Teorias_da_Evolucao-final

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Como ensinar a teoria da evolução?
Didáctica Geral
7 de Maio de 2005
Inês Henriques
Joana Alves
nº 16664
n.º 16071
Índice
Introdução
3
A Filosofia Grega
4
A Teologia Natural
5
O século XVIII- Evolução para o esclarecimento
5
Lamarck e o Lamarckismo
6
O inicio do século XIX
8
Charles Darwin
9
A viagem no HMS Beagle
10
Origem da Selecção Natural
10
Desenvolvimento da Teoria
11
A Origem das Espécies
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Bibliografia
13
2
Introdução
A chamada “teoria da evolução” emergiu somente no sec XIX, contudo ideias
acerca da origem das espécies naturais, tinham sido discutidas já pelos antigos
filósofos gregos. Contudo Darwin é tomado, erronicamente, como sendo o 1º
evolucionista.
Os grandes filósofos gregos prespectivavam um caracter fixo para as espécias, a
igreja católica, do sec XVI, tomava como certa a criação divina para a origem dos seres.
Estas duas concepções, não foram contudo esquecidas e tomam um papel fundamental
na história da ciência.
O Sec XVII foi marcado por pensadores materielistas que explorarm a ideia que
a vida foi levada a cabo pela geração espontânea, pondo de parte o fixismo. Na
entrada para o sec. XVIII estas ideias foram mais largamente discutidas e pensadores,
como Comte de Buffon, construiram novos ideiais naturalistas sobre o
desenvolvimento da vida. Estas teorias contudo, e há que ter em conta, não tinham em
vista as ideias Darwinistas sobre a selecção natural.
Charles Robert Darwin (1809-1882) é universalmente aceite como o mentor da
actual teoria da evolução. O seu livro “A origem das espécies” publicado em 1859,
iniciou o debate que converteu a comunidade ciêntifica a aceitar o evolucionismo.
Neste livro, darwin apresentou a teoria explicando que tinha descoberto o mecanismo
da evolução, a selecção natural e explicou as consequências deste mecanismo para o
caminho que a vida tinha desenvolvido na Terra. A ideia geral de evolução estava
longe de ser aceite, mas a teoria da selecção lançou a controversia no inicio do século
XX. Se a selecção natural não era aceite pelos biologos do século XIX, temos de ver os
factores que explicam porque a ideia da evolução se tornou tão popular.
O desenvolvimento da teoria da selecção natural de Darwin tornou-se
importante porque esteve continuamente a ser desenvolvida, tendo sido ligada à teoria
genética da selecção natural do século XX. Contudo, a História da Teoria da selecção
não é a História do evolucionismo.
Para ensinar a Teoria da Evolução é importante ter um conhecimento alargado
sobre toda a história e contexto para que se possa explicar claramente a teoria da
evolução e os dados que a sustentam.
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A Filosofia Grega
Se atendermos ao conceito de “evolução” de uma maneira generalista, defenimo-lo como um qualquer processo não miraculoso, pela qual novas formas de vida são
produzidas, então as primeiras propostas surgiram com os antepassados gregos. Estão
assim a cabo destes os primeiros estudos sistemáticos da filosofia natural. Esta filosofia
era fixista, apoiava-se na aceitação que as espécies apareciam de um modo subitoe
espontãneo, a partir de uma associação especial da matéria.
Aristóteles torna-se o nome mais relevante quando se fala desta concepção.
Platão (427-347 a.C.), outro nome de relevo, tinha como preocupação
fundamental a veneração das espécies, como se estas, se encontrassem num mundo
transcendental. A sua concepção formulava que as espécies eram imprefeitas e cópias
de espécies ideiais, e como o tipo nunca mudava, a vida das espécies eram encerradas
como uma norma. A concepção aristotélica (384-322 a.C) era menos idealista. Também
teve em consideração a relação entre as espécies e estes seus esforços reflectiram a
formulação para uma base da biologia moderna, a taxonomia. Esta taxonomia era no
entanto encarada como método para preceber as propriedades da vida, diferenciando
assim as propriedades que eram fundamentais das que eram supreficiais.
Um produto dos gregos muito importante foi a concepção da Scala Naturae,
isto é, admitiram que todos os organismos se encontravam organizados segundo um
plano. Nela o homem assumia o topo da hierarquia da vida, todos os outros animais
encontravam-se abaixo dele, acabando esta linhagem no modo mais simples de
organismo. Esta cadeia representaria a estrutura completa do universo. Nesta teoria
não cabe o conceito de “evolução” visto que todos os seres viveriam a tempo inteiro,
isto é, não existia extinção.
Na antiga Grécia, a prespectiva que as espécies eram vistas como entidades
priveligiadas na natureza, foi mudada, e esteve a cabo do grego Empedocles
juntamente com o romano Lucretius.
Empedocles afirmou que o mundo se originou apartir de um episódio onde a
natureza exerceu o seu poder generativo para produzir organismos vivos ao acaso que
apareciam e morriam, apenas com alguns dos tipos a terem capacidade de
premanecerem, sobreviverem e multiplicarem-se. Esta visão tem algo de análogo á
seleção natural de Darwin.
Estes materialistas acreditavam que os organismos eram compósitos brutos. A
vida primitiva teria sido formada por geração espontânea da matéria inerte, sendo
assim, não haveria interesse em distinguir espécies.
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A Teologia Natural
Foi por causa da igreja católica que favorecia a crença que o universo era um estável e
ordenado sistema criado por Deus segundo um plano divino, que estas especulações
materialistas para a origem das espécies foram ignoradas por muitos séculos.
Durante a Idade Média, as preocupações acentavam, do ponto de vista
científico, em descrições de plantas com propósitos preferencialmente utilitárias. De
salientar que o reino animal também contava com monstros e fadas e discussões
heraldicas.
A contrapor estes movimentos, apareceu no sec XVII o que se chamou a
reforma protestante. Esta trouxe uma nova interpretação da palavra da bíblia. Os
ideiais deixaram de ser intrepretados literalmente. Foi em 1650 que o arcebispo James
Ussher, estimou que o Universo teria sido criado em 4004ac. Com tal escala de tempo,
surgiram a fromulações que nenhum processo evolutivo era impensável.
John Ray, com o seu livro “Wisdom of God” de 1691, foi o condutor da exposição
da Teologia Natural- a crença que o poder do Criador poderia ser demonstrado pelo
estudo do seu “trabalho manual” no Universo e em particular dos vários tipos de
formas de vida. Este princípio ditava que a complexidade do ser vivo, e o facto de cada
estrutura estar adaptada a um estilo de vida no seu ambiente, eram provas suficentes
de como o Mundo era criado por um Deus, visto esta complexidade não poder ser
dada a nenhuma estrutura natural.
Outro nome de relevo foi William Paley´s (natural Theology de 1802), que
formulou entre o relógio e o criador de relógios a analogia com a ideologia da Teologia
Natural. Foram estes argumentos que abriram as portas para a concepção materialista,
no sentido em que se tratava o ser vivo como uma estrutura, mais ou menos
mecanicistas, sendo que a alma era a única que transcendia o mundo material.
Este ponto de vista é chamado Criacionismo e subentende uma explicação
fixista para a origem das espécies levada a cabo por uma Deus Criador e benevolente.
Ray, outro nome de relance, foi um dos pioneiros da taxonomia. Foi ele que
propôs a classificação das espécies somente pelas suas estruturas físicas. Os seus
estudos basearam-se na observação de plantas, ordenando-as em classes defenidas
pela maior semelhança estrutural, semelhanças que hoje sabemos serem devido á
evolução divergente de espécies de um ancestral comum, mas que eram intrepretadas
como um padrão de criação divina.
O século XVIII- Evolução para o esclarecimento
O século XVIII é chamado o século da razão, onde todas as velhas suprestições
(inclusivél a relegião católica) foram postas de parte pela razão humana. Foi um
período onde a interpretação da Biblia para os fenómenos naturais foi afastada e as
especulações materialistas sobre a origem dos seres reavidas.
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As teorias geológiacas expandiram-se pela escala do tempo geológico, sendo
que a importância dos fósseis se tornou marcante por serem as recordações dos
antepassados vivos. Surgiram também algumas teorias que pareciram abrir portas ás
modernas teorias evolucionistas e naturalistas, as de Buffon, por exemplo, que
pareceram “saudar” o Darwinismo. Contudo é errónico equipara-las: nesta altura
tentava-se abandonar a criação divina, não esquecendo que a crença que os
organismos mais complexos poderiam ser formados por geração espontânea era a
mais importante alternativa á transformação das espécies.
Um importante trabalho assente sobre o esqueleto da teologia natural, foi o de
Lineu (1707-1778). Este autor estabeleceu os fundamentos do sistema moderno de
classificação biológico e o sistema binominal de nomenclatura das espécies.
Originalmente adepto da origem divina, Lineu não tardou a considerar a possibilidade
de muitas espécies modernas se poderem ter formado por hibridação de um mais
pequeno número de formas originárias.
A ideia da geração espotânea foi usada para sugerir que as forças naturais, e
não divinas, poderiam ter gerado o primeiro ser vivo, talvez, durante um período
muito romoto da história da Terra. Nesta altura surgiu a experiênia de Needham
(1740) que mostrou que microrganismos poderiam ser produzidos espontâneamente
apartir de substrato nutritivo. Isto retratava a prova como a natureza poderia produzir
vida sem a intrevenção divina e que as espécies não eram estáveis ao longo do tempo.
As complexidades e limitações do sec XVIII foram bem ilustradas nos escrito de
Comte de Buffon. O seu livro de 1749 “Histoire naturelle” foi feito com intensão de
oferecer uma completa abordagem do mundo animal. Foi um grande opositor de
Lineu e também do plano de criação, afirmou: “se existe um plano unico, não existe
esperança para o descobrirmos”.
Em1766, num artigo sobre a degeneração dos animais, Buffon verificou que as
espécies sofriam alterações marcadas pelas variedades locais, isto é, formavam-se
modificações da forma original pela exposição a diferentes condições geográficas. Para
Buffon, as razões deste transformismo situavam-se no clima e na alimentação, não
sendo contudo transformações necessáriamente adaptativas. Buffon era crente da
geração espontânea e propôs dois episódios para a formação das espécies: o primeiro
episódio foi aquele onde foram criadas as primeiras espécies adaptáveis aos climas
primórdios (muito quentes); estes seres eventualmente morreram e foram repostos por
um segundo episódio onde se formaram os protótipos das espécies actuais.
Lamarck e o Lamarckismo
Para o final do sec XVIII as experiências de Needham forma desacreditadas e
até os materialistas tinham a concepção que, se a geração espontânea fosse válida, só o
era para formas de vida muito simples estruturalmente.
Dois pensadoroes responderam ao desafio, desenvolvendo teorias sobre o
processo de transformação: se a vida começa na forma mais simples, então o seu
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precurso, por estruturas sucessivas, teria de ter ascendido na escala de complexidade,
chegando á fromação da raça humana.
O Inglês físico Erasmus Darwin expôs esta teroria num dos capítulos do livro
Zoonomia” (1794-1796). Também ideias semelhantes forma desenvolvidas pelo
botânico Jean-Baptiste Lamarck. O artigo Philosophie Zoologique de 1809 trata esta sua
concepção assim como os mecanismos de adaptação que o tornaram famoso- a
hereditariedade dos caracteres adquiridos.
Mecanismos da evolução- Lamarckismo
Lamarck veio de uma família de estatuto baixo, foi educado por Jesuitas. Em
1769 foi para Paris, onde se tornou discípulo de Comte de Buffon. Dez anos mais tarde
publicou “Flore Françoise” e com o patrocínio de Buffon entrou na Académie des
Sciences. Depois da Revolução Francesa, os seus interesses moveram-se para o estudo
de animais, sendo que em 1793 obteu o cargo no Muséum d´Histoire Naturelle no
estudo de insectos e larvas (invertebrados).
O artigo Philosophie Zoologique de 1809, o seu mais relevante trabalho, sugere a
preocupação de Lamarck no desenvolvimento da filosofia do mundo natural assim
como no estudo da anatomia e taxonomia das espécies.
A sua preocupação no estudo da natureza da vida, fê-lo introduzir o termo
biologia para se referir á generalização do estudo dos seres vivos. Como
Buffon,
Lamarck era céptico á taxonomia artificial de Lineu.
Em 1798, Lamarck deparou-se com o problema dos fosseis e as suas diferenças
quando comparadas com as conhecidas formas vivas. Sendo que a sua visão rejeitava a
extinção, ele propôs 3 concepções publicadas em 1802:
1. Devido á rotação da Terra, o lado oriental estava continuamente a ser erodido,
sendo que os sedimentos eram depositados nas margens ocidentais;
2. Propôs a hipotese do transformismo;
3. A grande idade da Terra admite transormações geológicas lentas.
O transformismo Lamarckista dependia da actividade da matéria viva em
relação com as circunstâncias das alterações ambientais. Ele supunha que os
organismos vivos eram gerados espontâneamente e através do tempo, tornar-se-iam
mais complexos. A vida ascendia assim numa escala de desenvolvimentos. Para
assegurar que eram sempre formas simples de vida que representam os degraus mais
baixos da escala, Lamarck supôs que o desenvolvimento espontâneo estaria
constantemente a iniciar novas linhagens para progressivas evoluções; nenhuma
linhagem poderia assim acabar em extinção.
No seu artigo “Histoire Naturelle des Animaux sans Vertèbres (1815-1822),
sumariza a essencial caracteristica deste processo resume-se em quatro leis:
1. A vida, devido ás suas forças internas, tende a aumentar o tamanho dos
organismos até ao limite (exemplo, o crescimento de um bébe)
2. Novos orgãos são produzidos como resposta ás necessidades. Assim novos
habitos são adaptados consuante a alteração das circunstâncias.
3. O desenvolvimento dos orgãos e o seu poder de acção são proprocionais aos
seu uso.
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4. As alterações adquiridas durante a vida dos organismos, são tranmitidos ás
gerações seguintes. Este foi o princípio que tornou célebre a concepção de
Lamarck- hereditariedade dos carecteres adquiridos.
O transformismo, segundo esta visão seguiu caminho, pois a teoria explicava
satisfatóriamente as adaptações verificadas na natureza.
Lamarck propôs também a noção do “sentiment intérieur” em animais mais
avançados. Para organismos simples, a evolução ocorreu como resposta á interação
dos seres vivos com o meio. Nos seres mais avançados, isto é, no Homem, os
sentimentos interiores também estão envolvidos, e relatam a capacidade de pensar
segundo a vontade ou interesse.
Lamarck era um pensador muito original e radicalista. Ele propunha uma
natureza com poder quase autónomo, que produzia os seres segundo as suas próprias
leis. Deus produziu a matéria mas estava separado da sua criação; tratava-se de uma
concepção deística.
Anos mais tarde, Lamarck envelheceu na pobreza e tornou-se cego. As suas
visões passaram a ser mal vistas pelas sociedade e pela Academia das Ciências, sendo
Cuvier o seu principal opositor, pois propunha que estas ideologias eram
especulativas e não científicas. Contudo, houveram aínda muitos dias para o
Lamarckismo, mesmo Darwin utilizou a ideiologia dos caracteres adquiridos para a
sua hipótese evolucionária. Sabemos também que este fenómeno é encarado hoje como
um marco para a revolução ciêntífica em termos evolutivos.
O inicio do século XIX
As tendências evolutivas de Lamarck, foram nesta época desacreditadas, sendo
o cabecilha o seu grande revil Georges Cuvier, que demonstrou a realidade da
extinção através dos registos fosseis, insistindo que as espécies eram imutáveis. Sendo
assim manteve-se até 1850 o fixismo como explicação domonante para a origem das
espécies. Para explicar estes registos fosseis segundo a teoria fixista, Cuvier propôs a
teoria do catastrofismo que propunha a ocorrência de catastrofes em determinados
locais e num determinado tempo, que destruiam a flora e fauna dessa região. Após
esta catástrofes dava-se o repovoamento por espécies estranhas , vindas de outras
regiões.
Na França, em 1820, uma outra forma de ideal Transformista foi desenvolvido
por Geoffory Saint Hilaire, também para contrapor os registos fosseis, dizendo que a
fromação de novas espécies é feita por sucessivas saltações. Era um opositor de
Cuvier.
No inico de século XIX o tradicionalismo concentrava-se aínda sobre a Teologia
Natural, no entanto, e longe de ser ignorada, as ideias evolucionistas forma fortemente
debatidas.
Alguns desenvolvimentos importantes sobressaltam, como por exemplo o
levado a cabo por Charles Lyell (Principals of Geology 1830-33). Este Geólogo promoveu
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a filosofia do uniformitarismo, que dizia que toda a alteração geológica é gradual e
lenta, não catostrófica, como ditava Cuvier. Propôs que as leis naturais são constantes
no espaço e tempo, e que as causas passadas explicam as causas presentes. Lyell cedeu
esta nova visão da história da Terra sugerindo-a como suporte para o evolucionismo.
Anatomistas conservadores, como Richard Owen, proposeram uma nova visão
do argumento para a criação, centrando-se prioritáriamente na unidade da natureza. O
facto de muitas diferenças superficiais seres vistas como modificações de uma forma
básica subjacentes, mostraria que o Universo teria sido criado por um Deus racional.
Aquilo que mais tarde seria visto como evidência da divergência, era agora encarado
como uma unidade acente num plano de criação. O evolucionismo, para esta
concepção, era tomado como um perigoso ateísmo, aceite apenas por revolucionários
políticos.
O clima de opinião criado pelas reacções contra o evolucionismo, explica muitas
das relutâncias de Charles Darwin, para publicar a sua teoria.
Surge neste período Robert Chambers e o seu livro Vstiges of the Natural History
of Creation” em 1844, que veio argumentar o facto de a natureza ser um sistema de leis
divinamente instituidas para assegurar o progresso. Com isto Chambers tornou a ideia
de evolução respeitável, incorporando-lhe a popular teoria do progresso social O
progresso gradual seria a continuação da predeterminação do progresso da vida na
Terra.
Um debate acerca do livro de Chambers trouxe uma diferenciação significativa na
opinião geral, preparando o caminho para a recepção da mais detalhada teoria
evolucionista- a teoria Darwinista.
Charles Darwin
Charles Robert Darwin (1809-1882) nasceu em Shrewsbury. O seu pai era um
físico de sucesso e o eu avô era Erasmus Darwin, poeta, físico e autor da precoce
Teoria da Evolução.
Darwin teve uma carreira escolar comum, contudo foi estudar medicina para
Edimburgo, mas rapidamente se apercebeu que não era aquele o futuro que desejava.
O periodo em que esteve em Edimburgo foi significante, porque foi aqui que
Darwin começou o seu sério trabalho em História Natural. Durante este tempo,
trabalhou em particular com Robert Grant, um anatomista radical que sustentava as
Teorias de Lamarck. Contudo, Darwin não aceitava o Lamarckismo, mas, a ligação
dele com o trabalho de Grant em primitivos invertebrados ajudou-o a perceber mais
cedo quais eram os seus interesses.
Mais tarde, foi estudar para Cambridge, onde estudar extracurricularmente
História Natural e Geologia, despertando a atenção dos professores de Botânica e
Geologia, respectivamente, John Henslow e Adam Sedgwick.
Quando Darwin terminou os estudos, Henslow convidou-o para uma
expedição a bordo do HMS Beagle.
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A Viagem no HMS Beagle
A 27 de Dezembro de 1831, Darwin partiu de Inglaterra na expedição que iria
durar cinco anos e que se tornou num marco na História da Ciência. Esta viagem deulhe oportunidade de explorar espécies exóticas e recolher espécies fósseis e geológicas
para a sua colecção. Para ocupar o tempo no mar, Darwin levou consigo o livro
“Princípios de Geologia” de Charles Lyell, atacando este o catastrofismo geológico de
Sedgwick e sustentando que todas as mudanças à superfície da Terra eram lentas e
graduais, explicando isto com fenómenos observáveis. Darwin ao observar os efeitos
de sismos ficou convencido que Lyell estava correcto. Os fósseis que Darwin
coleccionou mostraram que os extintos habitantes da America do Sul tinham
pertencido a animais com caracteristicaqs identicas aos continentais.
Contudo, as observações mais importantes foram feitas em 1835 no
Arquipélago dos Galapagos, que se situa no Oceano Pacífico a 500 milhas da Costa do
Equador. Aqui , Darwin descobriu inúmeras diferenças e seelhanças entre a fauna e
flora das ilhas e do continente, tendo ficado particularmente maravilhado com os
tentilhões e as tartarugas gigantes.
Os tentilhões de Darwin, como ficaram conhecidos, são reconhecidos como pela
ilustração clássica de especiação provocada pelo isolamento geográfico, isto é, as
várias ilhas do arquipelado apresentavam condições ambientais diferentes logo em
cada ilha existiam espécies diferentes, tendo tods as espécies evoluído
divergentemente de espécies preexistentes.
Origem da Selecção Natural
Quando regressou a Inglaterra em 1836, Darwin esteve muitos anos em Londres
a trabalhar nas suas observações para publicação. Nessa altura, escreveu
extensivamente sobre a formação dos recifes de corais e participava em importantes
debates na Sociedade Geológica de Londres. Depois começou a trabalhar no problema
das espécies e a pensar em explicar em explicar como o processo de evolução funciona.
Assim, Darwin usou as suas observações para formular a ideia de selecção
natural, publicada como “Charles Darwin`s Notebooks, 1836-1844”.
A ideia dos caractéres adquiridos de Lamarck era uma explicação possivel para
Darwin, contudo, ele decidiu nunca abandonar completamente a ideia mas sim
procurar outro mecanismo de de adaptação das espécies, que explique a adaptação das
populações isoladas ao ambiente em que estão inseridas.
Darwin ficou fascinado com o processo de reprodução sexual, via-o como um
processo de cópia. A sua experiência como criador de pombos permitiu-lhe observar a
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variedade de pombos obtida por selecção artificial, fazendo assim uma analogia com o
que ocorre na natureza, Darwin tentou explicar o processo de selecção natural.
O segundo maior passo para a descoberta de Darwin foi ao ler “Essay on the
Principle of Population” de Thomas Malthus, que explicou as implicações da superpopulação da raça humana, com a relação alimento-população, clarificando assim
como pode funcionar o processo da selecção natural.
Desenvolvimento da Teoria
Charles Darwin continunou a trabalhar na sua teoria correspondendo-se com
especialistas e testando as implicações do desenvolvimento da sua teoria. O seu circulo
restrito de amigos incluia o Geólogo Lyell e o Botânico Joseph Hooker.
Ao mesmo tempo que Darwin conduzia as suas pesquisas, ele estudou o
mecanismo de dispersão das espécies. Iniciou o maior projecto de estudo e
classificação de todos os fósseis recolhidos na viagem, tendo publicado uma
monografia sobre este trabalho que foi uma grande contribuição para a taxonomia e
ajudou-o a estabelecer a sua reputação como Biólogo. Darwin realizou ainda variações
na natureza e observou os efeitos bizarros que a evolução degenerativa pode ter nas
espécies.
Entre 1840-1850 continuou a desenvolver e redefinir a sua teoria, tendo em 1842
escrito um breve excerto das suas ideias e em 1844 descreveu longamente a sua teoria,
apesar de não a publicar.
Entretanto, Darwin começou a ver a selecção natural como um episódio do
processo que opera sobre as espécies que estão sujeitas as mudanças de ambient,
estando convicto que as variações e diferenaçs individuais na população são o produto
de anomalias do processo reprodutivo.
Em 1850, o estudo de fósseis de Richard Owen convenceu Darwin que a
selecção natural operou desde sempre e pode produzir alterações nas espécies sujeitas
a mudanças ambientais.
Passados 20 anos da expedição Darwin deciciu publicar as suas teorias, assim,
começou a escrever a sua teoria para publicação até 1858, quando interrompeu o seu
trabalho ao receber uma carta de Alfred Russel Wallace (1823-1913), que continha
aparentemente uma antecipação das suas ideias.
Wallace era um coleccionador de espécies e estava naquela altura na Indonésia,
era um conhecedor dos efeitos do isolamento geográfico e tinha lido Malthus quando
era jovem.
Darwin ficou consternado e espantado ao verificar que em poucas páginas
Wallace na carta que lhe enviara tinha resumido as principais questões da teoria.
Então, Darwin pensou em relegar o seu trabalho em favor de Wallace, mas o Geólogo
Lyell e o Botânico Hooker convenceram-no a publicar as suas ideias.
Mais tarde, Alfred Wallace escreveu: “Senti durante toda a minha vida, e ainda
sinto, a mais sincera satisfação por Mr. Darwin ter escrito antes de mim o longo trabalho...”.
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A Origem das Espécies
O livro de Darwin “A Origem das Espécies” foi finalmente publicado em 1859. O
livro começa com uma extensa descrição da selecção artificial e natural, depois
examina as implicações da teoria para a distribuição geográfica, taxonomia,
embriologia e registos fósseis.
Este livro despertou o maior debate entre os cientistas e o público em geral,
tendo como principais opositores os pensadores religiosos, pois a selecção natural era
considerado um mecanismo que questionava a ideia Criaccionista da Igreja.
Contudo, o Darwinismo ficou ligado a ideia de progresso, mas só passado
alguns anos a maioria dos biólogos aceitou o evolucionismo. Como a Teoria de
Evolução de Darwin era essencialmente baseada na selecção natural, ele aceitou que
era impossivel provar experimentalmente, pois para demonstrar a acção da selcção
natural era necessário muito tempo, porque é um processo muito lento.
Assim, ao argumento da selecção natural restou as evidências da selecção
artificial e a demonstração da tendência para a super-população.
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Bibliografia
o ENCYCLOPEDIA OF LIFE SCIENCES - 2002 Macmillian Publishers LTD, Nature
Publishing Group / www.eis.net, Evolution: History, BOWLER. J. P.
o ENCYCLOPEDIA OF LIFE SCIENCES - 2001 Nature Publishing Group /
www.eis.net, Evolutionary Ideas: Pre-Darwinian, BOWLER. J. P.
o ENCYCLOPEDIA OF LIFE SCIENCES - 2001 Nature Publishing Group /
www.eis.net, Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet de Lamarck, OLDROYD, D.
o
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