c) Aventais, Capotes ou jalecos

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INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA - IBRATI
SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM UTI
A INFECÇÃO HOSPITALAR E SUAS IMPLICAÇÕES EM PACIENTES DE
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
IARLA FERREIRA PINHO DA SILVA ALENCAR
VANDILMA DE OLIVEIRA CAVALCANTI
JOÃO PESSOA – PB
2012
1
IARLA FERREIRA PINHO DA SILVA ALENCAR
VANDILMA DE OLIVEIRA CAVALCANTI
A INFECÇÃO HOSPITALAR E SUAS IMPLICAÇÕES EM PACIENTES DE
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
Trabalho de Conclusão de Curso –
Dissertação,
apresentado
a
Banca
Examinadora
do
Mestrado
Profissionalizante em UTI, realizado pela
Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva SOBRATI, em cumprimento às exigências
para a obtenção do título de Mestre em
Terapia Intensiva..
Orientadora: Profa. M.Sc. Maria Clerya Alvino Leite
JOÃO PESSOA – PB
2012
2
RESUMO
A Infecção Hospitalar (IH) é aquela adquirida pelo usuário de saúde após sua admissão
hospitalar, mesmo manifestando-se após a alta, desde que esteja relacionada com a
hospitalização. As IHs continuam sendo um transtorno para as instituições e para os usuários
uma vez que ocorre um aumento significativo de custos e elevação das taxas de morbidade e
mortalidade. A assistência em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é constantemente
desafiada por infecções relacionadas a procedimentos invasivos. O objetivo deste estudo foi
identificar as principais infecções hospitalares adquiridas por pacientes internos em UTI’s,
bem como as suas causas e as principais medidas de prevenção e controle. Constitui-se num
recorte, reunindo 08 artigos, a partir de pesquisa bibliográfica com 40 artigos, localizados nas
bases de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line (MEDLINE) e
Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências de Saúde (LILACS), no período entre
agosto de 2011 a dezembro de 2011. A partir da análise dos estudos pode-se verificar a
importância do conhecimento sobre a IH, pois a partir dele os profissionais de saúde podem
contribuir consideravelmente para redução dos riscos por meio de medidas adequadas de
prevenção e controle podendo atuar diretamente nos locais de disseminação ou que trazem
riscos para o surgimento de novos casos de IH. Constatou-se que a pneumonia é infecção
comum na UTI; os métodos invasivos, como a cateterização urinária, a intubação traqueal, a
ventilação mecânica e cateteres intravasculares são responsáveis por um grande número das
infecções. As bacteremias podem ser secundárias a uma determinada infecção ou primárias e
sem fonte identificada, mas, frequentemente, relacionadas a método invasivo. Ainda
verificou-se que a forma mais eficiente de se prevenir e controlar esse agravo é a lavagem
simples das mãos. Desse modo, acreditamos ser importante dar continuidade a este estudo,
principalmente referente a obtenção de resultados por meio de trabalhos originais ou
documentais, a fim de ampliar os dados científicos, uma vez tão escassos.
Palavras-chave: Infecção hospitalar. Prevenção e Controle. Unidade de Terapia Intensiva.
3
ABSTRACT
The Hospital Infection (HI) is the one acquired by the user of health after his admission to
hospital, even manifesting after discharge, since it is related to hospitalization. The HIs
continues to be a nuisance to the institutions and for the users since there is a significant
increase in costs and higher rates of morbidity and mortality. Care in the Intensive Care Unit
(ICU) is constantly challenged by infections related to invasive procedures. The objective of
this study was to identify the main hospital infections acquired by patients in ICU's internal as
well as its causes and key prevention and control. Constitutes a cut, bringing together 08
articles from the literature with articles 40, located in the following databases: Medical
Literature Analysis and Retrieval Sistem Online (MEDLINE) and Latin American and
Caribbean Literature on the Health Sciences (LILACS), from August 2011 to December
2011. From the analysis of the studies can verify the importance of knowledge about IH,
because from it health professionals can contribute considerably to reducing the risks through
appropriate measures for prevention and control can act directly on sites of dissemination or
that pose risks to the emergence of new cases of HI. It was found that pneumonia is an
infection common in the ICU, invasive methods, such as urinary catheterization, tracheal
intubation, mechanical ventilation and intravascular catheters are responsible for a large
number of infections. The bacteremia may be secondary to a primary infection or given and
no identified source, but often related to the invasive method. Although it was found that the
most efficient way to prevent this condition and control is simple washing of the hands. Thus,
we believe it is important to continue this study, mainly related to obtaining results through
original works or documents in order to expand the scientific data, once so scarce.
Key-words: Cross infection. Prevention & Controle. Intensive Care Unit.
4
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
05
2 METODOLOGIA
07
3 REVISÃO DA LITERATURA
08
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
21
REFERÊNCIAS
22
5
1 INTRODUÇÃO
Em dias atuais, muitos são os debates direcionados à saúde, tanto à promoção de bem
estar, quanto à prevenção de doenças. Partindo desse pressuposto, surge a Infecção Hospitalar
como fonte inesgotável de pesquisa, tornando-se, por vezes, a maior responsável pelo
aparecimento de patologias severas e resistentes, dificultando a recuperação do cliente ou
obrigando-o a permanecer interno por bastante tempo.
No Brasil, os dados sobre Infecção Hospitalar são pouco divulgados. Além disso,
esses dados não são consolidados por muitos hospitais, o que dificulta o conhecimento da
dimensão do problema no país. Limitações quantitativas e qualitativas comprometem
respectivamente a cobertura e a fidedignidade dos dados sobre mortalidade (TURRINI;
SANTO, 2002).
O século XXI revela um novo cenário no cuidado à saúde em consequência do intenso
avanço científico e tecnológico, do reconhecimento cada vez maior de novos agentes
infecciosos e do ressurgimento de infecções que até pouco tempo estavam controladas. Em
termos de infecção hospitalar a problemática é mais séria na Unidade de Terapia Intensiva
(UTI). Neste ambiente o paciente está mais exposto ao risco de infecção, haja vista sua
condição clínica e a variedade de procedimentos invasivos rotineiramente realizados. É
destacado que na UTI os pacientes têm de 5 a 10 vezes mais probabilidades de contrair
infecção e que esta pode representar cerca de 20% do total das infecções de um hospital
(LIMA; ANDRADE; HAAS, 2007).
Cabe ressaltar que o risco de infecção é diretamente proporcional à gravidade da
doença, as condições nutricionais, a natureza dos procedimentos diagnósticos ou terapêuticos,
bem como ao tempo de internação, dentre outros aspectos.
Assim, como já mencionado a UTI tem mostrado elevados índices de infecção
hospitalar, incluindo a ocorrência de micro-organismos multirresistentes. A despeito desta
multirresistência microbiana os pesquisadores, em âmbito mundial, estão conscientes da
problemática que ameaça a sociedade, particularmente a indústria farmacêutica, que se
encontra sem resposta terapêutica.
A pneumonia hospitalar é a segunda causa mais comum de infecção nosocomial e
apresenta elevada letalidade. Nas UTI`s a pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV)
6
é a infecção mais comum. A incidência varia de 9% a 68%, dependendo do método
diagnóstico utilizado e da população estudada. Sua alta letalidade varia entre 33% e 71% e a
relação entre caso e fatalidade pode atingir até 55%. Oitenta e seis por cento dos casos de
pneumonia hospitalar estão associados com a ventilação mecânica (VM). Por outro lado, 9% a
27% dos pacientes ventilados desenvolvem pneumonia. A prevalência relatada é de 20,5 a
34,4 casos de pneumonia por 1.000 dias de VM e de 3,2 casos por 1.000 dias em pacientes
não ventilados. Há uma variação entre 10% e 50% dos pacientes intubados que podem
desenvolver pneumonia, com risco aproximado de 1% a 3% por dia de intubação
endotraqueal (GUIMARÃES; ROCCO, 2006).
Para um efetivo controle de infecção hospitalar é importante ter no hospital
profissionais motivados, trabalhando em equipe, respeitando cada um dentro de suas funções,
atualizando-se com frequência e com capacidade de auto avaliarem-se. A CCIH é um
instrumento para todas essas ações, fornecendo um parâmetro objetivo para se mensurar a
qualidade do atendimento ao mesmo tempo que aponta e avalia soluções propostas. Realizar
um efetivo controle de infecção é uma necessidade que pode ser medida em racionalização de
custos, lucratividade ou exigências legal, moral ou ética. Antes de tudo é um compromisso
com a saúde da população brasileira, razão da existência dos hospitais (FERNANDES, 2008).
Para guiar o estudo formulou-se a seguinte questão de pesquisa: Quais os principais
resultados disponíveis na literatura acerca da aquisição de Infecção Hospitalar em pacientes
de UTI`s, bem como os principais métodos para preveni-las e controla-las?
Diante do exposto e tendo o conhecimento de que a assistência em UTI é
constantemente desafiada por infecções relacionadas a procedimentos invasivos, que resultam
no aumento da morbimortalidade, no tempo de internação e nos custos. O objetivo deste
estudo foi identificar as principais infecções hospitalares adquiridas por pacientes internos em
UTI’s, bem como as suas causas e principais medidas de prevenção e controle.
7
2 METODOLOGIA
Este estudo se constitui num recorte, reunindo 08 artigos, a partir de pesquisa
bibliográfica com 40 artigos, localizados nas bases de dados: Medical Literature Analysis and
Retrieval Sistem on-line (MEDLINE) e Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências
de Saúde (LILACS), no período entre agosto de 2011 a dezembro de 2011, como palavraschave e combinações as palavras: infecção hospitalar, infecção nosocomial e UTI, restritos à
língua Portuguesa e Inglesa. Além dos artigos, o estudo foi realizado em 17 livros.
Posteriormente, realizou-se uma análise investigativa a respeito de pesquisas que apontam as
principais causas de infecção hospitalar em UTI’s, bem como a identificação das principais
infecções hospitalares e dos métodos mais utilizados na prevenção e controle das mesmas.
Foram utilizadas as bases de dados da Biblioteca das Faculdades Integradas de Patos, de
artigos constatados em periódicos, disponíveis em meio eletrônico, selecionando referências
de 2000 a 2008.
Para a construção deste trabalho, foram realizadas as seguintes fases da pesquisa
bibliográfica: escolha e identificação do assunto, determinação dos objetivos, elaboração do
plano de trabalho, identificação das fontes, localização das fontes e obtenção do material,
compilação e leitura do material, tomada de apontamentos, fichamento, análise e interpretação
e redação do trabalho (MARCONI; LAKATOS, 2001).
8
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 A Infecção Hospitalar
A IH constitui grave problema de saúde pública mundial. As suas repercussões
ocorrem em diversos níveis, envolvendo o paciente, a família e a comunidade, com
comprometimento econômico e emocional, provocando elevadas morbidade e mortalidade
hospitalares (COUTO; PEDROSA; CASTRO NETO, 2002).
Segundo Fontana e Lauret (2006), com a evolução da tecnologia, antimicrobianos
foram sendo aperfeiçoados, técnicas modernas de assistência foram sendo desenvolvidas e o
tratamento de doenças assumiu alta complexidade. Por outro lado, invasão das bactérias
multirresistentes, a inserção de novas formas vivas de microrganismos e a luta contra a
resistência bacteriana surgiram neste contexto, fragilizando o ambiente do cuidado humano e
desafiando as ações do cotidiano dos trabalhadores em saúde, no que se refere à prevenção
das infecções hospitalares.
O conhecimento do binômio saúde/doença na perspectiva epidemiológica revela-se em
condição necessária para entendermos a cadeia de causalidades, em que os agentes agressores
interagem com nossa capacidade de reação para manter nossa homeostase ou instalar um
processo infeccioso. Apenas a minoria das pessoas expostas a um microrganismo com
potencial patogênico desenvolve infecção, principalmente quando consideramos a microbiota
residente em nossos tecidos, e também que as doenças infecciosas dependem tanto da resposta
do hospedeiro quanto das características específicas dos microrganismos (PEREIRA et al,
2005).
Os autores supracitados ainda relatam que os microrganismos que predominam nas
IHs raramente causam infecções em outras situações, apresentam baixa virulência, mas em
decorrência do seu inócuo e da queda de resistência do hospedeiro, o processo infeccioso
desenvolve-se. Aproximadamente dois terços das IHs são de origem autógena, significando o
desenvolvimento da infecção a partir da microbiota do paciente, que pode ter origem
comunitária ou intra-hospitalar. Em ambas as situações, a colonização precede a infecção,
sendo difícil determinar se o paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de
fonte exógena durante a internação. Relatam ainda que a maioria das IHs manifesta-se como
complicações de pacientes gravemente enfermos, em consequência da hospitalização e da
9
realização de procedimentos invasivos ou imunossupressores a que o doente, correta ou
incorretamente, foi submetido.
Algumas IHs são evitáveis e outras não. Infecções preveníveis são aquelas em que se
pode interferir na cadeia de transmissão dos microrganismos. A interrupção dessa cadeia pode
ser realizada por meio de medidas reconhecidamente eficazes como lavagem das mãos, o
processamento de artigos e superfícies, a utilização dos equipamentos de proteção individual,
no caso do risco laboral e a observação das medidas de assepsia. Infecções não preveníveis
são aquelas que ocorrem a despeito de todas as precauções adotadas, como se pode constatar
em pacientes imunologicamente comprometidos, originárias a partir da sua microbiota
(PEREIRA et al., 2005).
3.2 Tipos de Infecção Hospitalares Mais Evidentes em UTI
As infecções hospitalares são classificadas de acordo com a sua localização anatômica.
Na UTI as mais frequentes são as infecções respiratórias, a septicemia e as infecções do trato
urinário (AGUIAR; LEITE; SILVA, 2003).

Infecções do Trato Respiratório:
Segundo Silva, Nogueira e Peixoto (2002), pneumonia hospitalar “é uma infecção do
trato respiratório inferior e (bronquíolos terminais e alvéolos) adquirida durante o período de
internação e que, portanto, não estava presente ou em incubação no momento da admissão”.
O Ministério da Saúde ressalta que um dos principais fatores de risco em UTI é a
intubação das vias aéreas e a ventilação mecânica. Os tubos endotraqueais atuam como corpo
estranho, traumatizando a mucosa e desequilibrando a atividade ciliar da traquéia e a flora
bucal. Os procedimentos realizados diretamente no tubo endotraqueal para aspiração de
secreções proporcionam a contaminação e a disseminação de microrganismos, principalmente
porque as defesas naturais se encontram fragilizadas (BRASIL, 2003).
As infecções pulmonares apresentam uma alta taxa de morbimortalidade. Portanto,
além do impacto potencialmente devastador para o paciente, podem ser extremamente
onerosas para a instituição (aumento do tempo de permanência hospitalar, reservatório para
bactérias multirresistentes, aumento de custos etc.) (SILVA; NOGUEIRA; PEIXOTO, 2002).
10
Os autores supracitados relatam que a prevenção da pneumonia nosocomial inclui a
adoção de uma série de procedimentos, comuns também a prevenção de outras infecções
relacionadas à assistência médico-hospitalar. Para que isso ocorra, é necessário planejamento
que atinja todos os aspectos relacionados à assistência, incluindo os profissionais e
funcionários da área de saúde, a adequação do ambiente hospitalar, uso de materiais
adequados para o tratamento do instrumental clínico e cirúrgico, como também a constituição
de um sistema de vigilância por intermédio da CCIH.

Septicemia
As infecções da corrente sanguínea, também conhecidas como bacteremia, são
causadas geralmente por bactérias e fungos. Segundo Bolick et al (2000, p.114) elas são
responsáveis por cerca de 6% das infecções hospitalares; e embora em alguns casos sejam
originadas por infecções localizadas fora da corrente sanguínea, a maioria delas (mais de 75%
dos casos) estão relacionadas com os dispositivos intravasculares.
Para Nascentes e Santos (2002), constitui importante causa de mortalidade em
pacientes internados em hospitais e a principal causa de mortalidade nos admitidos nas UTI’s.
Apesar dos enormes progressos na compreensão dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos
na sepse, sua incidência está em franca progressão, e a sobrevivência dos pacientes
acometidos permanece basicamente inalterada.
O controle das septicemias exógenas depende da esterilização das soluções, equipos,
cateteres e da técnica de aplicá-los. O controle das septicemias endógenas está relacionado
diretamente ao diagnóstico e ao tratamento correto do foco primário, antes que os agentes
invadam o organismo (AGUIAR; LEITE; SILVA, 2003).
De acordo com Goldman e Bennett (2001), durante os procedimentos os profissionais
devem utilizar a lavagem das mãos, máscaras e luvas estéreis; devem realizar a anti-sepsia do
local da inserção, diminuindo assim o risco de contaminação. Além disso, é essencial uma
cautela extrema em todas as situações em que agulhas, bisturis e outros objetos pontiagudos
forem manuseados.
11

Infecções do Trato Urinário
As infecções do trato urinário (ITU) se referem à presença de um processo patológico
frequentemente provocado por bactérias, eventualmente por fungos ou vírus, da uretra aos
rins, podendo afetar os órgãos adjacentes, como próstata, epidídimo e espaço perinefrético
geralmente sintomática, também pode dever-se à colonização desse trajeto urinário de forma
assintomática por vários microrganismos. Há bacteriúria na maioria dos casos de ITU
(ROCHA; FARAH; PEDROSO, 2002).
De acordo com Goldman e Bennett (2001), em condições normais, as vias urinárias
acima da porção distal da uretra encontram-se estéreis, e quando invadidas por bactérias,
desenvolvem mecanismos de defesa, tais como a acidez e a osmolaridade da urina, as
imunoglobulinas urinárias, as defesas locais das mucosas, o esvaziamento da bexiga e o fluxo
urinário, geralmente impedindo qualquer colonização prolongada ou infecção. Se o paciente
se encontra cateterizado, corre o risco de os microrganismos poderem ter acesso à bexiga por
meio da inoculação direta no momento da inserção do cateter, migrando pela luz interna dos
cateteres de demora ou ao longo de sua superfície externa. Sendo assim uma das principais
estratégias de prevenção da IH das vias urinárias consiste em evitar a cateterização urinária, a
não ser que seja extremamente necessária, e em remover o cateter o mais rápido possível.
3.3 Métodos de Prevenção e Controle das Infecções Hospitalares
De acordo com Santos et al. (2008) apesar de todos os esforços, do desenvolvimento e
de investimentos dos vários segmentos: laboratórios, empresas e indústrias de tecnologias,
instituições hospitalares, profissionais de saúde e órgãos governamentais, no controle e
prevenção de IH, observa-se que os seus índices persistem elevados, em uma realidade pouco
modificada, e ainda com o surgimento de novos problemas, tais como: multirresistência de
microrganismo, seleção de flora hospitalar, antimicrobianos que não são mais utilizados, por
não mais atuarem, entre outros. Constituindo-se em novos desafios no controle de infecções
para todos os profissionais de saúde. Dentre estes problemas ressaltamos o surgimento de
bactérias multirresistentes como agravante das infecções hospitalares, tendo como principal o
uso indiscriminado e indevido de antibioticoterapia.
Segundo Pereira et al. (2005), o controle de IH constitui um dos parâmetros para
garantir a qualidade do cuidado prestado. Na elaboração de programas com este objetivo,
12
além da organização hospitalar, devemos analisar as características e finalidades do hospital,
tipo de gerenciamento, assistência à clientela, bem como, os aspectos relacionados à
infraestrutura. Além do mais, é preciso considerar que a IH não é qualquer doença infecciosa,
mas decorrente da evolução das práticas assistenciais forjadas no modelo assistencial de
característica curativa no qual predominam os procedimentos invasivos tanto para o
diagnóstico quanto para terapêutica. Desse modo, não se trata de um fenômeno meramente
biológico e universal e, sim histórico e social.
Segundo Carmagnani (2002), entende-se por Equipamento de Proteção Individual
(EPI), um conjunto de dispositivos associados, utilizados contra um ou mais riscos que
possam ocorrer simultaneamente e ameaçam a segurança e a saúde no ambiente de trabalho.
Desta forma, para aplicar o sistema de precauções e isolamento é necessário a utilização dos
EPI’s. Ainda relata que o objetivo do uso dos mesmos não é só a proteção dos profissionais
de saúde, mas também a redução do risco de transmissão de microrganismos. Seu emprego
baseia-se no potencial de risco que oferece, em função do contato com excretas, fluidos
corpóreos, sangue, secreções, lesões de pele e mucosas. Sendo então selecionado
especificamente de acordo com o procedimento a ser realizado. Devemos ter cuidado, pois
esses equipamentos quando utilizados irregularmente podem oferecer mais riscos do que
benefícios.
3.3.1 Relacionados ao ambiente hospitalar
O Ministério da Saúde através da portaria nº930/92 (BRASIL, 1992) classifica o
hospital em áreas de acordo com o risco para transmissão das infecções, levando em
consideração o tipo de paciente e/ou a atividade que ali se desenvolve. Assim sendo, Brasil
(2003) classifica o hospital nas seguintes áreas:

Área crítica: é aquela que oferece um risco maior de transmissão de infecção porque se
destina aos pacientes graves, imunodeprimidos, com doenças infecciosas cujo patógeno é de
alta transmissibilidade e local onde se realizam procedimentos invasivos ou manuseio de
peças de material contaminado. Exemplos: UTI neonatal; unidade de queimados; bloco
cirúrgico, unidade de isolamento; sala de hemodiálise; Central de Material de Esterilização
(CME); banco de sangue; expurgo; laboratório de patologia clínica.
13

Área semicrítica: é aquela que apresenta menor risco de transmissão de agentes de
infecção em relação às áreas críticas e que normalmente são ocupadas por pacientes que não
são portadores de doenças infecciosas de baixa transmissibilidade. Exemplos: enfermarias,
farmácia, banheiros, ambulatórios.

Área não-crítica: é aquela onde não existe risco de transmissão e não são ocupadas por
nenhum paciente. Exemplos: serviço administrativo; almoxarifado; secretaria; serviços de
apoio de raios-X, ultrassom etc.
Para o Ministério da Saúde (BRASIL, 2003) a limpeza do ambiente hospitalar pode
ser classificada em concorrente e terminal. A limpeza terminal é realizada periodicamente, de
acordo com a área de risco do hospital, e consiste na limpeza das paredes, pisos, tetos, janelas,
portas e sanitários; já a limpeza concorrente é realizada diariamente e consiste na limpeza do
piso, remoção de poeira do mobiliário, limpeza completa do sanitário, reposição do material
de higiene e recolhimento do lixo, repetindo conforme a necessidade.
3.3.2 Relacionados aos artigos hospitalares
Os artigos hospitalares são os objetos necessários aos procedimentos realizados nos
usuários durante os cuidados prestados pela equipe de saúde.
a) Classificação dos artigos hospitalares
De acordo com Couto (2004), os artigos são classificados em três categorias de acordo
com o grau de risco associado ao seu uso, são eles:
1. Críticos: artigos com alto risco de causar infecção se contaminados com qualquer tipo de
microrganismo, inclusive esporo bacteriano. São objetos que entram em contato com o
sistema vascular ou com tecidos estéreis. Estes artigos devem ser esterilizados. Exemplos:
instrumentos de fibra ótica (broncoscópios, colonoscópios), tubos endotraqueais, circuito de
anestesia, circuito de terapia respiratória ou quaisquer objetos que rompam as barreiras
naturais da pele e das mucosas.
2. Semicríticos: artigos que entram em contato com membranas mucosas intactas ou com a
pele lesada. É recomendada a desinfecção de alto nível. Exemplos: equipamentos respiratórios
(máscaras, conexões etc.), endoscópios, equipamentos de anestesia, termômetros.
14
3. Não-críticos: artigos que entram em contato com a pele íntegra, a qual atua como barreira
efetiva contra a maioria dos microrganismos. Os artigos não-críticos podem ser apenas limpos
ou submetidos à desinfecção de baixo nível. Exemplos: estetoscópios, otoscópios, utensílios
de refeição, roupas, eletroencefalógrafos, muletas etc..
b) Processamento de artigos hospitalares
Os materiais hospitalares, na sua maioria, tem uma associação importante com a
infecção hospitalar, desta forma, medidas eficazes deverão ser estabelecidas no
processamento destes artigos, visando minimizar o risco de infecção hospitalar. Estes artigos
deverão ser submetidos a processos de limpeza, desinfecção ou esterilização para alcançarem
os objetivos imprescindíveis (COUTO, 2004).
De acordo com Couto (2004) a CME é o setor hospitalar que tem a responsabilidade
de fornecer materiais esterilizados pra todas as unidades que assistem o paciente e tem como
objetivo e finalidade encarregar-se de reprocessar, preparar, esterilizar, ter sob sua guarda e
distribuir os materiais hospitalares devidamente esterilizados para todo o hospital ou centros
de saúde.

Limpeza, enxágue e secagem
Para Mastroeni (2006) a limpeza é o procedimento utilizado para remover materiais
estranhos como: terra, pó, grande número de microrganismos, matéria inorgânica (sais) e
orgânica (sangue, vômito, soro, detritos alimentícios). Geralmente, para tal são utilizados
água com detergentes associados ou não a produtos enzimáticos e auxiliares mecânicos de
limpeza.
Falhas no processo de limpeza acarretam problemas na esterilização dos materiais,
porque a matéria orgânica constitui-se em um fator de proteção para os microrganismos, pois
impede o contato com o agente esterilizante (OLIVEIRA; PAROLIN; TEIXEIRA JÚNIOR,
2008).
De acordo com os autores acima, o enxágue pode ser realizado de diferentes
maneiras, conforme a etapa, o tipo de tratamento do material e o seu destino. A água pode ser
potável e corrente para materiais não-críticos e para materiais semi-críticos, desde que com
controles biológicos periódicos e esterilizada para materiais de uso crítico.
15
Terminando o processo de limpeza, realiza-se a secagem rigorosa dos materiais,
devendo esse procedimento o mais rápido possível para evitar um possível crescimento
microbiano no meio líquido e neutralizar a interferência da umidade nos processos posteriores
(OLIVEIRA; PAROLIN; TEIXEIRA JÚNIOR, 2008).

Desinfecção
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2004) a desinfecção “é a destruição de agentes
infecciosos que se encontram fora do corpo, por meio de exposição direta a agentes químicos
ou físicos”. Para Oliveira, Parolin e Teixeira Júnior (2008) “é o processo pelo qual ocorre
destruição de muitos ou todos os microrganismos patogênicos na forma vegetativa, com
exceção dos esporos bacterianos”.
Para Mastroeni (2006) a desinfecção pode ser classificada de acordo com o quadro abaixo:
CLASSIFICAÇÃO
PROCESSO
Os
agentes
utilizados
apresentam
atividade
antibacteriana sobre a maioria das bactérias, alguns
Desinfecção de Baixo Nível
vírus e fungos, porém não inativam microrganismos
mais
resistentes
(micobactérias
e
esporos
as
bactérias
bacterianos).
Desinfecção de Nível
Intermediário
Os
agentes
vegetativas
aplicados
(incluindo
destroem
micobactérias
da
tuberculose), a maioria dos vírus e fungos.
Desinfecção de Alto Nível
Os agentes aplicados destroem todos os tipos de
microrganismos, inclusive esporos bacterianos.
Desinfecção associada à
Os agentes utilizados destroem e/ou eliminam todos
esterilização
os tipos de microrganismos, inclusive de esporos
bacterianos.
Fonte: Mastroeni, 2006.
16

Esterilização
A esterilização é o conjunto de operações que objetiva destruir (ou remover) todas as
formas de vida, incluindo esporos bacterianos, com capacidade de desenvolvimento durante
os estágios de conservação e de utilização do produto. Conservar é manter as características
do produto durante a vida útil de armazenamento (vida de prateleira) à temperatura ambiente,
assegurando a esterilidade adquirida (MASTROENI, 2006).
Segundo Couto (2004) há uma classificação para os métodos de esterilização, são
eles:
1. Métodos físicos – são aqueles que utilizam calor nas mais variadas formas e radiações,
dependendo da unidade hospitalar. O método mais utilizado é o vapor saturado sob pressão
(autoclave).
2. Métodos químicos – são métodos com certa dificuldade de manuseio e consequentemente
deve-se evitar sua utilização. O método consiste em imersão dos artigos em líquidos
esterilizantes, requerendo cuidados especiais.
3. Métodos físico-químicos – neste método utiliza-se o óxido de etileno (ETO), gás
altamente tóxico, facilmente inflamável e explosivo.
3.3.3 Relacionados à equipe profissional de saúde
A equipe de saúde tem importante papel na cadeia de transmissão da IH. As práticas
preventivas adotas por ela, visam controlar a propagação de microrganismos que habitam o
ambiente hospitalar, diminuindo os riscos do paciente vir a adquirir uma infecção, além de
proteger o próprio trabalhador que ali desempenha sua função. Assim, toda a equipe de saúde
tem responsabilidade com relação à prevenção da IH, devendo fazer uso correto das técnicas
assépticas, dos Equipamentos de Proteção Individual e dos equipamentos de Proteção
Coletiva (BRASIL, 2003).
a) Luvas
Segundo Medeiros (2001), as luvas cirúrgicas são frequentemente mais utilizadas e
dentre elas podemos optar pelas luvas estéreis ou de procedimento, que serão determinadas
dependendo do procedimento a ser realizado. Podem ser confeccionadas de látex ou materiais
17
sintéticos e devem ser bem resistentes. Já a luva estéril serve para realizar procedimentos
invasivos, ou seja, quando o indivíduo irá penetrar no organismo humano, como em uma
aspiração traqueal, por exemplo, já que esta é isenta de microrganismos que possam
contaminar o paciente infectando-o. O contato com sítios estéreis, como lesões de pele e
mucosas, também deve ser preservado de contaminação.
Já as luvas não estéreis (chamadas de luvas de procedimento) são utilizadas em
procedimentos não invasivos e em pele íntegra, ou seja, não oferecem risco de contaminação
direta para o paciente. As luvas deverão ser calçadas no início do procedimento e removidas
logo após o término do mesmo. Devem ser trocadas a cada atendimento, ainda que o próximo
procedimento seja realizado no mesmo paciente e elas estejam aparentemente limpas
(MEDEIROS, 2001).
Para Nettina (2007, p.1010) “as luvas não substituem a necessidade de lavagem das
mãos, visto que podem ter pequenos defeitos invisíveis ou podem rasgar durante o seu uso;
além disso, as mãos podem ser contaminadas durante a sua remoção”.
b) Óculos de Proteção
Protetores oculares ou faciais servem para proteger as mucosas dos olhos, nariz e
boca, os profissionais de saúde utilizam máscaras e protetores oculares ou faciais durante os
cuidados de paciente quando existe a possibilidade de esguichos ou borrifos de sangue,
líquidos corporais e secreções (NETTINA, 2007).
c) Aventais, Capotes ou jalecos
Os capotes são utilizados para evitar a contaminação das roupas e para proteger a pele
do pessoal da equipe de qualquer exposição a sangue e líquidos corporais. Os capotes
impermeáveis, os protetores de sapatos fornecem maior proteção à pele se for prevista a
possibilidade de esguichos ou grandes quantidades de material infeccioso (NETTINA, 2007).
18
d) Máscaras
Segundo Nettina (2007, p.1010) a equipe multiprofissional utiliza máscara cirúrgica
para proteção contra a disseminação de gotículas infecciosas durante o contato mais próximo
com o paciente, oferecendo proteção de face, devendo ser utilizadas ao realizar procedimentos
onde haja o risco de contaminação por doenças respiratórias, assim como no atendimento de
pacientes imunodeprimidos.
e) Lavagem das Mãos
De acordo com Blom e Lima (2002) a lavagem das mãos se feita corretamente,
remove das mãos microrganismos adquiridos transitoriamente no contato com pacientes. É
uma conduta de baixo custo e grande valor.
A lavagem básica das mãos com água e sabão visa à remoção da
maioria dos microrganismos da flora transitória, de células
descamativas, de pêlos, de suor, de sujidades e de oleosidades. O
objetivo da lavagem é reduzir a transmissão de microrganismos pelas
mãos, prevenindo as infecções. A eficácia da lavagem das mãos
depende da durabilidade e da técnica utilizada (BLOM; LIMA, 2002,
p. 125).
A lavagem das mãos é reconhecidamente um dos caminhos efetivos para diminuir a
incidência das IHs. Embora essa técnica seja um procedimento simples, ele exige mudanças
de hábito, existindo, assim, uma distância entre o conhecimento da lavagem das mãos e sua
prática (BLOM; LIMA, 2002).
3.4 Principais causas de Infecção Hospital e suas implicações para os pacientes de UTI’s
Os avanços tecnológicos relacionados aos procedimentos invasivos, diagnósticos e
terapêuticos, e o aparecimento de microrganismos multirresistentes aos antimicrobianos
tornaram as infecções em UTI um problema de saúde pública e um desafio aos seus
profissionais (TURRINI; SANTO, 2002).
19
Um estudo realizado por Andrade, Leopoldo e Haas (2006) na UTI do hospital de
emergências, apontou que de 68 pacientes com infecção hospitalar portadores de bactérias
multiresistentes (31,9%) tiveram pneumonia, (29,3%) septicemia, (24,2%) infecção urinária.
O Staphylococcus sp. coagulase-negativa foi a bactéria mais frequente (36,4%), seguido do
Staphylococcus aureus (19,0%), sendo que a maioria (55,7%) apresentou resistência a
oxacilina.
As condições clínicas, comorbidades e extremos de idade elevam os riscos de
infecção, a exemplo, idosos, diabete, neoplasias, hipertensão, insuficiência renal, tabagismo,
alcoolismo, obesidade, desnutrição, anemia e outras. Também, o uso de procedimentos
invasivos pode contribuir significativamente na ocorrência de infecção, justificando a
existência de diversas topografias infecciosas como respiratória, urinária, corrente sanguínea,
área cirúrgica, cutâneas e gastrintestinais (NOGALES, 2000).
Segundo Pittet (2005) outro aspecto importante é que desde a introdução do mais
antigo antimicrobiano até o mais recente, vem se registrando uma pressão seletiva dos
microrganismos causada, principalmente, pelo uso indiscriminado de antibióticos, resultando
no desenvolvimento de espécies resistentes. Cabe ressaltar que ao longo da história a
estreptomicina,
tetraciclina,
quinolonas,
antifúngicos,
antiparasitários,
antivirais,
coletivamente reduzem as complicações das infecções, dentre outras contribuições.
Atualmente, início do novo milênio, um número considerável de microrganismos desenvolveu
resistência aos antimicrobianos convencionais, como também alguns estão impenetráveis aos
novos fármacos.
A despeito dos avanços tecnológicos em relação ao desenvolvimento de fármacos de
maior potência antibacteriana, suas características naturais de resistência a mantém em papel
de destaque referente às dificuldades terapêuticas. A microbiologia tem contribuído ao
entendimento epidemiológico desses eventos ao identificar a origem clonal das bactérias,
permitindo correlacionar eventuais fatores, como: colonização e infecção, contaminação
ambiental e colonização, mudança do padrão de sensibilidade antimicrobiana, além de outros.
Esses conhecimentos propiciam um melhor equacionamento de medidas de controle de
infecção hospitalar (LIMA; ANDRADE; HAAS, 2007).
De acordo com os autores supracitados, a eficácia dos programas de controle de
infecção hospitalar bem estruturados justifica as ações de prevenção e controle das infecções
hospitalares, particularmente, nas unidades de terapia intensiva, as quais incluem a vigilância
do perfil microbiológico e de sensibilidade dos microrganismos; o uso racional de
antimicrobianos e de procedimentos invasivos, a redução do período de hospitalização, o
20
desempenho consciente e eficiente da equipe de saúde, bem como a conscientização dos
usuários quanto aos riscos biológicos, dentre outras condutas. Devem ser consideradas as
diferenças na disponibilização e utilização de testes laboratoriais para o diagnóstico das
infecções hospitalares, na intensidade da vigilância dessas infecções e na acurácia em relatálas e a falta de um índice para ajustá-las à gravidade das doenças dos pacientes.
21
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da análise dos estudos pode-se verificar a importância do conhecimento sobre
a IH, pois a partir dele os profissionais de saúde podem contribuir consideravelmente para
redução dos riscos por meio de medidas adequadas de prevenção e controle podendo atuarem
diretamente nos locais de disseminação ou que trazem riscos para o surgimento de novos
casos de IH. É necessária a educação permanente desses profissionais e de CCIH atuantes,
pois no Brasil os dados são pouco divulgados já que existe uma deficiência na notificação dos
casos nas instituições hospitalares.
Em UTI`s o agravante é ainda mais preocupante, uma vez que as condições físicas
debilitadas dificultam o tratamento dos pacientes. Procedimentos invasivos como entubação
orotraqueal, cateterismo venoso central, sondagem vesical, dentre outros, podem acarretar
complicações como a pneumonia, a septicemia e a infecção urinária respectivamente fazendo
com que o tempo de internação do paciente e os custos hospitalares aumentem. A resistência
aos antimicrobianos é outro agravante que desafia as pesquisas e repercute retardando o
quadro clínico desses pacientes críticos.
No entanto, verificamos que medidas rotineiras dos profissionais de saúde quando
executadas de maneira adequada, podem contribuir para a redução dos riscos de adquirir uma
IH e que a forma mais eficiente de se prevenir e controlar esse agravo é a lavagem simples
das mãos.
Assim, é importante que seja dado continuidade a este estudo, dentro desta temática,
com o intuito de ampliar os dados científicos, uma vez tão escassos.
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