O que é um Jubileu e um Ano Santo? LIMA, 16 Mar. 15 (ACI/EWTN Noticias) .- O Papa Francisco anunciou a celebração de um Jubileu da Misericórdia, um Ano Santo da Misericórdia, que começará em 8 de dezembro de 2015 e terminará em 20 de novembro de 2016, que começará com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro durante a solenidade da Imaculada Conceição. O último Jubileu da Igreja foi proclamado pelo Papa São João Paulo II para comemorar os 2000 anos do nascimento de Cristo. Depois da proclamação deste evento muitos se perguntam: O que é um jubileu? Um ano santo? A celebração do jubileu se origina no judaísmo. Consistia em uma comemoração de um ano sabático que tinha um significado particular. Esta festa se realizava a cada 50 anos. Durante o ano os escravos eram libertados, restituíam-se as propriedades às pessoas que as haviam perdido, perdoavam-se as dívidas, as terras deviam permanecer sem cultivar e se descansava. Na Bíblia encontramos algumas passagens nas quais se menciona a celebração judaica. Talvez a mais importante se encontre no Levítico (Lv 25, 8). A palavra jubileu se inspira no termo hebreu de yobel, que faz alusão ao chifre do cordeiro que servia como instrumento. Jubileu também tem uma raiz latina, iubilum que representa um grito de alegria. Na tradição católica, o Jubileu consiste em que durante 1 ano se concedem indulgências aos fiéis que cumprem certas disposições eclesiais estabelecidas pelo Vaticano. O Jubileu pode ser ordinário ou extraordinário. A celebração do Ano Santo Ordinário acontece em um intervalo de anos já estabelecido. Já o Ano Santo Extraordinário se proclama como celebração de um fato destacado. A Igreja Católica tomou como influência o jubileu hebraico e lhe deu um sentido mais espiritual. Nesse ano se dá um perdão geral, indulgências e se faz um chamado a aprofundar a relação com Deus e com o próximo. Por isso, cada Ano Santo é uma oportunidade para alimentar a fé e renovar o compromisso de ser um testemunho de Cristo. Também é um convite à conversão. O Jubileu proclamado pelo Papa Francisco é um Ano Santo Extraordinário. O primeiro ano jubilar foi convocado em 1300 pelo Papa Bonifácio VIII. Estabeleceu-se que os seguintes jubileus se comemorassem a cada 25 anos, com o objetivo de que cada geração experimente pelo menos um em sua vida. O rito inicial do Jubileu começa com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro. Esta porta só se abre durante um Ano Santo. A abertura da porta significa que se abre um caminho extraordinário para a salvação. O Papa deve tocar a porta com um martelo 3 vezes enquanto diz: “Aperite mihi leva justitiae, ingressus in eas confitebor Domino”- “Abram-me as portas da justiça; entrando por elas confessarei ao Senhor”. Quando se abrem, entoa-se o Te Deum e o Santo Padre atravessará esta porta junto com os seus acompanhantes. O Papa convocou um Ano Santo: O que isto quer dizer? WASHINGTON DC, 26 Mar. 15 (ACI/EWTN Noticias) .- O surpreendente anúncio do Papa Francisco sobre a realização de um Ano Santo da Misericórdia levou os católicos a aprofundarem no significado do acontecimento que para alguns pode resumir-se em que o Santo Padre quer que todos saibam quanto Deus os ama. Em 13 de março, o Papa Francisco anunciou na Basílica de São Pedro a celebração de um Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que começará a finais deste ano na solenidade da Imaculada Conceição, 8 de dezembro, e terminará na solenidade de Cristo Rei, em 20 de novembro de 2016. A Ordem sacerdotal dos Padres da Misericórdia, que se descreve como "de pregação missionária itinerante", manifestou sua particular alegria por esta decisão. "Vemos de primeira mão a realidade e beleza da conversão, a misericórdia de Deus em ação", disse o Pe. Wade ao Grupo ACI. "A misericórdia é quem Deus é. É o segundo nome do amor", disse por sua parte o Pe. Menezes, para quem a conversão é a sua "expressão mais concreta", citando a encíclica de São João Paulo II Dives in Misericórdia (1980) sobre a misericórdia divina. "Deus está mais interessado em nosso futuro que em nosso passado", explicou o sacerdote, já que Ele leva a sério o pecado passado, mas nunca "como a última palavra" porque "quer que cada um de nós se converta na 'melhor versão' de nós mesmos, o qual Ele espera para cada um de nós, de maneira pessoal, em sua eterna e divina mente, e isto requer conversão". Isto é exatamente o que o Papa Francisco tem em mente ao anunciar o Ano da Misericórdia, disse Kathryn Jean Lopez, diretora fundadora de Vozes Católicas nos Estados Unidos. "Em nossas ocupadas, frenéticas e algumas vezes bifurcadas vidas, muitas vezes não encontramos o tempo para o silêncio de um exame de consciência. Este Papa é um diretor espiritual jesuíta para o mundo que nos impulsiona a ver o muito que Deus nos ama, reorientando nossos corações para o Seu", disse López ao Grupo ACI. Em lugar de propor algo radicalmente novo, assinalou López, o Papa Francisco continua a devoção à misericórdia de seus predecessores São João Paulo II e o Papa Emérito Bento XVI. "O Papa João Paulo II amava a Divina Misericórdia, o Papa Bento, eu o chamaria o apóstolo da Divina Misericórdia. Bento XVI também diria que a Divina Misericórdia é o nome de Deus mesmo", disse. "Os católicos fazem o trabalho de educar, atender o moribundo, cuidar do doente, alimentar o faminto, visitar os presos, acompanhar os que estão sozinhos. Este é o encontro do qual fala o Papa Francisco", disse López, ao recordar logo as obras de misericórdia corporais. "Uma mensagem de misericórdia leva as pessoas para a porta a fim de encontrarem livremente o coração de Cristo na vida sacramental da Igreja", acrescentou López. Segundo o site do Vaticano, o ano jubilar tem suas raízes na lei monástica quando cada quinquênio se fazia sagrado para o povo judeu. As dívidas eram perdoadas, os escravos libertados e as terras voltavam para seus "donos originais". Os jubileus ordinários ocorrem a cada 25 ou 50 anos enquanto que os jubileus extraordinários se convocam por alguma ocasião transcendental. Dois jubileus extraordinários foram convocados no século 20: em 1933 para comemorar os 1900 anos da redenção de Cristo no ano 33; e 1983 em seus 1950 anos. O ano jubilar é um "ano santo" marcado por atos de fé, caridade e "comunhão fraterna", destaca-se no site do Vaticano. "Estou convencido de que toda a Igreja poderá encontrar neste Jubileu a alegria de redescobrir e fazer fecunda a misericórdia de Deus, com a qual todos somos chamados a dar consolo a cada homem e cada mulher de nosso tempo", disse o Papa Francisco depois de anunciar o ano jubilar. "A partir deste momento, encomendamos este Ano Santo à Mãe da Misericórdia para que dirija a nós seu olhar e vele em nosso caminho", concluiu o Papa. Esta é oração do Papa pelo Jubileu da Misericórdia VATICANO, 08 Mai. 15 (ACI/EWTN Noticias) .- O Pontifício Conselho para a promoção da Nova Evangelização publicou a oração oficial para o Jubileu da Misericórdia, o Ano Santo convocado pelo Papa Francisco que terá início no dia 8 de dezembro de 2015, Solenidade da Imaculada Conceição; e encerramento no dia 20 de novembro de 2016, Solenidade de Cristo Rei do Universo. A oração foi divulgada no site oficial do Jubileu da Misericórdia, cujo lema está tomado do Evangelho de São Lucas: “Misericordiosos como o Pai”, e convida todos os fiéis do mundo à peregrinação, à Confissão e à Comunhão para conseguir a indulgência. Senhor Jesus Cristo, Vós que nos ensinastes a ser misericordiosos como o Pai celeste, e nos dissestes que quem Vos vê, vê a Ele. Mostrai-nos o Vosso rosto e seremos salvos. O Vosso olhar amoroso libertou Zaqueu e Mateus da escravidão do dinheiro; a adúltera e Madalena de colocar a felicidade apenas numa criatura; fez Pedro chorar depois da traição, e assegurou o Paraíso ao ladrão arrependido. Fazei que cada um de nós considere como dirigida a si mesmo as palavras que dissestes à mulher samaritana: Se tu conhecesses o dom de Deus! Vós sois o rosto visível do Pai invisível, do Deus que manifesta sua onipotência sobretudo com o perdão e a misericórdia: fazei que a Igreja seja no mundo o rosto visível de Vós, seu Senhor, ressuscitado e na glória. Vós quisestes que os Vossos ministros fossem também eles revestidos de fraqueza para sentirem justa compaixão por aqueles que estão na ignorância e no erro: fazei que todos os que se aproximarem de cada um deles se sintam esperados, amados e perdoados por Deus. Enviai o Vosso Espírito e consagrai-nos a todos com a sua unção para que o Jubileu da Misericórdia seja um ano de graça do Senhor e a Vossa Igreja possa, com renovado entusiasmo, levar aos pobres a alegre mensagem proclamar aos cativos e oprimidos a libertação e aos cegos restaurar a vista. Nós Vo-lo pedimos por intercessão de Maria, Mãe de Misericórdia, a Vós que viveis e reinais com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém. Quais pecados poderão ser perdoados pelos ‘missionários da misericórdia’? No Ano da Misericórdia, Papa envia sacerdotes para perdoar pecados reservados à Sé Apostólica Por Rocío Lancho García / Roma, 11 de Maio de 2015 (ZENIT.org) Por que um jubileu da Misericórdia? Simplesmente porque a Igreja neste momento de grandes mudanças históricas, é chamada a oferecer sinais mais intensos da presença e proximidade de Deus. Assim, explicou o Santo Padre Francisco em sua homilia no dia em que foi apresentado a Bula do Ano da Misericórdia, que terá início em 08 de dezembro de 2015. Na semana passada foram divulgados alguns detalhes - calendário, encontros, presença nas redes sociais – deste ano que será tão importante para a Igreja. Um dos gestos concretos desejado pelo Santo Padre é enviar ‘missionários da misericórdia' a quem o Papa dará a autoridade para também perdoar pecados reservados à Sé Apostólica. Mas quais são esses pecados? Quais as condições para ser perdoado? Por que são reservados à Sé Apostólica? Para responder a essas perguntas, ZENIT conversou com o professor Davide Cito, da Faculdade de Direito Canônico na Universidade da Santa Cruz em Roma. Quando falamos sobre o perdão dos pecados que são reservados para a Sé Apostólica queremos dizer, referindo-se a terminologia em uso no Código de 1917 a "pecados que envolvem a pena de excomunhão automática cuja remissão é reservada à Sé Apostólica, e, portanto, precisam ser submetidos ao julgamento da Penitenciaria Apostólica para ser absolvido". Ele explicou que entre esses pecados estão, por exemplo, a profanação das espécies eucarísticas; também o pecado do aborto – acrescenta- implica excomunhão, mas não está reservada à Sé Apostólica, e sim ao bispo ou a seu delegado. Sobre as "condições" para absolver estes pecados são as mesmas necessárias para pedir a absolvição de outros pecados, ou seja, "o arrependimento e o desejo de recomeçar na vida cristã", diz o professor Cito. A propósito da penitência para esses pecados, ele explicou que depende das condições do penitente e da situação em que esses pecados foram cometidos. "Não está previsto uma penitência especial, mas certamente deve manifestar um sincero desejo de retomar o caminho cristão". O gesto do Santo Padre, de autorizar estes "missionários da misericórdia" a perdoar esses pecados, ao Padre Cito parece ser um gesto que coloca em prática o que Francisco afirma no ítem 3 da Evangelii gaudium: ‘Como nos faz bem voltar para Ele, quando nos perdemos! Insisto uma vez mais: Deus nunca Se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir a sua misericórdia’. Para concluir, ele explicou que "é uma maneira de tocar com as próprias mãos a proximidade da misericórdia de Deus, apesar da gravidade do pecado. E Deus, vem ao encontro mais uma vez”.