Tecido Muscular

Propaganda
Resumos de Histologia e Embriologia – Medicina
Ano Lectivo 2006/2007
Tecido Muscular
Características Gerais:
- contractilidade das cls  conversão de energia química em força mecânica
- unidade estrutural: célula alongada  fibra muscular
Tipos de Tecido Muscular:
a) LISO/ MÚSCULO VISCERAL:
- Localização: parede de órgãos ocos, de vasos sanguíneos e de linfáticos de gde calibre;
derme – m. erectores dos pêlos; íris e corpo ciliar; tecido eréctil do pénis e do clitóris;
estroma do ovário e da próstata
- Características Morfofuncionais da Fibra Muscular:
 contracção involuntária, lenta
 cls fusiformes, uninucleadas (ao centro), tamanho variável
 citoplasma sem estriação, homogéneo; ao redor do núcleo apresenta mitocôndrias,
ribossomas, RER e A.Golgi.
 na parte mais externa:
- filamentos finos de actina
- filamentos intermediários de desmina e vimentina
- filamentos espessos de miosina
Inseridos nos corpos
densos, ricos em actinina (equivalem
ao disco Z)
 Sarcolema com invaginações ricas em caveolina  cavéolas (vesículas pinocíticas)
(correspondem a túbulos T)
 Cls ligadas por junções estreitas e todas envolvidas por lâmina basal  transmissão da
força de contracção
 Capacidade de síntese de elementos da matriz extracel: laminina, colagénio e elastina
- Modo de Associação e Histofisiologia:
 Existem cls:
a) isoladas
b) em camadas sobrepostas – túnicas musculares
c) a constituir pequenos músculos
 Contracção muscular:
- lenta, longos períodos de tempo
- sem sarcómeros, nem troponina
- com tropomiosina (estabiliza actina)
- miosina tipo II: 2 cadeias pesadas+ 2 cadeias leves; mantêm-se enrodilhadas até
contracção  durante contracção esticam-se
1) Acção do SNA: Cálcio extracel. (das cavéolas) liga-se a calmodulina
2) Complexo que se forma liga-se e activa a cinase da cadeia leve da miosina 
fosforilação da cadeia de miosina
3) miosina distende-se e contacta com actina  libertação da energia do ATP
4) deformação da cabeça da miosina
5) contracção por deslizamento dos filamentos de actina
-1-
Liliana Costa -2º ano
Resumos de Histologia e Embriologia – Medicina
Ano Lectivo 2006/2007
- Regeneração: lesão  cls musculares viáveis entram em mitose; nos vasos sanguíneos há
participação dos pericitos, que se multiplicam por mitose para originar novas cls musculares
b) ESTRIADO ESQUELÉTICO:
- Organização:
 Fibras paralelas  fascículos  músculo
 Músculos envolvidos externamente por epimísio (tecido conjuntivo)
 septos que envolvem cada fascículo e constituem o perimísio (por onde passam
vasos e nervos)
 extensões finas de fibras reticulares (+ lamina basal) que envolvem
cada fibra/ célula muscular - o endomísio
Contracção síncrona, vigorosa e integrada
Funções do tecido conjuntivo: união das fibras, para contracção síncrona;
transmissão da força de contracção a tendões e ossos; vascularização (vasos penetram pelos
septos).
Alguns músculos afilam-se nas extremidades, havendo transição gradual para o tendão
(fibras de colagénio do tendão inserem-se em dobras do sarcolema)
- Características das células:
 Muito longas, com estriações transversais
 Multinucleadas, à periferia
o Aumento da espessura – hipertrofia
o Diminuição da espessura - atrofia
 Sarcoplasma contém mioglobina e gde quantidade de miofibrilas (contrácteis)
 Miofibrilas com alternância longitudinal de bandas claras, I, e escuras, A (repetição de
sercómeros) estriação
a) filamentos finos de actina (+ tropomiosina + complexo troponina* + nebulina, que
liga a disco Z)  BANDA I (penetram nas extremidades da banda A)
b) filamentos espessos centrais de miosina (tb c/ titina, que liga ao disco Z) BANDA
A (tb com actina, que se interdigita lateralmente) - zona mais clara ao centro, só de
miosina – BANDA H
 Filamentos intermediários de desmina ligam miofibrilas umas às outras
 Banda I tem disco/ linha Z, transversal, mediana, escura, com -actinina
 Segmento entre 2 discos Z constitui o sarcómero – unidade contráctil:
 2 hemi-bandas I, nos extremos
 Banda A central
 Retículo Sarcoplasmático, extenso e contínuo sistema membranar de forma tubular, com
calsequestrina no interior, longitudinalmente em rede ao redor de cada miofibrila 
armazena e regula fluxo de cálcio
 Na zona de junção de bandas A e I: RSarcoplasmático contínuo entre miofibrilas
adjacentes  cisternas terminais
 Sarcolema – com invaginações para sarcoplasma – túbulos transversos/T (// e interposto
às cisternas terminais – formam tríade), responsáveis pela contracção uniforme de cada
músculo
 Distrofina liga actina a proteínas do sarcolema
-2-
Liliana Costa -2º ano
Resumos de Histologia e Embriologia – Medicina
Ano Lectivo 2006/2007
Proteínas Principais do Músculo Estriado:
Actina: F – polímeros longos, polarizados, formados por 2 cadeias de monómeros globulares de Actina
G (em dupla hélice, assimétrica)
Tropomiosina: moléc. Longa, fina; 2 cadeias polipept. enroladas 1 na outra; molecs unem-se pelas
extremidades - filamentos no sulco entre filamentos de actina F
Troponina: complexo de 3 unidades - TnT- liga complexo à tropomiosina; TnI.- liga cálcio; T. C- inibe
ligação de cabeças de miosina (? Segundo Carneiro, I – cobre sitio activo da actina; C- afinidade para
cálcio)
Miosina: grande, 2 peptídeos em hélice, forma de bastão; numa das extremidades tem cabeça (c/ locais
específicos p/ combinação com ATP e local de combinação com actina – actividade de ATPase). Por
proteólise: meromiosina leve (bastão) e meromiosina pesada (cabeça + peq parte bastão).
- Contracção:
 Voluntária, rápida e vigorosa
 Por deslizamento dos filamentos de actina para interior da banda A ( sarcómero)
 Relaxamento: ATP liga-se a ATPase das cabeças de miosina (actina é cofactor para
libertação de energia); local de ligação da miosina na actina está ocupado pelo complexo
troponina-tropomiosina
1) junção neuromuscular: sinal de despolarização
2) placa motora terminal (botões terminais, sem bainha de mielina+cl muscular): aceticolina
das vesículas é lançada para fenda sináptica  associação e abertura de canais no
sarcolema  entrada de sódio [colinesterase hidrolisa excesso de acetilcolina]
3) despolarização do sarcolema  potencial de acção  penetra na profundidade da fibra
pelos túbulos T  tríades
4) Nas tríades: abertura dos canais de cálcio do retículo (sem gasto energético)
5) Cálcio combina com TnC – mudança de configuração espacial  locais de interacção
entre actina e miosina ficam livres
6) Interacção da cabeça de miosina com actina – complexo miosina-ATP é activado 
libertação de energia
7) Deformação da cabeça e de parte do bastão da miosina – movimento empurra filamento
de actina deslizamento
8) Fim da despolarização: Ca2+ transportado activamente de volta a cisternas do retículo 
relaxamento
... banda I e banda H   sarcómero 
Fibra nervosa + fibra(s) muscular(es) q enerva = unidade motora
As variações na força de contracção são devidas a variações no número de fibras q s
contraem
O tamanho das unidades motoras está relacionado com a delicadeza e precisão dos
movimentos requeridas pelo músculo.
- Tipos de Fibras:
a) Vermelhas – contracção lenta, irrigação abundante (mta mioglobina, mtas mitocondrias)
metabolismo aeróbico; resistem à fadiga
b) Brancas – as + numerosas; contracção e fadiga rápidas ( - mitoc., anaeróbicas)
c) Intermediárias
- Fusos neuromusculares:
-3-
Liliana Costa -2º ano
Resumos de Histologia e Embriologia – Medicina
Ano Lectivo 2006/2007
- sensores especializados – detectam estado de contracção ou relaxamento 
Propriocepção  SNC
- fibras musculares estriadas modificadas, com invólucro conjuntivo, associadas a fibras
nervosas
- Regeneração: A partir de cls satélites (entre cl muscular e m. basal, // às fibras),
mononucleadas, fusiformes – “mioblastos inactivos”. Em caso de lesão:
1. activação das cls satélites
2. proliferação
3. fusão  novas fibras
Intervêm também no exercício intenso  hipertrofia muscular
c) ESTRIADO CARDÍACO:
 No coração - miocárdio
 Não se regenera  forma-se cicatriz tecido conjuntivo denso no local da lesão
 Cls cilíndricas, ramificadas, uninucleadas ao centro
 Estriação ≈ m. estriado esquelético
 Contracção involuntária (gerada por cls musculares cardíacas modificadas), vigorosa e
rítmica
 Influência do SNVegetativo no ritmo:
a) Simpático – noradrenalina  
b) Parassimpático – acetilcolina  
- Características das cls:
 Organização das proteínas ≈ m. estriado esquelético
 Túbulos T são >s, //s ao disco Z
 Menos túbulos do RS
 Díades, em vez de tríades
 + mitocondrias – metabolismo aeróbico
 Armazena ác gordos sob a forma de triglicerídeos e pequena quantidade de glicogénio;
pode apresentar grânulos de lipofuscina
 Aurícula esquerda: grânulos com percursor de ANP – hormona que actua nos rins
 Ligação topo a topo por discos intercalares - com 3 especializações juncionais principais:
a) zónulas de adesão – ancoram filamentos de actina de sarcómeros terminais
b) desmossomas – unem as cls musculares cardíacas
c) junções comunicantes – asseguram continuidade iónica entre cls vizinhas
 Sem placas motoras terminais
 Fibras musculares das aurículas são <s que as dos ventrículos, bem como os túbulos T.
-4-
Liliana Costa -2º ano
Download