Estudos teológicos – 41 IGREJA É O POVO DA GRAÇA DE DEUS O Novo Testamento usa a palavra ekklesia para descrever a Igreja. A composição do termo ekklesia é “ek” com o sentido de “fora”, e kaleo, com o sentido de “chamar”. Daí o significado de “os chamados para fora”. A igreja é constituída daqueles que são convocados por Deus. Para Paulo, a igreja é povo eleito de Deus. Na perspectiva do cap. 1 de Efésios, houve uma eleição decidida na eternidade, que, uma vez estabelecida no tempo, é administrada através da História. Numa dimensão política, a igreja é formada pelos “concidadãos dos santos”, porque a parede de ira e de ódio que separava gentios e judeus foi destruída. De ambos, Deus fez um só povo. Com a saudação comum em suas cartas Graça e Paz (Karis e Shalom), Paulo unia gentios e judeus, porque graça era a saudação dos gregos e paz a saudação dos judeus. Numa dimensão doméstica, a igreja é a Família de Deus. A família é a comunidade mais íntima e pessoal do que a que existe na vida política. Todos, agora, independentemente de raça, são membros de uma família (Ef 2.19). Numa dimensão sociológica, a igreja é a Instituição – uma associação de pessoas com um objetivo comum de adoração, regendo-se por leis e princípios fundamentados nas Escrituras. É por meio de sua relação com Cristo que o homem se relaciona com a igreja. Numa dimensão estrutural e histórica, a igreja é um edifício e como tal pertence à História. Ela é um edifico cuja pedra angular é Jesus Cristo. É edifício de cresce para santuário dedicado ao Senhor. As pedras de que é composto o edifício são os crentes em Cristo. Pedras vivas (1 Pe 2.5). Na dimensão soteriológica, a igreja é povo que Deus elege, chama, regenera, justifica, santifica e preserva. Neste sentido ela é uma comunidade transcendental, porque dela fazem parte também os “santos” que já acabaram a jornada terrena. Ela está na terra aguardando o encontro com o Senhor e sua glorificação (1 Pe 2.9). É, portanto, povo convocado para um propósito específico. Neste comprometimento está a sua santidade. Santidade não é alienação, afastamento, mas compromisso com Deus que o separou do mundo para retornar e estar presente em ação santa no mundo. A igreja de hoje, precisa estar consciente de que ela é propriedade exclusiva de Deus. Até a próxima semana, em Cristo, Rev. Adalgiso do Vale