ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE UMA RESENHA CRÍTICA Resenha crítica Consiste num misto de trabalho de síntese com trabalho de crítica, seguindo as orientações próprias de cada um. O que difere o resumo do resumo-crítico é sua estrutura, que apresenta a crítica como quarta etapa. Assim, tem-se resumo-crítico de um escrito e resumo crítico de assunto. Estrutura do resumo crítico de um escrito e do resumo crítico de assunto: 1 INTRODUÇÃO 2 DESENVOLVIMENTO 3 CONCLUSÃO 4 CRÍTICA REFERÊNCIA (S) Uma resenha crítica de uma obra (texto, artigo, capítulo de livro ou livro no todo) deve constar de: a) referência completa da obra a ser resenhada, de acordo com as normas da ABNT; b) as credenciais ou qualificações do autor da obra quanto a sua posição no meio científico, principalmente em relação ao tema abordado. “O maior ou menor valor de uma obra está intimamente ligada às credenciais do autor (formação acadêmica, ocupação atual, área de pesquisa, publicações etc.).” PARRA FILHO; SANTOS, 2001, p. 157); c) o texto: apresentação do conteúdo da obra: “breve resumo (síntese), apresentando as conclusões e a metodologia do autor; exposição das teorias ou referências nas quais o autor se baseou; respostas às questões: qual o assunto? De que modo é tratado? ” (SILVA; SILVEIRA, 2003, p. 120); d) Apreciação crítica: “avaliação geral da obra, analisando-se a qualidade e a consistência dos argumentos. ”. O resenhista apresenta sua posição frente a obra, analisando-a, sem, no entanto, usar adjetivos; “lança também, um olhar para as fontes, teorias e outros autores mencionados no texto”; ”identifica os vários tipos de contexto nos quais a obra (texto, artigo, capítulo ou livro) está inserida: ”contexto histórico (em que época?), contexto filosófico e social, contextos político e literário etc.” (SILVA; SILVEIRA, 2003, p. 120); e) Conclusão: síntese da avaliação do livro. Exemplo de resenha crítica do livro O Pensamento Artificial de Pierre de Latil, elaborada por Parra Filho e Santos (2001, p. 158): O Pensamento Artificial – REFERÊNCIA LATIL, Pierre de. O pensamento artificial. 2. ed. São Paulo: Ibrasa, 1968. 99 p. QUALIFICAÇÕES DO AUTOR Pierre de Latil é um especialista e divulgador francês no campo da Cibernética. O livro O Pensamento Artificial de Pierre de Latil começa pela definição da cibernética como sendo a ciência que estuda as máquinas automáticas e os seres vivos no que eles têm de sistema autogovernado. Com o objetivo de estabelecer um paralelo entre a organização nervosa e os circuitos eletrônicos, Latil apresenta na página 16 as ideias de Claude Bernard, que diz que os órgãos nervosos não são outra coisa que não aparelhos de mecânicas e de físicas criados pelo organismo. Esses mecanismos são mais complexos do que os de corpos brutos, mas não diferem deles quanto às leis que regem seus fenômenos. É por isso que podem ser submetidos às novas teorias e estudados pelos mesmos métodos. Enfatiza, em forma de dúvida, a interfecundação das ciências biológicas e matemáticas. A ideia da cibernética, ou seja, de animais sintéticos, existe desde os tempos dos gregos. Frisa, também, que a máquina faz nascer em nossa ideia uma nova filosofia. A reunião periódica de cientistas das várias áreas foi o ponto de partida no sentido de se tentar construir máquinas com capacidade de atuações idênticas a dos seres vivos. As primeiras tentativas na construção de equipamentos servo mecânicos, a construção da tartaruga mecânica por Grey Walter, marcou o início das tentativas mais arrojadas. O autor discute a noção fundamental do feedback (reatroalimentação ou retroação) no rádio, nas máquinas térmicas, na economia, nos seres vivos. Para o autor, os elevados princípios a que as pessoas chegaram corresponderiam ao domínio da metafísica, se só as vias do pensamento tivessem conduzido as pessoas a eles, mas baseados nas funções mecânicas das máquinas desenvolvidas sempre a posteriori, nunca a priori, impõem-se com valor absoluto. Sendo a cibernética, uma ponte entre as diversas especializações é de grande interesse para cientistas das mais variadas áreas. A obra tem como objetivo dar uma ideia do que seja a cibernética, do terreno que ela alcança e das conquistas futuras que se pode conseguir.