(vogel) fabaceae- caesalpinioideae.

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BRUCHINEOS E LEPIDOPTEROS ASSOCIADOS A PREDAÇÃO DE SEMENTES
EM Cassia leptophylla - Vogel Fabaceae- Caesalpinioideae.
Cristiano Marcondes Pereira; Mauricio Osvaldo Moura (Orientador), email:[email protected]
Universidade Estadual do Centro-Oeste-UNICENTRO. Departamento de
Ciências Biológicas – Guarapuava – PR.
Palavras-chave: interação inseto-planta, Tortricidae, Bruchinae.
Resumo:
A predação de sementes por animais pode acarretar em grandes perdas
populacionais e influenciar na dinâmica da planta hospedeira. O objetivo deste
trabalho foi levantar quais espécies de insetos são encontradas predando sementes
de Cassia leptophylla,Três espécies foram encontradas: Pygiopachymerus lineola,
Sennius leptophyllicola ambos Chrysomelidae - Bruchinae e também o
microlepidoptero Cydia tonosticha – Tortricidae.
Introdução
A maioria das plantas tem como característica a produção de sementes como
produto final de seu estágio reprodutivo. Tal estágio é caracterizado por um grande
custo energético e é imprescindível na história de vida destes vegetais.
Diversos fatores podem influenciar o sucesso de dispersão das sementes,
destacando a predação por animais. Esta, pode ser tanto no período pré
dispersional, quando os frutos ainda se encontram aderidos a planta, como na pós
dispersão, quando o mesmos já se desprenderam e normalmente estão alocados
junto ao substrato no solo (JHONSON 1981).
Uma gama de animais tem por característica se alimentar de sementes. Neste
contexto, encontramos o grupo das Angiospermas servindo de importante fonte de
recursos para varias comunidades biológicas que buscam recursos alimentares ou
abrigo. Como principais predadores de sementes na fase de pré dispersão
encontramos pássaros e insetos, principalmente os pertencentes a Lepidoptera,
Diptera e Coleoptera. Já na fase de pós dispersão cita-se os pequenos roedores.
Cassia leptophylla - Vogel é uma árvore ornamental, cada vez mais utilizada
na arborização urbana devido a seu porte mediano (8 a 12 metros), suas
características de inflorescências em grandes buquês de flores amarelas e por sua
natureza nativa. É considerada uma espécie pioneira, sendo desta forma, muito
utilizada também na recomposição de florestas degradadas. Seu período de
frutificação se estende de março a julho e suas vagens, de característica
indeiscente, normalmente extrapolam as medidas de 30 centímetros de
comprimento, possuindo uma grande quantidade de sementes e sendo assim, muito
visada por diversos animais (LORENZI 1992).
Dentre os integrantes da família Chrysomelidae, encontra-se a subfamília
Bruchinae, que tem como principal fonte alimentar o endocarpo das sementes de
várias plantas, principalmente Fabaceae.
Anais do XVII EAIC – 19 a 22 de novembro de 2008
Visto a tendência buscada hoje da utilização de espécies nativas na
arborização e paisagismo e sabendo do possível efeito da predação de sementes
sobre a dinâmica de populações, objetivou-se neste trabalho levantar quais são as
espécies de insetos encontradas predando sementes de Cassia leptophylla, testado
especificamente: 1) Se alguma característica biométrica dos frutos se correlaciona
com as taxas de predação e; 2) Se o adensamento das plantas influencia as taxas
de predação.
Materiais e Métodos
O estudo foi realizado na cidade de Reserva-Do-Iguaçu, estado do ParanáBrasil. A área demarcada tem características de floresta estacional semidecidual e
aproximadamente 2000 metros quadrados. Dos exemplares de C.leptophylla
encontrados na área, foram demarcadas três plantas, duas próximas entre si,
aproximadamente dez metros de distância, e uma terceira planta isolada, a
aproximadamente 150 metros das duas primeiras.
Entre o período de frutificação de C. leptophylla (março a julho) foram
realizadas coletas quinzenais, amostrando aleatoriamente de cada árvore seis
vagens, totalizando 144 vagens coletadas e analisadas. A cada três dias eram
realizadas vistorias, sacrificando os indivíduos encontrados para posterior
identificação.
Passado um mês as vagens eram dissecadas para a obtenção de dados
sobre o número de sementes inviáveis, viáveis, predadas. Estes dados foram
usados em uma análise de regressão para avaliar o efeito destas variáveis nas taxas
de predação. O efeito do adensamento nas taxas de predação e abundância foi
realizado com um teste t.
Resultados e Discussão
Três espécies foram encontradas predando as sementes de Cassia
leptophylla, Pygiopachymerus lineola (Chevrolat, 1871), Sennius leptophyllicola
Ribeiro-Costa & Costa, 2002 ambos Chrysomelidae - Bruchinae e também o
microlepidoptero Cydia tonosticha (Meyrick, 1922) - Tortricidae. (Figura 1).
Segundo JOHNSON (1981), C. leptophylla se enquadra no grupo de fabáceas
que possuem um padrão de dispersão com vagens indeiscentes ou tardiamente
deiscentes onde, na maioria das vezes, as vagens caem no substrato e se
deterioram, expondo suas sementes. Os bruchineos são espécies que ovipositam
diretamente sobre a superfície externa da vagem quando esta ainda se encontra
aderida a planta (guilda A de Johnson op. cit). A larva do microlepidoptero possui o
mesmo comportamento, porém, não foram encontrados trabalhos explicitando a qual
grupo pertenceria
Anais do XVII EAIC – 19 a 22 de novembro de 2008
Fig. 1 – Insetos encontrados junto a predação de sementes de Cassia leptophylla: Pygiopachymerus lineola
(esquerda) Sennius leptophyllicola (meio) Cydia tonosticha (direita)
Com relação a abundância de indivíduos, dos 165 insetos encontrados, 105
eram Pygiopachymerus lineola; 09 Sennius leptophyllicola e 51 Cydia tonosticha .
Não houve diferença na abundância de insetos entre plantas agrupadas e isoladas
(t=2,05; P >0,05).
Quanto ao tamanho das vagens, o comprimento difere significativamente
entre árvores agrupadas e isoladas (t=31,51 p <0,001) embora nenhuma variável
biométrica da planta tenha influenciado consistentemente as taxas de predação.
Também foi possível observar que houve variação temporal nas taxas de predação
com um aumento no número de C. tonosticha em junho e uma diminuição de
P.lineola em julho. Os resultados indicam que a pressão de predação de sementes
nessa área é independente das características biométricas das plantas de
C.leptophylla bem como de seu adensamento.
Referências:
Johnson, C; Romero, J. A review of evolution of oviposition guilds in the Bruchidae
(Coleoptera) Revista Brasileira de entomologia. 2004, 48.
Lorenzi, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa Ed. Plantarum, 1992. Vol.1, 1-120.
Anais do XVII EAIC – 19 a 22 de novembro de 2008
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