ele para que o povo passasse.
Romanos 8:19 – “Porque a criação aguarda com ardente expectativa a
revelação dos filhos de Deus.” – fala da expectativa da criação pela
manifestação dos filhos de Deus. É a vida desse povo de Deus, adquirido por
Ele, manifestando-se através da presença da glória de Deus em suas vidas,
que apresentará o Caminho – CRISTO - àqueles que desejarem.
Nós somos a geração sacerdotal que deve permanecer, para que as
pessoas consigam atravessar o rio e viver o tempo novo de Deus.
Num mundo onde valores são negociados, princípios desaparecem, a
Igreja de Cristo é chamada a permanecer no Senhor e em Sua Palavra.
Somente uma atitude de constância e compromisso nos permitirá cumprir o
que a Palavra diz em Efésios 6.10 “Portanto, tomai toda a armadura de
Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo,
permanecer de pé.”
Conclusão: Todos temos uma missão no reino, um papel que nos cabe. Para
nos alinharmos a esse papel, precisamos buscar a presença de Deus em
santificação, sermos cheios da glória de Deus e assumirmos a verdade de que
devemos ser luz do mundo e sal da terra, expressão do poder transformador de
Deus.
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