Reflexões de uma nova Muçulmana

Propaganda
Reflexões de uma nova Muçulmana.
Dedicatória
Dedicamos este livro à pessoa do Imam Mahdi (P) , que Deus aprece sua
revelação.
Esperança dos seres humanos.
Restaurador da justiça na Terra.
Rompedor de ídolos e avassalador dos arrogantes no mundo.
Instaurador de todos os valores humanos.
Salvador dos pobres, oprimidos e desolados do mundo.
Ele unificará a Religião Divina.
Ele receberá Jesus e rezará junto com ele.
Ele libertará e comandará um único governo mundial.
Ele trará a felicidade e o bem- estar para toda humanidade.
Ele trará as bênçãos para todos os seres vivos.
Deus nosso, considera-nos entre seus partidários que esperam por sua
chegada!
Nota do Tradutor
???????????
( Centro Brasileiro de Estudos Islâmicos)
Introdução
Há muito tempo sinto que seria interessante escrever sobre a minha
conversão ao Islã. Meu problema foi que não sabia o que escrever e como
escrever. Uma das minhas principais preocupações agora é escrever algo
que seja de valor, não só para mim, mas também, para os outros.
Posso lembrar-me de algumas vezes quando me pediam para falar na
mesquita e eu me assustava porque o que eu sabia ou o que havia aprendido
foi por intermédio deles (os muçulmanos). O que podia dizer? Que não
sabia? Cada vez que perguntava a mim mesma, a resposta sempre foi que
somente eu mesma podia falar sobre minhas experiências pessoais. Bem,
parece arrogante pensar que outros quiseram ouvir-me falar de mim
mesma. Mas, talvez há algo de valor na história da experiência de alguém
que escolheu ser muçulmana.
No passado escrevi algumas coisas sobre como cheguei a me tornar
muçulmana e, em função disso, recebi muitos comentários e opiniões.
Algumas pessoas me escreveram querendo pesquisar sobre o Islã e
queriam referi-se à minha história e pediam mais informações.
Outras pessoas que me escreveram nasceram muçulmanas mas, haviam
encontrado inspiração nas histórias dos convertidos. Na verdade, desfrutei
do fato de ter conhecido tantas pessoas através de minhas breves narrações.
Compreendi que algo de minha história deve ter valor para outras pessoas.
Assim sendo, ao narrar esta historia , pode ser que contribua para a
situação de alguém.
Inicio este trabalho em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso, e
peço que Ele me ajude a fazer deste trabalho algo valioso ; que traga
benefício a outras pessoas.
Diana (Massuma) Beatty
Nota: Ao longo deste texto “swt” aparecerá como abreviatura de
(Subhanahu wa ta’ála), que significa “Glorificado e Elevado seja”. Esta
abreviatura será utilizada cada vez que aparecerá o nome de Deus.
Também, “A.S” ou “S.A.” será utilizada como abreviatura de (sal-lal-lahualaihi ua álihi) que significa a paz seja sobre ele e sua purificada família,
toda vez que se mencionar o Profeta do Islã (Muhamad) ou outro Profeta,
como abreviação de “a paz esteja com ele/ ela/ eles/ elas”. Isto pode parecer
estranho para um leitor não muçulmano, mas não é algo místico. Faz parte
da ética Islâmica, e muitas pessoas acreditam que esta é uma obrigação.
Além disso, eu utilizo ambas as palavras Deus e Alláh para referir-me ao
Único Deus. Este nome é utilizado por Muçulmanos, Judeus e Cristãos de
língua Árabe.
Para as traduções de passagens do Sagrado Alcorão foram utilizadas as
obras de Pickthall e de Yusef Ali. A versão da Bíblia utilizada aqui é NIV.
Humildemente dedico o bom desta obra ao Imam Az-Zaman (o Imam
Al-Mahdi) (A.S), que Allah (swt) aprece sua aparição.
Primeira Parte
Como poderiam estar errados todos os meus
conhecimentos?
Por ser uma menina que cresceu nos Estados Unidos da América, minha
informação sobre a religião Islâmica era muito pobre. Apenas uma ou duas
vezes fui apresentada ao Islamismo rapidamente por meio de um livro de
história no colégio. Pelo que me recordo daquelas leituras é que os
muçulmanos tinham um Deus chamado Allah, um profeta guerreiro
chamado Muhamad; que oravam, se vestiam estranhamente e, por último,
que o Islã era uma religião Árabe.
Suponho que o resto da minha educação a respeito do Islã chegou
através dos meios de comunicação. O Islã aparecia como exótico, retrógrado
e nocivo. Os muçulmanos eram qualificados como mal educados, guiados
por governantes tiranos, e eram cruéis. Alguns deles pensavam que era bom
explodir meninos nos aviões e bater nas mulheres e tratá-las como objetos.
Não entendia que há relação entre o Islamismo, o Cristianismo e o
Judaísmo. Até onde eu sabia, o Cristianismo e o Judaísmo eram as únicas
religiões que tinham um Único Deus, o Deus de Moisés e Abraão (A.S.). O
Islamismo era agrupado a todas as outras religiões como, por exemplo, o
Budismo e o Hinduismo.
Não havia muitos que me animariam a aprender sobre o Islamismo.
Estava segura de que o Cristianismo estava com a verdade, e não sentia
obrigação de observar e conhecer outras religiões e muito menos uma, que ,
pelo que me foi passado era tão prejudicial,. Naquela época, na verdade,
podia chegar a acreditar que uma nação inteira , com todas as suas pessoas
era de coração mau, e nós (da América Ocidental) éramos os bons
exemplos. Além de tudo, como poderiam estar equivocados todos os meus
conhecimentos?
Uma pergunta obvia, finalmente, me fez voltar os olhos para Islamismo.
Para responder a isso com justiça, é necessário primeiramente explicar
rapidamente minha vida religiosa antes disso da conversão.
Talvez todos os que eu conhecia acreditavam em Deus e que Jesus (A.S.)
havia morrido pelos nossos pecados. Geralmente, não passava disso. As
pessoas que conhecia tinham crenças religiosas e tentavam ser pessoas com
moral, mas não se associavam a uma igreja em particular e não faziam nada
de excêntrico em suas vidas que as enquadrasse como religiosas. A
espiritualidade e a religião não eram temas de nossas conversas. Não se
falava de Deus em nossas casas e tão pouco na escola. A religião era algo
privado entre os indivíduos e Deus.
Quando era menina, me mandavam a algumas escolas Dominicais para
adquirir conhecimento básico da religião. Meus pais muito esporadicamente
iam à igreja, mas eles nos mandavam (eu e meu irmão) às escolas
Dominicais e nos tiraram logo ao finalizar nossos estudos. Nesta época eu
estava no segundo ou terceiro grau e já havia terminado nossa educação
religiosa.
Isso foi suficiente para mim até eu chegar ao bacharelado. Talvez então
começasse a compreender que o mundo não era um lugar justo pelas muitas
perguntas que surgiram ao meu redor. Passei por períodos de decepção e
baixa auto-estima. Durante este tempo, comecei a procurar a religião.
Onde estava a prova científica da existência de Deus? Se existia, Por
que se escondia de nós? Por que permitia que coisas más acontecessem? Por
que havia coisas boas e coisas más? O universo e a vida na terra apreciavam
o azar? Por que existo?
Por um momento talvez me convencesse de que Deus não existia, e ainda
mais: que Ele era uma fantasia criada pelos seres humanos. Não era o
suficiente! Quando cheguei ao bacharelado comecei buscar Deus de novo.
Interessava-me seriamente pelo Cristianismo. Uni-me à campanha de
Atletas cristãos e lia a bíblia regularmente. Encontrei uma revista chamada
Verdade Plena, anunciada em um programa religioso de televisão e
publicado pela Igreja do Deus Mundial. Interessei-me por esta igreja em
particular.
Este grupo estudava a Bíblia literalmente. Não celebravam o Natal por
que não constava na Bíblia. Não celebravam os aniversários, não comiam
carne de porco, e observavam as mesmas festividades que segundo a Bíblia,
Jesus havia celebrado. Guardavam o sábado como estava escrito na Bíblia.
Eu me sentia fortemente atraída por este grupo porque seguiam Deus
seriamente e tratavam a Bíblia seriamente. Não tinham a religião somente
como algo para se sentir bem, como muitos outros grupos fazem. Pareciam
mais lógicos que os outros grupos, e faziam da religião uma parte diária de
suas vidas, ao invés de ser algo ocasional. A idéia da religião é algo que me
atrai. Eu sabia que Deus tinha algo em mente quando nos criou, e sabia que
deveria haver um caminho melhor, ou uma forma mais correta de fazer
tudo. Assim que eu encontrei esta igreja, imediatamente me atraiu. Ainda
que nunca tivesse assistido suas reuniões, porque pensava que minha família
não aprovaria o meu relacionamento com um grupo radical. Mais tarde,
quando fiquei informada, foi considerado como culto, especialmente
enquanto cursava meu bacharelado.
Coloquei em minha mente uma idéia: quando ficasse um pouco maior,
investigaria sobre este grupo mais de perto. Em meu primeiro ano de
Universidade me uni a um grupo de estudos Bíblicos patrocinada pela
Cruzada Universitária por Cristo. E, finalmente, fui à Igreja de Deus depois
de conhecer alguém na Universidade que pertencia a esta igreja. Eram
pessoas muito agradáveis e muito atraentes. Porém, logo na primeira visita
percebi que não era esta a igreja que eu estava procurando. Meu anfitrião
me contava que a igreja se encontrava em estado de caos devido a uma
grande divisão entre seus líderes nacionais. Estava dividindo-se em duas
igrejas; um grupo se afastava porque sabia que a igreja original havia se
corrompido. Um homem e sua família estavam em um conflito decidindo em
que lado deveriam ficar. Quais das duas partes falava a verdade?
Após escutá-los, me decepcionei. Senti que este grupo estava mais perto
do que eu procurava, mas provavelmente nenhuma das duas facções o sabia
claramente.
Além de tudo, eram seres humanos que não estavam dotados de juízo
perfeito. Eu queria aceitar algo que houvesse sido enviado por Deus e que
não tivesse sido alterado pelos homens, mesmo pelos homens de boas
intenções. E assim nunca mais retornei.
Havia me resignado a ser uma das muitas pessoas religiosas sem uma
igreja, porque estava convencida de que todas as igrejas tinham defeitos.
Com freqüência me sentia incomodada no meu grupo de estudo
Bíblico. Os outros membros pereciam estar muito mais felizes com sua Fé.
Quando estudávamos um versículo da Bíblia, tinham muitas interpretações
diferentes e pareciam que sempre viam os versículos de uma maneira
diferente da minha. Perguntava-me qual era o mal que eu estava fazendo e
por que não encontrava o sentido das coisas como conseguiam as outras
pessoas mas, mesmo assim seguia sendo muito devota.
Meus amigos falavam em convidar Jesus para viver em seus
corações, e quando o faziam, Jesus (A.S.) entrava, e suas vidas mudariam
para sempre. Eu havia feito este convite muitas vezes, mas nunca minha
vida mudara para sempre. Havia feito quando ia às igrejas com meus
amigos, havia feito quando via os pastores pregarem na televisão, havia
feito em meu próprio momento (em minhas orações). Ao que se referiam
quando diziam que Jesus vivia em nossos corações? Realmente haveriam
mudado tanto com essa experiência, e se foi assim, por que eu não havia
conseguido? Ao menos sei que não era falta de sinceridade.
Ao pensar nestas perguntas, minha vida começou a mudar. Nesse ano
conheci um muçulmano. Quando o conheci, não sabia que ele era
muçulmano ou que era Árabe. Com o tempo me dei conta que ele era
muçulmano. Realmente não sabia o que significava isso, porém fiquei
inquieta com relação a ele porque me havia sido ensinado que ao acreditar
que Jesus não morreu pelos nossos pecados, iria para o inferno. Ao menos
era isso que todos me diziam quando me dedicava aos estudos Bíblicos.
Poderia ser verdade que esta pessoa iria para o inferno simplesmente por
não crer que Jesus (A.S.) morreu pelos nossos pecados sendo mais piedoso e
humilde perante Deus que qualquer outra pessoa que eu já havia conhecido?
Isso não me parecia correto. Ele sabia dos meus temores e se preocupou
mais comigo do que com ele mesmo. Inclusive disse que iria em uma das
Cruzadas da Universidade comigo. Hoje isso me surpreende mais do que
quando aconteceu, porque agora penso no nome do grupo – Cruzada
Universitária - e compreendo quão ofensivo era este nome. Sem dúvida, as
reuniões não eram tão ruins, cantávamos e escutávamos música religiosa,
tínhamos sido convidados a falar, e conheci meu líder de estudos Bíblicos.
Esperava salvar meu amigo, e às vezes queria que o líder dos estudos
Bíblicos o conhecesse porque, realmente, necessitava de ajuda para acalmar
minhas incertezas. Tinha muitas perguntas depois de ler uma tradução do
Alcorão e estava surpresa com o que eu havia lido. Falava do mesmo Deus
da Bíblia, o Único, que tinha a Verdade que eu estava buscando. Falava dos
profetas (A.S.)) que eu já conhecia, mas não os descrevia como adúlteros e
como seres que haviam cometido incesto e atos de luxúria como os descrevia
a Bíblia.
“Cremos em Deus (O Único e Verdadeiro Deus) que veio revelado
a nós, que revelou para Abraão, Ismael, Isaac, e Jacob e suas
tribos; que revelou para Moisés e Jesus, e os que receberam os
profetas da parte do seu Senhor. Não fazemos distinção entre
nenhum deles” (Alcorão 2: 136).
A única coisa que me incomodou no Alcorão foi o que dizia sobre
Jesus (A.S.). Mas por quê? Como eu sabia o que eu sabia sobre ele? “Que
Jesus era a terceira parte de uma Divindade e que havia morrido pelos
nossos pecados?” Fui novamente buscar na Bíblia essas crenças tão
importantes para o Cristianismo. Sabia que havia lido centenas de vezes;
então seria fácil encontrá-las, mas não as encontrei. Pude achar versículos
que pareciam dizer essas coisas, mas não eram muito claras. Encontrei
outros versículos que pareciam dizer o contrário. Perguntei-me: se a crença
que Jesus é Deus e morreu pelos nossos pecados , então, “Por que, se esse é o
elemento principal em que eu deveria crer, não está claro na Bíblia?”.
Perguntei a meus amigos de estudos Bíblicos, “Onde diz isso?”.
Mostraram-me os versículos, eu os li e falei que na maioria das vezes não
dizia claramente o que eu havia perguntado, mas estava aberto a
interpretações. Em Marcos 10:18 diz: “Por que me chamas bom?”. Jesus
respondeu, “Ninguém é bom exceto Deus”. Esse versículo parecia indicar
claramente que Jesus não era Deus. Outros versículos interpretados por
meus amigos diziam que ele era Deus, no entanto, ele mesmo nunca disse,
“Eu sou Deus”.
Alguns cristãos diriam que enquanto Jesus permaneceu na terra, viveu
como um homem, mas mesmo assim seguia sendo Deus; parte ou forma de
Deus. Ao transforma-se em carne, tornou-se completamente humano,
enfrentando todas as adversidades e tentações que se apresentaram à vida
humana. Não pude entendê-lo. Melhor que isso, nunca havia entendido
antes, mas queria a verdade de qualquer maneira. Mas não podia explicar
para mim mesma e ninguém mais poderia me explicar. Como Deus podia
ser um Deus individual e ter três partes e formas independentes? Não podia
entender, por que era necessária a morte de alguém infalível para o perdão
de nossos pecados? Por acaso Deus não é O Todo Poderoso?
Muitos cristãos dizem que Deus está além de nossa compreensão. Não
tem que ser entendido. Finalmente, decidi que não podia aceitar isso, pois
desta forma a religião se converte em um assunto puramente de fé, sem
nenhum espaço para a razão. Um livro que diz ser a Palavra de Deus pode
dizer absolutamente qualquer coisa Dele (Deus), não importa quão absurdo
seja; não podemos rechaçá-lo, posto que não entendemos Deus. Compreendi
que não, para que sejamos capazes de separar a senda correta da falsa, Deus
deve ter um sentido em termos de razão humana.
Dirigi-me até o meu guia de estudos Bíblico para falar-lhe sobre minhas
inquietações. Fiquei sabendo que ele havia trabalhado como Missionário
para os muçulmanos na Argélia. Pensei, então, que ele seria capaz de
ajudar-me a entender o Alcorão, a Bíblia e o destino do meu amigo
muçulmano. Quando eu o questionei, me disse prontamente que meu amigo
iria para o inferno. Disse-me que o Alcorão era similar à Bíblia. Que era
uma manipulação de Satanás. E algo que se assemelha à Bíblia era a melhor
artimanha. Então, tratei de fazer uma pergunta mais específica sobre o que
dizia o Alcorão a respeito de Jesus (A.S) e ele me disse que nunca tinha lido
o Alcorão por que quando ele teve a intenção de lê-lo, estava doente. Quando
ele me disse esta última palavra, fiquei atordoada, não pude conter minha
lagrimas; me retirei do salão assim que pude.
Como ele podia sentar-se ali e me dizer que o Alcorão era uma
artimanha do Satanás quando ele mesmo nem sequer havia lido? Que tipo
de pessoa fazia este trabalho de missionário para os muçulmanos e não tinha
o interesse de ler o livro em que crêem os muçulmanos? Uma voz em minha
cabeça gritava. “Este homem não sabe nada, não podem confiar nele!”.
Imagino que Deus não enganaria aqueles que lêem o livro de outra religião
somente por estar em busca da verdade. Porém este homem pensava de uma
maneira diferente. Meu líder de estudos Bíblicos apenas repetia o que lhe
haviam dito. Ofendi-me muito com todos os líderes da igreja que haviam
falado do Islã como se fosse algo demoníaco, que os muçulmanos eram
pessoas mais ignorantes com respeito ao Islã que uma menina de
bacharelado que havia conseguido uma cópia da tradução do Alcorão em
uma livraria da esquina.
Agora encontrava-me atemorizada até a morte. Temia porque não podia
confiar nesta pessoa. Era minha decisão, só minha; decidir se eu havia
encontrado a verdade ou era tudo falsidade. Ninguém podia me ajudar.
Sentia um peso tremendo sobre meus ombros. Eu estava aterrorizada por
não saber se tivera feito uma escolha equivocada e como conseqüência
passaria a eternidade da minha vida no inferno. Eu supliquei a Deus, que
fora existe um Deus que não descaminhará aquele que busca a verdade, um
Deus que perdoaria aquele que tem dúvidas e que observa ao redor
buscando respostas, um Deus que possa me proteger para não tomar uma
má decisão.
Não sabia por onde começar em função do impasse entre a Bíblia e o
Alcorão, ou com os livros do início da história cristã. Aprendi muito lendo
esses livros da história dos cristãos mais antigos e me perturbava porque
não havia ouvido falar destes livros antes. No começo da religião estavam
unificados e claros. Alguns dos primeiros cristãos crêem que Jesus (A.S.) era
Deus, enquanto outros não pensavam dessa maneira. Suas práticas e crenças
variavam muito mais que as crenças dos cristãos da atualidade. O Novo
Testamento não foi escrito senão no mínimo uma geração depois da suposta
morte de Jesus (A.S), e foi escrito por muita gente. Suas histórias, em geral,
estavam em conflito umas com as outras e havia centenas de evangelhos à
mão. Foi no Concílio de Nicéia, mais de trezentos anos depois de Cristo, que
o Novo Testamento começou a tomar a forma que conhecemos hoje. O
Concílio tomou quatro das centenas de evangelhos que coincidiam com as
crenças do Imperador Romano e os converteram na crença oficial. Os
outros foram queimados e destruídos e as pessoas que tinham em sua posse
alguns evangelhos eram assassinados. Desde então, a maioria dos evangelhos
modificou-se sutilmente de época em época. Algumas versões dos evangelhos
contêm livros inteiros que outros não têm. Não existe uma Bíblia “original”
para verificar se houve mudanças. Há manuscritos antigos, mas não há uma
Bíblia “original” definitiva.
Para algumas pessoas isto não é problema, mas para minha rápida
conversão (em um ano), é. Parecia-me que a Crença cristã Moderna
continha algo da mensagem de Deus, mas há muitas conjunturas e
interpretações de frases que não são totalmente claras. Parecia que essas
partes conjunturais é que determinavam se eu ia ou não para o Inferno.
Aonde disse Jesus, claramente, que ele morreu pelos nossos pecados e crer
nisto era uma obrigação? É uma mera interpretação da frase “É o Filho de
Deus”, frase que foi utilizada geralmente na Bíblia quando a Divindade se
referia a Jesus (A.S.). De fato, as pessoas que viveram no tempo de Jesus (A.
S.) não lhes davam este significado. Segundo os historiadores Bíblicos, a
frase “Ele é Filho de Deus”, não significava algo divino para os escritores da
Bíblia que conheceram Jesus (A.S.). Indicava apenas um ser humano
completo e geralmente usavam esta expressão como título para os homens
judeus santos.
Ao Rei David refere-se como um Filho de Deus em Samuel 7:14
“Eu (Deus) serei seu pai e ele (Davi) será meu filho”.
Job 1:6 na versão NIV da Bíblia, menciona os anjos, no rodapé de uma
página explica que a palavra Hebréia traduzida como anjos, significa
“Filhos de Deus”.
“Vieram uns dias os filhos de Deus apresentar-se diante de
Jeová , e veio entre eles Satanás”.
Em Hosea 11:1, Deus chama a Israel Seu Filho:
“Quando Israel era um menino, Eu o amei, e fora do Egito o
chamei meu filho”.
O uso das letras maiúsculas quando se atribui a Jesus (A.S.) este título
foi uma opção dos tradutores e não está citado nem no Grego nem no
Hebraico original.
Também é conjectura dizer que Jesus (A.S.) foi o único Messias, o título
de Messias tinha algo a ver com um retorno ao final dos tempos e era o
status do salvador.
Messias e Cristo significam o mesmo, “O Ungido”. Os ungidos eram os
líderes de Israel, ungidos em uma versão antiga na cerimônia de
inauguração. Em Samuel 10:1 diz: “Então Samuel tomou o frasco de azeite e
o beijou, dizendo”. “Não há ungido o Senhor vosso Líder sobre a sua
Herança?”.
A raiz da palavra “ungida” (na literatura Hebraica) é a mesma que a
tradução de Cristo e Messias no Novo Testamento.
Na realidade, Jesus nunca pediu ou ordenou as pessoas que o
adorassem, mas as pessoas o adoravam em suas orações. Disse às pessoas
para que orassem a Deus e o adorassem. Contudo, quantos cristãos hoje
rezam e adoram a Deus? É mais comum que suas orações comecem com
“Querido Jesus” que “Querido Deus”. Um cristão sincero faria bem em
obedecer a Jesus (A.S) e dirigir suas orações a “Deus”, e não a “Jesus”.
Algumas coisas que são comuns na crença cristã e praticadas ainda hoje,
na realidade, não têm suas origens nos ensinamentos de Jesus (A.S), mas
foram estipuladas pelas autoridades eclesiásticas ou por um decreto Papal;
incluindo a celebração do Natal e da Semana Santa, bem como a definição
da Trindade e a permissão de orar pela Mãe de Jesus, Maria (A.S).
A palavra Trindade não existe na Bíblia e, no entanto, é uma crença
essencial dos cristãos. O conceito de Trindade foi inventado pelos líderes da
igreja para explicar suas crenças; e ainda hoje estes líderes têm votos e
decretos sobre as naturezas e funções das diferentes partes de sua
Divindade. Os cristãos fiéis confiam que seus líderes são inspirados por Deus
e que os autores da Bíblia também o foram.
A maioria dos fiéis crêem que se a Bíblia é pouco clara, é porque os seres
humanos possuem um entendimento limitado. Deus, dizem eles novamente,
não necessita ter sentido. Se foi encontrada uma contradição evidente na
Bíblia, é porque não são os detalhes que lhes interessam, exceto a mensagem
no geral do que está escrito. Existem milhares de exemplos de contradições
claras dentro da Bíblia. Muitas desta implicam em registros de quantas
pessoas se encontravam num lugar ou quem exatamente estava lá. Só o
relato de um sucesso disse que havia cem homens ali, e outro disse que havia
mil, os cristãos fieis dizem que isto não modifica o significado global da
passagem. Pode até ser que seja verdade, mas por que não concordam as
passagens? Seguramente, Deus sabe o que acontece, então por que não pode
condizer corretamente na Bíblia se é Seu livro? Talvez quando um padre ou
sacerdote transcrevia a Bíblia cometeu um erro que ficou para sempre. E
talvez estivesse pensava que estava corrigindo um erro que havia cometido
um escriba anterior. Ou talvez pensou em um numero maior (3)
proporcionava uma melhor versão da historia.
Com minha experiência, muitos cristãos crêem que estes errados não
são erros que somente parecem ser entre nossas limitadas faculdades, ou
mais ainda, são erros, mas muito insignificantes e que Deus havia protegido
a parte “importante” de Sua Mensagem na Bíblia. No entanto, eu sustento
que qualquer contradição ou erros é importante por que indica um trabalho
de homens sobre a parte do trabalho de Deus. Quando se encontra um erro,
como podemos ter confiança em que não há outro erro que modifique o
sentido do testo. Para os cristãos isto é um assunto de fé muito delicado, mas
deveria ser assim?
Como exemplo do tinha dito anteriormente, vou citar a versão NIV da
História de Maria Madalena no tumulo de Jesus (as), segundo esta
registrado nos três evangelhos.
Matheus 28: 1-7:
“Depois do Sábado, ao amanhecer do primeiro dia da semana,
Maria Madalena e outra Maria foram ao túmulo. e sobreveio um
grande terremoto, pois um anjo do Senhor veio do céu e removeu a
pedra da sepultura e se sentou sobre ela. Seu aspecto era como o
relâmpago e suas vestes brancas como a neve. De medo dele,
tremeram os guardas e ficaram como mortos. O anjo, dirigindo-se
até as duas mulheres, disse: vocês não temam pois, sei que vocês
buscam a Jesus crucificado. Não esta aqui; ressuscitou, segundo o
que havia dito. Venham e vejam o lugar onde foi colocado. Ide
logo e dizei ao seus discípulos que ressuscitou dentre os mortos e
que os precede a Galiléia; ali verão. É o que tinha para dize-lhes”.
Marcos 16:18:
“Passado o Sábado, Maria Madalena, Maria de Santiago e Salomé compraram
perfumes para ungir-lhe. De madrugada, no primeiro dia depois de sábado, quando
saiu o sol, vieram ao monumento e diziam entre si: quem removerá a pedra da entrada
do monumento? E olhando, viram que a pedra estava removida; era muito grande.
Entraram no monumento, viram um jovem sentado à direita vestindo uma túnica
branca; ficaram sobressaltados de espanto. Ele lhes disse: não se assustem. Buscais o
Jesus Nazareno, o crucificado; ele ressuscitou, não esta aqui; vejam o lugar onde o
puseram. Ide para dizer a seus discípulos e a Pedro que os precederá na Galiléa; ali o
vereis , como havia dito”
Lucas 24:1-12
“Mas o primeiro dia da semana, bem de manhã, vieram ao monumento, trazendo
perfumes que haviam preparado, e encontraram a pedra do monumento removida.
Entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. Estando perplexas com isto, se lhes
apresentaram dois homens vestidos com vestimentas deslumbrantes. enquanto elas
ficaram aterrorizadas e baixaram a cabeça na direção do chão, lhes disseram: “por que
buscais entre os mortos os que vivem? Não está aqui, ressuscitou vocês lembram como
vos falava estando ainda sendo na Galiléa, dizendo que o Filho do homem tinha que ser
entregue aos pecadores e ser crucificado, e ressuscitar no terceiro dia. Elas se
lembraram de suas palavras, e, voltando do monumento, comunicaram tudo isso aos
onze (apóstolos) e todos os demais. Eram Maria Madalena, Juana e Maria de Santiago e
as demais que estavam com elas. Disseram isto aos apóstolos, mas para eles pareceram
desatinos tais relatos e não acreditaram. Mas Pedro se levantou e correu para o
monumento, inclinando-se viu somente o tecido, e voltou para casa admirado com o
que ocorreu”.
Estes são os três relatos, obviamente, de um mesmo acontecimento. Este
acontecimento é muito importante para a crença de que Jesus (A.S.) foi
crucificado e ressuscitou depois de ter sido morto pelos pecados da
humanidade. Dá testemunho da ausência do corpo de Jesus (A.S.) depois de
um determinado tempo, e mantém o testemunho de que tinha que retornar à
vida como havia prometido. Mas estes relatos diferem consideravelmente
nos detalhes com respeito a como aconteceu na realidade. Por um minuto
analise as três passagens e trate de responder às seguintes perguntas: Quem
foi ao túmulo com Maria Madalena? Quantos foram juntos neste lugar?
Estavam ou não os guardas? Quantas pessoas as mulheres encontraram no
túmulo? Eram homens ou anjos? Pedro foi ou não à tumba? O que disse
aquele homem às mulheres? As Prostraram-se diante aquele ser ou não?
Onde estavam as pessoas ; chegaram enquanto as mulheres observaram ou
já estavam ali? Foram elas que removeram a pedra ou já havia sido
removida?
Se isto provém da Palavra inalterada de Deus, não deveria haver
contradições entre estes relatos. Um deles poderia evitado um detalhe que
outra havia incluído, mas não deveria haver desacordo com quem estava lá;
por que vieram, o quê escutaram. Os relatos das testemunhas oculares
podem ter resultados conflitivos, como podem ser histórias narradas uma ou
outra vez sem haver sido escritas até uma ou duas gerações posteriores - mas
não a Palavra de Deus (a Escritura Divina). Se não podemos estabelecer
corretamente o que aconteceu, em que deve acreditar o homem? É provável
que tenha acontecido algo que levou à existência desta história, mas nós
simplesmente não temos os meios para determinar o que aconteceu na
realidade. Um destes relatos pode ser verdadeiro enquanto outro pode ser
falso, ou todos podem ser falsos. E isso é tudo que podemos dizer a respeito.
Dei somente um exemplo das dificuldades que existem na Bíblia, mas
há muitas outras. A Bíblia é simplesmente pouco clara e contraditória, e
mais; está em contradição com as Ciências estabelecidas. Não desejo perder
muito tempo nos problemas Bíblicos com a Ciência porque já são
comumente conhecidos e evidentes para o leitor casual. Por exemplo, todos
sabem bem que segundo a Bíblia, a Terra tem menos de 6000 anos. Os
crentes fiéis à Bíblia sustentam que isto é certo ainda hoje em dia, e dizem
que as evidências científicas de dados humanos remontam, no mínimo, dez
mil anos atrás e a Era da Pedra, pelo menos de 4,5 bilhões de anos, são um
engano de Satanás.
Por muitos anos havia acreditado que não podia entender a Bíblia
porque havia algo que não estava bem em mim, ou porque não havia sido
feita para ser entendida por vontade de Deus. Mas depois de compará-la
com o Alcorão, pude entender que é bom esperar a lógica e a claridade da
Palavra de Deus. Compreendi que a Bíblia em si mesma está tergiversada.
Não pude satisfazer-me com a crença que estava baseada em um livro
errado. Se eu queria encontrar a Verdade de Deus a partir da Bíblia, como
poderia fazê-lo? Como eu poderia saber qual dos três relatos que mencionei
anteriormente era o verdadeiro – supondo que o seja?
Se não podia
determinar em qual deles confiar, como poderia decidir sobre o restante das
escritos destes três autores? Como podia, em absoluto, confiar em algo da
Bíblia, quando não podia determinar o que provinha da mão do homem e o
que provinha de Deus? E agora, a grande pergunta: se não posso confiar na
Bíblia em quê fica amparado o Cristianismo?
Mas isso é somente a metade da história. Eu havia chagado a uma
conclusão de que o Cristianismo estava errado mas, não havia determinado
se o Islã também o estava. Tive que examinar o Alcorão com a mesma
investigação cuidadosa que havia feito com a Bíblia.
Sendo assim, perguntei, “Onde se contradiz o Alcorão, onde se contradiz
a Ciência?”. Depois de meses de pesquisa compreendi que a resposta a
ambas as perguntas era simplesmente “Não se contradiz”. É superior a
Bíblia a respeito e, portanto, se apresenta como algo mais valioso. Além
disso, contém dados científicos que eram completamente desconhecidos para
o homem na época em que foram revelados. O fato de que o mel das abelhas
provém de seus estômagos, é uma descoberta científica moderna, e está no
Alcorão (16:49) o qual foi revelado no século sétimo depois de Cristo. A
forma como se forma um feto no ventre de sua mãe é um descobrimento
deste século, e já estava explicado corretamente no Alcorão em vários
lugares (22:5, 23:14, 40:67, 75:83) e 96:02). Encontrei no Alcorão a religião
verdadeira enviada por Deus à humanidade e até o dia de hoje me encontro
pasma diante da Misericórdia e guia de Allah (swt).
“Abraham não foi Judeu nem Cristão; mas foi Hânif (monoteísta – de
fé correta) , submetido a Deus e nunca foi politeísta.” (Alcorão 3:67)
Que objeção poderia ter em seguir a religião de Abraão , a religião de
submissão à vontade de Deus Único – o Deus dos Judeus, dos Cristãos e
muçulmanos e de outros; O Criador do universo? Certamente que não sou a
única cristã que havia chegado a esta conclusão. O Alcorão mesmo fala que
os cristãos que haviam se convertido ao Islã cujos olhos se inundaram com
lágrimas ao reconhecer a Verdade:
“Verás que os mais hostis aos crentes são os judeus e os associadores,
e que os mais amigos dos crentes são os que dizem: “somos cristãos”. Há
entre eles sacerdotes e monges e não são altivos”.
Quando ouvem o que foi revelado ao Enviado, vês que seus olhos se
inundaram de lágrimas pelo reconhecimento da Verdade. Disseram:
“Senhor! Cremos! Aponta-nos, pois, como testemunhas”. (Alcorão, 5:82 83)
Há muitos versículos no Alcorão que falam sobre Jesus (A.S.)
O nascimento de Maria (3:34 e 40) (19:2–15)
A posição de Maria no Islã (3:41– 46)
Quem foi Jesus? (2:87); (6:85 – 87); (3:83) (33:7- 8); (42:13); (5:46)
O Nascimento de Jesus (19:16-36)
Milagres de Jesus (5: 110 - 115)
Os ensinamentos de Jesus (3:49 – 52); (43:57–59); (57:27); (42:63–64);
(5:111)
Jesus enviado aos Filhos de Israel (3:48); (5:72); (61:6)
É Jesus o Filho de Deus? (3:58); (2:116 – 117); (21: 26 – 29)
É Jesus Deus ?(5:117); (5:72 – 75)
Jesus foi Crucificado? (4:157 – 158); (3:54 - 56)
Diálogo entre Deus e Jesus (5:116 - 118)
Sua última Mensagem (61:6)
Mensagem aos Crentes (61:14)
Isto é o que quer dizer o Sagrado Alcorão sobre a crucificação de Jesus
(4:157–158)
“-... E por haver dito: “Temos dado morte ao Ungido, Jesus, filho de
Maria, o Enviado de Deus”, sendo assim, não o mataram nem o
crucificaram, mas lhes pareceu assim”. “Os que discrepam a respeito dele,
duvidam. Não têm conhecimento dele, não seguem mais do que
conjecturas. Mas, certamente, não o mataram, somente Deus o elevou a Si.
Deus é Poderoso , Sábio”.
Esta narração não nega que algo aconteceu, que conduziu a estas
histórias que encontramos na Bíblia. Sem dúvida, isto sugere que não se deu
ao povo cristão nenhuma prova de que Jesus foi crucificado, apenas criaram
a opinião de que isso havia acontecido. Em outras palavras, os cristãos
basearam sua religião em algo que não era uma realidade; apenas é mera
hipótese. As pessoas que supunham isto podem ter sido indivíduos bem
intencionados, mas isso fica fora de ponto em questão. Obviamente que um
cristão se incomodará ao ler os versículos do Alcorão que falam sobre as
crenças e dogmas cristãos.
Minha reação ao ler pela primeira vez foi o desejo de afastá-lo. Não
estava de acordo com o que haviam me ensinado. Si, acreditava no que dizia
o Alcorão, deveria acreditar que minha mãe, meu pai, meus professores,
meus predicadores, meus vizinhos, meus lideres políticos, certamente todos
que eu havia conhecido, estavam equivocados. Como poderia ser possível
que tanta gente que estava segura de sua crença e parecia tão favorecida por
Deus, vivendo no País mais próspero do mundo, estivesse errada?
Então, tive que perguntar a mim mesma, se por acaso outra moça,
vivendo no outro lado do mundo, imersa numa outra religião, não tinha uma
pergunta similar? Para uma de nós ao menos, a resposta tinha que ser que
tudo que havia conhecido era um equivoco. Realmente, isto era um conceito
assustador. Todo meu mundo caia ao meu redor e ficava sem nada em que
confiar. Não tinha o que escolher, exceto construir meu mundo novamente,
para examinar novamente tudo em que havia acreditado e criar um novo
marco de onde pudera visualizar o mundo. enfim, o Alcorão me convenceu.
A Bíblia também me convenceu, porque não encontrei nela a perfeição que
eu exigia da Palavra de Deus. Embora imperfeita, algo de verdade há nela e
pode-se conseguir algum bem da leitura Bíblica se se lê com um olho crítico.
De fato beneficiei-me ao descobrir que a Bíblia continha prováveis profecias
sobre a vinda do Profeta Mohamad (A.S.), tendo como uma das profecias
mais prováveis que se encontram no Deuteronômio 18:18
“Eu lhes suscitarei dentre seus irmãos um profeta como tu; colocarei em
sua boca Minhas palavras e ele vos comunicará tudo quanto Eu lhe ordenar.”
Geralmente
os cristãos presumem que este versículo refere-se a Jesus
(A.S.), mas os muçulmanos acham-no provável para o Profeta Muhamad
(A.S.). Primeiro, Muhamad (A.S.) tem mais semelhanças com Moisés (A.S.)
que Jesus (A.S) com Moises (A.S.). E igual Moisés, Muhamad (A.S.) casou-se
e teve um sucessor designado em termos de liderança para as pessoas
(Abraão para Moisés e Ali para Muhamad). Moisés e Muhamad ( A.S.)
nasceram de uma mãe e de um pai e chegaram com uma nova lei religiosa.
Por outro lado, Jesus (A.S.) não casou-se, nasceu de uma mãe sem um pai e
não trouxe uma nova lei. Em segundo lugar, os versículos dizem que o
profeta sairia de “entre seus irmãos” , o qual, em seu contexto, referia-se
aos irmãos dos Israelitas. Jesus (A.S.) descendia diretamente do segundo
filho de Abraão, Isaac (A.S.), igual que os Israelitas e, portanto, é um
Israelita e não é irmão dos Israelitas. Muhamad (A.S.) era o único com uma
razão verdadeira para a profecia, sendo um descendente do primeiro filho
de Abraão (A.S.), Ismael (A.S.), convertendo-o em um irmão dos Israelitas e
não um Israelita em si. Finalmente Muhamad (A.S.) se ajusta à proporção
final deste versículo exatamente, e certamente melhor que Jesus (A.S.), como
o atesta o Alcorão.
“Não fala pelo próprio impulso. Não é senão uma revelação que foi feita,foi
apontada o Grande Poderoso, Forte, Majestoso ” (Alcorão 53:3-4).
Muhamad (A.S.) é o único profeta com um registro escrito que ele
fala apenas o que Alláh (S.W.T.) lhe ordenou ou lhe inspirou ajustando-se à
profecia no Deuteronômio 18:18.
Assim, isto é um pequeno exemplo de meus estudos antes de converterme ao Islã. O Alcorão permanece como um testamento veraz no que contém.
Toda evidência indicava que é o que diz ser:
“Esta é uma Escritura, isenta de dúvidas, que é como direção para os
temerosos a Deus...” (Alcorão 2:1).
“Este Alcorão ninguém pode havê-lo inventado a não ser Deus. Não
apenas sito, mas vem confirmar as mensagens anteriores e explicar
detalhadamente a Escritura, isenta de dúvidas, que procede do Senhor do
Universo”. (Alcorão 10:37).
Segunda Parte
É Bom Ser Muçulmano?
Um Filósofo pode debater sobre se existe tal coisa, como a verdade
absoluta. Outro pode dizer que todos os caminhos levam a Deus, quer dizer,
que todas as religiões e filosofias são iguais. Se for este o caso, então não
importa se eu fora cristã, muçulmana, atéia, ou inclusive for um Adolfo
Hitler, um Carlos Marx, ou a Madre Tereza. Cada religião teria suas
próprias verdades, e as ações de cada pessoa, dentro do contexto de suas
próprias filosofias, seriam igualmente validas. Então não haveria um padrão
comum para diferenciar o horror da verdade.
Um erudito muçulmano disse uma vez que nós somos dotados com a
capacidade para determinar a verdade da falsidade. Isto é plausível, porque
os cientistas dizem que desde crianças adquirimos idéias sobre a injustiça e
que não é provável que nossos pais tenham nos ensinado. Eu pessoalmente,
sem dúvida, creio eu pessoalmente creio que a capacidade dada por Deus de
determinar a verdade da falsidade pode ser deteriorada, ou lastimada, se
não somos cuidadosos. Uma vez que se prejudica; e creio que no passado isto
ocorreu com a maioria de nós até certo ponto, fica difícil de repará-la
novamente. Assim, é difícil para alguém, a título de exemplo, criando no
Ocidente e rodeado por ideais ocidentais, ver todos os prejuízos no juízo de
sua sociedade concernente ao que é correto e ao que não é. O que uma
pessoa está acostumada a ver, a ouvir e a crer parece justo a esta pessoa.
Disse ( Satanás ou Diabo): Senhor! “Por haver me desencaminhado
irei enganar-lhes na Terra, e desencaminharei a todos, salvo aqueles que
sejam servos Teus escolhidos”. (Alcorão 15:39-40).
Se desejarmos examinar nossos sistemas de crenças, o fator
determinante do que é correto e incorreto pode somente surgir da fonte da
verdade absoluta. Eu sustento que a verdade absoluta somente pode vir
Daquele que criou tudo que existe. Para um ateu, talvez isso significaria que
a verdade absoluta é uma característica inerente do Universo. Mas então, de
onde saiu a matéria do Universo, e quem dotou-a com todas estas
características? Há respostas para estas perguntas? Por que a ciência não
tem meios para provar de onde saiu o Universo?
Os cientistas eram chamados apenas de filósofos naturais e tratavam
para provar logicamente a existência de Deus. Meu argumento favorito é o
seguinte: imagine-se caminhando e repente encontra um relógio. Ao
examiná-lo percebe que tem partes muito complexas que trabalham todas
juntas para servir um propósito comum que qual é informar a hora exata.
Tem peças que devem ser colocadas somente de tal forma sobre tabuleiro
numerado de tal forma sobre o qual há uma enorme variedade de
ferramentas e engrenagens e todas devem estar colocadas de tal forma e ser
de um determinado tamanho. Devem ser feitos de determinado e não de
outros. Agora imaginem que vocês antes nunca tinham visto um relógio até
este instante.
Qual seria sua conclusão natural? Que o relógio foi criado por
alguém para cumprir um propósito, ou que conformou por si mesmo
através de acúmulo de átomos e moléculas aleatoriamente como pode haver
permitido a física e a geologia através do tempo?
Quando se vê desta forma, pode parecer muito estúpido imaginar que o
relógio não teve um criador com um propósito em mente. Bem, então que
podemos dizer do Universo? Este também tem numerosas partes complexas,
todas as peças trabalham juntas de tal maneira que realizem funções
específicas. Para que se possa dar a nossa existência, reconheçamos o estado
desse universo expandido em massas desiguais que levaram à existência das
galáxias. A matéria deveria estar acomodada de uma forma que as estrelas
possam se formar, e assim , muitas estrelas tiveram que esgotar seu lapso de
vida para que nós pudéssemos ter os elementos químicos mais pesados.
Esta Terra tem que rodar a uma velocidade exata para que a
temperatura não seja tão fria nem tão quente. Tem que estar inclinada para
que se dêem os climas apropriados. A água tem que ser encontrada em
abundância neste planeta, então, tiveram que se dar algumas circunstâncias,
ainda não entendidas, para permitir o começo da vida. Logo, esta vida tem
que ter encontrado fornecimento alimentício e abrigo. Deve ter se
organizado para reproduzir-se e adaptar-se a outros movimentos, e assim
alguns se converteram em homens e adquiram o poder da razão. Veja todas
as condições (eu sei que faltam algumas) que tiveram que unir-se para que
pudéssemos existir. Todavia, cremos que tudo isto apareceu por acaso?
Somente tem sentido pensar que existe Alguém que nos criou e também
criou o Universo, assim como somente tem sentindo pensar que existe um
Criador para o relógio do exemplo anterior. O Universo é um sinal de seu
Criador, e você também é um sinal do seu Criador. Este é o argumento para
a existência de Deus que havia sido apresentado por alguns dos maiores
filósofos naturalistas da história. É possível achar imperfeições lógicas no
método dependendo de teu ponto de vista, mas ao menos é algo que nos faz
meditar um pouco.
Creio que é possível ver que Deus existe por meio de vários sinais de Sua
Criação. Quando eu estava no meu bacharelado, muita gente me dizia que o
Universo havia aparecido por si somente ao acaso, igual a vida; e escutava
tanto isto que me parecia admissível.
O Sagrado Alcorão nos diz que há sinais da Existência de Deus ao redor
de todos nos:
“Enviamos-te sinais claros, ninguém os
(Alcorão 2:99)
renega, salvo os perversos”.
Pude concluir que a evidência que tinha à mão era que na realidade
Deus existe, que o Alcorão é um sinal de Deus segundo minhas investigações
mencionadas previamente, e por conseqüência, como está mencionado no
Alcorão. O critério para a verdade e para o erro, decidi, se encontrava no
Islamismo. Isso me deixou uma opção: Convertia-me ao Islã ou ser hipócrita
vivendo no que não creio.
Assim, me converti. Sentia-me aliviada por estar no caminho que eu
estava buscando, mas eu sabia muito pouco sobre o Islã. Sabia que acabava
de fazer algo que causaria mais dor aos meus pais que qualquer outra coisa
que alguma vez houvesse pensado fazer.
Temia dizê-lo à minha família. Sabia que haveria muitos gritos e
prantos, momentos de ira, dor e comoção. Bem, tinham razão. Eles
pensaram que eu havia me convertido em uma estúpida, que possivelmente
eu não estava em meu juízo perfeito. Que me haviam feito uma lavagem
cerebral. Tinham que me trancar na casa ou algo desse tipo. Queimaria-me
no fogo do inferno. Diziam que eu estava fazendo isso para comprazer
aquele amigo muçulmano porque, na realidade, eu não podia crer nisso.
Seria golpeada, oprimida e tratada como uma propriedade. “Os perversos
clérigos Islâmicos viriam a mim e me tratariam horrivelmente”. Teria que
mudar o quanto antes minha maneira de pensar.
Aprendi que quando teu filho se converte a outra religião, geralmente
sente-se como se o tivesse perdido. Há um sentimento de ira, negação,
lamento, e finalmente, aceitação. Alguns o aceitam, ao aceitar que perderam
seu filho e não poder fazer nada a respeito. Outros aceitam ignorando-o o
mais que podem, ou não prestando atenção, para manter uma relação com o
filho. Meus pais tratam de ignorar o fato e de certa forma fingem que nada
havia acontecido. Mas, supõe-se que não se pode fazer isso para sempre; de
novo aparece a dor e o conflito. Quando decidi usar o hijâb (Vestimenta
Islâmica modesta), fui chamada de traidora por minha família e diziam que
eu pretendia ser Árabe, que estava abandonando a minha própria cultura.
Disseram-me que estava estapeando meus pais. Minha mãe chorou sem
parar por uma semana. E quando quis ir ao Haj (Peregrinação à Meca),
tudo tornou a se repetir novamente. Quando jejuo no mês do Ramadã, se
incomodam e acaba sua felicidade. Sou uma fanática porque só como
alimento halál (alimento (carne) de animal sacrificado de acordo com
mandamentos Islâmicos). Tenho que orar secretamente para evitar suas
reações. Minha mãe insiste em exibir por toda a casa minhas fotografias
quando não me vestia Islamicamente, onde todos os convidados que não são
da família poderiam, porque essa era a forma que ela preferia se recordar
de mim.
Dói saber que sua própria mãe não gosta de sua forma de ser e que
não pode aceitá-la, e dói fazer algo sabendo quanta dor isso causa e quanto
luta causa no ambiente familiar. Isso foi provavelmente o mais difícil para
mim ao converter-me ao Islã. É estranho fazer o que você crê que é correto e
aborrece tua família .
“Ordenamos ao ser humano benevolência para com seus pais, e lhe
dissemos: “E, se estes insistem contigo, para que associeis a Mim o que
não tens conhecimento, não lhes obedeça.” A Mim será vosso retorno;
então, informar-vos-ei do que fazeis”. (Alcorão 29:8)
Meu dilema sempre tem sido como ser amável e não desobedecer quando o
que eles querem é contrário à crença religiosa. A resposta não era sempre
clara, mas eu pedi para Deus (S.W.T.) que me guie.
Minha família tem sido e segue sendo uma das minhas maiores provas.
Quero fazer o bem para eles e também fazer mais que posso para seguir os
mandamentos de Deus. Na realidade não lhes falo sobre religião, e temo
estar falhando a respeito. Mas, eles não suportam escutar sobre o Islamismo
porque, todavia, é um tema muito doloroso. Geralmente me sinto frustrada
com os obstáculos diários que se me colocam ao seguir minha religião, e
devo me esforçar para ser paciente e amável todo o tempo.
Para alguém que pensa em se converter-se, mas que se preocupe com a
reação de sua família, não pode deixar que isto te detenha, se achar que o
Islã é a Verdade. Não posso dizer-te que será fácil, mas posso dizer-te que o
lar não estará em distúrbio sempre. As famílias reagem de maneiras
diferentes, e geralmente reagem melhor do que o esperado, a longo prazo.
Quase todo convertido tenho conhecido diz que sua família reagiu melhor
que o esperado. Há muitos bons momentos, e há momentos que são como se
nada tivesse acontecido mas, tua relação com a tua família nunca será mais
a mesma. Não pertencerás a eles como o era no passado. Assim quando
tenho problemas por algo nesta vida, incluindo minha família, trato de
recordar isto:
“-...Então, quanto aos que crêem em Allah e a Ele se agarram, fá-los-á
entrar em Sua Misericórdia,e favor, e guiá-los-á até Ele por uma senda
reta.”. (Alcorão 4:175)
O propósito da vida não está em ser feliz todo o tempo e ter tudo fácil.
Nossas dificuldades estão aí por uma razão e se somos pacientes então pode
ser que sejamos dos sucedidos. É bom ser muçulmano, mesmo que o Islã seja
pouco popular e mal entendido. É bom ser muçulmano, mesmo que outros
se oponham. É bom ser muçulmano, porque você adquire um propósito
claro em sua vida.
“Não havia criado os gênios e os homens senão para Me adorar.”.
(Alcorão 51:56)
Detalhaste algumas pautas de como viver a vida e adorar a Deus ,assim que,
não tens que duvidar de você mesmo. Quando você se torna muçulmano, em
vez de encontrar um caminho confuso, nebuloso e destorcido diante de ti,
você enfrentará um caminho reto e abençoado. Desde o dia em que me
converti ao Islã, nunca mais olhei para traz ou duvidei de ter feito a escolha
certa.
O que acontece depois?
Esta é a grande pergunta uma vez desfizestes tua vida anterior e tenha
começado uma nova vida como muçulmano. Há algumas fontes e pessoas
por aí para ajudar aqueles que querem estudar o Islamismo, ou que pensam
em converter-se. Inicialmente, são difíceis de encontrar, mas quando se acha
uma porta, esta tende a guiar-te a outras portas e esta por sua vez à outra.
Parece que os muçulmanos gostam de ajudar as pessoas que estão
interessadas em sua religião, ainda que a maior parte do trabalho deve ser
realizado somente pelo converso em potencial. Mas para aqueles que já são
convertidos, a situação é, algumas vezes, diferentes. Alguns muçulmanos
atuam como se seu trabalho já estivesse feito e parece que pensam que a
referida pessoa que já havia se converteu já não necessitam mais de ajuda.
Não têm as experiências pessoais em suas vidas para entender as
necessidades de um convertido. É possível que os convertidos se queixam de
que se encontram esquecidos, e novamente a sós com sua luta para
permanecer no caminho correto. É aí que você deve ser ativo e persistente
em tuas primeiras buscas para conseguir ajuda e informação.
Em minha experiência e estudo, a situação dos recém convertidos é que,
verdadeiramente, estão à margem. E não se adaptam ao mundo de onde
provém, e tão pouco adaptam ao Novo Mundo que haviam escolhido para
unir-se. Alguns convertidos têm acesso a uma mesquita, mas muitos não
têm. Qualquer que seja o caso, suas situações geralmente são similares.
Em meu caso, o homem muçulmano que me havia inspirado para
aprender sobre o Islamismo havia ido e realmente eu não conhecia outros
muçulmanos. Via alguns homens na Universidade que obviamente eram
muçulmanos, mas não me atrevia a aproximar-se deles. Era um grupo de
homens com barbas longas que estavam no edifício da engenharia e falavam
Árabe. E se alguma vez me viram caminhar pelos corredores, com certeza
não era com bons olhos nem com olhar de bem-vinda. Essa olhada era de
julgamento. Eu imaginava que podia ler suas mentes, pensando que eu era
uma mulher americana má.
Sentia-me mal porque aqui eu era muçulmana e não sabia o que tinha
que fazer primeiro. Só sabia que acreditava. Tratei, com dificuldade,
aprender a orar, mas não tive êxito. Somente meses depois que me converti
fui a um homem que havia sido amigo daquele homem que inicialmente
incendiou a faísca da curiosidade pelo Islamismo. Aproximou -se de mim e
me ensinou a rezar. Era o único muçulmano da universidade além do meu
amigo que eu havia conhecido. Posteriormente, ele me convidou algumas
vezes para comer em sua casa com sua esposa durante o mês do Ramadã
quando estávamos jejuando. Quando terminou o mês de Ramada, não voltei
a vê-lo por muito tempo. Finalmente fiquei sabendo de um grupo de
muçulmanos que se reunia cada semana, e algumas vezes com mais
freqüência. E, então, fui convidada pela esposa do homem que me ensinou a
orar. Fiquei muito emocionada e desejosa por ter companhia muçulmana.
Quando cheguei á sua casa, ninguém me cumprimentou exceto quem me
havia convidado. Eu usava o Hijâb (vestimenta Islâmica) e todos eles sabiam
que era muçulmana, e mesmo assim ninguém me dirigiu a palavra. Eles
podiam falar bem inglês, mas era muito embaraçoso para eles e, portanto, só
falavam em Árabe. Algumas vezes, parecia como se estivessem falando de
mim, mas isso não posso assegurar. Uma vez, uma das moças que era mais
comunicativa e tinha um inglês melhor, falou comigo. Perguntou-me se era
casada e se tinha filhos; ela repetiu a resposta para o restante do grupo em
Árabe, e isso foi tudo. Em outra ocasião, quando fui convidada, as senhoras
haviam tirado o Hijáb e eu fiz o mesmo. A mesma mulher falou comigo
novamente para dizer que meu cabelo estava muito seco e que deveria usar
condicionador. De novo, essa foi toda a conversa que tiveram comigo. Se
reuniam toda semana, e eu era convidada uma vez a cada quatro meses, e
ninguém falava comigo, exceto a mulher daquele homem que havia me
ensinado a orar. Pelo que eu pude me lembrar, provavelmente as mulheres
teriam falado se eu fosse tivesse sido mais amigável. Mas, eu era tímida
neste novo e estranho ambiente.
Em outra ocasião tive a sorte de o homem e sua esposa me convidarem
para ir com eles à cidade mais próxima, a quase duas horas de carro, para
ir à mesquita. Ali as mulheres ficavam em um pequena divisória no primeiro
piso da mesquita. Tinha um vidro pela qual somente nós podíamos ver
abaixo o piso da mesquita e os homens não podiam ver-nos. Mas o vidro era
tão escuro que não podíamos ver; as únicas pessoas que podíamos ver eram
umas poucas que estavam mais próximas do vidro e podíamos colocar a face
sobre o vidro para olhar por baixo. Qualquer coisa que se diziam nesta noite
na mesquita era em árabe, mas isso não importava porque de qualquer
forma não podia escutar. Era difícil escutar de dentro daquele lugar estava,
e as mulheres o faziam mais difícil porque tudo o que faziam era brincar e
falar com as crianças. Esta vez algumas senhoras me cumprimentaram
depois de ter sido apresentada, e uma delas me perguntou se estava
interessada em casar-me com seu irmão para que ele pudesse entrar nos
Estados Unidos. Durante o jantar, um dos meninos muçulmanos estava
recitando algo, mas de novo não podia escutar. Perguntavam-me por que as
mulheres se molestavam para vir se tudo o que faziam era falar. Estava
muito decepcionada porque havia esperado mais uma experiência religiosa
do que uma experiência social na mesquita.
Um dia, recordava, que muitas mulheres sentiam que ao ter-me
convertido podia casar-me com um de “seus” homens. Então compreendi
que não somente era difícil para muitos não muçulmanos entenderem minha
conversão, mas também era para alguns muçulmanos. Pelo visto,
duvidavam que alguém havia se convertido à sua religião devido à sua
Verdade. Eles preferiam pensar que alguém se convertia pelos homens, ou
para associar-se ao povo muçulmano e obter benefícios deles. Inclusive a
família de meu próprio esposo não podia crer que uma mulher americana
poderia ser uma Mulher Muçulmana idônea. Esta é uma declaração forte,
mas talvez carecem de confiança em sua religião se não podem ver como
outros encontram a Verdade nela. Se Soubessem quanto alvoroço gerou
minha conversão ou se compreendessem quantos convertidos abandonam
suas relações familiares, sua forma de sua vida anterior, amigos, status entre
os seus companheiros não muçulmanos, etc., então talvez compreendessem
que aquelas idéias negativas sobre os convertidos, geralmente não têm
fundamento. Dos muitos convertidos que havia conhecido nunca havia
conhecido um cuja conversão lhe tenha sido fácil; que haja tomado
desportivamente, nem conheci alguém que se converteu por alguma outra
razão que não fosse pela verdadeira crença na religião.
Por outro lado, muitos muçulmanos atuam como se amarrassem os
convertidos. Nos dizem, “quanto te admiramos”. Talvez isso seja verdade,
mas estas mesmas pessoas tendem a não construir fortes laços de amizade
com os convertidos. Alguns muçulmanos não nos convidam a seus círculos
de amigos. Alguém certa vez me disse que isto seria porque a presença dos
convertidos os recordava suas próprias faltas, ou porque não sabem como se
relacionar com os convertidos.
Meus olhos e minha pele são claros. Somente sei falar inglês. Não
pertenço a sua cultura nem a seu país. Meus pais não são muçulmanos. O
Islã não tem lugar para intolerância, mas algumas vezes os muçulmanos
(geralmente sem intenção) acham um lugar para ela. Estou segura de que
freqüentemente não sabem o que fazem, mas também sei que nós somos
responsáveis por nossas ações conheçamos as conseqüências ou não.
Em
geral, um convertido acha muito difícil entender a aparente indiferença de
alguns muçulmanos, quando, na realidade, a religião mesma é contrária a
seu comportamento. Creio que são tomados de surpresa os convertidos
quando se dão conta que os muçulmanos são, em sua maioria, como
qualquer outra comunidade. Os muçulmanos sabem, contudo, melhor que
qualquer outro grupo, que sua religião é a correta, e por isso tendem a ter
confiança em sua superioridade sobre os não muçulmanos. Creio que este é
um grave defeito porque leva à arrogância.
Há entre os muçulmanos algumas pessoas mais arrogantes, julgadores
e fechadas. No entanto, também há entre eles as melhores pessoas da Terra.
Tenho sido muito afortunada em conhecer alguns destes, igual à maioria dos
convertidos.
Muitos convertidos se inspiram para estudar o Islã, primeiro, ao
conhecer um muçulmano. Isto se dá somente pelo comportamento deste
muçulmano. Observam uma paz mental, uma generosidade incomparável,
uma paciência pouco comum, uma firmeza surpreendente e uma submissão
genuína diante Deus. Estas qualidades maravilhosas geralmente faltam no
muçulmano que pratica pouco sua fé. Isto faz com que os não muçulmanos
tenham uma outra imagem. Talvez mais que em qualquer outra religião, o
Islã é julgado pelo comprimento de seus seguidores. Quando um cristão, em
um país estrangeiro, comete um assassinato que não tem nada a ver com a
sua religião, é pouco provável que se mencione a sua religião. Mas, se um
muçulmano faz o mesmo, é muito provável que seja identificado como um
muçulmano e o ato será associados à sua fé. Não sei por que isto acontece, à
parte que o Islã não diferencia entre política e religião. Assim, fica confuso
para os alheios ao Islã, quando os próprios muçulmanos , em geral,
distinguem entre as duas e são capazes de cometer atos sem que isto tenham
algo a ver com o Islã.
Muitos muçulmanos tendem a isolar-se dos não muçulmanos devido a
falta de princípios elementares e devido a que os versículos Côranicos
dizerem para não tomar os incrédulos por amigos em vez dos crentes.
Creio que isto leva ao extremo, levando-os a rechaçarem os seus deveres com
o próximo.
“Deus não os proíbe que sejam bons e justos com quem não havia
combatido contra vós por causa da religião, nem os havia expulsado de
vossos lares. Deus ama aos que são justos”. (Alcorão 60:8)
Um cristão comum em meu país não pensaria duas vezes em dar
caridade a um muçulmano, mas muitos muçulmanos não ofereceriam uma
grande ajuda a um cristão nem que este fosse seu vizinho. Parece que crêem
que não há recompensa da parte de Deus em ajudar um não muçulmano, ou
que serão caridosos, somente há espaço suficiente em seus bolsos ou tempo
para os muçulmanos. Creio, sem dúvida, que é um dever no Islã ajudar a
qualquer ser vivo sem se importar com a sua crença, a menos que este esteja
ajudando a cometer um ato contra os muçulmanos.
Creio firmemente que aqueles muçulmanos que são abertos à interação
idônea com os não muçulmanos e os tratam com amabilidade, estão
ajudando a expandir sua fé. Mas, antes de apressar-se ao mundo não
muçulmano, o muçulmano necessita estar seguro e ser forte em sua fé e em
sua prática. Por outro lado, aqueles muçulmanos que se esquivam dos não
muçulmanos e os tratam com desprezo, estão contribuindo para expandir
um estereótipo negativo do Islã. Aquelas más olhadas dos muçulmanos que
se encontravam no edifício da Engenharia (Universidade onde eu estudava)
me fizeram pensar que seus corações estavam cheias de ódio e escuridão. E
se nesse momento eu não havia encontrado o Islã e haveria associado essa
forte negatividade ao mesmo Islã.
“Aquele que se mantém junto a ti é uma benção”.
O Islã é realmente uma religião social, e um muçulmano isolado é um
muçulmano incompleto. Alguém que nasce em uma família muçulmana e em
uma comunidade pode ser que não compreenda o efeito do isolamento. Um
convertido solteiro vive em um lugar onde ninguém se levanta para orar
pela manhã, ninguém presta-lhe atenção até alcançar a próxima oração,
ninguém jejua, ninguém se interessa pelo comportamento Islâmico, ninguém
evita comer carne de porco e ingerir bebidas alcoólicas. Estou segura que
aqueles que são nascidos em uma família muçulmana podem decidir se
haviam tratado de ser os únicos em sua família que oram no tempo cert e
usam o Hijáb, etc. Inicialmente, são capazes de manter-se focados em um
caminho reto, mas quando estão rodeados por pessoas que não fazem o
mesmo, perdem força com o tempo, e lhes começa parecer agradável o que
os outros fazem.
É só quando se enfrentam com muçulmanos que estão melhor na fé que
são capazes de ver onde começaram a resvalar e encontrar a fortaleza de
inspiração para lutar mais. Para mim, este é um exemplo de por que o
Alcorão disse: “Ó crentes, não tomais como aliados os judeus e os cristãos.
São aliados uns dos outros. Quem de vós se alia a eles, será considerado
um deles. Deus não guia o povo ímpio ”. (Alcorão 6:51)
Assim como um muçulmano piedoso é uma inspiração e uma ajuda para
um não muçulmano, ele ou ela também é uma inspiração e ajuda a outros
muçulmanos.
Meu conselho para um novo convertido ou um muçulmano que luta,
mais que orar constantemente pedindo ajuda e ser paciente, seria buscar aos
muçulmanos que te inspirem a conhecer o Islã até que os encontre, e então
seja amigo deles, e não os deixe ir.
Até este dia, não sei o que teria ocorrido à minha fé se Alláh não me
houvera abençoado guiando algumas dessas pessoas a meu encontro.
Quando estava em minhas depressões e não sabia onde pedir ajuda, a ajuda
chegou. Por meio da Internet, encontrei uma grande quantidade de
informações e uma nova fonte de companhia Islâmica. A informação me
ajudou a melhorar minha fé e aumentar meu conhecimento. São as pessoas
que estão por aí que fazem a diferença. Muitos de nós gostamos de ajudar a
outras pessoas,
mas nos assuntos
de nossas vidas,
ajudamos e
imediatamente continuamos em nosso rumo. Gostamos de dar livros e logo
esquecemos ou perdemos o contato com aquelas pessoas que receberam a
informação; respondemos a uma pergunta e logo nos afastamos. Mas
companhia de um amigo estável, constante, um amigo que não desapareça
em um dia, ou em uma semana, ou em um mês, é o melhor apoio.
Realmente, penso que esta companhia não só é a melhor ajuda senão é
essencial. Aquele que está junto a ti serve de vínculo que não se esgota no
âmbito do conhecimento; nos conselhos e é um bom exemplo. Ademais, ele
ou ela servem de acesso para chegar à Comunidade Muçulmana; se
convertem nos meios através dos quais o convertido ou o muçulmano que
lidera esta luta estabelece uma rede de amigos e , finalmente, um lugar onde
são bem vindos e ao qual querem pertencer. Para o convertido, estes
indivíduos podem servir como sua família Islâmica adotiva, um ponto onde
sua família natural não pode apoiá-los.
Que fizeram estas pessoas que fizerem a diferença em mim?
Respondiam minhas cartas. Eram pacientes. Saiam de seus esquemas para
imaginar que era isso que eu necessitava e assim ajudar-me a consegui-lo. Se
não sabiam uma resposta, o admitiam e procuravam em algum outro lugar.
Abriram seus corações e seus lares e me fizeram sentir como um membro de
suas famílias. Compartiram seus alimentos comigo, seus pensamentos e os
sucessos de suas vidas. Ignoraram meus defeitos. Me animaram. Não me
julgaram. Não duvidaram em gastar parte do seu tempo ou dinheiro comigo,
e não me faziam sentir mal com isto. Foram confiáveis. Quando não podiam
ajudar, me escutavam. Fizeram-me sentir como se eu não estivesse tirando
alguma coisas deles , mas sim dando algo de volta. Ensinaram-me!
Estes são os muçulmanos que inspiram. São as bendições do resto da
humanidade, ainda que eles não
saibam. Embora nenhum deles seja
perfeito, seus esforços fazem um mundo de diferença.
Muita gente pensa que não pode ajudar quando, na realidade, sim pode.
Crêem que somente pode fazer muito pouco, e, por isso, não fazem nada.
Alláh efetivamente havia dito que Ele está mais comprazido com aquele que
têm dois dólares e dá um do que com aquele que tem mais, mas dá uma
proporção menor com relação ao que tem . Um dólar ou um minuto podem
fazer uma diferença em ti na Outra Vida. Somos tão negligentes com nossos
deveres para com os outros! Há alimento suficiente neste mundo para que
todos façam cinco refeições diárias, e mesmo assim, milhões de pessoas
morrem de fome. Olhamos nossas comunidades e dizemos: “realmente
ninguém está necessitado aqui”. Não é esta uma mentira horrenda?
Em toda comunidade há pessoas que necessitam ser aconselhado, que
necessitam de educação, companhia, orações, transporte, emprego,
empréstimos livres de juros, ânimo, e outros presentes. Como há tantos
jovens confuso e em perigo de perder-se ?
Quantos anciões de nossa comunidade sentem-se por ali sozinhos?
Quantos podem ser ajudados a obter o perdão e as necessidades mundanas
através de tuas orações?
Quantas pessoas necessitam do transporte do teu carro para ir a uma
loja, ou a casa de um amigo, ou à mesquita? Quantos estão lutando para
fazer o bem e necessitam de uma mão? Em quanto estão preocupados como
enviar seus à Universidade e como pagar suas contas ou o conserto de seu
carro?
Os muçulmanos e os não muçulmanos devem estender seus vista e olhar
as incontáveis oportunidades que há para se fazer o bem. Lembra que fazer
o bem não custa nada e, pelo contrário, duplica o que já tens. Essa é uma
promessa de Alláh. Na realidade, o investimento mais confiável de todos é a
caridade, porque tem uma margem de ganho garantida por Deus de 100%:
“Se fizer um empréstimo generoso a Deus, Ele o devolverá em dobro e
os perdoará. Deus é Agradecido, Benfeitor...” (Alcorão 64:17)
Nosso tempo e nosso dinheiro não nos pertencem realmente. São de
Deus, assim como tudo que Lhe pertence. Portanto, devemos gastar para o
bem mais que desperdiçar. Quando damos, devemos dar algo que nós
gostaríamos de receber se estivermos na posição da outra pessoa.
Não sabes que quando você dá algo que não queira mais, você está
fazendo um favor a ti mesmo em livrar-se disso, mais do que ajudando a
outra pessoa? O Islã ensina que quando você dá alguma coisa, nunca deve
mencioná-lo; não deseje nada em troca e não o faça como se fosse difícil ou
uma carga para você, mesmo que o seja, e fazer pedidos de recompensas
que. Se você faz assim, faz com que aquele que recebe se sinta mal por
necessitar e aceitar tua ajuda, e você perde a recompensa que havia ganho.
Os muçulmanos que competem uns com os outros ao ajudar a outros é
porque compreendem que isto não lhes custa nada mais, incrementa o que
eles têm; crêem na Palavra de Deus.
Algumas vezes esquecemos Deus e nos deixamos confundir por este
mundo e por suas distrações. Acreditamos, por exemplo, que não devemos
deixar crescer a barba ou usar o Hijab, porque não conseguiremos emprego
e, assim, não ganharemos muito dinheiro. No entanto, se pensarmos na
Palavra de Deus, compreenderíamos que não tem sentido porque o dinheiro
vem Dele. Se você O obedece, será recompensado; não é de outra forma. Se
for desobediente a Deus e te encontres com abundante riqueza, isto pode ser
uma maldição, não uma benção.
“Não te admires de tuas riquezas nem de teus filhos! Deus somente
quer com isto castigar-lhes nesta vida terrena e que exalem seu último
suspiro sendo infiéis (Alcorão 9:55)
Uma vez que tudo que temos não é nosso, senão de Deus, não devemos
nos desesperar se temos menos que os outros e devemos dar algo
gratuitamente. Um carro luxuoso não nos fará bem na Próxima Vida; nem
uma grande conta bancária ou horas diante da televisão. O que passa por
nossas mãos é uma prova de Deus para ver se nos esquecemos que provém
Dele.
Deus sabe que nem sempre lembro que tudo é Dele. E eu sei que
fracasso em meu dever com aqueles que me rodeiam. É por isso que escrever
isto é uma recordação e uma ajuda para mim. Sinto-me obrigada a refletir
sobre a entrega total e incansável daqueles que eu chamo de “muçulmanos
que inspiram”. Se não digo seus nomes é porque temo esquecer de
mencionar alguém, mas seus nomes sempre estão em minhas orações e
seguramente Deus sabe quem são.
Resumidamente, o caminho depois de nos converter nem sempre é suave
e um convertido pode encontrar muitas dificuldades por parte de alguns
muçulmanos e não muçulmanos igualmente, mas ele ou ela encontrarão
muito apoio, e com o tempo eles se sentirão como parte de uma comunidade
muçulmana e capazes de fazer uma contribuição à religião. Deus é o melhor
colaborador.
Como podes acreditar nisso?
Minha contribuição com este livro é tanto Islâmica como não Islâmica.
É provável que os não muçulmanos se cruzem com este livro devido ao
desejo de conhecer mais sobre o Islã. De tudo o que escrevi até o momento,
é possível que já tenham aprendido um pouco sobre a vida e o caminho de
um convertido. Porém, provavelmente estão buscando mais do que isso. Há
muitas coisas no Islã que são controversas com o Mundo Ocidental e
algumas vezes dentro das próprias comunidades muçulmanas.
Estas coisas afetam a forma como o Islã e os muçulmanos são
percebidos pelos não muçulmanos e, com a penetração das idéias Ocidentais
por todo o mundo, causam dúvidas que dão voltas nas mentes de alguns
muçulmanos. Os convertidos têm que dirigir essas coisas no principio de sua
nova vida, por que encontram situações que são complicadas e que
necessitaram de explicação. Eu aceitei o Islã como a verdade de Deus. Assim,
quando encontro algo no Islã que me parece opressivo, tenho um problema.
Eu sei que Deus não é um opressor, então, ou tenho um entendimento errado
sobre o assunto e, na realidade não é opressivo, ou é, mas na realidade não é
parte do Islã. Agora é meu trabalho determinar qual das duas possibilidades
é o caso, com uma mente aberta, reflexão e o estudo de numerosas fontes.
Enfatizo a necessidade de inúmeras fontes bem como também encontrar as
fontes originais. Se desejar conhecer no que crêem os muçulmanos,
perguntem aos muçulmanos.
Esta não é a obra de um erudito religioso e o que se segue não tem por
objetivo ser usado como se fosse. Como diz o título deste livro, estas são
apenas reflexões sobre estes temas, apresentados para que o leitor possa
entender como uma muçulmana convertida chegou a entender alguns dos
aspectos mais controversos do Islã. Não estão apresentados em uma ordem
particular e pode sentir-se livre para objetar qualquer coisa que não seja do
seu interesse. Se achas que não estás de acordo com o que escrevi sobre
qualquer tópico, espero que não evite desfrutar e se beneficiar do restante
do livro.
O Matrimônio
A Mulher no Matrimônio.
Por ser mulher, como eu pensei ao me converter ao Islã, estava muito
interessada no status da mulher no Islamismo. Especialmente depois de
haver me convertido, meu ouvidos estavam repletos de escutar as pessoas
dizerem que eu havia cometido um grande erro e havia me relegado a uma
vida de opressão. Tinha em mente uma imagem do que supunha que era
uma mulher muçulmana e tratei de ajustar-me a este papel. Eu pensava que
a mulher muçulmana era submissa, calada, sem opinião e com todo o tempo
para cozinhar e assear-se. Tratei de ser assim por um tempo, mas essa não
era eu, e me sentia muito infeliz.
Com o tempo, compreendi que ninguém me exigia este comportamento
exceto eu mesma. Ao ter contato com outras mulheres muçulmanas, me dei
conta que estava muito equivocada em tudo. Estava tratando de ser o
estereótipo Ocidental de uma mulher muçulmana, mas este meu estereótipo
estava errado.
Os homens e as mulheres muçulmanas guardam um comportamento
modesto em presença mútua de tal forma que geralmente nenhum deles fala
alto e nem é alvoroçado em público. Mas, em particular, as muçulmanas se
sentem muito à vontade. Têm suas opiniões e compartilham com seus
esposos e famílias, que por sua vez escutam e respeitam. Um esposo
muçulmano pede a opinião de sua esposa. Trabalham juntos para completar
os afazeres do lar. É verdade que uma mulher muçulmana respeita a decisão
de seu esposo, quando não podem estar de acordo, mas se ao fazê-lo não irá
violar seus direitos ou sua religião. O Alcorão é muito claro que a relação
matrimonial não deve ser de temor ou abuso, senão de harmonia e de amor.
“E dentre seus sinais, está o de haver criado esposas nascidas entre
vocês, para que sirvam de quietude, e de haver suscitado entre vocês o
afeto e a bondade. Por certo, há nisso, sinais, para as pessoas que
refletem.”. (Alcorão 30:21)
Esta é uma visão do ideal Islâmico, e na realidade as famílias
muçulmanas estão muito próximas disso que ao estereótipo do homem que
bate em sua esposa e a mulher que não tem nada a dizer a respeito do que
acontece em sua vida. Existem esposos abusivos e dominantes entre os
muçulmanos assim como entre os cristãos, judeus ou em qualquer outro
grupo. E, da mesma forma que entre os homens abusivos de outra fé, eles
geralmente acreditam que estão religiosamente corretos. Sinto que neste
século uma mulher muçulmana maltratada está em desvantagem se
comparada a uma mulher cristã que vive no Ocidente.
No passado qualquer mulher tinha pouco recurso prático contra o abuso.
Nesse século as mulheres Ocidentais cada vez mais têm oportunidades de
ajuda para escapar sem serem condenadas. Mas é provável que a mulher
muçulmana viva em um mundo onde ainda existe o tabu nas pessoas para
se verem implicados nos assuntos familiares de outros, e assim poder ajudar
as mulheres que são maltratadas. A mulher muçulmana que é maltratada e
foge, torna-se objeto de maledicências e juízos enquanto que geralmente o
homem pode manter sua dignidade muito mais facilmente, inclusive para
casar-se.
Apesar deste problema, posso dizer por meio da comparação de cada
casal muçulmano e não muçulmano que conheci, que os matrimônios
muçulmanos tendem a serem mais felizes, mais eqüitativos e mais
duradouros. Já que muitos matrimônios muçulmanos são acomodados sem
que o casal se conheça muito antes do casamento, ambos entram no
matrimônio com um espírito de compromisso. Não se enganarão dizendo
que são o homem e a mulher mais perfeitos do mundo, senão que os
muçulmanos acreditam que podem ser compatíveis e ter um matrimônio
amoroso e bem sucedido com uma variedade de tipos de pessoas.
Todos os casamentos necessitam de esforço. Para mim, uma das grandes
falhas do matrimônio não muçulmano típico do Ocidente é que esperam que
seja fácil. Quando surgem as dificuldades, o casal decide que não
encontraram seu parceiro apropriado, e se separam; e muito dificilmente
esta separação termina bem e eqüitativamente.
A Busca de um Parceiro.
Hoje em dia juventude Muçulmana no Ocidente está tentada pela imagem
romântica da televisão. Se perguntam onde há lugar para o romance em um
casamento arranjado. Por ter saído e tido namoro na vida não islâmica e
posteriormente ter casado com um muçulmano, sinto que posso oferecer
uma perspectiva. O namoro não é romântico, não é divertido, e não ajuda
em nada a vida matrimonial posterior. Há tanta pressão ao namoro que
acontece entre as pessoas muito jovens, e o que se obtém é sair machucado.
Começa uma relação, os jovens fazem muitas coisas das quais lamentam, e
num tempo muito curto se separam. Logo falam um sobre o outro,
alimentando rumores, prejudicando assim a reputação de cada um. A
maioria das vezes a relação é muito mais física a tal ponto que não há
amizade entre os dois, ainda que somente pode-se ver isso através do forte
desejo físico. Isto é verdade até naqueles que tratam de manter-se puros. À
medida que as pessoas amadurecem, as relações duram um pouco mais, mas
os problemas não se modificam muito.
Finalmente, o “entretenimento” termina e o casal se casa. Sentem que
eles mesmos se prepararam para saber que classe de pessoas é boa para eles
durante os longos anos de namoro. Contudo, acham que o matrimônio, sua
esposa e esposo não são mais a mesma pessoa de quando estavam noivos. O
romance e amor verdadeiros que estas pessoas buscam não aparecem
automaticamente como acontece na televisão. O verdadeiro romance
aparece do compromisso entre as pessoas implicadas e da amizade e não dos
momentos de faísca mágica. Passaram anos buscando o parceiro ideal
quando na realidade qualquer parceiro com que contraíram matrimônio
consciente, e tendo algumas qualidades básicas compatíveis, pode ser um
parceiro ideal.
O romance surge através da amizade, do compromisso, e aceitar a
outra pessoa com suas falhas, e não surge de uma relação sexual prémarital. Na verdade, namorar diminui o romance porque faz com que o
casal perca a sensibilidade, até perdem o especial que há numa relação de
cônjuges. O esforço que se faz no namoro deve ser feito para o seu
desenvolvimento como um esposo islâmico ideal. Com paciência encontrará
outras pessoas em volta de ti fazendo o mesmo que você com a vontade de
Deus, um deles pode chegar a ser o companheiro de toda a vida.
Os namoros, ou visitas de uns aos outros sozinhos não é a solução.
Contudo, é razoável que alguém queira conhecer a seu esposo ou esposa em
potencial antes de casar-se. Geralmente, as características que buscam um
pai no esposo ou esposa em potencial de seu filho ou filha não se ajustam às
características que são mais importantes para seu filho ou filha. O filho
conhece com segurança algo que ele ou ela desejam e do que necessita para
ser respeitado. Igualmente, a sabedoria do pai devido às experiências da
vida e de valores que se deve ter em conta.
Especialmente no Ocidente onde a comunidades muçulmanas em geral
são pequenas e estão distantes umas das outras, não é razoável esperar que a
busca de uma esposa que possua certas características que você quer seja
algo fácil. Esta é uma decisão que se faz para toda uma vida, então deve
tomar-se com esforço. As comunidades muçulmanas têm um dever para com
seus filhos que é abrir suas mentes e investir seu tempo e dinheiro em
desenvolvimento de alguma maneira que permite encontrar esposas e
esposos apropriados que não violem os princípios Islâmicos. Por outro lado,
a juventude tem a responsabilidade de investir seu próprio tempo e esforço
no processo e evitar qualquer atitude que implique a violação dos
delineamentos Islâmicos. Depois de tudo, se você quer um matrimonio com
êxito e feliz, deve persegui-lo de uma maneira que compraz a Deus.
No posso deixar o tema do matrimônio sem tratar dos tópicos mais
controversos: a poligamia e o matrimônio temporário. A poligamia como se
utiliza refere-se especificamente à poligamia, isto é, o ato por meio do qual
um homem tem mais de uma esposa; o matrimônio temporário é o ato de
tomar uma esposa por um período determinado e um término finito mais
que “até que a morte os separe”.
A Poligamia.
A lei Islâmica permite a um homem ter até quatro esposas ao mesmo
tempo. Este é um conceito espantoso para muitas pessoas na atualidade. O
mundo Ocidental se apega à idéia de que para cada homem há uma mulher
ideal e para cada mulher há um homem ideal. E, se faz natural para alguém
que foi criado no Ocidente visualizar uma relação polígama como uma
relação desigual em a qual as mulheres são tratadas injustamente.
Outras culturas têm pontos de vista muito diferentes que podem ser
valiosos mencioná-los aqui. Em muitas culturas, em particular aquelas que
têm origem na África o matrimônio polígamo é algo desejado
fervorosamente. Ter mais de uma esposa para um determinado homem dá
segurança às mulheres porque o homem, já tendo sido casado, mostrou sua
capacidade para ser um bom esposo. É mais, as mulheres desfrutam da
companhia entre elas e se ajudam no cuidado com as crianças assim como
aplicar em seus deveres. Em muitas sociedades destruídas pelas guerras, as
mulheres geralmente superam muitos homens em número e aquelas que
desejam uma companhia e ajuda em sua vida tendem a relações polígamas
porque é a única opção que resta é ficar sozinhas e talvez cair no pecado.
A relação polígama preenche uma necessidade que não se poderia haver
suprido de outra forma, se tomada com menos tabu, poderia preencher
satisfatoriamente as necessidades de muitas pessoas que neste momento nem
se quer o consideram possível.
Na prática não é muito comum que um homem muçulmano possua mais
de uma esposa. Isto porque quando se faz não é por prazer e sim por
responsabilidade com a sociedade. O Sagrado Alcorão confirma isso no
seguinte versículo.
“Se temei, não ser eqüitativos com os órfãos, então desposai as mulheres
que lhes aprazem: sejam duas, três, ou quatro. E se temeis não ser justos
(com elas), desposai uma apenas, ou com vossas escravas. Assim evitareis
praticar o mal”. (4:3)
A poligamia é apresentada como um meio de servir ás necessidades dos
órfãos neste versículo, não como meio de servir às necessidades dos homens
luxuriosos. O Alcorão enfatiza a necessidade da justiça em qualquer
matrimônio. Esta é uma carga mais pesada para um homem com mais de
uma esposa, porque requer que ele supra todas as necessidades de cada uma
das esposas e as trate de modo justo. Cada uma deve ter sua própria casa de
acordo com os meios disponíveis e cada uma deve ter iguais posses
(econômicas) ao mesmo tempo. Não é permitido que , no trato, um homem
ignore e rejeite uma esposa e prefira outra . É bom ter em mente que uma
mulher muçulmana tem o direito de escolher seu esposo e se ela preferir se
casar com um homem que já é casada, então, ela age com a consciência e por
vontade própria. Se o caso for ao contrário, a mulher é obrigada a casar-se,
este casamento é inválido segundo a Lei Islâmica e ela não tem
responsabilidade de continuar com este matrimônio. A que não tem muitas
alternativas é a primeira esposa, porque é possível que não seja capaz de
proibir o seu esposo de casar-se com outra mulher. Além disso, ela pode
colocar em seu contrato matrimonial, que se ele tomar outra mulher como
esposa terá (a primeira esposa) o direito de divorciar-se dele.
Muitas mulheres se abstêm de colocar a cláusula no contrato
matrimonial porque pode parecer que a mulher não confia em seu futuro
esposo. Mas, se uma senhorita tem bom conhecimento de que pode chegar a
ser infeliz em uma relação polígama deve assegurar-se que a cláusula
apareça no contrato, não importa quão improvável que ela necessite isso.
A injustiça num matrimônio pode ser opressiva, e não é fácil para um
homem polígamo ser justo com suas esposas e por isso o Sagrado Alcorão
recomenda que o homem que não pode ser justo, que não o faça.
Pode surgir a seguinte pergunta: por que a mulher não pode ter mais de
um esposo? À primeira vista pode parecer injusto que não se permita mas, à
luz do que foi explicada anteriormente, casar-se com mais de uma esposa,
não é por prazer, é para suprir necessidades sociais e assumir uma grande
responsabilidade. Sendo assim,, essa pergunta perde valor. A paternidade se
converte em um tema importante aqui, assim como a autoridade familiar.
As sociedades mais ricas e sofisticadas têm agora a tecnologia para
determinar cientificamente a paternidade, mas esta não está disponível para
todos. Enquanto todos os matrimônios bem sucedidos no mundo tendem a
levar consigo a cooperação e a deliberação entre o esposo e a esposa, é
também natural quase em todas as partes que, o marido é a autoridade
dentro da casa, quando existe mais de um marido, não há um líder do lar,
de fato ou natural , surgindo a discórdia. A herança também se converte
em um tema a ser tratado porque, virtualmente, a maioria das sociedades
que a determina que a coerência baseia-se na paternidade.
Alguém pode perguntar: que necessidades sociais se supririam se as
mulheres tivessem vários esposos? Enquanto o caso oposto pode ser visto
pelas necessidades sociais reais, é difícil propor uma necessidade real da
poliandria (matrimônio de uma mulher com vários homens).
O Matrimonio Temporário
Meu último tema a respeito do matrimônio é talvez o mais controverso
na sociedade muçulmana, e este é o matrimonio temporário. Entre os
muçulmanos há alguns que consideram este tipo de matrimônio ilegal e
outros acreditam que é legal e, inclusive, muito necessário.
Há os que acreditam que o Profeta do Islã (A.S.) através da ordem
Divina o permitiu por um período muito curto e logo o aboliu. Aqueles que
acreditam que é licito, crêem que o Profeta do Islã (A.S.) nunca o
desaprovou (proibiu) mas um dos Califas, depois da morte do Profeta
Muhamad (A.S) , época em que não podia ser modificado, quem o declarou
ilegal.
E mais, aqueles que o consideram lícito referem-se a um versículo do
sagrado Alcorão no qual acreditam que está mencionado (o matrimonio
temporário). Dizem que algo que é lícito no Sagrado Alcorão e não foi
declarado
ilícito em nenhuma outra parte do Alcorão é permitido. O
assunto desta discussão está mencionado no capítulo 4, versículo 24. A seguir
tem-se a tradução e a interpretação do sagrado Alcorão por Puya/Ali , com
existe notas explicativas. Este versículo diz o seguinte:
“E aquelas com as quais buscam regozijo (ao desposá-las por um
tempo determinado) conceda-lhes seu dote de acordo com o direito
preceituado. E não há culpa no que fazeis por acordo mútuo depois do
preceituado. Por certo, Alláh é Onisciente, Sábio.”
A explicação é :
“Fama-stamta`tum bihi minhumma”[a tradução desta frase da língua
Árabe significa “aquelas com quem houveres procurado Mut`ah e alegrar-
se” ]. Isto refere-se ao matrimônio temporário, conhecido como Mut`ah. Se
é lícito de acordo com o Alcorão e de acordo com o Santo Profeta (A.S.) esta
lei permanecerá sempre válida.
Certo dia, sem nenhuma razão, e sem ter a autoridade para reformar
uma lei validada e praticada pelo Profeta Muhamad (A.S.), o segundo Califa
declarou desde o púlpito: “Duas Mut`as (o matrimônio temporário e a
permissão da intimidade matrimonial entre a realização da peregrinação
pequena (umrah) e a peregrinação (Al Haj) eram comuns durante a época
do Santo Profeta mas, agora eu declaro ilícita desde já; e castigarei aqueles
que a praticar”. (fontes desta narração: Tafssir Al Kabir, Durr Al-Mansûr,
Al Kashaf, Al Mustadrak e outros.)
Segundo Al Tirmizi, seu próprio filho (o filho do segundo Califa)
Abdullah Ibn Omar, negou-se estar de acordo com o procedimento de seu
pai, porque isto (o casamento temporário) havia sido permitido por Alláh e
seu Profeta cujos pronunciamentos não poderão ser revogados por ninguém
depois de dele (do Profeta Mohamad A.S.).
Portanto, a escola de pensamento Xiita conserva como lícitas as duas
Mut`as. O Imam Ali Ibn Abi Taleb revogou a invocação feita pelo segundo
Califa e mais nunca voltou a ser proibida.
Se observarmos alguma interpretação diferente percebemos que não há
uma menção clara a respeito do matrimonio citado como temporário em
sua natureza.
“E aquelas de quem buscam alegria (ao desposá-las), dê-lhes o que é
correspondente como dever. E não há pecado algum nos que vocês fazem
por mútuo acordo depois de ter cumprido com seus deveres”. (Picktahll)
Então, para aquele que não é conhecedor do Árabe Côranicos, é difícil
determinar se “fama-stamata`tum bihi” se refere a um matrimônio
temporário. É possível que seja mais fácil, então, adequar-se à segunda lei
da escola Islâmica para escolher e seguir. É possível estudar os trabalhos
daqueles que tem mais conhecimentos no Árabe Corânico e pode tratar e
determinar o tema usando a informação sobre a qual quase todos os
muçulmanos estão de acordo.
Aquilo em que quase todos os muçulmanos acreditam e estão de acordo,
tanto Sunitas como Xiitas, é que o matrimônio temporário foi feito lícito pelo
Profeta do Islã (A.S.) e não foi ilícito senão depois que Alláh (swt) havia
completado e aperfeiçoado o Islã e o Profeta (A.S.) já havia falecido.
Também há grande unanimidade sobre que nada depois do Profeta
Muhamad (A.S.) pode ser modificado tanto para lícito como para ilícito, ou
permitir algo que está proibido ou proibir algo permitido, exceto sobre uma
base temporária que surja de uma necessidade política urgente. Como um
exemplo de mudança temporal que surge de uma necessidade política
urgente, seria aceitável para um Sábio Islâmico proibir o uso de controle de
natalidade temporariamente para contra-atacar o regulamento de um
opressor que pretende evitar que os muçulmanos procriem. Normalmente,
são permitidos muitos métodos de controle de natalidade para os
muçulmanos mais, numa emergência, quando está em risco o futuro da
sociedade muçulmana,o sábio pode determinar que não se deve praticar
controle de natalidade até que a situação melhore.
Portanto, parece que o decreto do segundo Califa não teve nenhum
efeito sobre a permissividade do matrimônio temporário. Hoje, a conclusão
que faço é que é algo permitido. Há uma minoria de Sunitas que se referem
a diferentes tradições que indicam que o Profeta Mohamad (A.S.) mesmo
proibiu a Mut`ah mas, essas traduções se contradizem umas com as outras e
não se sustentam sobre a base de uma análise mais detalhada; e ficamos
coma mesma conclusão, isto é, que o matrimônio temporal é permitido. Essa
opinião cita o seguinte, tomado da Enciclopédia Shi`ah (disponível na
rede):
Sabra Al-Juhanni informa através de seu pai que enquanto estava com
o mensageiro de Alláh (A.S.), Disse: “Ó homens, eu os permito contrair o
matrimônio temporário com as mulheres, mas Alláh o proibiu desde agora
até o Dia da Ressurreição. Assim sendo, aquele que tem uma mulher com
esse tipo de matrimônio deve abandoná-la, e não tomar de volta o dote antes
dado a elas.
As fontes Sunitas:
Sahih Muslim, versão na língua inglesa, v.2, cap.DXLI (intitulado o:
Matrimônio Temporário), Tradição #3255
Sahih Muslim, versão Árabe, 1980, edição publicada na Arábia
Saudita, v.2, p.1025, tradição #21, “Kitab Al-Nikah, bab nikah al-mut`ah”.
Deve-se observar que de novo foi utilizada a palavra Istimtá´a na
língua Árabe (procurar regozijo) nesta tradição por matrimonio
temporário, a qual é exatamente foi usado no Sagrado Alcorão.
Na outra tradição, depois da tradição anterior no livro de Sahih
Muslim, o mesmo narrador da tradição anterior (Sabra) tinha narrado a
mesma tradição adicional: eu vi o mensageiro de Alláh (A.S.) parado entre o
pilar e a porta da Kaaba quando falava deste hadith (dito profético).
As referências Suitas:
Sahih Muslim, versão inglesa, v.2, capitulo DXLI (Titulado: Matrimônio
Temporário), tradição #3256.
Sahih Muslim, versão Árabe, 1980, edição publicada na Arábia
Saudita, v.2, p. 1025, tradição #21, “Kitab Al-Nikah, bab nikah al-mut`ah”.
Contudo, a tradição a seguir indica que o profeta Mohamad (A.S.)
permitiu o Matrimônio Temporário depois da batalha de Hunain (depois do
ano 10/8 da hégira) ; depois da conquista de Meca:
Narrou Kais Ibn Salama sob autoridade de seu pai, que o mensageiro
de Alláh (A.S) permitiu contrair matrimônio temporário por três noites do
ano de “Autas” (isto foi depois da batalha de Hunain), e logo o proibiu.
Nota: a frase dentro dos parênteses foi colocada pelo tradutor Saudita
no fim da página; não é minha.
As referências Sunitas
Sahih Muslim, versão inglesa, v.2, capitulo DXLI (intitutulado: Matrimônio
Temporário), tradição #3251.
Sahih Muslim, versão Árabe, 1980, edição publicada na Arábia
Saudita, v.2, p. 1023, tradição #8, “Kitab Al-Nikah, bab nikah al-mut`ah”.
Agora observamos quais são os problemas.
Se o Profeta (A.S.) proibiu o Matrimônio Temporário eternamente no dia
Khabair (mês 1 /ano7 depois da Hégira), então , porque foi praticado
inclusive depois da batalha de Hunain (logo no mês 10/ano8 da Hégira) com
a ordem direta do mesmo Profeta (A.S).? (ver a referência anterior), em
outras palavras:
Como é possível que seja proibido “eternamente” e em dois pontos
diferentes no tempo, ou seja, no dia de Khaibar (mês 1s/ano7 da Hégira) e
na conquista da Meca (mês 9/ano8 depois da Hégira) “eternamente”, e as
pessoas o praticavam entre estas duas datas e depois destas duas ocasiões
com a ordem do mesmo Profeta?
Na tradição mencionada sobre a batalha de Hunain, diz-se que o mesmo
mensageiro de Alláh (A.S.) permitiu a Mut`ah depois da batalha de Hunain.
Então, não podemos dizer que as pessoas que o praticaram anteriormente
não sabiam que havia sido proibida para sempre. As tradições confirmam
que a Mut`ah foi realizada com a ordem direta do mesmo Profeta, como,
então, podemos justificar estas supostas tradições onde o mesmo Profeta a
proibiu para sempre antes disso?
Dos sábios Sunitas: Al-Kurtubi (em seu livro - interpretação do Alcorão)
e Al Nawawi (em seu livro de comentários - Sahih Muslin) narram as
diferentes tradições com relação à proibição da Mut`ah e indicam sete datas
diferentes!!!... (eles dizem que o profeta proibiu esta ação em várias
ocasiões).
Que aconteceria de mal em tomar a opinião do Imam Ali (A.S.), o qual
foi considerado o mais sábio entre todos os companheiros do Profeta (A.S.)?
Ele disse:
“A Mut´ah é uma misericórdia de Alláh para seus servos. Se não
houvera sido proibida por Omar (o segundo Califa) ninguém tinha cometido
o pecado da fornicação exceto os mais perversos...” (Shaqui)
Mas por que alguém gostaria de praticar o Matrimônio Temporário?
Que propósito tem? O Matrimônio Temporário não tem como finalidade ser
uma alternativa do Matrimonio permanente, mas é considerado como uma
opção para aqueles que têm necessidades e não podem contrair um
Matrimônio Permanente, o Imam Ali (A.S) (o quarto Califa da história
política do Islã), segundo os Sunitas, e o primeiro Imam (designado por Deus
para suceder a liderança depois do Profeta Mohamad (A.S.) e preservar a
religião Islâmica segundo os Xiitas, diz a respeito disso que,
“O Matrimônio Temporário é permitido para aquele que Alláh não
tenha dado os meios para realizar um Matrimônio Permanente, para que
assim permaneça casto praticando a Mut´ah (O Matrimonio Temporário)”
(Fontes: Livro Wasá`il Al-Shia, vol.14, pp. 449 - 450).
Na sociedade moderna o Matrimônio Temporário pode suprir as
necessidades de alguém que não pode encontrar uma esposa permanente.
Além disso pode satisfazer a necessidade de alguém que é carente dos meios
econômicos para uma cerimônia de casamento e para manter a sua esposa
financeiramente (o requisito de manter a esposa segundo seus meios, e ao
que está acostumada não tem que aplicar-se necessariamente dentro das
condições do Matrimônio Temporário), as viúvas que têm poucas
probabilidades de ter outro esposo permanente podem ter mais facilmente
um esposo temporário para satisfazer a necessidade de um companheiro. Da
mesma forma, os jovens que não podem arcar com sua responsabilidade
num patrimônio permanente tem porém, o risco de cometer um pecado,
podem licitamente realizar o Matrimônio Temporário (Mut´ah). Neste
último caso, não se dá a liberdade absoluta aos jovens para não misturar-se
libertinamente com o sexo oposto e ter relações sexuais. Uma condição para
suavizar um possível abuso é que uma mulher virgem deve ter a permissão
de seu pai para realizar qualquer relação matrimonial, incluindo a Mut´ah,
a menos que seu pai seja pouco justo a respeito.
A Mut´ah é considerada a forma de evitar o pecado quando não é
possível realizar o matrimônio permanente. Alguns muçulmanos, hoje em
dia cometem pecados antes de seu matrimônio permanente com a pessoa
que estão comprometidos. O Islã é muito claro quando diz que é pecado o
contato entre homem e mulher, ver seus corpos quando deveriam estar
cobertos, visitar-se sem acompanhante, a menos que tenha uma relação
familiar (parentesco) ou estão casados.
O compromisso não é um matrimônio mas, os casais se vêem envolvidos
em um tipo de comportamento que unicamente deveria dar-se no
casamento. As alternativas lógicas e naturais para evitar o pecado e
simplesmente um matrimônio temporário antes do matrimônio permanente,
para que a parceira possa estar segura que são compatíveis um com o outro.
Geralmente se diz que a Mut´ah é um matrimônio de prazer e o
comparam com a prostituição; que o homem paga um dote para uma
mulher, se desfrutam mutuamente e logo se separam, mas na realidade a
Mut´ah se dá com muita freqüência com a condição contratual de que não
haja nenhum tipo de gratificação sexual. A Mut´ah, diferente do matrimônio
permanente, pode ter condições estabelecidas, incluindo a mais comum, que
é não ter relação sexual. Portanto, seu propósito é ter uma companhia e
conhecer a outra pessoa, e não exclusivamente ter prazer sexual. A Mut´ah é
muito diferente da prostituição já que a Mut´ah é considerada como uma
união perante Deus Altíssimo e qualquer filho que resulte dela será
considerado um filho legítimo e um matrimônio sob todos os sentidos da
palavra. Tal como o matrimônio permanente, a mulher tem um período de
espera depois de ter se separado ou enviuvado para poder ter um outro
esposo novamente. O período da espera tem vários propósitos. Além ter a
segurança com respeito à paternidade, é evitar entrar em outra relação tão
rápido e dar um tempo ao cônjuge para reconciliação. Desta forma, é
claramente diferente de uma prostituição. Na Mut´ah dá o pagamento do
dote, mas não é um pagamento como um valor pago numa prostituição
porque este pagamento (O Dote da Mut´ah) não é em retribuição para o
sexo mas, seu propósito é igual ao Dote do matrimônio permanente. É algo
muito diferente de uma prostituição porque supõe-se que um homem não
deve casar-se com uma mulher que não tenha valores morais, e segundo
Aiatul-lah Sistani, é proibido casar-se com uma não muçulmana na forma
de
matrimônio temporário se o homem já é casado com uma mulher
muçulmana. No livro de Seyyed Mohamad Radawi, “O Matrimônio Imoral
no Islã” dá-se muita ênfase aos aspectos temporários e na necessidade na
Mut´ah.
“Não posso dar muita ênfases a natureza temporária da Mut´ah. A
mensagem do Islã é bastante clara; casa-te de maneira permanente: se não é
possível, então adote uma abstinência temporal; se isto não é possível então
somente neste caso utiliza-se a Mut´ah”.
A natureza temporária da Mut´ah pode ser vista através do seguinte
dito dos Imames: Uma vez (um companheiro do sétimo Imam Al-Kazem) Ali
Ibn Yaktin, um Xiita proeminente que tinha um cargo elevado no governo
Abbassida, chegou onde estava o Imam Al-Rida para perguntá-lo sobre a
Mut´ah, o Santo Imam diz-lhe: “Que tem você a ver com a Mut´ah, desde
que Allah te fez livre desta necessidade?” (Fonte: Kitab Wussa-el Ashia,
vol.14, p.449). Também disse “Está permitida (Mut´ah) absolutamente para
aqueles que Allah não deu os meios (condições) para o matrimônio
permanente, para que permaneçam castos realizando a Mut´ah”. (Fonte:
Kitab Wussa-el Ashia, vol.14, p.449 - 450).
É considerado um grande erro fecharmos nossos olhos para a fornicação
e o adultério e não aceitar o Matrimônio Temporário. As pessoas sofrem
devido aos estigmas que as outras mantêm. Igualmente a um matrimônio
permanente monógamo, os matrimônios polígamos e temporários podem
estar cheio de abusos e final ruim. É o abuso que deve ser estigmatizado, e
não os matrimônios. Somente se pode abolir um estigma por meio da
consciência e do esforço deliberado dentro de si mesmo.
O Sexo
Justamente, outro dia, vi uma campanha em um programa de televisão
chamado “A Batalha dos Sexos”. Chamou minha atenção porque estava
cheio de imagens do Mundo Islâmico. Imagens de mulheres usando lenços
negros que só permitiam mostrar seus olhos, junto a imagens de mulheres
que colocavam cintos de castidade e , também , havia imagens de homens
árabes disparando com armas de fogo. As palavras que acompanhavam
estas imagens levavam o telespectador a imaginar grandes pistolas como
símbolos de poder varonil. Depois de alguns anos como muçulmana, me
sentia incomodada com estas imagens porque descreviam negativamente a
relação entre os homens e as mulheres muçulmanas, e incorretas em minha
opinião. Depois vi o show para ver exatamente o que tinha a dizer sobre o
Islamismo e sobre o sexo. 90% do programa foi sobre o Ocidente Moderno
ou a Europa Medieval e só uma pequena parte sobre o Mundo Islâmico,
ainda que alguns anúncios certamente levavam o espectador esperar outra
coisa.
Por que era tão falsa a promoção? Uma possível resposta é que essas
imagens estereotipadas do Islã atraem os telespectadores e servem para
disparar a audiência. As pessoas recordam daquelas imagens e as
associações feitas com elas tendem a levar acreditar nas mesmas. Muita
gente que vê estas imagens tende a acreditar que sabem mais sobre o mundo
muçulmano do que realmente sabem. Por exemplo, se o tema diz respeito à
Arábia Saudita, pode encontrar alguém que dirá, “Óh, eu sei tudo sobre este
lugar e como eles odeiam os americanos! Sabia que as mulheres têm que
andar sempre atrás dos homens?”.
E quando você diz pra eles que não é verdade, não querem acreditar em
você porque você não é uma autoridade como são os meios de comunicação.
“Não, eu tenho razão e vi na Nigthline e na CNN”; “E eu li no New York
Times”. (Como sendo uma fonte segura e confiável de conhecimento ).
Não é uma surpresa que , às vezes, poucos americanos pensam em ler
uma tradução do Alcorão pois, lhes parece uma má religião. Sem dúvida,
mais homens e mulheres Americanas escolhem o Islã. Estas pessoas vão
chegando a conclusões de que a visão estereotipada do tema do sexo no Islã é
incorreta.
O Recata na Vestimenta Islâmico
Quando descreves a um muçulmano, é provável que descrevas a um
Árabe. Vês um homem de barba longa com uma túnica branca e uma
mulher coberta de negro dos pés a cabeça que só dá para ver os olhos, se é
que são visíveis. Essa vestimenta geralmente assusta os convertidos. É isso
que quer o Islã? E se é assim? Por que o exige?
Para a pessoa que investiga sobre o Islã, a resposta inicialmente não é
tão fácil de encontrar. Quando um convertido lê uma tradução do Sagrado
Alcorão ele ou ela encontram dificuldades para entender os versículos
relativos à vestimenta. Ademais, os convertidos encontrarem hadices (ditos
proféticos) e defensores destes ditos proféticos que dizem uma grande
quantidade de coisas sobre o tema. Pessoalmente acredito que um dito
confiável é um em que o Profeta (A.S.) assinala que as mulheres deve cobrir
todo o corpo, exceto as mãos e o rosto. E creio que os versículos Côranicos
que mais expressão esta situação são mencionados no cap. 24 no vers. 30 e 31
que diz:
“... Diz aos crentes (Ó Muhamad), que dirijam seu olha com recato e
que sejam castos, isto lhes é mais digno. Por certo, Alláh é conhecedor do
que fazem.” *30
“... E dize às crentes que dirijam seu olhar com recato e que sejam
castas e não mostrem mais adornos
do que está à vista, que estendam
seus véus sobre seu decote e não mostre seus ornamentos senão a seus
maridos, a seus pais, a seus sogros, a seus filhos, a seus enteados , a seus
irmãos, a seus sobrinhos de sangue, a suas amigas, a suas escravas, a seus
criados homens que não têm desejos carnais, aos meninos que ainda não
têm conhecimento sobre as partes intinas feminina. E que elas não batam
com os pés no chão para que não se descubra seus ornamentos ocultos.
Voltai todos arrependidos a Alláh, ó crentes, talvez assim prospereis *31.
É importante que os homens sejam os primeiro a quem se diga baixem
seu olhares e
que sejam castos. Os homens têm uma grande
responsabilidade em manter o apropriado respeito e tratamento com as
mulheres e prevenir a perversidade. As mulheres devem desempenhar um
papel semelhante, mas também se diz a elas que mostram apenas certas
partes de seus corpos. A rigor, os homens muçulmanos também devem
cobrir algumas partes de seus corpos, mas não se menciona nestes
versículos. Não é totalmente claro para o leitor que partes dos adornos de
uma mulher são “os que estão a vista”, mas pode-se , por argumento lógico,
entender que são as partes que têm uma justificativa para serem cobertas. É
lógico que deve ter suas mãos descobertas porque sempre elas estão sendo
utilizando elas para segurar e transportar coisas. É possível discutir sobre a
mesma dúvida com respeito ao rosto porque elas o utilizam para falar, para
comer e ver. Mas, para qualquer outra parte do corpo não há muita razão
para que esteja descoberta.
Vejamos o sentido de “os que estão à vista”. Diz-se às mulheres que
coloquem seus véus sobre seus peitos. Então, o leitor pergunta: O que é o
véu? É algo que começa por cima da área do peito porque, de outra forma,
teria que utilizar a palavra “estenda”. A palavra “estenda” indica algo que
começa, no mínimo, nos ombros ou mais acima e deve cobrir o peito de tal
forma que o peito não fique à mostra.
Se este versículo exige que apenas o peito deva ser coberto, é
desnecessário mencionar uma roupa especifica para cobrir o peito, porque
as roupas comuns e corriqueiras poderiam ser mais educadas. Tendo em
vista que se menciona uma roupa especifica, nos leva a crer que esta roupa
cubra mais que o peito apenas.
Assim, podemos concluir que a palavra traduzida como “véu” se referese ao que tradicionalmente para nós significa algo que cobre a cabeça. Desta
forma, a frase deste versículo exorta as mulheres a cobrir suas cabeças e
assegurar-se que seu colo e também o peito estejam cobertos.
Isto tem mais sentido quando consideramos a palavra “adorno”. O
adorno de uma mulher indicaria seu peito, mas é mais provável que se
refere ao seu cabelo. Sem dúvida, o cabelo de uma mulher é um de seus
maiores atrativos. As mulheres se orgulham e se esforçam para tratar o
cabelo e torná-lo atrativo. Isto, junto com o fato, de que não existe uma
razão lógica de por que necessita ter seu cabelo descoberto, serve como
grande sinal de que é uma parte dos adornos que devem estar cobertos
segundo este versículo.
O que podemos dizer do rosto? Há muitas tradições que indicam que
o rosto deve estar coberto mas, também há muitas que dizem o contrário.
Muitos dos sábios modernos não acreditam que é necessário cobrir o rosto,
mas também muitos dizem que não é má idéia se a mulher se encontra num
lugar onde é costume cobrir o rosto e se não o faz pode causar-lhe muita
dificuldade.
A pergunta é: “Por que cobrir tanto de todas maneiras?”. A Bíblia faz
uma referência às mulheres que cobrem seus cabelos no templo ou em
publica e indicada claramente que o véu é um sinal de status para a mulher.
De acordo com a Bíblia, as mulheres se cobrem como sinal de superioridade
do homem. Mas, no Islã isto não é o caso, em absoluto. A mulher se cobre
simplesmente para ajudar a assegurar que receba o tratamento respeitoso
que merece e não tem nada a ver com superioridade ou inferioridade. O
Islã considera igualmente os homens e as mulheres diante de Deus, mas
reconhece que ter direitos iguais não significa que são iguais. Os homens e as
mulheres são diferentes e ignorar essas diferenças é oprimir as mulheres.
Ainda que geralmente não se pensa desta maneira, o mundo moderno
oprime as mulheres fazendo-as competir no mundo do trabalho, fazendo
com que atuem como homens e recusam diferença. Ou, reconhecendo as
diferenças, mas usando-as para tratar as mulheres como objetos e troféus
nos locais de trabalho em vez de retribuí-las igualmente e de ser
funcionárias capazes.
As mulheres com o recatado vestido Islâmico (roupa folgada que cubra
tudo exceto as mãos e o rosto em qualquer estilo cultural), são reconhecidas
à primeira vista como mulheres piedosas nos negócios. Quando decidi usar o
vestido Islâmico me surpreendi muito com o que experimentei. Encontrei as
pessoas me abrindo as portas mais do que antes oferecendo-me ajuda para
transportar os pacotes, e evitavam usar palavras obscenas perto de mim.
Compreendi que os homens me falavam de uma maneira diferente. Nunca
cheguei a entender que inclusive os “bons meninos” olhavam meu corpo
quando falavam comigo. Depois que coloquei o Hijáb não o faziam mais.
Falavam comigo como seu eu fosse mais inteligente, mais importante, me
senti melhor comigo mesma. Eu estava muito preocupada como seria a
reação das pessoas e me dei conta que em vez de ser tratada pior, estava
sendo tratada melhor do que antes. Até este ponto, não entendia
completamente as razões do hijáb, mas ao ver os resultados positivos
imediatos, imediatamente me convenço totalmente de que verdadeiramente
era algo bom e não opressivo, em absoluto. Eu sabia que estava mais segura
com o hijáb. Se caminhasse pela pior Rua de Nova York com uma amiga
que usava camiseta e jeans, minha amiga era provocada e assediada. Mas
para mim diziam “Irmã”, e os homens baixavam seus olhares em vez de me
encarar diretamente, e se desviavam do meu caminho. Muitas mulheres são
incomodam por vestir-se um pouco diferente de outras não muçulmanas,
mas não deveriam fazê-lo. As reações negativas que esperam são muito
exageradas e, de fato, encontrarão um respeito elevado de seus semelhantes
quando praticam o que crêem.
Uma mulher pode achar injusto ter que cobrir-se sendo os homens é que
não podem controlar-se, mas é pura analogia dizer que é injusto que ela
tenha que fechar a porta de sua casa e de seu carro porque os ladrões não
podem controlar seus impulsos. O Hijâb, na prática, não é uma carga
segundo minha experiência, senão um elemento que remove as cargas.
Todos os Sábios muçulmanos são unânimes que esses versículos
referem-se a uma maneira de cobrir que inclui o cabelo.
Os Hadices são mais explícitos e detalham mais, mencionando que uma
mulher deve cobrir tudo, exceto as mãos e o rosto. E se observarmos os
Hadices ( Tradições Proféticas) que se referem à senhora Fátimah (A.S.),
filha do Profeta Muhamad (A.S.), veremos que ela também cobria tudo
exceto o rosto e as mãos; pode ser , também, que ela em alguma ocasião
havia coberto seu rosto, mas não o fez sempre. Realmente ela é nosso maior
exemplo de como viver, vestir e atuar como mulher neste mundo.
Outros Versículos do Alcorão sobre a vestimenta islâmica de uma
mulher são: 24:60 e 33:59, vejamos:
“as mulheres que haviam alcançado a idade crítica e não querem
mais casar-se (no tempo da menopausa), não fazem mal se tirarem sua
roupa externa desde que não exibam seus adornos. Porém é melhor para
elas se se abstêm, Deus é Oniouvinte , Sapientíssimo”.
“Ó Profeta! Dize a tuas esposas e a tuas filhas e às mulheres crentes
que se cubram em suas vestimentas. Isso é o mais digno e adequado para
que sejam reconhecidas e não sejam molestadas. E Alláh é Indulgente,
Misericordioso.”.
Dessa maneira, se aconselha às mulheres muçulmanas crentes a usarem
a coberta externa além do que usam em suas casas e quando saem dela, e
este é o Hijâb.
A inter-relação dos Sexos.
Um tema próximo ao tema da vestimenta Islâmica é o tema da interrelação casual dos sexos. Segundo o Islã, os homens e as mulheres não devem
interagir socialmente a sós. Este conceito parece ser muito restringível e
extremo para muitos do Ocidente. Quando cresci, todos meus maiores
amigos eram meninos e nunca tive muitas amigas. E agora, supõe-se que não
devo ter amigos homens? Isto não é totalmente verdadeiro. Mas a interação
com os homens deve ser metódica. Temos visto as conseqüências do
comportamento que não é metódico com amigos do sexo oposto. A atração
em certo nível é um resultado comum, e isto acarreta problemas nos
matrimônios. Talvez nem sempre provoques ciúmes em tua esposa e nem
terminará num conflito, mas sempre afeta a forma como você vê tua esposa
ou futuro companheiro. Encontra coisas em teus amigos que te agradam
mais que a forma de ser de tua esposa. Imagine-se com alguém diferente de
a teu esposo, é algo prejudicial ainda que não o leves a sério. “Deixar de
estar apaixonada por seu esposo” é algo que não tem sentido. Isto somente
acontece se permitir que aconteça. Portanto, se estuda ou trabalha com
pessoas do sexo oposto, pode cumprimentá-los e participar das discussões
relacionadas ao trabalho que sejam apropriadas ou em conversas curtas,
mas deve evitar conversas sobre sua vida pessoal mais em detalhes.
O tema de inter-relacionamento na mesquita é um tema que
regularmente vem à luz nas comunidades muçulmanas. Alguns homens e
mulheres querem sentar-se juntos no lugar de sentar-se em salões separados
ou uns diante dos outros. Na minha opinião, se quiserem todos estar no
mesmo salão, as mulheres de um lado e os homens do outro, está bem.
Entretanto, alguém deveria esta na entrada providenciando a vestimenta
Islâmica para todos estarem apropriadamente vestidos.
A mesquita é um lugar de adoração e não um lugar para admirar o sexo
oposto distraidamente. É impossível dizer veridicamente que pode-se ter
homens e mulheres juntos em um lugar, sem se importar se usam ou não a
vestimenta apropriada, e não ter ao menos alguns pensamentos sobre o sexo
oposto. Consequentemente permitam-lhes sentar-se um ao lado do outro se
for necessário, mas somente se todos estiverem com a vestimenta Islâmica
apropriada para entrar no salão. Então, quando saem da mesquita, se tiram
a vestimenta e escolhem inter-relacionar ou interagir, será de sua própria
responsabilidade.
Não vejo que existe opressão alguma ou injustiça em separar os sexos na
mesquita. mas, tenho um problema com as muitas mesquitas que
proporcionam instalações precárias para as mulheres como se pouco se
importassem com elas. Geralmente isto se dá quando as instalações são
transformadas a partir de uma estrutura anterior, como uma igreja ou uma
casa. As mulheres devem ser capazes de escutar sucessivamente o que está
acontecendo e também é preferível que possam observar. Tenho
visto
algumas comunidades que instalam sistemas áudios-visuais para que as
orações e os sermões possam ser ouvidos por todos os participantes; e usam
circuitos fechado de televisões para que as mulheres possam ver também os
oradores. Nas seções de perguntas e respostas as mulheres que estão vestidas
corretamente e tem perguntas, podem entrar pela parte de traz onde estão
os homens para que elas possam chamar o Guia; ou deveria criar outro
sistema mais eficiente. Muitas mesquitas têm instalações horríveis para as
mulheres ou nem sequer as tem e, então, perguntam por que algumas de
suas mulheres não têm conhecimento e por que não estão interessadas em
procurar os ensinamentos religiosos e por que estão se desviando. As
comunidades como a que mencionei anteriormente na qual as mulheres não
podem ver e ouvir e muitas não podem entender o idioma utilizado, são
aquelas que têm de enfrentar que suas próximas gerações vão rechaçar a
pratica do Islã e vão se distanciar.
As maiorias das comunidades lutam para ter ao menos o mínimo,
como por exemplo, ter uma mesquita com boas instalações para as
mulheres, mas sustento que não deveriam construir uma mesquita que não
seja útil e adequada para as mulheres. Assim mesmo as comunidades
muçulmanas devem proporcionar instalações tanto para homens como para
mulheres para que participem em todas as atividades religiosas na mesquita.
Tal como, os esportes. As comunidades poderiam ampliar as ligas
desportivas de um mesmo sexo junto com treinamento para muitos que não
tiveram a oportunidade de aprender um esporte antes. Há uma grande
necessidade de que as crianças e as mulheres muçulmanas sejam partes
ativa dessa comunidade e que tenham total acesso à aprendizagem e à
recreação. É essencial o bem estar para a sobrevivência do Islã no Ocidente.
O trato diferente da Mulher diante a Lei.
Os últimos temas que desejo discutir com respeito à mulher no
Islamismo são os casos em que as mulheres são tratadas de uma maneira
diferente na Lei Islâmica. Muitos destes casos parecem injustos à primeira
vista, mas em sua maioria, realmente não o são. Provavelmente todos
escutamos histórias de mulheres que são castigadas por crimes de uma
maneira muito diferente a dos homens e que herdam menos que eles, e
coisas deste estilo. Estes são casos em que tanto os homens como as mulheres
não são tratadas justamente como deveriam ser, segundo o Islã inclusive nos
países que têm uma população muçulmana predominante e cujas leis se
supõem estão baseadas nas leis Islâmicas.
Afortunadamente, a maioria das mulheres muçulmanas não tem que
enfrentar tais opressões e experimentam uma sociedade Islâmica mais
próximo ao ideal. Todas as sociedades muçulmanas crêem no Sagrado
Alcorão, e portanto, crêem nos versículos que falam sobre que a mulher
deve herdar menos que o homem, que não tem o mesmo valor como um
testemunho de um homem, que são castigadas por seus maridos. O leitor
Ocidental encontra estes versículos e os escuta; instantaneamente pensam
na opressão. Mas, novamente aqueles homens e mulheres que escolhem o
Islã como religião se dão conta que é muito diferente.
No caso da herança, na verdade é um tema muito complexo e há casos
nos quais as mulheres herdam mais que o homem. Como regra geral, os
homens herdam mais, mas somente porque sua carga e responsabilidade
financeira são muito maiores que as das mulheres. Não dar-lhe mais homens
no caso da herança, seria uma injustiça para com eles, porque seus deveres
econômicos e suas obrigações financeiras são muito mais severos. Os homens
muçulmanos estão na obrigação de prover financeiramente as suas esposas,
seus filhos, pais anciões e assim sucessivamente. Isto é independentemente se
sua esposa trabalha ou não. Além disso, o homem deve oferecer o dote do
matrimônio à sua esposa. Por outro lado, qualquer que seja a quantidade de
dinheiro que tenha a esposa, ela pode gastá-lo no que ela quiser. Pode gastá-
lo todo com ela mesma se o desejar, e não tem nenhuma obrigação de
gastar o dinheiro com ninguém mais se assim o desejar. Em comparação
com as leis do Judaico-Cristã da herança e da propriedade das mulheres o
Islã é extremamente generoso.
Com respeito ao tema das testemunhas, também é um tema mais
complexo do que parece. Em alguns casos que necessitam de testemunhas,
exige-se um homem ou duas mulheres. Mas em outros casos, o testemunho
de uma só mulher será suficiente. Uma vez que o homem está na obrigação
de trabalhar e a mulher não, nos casos relativos a negócios é mais provável
que necessitem duas mulheres como testemunhas. Isto pode ser assim para
que seja uma proteção às mulheres porque os assuntos relativos a dinheiro
existe a tentação de pressionar as testemunhas. Tendo duas testemunhas do
sexo feminino ajuda a proteger a mulher de ser subornada. Os homens
também podem ser pressionados, mas indubitavelmente na maioria dos
casos é mais fácil para um homem amenizar e intimidar uma mulher do que
a um homem. Por outra parte, muitas vezes somente se aceita o testemunho
de uma mulher, como pode ser o caso quando se dá o testemunho sobre a
anatomia feminina.
O Islã é uma religião desenhada para servir a todas as pessoas em todas
as épocas. Portanto, muitas de suas leis foram feitas tendo em conta que o
melhor deve para a maioria das pessoas. Então, não nega que é possível que
alguma mulher ganhe mais dinheiro que seus esposos, ou que alguns homens
são subornados mais facilmente que as mulheres.
Um terceiro caso que se apresenta no Alcorão e que parece uma
opressão á mulher está no capitulo 4:34 do Sagrado Alcorão:
“Os homens têm autoridade sobre as mulheres pela preferência em
virtude da preferência que Deus deu a uns mais que a outros e (em virtude)
dos bens que gastam. As mulheres virtuosas são devotas e cuidam, na
ausência de seus maridos, o que Deus ordena que cuidem”
Realmente este versículo diz muito sobre o entendimento na família
Islâmica. Os homens têm o dever de proteger e manter suas esposas. Este
dever recai sobre eles porque geralmente são mais fortes e melhor dotados
para tais
trabalhos. Além disso, não tem que passar por coisas como
menstruação, gravidez, lactância, o cuidado com o recém nascido. As
mulheres não têm a obrigação de cozinhar, assear ou exclusivamente para
lidar com os filhos. Não se exige nada dela, exceto duas coisas: e estas são
simplesmente obedecer a seu esposo em tudo que seja razoável e não vá
contra os mandamentos do Islã , e proteger a propriedade do esposo e sua
própria castidade quando seu esposo não está presente. Na realidade isso
não é pedir muito e é provável que as mulheres estejam com a melhor parte
do trato.
Ao contrário da crença popular que existe entre os não muçulmanos, um
homem muçulmano não pode divorciar de sua esposa simplesmente dizendo
três vezes consecutivas que se divorcia dela. Ele o diz uma só vez e depois a
parceira deve passar por um período considerável no qual podem separa-se
ou tratam de reconciliar-se. Durante este tempo o homem tem a obrigação
de mantê-la em tudo normalmente. Na realidade, há algumas circunstâncias
em que não se permite ao homem pronunciar o divórcio em absoluto; um
destes casos é durante o período de menstruação.
A mulher também tem o direito de divorciasse. Se ela receber qualquer
tipo de maltrato da parte do esposo, ela deve dirigir-se a um representante
legal (judicial ou religioso). Desta forma, a mulher que busca o divórcio é
quase exatamente igual a muitas estados dos E.U.A. A pessoa que deseja
divorciar-se deve registrar o caso dando uma razão pela qual quer o
divórcio, e depois,
o caso é examinado pela lei para determinar se há
fundamentos suficientes para um divórcio. Para os homens é mais fácil
começar o processo de divórcio no Islã. E se ele o inicia, é possível que haja
uma falha no divórcio depois que fracassaram os esforços para reconciliarse. Se se dá um divórcio, ele não pode estabelecer nenhuma demanda sobre
os bens da esposa, inclusive os bens que havia dado, não importando quão
valiosos sejam.
Na prática, algumas vezes é muito difícil para a mulher obter um
divórcio e é demasiado fácil para o homem. É difícil para algumas mulheres
terem acesso a uma verdadeira representação Islâmica legal. Quando
fracassa o sistema de divórcio Islâmico, atribui-se a culpa à religião.
Realmente o sistema de divorcio fora manuseado da forma que diz o Islã,
nunca fracassaria. há hadices confiáveis que dizem que o Profeta (A.S.)
concedeu vários divórcios por razões tão simples como, por exemplo, o que a
esposa não achava atrativo em seu esposo. Tendo em conta isto, não há
dúvida que se deve conceder o divórcio em casos de abuso.
Finalmente, mencionarei brevemente o tema da circuncisão masculina.
A circuncisão para os homens muçulmanos é um ato de limpeza e pelas
mesmas razões que se realiza entre cristãos e judeus. Não existe nenhuma
referência do Profeta (A.S.) recomendando a circuncisão nas mulheres ou
que tenha sido praticado em sua família.
Em qualquer caso, fica claro que remover os órgãos sexuais, costurar as
mulheres para garantir sua virgindade, e realizar procedimentos do estilo,
não tem nada a ver com o Islã e são consideradas como práticas sociais
diabólicos, como por exemplo, em algumas tribos na África.
Lamentavelmente, não é difícil dar-se conta que há muito que melhorar
na pratica do Islã por todo o mundo. Isto inclui o tratamento das mulheres.
Sem dúvida, dizer que o Islã oprime a mulher é uma falácia absoluta. E é
igualmente errôneo dizer que a maioria dos muçulmanos propaga crenças e
comportamentos opressivos. Sob um exame cuidadoso, o Islã revela-se como
o sistema da vida mais justa disponível para a humanidade. É mais, a
maioria dos muçulmanos são sinceros na busca de uma implementação
correta da sua religião, mais do que distorcê-los para satisfazer os benefícios
pessoais.
A divisão entre os muçulmanos.
O tema da divisão no Islã é considerado um ponto doloroso para todos
os muçulmanos do mundo. è fácil encontrar muçulmanos polarizados neste
tema e atuando com grande emoção e vigor tratando de provar seus pontos
de vista. Na mentes destes muçulmanos, aqueles que aderem a um grupo
diferente estão cometendo um grande erro e, de propósito, deturparam o
significado verdadeiro do Islamismo para seu próprio beneficio.
É decepcionante para os convertidos quando se dá conta que o Islã não é
a religião unificada que parece ser ao princípio. No meu caso, me envolveu
um sentimento de medo quando comecei a encontrar divisões religiosas no
Islã. Foi assustador porque eu estava mentalmente exausta pelo processo de
minha conversão ao Islã, e ainda tive que enfrentar diferentes versões do
Islã para lidar com elas. Novamente teria que comprometer-me com um
estudo sério, orar por um bom guia e a auto-avaliação para tratar de
determinar qual das facções era a verdade
O descobrimento da divisão não gerou nenhuma dúvida em mim
sobre o Islã em si, mas surgiu a dúvida de qual grupo tinha o verdadeiro
Islã. Tive que considerar a possibilidade de ser uma muçulmana sem uma
escola de pensamento assim como havia considerado ser uma cristã sem
igreja.
Algumas vezes as diferentes escolas do Islã abrigam maus sentimentos
em relação a outra escola. E portanto, é comum achar livros escritos por
sábios que pertencem a uma facção difamando prejudicialmente a outra
facção até o ponto de dizer que não são muçulmanos. Igualmente, os
membros de uma facção castigarão os da outra facção para gerar a
desunião, quando na realidade nenhum grupo busca a desunião. Depois de
tudo, você não pode culpar a alguém por seguir o que ele ou ela crê que é
verdade, ainda assim é diferente do que você acredita ser a verdade.
Aconselho a todos que procuram a Verdade que se distanciem daqueles
que falam dos outros grupos com más intenções e os acusam de todo tipo de
desvio e mal procedimento. Evite suas interpretações sobre os escritos do
outro grupo questionável. Ao contrario, lia seus textos sobre suas próprias
crenças. Como fiz referência anteriormente, aqueles que encontraram a
verdade necessitam de uma investigação de todos os grupos com uma mente
aberta e imparcial. Deveriam ler as obras que falam sobre um grupo através
dos escritos por numerosos sábios e membros destes mesmos grupos.
Deveriam julgar um grupo por seus próprios livros e ensinamentos, mais
que pelas interpretações feitas pelo outro grupo. Não deveriam negar o
estudo de um grupo devido a sua reputação ou porque são uma minoria.
Não deveriam duvidar em fazer perguntas aos membros de cada grupo, mas
não deveria tomar a resposta de uma pessoa como representação de todos os
membros deste grupo.
É dever de cada pessoa, muçulmana ou não, não importa que religião
ou escola nasça e determinar por si mesmo onde está a verdade. Não
deveriam ficar satisfeitos porque sua religião, cultura, nação ou escola sem
ter feito uma verificação extensa.
“E, quando se lhes diz: “Segue o que Alláh revelou” dizem: “Não!
Seguiremos as tradições de nossos pais.” “E se seus pais eram incapazes de
argumentar e não estavam bem dirigidos?.” (Alcorão Cap.2 Vers.170)
Pessoalmente, encontrei na internet um bom lugar para iniciar um
estudo de tudo que há no Islã. Embora seja difícil achar, é possível
encontrar informações de boa qualidade apresentada por cauda grupo que
explica no que crê e porque crê. Também podem encontrar muitas
informações sobre o que crêem como não sendo bom por outros grupos, mas
este tipos de informação deve ser observada cuidadosamente.
Em meu estudo, comecei primeiro com um grupo que é a maioria, os
Sunitas, e no final não estiva satisfeita totalmente com nenhuma das escolas
Sunitas pela mesma razão que eu não estava satisfeita com o Cristianismo.
Para os Sunitas, depois da morte do Profeta Mohamad (A.S.), a religião
esteve liderada por gente comum; mesmo que bem intencionada. Eram seres
humanos comuns, e é assim como as principais fontes da leis Sunita provem
destes homens. Tão pouco estive satisfeita em saber que as quatro escolas no
Islã Sunita são consideradas igualmente válidas e todas aceitáveis. Como
crente em uma só Verdade Absoluta e em um Deus que provê os meios para
chegar à Verdade, sustento fortemente que as menores diferenças na lei
importam muito e que um caminho deve prevalecer sobre os outros.
Não pude aceitar a utilização de coleções falíveis das tradições do
Santo Profeta (A.S.), cada uma dos quais contém várias fontes
contraditórias e que, por sua vez , provém de fontes pouco confiáveis como
fonte principal da religião. Igualmente à Bíblia, os numerosos erros e
contradições dessas coleções de hadices Sunitas (Narrações que estão nos
livros da escola Sunita) são pouco confiáveis para chegar a ser
determinantes da Verdade. Não provém de Allá (S.W.T.), senão dos homens.
“E não meditam o Alcorão? Se fosse vindo do outro que Alláh,
encontrariam nele numerosas contradições.” (Alcorão 4:82).
Creio que as tradições ocupam um lugar muito importante no Islã, mas
sinto que nenhuma coleção de hadices deveria ser considerada como Sahîh
(Correto - Livre de Erros). E também creio que as tradições daquelas
pessoas que sabemos que foram os melhores muçulmanos devem prevalecer
sobre as tradições narradas por qualquer outro indivíduo.
Os Sunitas, em grande parte, consideram morto o método do Ijtihád
(esforço para extrair as normas da lei Divina através das fontes Islâmicas).
Os sábios se baseiam nos livros com séculos de antiguidade para realizar seu
Ijtihád e dessa forma, realmente não tem acesso aos regulamentos modernos
a respeito das situações modernas. Portanto, os muçulmanos Sunitas por si
mesmos tomam suas próprias decisões sobre assuntos que surgem na
atualidade. Então, novamente, não há uma forma para determinar
satisfatoriamente o correto e o incorreto sobre qualquer problema que surja
na atualidade. A busca da Verdade Absoluta fracassou.
E quanto aos outros grupos, encontrei que muitos deles também eram
inaceitáveis, mas evitarei discuti-los detalhadamente pela brevidade que
necessita este livro. É possível que o leitor deseje fazer seu próprio estudo
sobre os Ismaelitas, Ahmaditas, A Nação do Islã, Qadanis, Fatímidas,
Bohras, Wahabies e os Jafaritas.
Depois de um estudo detalhado, escolhi a escola de pensamento Islâmico
Jafaríta porque encontrei nela a única que preencheu as minhas
expectativas. Brevemente discutirei um pouco a informação e os fatores que
me levaram a fazer minha escolha, mas minha intenção não é dar
informações suficientes para convencer alguém de sua validade (isto tomaria
mais páginas do que tem este livro). Cada pessoa tem o dever de conduzir
seu próprio estudo para estabelecer onde está a verdade.
Enquanto vivia o Profeta (A.S.), Alláh (S.W.T.) designou 12 sucessores
depois do Profeta que conservariam a religião e evitariam que fosse
corrompida. O primeiro destes sucessores foi designado publicamente em
um lugar chamado Ghadir Khom (um lugar perto da cidade de Al-Medina
na Arábia Saudita), um pouco antes do falecimento do profeta Mohamad
(A.S), diante de
90.000 ou 140.000 peregrinos que foram testemunhas.
Esses dias se revelarão os últimos versículos Côranicos e o evento que
aconteceu neste dia foi registrado muitíssimas vezes por muitas fontes mais
que qualquer outro acontecimento.
“Ó Enviado! Transmita o que foi revelado por teu Senhor, para Ti.
Porque se não o fazes, seria como se não tivesse transmitido Sua
Mensagem!”. (Alcorão 5:67)
“Hoje, Eu aperfeiçoei vossa Religião e completei Minha Graça para
convosco e Me satisfaz que seja o Islã do Islã vossa Religião.”. (Alcorão
5:3).
O primeiro versículo mencionado acima é uma ordem para anunciar o
que o Profeta (A.S.) deveria proclamar em Ghadir Khom. E o segundo
versículo é uma declaração que ao finalizar esta proclamação completou-se e
aperfeiçoou-se o Islã. Disse o Profeta (A.S.), segundo os sábios de todas as
escolas do pensamento Islâmico é o seguinte:
“-... Ó homens e mulheres! Deus é meu Senhor. Eu sou a Autoridade
dos crentes. Tenho uma autoridade clara sobre suas próprias almas, e
para quem eu sou sua autoridade. Ali (seu primo, a quem o Profeta (A.S.)
levantava sua mão enquanto falava), é sua autoridade. Ó Deus! Ama a
quem o ama, odeie a quem o odeia e dá a vitória a quem o ajudou e
derrota a quem tentou enganá-lo (Ao Ali).” (Fonte: Sahih Muslin, vol.2,
p.325, entre muitas outras s fontes).
Mais adiante
especificamente:
no
capítulo
5,
versículo
55,
Deus
quer
dizer
“Vosso Maulá (Senhor, Autoridade, Guia, Amo, Protetor) somente pode
ser Alláh, Seu Mensageiro e aqueles que crêem, quem praticam a oração e
efetuam o pagamento da Azzakat (Uma doação espontânea) enquanto
inclinam-se durante a oração”
há
unanimidade entre os sábios de todas as escolas do pensamento
Islâmico que este versículo refere-se a Alláh, ao Profeta (A.S.) e ao Imám Ali
(A.S.). Imam Ali (A.S.) é quem aparece nas tradições praticando a caridade
e a doação (um anel que usava) quando estava na posição de genuflexão
durante sua oração na mesquita do Profeta (A.S.) na cidade de Medina.
O desacordo surge sobre a definição da palavra “Maulá” porque esta
palavra pode significar pode significar Guia, Autoridade, Amigo, Primo,
Protetor e Amo mas, no contexto de Ghadir Khom, está claro que significa
Autoridade e Protetor, porque é obvio que quando o Profeta (A.S.) fala de
Deus, e de si mesmo queria dizer Autoridade no sentido puro da palavra.
De outro modo, a frase “tenho total autoridade sobre suas almas....” estaria
fora do lugar. E tão pouco teria sentido deter milhares das pessoas no meio
do deserto incandescente para proclamar que o Imam Ali (A.S.) é meu
Amigo. Depois de dizer isto em Gadir Kohm, foi revelado o versículo
corânico que anunciou que havia se completado e aperfeiçoado o Islã.
Também não teria sentido se nada mais não houvesse dito que Ali (A.S.) era
um amigo. Porém, tem total sentido si apenas houvesse anunciado que Ali
(A.S.) tinha total autoridade sobre as pessoas iguais a ele.
Quase todos os Sábios Muçulmanos acreditam no conceito do Imamato
(A sucessão dos Imames depois do falecimento do Profeta), que mantém e
protege a religião de todas as corrupções e os perigos que a ameaçam.
Geralmente os sábios da escola Sunita sustentam que os primeiros quatro
imames foram os primeiros quatro califas e não sabem quais são os
restantes. Mas isto é claramente inaceitável, como dizia o profeta Muhamad
(A.S.).
“Aquele que morre sem ter conhecido o Imam de sua época, morreu
como aquele que morre na época da ignorância (A época Pré-Islã, época de
idolatria que dominou a península Árábica. Isto significa que morre NÃO
MUÇULMANO”. (Fonte: Sahin Bukhari, vol.5.13; Sahih Muslim, vol.6, p.
21, nº 1849 e outros).
Este dito indica claramente que todos os povos de todas as épocas,
incluindo a nossa época, devem conhecer seu Imam.
A visão de que os primeiros califas eram os Imames é questionável
uma vez que Deus não designou estes califas em suas posições. O primeiro
califa foi escolhido numa eleição privada que ocorreu enquanto a família do
Mensageiro de Deus (A.S.) estava ocupada com o sepultamento do Profeta
(A.S). Outros tomaram o poder ao serem designados por seus predecessores.
Não há evidências em nenhum versículo côranico ou dito profético que os
sucessores do Profeta (A.S.) deveriam ser escolhidos por eleição ou por
desígnio pessoal. É mais ainda: a evidência mostra o contrário; que Allah
(S.W.T.) escolheu e designou os que guiariam a humanidade, assim como
haviam feito ao longo da história.
“Nunca encontrarás uma mudança na prática de Alláh (S.W.T.)
(Alcorão 35:43)
O Profeta, primeiramente, apresentou a Mensagem do Islã a seus
familiares mais próximo, e então, prontamente, apresentou a “Ali como meu
irmão, meu sucessor, e meu Califa”. Novamente o Profeta apresentou “Ali
diante das pessoas (como sucessor) em numerosas ocasiões, sendo a última
em Ghadir Khom.” Portanto, a designação de Ali não foi um segredo.
Isto é só uma pequena proporção dos meus estudos concernente ao
Imam Ali (A.S.) que me levou a crer que ele foi designado sucessor do
Profeta (A.S.) e que obedecer ao Imam Ali é obrigatório. Para quem exige
mais provas, há muitos livros dedicados exclusivamente a estabelecer que
Deus realmente sim indicou Imames ou Guias na Terra. Aos doze Imames,
depois do falecimento do Profeta Mohamad (A.S.), o primeiro dos quais
Imames foi o Imam Ali (A.S.).
Entre os líderes da escola sunita e entre os Imames dos Ismailitas e
assim sucessivamente, é possível encontrar exemplos de pecado e
ensinamentos que contradizem o Alcorão. Isto se espera dos homens comuns
e simples, mas não daqueles homens designados por Alláh (S.W.T.) para
preservar a religião. Um grupo de Imames, aqueles doze que são seguidos
pela escola Jafariyah (Imammiah), são singulares em sua adesão ao Sagrado
Alcorão e sua infalibilidade.
Há hadices (Tradições Proféticas) confiáveis nos livros da escola Sunita
que dizem que os Imames serão 12 na quantidade e além disso, há alguns
que os nomeam a todos, e nisto concordam com a crença Jafariyah (Xiita
Imammiah). Algumas dessas tradições são citadas a continuação extraídas
do livro que se chama As Noites de Peshawar ( seções de diálogo que foram
feitas entre um sábio Xiita e outro Sábio Sunita na cidade famosa que se
chama Peshawar no Paquistão):
1) O Sheik Sulaiman Al-Balkhi Hanafi, em seu livro Yanabi-almawadah, no
cap.76 narra de Fara´idu´s Simtain, que por sua vez narra de Hamawaini,
de Mujahid (Um companheiro do Profeta), de Ibn Abbas (primo e
companheiro do Profeta), que um judeu chamado Na´çal chegou onde estava
o Santo Profeta Mohamad (A.S.) e fez algumas perguntas a ele sobre o
Tauhid (O monoteísmo). O Santo Profeta respondeu suas perguntas e o
judeu converteu-se ao Islã. E logo disse: “Ó Santo Profeta, todo profeta teve
um wazir (vice-gerente, sucessor). Nosso Profeta, Moisés Ibn Imrán,
escreveu um testamento para Yusha Ibn Nun. Por favor, diga-me quem é
teu wazir (sucessor)?”. O Santo Profeta disse: “Meu sucessor é Ali Ibn Ibi
Talib; depois dele são Al-Hassan e Al-Hussein e depois deles são nove
Imames, que são os descendentes sucessivos de Al-Hussein”.
Na´çal perguntou ao Santo Profeta, sobre os nomes daqueles Imames. O
Santo Profeta disse: “depois de Al-Hussein, seu filho Ali, será o Imam;
depois dele seu filho Muhamad; depois dele seu filho Jaafar; depois dele seu
filho Mussah; depois dele seu filho Ali; depois dele seu filho Muhammad;
depois dele seu filho Ali; depois dele seu filho Al-Hassan (Al-Askari); depois
dele seu filho, Mohammad Al Mahdi será o ultimo Imam. Serão 12
Imames.”.
Além dos nomes dos nove Imames, mais adiante este hadice diz que cada
um sucederia como Imam depois de seu pai. Na´çal fez mais perguntas que o
santo profeta descreveu como morreria cada Imam.
Então Na´çal disse: “sou testemunha de que não há outra Divindade
além de Deus e que tu (O Profeta) és o Mensageiro de Deus. Sou testemunha
de que estes doze santos Imames são teus sucessores depois de ti. O que você
me disse está registrado em nossos livros (dos Judeus) e é testamento de
Moises”.
O Santo Profeta disse: “o paraíso é destinado àquele que os ame e os
obedeça, e o inferno é destinado àqueles que forem hostis com eles e se
oponham.”
Depois Na´çal recitou algumas estrofe: “queira Alláh, o Exaltado,
derramar Suas benções sobre ti, Profeta escolhido e orgulho de Bani Hashim
(A Arvore Genealógica do Profeta). Alláh nos guiou através de ti e dos doze
homens santos que tu nomeaste. Certamente que Alláh os purificou e os
preservou da impureza. Aquele que os ama será bem sucedido. Aquele que
os odeia será um perdedor.”.
O último dos Imames saciará a sede dos sedentos. Ele é aquele que as
pessoas esperarão. “Profeta de Alláh! Tua progênie é uma benção para mim
e para todos os crentes. Aqueles que se afastarem deles rapidamente serão
destinados ao inferno.”.
2) O grande sábio, Sheik Sulaiman Al-Balkhi, em seu livro YanabiulMawaddah, cap. 76 informa do livro Al-Manaquib de Khawarizmi, quem
informou de Waçel Bin Asqa´bin, Qarkhab, quem informou de Jaber Bin
Abdullah Al-Ansari, e também Abul Fadl Shahibani e ele narra de
Mohammad Ibn Abdullah Ibn Ibrahim Shafi´i, quem informa de Jaber AlAnsari (um dos chefes companheiros do Profeta Muhamad) quem disse:
Jundal Bin Junadab Bin Jubair, um judeu, chegou ao Santo Profeta e
perguntou sobre attauhid (o Monoteísmo). Assim que escutou sua resposta
do profeta Mohamad (A.S.) o homem se converteu ao Islã. Disse que a noite
anterior tinha visto a Moisés num sonho dizendo-lhe: “Abraça o Islã pelas
mãos através do último dos profetas, Muhamad, e aferra-te aos sucessores
depois dele. Agradeceu a Deus pela bendição do Islã. Depois pediu ao
Santo Profeta que lhe dissera os nomes de seus sucessores. E o Santo Profeta
começou dizendo “Meus sucessores são doze”.
O homem disse que havia visto este feito na Torá. E pediu para o
Profeta que se disse seus nomes, e o Profeta (A.S.) disse:
“O primeiro é o líder dos sucessores, o pai dos Imames, Ali. Depois
seguem seus dois filhos - Al-Hassan e Al-Hussein. Verás a
essse três.
Quando chegar à ultima etapa de sua vida, nascerá o Imam Ali Sain-ul
Abidin, e o último que tomarás nessa vida será leite (a última que coisa que
ele irá tomar será um copo de leite envenenado), aferra-te a eles para que a
ignorância não te descaminhe”.
O homem disse que havia visto na Torá e em outras Escrituras os nomes
de Ali, Al-Hassan e Al Hussein em várias formas. Ele pediu ao Profeta (A.S.)
que lhe dissesse os nomes dos outros Imames.
O Santo Profeta nomeou os nove Imames restantes com suas alcunha e
acrescentou :
“O ultimo deles, Mohammad Al-Mahdi, viverá, mas desaparecerá”.
Depois aparecerá e preencherá o mundo com justiça e equidade, já que se
haverá degenerado na injustiça e na tirania. Certamente, o paraíso é para
aqueles que mostram paciência durante o tempo de sua ocultação. O paraíso
é para aqueles que são firmes em seu amor por Ele. Estes são aqueles que,
Deus Todo Poderoso, louvou no Sagrado Alcorão e o Alcorão é um guia para
aqueles que querem se proteger do mal, aqueles que crêem no oculto.
Também Deus disse. “Estes são o partido de Deus; agora certamente o
partido de Deus são os Vitoriosos” (Alcorão 58:22)”.
Ainda, entre os muçulmanos há quem não crê na infalibilidade dos
Mensageiros e guias de Deus. Dizem que esses mensageiros e guias não
cometem pecado ou erro ao entregar a mensagem, ou quando guia mas,
sim, cometem faltas em outros aspectos comuns. Também interpretam
passagens do Alcorão para atribui pecados a alguns profetas. Há numerosas
evidências contrarias a este ponto de vista, mas tais crenças também vão
contra
a razão. Antes de tudo, Deus é perfeitamente capaz de enviar
mensageiro e guias que não cometam nenhuma falta. Em segundo lugar, se
alguma vez um mensageiro ou guia cometeu alguma falta, mesmo que seja
fora do campo de sua obra religiosa, isso afetaria sua credibilidade e
corromperia seu propósito. Cada ação dos mensageiros e guias é observada
e está sob escrutínio.
Se um deles comete um pecado, os seguidores
provavelmente o veriam. Então s chega-se a uma pergunta; de como se
supõe que os seguidores são capazes de dizer qual das ações e ditos desse
mensageiro ou guia devem seguir. Quais Ações são de Deus e quais não são?
“Faça o que eu digo e não faça o que eu faço” é inadequado para a entrega e
proteção da mensagem de Deus, e Deus não faz uma obra inadequada.
Unicamente a escola Jaafaryiah que preencheu os estandartes para
possuir uma Verdade Absoluta derivada de uma fonte protegida por Deus.
Aqueles que finalmente chegam a uma conclusão diferente têm o direito de
fazê-lo. A tolerância daqueles que alcançam conclusões variadas é a única
ação que está de acordo com o comportamento do Santo Profeta (A.S.).
Entre todos os grupos e escolas de pensamento dos muçulmanos estão
aquelas que se comportam com modos muito baixos para com os membros
de outros grupos. Permitem que o ódio se cultive neles e justificam seu
comportamento fazendo uma longa lista de queixas sobre o outro partido.
Eu pediria àquelas pessoas que dêem um exemplo do comportamento do
profeta do Islã (A.S.) ou de qualquer Profeta (A.S.) que seja igual ao deles.
Mesmo aqueles que foram os inimigos duros do Islã, e o recusaram, apesar
de que a verdade era evidente para eles, nunca foram tratados de uma
maneira inadequada ou cruelmente, nem foram feitos vitimas de agressão,
não se abusou deles de nenhuma maneira, com a força física ou palavras.
“... que o ódio nas pessoas não vos induza a não serdes justos. Sejam
justos: isto é o mais próximo ao temor de Deus. Por certo, Alláh do que
fazeis é conhecedor.”. (Alcorão 5:8)
O Jihad
Mais que qualquer outra religião, o Islã tem a reputação de ser uma
religião violenta. Geralmente quando algumas pessoas pensam no Islã,
pensam
logo
no
terrorismo.
Os
jornalistas
informaram
sobre
acontecimentos no Oriente Médio dizendo que os muçulmanos atuam como
se liberaram uma Guerra Santa, ou Jihad. E há pessoas por aí que crêem
que é seu dever lutar em nome do Islã. No entanto, os jornalistas se
destacam por anunciar apenas uma parte da história. Há vários exemplos
que pessoalmente posso recordar, nos quais as notícias discutiam como um
certo grupo de muçulmanos atacava outro grupo de pessoas. O que
esqueceram de mencionar, foi que esse grupo de pessoas havia atacado os
muçulmanos uma semana antes. Desde a explosão em Oklahoma, a
imprensa ficou mais
cuidadosa ao informar sobre acontecimento
relacionados aos muçulmanos, mas nem sempre contam a história correta.
Creio que primeiro necessitamos saber o que significa Jihad. A palavra
Jihad realmente se refere ao Esforço pela Causa da religião e não traduz
Guerra Santa. Por exemplo, lutar contra a tentação ao pecado é um Jihad
pessoal. Diz-se que o Jihad pessoal é o Jihad maior e se lhe dá grande
importância no Islã.
Quando o Jihad é levado a cabo como uma guerra, é uma luta contra
aqueles que oprimem ou agridem os muçulmanos e é considerado o Jihad
menor.
Apoiando-se nesta reputação violenta do Islã, muitos livros através dos
anos declararam que o Islã se expandiu pela espada. Na verdade, no Islã não
é permitido fazer uma guerra exceto contra aqueles que te agrediram ou
que estão te oprimindo. Nesses casos, é um dever dos homens aptos lutar até
que sejam libertados os muçulmanos. Diferente do Cristianismo, o Islã não
apoia o conceito de dar a outra face. Quando tua vida e bem-estar estão em
perigo, o Islã diz
que deve defender-se valentemente, inclusive quando
alguns membros de tua comunidade estão sendo assassinados ou presos ou
perdendo seus empregos. Dar a outra face em tais casos é olhar para o
sofrimento e a maldade e encontrar uma desculpa.
A maioria do mundo muçulmano está constituída por pessoas pacíficas.
Mas, ao longo da história existiram muçulmano que foram guerreiros ativos.
Rapidamente, vamos dizer que estes muçulmanos estavam equivocados, mas
é útil ver as coisas desde sua perspectiva para entender por que se
justificavam suas ações. Muitas pessoas no Oriente Médio crêem o Ocidente
os está oprimindo. Indubitavelmente, o Ocidente primeiro zela pelos seus
próprios interesses e fez coisas bastante questionáveis aos países de terceiro
mundo. Quando é conveniente, o Ocidente toma (ou pede emprestado e logo
joga fora) a terra, toma ou controla o dinheiro, se alia com países imorais,
evita que a medicina e o alimento cheguem às pessoas necessitadas e matam.
O Ocidente controla o comércio e se apressa em expandir sua cultura, diante
da perda de outras culturas por todo o mundo.
Algumas pessoas estão sujeitas ao efeito da intromissão do Ocidente nos
assuntos mundiais mais que outros, e alguns sentem que são tratados
injustamente até o ponto de sofrer opressão. E alguns deles têm razão. Não
importam quais são as razões. Não é opressão negar as crianças iraquianas
sob sanção o alimento e os remédios básicos? Não é opressão o que os
palestinos que viveram em seus territórios por séculos sejam expulsos e não
sejam retribuídos de nenhuma maneira? Seguramente se teus filhos
estivessem morrendo ou tua casa fosse arrebatada, sem dúvida serias um
sujeito vítima da opressão e muito provavelmente desejaria lutar.
O que devem fazer estas pessoas? Primeiro de tudo: o Islã é contra o uso
de táticas suicidas ou meios cruéis, tais como armas biológicas de guerra. E
mais, o Islã proíbe atacar as mulheres e as crianças. Também aqueles que
sentem que são oprimidos podem equivocar-se e ver que aqueles que
consideram seus opressores geralmente são sociedades em sua maioria
formada por indivíduos não agressores. Os opressores terminam sendo um
conceito vago e um corpo pouco claro. Por exemplo, o Ocidente e os Estados
Unidos ambos são términos vagos formados por uma grande diversidade de
povos.
Realmente, na ausência do Profeta (A.S.) ou do Imam designado por
Deus, muitos muçulmanos compartem a opinião de que ninguém tem a
autoridade de declarar um Jihad como um ato de guerra de nenhuma
maneira. Os líderes das nações Islâmicas, podem declarar guerras contra
outras nações, mas não podem declarar guerras religiosas.
O Ritualismo
O último tema que quero tratar nesta seção é o dos Rituais Islâmicos.
Por que os muçulmanos oram de uma forma tão particular, se levam antes
de orar (Ablução), jejuam durante um mês, se orientam para um lugar
durante a oração, e sacrificam seus animais antes de consumir sua carne,
etc.? Preocupar-se tanto por estes detalhes pequenos, para os não
muçulmanos pode parecer uma bobagem. Por que é importante para Deus
se eu lavo os pés ou se os esfrego com água ,preparando-me antes de
rezar?
Ninguém pode negar que os bons hábitos são muito úteis. O ritual
Islâmico em parte está pensado para dar-nos mais formação sobre os bons
hábitos e em recordar-me de Deus ao longo de nossas vidas. Seguir as
pratica rituais Islâmicas nos leva a uma boa higiene, dieta e a um equilíbrio
entre os aspectos, físicos, espirituais e sociais. Os pequenos detalhes podem
parecer minuciosos, mas ser cuidadoso com os detalhes do ritual demonstra
o respeito e a importância da religião em todos os momentos da vida. Em
muitos casos há razões lógicas para os detalhes. Em particular, a cuidadosa
aderência às formas dos rituais em geralmente ajuda ao entendimento do
propósito e ou o significado do mesmo ritual. Os muçulmanos modernos são
culpados de praticar sua religião com muita freqüência num nível
puramente ritualista.
A realização da oração sem um pensamento cuidadoso de seu significado
e propósito quase não tem sentido. É só a forma vazia de uma verdadeira
oração. Deus não prescreveu os rituais como meio para passar o tempo
senão como um meio para aperfeiçoar nossa fé e alcançar a aproximação a
Ele. Poderia se gastar toda uma vida na educação e fazendo esforços para
comprometer-se completamente e apropriadamente em todos os atos de
adoração.
Com tudo, um bom ponto para começar é a atenção consciente aos atos
que se realizam e seus objetivos. Por exemplo, lavar-se antes das orações
pode ser visto simbolicamente como limpar-nos para estar diante do Todo
Poderoso. Se alguém aprende as súplicas que acompanham as súplicas que
acompanhem a ablução, pode acrescentar mais significado ao ato e dá a
capacidade a quem o realiza de concentrar-se mais na tarefa que tem nas
mãos. Se não sabe o propósito que há num ritual não te prejudica perguntar
a alguém que considereso mais piedoso que você ou que tenha mais
conhecimento.
A concentração dirigida aos aspectos espirituais da oração e dos outros
rituais são difíceis, porque nossos pensamentos nos assuntos mundanos
tendem a intrometer-se. Mas se somos persistentes em nossos esforços, com o
tempo a tarefa fica mais fácil e não só desfrutaremos as atividades, senão
que é maior o beneficio que se obtém delas. Se não desfrutas rezar a Deus,
isto é um sinal de que precisas de atenção ao verdadeiro significado e
propósito. Por acaso, não é nosso objetivo final alcançar a aproximação a
Deus ou submissão a Sua Vontade? Nesta vida, a oração é uma
oportunidade para falar com Aquele que estamos buscando, então deveria
ser algo que desejamos com fervor e não apenas como um dever que deve
ser cumprido. Se o coração se cansa e tua atenção não está preparada para o
ritual, então encontra passos que te ajudem a preparar-te se necessário.
Alguns recomendam demorar um pouco o ritual (sempre e quando não se
chegue a cometer o pecado) até que possas realiza-lo bem.
Sendo otimista, o uso contínuo desta prática fará que o cansaço do
coração diminua e estará facilmente mais preparado.
Conclusão
Espero que tenhas encontrado algo neste trabalho que te seja útil. Fiz
feito este esforço pela Causa de Deus e realmente agradeceria teus
comentários. Sei que não é realmente um trabalho completo de uma
natureza adequadamente erudita devido às minhas próprias limitações
pessoais. tentei aqui delinear meu próprio caminho ao Islã incluindo um
pouco da minha história pessoal, uma porção modesta de estudos no campo
da história comparada das religiões e uma breve exposição sobre temas
comuns no Islã que foram de meu interesse tendo em conta minhas
condições de mulher americana convertida à religião Islâmica. Todos os
erros dentro do texto são meus.
Dou Graças a todos as pessoas que me ajudaram ao longo do caminho e
que continuam fazendo.
Uma breve Oração
Em Nome de Deus, O Clemente, O Misericordioso.
A paz esteja sobre Muhamad e sobre a família de Muhamad.
Dou graças ao Todo Poderoso Deus (S.W.T.)., Quem me guiou enquanto
ninguém ao meu redor estava me guiando, e Aquele que é fonte de todas as
bondades, Magnificentes que desfrutei em minha vida. Deus (S.W.T.) O
Clemente, O Misericordioso, e a Ele pertencem todos os louvores.
Que Deus (S.W.T.) conceda uma boa saúde a todos os que leiam este
trabalho; boa saúde de corpo, mente e espírito em sua luta diária.
Que Deus (S.W.T.) nos guie a todos pelo caminho reto e nos preserve de
sairmos dele. Que Deus nos proteja do desvio e da tentação, que diminua o
número de nossos pecados e aumente o número de nossas boas ações. Que
Deus (S.W.T.) purifique nossas intenções, aumente nossa sabedoria e
conhecimento, e nos conceda o bem de Sua bondade infinita tanto neste
mundo como no próximo. Que nossa recordação de Deus seja constante e
perfeita.
A paz esteja sobre Muhamad e a família de Muhamad, os quais cumpriram
com seus deveres perfeitamente preservaram a Verdade.
Diana (Masuma) Beatty
[email protected]
Uma pequena Lista Bibliográfica
1. A restatement of the History of Islam and Muslim, by Sayed Ali Asghar
Radawi.
2. An Enlightening Commentary into the Light of the Holy Quram, by a
Group of Muslim Scholars.
3. Marriage and Morals in Islam, by Sayyed Muhamad Ridawi.
4. Self Bulding, by Ayatullah Ibrahim Amini.
5. The Biblie, The Qur`an ande Science, by Maurice Bucaile.
6.The Choice, By Ahmed Deedat.
7. The Holy Bible, NIV - King Jomes.
8. The Holy Qur`na, translations by Pickthall - Yusuf Ali.
9. Then I was Guided, By Muhamad Al-Tijani al Samawi.
10 The Neuw Testament- A Historical Introduction to the Early Chistian
Writings, by Bart D. Ehrman.
11 http://www.al-islam.org/ contém muitos destes e outros trabalhos de alta
qualidade, incluindo acesso ao glossário de termos Islâmicos.
*** Jazâkal-lah para todos aqueles que me ajudaram com este trabalho de
quaisquer formas, e para aqueles que me ajudaram em minha luta. AlHamdulil-lah.
Apêndice: Se decides converte-te
Esta é uma informação extra, não deve tomar-se esta seção como algo
que me ocorreu ao final. É simplesmente para servir com um propósito
diferente ao resto do livro. Pode tomar esta seção como um resumo de um
manual técnico de como obrar e dos fundamentos que necessitas saber se
decidir converter-se ao Islã. Esta seção contém algumas informações sobre
sites na Internet e direções postais apropriadas no momento de querer
escrever, mas não posso garantir-lhe sua exatidão para datas posteriores.
Se decidires tornar-se um muçulmano, isto significa que você crê que só
há um Deus Indivisível , e crê em todos os Profetas enviados por Ele,
incluindo o Profeta Mohamad (A.S.) deves mencionar esta crença diante de
Deus (S.W.T.) Isto é chamado Ash-Shahádah e se menciona da seguinte
maneira.
Ash-hadu anna l ilâáha il-lal-láh ua Ash-hadu anna Muhammadan
Rasúlul-lah.
“Testemunho que não há divindade além de Deus e testemunho que
Muhamad é o mensageiro de Deus”.
Se mencionar estas duas frases com crença e convicção, então você é um
muçulmano.
Pode-se
acrescentar o seguinte se deseja declarar que aceita
a
consciência da Escola de pensamento Ja´fariah, aceitando o Imam Ali Ibn
IAbi Talib (A.S.) como seu guia designado por Deus, o sucessor depois do
Santo Profeta.
Ash-ahadu anna Alíian Walíiul-lah, Wasíiu Rasúlil-lah, Wa Khalífatuhu
Bilá Fasl
“Testemunho que Ali é Walí de Deus , herdeiro do Profeta e seu
Sucessor imediato”.
É tradição mencionar tua crença na presença de alguns muçulmanos
como testemunhas, geralmente, dentro de uma mesquita, mas este não é
requisito para que tua conversão seja válida diante Deus (S.W.T.). Agora, o
que segue?
A informação e as instruções que darei a seguir estão baseadas na escola
Xiita (Ja´fariah) e podem ter ligeiras variações com outras escolas. Trata-se
de generalizar para iniciar-te e não se trata de um conjunto de instruções
determinantes, pois não estou qualificada como uma autoridade.
Há cinco Fundamentos e Princípios na Religião (Usûl Ad-Dîn) que são
considerados os maiores componentes da Crença Islâmica Xiita. Estas são:
O Monoteísmo, A Justiça Divina, a Profecia, o Imamato (a Sucessão do
Profeta (A.S.) e a Ressurreição.
a) O Monoteísmo – É crer em um só Deus Individual.
b) A Justiça Divina – Deus é Justo por natureza.
c) A Profecia – Crer em todos os Profetas enviados por Deus com Sua
Mensagem.
d) O Imamato – Crer nos protetores da Religião, designados por Deus,
particularmente nos doze Imames depois do falecimento do Profeta
Mohamad (A.S.), incluindo o Imam da nossa época (A.S.), O Imam Al
Mahdi.
e) A Ressurreição – Crer na Vida depois da Morte, incluindo o Dia do
Juízo Final e o castigo ou a recompensa, no Inferno e o Paraíso.
Igualmente, há algumas ramificações da religião (Furú´Ad-Dîn) que são
considerados os maiores componentes da prática Islâmica, estas são o salât
(A Oração Diária), o saum (jejum), o hajj (peregrinação), a Azzakât
(Tributo do lucro), Alkhoms (dar um quinto do lucro anualmente) Al-Jihád
(o esforço no caminho de Deus), Al amru bil ma´ruf (recomendar as ações
boas), Alnahu´anil munkar (proibir as ações más), Attawal-li (Amar o
Profeta (A.S.) e sua família (A.S.), e Attabarri`(afastar-se dos inimigos do
Profeta (A.S.) e sua família (A.S.).
Direções importantes para encontrar informações sobre a oração.
http://www.al-islam.org/
http://www.playandlearn.org/Figh/index.htm
Também podes comprar um vídeo de instruções na Idara-e Jaferia em
Maryland. Esta video é distribuído por Khatoons Inc., 6650 Autumn Wind
Circle, Clarksvile MD 21029 USA e na rede: http://www.khatoons.com
O Jejum
Durante o Mês do Ramadã os muçulmanos devem jejuar desde antes
que chegue o tempo da oração da manhã (madrugada) até o momento da
oração do Ocaso (quando o Sol se põe). O mês do Ramadan é o nono mês do
calendário Islâmico lunar, através das estações, tem resultados agradáveis
de tal maneira que não importa onde vivas, experimentarás dias longos e
dias curtos de jejum com o passar dos anos. Para aqueles que vivem em
zonas ao norte extremo e ao sul extremo, que não tem um amanhecer ou
anoitecer em um período de 24 horas seguem as horas da outra localidade
menos distante. O jejum significa não comer, não beber, não ter relações
sexuais, comportamentos imorais, etc. As pessoas que têm razões médicas
que não permitam que se pratique o jejum ,estão isentas mas devem doar o
equivalente em comida diária como caridade por cada dia de jejum
obrigatório que perderam. Tão pouco devem jejuar as mulheres que estão
na época de menstruação porém, devem repetir os dias de jejum perdidos
posteriormente em outros dias até que chegue o próximo Mês do Ramadã, se
for possível.
O mês do Ramadã é um momento de renovação espiritual e se fazem
muitas orações especiais durante este mês. Se necessitares saber quando
começa o mês do Ramadã, por favor, visitem a seguinte pagina:
http://www.ummah.net/ildl/zone3/
A Peregrinação
Todo indivíduo com a capacidade física e financeira é obrigado a
realizar a peregrinação a Cidade de Meca, pelo menos uma vez na vida.
É um evento muito emocionante e espiritual que se dá uma vez ao
ano. Seus rituais estão relacionados geralmente com o sucesso que rodearam
o Profeta Abraão (A.S.) e estão organizados para uma reflexão e renovação
espiritual. Se tens pensado em ir, primeiro deve ler a respeito e fazer os
preparativos através de uma companhia de viagem do Hajj que se baseia na
escola de pensamento Islâmico Particular que você segue.
A Azzakat e o Khums
Os muçulmanos que possuem certas quantidades de ouro e prata, e
grãos (trigo, cevada, tâmaras e passas) ou gados devem dar uma
porcentagem de sua riqueza para os necessitados. Já que a maioria das
pessoas não tem a riqueza para pagar isto, não entrarei em detalhes. No
entanto, é provável que todos os muçulmanos tenham que pagar o Khums;
que é uma outra forma de imposto de caridade. O Khums é um imposto de
20 por cento sobre o ganho excedente. Digamos que no final do mês, depois
de pagar todos teus gastos, tenha sobrado 500 dólares em mercadorias que
não utilizará ou dinheiro no banco. No ano seguinte deve fazer nova conta
de teus ganhos que excedem seus gastos comuns. Se for menos que a mesma
quantidade, não tem que pagar o Khuns. Registrar a nova quantidade de
excedente para fazer a comparação no ano seguinte. Se tiver mais, então
deve pagar a Khums sobre a diferença. Por exemplo, se tens 600 dólares, a
diferença é de 100 dólares, e 20 por cento disso seria 20 dólares, então o
Khums deve ser 20 dólares. Este dinheiro deve ser enviado às pessoas e às
organizações que receberam autorização dos Sábios mais elevados para
distribuir o dinheiro do Khums.
O Jihâd
Este é o esforço e luta no caminho de Deus (S.W.T.), que tratei neste
livro.
Encomendar o Bem e Proibir o Mal.
Estas são as praticas que separam uns dos outros a fazer boas ações e
evitar o pecado.
Tawal-la e Tabarra
Estas são praticas por meio das quais demonstra teu amor e devoção ao
Profeta e à sua família (A.S.), e demonstra que não te associas com, nem és
como os inimigos do Profeta e sua Família (A.S.).
Essas são ramificações da religião, mas há algumas outras que são
obrigatórias, tais como usar a vestimenta Islâmica e evitar o consumo de
certos alimentos e bebidas. Para as mulheres, como mencionei no livro, usar
este estandarte vestido requer cobrir tudo exceto as mãos e o rosto com uma
vestimenta folgada. Os muçulmanos temos como proibidos as substancias
embriagantes e intoxicantes, não comemos carne suína, e só comemos a
carne permitida segundo o Alcorão, isto é
que tenha sido sacrificada de
acordo com o Ritual Islâmico. Esta carne pode ser encontrada em lojas
especiais e se chama carne Halál.
Concluirei este apêndice aqui. Se estás pronto para mais informações,
veja a lista sugerida, entre em contato com os muçulmanos em sua área, ou
examine as seguintes recomendações:
1. O curso de Correspondência Islâmica
Contato: Islamic Education And Information Center
5359 Timberlea Blvd., Unit 52
Mississsuaga, Ontário L4W 4N5
Canadá
Tel: 905-212-9676, fax 905212-9690
2. The World Islamic Network
Contrato: World Islamic Network
67/69 H .Abbas (as) Street
Dongrui, Mumbai 400 009 India
e-mail: [email protected]
3. Fundação Cultural Oriente (Espanhola)
www.islamoriente.com
Que Deus (S.W.T.) nos guie a todos pela senda reta e nos conceda o bem
deste mundo e o bem do próximo mundo
Fi Amanil-lah
Download